J F Almeida Prado - o Brasil e o Colonialismo Europeu
J F Almeida Prado - o Brasil e o Colonialismo Europeu
J F Almeida Prado - o Brasil e o Colonialismo Europeu
E O
COLONIALISMO EUROPEU
Exemplar 1642
1956
Obra executada nas oficinas da
São Paulo Editora S/A. - Rua Barlio de Ladário, 226
Fones: 9-9087 e 9-9932 - Siio Paulo, Brasil.
BIBLIOTECA PEDAGóGICA BRASILEIRA
SÉRIE 5.ª * B'R A S 1 L 1 A N A * VoL. 288
J. F. DE ALMEIDA PRADO
*
O BRASIL
E O COLONIALISMO
EUROPEU
*
Em preparo:
S. Vicente e as Capitanias do Sul do Brasil.
EDIÇÕES DA
*
Fontes Primárias para o Estudo dos Descobrimentos e Povoa-
ção do Brasil. Conferências publicadas pela "Faculdade
de Ciências Económicas de S. Paulo. S. Paulo 1948.
Aperçu de l'Histoire du Brésil.
Aspects de l'Histoire de St. Paul, in col. Le Brésil Actuel,
Rio 1955.
lllEftSIBIDE PfilEftll D~ .810 OE JllEll
CEll1llD • .!.Dff'rA C8lclAs HUMMAS
WMLióJECA
N9 I _:-- -oAlA
L. V. GIOVANETTI
P. MARIA BARDI
CLAUDE BLUM,
a sua vontade & por sahir dali ricos, ainda que a risco
de perder tudo em hum dia", caso desagradassem ao
régulo. Bastava êste antipatizar com o traficante ou
sentir. apertos de dinheiro, para despojá-lo.
André Alvares de Almada cita os lançados quando
estavam a serviço de Portugal no tempo em que escrevia
o Tratado Breve: "H o;e atravessam ~stes portugueses
lançados todos os rios e terras de negros, adquirindo tudo
que acham para os navios de seus amigos, franceses e
ingleses em tanto que ha homem nosso que se meteu
pelo sertão até o reino do Gran-Fulo e dele manda muito
marfim ao rio de Sanagá. Este lançado portugues se foi
ao reino do Gran-Fulo por ordem do Duque de Casão,
que he um negro poderoso no rio de Cambia. . . e na
corte do Gran-Fulo se casou com uma sua filha, da qual
teve uma filha e chama-se João Ferreira, natural do
Crato".
As informações de Almada - êle mesmo africano
e homem de côr - são particularmente úteis pela sua
geral exatidão. O que diz dos Jalofos e mais grupos
Ilnguísticos do centro da África, entre outros, foi con-
firmado por modernos escritores franceses, que se inte-
ressaram pelo gentio das suas possessões equatoriais.
Até a maneira de grafar "uns fulas pretos chamados
tacurores", de Almada é dos cronistas antigos a que
mais se aproxima da atual designação francesa das tribos
Toucouleurs. Além dêsse cuidado outros mais se ved-
.ficam na sua pena, que nos permitem ter fé nas suas
informações, fato incomum nos autores antigos quando
versam regiões pouco conhecidas. Através dos seus es-
critos ficamos informados a respeito da data em que
franceses e ingleses começaram a se infiltrar no litoral,
e a razão pela qual recorreram a rivais lusos para obte-
rem dados sôbre a região. Na falta de compatriotas
conhecedores da Af rica tinham de apelar pelos seus mais
antigos conhecedores, cujo ânimo aventureiro era com-
64 O BRASIL E O roLONIALISMO EUROPEU
• o
comemorativo do
IV CENTENARIO DA BAHIA
4.ª Secção
Alegrias e Pesares de Uma Educadora
Alemã no Brasil
. ..
Publicado na revista "Anhembf', S. Paulo, a partir de junho
de 1955.
Reflexos do Colonialismo Europeu
no Brasil
oltura interveio outro naturalizado, de outra origem "o Sr. Coronel Dr.
7
Repetia-se mais uma vez com êle o que não raro sucede
aos de sua casta quando entram na maturidade.
Como eu esperava, decorreu a anunciada conferên-
cia inçada de incidentes desagradáveis, sob formidável
assuada do público. Cendrars divertiu-se à grande, pre-
sente aos acontecimentos, entusiasmado com o "discer-
nimento e gosto" do público paulistano. Ocorreu no
caso equívoco por parte do empresário, que não se pode
qualificar divertido se nos colocarmos no ponto de vista
marinetiano. Na sofreguidão reclamística de que se
achava possuído, desandou êsse agente a publicar que
Marinetti era o homem mais vaiado do mundo, com
pormenores aliciantes a respeito, em que avaliava em
muitas toneladas os legumes, ovos e outros gêneros os
projetis que o poeta revolucionário, renovador e inovador
recebera na sua prodigiosa carreira. Tanto fêz, que o
público à noite se dirigiu ao Casino persuadido que ia
a uma palhaçada de sa6or especial e tratou de se prover
de legumes e ovos pôdres, quando se dirigiu ao local
da conferência, a ponto de se tornar necessária inter-
venção da polícia para retirar Marinetti coberto de
detritos no palco.
