Teologia Pastoral

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Efatá

Seminário Teológico Interdenominacional Efatá


Seminário Teológico
Interdenominacional
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Teologia Pastoral

Excelente obra almejam os que são chamados, vocacionados por Deus para servirem.
Porém, parece que uma desarmonia paira nas mentes de muitos que vêem para
servirem nos ministérios diversificados, existentes hoje no Corpo de Cristo; onde o

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lema humano de liderança ou de cabeça toma uma forma mais abundante, e não
menos diferente, do que fala a Bíblia.

Parece que o lema eu nasci para comandar e mandar tem tomado espaço nos
corações dos que foram chamados para servir. Logicamente se respeita e se acata as
funções e ministério de liderança, onde o seu papel se tem como muito importante,
porém não sobrepondo aos demais; onde se pesa a mesma responsabilidade, pois o
Dom Supremo dado pôr Deus, o Espírito Santo, detém o poder de dar ou se manifestar
de diversificadas maneiras e nas mais diversas pessoas, conforme o apraz.

Assim que, nada temos de nós mesmos, pois tudo é dEle, a obra bem como o obreiro.
Se escuta o cambiar ou a desarmonia da vocação, de responsabilidades com a de
privilégios; sou cabeça e não cauda, mas o que não pensam é que devido a tamanha
responsabilidade que ser o cabeça trás, é que se existe após, a condição de levar o
corpo, direcionar o corpo; isto faz com que muitos, as vezes, desejem ser um pouco
cauda; isto para serem ou terem seu tempo de serem conduzidos e direcionados.

O que também é bom lembrar é que os ataques sempre são na parte vital do corpo, 1
e talvez não seja tão ruim assim ser ou ter a posição de cauda, não que haja uma
covarde aqui, mas sim um pensar humano; tanto porque, todos tem o seu devido
lugar e sua devida função no corpo; não é em vão que Deus, através do Dom Supremo,
determina o que cada um terá ou será na missão. Responsabilidades e privilégios se
completam, bem como o gozo do trabalho, sendo este onde for deve preencher
nossas vidas.

A nossa salvação e alento se baseia na pessoa de Cristo Jesus, o cabeça do corpo. Pôr
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Ele fomos chamados, vocacionados, direcionados e preparados. “Aquele que


começou a boa obra, é fiel em completa-la” Gal. 1 verso 15; Rom 8 verso 28 a 30;
Hebreus 12, versos 2,3,11. Esquadrinhar uma teologia ministerial não deixa de ser
uma tentativa de se tentar falar ou referir-se num mundo de percepções que se dão
com muita sensibilidade espiritual.

Sendo então que, nós nos atamos, em poucas partes deste todo, mas que
demonstram um esboço da teologia pastoral. Teologia Ministerial implica também os
vários ministérios manifestados, como numa engrenagem, a engrenagem do Reino,
onde junta as peças, todas são de importância relevante para o bom desenvolvimento
da missão da igreja (missio eklesia), seja liderança, louvor, evangelismo, educação,
pastoreamento, misericórdia, intercessão etc.

A Ênfase do Ministério Pastoral


O homem não pode criar um relacionamento com Deus no sentido de conhecimento,
pois isto seria contraditório sendo o homem criatura limitada. O conhecimento de
Deus pelo o homem somente se manifesta se o próprio Deus se der a conhecer. Mas
2 este princípio, de aventurarmos a fazer teologia, se dá mediante a revelação de Deus;
revelação esta que o homem procura sempre acrescentar ou desvirtuar.
O que é axiomático é a realidade de que Deus se revelou ao homem dando
demonstração de amor e desejo profundo de relação. “O homem traz em si mesmo o
sentimento ao intranscedente, absoluto e como diria Barth em sua teologia, ao Deus
totalmente outro”. Ao que afirmamos, que o homem tem em si mesmo a prova desta
revelação que é este desejo a Deus e este sentir de buscá-lo, Santo Agostinho chama
de “semem religionis”.

