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Danilo Coppini
© 2015 Danilo Pereira Coppini
Editor
Francisco Facchiolo Lima
Coordenação Editorial
Francisco Facchiolo Lima
Organizador
Danilo Pereira Coppini
Revisão
Danilo Pereira Coppini
Design Gráfico
Francisco Facchiolo Lima
Arte da Capa
Néstor Avalos
Índice.....................................................................................................3
Dedicatória............................................................................................4
Introdução.............................................................................................5
Lenda.....................................................................................................9
Exu – Entre o Cosmos e o Caos............................................................13
A Natureza da Quimbanda Brasileira.....................................................29
O Ego, Exu e a importância dos Rituais................................................33
A Ancestralidade e o Caminho Negro de Exu........................................40
Exu e a Comunicação através dos Búzios..............................................51
Búzios de Exu.......................................................................................59
Ataque e Defesa Astral - O Conceito.....................................................78
Procedimentos fortes para limpeza energética e combate astral..............93
Os Pós da Quimbanda.........................................................................101
A Quimbanda e o Uso de Drogas.........................................................113
O Sopro da Quimbanda.......................................................................120
Okutá - O Coração de Exu.................................................................122
O Poder da Cabaça...............................................................................129
O Tridente ou Garfo de Exu e Pombagira.............................................133
A Capa de Exu....................................................................................145
Fazendo um Patuá de Proteção.............................................................148
A função dos punhais e adagas no culto de Exu....................................154
Fortalecendo a Relação com Exu - Construindo o Templo Interior........163
Buscando Forças com Exu Pantera Negra..............................................167
Trabalhos Espirituais realizados na Sexta-feira Santa............................174
Pedido de Proteção feito com Vela.......................................................185
Trabalho com Exu Chama Dinheiro no dia 31 de Dezembro..................188
Trabalho de Morte aos Inimigos Ocultos com o Exu Gira-Mundo.......194
Bibliografia.........................................................................................199
Dedicatória
Anauê Yawara!
Laroyê Exu!
Se plantarmos a Árvore da Quimbanda e a tratarmos com amor
e dedicação colheremos a Luz através dos frutos da verdade. Não
poderíamos sorver tais frutos sem nos lembrarmos dos Mestres
que nos ensinaram. Eteuá Exu Pantera Negra! Sem o Senhor em
nossas vidas dificilmente teríamos tamanho êxito em nossas sendas
evolutivas e consequentemente, dedicamos a Ti esse fruto que
adentrará na vida de muitos adeptos. Também dedicamos à grande
Mestra Sete Saias, cujos ventos abriram todos os caminhos para
nossas realizações.
5
está relatado é fruto de anos de pesquisa onde resultados positivos
e negativos alicerçaram nossas certezas. Sentimo-nos honrados
em passar adiante o que os espíritos e os mestres encarnados nos
ensinaram.
6
corrompidas e manipuladas ao longo dos séculos como forma de
favorecimento individual e coletivo.
Salve a Quimbanda!
Salve Exu!
7
Lenda de Exu da Mata
9
A natureza assumiu as dores das sementes de seus filhos e netos
durante muito tempo, mas o homem branco usou tipos de feitiçaria
que desconhecíamos e isso veio com os índios que eles enfeitiçavam
e soltavam na boca da mata!
Foram espertos, pois sabiam que nós os receberíamos em festa!
Assim colocaram doenças dentro das tribos e nem o Grande Pajé
soube como curar...
Mas Pajé de verdade nunca abandona sua tribo
e a noite decidiu se encontrar com Anhangá no meio da floresta.
Anhangá, Senhor das Trevas, chorou sangue e disse ao Grande Pajé:
- Cobra tem veneno, mas morre com paulada. Pegue bons
guerreiros e filhas e filhos e corte esse mato. Para os doentes;
cipó, muito cipó fervido e os pós para dentro e para fora. Pegue
os mortos e enterre-os dignamente, mas em buracos opostos as
novas trilhas. Assim homem de longe se perderá pelo cheiro.
Quando alcançar grande distancia e chegar acima dos Grandes
Rios monte suas casas novamente e, em silencio, aguarde até o
dia em que espíritos de brancos e vermelhos saibam conviver no
mesmo espaço. Até lá, enterre o pó da carne no pé do Chorão
e lamente-se pelos que não tiveram forças para enfrentar a guerra.
Daqui onde eu moro, receberei e abrirei os caminhos para todos
os vermelhos e permitirei que a tribo honre seus nomes.
Quando em dúvida estiver, siga a pegada da onça e se na noite
Se perder, peça pela onça negra!
Eteuá, Pajé, filho da floresta, leve seu povo!
E assim o Grande Pajé conduziu seu povo pela trilha das serpentes
e desapareceu mata adentro. Não tardou o homem branco chegou
onde era a tribo, mas só encontrou a própria morte vinda pelos
menores seres que existem.
Salve o Povo da Floresta!
Anauê Povo que Voa! Anauê Karajá! Anauê Anajé! Anauê Aondê!
Anauê Andirá!
10
Abram os Portais e venham
receber o sacrifício
O sangue que escorre pela
faca purifica o fiel e
O profano mata!
Exu – Entre o Cosmos e o Caos
Definições (resumo):
13
profundidade.
• São as formas.
• É disciplinado.
Caos X Cosmos
14
energética forte o suficiente para causar grandes mudanças, já a ação
do Caos é violenta ao ponto de modificar o fluxo inicial de qualquer
sistema, mesmo sendo através de adventos simples.
Vamos exemplificar:
15
maneira, entendemos que devemos percorrer certas ‘trilhas’ para a
real compreensão acerca da dimensão da palavra Exu (em ambas
polaridades) e sua ação comunal e individual diante ao Cósmico
e ao Caótico. Para isso procuramos as respostas em todas as vias e
esmiuçamos o que já é consolidado nos ricos campos da Tradição para
após dissertarmos sobre a formação e ação do Exu de Quimbanda.
16
Primeiro caminho: Èsú e sua Natureza dúbia.
Bara (um dos nomes de Èsú) anda com segurança, cheio de domínio,
ora para a direita (que representa o Cosmo e a causualidade), ora
para a esquerda (que representa o Caos e acausualidade). O mesmo
ser tem livre aceso e domínio (Senhoril) de ambas as polaridades.
É importante entendermos esse conceito, pois não se trata de bem
X mal e sim de masculino/positivo/dinâmico e feminino/negativo/
receptivo.
“Ele matou um pássaro ontem, com uma pedra que somente hoje
atirou!”
17
“Exu faz o erro virar acerto e o acerto virar erro”.
18
“Você quem provocou o Rei para sair do trono!”
19
cujo significado e o uso interpretativo são muito similares. Um ser
que trás a Salvação e está na Aurora, justo (Odara), cuja essência
caótica é usada para corroborar com a escalada evolutiva espiritual
e material daqueles que o buscam, bonito (Elégbára Rewá), Senhor
da Comunicação, cuja fúria pode matar e libertar a humanidade de
tudo que é ruim foi uma deidade perfeita para ocorrer o sincretismo.