Cendrars rejubilava. Narrava pormenores do con-
corrente dégommé, que viera aborrecê-lo em S. Paulo,
mas saira corrido. "En somme l'unique chose d'inte-
ressant qúil avait autrefois c'etait l'argent. Il parait
qu'il en à moins. Il lui venait d'un Pacha d:Egypte à
qui sa mere avait persuadé qu'il etait son fils." Dêsses
acontecimentos, destacava-se o choque de mentalidades
entre o suíço-francês e o egípcio-italiano, ambos asso-
berbados por nativismo pátrio, sob forma de aproveitável
lição. Daí por diante comecei a observar mais atenta-
mente tpdo o egoismo, presunção e incomensurável vai-
dade européia e avaliei o perigo que para nós re-
presenta.
Um Poeta Safadinho
p
N
Palliere, A. - 153, 249.
Nan Agontinê - 138. Pagliarini - 97.
Napoleão I - 143, 145, 197, Paula Camargo, Capitão Fran-
228, 229, 274, 293. cisco de - 321, 322.
Napoleão III - 17. País Leme - 153.
Palmerston, Lord - 159, 186.
Neiva, Artur - 317. Paulo 1 - 93.
Nelson - 61. Paraíso, Inácio - 63.
Nicolau - 140. Paiva Manso, Visconde de -
Niccodemi, Dário - 393. 50.
Neville Henderson - 443, Piacenza, Dionígio Carli da
455. - 54, 66, 105.
Neves, Joaquim das - 209. Pedra - 283, 294.
Nitti, Francesco Savério - Pedro O Grande - 271.
306, 310, 365, 370, 375, Pedro I - 91, 183, 257, 283,
380, 382, 383, 384, 386. 321.
Nittí, Francesco, Sobrinho - Pedro II - 32, 33, 118, 185,
367. 186, 213, 235, 255, 283,
Nogueira da Gama, Jacinto 325.
- 294. Penteado, António - 337.
474 O BRASIL E O COLONIALISMO EUROPEU
TOMAS ENDER
de
J. F. DE ALMEIDA PHADO
[ 480]
menção, o da família real vista por uma francesa de passagem
pelo Rio de Janeiro".
P!ETRO MARIA BARDI.
Diretor do Museu de Arte de S. Paulo.
[ 481]
"O livro nos faz refletir sôbre inúmeros problemas de arqui-
tetura, urbanismo e vida social brasileiros. A respeito de nossas
coisas não conhecemos outro no gênero com os mesmos carac-
terísticos. Incita ao pensamento e à discussão do modo mais
elevado e proveitoso".
Luís SAIA. E. P. de S. Paulo.
Diretor do D. S. P. H. A. N. de São Paulo,
[ 482]
sabe o estudioso o que mais admirar, se a fascinante sene de
desenhos brasileiros do artista austríaco, se as achegas do autor,
e, especialmente, as suas revelações sôbre faces políticas e sociais
do ocaso da dominação portuguguêsa no reinado de D. Maria 1
e regência de D. João. Recorrendo a arquivos epistolares, à cor-
respondência de enviados estrangeiros, ao Diário Intimo de Pal-
liêre, a cartas secretas de D. João VI e à autobiografia do próprio
Ender, o A. lança jorros de luz, esclarecendo desvãos e recessos
não considerados ou mal conhecidos dos historiadores".
CARLOS RrssINI.
última Hora.
[ 483]
"Trabalho interessantíssimo e da maior importância por incluir
assunto capital em etnologia, que é o estudo dos choques cultu-
rais. A contribuição trazida pelo livro de Tomas Ender, nesse
pouco conhecido setor das letras históricas brasileiras, foi das mais
valiosas e oportunas. A documentação em grande parte inédita
de vários capítulos, o modo como é analisada, o extraordinário
poder de síntese do A., a sua clareza e concisão, tomam o Tomas
Ender inestimável dádiva à historiografia e sociologia brasileiras
(a que poderíamos também acrescentar a etnologia histórica), em
que nada encontramos que lhe possa ser comparado".
HERBERT BALDUS. - Museu do lpiranga.
Lente de Etnogrnfia do Instituto de Sociolo-
gia de S. Paulo. Doutor em Filosofia e
Letras pela Academia de Berlim.
[ 484]