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O homem tem em si isto, uma prova de sua revelação no homem e ao homem, além
de muitas outras já conhecidas como a revelação natural, moral, escrita, encarnada e
cultural, como dogmatismo já definido na teologia sistemática. Mas o que é
importante ressaltar, e nem mesmo temos o que mais comentar, é que tudo que
somos ou temos vem dEle.

Jesus Cristo é a máxima revelação de Deus, expressão plena de seu amor para com o
homem Nesta conclusão, observamos que Deus tem o homem como o mais
importante seja ele quem seja ou como esteja. Assim a Bíblia traz referencias do seu
IDE, visando o homem, objeto de seu amor. Neste contexto, de que Deus deseja este
relacionamento podemos rever dados bíblicos para formação de uma teologia
pastoral. Pôr exemplo: Quando a Bíblia traz palavras do próprio Jesus “ Eu vim para
...”, Meu Pai me enviou para ...”, Eu fui enviado para ...”.

“Os termos mais importantes ou destacados são enviar ou vir, e são termos usados
constantemente. Os apóstolos estão sempre envolvidos a estes termos que sempre,
também, os estão usando, como é o caso de Gálatas 4:4 Quando chegou a plenitude
dos tempos, Deus enviou a seu Filho...; e o caso de I Jo 4:9 NEle se manifestou o amor 3

de Deus pôr nós, que enviou seu Filho único ao mundo para que vivêssemos pôr Ele”.
A questão teológica está aplicada num contexto; vir revelação e vir escatológico.
Referindo-se também a um constante vir no sentido de sempre estar se adorando e
servindo, pois a Divindade está sempre neste relacionamento do céu para com a terra;
e neste vir, de revelar-se e de se manifestar escatológico (Ap 1:7; 22:7; 22:17,20; 1:4-
8; 4:8). Além destes versos outros permeiam a idéia de vir, ir, sair, e o ofício
sacerdotal, (Jo 7:16; 5:36; Mt 9:13; Jo 10:10; 12:46). Assim descreve o comentarista e
escritor: “Como o ser envolve a totalidade do universo assim também o vir envolve a
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totalidade do ministério cristão.

No decorrer de sua mensagem ou do desenvolvimento de sua reflexão vemos um


tempo onde a igreja se torna instrumento desta missão, sendo ela capacitada,
comissionada e enviada pôr Jesus Cristo. Estes textos acima fazem uma referência
específica a Jesus e a Missio Dei, mas a igreja passa a receber referência que agora a
responsabilidade lhe pertence, e as citações bíblicas são a ela direcionadas. Jesus os
deu o nome de enviados, Apóstolos (Mt10:2, 5, 6 ...; Mt 28:19; Jo 20:21.

Pôr outro lado é muito bom, e necessário, ressaltar a teologia pastoral que além de
bíblica e cristocêntrica, que logicamente não poderia de deixar de ser, tem sua ênfase
caracterizada, está pôr alguns pontos, que são eles: “Proclamação, Ensino, Serviço,
Comunhão, Profecia e Adoração”.

Ensino. Este é o aspecto disciplinar e formativo da igreja. Era a primazia do


ministério de Jesus. Mt 4:23; 9:35; 7:29; Mc 1:22; 9:31; Lc 19:47; Jo 7:14; At 15:35;
Col. 1:28.
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Proclamação. Este tem a ver com o aspecto “kerigmático” da igreja. Esta
afirmação é enfática e axiomática pois nada, ninguém ou até qualquer instituição
tem tamanho privilégio de ser proclamadora do Reino de Deus. O Dom maior,
Espírito Santo, com suas ferramentas, são presentes para a igreja cumprir o seu
ministério. Mt 4:23; 9:35; 10:7; Mc 16:15; Lc 24:47; Jo 20:21-22; At 1:8; 10:42;
Rom 10:8-17.