• Natureza Caótica;
• Domínio dimensional;
• Ação restrita ao Plano Cósmico (físico e astral);
• Domínio da temporalidade;
• Domínio elementar;
20
• Personalidade sem traços morais;
• Ação sem julgamento de ‘Bem x Mal’;
• Aniquilação do Ego;
• Ação de protetor;
• Portador da Libertação.
21
vai agir. A frase: “Os fins justificam os meios!” tão popular dentro
do Maquiavelismo talvez seja a máxima da ação de Exu desprovida
de religião, moral ou ética. A isenção de conceitos estagnados não
significa que Exu não entenda o que é bom ou ruim para quem o
cultua, pois estaríamos na posição de escravos se participássemos de
uma religião que visa apenas destruir nossas vidas sem o intuito de
reconstruí-las de forma evolutiva. Novamente recaímos na Tradição:
“Exu faz o erro virar acerto e o acerto virar erro”.
Definições (resumo)
22
sociedade é construída por indivíduos ambíguos, contraditórios
e maus. Se não existisse uma força coerciva dificilmente esse mal
seria contido e a consequência seria a desagregação social. Viver
em sociedade é: “Abster-se reciprocamente de ofensas, da violência, da
exploração, adaptar a sua própria vontade à de outro...” Nietzsche,
Friedrich - ‘Para Além de Bem e Mal’. O que fica evidente para nós
é que seja para combater o mal ou para impor a supremacia das
massas fracas (amparadas pelas Leis protecionistas), a sociedade é
um berço onde forças tentam sufocar a seleção natural através dos
‘valores humanos’. Sociedade é disciplina, defesa de instituições e
edificadora dos valores éticos e morais. Por mais que a sociedade
seja fragmentada por grupos sociais distintos existe uma espécie de
‘teia’ invisível que os conecta. Talvez seja parte da natureza humana
viver em grupo, pois além de poder organizar seu ‘habitat social’
pode escolher suas relações, entretanto, desde que nasce as forças
de cerceamento estão em ação. Família, amigos, vizinhos, escola,
clubes, enfim, círculo sobre círculo esmaga a verdadeira natureza
individual.
23
Lembremo-nos que todos os Exus da Quimbanda um dia estiveram
sob a ação da sociedade e conviveram com suas formas de pressão.
Porque apenas certos espíritos foram atraídos para as Colunas de
V.S Maioral e outros ficaram a mercê do Sistema Escravista? Porque
a organização dos ‘Reinos de Exu’ diferenciam-se dos modelos de
sociedade?
24
Sob a ação individual, entendemos que ninguém nasce odiando
uma mulher, homossexual, judeu, cristão, etc.! Isso são conceitos
passados pelo comportamento do meio ou pela influencia familiar
(inclusive ancestral). A Misantropia é um ódio/aversão inexplicável
que se aloja em todo sistema lógico de certas pessoas ao ponto da
‘matemática’ da sociedade (geral ou determinada) não se enquadrar
nos seus conceitos.
• Homens de Barro;
• Homens de Fogo;
• Homens Medianos.
25
Colunas, os espíritos perdem certas características mundanas através
de uma profunda alquimia interna. Isso retira da essência do espírito
conceitos éticos e morais e, sem tais conceitos, deixa de existir o bem
e o mal. Então, a Sociedade que Exu vive não é baseada em pré-
conceitos. Não existem grupos circulares em ação (família, amigos,
escola, etc.) apenas os impulsos do Reino que cada espírito pertence.
26
sabemos que essa mudança foi fruto da ação desses espíritos?
Em primeiro lugar, ao analisarmos o contexto histórico veremos
quanta confusão houve até que a resistência fosse formada.
Depois disso, como essa resistência agiu. Anos mais tarde vemos
um membro dessa resistência sentado na mesma posição que os
militares ocupavam em contraparte uma parcela da população
desejando a volta do antigo sistema. Exu deu aos rebeldes o Direito
de governarem, mas ao ver que os mesmos erros estão sendo
repetidos, começou uma nova mudança através de suas ações de
natureza caótica. Greves, manifestações, ações judiciais...
27
A relação da misantropia com os Reinos de Exu ocorre na
diferenciação das Almas pós-morte física. Aqueles cuja essência está
edificada fortemente nas linhas causais não servem para as Armadas
de V.S Maioral. Apenas as Almas inconformadas, com seus ódios
externados ou silenciosos são capazes de resistir à Alquimia que será
imposta. Entendemos que o radical extremista convicto e o aluno
que sofreu anos de perseguição por ter um comportamento avesso
à sociedade podem compor as mesmas fileiras, pois seus ódios
deixarão de ser direcionados ao “X” ou “Y” e passarão agir contra
todo o Sistema Linear.
28
A Natureza da Quimbanda Brasileira
29
existe uma corrente invisível que prende-nos a valores positivos e
negativos, pois não compreender o que sentimos em relação a tudo
é o mesmo que nos prender em teias invisíveis onde os fios da moral
nos sufocam. Se o sentimento é inevitável, que seja formado com
múltiplas visões, dotado de discernimento e não esteja atrelado aos
conceitos de moral e ética da massa vigente. Exu é a semente que
estoura a terra e rompe a vida e não uma árvore que já nasce com
frutas.
30
avançado sabe seus limites e limitações.
O homem é condicionado ao instinto de autopreservação. Luta
incessantemente pela vida e pela integridade. Esse mecanismo é
regulado pela dor e pelo medo, ou seja, o homem se mantem vivo
porque cultua ambos. O medo libera a adrenalina que aumenta a
força física e expande os sentidos tais como audição, olfato e visão e
pode fazer com que o homem vá ao combate ou fuja do mesmo. O
adepto da Quimbanda aprende que avançar ou recuar nas batalhas
não é uma decisão motivada pelos sentimentos ou sensações; sim
pelo instinto predatório frio, agudo e incisivo. O Quimbandeiro
não é refém do medo, tampouco, da dor, pois entende sua natureza
e a dos espíritos que o ministram.
31
O Ego, Exu e a importância dos Rituais.
33
exato papel do ‘superego’, ou seja, criar as portas que impedem as
forças e energias subconscientes aflorarem. No superego existe a
coibição através do medo. Os cientistas alegam que o grande papel
do superego é forçar o ego se comportar de forma moral criando um
indivíduo mais próximo da ‘perfeição’.
34
descargas energéticas aplicadas sobre a Criação.
35
Percebemos que o Ego, Superego e a ID estão em intenso processo
de pressão. O Ego acaba sendo intermediador entre a ID e o mundo
externo. O Ego extrai certas forças do ID, mas deturpa-as para que se
tornem controladas. Entretanto, deixaremos de lado certos conceitos
científicos e filosofais e falaremos acerca da religião. É sabido que a
ID para nós representa o ‘Abismo Individual’ e também sabemos que
nessas fendas obscuras é que estão trancafiadas nossas verdadeiras
chamas. O que apenas poucas pessoas sabem é que para o Ego
alcançar certas regiões abismais é necessária a abertura de ‘portas’ que
trancam o acesso as mesmas. Nossa Tradição Esotérica as denomina
como ‘Portas Tranca Fogo’, ou seja, são bloqueios demiúrgicos que
não permitem alguns acessos. Como o Ego, Superego e ID estão
conectados, falamos sem receio algum que enquanto nosso Ego (Eu)
não se desprender de certos conceitos não conseguirá acessar tais
regiões. Quando citamos destruição do Ego não estamos dizendo
isso de forma literal, até porque enquanto na matéria estivermos o
Ego (Eu) desempenha o papel de sanidade e regula muitas relações.
Seria mais apropriado falarmos obscurecermos o Ego através do
despertar do potencial oculto. Alquimicamente simbolizaria o
Nigredo ou o estágio de obscurecimento e apodrecimento, a morte
espiritual que visa o despertar do potencial encarcerado, paralisando
as decisões morais e produzindo um período de descobertas
dolorosas acerca de si e do entorno. Obviamente que os estágios
posteriores dessa Alquimia Negra iriam destruir tantos conceitos e
valores que a “nova pessoa” não iria mais reconhecer a antiga. Esse
é um dos fundamentos ocultos implícitos nos processos iniciáticos.
36
Exu - Um guia dentro dos Três Subsistemas
37
extremamente importante para que essa separação não resultasse em
uma possível aniquilação interna e um constante estado de culpa.
A energia real desse trabalho fez com que a moça reprimisse seus
sentimentos deturbados e se alinhasse energeticamente de tal forma
que seu noivo, no primeiro contato que teve com ela, decidiu voltar.
O ritual feito pela Pombagira também poderia não ter gerado o efeito
desejado, mas certamente faria com que a moça fosse instruída sobre
a ansiedade, baixa autoestima e autoimagem. O ideal dos espíritos
é a ação em prol da liberdade psíquica e do constante estado de
evolução. Quando um espírito usa da Magia Obscura para atingir
um meio, certamente está ciente da ação e reação que existe em seus
atos. O rapaz noivo poderia ser dominado e voltar semi-escravizado
para a moça, mas isso não acertaria sua psique, ao contrário, criaria
uma nova doença através de uma projeção lodosa. Inúmeras variantes
poderiam acontecer no exemplo citado, mas cabe-nos a profunda
compreensão sobre a ação dos Espíritos de Exu e Pombagira no que
diz respeito ao Ego.
38
A Ancestralidade e o Caminho Negro de Exu
40
conectada à Tradição, ou seja, as conexões provém de laços energéticos
existentes nas egrégoras, por tal motivo, ocorre a necessidade de uma
iniciação formal e apresentação aos antepassados.” (Coppini, Danilo
– Quimbanda-O Culto da Chama Vermelha e Preta- Ed. Capelobo-
2015).
• O que é a Tradição?
• Como se aplica em cultos extremos como a Quimbanda?
• Quem são nossos verdadeiros ancestrais?
• O que isso influencia na jornada de um adepto?
Eis que surge uma luz: Até as religiões são cíclicas! Essa afirmativa já
era de conhecimento aberto, principalmente o que é publicamente
retratado acerca da formação da Igreja Católica (I.C.A.R), porém,
existem fundamentos formadores dessas religiões que nem as pessoas
envolvidas sabem dizer ao certo sua origem.
41
Falar de Quimbanda é retratar a história formadora do nosso
país, principalmente durante e pós-escravidão do Povo Negro.
A interatividade, muitas vezes em palcos agressivos e violentos,
criou novas relações étnico-culturais através das experiências
com as culturas ameríndias e europeias. Essa massa cultural criou
uma filosofia afro-brasileira e demarcou um novo mapa social.
Dessa forma nasceram ‘novas’ Tradições e, consequentemente, a
ancestralidade (após um período de reestruturação) começou ser
vista de maneira mais ampla.
42
• Natural
• Espiritual.
43
Não existe forma certa ou errada de cultuar Exu. Existe a forma
com a qual a egrégora absorveu a Tradição. Uma pessoa sem
Tradição não tem amparo dos espíritos. Isso é tão sério que estudos
cabalísticos apontam que a herança de nossos antepassados podem
ultrapassar as esferas genéticas e adentrar no campo dos bloqueios
(teoria dos campos morfogenéticos). “Segundo esta teoria, os padrões
de comportamento de determinada espécie (animais e humanos) são
registrados em uma memória coletiva acumulativa que é captada pelos
descendentes. Um padrão repetido muitas vezes cria um campo de força
que o faz ser facilmente repetido pelos membros daquela espécie. Desta
forma, herdamos padrões não somente de nossos ancestrais, mas de toda
humanidade.” (Escola Iniciática de Kabalah).
44
O Ritual
Nosso ritual inicia-se com a compreensão do símbolo que representa
a ancestralidade espiritual.
45
obscuras sobre a ancestralidade rasa e restritiva. O círculo ao redor
determina que esse ponto deva ser aplicado em um espaço restrito,
ou melhor, em um corpo.
A frase “Nefa Tipe! Nefa Tipe Xulo!” é uma declaração que significa
“Me livre dos inimigos vivos! Me livre dos inimigos mortos!”.
Essa expressão é uma reprodução escrita de um trecho de uma reza
indígena “Kamayurá” (anterior ao contato com o homem branco),
haja vista que esse povo não possuía língua escrita. O fundamento
dessas palavras está no despertar de nossas raízes ancestrais mais
profundas e ocultas.
Procedimentos:
46
5. Acenda sua vela e segure-a a altura do coração e faça a seguinte
oração:
“Exu na minha frente, Exu nas minhas costas, Exu à direita, Exu à
Esquerda, Exu acima, Exu abaixo, Exu em todos os lados! Proteção,
força e verdade dos meus atos!”
47
“Laroyê Exu! Cobá Exu! Alupandê Legião! Eu invoco meus ancestrais
para mudarem o rumo da minha trajetória e ao soprar a fumaça eu
exerço o direito de banir os vícios e erros assumidos pela ancestralidade
sanguínea!”
48
Agradeço a força, o poder e a glória que recebo a cada momento! Laroyê
Maioral!”
15. Levante-se, dê sete passos para trás e vá embora sem olhar para
a vela.
49
Exu e a Comunicação através dos Búzios
• As cartas;
• Os búzios norteados por ossos.
51
Existem outras formas de confirmação como a Alobaça – Oráculo
simples onde uma cebola é cortada em duas partes e jogadas para
responder positivamente ou negativamente que usamos quando
necessário.
52
Existe uma lenda Yorubá que diz que, ao contrário de outras
conchas que e quando colocadas próximas à orelha supostamente
reproduzem o som do mar, os cauris reproduzem os sons de um
mercado. Essa relação entre o mercado e Èsú também é parte de
outra lenda onde exerce o papel de supervisor do mercado do Rei
(Èsú Akesan). Outra passagem conta que Èsú, após fazer o Orixá
Ossaim vomitar o Ajé (riqueza), percebeu que o mesmo veio na
forma de búzios e tomou-o para sí estabelecendo assim a primeira
‘moeda’.