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Serviço. Ressaltamos aqui o aspecto diaconal (Diaconia é a palavra grega para
serviço) Mt 9:36; 25:31-46; Lc 10:25:37; Jo 1:14; At 2:44-47; Gal 6:9-10.

Comunhão. Esta palavra deriva do grego Koinomia, denota um pensamento


homogêneo dos que se dizem cristãos e fazem parte de um mesmo corpo; é uma
convivência e edificação. Mt 18:15-22; Rom 13: 8-10; I Cor 13:4-7; 1.Jo 1:7-11; Jo
17; At 2:42.

Profecia. A igreja nunca poderá deixar este aspecto, pois faz parte de sua
natureza mesma, ser profética. Aqui se mostra ou se ressalta a igreja como a boca
de Deus no sentido a denunciar o pecado e suas formas ou estruturas de pecado,
tanto individual como organizado. Mt 3:7-10; 14:1-12; 23:13-36; At 4:18-20; 5:27-
32; 22:26.

Adoração. Como um dos principais privilégios da igreja, e função, é ser


adoradora. A igreja é uma comunidade de louvor, exaltação e adoração. Mt 28:17;
Lc 22:31- 32; Jo 4:20-23; Jo 17; 1. Cor 14:23-25; I Tim 1:1-4; Ez 22:30; Ap 7:9-12;
22:9. 5
Aqui desenvolvemos uma teologia que não se aplica sem a atividade da igreja. Cabe
a igreja entende-los e realiza-los, jamais negligencia-los. A primazia deste ensino e
teologia logicamente vem da Teologia Pastoral.

O Ministério Pastoral à Luz da Bíblia


Mayhue sublinha que, se aplicarmos o paradigma do consumismo ao ministério
pastoral, o raciocínio será: “Aquilo que as pessoas querem, a igreja deve oferecer.
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Aquilo que as igrejas oferecem, os pastores devem ser treinados para fornecer”.
Resultado disso será uma concepção do ministério pastoral não condizente com a
Bíblia e o fim previsível é: “que dentro de uma geração, ou no máximo duas, as igrejas
perderão a vida e a direção espiritual”.

Infelizmente, se houver disposição e coragem para fazer uma análise do cristianismo


hoje, perceberemos que as palavras de Mayhue têm se tornado, cada dia mais, a triste
realidade de nossas igrejas. Elas não têm resistido às pressões culturais e seculares.
Em vez de transformar o mundo, como assinala o apóstolo Paulo, em Romanos 12:2:
“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da
sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus”, o que se vê é: confusão generalizada acerca da definição
do que é ser evangélico; escassez de liderança bíblica na igreja; crescimento numérico
positivo, mas descompromissado com a fé e a vida cristã e troca da orientação bíblica
pela pesquisa de mercado no ministério. Em síntese, ocorre reinante substituição das
“coisas que são do alto”, como ensina o apóstolo Paulo em Colossenses 3:1-2, pelas
coisas que são terrenas.
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Em consequência dessa substituição, valores não cristãos são verificados dia a dia nas
igrejas e na vida dos cristãos, de maneira que, em vez de procurar servir uns aos
outros, muitos buscam o sucesso. O elitismo, oposto à comunhão cristã, tem reinado
entre nós. A política que contradiz a Palavra de Deus tem sido, a cada ano, mais
evidente entre os evangélicos. No lugar do altruísmo, vemos divisão, competição,
busca de riquezas e avareza, opostas ao ensino de Cristo, que é: “Busquem, pois, em
primeiro lugar o Reino de Deus” (Mt 6:33).

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Esse desagradável quadro do cristianismo também é fruto da omissão do ministério
pastoral, considerando que, dentre suas funções, é incumbência do pastor “viver” a
verdadeira vida com Deus, por meio das Escrituras Sagradas, e “ensinar” isso à igreja
de Jesus. Mas, em muitas situações, o ensino das Escrituras tem sido deixado de lado,
porque muitos pastores já não têm a Palavra de Deus como centro de suas vidas e de
seu ministério.