53
Um fato importante de salientarmos é que as conchas são usadas
dentro da magia e da feitiçaria pelo seu alto poder de ativar a intuição
e captar emanações subconscientes. Isso produz um certo estado de
clareza, ou melhor, uma fagulha de iluminação. As conchas também
são um símbolo perfeito para a compreensão da “Árvore da Morte”
e podem substituir a palavra Kliphot. Não abordaremos esse assunto
com profundidade, pois no capítulo que mostramos a natureza
caótica do Exu de Quimbanda já explanamos sobre o tema.
54
sociólogo e antropólogo francês Marcel Mauss que relata que
dentro da energia de um nome, existe a função classificatória e a
individualizadora. A primeira demonstra a noção de sociedade e a
segunda a individuação. Certo é que dentro da própria antropologia
moderna, o conceito “o nome é a pessoa” mostra-nos que um
nome sela o destino de um homem. Outro ponto a ser dito é que a
genética moderna disserta: “... as experiências de nossos ancestrais
modelam nossa própria experiência de mundo não somente
através da herança cultural senão através da herança genética.”
Discovery Magazine
Exu é muito mais que um nome, vai além das possíveis variantes de
entendimento, porém, devemos ter um ‘norte’ em nossos estudos.
Quando um espírito recebe o nome de “Exu Tal” certamente recebe
TODA a herança implícita no nome dessa divindade. Não significa
que a ação deve ser a mesma, até porque divergem em muitos
pontos, mas os espíritos abençoados com esse título podem recorrer
(se assim desejarem) a todo conhecimento que o título carrega.
55
deixem de existir tornando-se fundamentos. Dessa afirmativa
partiremos para um dos assuntos mais controversos dentro do
Universo de Exu: A formação de um Oráculo da Quimbanda cujo
elemento intermediário são os cauris.
56
Os búzios preparados para um Oráculo geralmente tem uma das
partes estourada. Isso faz com que a energia flua com maior ou menor
intensidade. O oráculo, assim como em outras denominações,
também é interpretado de acordo com a forma eu esses búzios caem,
ou seja, cada jogada pode ter dezenas e até centenas de variantes.
57
Sem conhecer seu Mestre Exu pessoal abre seu campo de forma
errônea e não consegue compartilhar energias. No afã de estar
no grupo, sucumbe à mistificação.
• Manipulação – O novo adepto é conhecedor de ‘Pontos
Riscados’, ‘Pontos Cantados’ e qualidades de Exu. Consciente
ou não de seu ato, manipula as energias e elege seu próprio
Exu. Esse procedimento às vezes acaba tendo veracidade, pois o
adepto se encanta pelo mestre correto, porém, a maioria acarreta
consequências graves.
• Ser usado por espíritos obsessores – Sem conhecer a real
força de seus Mestres é muito comum um adepto incorporar
um Obsessor que desenvolverá sua espiritualidade. Dentro das
casas de Quimbanda onde não existe uma preocupação e um
equilíbrio energético por parte de seus dirigentes essas formas
espirituais são constantes inclusive nos próprios dirigentes.
Já vimos inúmeros casos de supostos dirigentes estarem
incorporados com espíritos de vibração baixa, sujos e atrelados.
Mas o ego muitas vezes impede que as pessoas compreendam
isso, afinal, valorizam os espíritos “trevosos”.
58
Búzios de Exu
Búzios de Confirmação
Os oráculos são a forma mais sagrada e precisa de nos contatar
o mundo espiritual. Por mais simples que seja sempre deve ser
considerado um ritual sagrado e, como tal, tratado com muita
responsabilidade. Apenas os sacerdotes e sacerdotisas (das vertentes
religiosas que fazem uso de oráculos) tem a mediunidade, experiência
e vivencia para captar com amplitude a movimentação do oráculo e
realizar uma consulta detalhada sobre o destino das pessoas.
59
à terra e à estabilidade e tem ligação direta com a ancestralidade.
Apesar de ser um número materialista, tem como função primordial
a quebra das ilusões através da imposição da realidade. Essa
imposição também é associada ao ato de gerenciar a vida através
do equilíbrio elementar: Fogo, Ar, Água e Terra. Também delimita
nossa jornada espacial em Norte, Sul, Leste e Oeste.
60
Alguns sacerdotes alegam que não é necessário
‘abrir’ o búzio para realizar o jogo, porém, essa
abertura tem duas grandes funções:
61
Sobre o Oráculo
Para que o adepto use os ‘Búzios de Confirmação’ entendemos
serem necessários alguns itens:
• Uma sineta.
• Uma quartinha (macho ou fêmea) com água e cachaça.
62
Formas de consagração dos Búzios
e da Tábua de Oráculo
Existem diversas formas de consagrar os búzios, entretanto, Nossa
Tradição cultiva apenas duas formas. A primeira é feita para aqueles
que frequentam Templos que seguem nossos rituais. Nesses casos,
quando a pessoa assenta seus Exus os búzios serão preparados
e consagrados conjuntamente, ou seja, serão alimentados
energeticamente da mesma essência. Depois de todo ritual, são
lavados com uma mistura adequada e estão prontos para o uso. O
adepto mais aplicado também recebe a Obrigação de visão espiritual
para ter discernimento e intuições que vão além das técnicas pré-
estabelecidas.
63
• 01 terrina pequena com tampa
• 03 velas pretas de ‘sete dias’
• 01 sineta.
Modo de preparo
• 05 g de Noz-moscada
• 10g de Arruda
• Pó de Ossun (05g)
• 10g de Manjericão
• 10g de Folhas-da-fortuna
• 10g de folha de Aroeira
• 20g de bagaço de cana-de-açúcar
• 01 pedaço de fumo de corda
• 100g de farinha de mandioca crua.
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8 - Coloque a terrina dentro de um triangulo e firme (acenda) as
velas de ‘sete dias’ nas pontas do mesmo.
65
13 - Em seguida, o adepto deve pegar o Pombo Branco. O
procedimento é o mesmo. Diante da firmação exclama:
14 - “Pombo Branco que atravessa a encruzilhada, Pombo Branco que
voa por toda parte, usado como mensageiro pelos homens, símbolo da
procriação, lhe ceifarei para que seu sangue forneça vida aos meus cauris.
Que Exu sorva tua essência e que tua luz seja maculada e fortaleça
minha magia!”
15 - Derrama o sangue em cima da terrina. Depois disso toca a
sineta por cima enquanto recebe as energias.
16 - Os corpos dos animais devem ser enterrados na mata ou em
uma praça. Junto colocamos três moedas e três búzios fechados.
Dessa forma devolvemos para a Terra seu fruto e pagamos a mesma
pelo uso de seus filhos.