Como esse comportamento é habitual na vida de muitos pastores, eles têm


substituído a Bíblia por técnicas litúrgicas motivacionais para “encherem” suas igrejas.
Alguns se veem como artistas, profissionais de mídia, empresários, psicólogos,
advogados e intelectuais, do que resulta um ministério caracterizado pela busca de
evidência e posição social, dentro e fora da igreja. Alguns chegam a denominar a si
mesmos a verdadeira elite do pastorado, esquecendo as palavras de MacArthur: “*...+
O chamado daqueles a quem Deus designa como líderes não é para posição de reis,
mas de humildes escravos; não de celebridades refinadas [...] nenhum líder de igreja
tem o direito de se considerar elite pastoral”.
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Para estes, as palavras de MacArthur devem ser rememoradas: “O pastoreio exige um
homem íntegro, piedoso, dotado de muitas habilidades. Ainda assim, ele deve manter
a atitude e a postura humilde de um menino pastor”. Está explícito que, “os que forem
liderar o povo de Deus devem, acima de tudo, ser exemplo de sacrifício, devoção,
submissão e humildade”.

Ainda nesse contexto, vale recordar que o termo “ministério”, no grego, aparece em
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sua maioria como “Diakonia” e é traduzido como “serviço”, “aquele que serve”.
Portanto, na junção dos termos “ministério” e “pastoral”, concebemos que se trata
de uma atividade em que a pessoa envolvida deve estar consciente de que só pode
exercer esse “ministério” se estiver disposta a servir, e isso só ocorrerá se houver
humildade. Esse líder deve se preocupar com conteúdos teológicos, ter consciência
política e de cidadania, mas não pode esquecer-se de ser exemplo de moralidade.
Quando a atitude ensinada por MacArthur não permeia o ministério pastoral, isso
acaba gerando um estilo de pastorado terreno, não fundamentado nos princípios
bíblicos. Diante dessas considerações, cabe destacar nossa preocupação de definir o
ministério pastoral, não a partir do nosso próprio conhecimento e exame, mas tendo
como princípio fundamental o que as Escrituras Sagradas ensinam a respeito dessa
atividade.

Definição e Implicações do Pastorado


É relevante lembrar que a Bíblia também utiliza outras palavras que, se não forem
bem entendidas, podem confundir a compreensão do termo “pastor”. Prova disso é
que, a partir delas, há diferentes sistemas de governo nas igrejas cristãs da atualidade.
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Episkopos (Bispo)
Uma dessas palavras é “bispo” ou “supervisor”, que no grego aparece como
episkopos, significando “direção”, “supervisão” e “vigia”. Da leitura do artigo de
Beyer, percebemos claramente que esse termo não foi de uso restrito da igreja nem
dos escritores Neotestamentários. Tratava-se de palavra aplicada no grego clássico
aos “deuses” que demonstravam proteção e cuidado pelos homens. Nesse mesmo
sentido, episkopos era empregada a homens que exerciam funções de vigilância e
proteção. Por isso, nos séculos 4 e 5 a.C., os funcionários do governo também eram

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chamados de episkopoi. Segundo Beyer comentando a acepção do termo no período
do Antigo Testamento, não se aplicava a ele conotação religiosa, ainda que a
Septuaginta tenha traduzido o hebraico ‘El (Deus) por episkopos, em Jó 20:29.14.

Certamente é no Novo Testamento que deparamos com a aplicação de episkopos à


liderança da igreja e a Deus, quando o termo é traduzido por “bispo”. Exemplo disso
está em Atos 20:28: “Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o
Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus, que ele
comprou com o seu próprio sangue”. Igualmente, lemos em Filipenses 1:1: “Paulo e
Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em
Filipos, com os bispos e diáconos”. Além dessas passagens, o termo pode ser lido nos
escritos paulinos de ITimóteo 3:2-5 e Tito 1:7. Com referência a Deus, o texto de
lPedro 2:25 é explícito: “Pois vocês eram como ovelhas desgarradas, mas agora se
converteram ao Pastor e Bispo de suas almas”.