17 - Durante os sete dias em que os búzios estiverem sendo
consagrados o adepto deverá repetir a oração de consagração. Após
esse prazo, retire os búzios da massa e lave-os com uma mistura de
água e bebida destilada e besunte-os com o óleo de consagração.
18 - A terrina pode ser lavada para uso posterior, a mistura deve ser
despachada em uma encruzilhada aberta.
19 - Os búzios devem ser guardados em uma pequena sacola feita
com pano preto.
Consagração da Tábua
• Óleo de Dendê
• Óleo de Pimenta
• Sal marinho
• 100ml de água
• 100 ml de bebida destilada
• Melaço de cana
• 01 folha de mamona
• 02 olhos de Lobo
• 01 charuto
• 01 vela vermelha de sete dias.
66
Modo de fazer
1. A consagração da tábua preferencialmente é feita na mesma data
da consagração dos cauris, pois pegamos um pouco da mistura
de ervas feita e lavamos a tábua.
2. Em seguida preparamos uma mistura de água com sete pitadas
de sal. Com a ponta dos dedos da mão direita salpicamos em
cima da tábua enquanto proferimos: “Sal e água, água e sal,
purifica a forma física, purifica a forma astral!”
3. Com um pano limpo secamos bem a tábua.
4. Misturamos um pouco de óleo de dendê com o óleo de pimenta.
Em seguida acrescentamos um pequeno fio de melaço de cana.
5. A folha de mamona é usada como um pano para besuntar o óleo
preparado em toda tábua. Não devemos sob hipótese alguma
usar esse óleo em excesso, apenas o suficiente.
6. Colocamos a tábua ao lado esquerdo do triangulo (por fora) de
consagração dos cauris.
7. Dentro da tábua acendemos uma vela vermelha de sete dias e
deixamos os dois olhos de Lobo, um charuto e a dose de bebida
destilada como presentes para o Exu.
8. O charuto deve ser aceso e soprado sete vezes por cima da tábua.
Repetimos o procedimento com a bebida destilada, entretanto,
uma única vez. Exclame sete vezes seguidas essas palavras:
“Com fogo e pelo fogo esse artefato será santificado. Nele Exu
poderá andar , falar e até comer se necessário. Nele a Verdade e
a Justiça habitarão. Nele a Luz e as Trevas estarão em equilíbrio
e não existirá vivo ou morto com força de interferir nesse campo
magnético! Laroyê Exu!”
9. Assim como os búzios essa tábua repousa sete dias.
67
os búzios caírem.
“Nessa água tem fogo, nessa água tem proteção, água que bicho não
bebe, água que quem bebe é o cão. Inimigo é banido, queimado, varrido
e soprado para debaixo do tapete de Satanás!
Que não existam barreiras para responder, que a sabedoria sempre reine,
que o que está enterrado possa ser clareado pelos Exus Sete Catacumbas,
Sete Covas e Sete Buracos. Que os Sete Reis e Rainhas e todas as Legiões
sejam exaltados. Cada queda de búzio é uma resposta de Exu e que
eu tenha discernimento suficiente para enxergar e sentir sua energia.
Laroyê Exu! Exu é Mojubá!”
68
Plenamente Fechado: Essa queda é chamada pelos Yorubás de
“Oyeku” e simboliza literalmente o ‘não’ exclamativo. Quando
os búzios caem dessa forma, certamente existe uma carga nociva
bem densa. Dependendo da pergunta pode representar amargura,
tristeza, encerramento abrupto de um relacionamento, falência de
um comércio e até a morte física. Se a pergunta for relativa a uma
pessoa que está sofrendo espiritualmente, pode ter relação com
ataque astral de Larvas e Obsessores visando a completa ruína da
mesma. Nesses casos um procedimento de combate astral faz-se
necessário.
69
Equilibrados: Essa queda é chamada pelos Yorubás de “EjilaKeltu”
e simboliza ‘sim’. Quando os búzios caem dessa forma expressam o
equilíbrio, a fluidez e o amor.
70
Abertos: Essa queda é chamada pelos Yorubás de “Aláfia” e simboliza a
plenitude afirmativa. Quando os búzios caem dessa forma simboliza
a boa colheita. Às vezes quando os búzios caem dessa forma podem
expressar vitórias depois de tempos difíceis, de batalhas desgastantes
e de períodos de depressão. Quando estamos consultando sobre
determinado assunto e depois de diversas perguntas os búzios caem
dessa forma entendemos como um ‘sim’ absoluto.
71
Parcialmente Abertos: Essa queda é chamada pelos Yorubás de
“Etawa” e simboliza um momento de desacerto. Quando os búzios
caem dessa forma simboliza que o adepto pode ter errado na forma de
perguntar. O espírito que responde através dos búzios está pedindo
que os mesmos sejam jogados novamente e a pergunta formulada
seja clara e direta. Quando essa queda aparece nas liturgias, simboliza
que ainda tem algo faltando para que a mesma esteja perfeita.
Observação: Todo búzio tem uma parte superior (a mais fina) e uma
parte inferior. A parte superior é um direcionador, ou seja, pode
apontar o caminho ao qual cabe ao adepto interpretar.
Parte Superior
Parte Inferior
72
Complementação de Quedas
Para darmos uma explicação mais detalhada sobre o assunto,
devemos nos atentar para alguns fundamentos muito importantes.
O primeiro é que a tábua de jogo é divida em quatro partes:
Material
Espiritual
Espiritual
Material
73
Exemplo dois: Se a pergunta fosse a respeito de uma pessoa
“X” poderíamos dizer claramente que essa não se desenvolve
espiritualmente e é extremamente materialista.
74
Olho de Exu: Quando os búzios caem dessa forma, mesmo estando
positivado, Exu nos dá um conselho para que observemos melhor as
situações no entorno.
75
Traição: Quando os búzios caírem sobrepostos fechados, por mais
que o enredo seja positivo, Exu está avisando sobre possível traição
ou roubo.
Detalhes importantes
Sobre os búzios sobrepostos
Aberto por baixo e fechado por cima: O Exu está descontente com
o adepto. Momento de reflexão e calma para que alcance a raiz do
problema.
Aberto por baixo e aberto por cima: Problema conjugal.
Fechado por baixo e fechado por cima: Acerto conjugal.
Fechado por baixo e aberto por cima: Problema de justiça.
Búzios sobrepostos em cruz: Sérias complicações. Jogar
serenamente e verificar todos os caminhos.
76
possui significados expressivos:
Consciência
Corpo Alma
Inconsciência
Conhecendo as características elementais, bem como relação às áreas
da consciência menos expostas e exploradas, o adepto poderá elevar
o simplório Oráculo de Confirmação para uma complexa rede de
informações.
77
Ataque e Defesa Astral – O Conceito
78
Nossa visão acerca dos mundos paralelos pode explicar alguns
acontecimentos. Uma guerra gera uma eletricidade infindável e
descargas emocionais contínuas. O medo, a ira, a morte e o desejo
de recomeçar são tão intensos entre as partes contrárias que produz
poderosas egrégoras energéticas. Certamente que a multiplicação dos
mundos paralelos é enorme, mas alguns se tornam tão carregados
que acabam tendo autonomia. Nesses mundos a guerra continua e
centenas ou milhares de espíritos que morreram no plano material
foram sugados por poderosos vórtices criados dentro de tais paralelos
e estão presos nesses mundos.
Os Exus nos ensinaram que o véu que separa esses mundos é muito
fino e por vezes ocorrem ‘pontos de congruência’. São lugares
onde certas forças possibilitam uma interação entre os mundos e,
consequentemente, ocorrem as influencias boas ou más. Seguindo
o exemplo citado, os campos de guerra são locais onde as energias
pesadas continuam coexistindo. Por tal motivo, não podemos
desconsiderar uma pessoa que alega ter visto em tais locais a aparição
de um homem vestindo fardas surradas ou até mesmo um corpo
mutilado vagando.
79
• Após essa atividade o corpo astral é retirado do corpo físico.
Esse corpo astral também inicia um processo de decomposição
sendo mais rápida aos corpos sutis e mais demorada aos corpos
densos. Isso ocorre pela medição de densidade de acordo com a
vibração energética que a pessoa emanou em vida
• O corpo astral também carrega os vícios e as paixões conscientes
e inconscientes que as pessoas nutriram na terra material.
• A insatisfação ou não conclusão de um desejo pode fazer
com que a pessoa permaneça presa no corpo astral por tempo
indeterminado (até que obtenha a satisfação ou compreensão).
No plano astral inferior (periferia do sétimo plano) não existe
inibição moral ou ética e todos os pensamentos afloram sem
nenhuma “trava limitadora”.
• Todas as paixões e desejos do homem em vida material são
refletidos no corpo astral e até no espírito.
• Quando o espírito encontra suas respostas e uma possível via
evolutiva, desprende sua centelha espiritual do corpo astral e
segue (via Cruzeiro) rumo aos planos de Direito.
80
Derivada do romano antigo larvae, a palavra larva simbolizava um
espantalho, demônio ou assombração que se usurpa as pessoas.
Entre os antigos, a palavra larva designava os fantasmas de pessoa
que tiveram a morte física de maneira agressiva, violenta e prematura
ou de criminosos que vagavam entre os vivos para afligi-los. Esse
conceito tem similaridade com o entendimento dos Yorubás:
“Se seus atos foram maus, como o envenenamento de seu vizinho,
assassinato de alguém de quem tinha confiança, ser mentirosa e
fraudulenta, ela será condenada ao céu mau (run burú) ou ao “run
àpadì” pelo Deus do Céu. Aqueles que não viveram completamente
suas vidas permanecerão na terra como fantasmas.” Kofi Johnson and
Raphael Tunde Oyinade, Monotheism in Traditional Yoruba Religion-
http://organizations.uncfsu.edu/)
81
encontram (são atraídas) um cadáver astral cujas energias densas
e apegos demasiados estão pulsando de forma considerável. Não
tarda para que tomem esse corpo e direcionem-se com voracidade
instintiva segundo os mesmos. Tudo que o ser-humano vibrou em
vida (inclusive suas memórias) será compartilhado com uma forma
espiritual desprovida de qualquer traço de humanidade.
Consequentemente:
82
(também conhecido como cascão) sem a ação de uma Larva torna-
-se desprovido de ação incisiva. Por mais que certos ‘apetites’ estejam
entranhados nesse corpo astral, como está sem direcionamento
(mente consciente e o Espirito), sua locomoção ocorre apenas pela
Lei de Atração energética. Porém, as Larvas que possuem essa Casca
podem dar outras funcionalidades à mesma fazendo-as caminhar e
se fortalecer justamente das energias que carregava. Como as Larvas
são seres criados em baixa e grosseira densidade vivem apenas pelos
instintos e esses corpos astrais tornam-se perigosos e descontrolados
seres vampíricos. O que faz a ação dessas larvas perdurar é a falsa
sensação de prazer que o corpo astral pode transferir para a larva
quando está se nutrindo de energias densas e viciantes. Tentem
conceber um ser criado para decompor tendo contato com
as sensações humanas e nutrindo-se prazerosamente partir de
descontroles humanos. Certo é que uma larva pode montar um
exército de similares e causar distúrbios em muitos locais.
Como são invisíveis aos nossos olhos, apenas as pessoas que estudam
e praticam vias religiosas conseguem rastreá-las e combate-las. Muitas
vezes essas larvas acabam se entranhando tão profundamente com os
cadáveres que assumem uma espécie de personalidade superficial e
um apego à nova condição. De forma alguma isso seria uma fonte de
evolução, pois todo esse processo é motivado por energias grosseiras
e vampirismo, mas a ação desses seres é muito interessante e merece
um estudo mais profundo.
• Odores de putrefação;
• Queda e quebra de objetos pessoais;
• Estalos pela casa;
• Aparecimento de bolor e fungos;
• Queima contínua de objetos elétricos;
• Visão de sombras andando pela casa.
83
presença desses seres estimulam as paixões e vícios de varias espécies.
Pessoas doentes também pioram consideravelmente, pois a ação
vampírica suga as energias para manter livre o corpo astral da ação
decompositora natural.
Alguns magistas renomados acreditam que as Larvas Astrais são o
pior dos ataques, pois como são seres completamente desprovidos
de “bússola moral”, não existe nenhuma barreira para suas ações. A
Quimbanda Brasileira entende que todos os ataques espirituais são
consequências da inexistência de “bussola moral” nos planos densos.
Porém, para continuarmos esse assunto devemos impor uma marca,
um ‘divisor de águas’ para que todos os adeptos e demais leitores
possam diferenciar os espíritos.
84
que sua ‘bussola moral’ não mais existia. São sedentos pela Vingança!
Esses espíritos costumam burlar os véus e adentrarem no campo
físico. Quando não são atraídos pelas sendas de Exu, costumam se
agrupar com outros similares e vagam pela Terra em busca de suas
vinganças.
85
vimos usarem as Larvas para enganar a verdadeira natureza da ação.
Esses espíritos são tão sagazes que quando estão sendo atacados,
saem do ambiente e aguardam as energias voltarem a ser como
antes. São confundidos pelos leigos como a própria manifestação do
Diabo. Existem casos em que seus ataques chegam ser físicos como,
por exemplo, ser sufocado na cama enquanto dormimos.
Não relataremos como outras religiões tratam desse caso, mas a Nossa
Tradição entende que um espírito que possui tamanha agressividade
e motivação pode ser aliciado dentro de uma negociação. Negociar
não significa nos rendermos aos caprichos de um espírito, ao
contrário, estaremos transformando as energias do mesmo. Temos
experiências de campo onde espíritos dessa natureza tornaram-se
poderosos sentinelas das famílias ao qual eram algozes. Para aqueles
que enxergam Exu como ‘Policiais do Astral’ essa negociação soa
como se esses Exus fossem policiais corruptos, mas nem de longe
é o caso. Negociar significa dar o primeiro passo para evoluir
espiritualmente uma Alma cega e completamente enegrecida.