Percebemos, à luz desses textos, que o termo em sua origem não destacava a pessoa,
mas a função de servir o rebanho e cuidar dele, como rebanho de Deus. Além disso,
as mesmas exigências aplicavam-se tanto ao “bispo” como ao “presbítero”, como 9
veremos a seguir, demonstrando, assim, que eram termos diferentes, mas com
conteúdo sinônimo.

Presbyteros (Presbítero)
Esse termo é traduzido do grego para “presbítero” e “ancião” ou “mais velho”. Ele
designava uma pessoa com idade mais avançada em relação ao grupo. Segundo
Bornhkamm, o termo presbys era, na constituição de Esparta, um título político e
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designava o presidente de um colégio.

Em algumas situações, os presbyteroi tinham funções administrativas e judiciárias. Em


geral, o escolhido para o exercício do presbiterato era um ancião. Entretanto, no
judaísmo, e posteriormente no cristianismo, “presbítero” passou a ter dois sentidos:
o de ancião e o de quem exercia determinado ofício, cabendo-lhe a direção nas
reuniões e a representação do povo nos concílios superiores, como lemos em IReis
8:1: “Então o rei Salomão reuniu em Jerusalém as autoridades de Israel, todos os
líderes das tribos e os chefes das famílias israelitas, para levarem de Sião, a Cidade de
Davi, a arca da aliança do Senhor”.

Infere-se, daí, que os “anciãos” — zãqenei no hebraico, e presbyteroi, no grego —


eram dignos de honra e autoridade. Por essa razão, foram eles os solicitantes de um
rei para Samuel (ISm 8:4) e sobre eles repousava a escolha dos que governariam Israel.
Paulo, em ITimóteo 5:17, afirma: “Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos
de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino”.
Notamos nesse texto que os presbíteros, à semelhança dos zãqenei (anciãos de
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Israel), eram dignos de honra e, com isso, considerados autoridades na igreja cristã,
como lemos em Atos 15:6: “Os apóstolos e os presbíteros se reuniram para considerar
essa questão”.

Cabe-nos, a partir dessas explicações, continuar nosso estudo enfocando o termo


“pastor”. Antes, porém, é relevante indagar se “bispo”, “presbítero” e “pastor” são
termos distintos, para o que nos reportamos a Stitzinger: "As Escrituras são bem claras
quanto ao fato de que esses títulos dizem respeito ao mesmo ofício pastoral. Os

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termos “ancião” e “bispo” são sinônimos em Atos 20:17 e Tito 1:5-7. Os títulos de
presbíteros, bispo e pastor são também sinônimos em lPedro 5:1-2. A função de
liderança dos presbíteros é também evidente na atividade pastoral de Tiago 5:14-26."

Poimnê (Pastor)
O termo “pastor”, no grego, aparece como poimên, e seus derivativos são poimnê e
poimnion, cuja tradução é “rebanho”. Além desses, também encontramos poimanô,
traduzido por “pastorear”, “cuidar”. Outra palavra encontrada no texto bíblico é
archipoimên, que pode ser traduzida por “sumo pastor”, “pastor principal”.

No grego clássico, poimên (pastor) era título de honra aplicado a soberanos, líderes,
governantes e comandantes dos exércitos gregos. Ao que parece, esse entendimento
do termo em análise não se restringiu ao período do grego antigo, mas chegou até o
apóstolo Paulo, que emprega palavras denotando o privilégio e a honra dos que
exercem o ministério pastoral na igreja de Cristo.
Governante (lTs 5:12; lTm 3:4-5; 5:17);
Embaixador (2Co 5:20);
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Defensor (Fp1:7);
Ministro (1Co 4:1);
Exemplo (lTm 4:12; IPe 5:3).