Quando esses espíritos furiosos aceitam a negociação, devemos
observar qual tipo de vingança o mesmo está promovendo. A partir
desse ponto poderemos saciar esse impulso, ou seja, se o Espírito
deseja a morte de alguém para saciar a ‘sede de vingança’, usamos
uma das maiores premissas da Quimbanda: “Sangue por Sangue,
Vida por Vida!”. Assim, o espírito sentirá a satisfação/alivio da
mesma maneira, cessará o ataque e poderá, se assim desejar, iniciar
sua trajetória evolutiva. Mas existem casos onde esses Obsessores
não querem negociar. Quando isso ocorre, apenas com a intervenção
de Exu e Pombagira, via adeptos experientes e de formação sólida,
consegue-se acorrentar esse ser obscurecido e leva-lo para onde os
Exus desejarem.
86
para tal. Para sanar esses problemas, deve-se evocar a força amoral
de Exu e sua ação brutal contra esse espírito. Mas existe um ponto
importante nesse procedimento: Se o adepto que vai conduzir um
trabalho dessa natureza captar a injustiça praticada contra o Espírito
Revoltado e seus conceitos éticos e morais forem abalados ao ponto
de dar uma parcela de razão à cobrança, nenhum ritual terá êxito.
Tudo que um adepto emana é reconhecido pelas legiões de Exu.
As Maldições
Em primeiro lugar devemos desmistificar a palavra Maldição.
Maldição é uma forte descarga energética proferida através dos cinco
sentidos carregados de ódio. Conhecedoras ou não desse tipo de
magia/feitiçaria, existem pessoas com extrema facilidade de enviar
esses ‘dardos’. O intuito da Maldição é deslocar à vítima uma série
de pragas malignas.
87
tipo de Espírito Obsessor e Larva Astral para a mesma. A vítima,
sem proteção, dificilmente não sucumbi à pressão de uma Maldição.
As Pragas
As Pragas possuem uma natureza bem similar às Maldições. A
diferença é que não são geradas pelos cinco sentidos, apenas por
um. A praga necessita ser rogada, ou seja, precisa ser dita em tom de
suplica. Uma pessoa (agente) suplica a intervenção de seres ou forças
88
destrutivas e mortíferas a fim de que haja em um local ou em uma
pessoa. As pragas podem ser transmitidas apenas por pessoas que
tenham um fortíssimo desejo de que seu oponente receba energias
maléficas. Uma maldição é composta de no mínimo três pragas
diferentes, entretanto, a ação dos espíritos é relativamente a mesma,
mas a praga não assume caráter de hereditariedade. Popularmente as
pessoas que emanam pragas são chamadas de ‘boca de sapo’.
A Inveja
A inveja é o sentimento de incapacidade, frustração e tristeza que
uma pessoa tem ao ver seu semelhante prosperar abundantemente
ou ter qualidades físicas e mentais (intelectuais) que o invejoso é
incapaz de alcançar. Se fosse apenas o sentimento seria um mal de
pequeno porte, entretanto, essas pessoas que chafurdam no recalque
querem destruir a vida da outra apenas em razão do sucesso e brilho
pessoal. Geralmente a inveja parte de pessoas que estão próximas
a nós. Pessoas invejosas tendem a manipular as ações das pessoas
vitoriosas a fim de que as mesmas se enterrem, ou seja, todos os
atos são friamente executados para derrubar e fazer o brilho natural
de alguém. Quando percebemos esse ataque devemos recorrer aos
nossos mestres Exus e efetuar uma série de trabalhos/ritos espirituais
a fim de derrubar ou neutralizar o invejoso.
89
pessoa, coloca-se um ovo de casca branca em cada canto da casa. No
ovo deve estar desenhado um olho. Defuma-se a casa com pimenta
malagueta e enxofre e os ovos são recolhidos. A vítima deve levar
esses ovos até um terreno baldio e lança-los de costas para dentro
do terreno. Saindo do local, na primeira encruzilhada ‘aberta’ deve-
se ofertar um agrado ao Exu Tranca-Ruas solicitando que impeça
àquela carga energética nociva despejada no terreno baldio volte
junto com a pessoa.
O Credo Azavesso
90
Entretanto, quando a “Reza do Credo” é sussurrada, quase
irreconhecível e ao contrário torna-se uma forma de idolatria ao
Demônio. Existem três formas de Rezas ao contrário:
91
cachaça na mão. Conforme for rezando coloca pequenas quantidades
de cachaça na boca vai soprando no corpo da vítima. Isso garante
uma boa limpeza. Depois de feito esse procedimento, cruza o corpo
da vítima com uma pemba ou pó apropriado.
“Se com reza te feriram com reza retornarei e essa mandinga será
devolvida cheia de ódio de quem sofreu. Se tua reza é forte a minha é
maior, Sou filho da Quimbanda, herdeiro de Mofó!”
Coloco teus pés na bosta, para nela afundar. Pelas malhas de Satanás
serás preso à pobreza, miséria e solidão e viverás abanando o rabo em
busca de atenção e comida. Amém!”
92
Alguns procedimentos fortes para limpeza
energética e combate astral
93
tempo. Isso ocorre em razão da existência individualizada que o
ovo representa, afinal, não existe cordão umbilical que conecta-o ao
útero gerador. Para isso devemos compreender a natureza dos ovos
e suas diferenças.
94
é de origem cósmica. Nossa ritualísticas e intensões é o que nos
diferencia. A galinha d’angola também está associada ao Culto dos
Mortos e ao Rei da Kalunga.
95
escudo ocorre por uma característica peculiar. Nos trabalhos de Exu,
charutos mais fortes são ofertados aos espíritos. O tabaco desses
charutos geralmente ocorre em solos com alta concentração de
argila. A argila, elemento mágico indispensável aos assentamentos,
tem a capacidade natural de recriar, curar e restabelecer os corpos
físicos e astrais.
96
(cobra) e outros com resinas específicas. O uso desses fumos está
diretamente conectado com o Povo da Mata e um dos grandes
segredos do tabaco é que ele concentra e expande a propriedade
das outras ervas. Um fumo desses soprado no corpo de uma pessoa
pode incinerar energias nocivas e ao mesmo tempo agir de forma
cicatrizante e curativa em seus escudos energéticos.
97
de cunho material, afinal, atrai as correntes grosseiras da matéria.
Outra forma é deitar a vítima dos ataques no chão por cima de uma
fina camada de pó de imã e acender 49 velas vermelhas no entorno.
Com uma pemba branca risca-se o contorno do corpo de modo
que pareça uma ‘cena de perícia’. O adepto deve proferir palavras de
poder, determinando às forças nocivas que estejam presas na sombra
do chão. Coloca-se álcool e fogo na ‘sombra desenhada’ enquanto se
98
ministra na vítima um banho de ervas.
“Pombagira Rainha do Mar leva o que tem que levar, leva toda
maldade, leva tudo para o fundo do mar!”