No hebraico, o termo equivalente a poimên é rã â (pastorear, apascentar). Segundo


White, esse termo ocorre mais de 160 vezes no Antigo Testamento, sendo mais
comum a forma participial rõeh, traduzida por “pastor”, em referência àquele que
cuida dos animais domésticos e os alimenta. Isso porque a ocupação mais comum
naquele período e nos dias de Jesus na Palestina era o pastoreio. A primeira vez que
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a palavra aparece é em Gênesis 29:7-9,30 traduzida por “alimentar” ou “apascentar”.

À luz desse texto, percebemos que se esperava que o pastor conduzisse suas ovelhas
ao abastecimento de água. Podemos ter uma compreensão não muito adequada
dessa profissão pensamos se tratar de um pastor que cuidava de poucas ovelhas, mas,
se tomarmos o relato Lucas 15:1-7, notaremos que, em geral, o pastor se encarregava
do cuidado de um número razoável de ovelhas.

Fato é que o judaísmo posterior fez distinção entre pastores. Depois do exílio, os
rabinos farisaicos passaram a desvalorizar a ocupação de pastor. Eles se tomaram
suspeitos de desonestidade, e os homens piedosos foram proibidos de comprar-lhes
lã, leite e carne. Os privilégios cívicos eram negados aos pastores, como também aos
publicanos. Jeremias, ao comentar as profissões desprezíveis para os israelitas, no
período neotestamentário, inclui a de pastor.

No que se refere aos pastores, sua imagem simpática que conhecemos através da
pregação de Jesus é certamente um fato isolado; a literatura rabínica contém, quase
12 sempre, opinião desfavorável a eles, com exceção dos textos que, desenvolvendo
passagens do Antigo Testamento, apresentam Yahweh, o Messias, Moisés, Davi, como
pastores.

Com o mesmo raciocínio, Bailey, ao comentar a parábola da ovelha perdida, que,


segundo supomos, foi endereçada aos fariseus, observa que Cristo, ao utilizar a figura
de um pastor, intentava causar choque em seus primeiros ouvintes, visto que
consideravam imundos os pastores. Todavia, Daniel-Rops pontua que muitos

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louvavam essa profissão. Além disso, há inúmeras referências de consolação
espalhadas pelos salmos e nos profetas Pós-exílicos que destacam a importância do
pastor.

A profissão de pastor não era fácil como se pode pensar. Eles deveriam cuidar
incansavelmente dos animais indefesos e sua “devoção ao dever era posta à prova ao
montar-se guarda sobre o rebanho, noite após noite, contra as feras e os salteadores”.
De dia eram consumidos pelo calor; e à noite, pela geada dos campos palestinos.
Hienas, chacais e ursos apareciam com frequência, não sendo incomum a luta entre
o pastor e uma fera selvagem. Daí não serem apenas figura de linguagem as palavras
de Jesus: “O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10:11).

Por essa razão, não podiam dormir muito, faziam escalas entre si. Isaías 56:10-11
assinala que os pastores eram considerados atalaias, e a crítica de Deus, por meio do
profeta, consistia no fato de que eles eram sonhadores preguiçosos e que gostavam
de dormir. Pastores com atitudes incompatíveis à ocupação pastoral são
desconsiderados por Deus como tal. Os pastores compromissados com sua profissão,
em vez disso, construíam apriscos com paredes de pedra ou de madeira, com altura 13

suficiente para que animais predadores não pudessem saltá-las e devorar as ovelhas.
Do que foi dito até aqui, a partir da definição de “pastor” (poimên) aprendemos que
o termo aplicava-se a funções importantes, como as de governantes, generais e
ministros. Por isso, ao se referir aos pastores, Paulo os denomina “embaixadores” e
“ministros”, por exemplo. Infere-se daí que o “pastor” ocupa lugar de destaque nos
textos paulinos, como ocorre em 2Coríntios 5:18, onde lemos que Deus escolheu
reconciliar consigo os crentes através de Cristo, em que o ofício de pastor ocupa lugar
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importante no ministério de proclamar a piedade.

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