99
pequeno corte nessas carnes e colocarmos pequenos pedaços de imã,
pois serão os responsáveis em temporariamente segurar a energia da
vítima no pedaço de carne.
A pessoa deve ser coberta em sal grosso até as carnes saírem do local.
Depois disso são ministrados dois banhos: Descarrego e Energização.
Costumamos consagrar um fio-de-contas para a pessoa usar até que
os sintomas do ataque cessem por completo. O ambiente em que
esse ritual for feito deve ser descarregado.
100
Os Pós da Quimbanda
101
usar cada elemento a seu favor. Por exemplo: Um pó feito com
terra de formigueiro e espora de galo causa grandes confusões e
brigas onde for jogado ou soprado. Já um pó feito com os restos
dos charutos dos Exus torna-se um potente pó usado na queima
de larvas astrais. Cada elemento deve ser estudado com cuidado,
pois essa alquimia envolve tanto o conhecimento religioso quanto a
intuição do adepto.
102
Existem elementos que devemos ter muito cuidado ao pilar, como
por exemplo, a fava “olho de cabra”, pois a toxina contida na mesma
pode causar sérios danos às pessoas (inclusive a morte). Portanto,
antes de pilar qualquer material devemos conhecer suas propriedade
mágicas e materiais.
103
Esse pó é para (dizer o que deseja).”
(repita essa oração até fazer o pó)
104
Itens:
• Folhas de Abre-Caminhos (21 folhas)
• Fava Aridã – ½ fava ralada
• Folhas de Aroeira (63 folhas)
Itens:
• Dinheiro em Penca (21 folhas)
• Fortuna (21 folhas)
• Caroço de romã (28 caroços)
• Trevo de Quatro folhas (01 unidade)
Itens:
• Fava Garra do Diabo (07 favas)
• Rosa Vermelha (pétalas de 07 rosas)
105
Pó restaurador de saúde com Exu Curador
Modo de preparo: Elementos torrados em uma panela posteriormente
pilados e reduzidos a pó.
Itens:
• Coco ralado seco (10 gramas)
• Fava de Dendê ( 01 fava)
• Fava Aridã (01 fava)
• Raspa de limão ( ½ limão)
Itens:
• 1 pedaço de fumo de corda (previamente desfiado)
• Sementes de cabaça ‘macho’ (77 sementes)
• Pimenta da Costa (77 pimentas)
• Cipó Prata (04 galhos ou 5g)
• Saião (07 folhas)
106
Pó para fechamento de corpo com Exu
Modo de preparo: Elementos torrados em uma panela posteriormente
pilados e reduzidos a pó. Nesse procedimento recomendamos que
seja queimado inúmeras vezes até que ao ser colocado no pilão seja
fácil a transformação em pó.
Itens:
• Cabeça de galo preto (01 cabeça)
• Pó de ferro (5g)
• Fava Ataré (01 inteira)
• Vence Demanda (3 folhas)
• Comigo Ninguém Pode (21 folhas)
• Pólvora (01 Pitada)
Depois de pronto esse pó deve ser ofertado ao Exu Tranca Rua das
Almas ou ao Exu 7 Cruzes. Após sete dias de descanso, o adepto
riscará com o dedo indicado da mão direita besuntado de óleo de
mamona uma cruz no peito e uma cruz nas costas do necessitado.
Colocará um pouco do pó na mão direita e soprará com toda força
para que se fixe no símbolo. Esse procedimento deve ser repetido
três vezes. Esse procedimento pode se repetir sempre que ocorrer
necessidade. Nos casos mais extremos também é soprado na porta
da residência.
Itens:
• Cabeça de faisão macho (01 cabeça)
• Pé de coelho (02 dianteiros e 02 traseiros)
• Terra de Banco (10g)
• Fava Lelecum (21 favas)
• Fava Aridã (03 favas)
• Pó de búzios brancos (7 búzios moídos)
• Bilhete premiado (01 bilhete premiado de qualquer loteria e
com qualquer valor)
107
Esse pó é muito poderoso e deve ser usado com parcimônia. Depois
de pronto será colocado em um vidro escuro e deverá ser depositado
dentro de uma firmação de quatro ferraduras.
Pó
Itens:
• Folhas de Chama Dinheiro (77folhas)
• Pó de Ouro (01 unidade - vendido em casa de artigos religiosos)
• Pimenta da Costa (21 grãos)
• Pó de búzios (7búzios brancos)
108
Pó para retirar fobias e medos com Exu Gira Mundo
Modo de preparo: Elementos torrados em uma panela posteriormente
pilados e reduzidos a pó.
Itens:
• Raspa de chifre de búfalo ( 20g)
• Raspa de chifre de boi (20g)
• Raspa de chifre de bode (20g)
• Raspa de chifre de viado (5g)
• Folha do fogo (05 ou 07 folhas “in natura” ou 5g seco)
• Pimenta da Costa (moída 10g)
• Café em pó (30g)
Itens:
• Pau-ferro (07 lascas)
• Comigo ninguém Pode (07 folhas)
• Arruda (07 galhos fartos)
• Guiné (07 folhas)
• Obi africano (pó de 03 sementes)
• Aridã (01 fava em pó)
109
Itens:
• Osun (03 em pó)
• Waji ou Anil (07 pitadas)
• Pó de canela (21 pitadas)
• Pó de Louro (21 pitadas)
Itens:
• Palha de alho (10g)
• Enxofre (2g)
• Guiné (7folhas)
• Pimenta da Costa (21 grãos)
Pó da destruição
Modo de preparo: Elementos torrados em uma panela posteriormente
pilados e reduzidos a pó.
Itens:
• Cabeça de cobra seca (01)
• Pimentas Malaguetas (77 pimentas)
• Asa de morcego (01 par)
• Terra de sete catacumbas (50g)
• Fezes de animal seca encontradas na rua (01 unidade)
• Sal grosso (2g)
• Pó de Carvão Vegetal (5g)
• Terra de aterro sanitário (5g)
Esse pó deve ser muito bem torrado e peneirado e para que fique
realmente forte, devemos enterra-lo em um cemitério por 29 dias
(dentro de uma garrafa de vidro). Pode ser jogado na casa da vítima,
110
nas costas da vítima, em seus pertences, local de trabalho, polvilhado
em sua comida. Se for direcionada apenas uma pessoa específica, o
nome dela deve ser escrito sete vezes seguidas em um ‘papel virgem’
e queimado junto ao pó enquanto sua destruição é visualizada. Essa
fórmula pode ser acrescida de muitos fundamentos bastando ao
adepto a força de vontade em estudar os resultados.
Pó de doença
Modo de preparo: Elementos torrados em uma panela posteriormente
pilados e reduzidos a pó.
Itens:
• Pipoca (01 prato estourada em óleo sujo)
• Terra de Hospital (10g)
• Areia de margem/beira de rio poluído (10g)
• Atadura de ferimento ou escarro de um mendigo adoecido
• Mofo de parede (raspa de parede com mofo)
Itens:
• Cabeça de frango (01 cabeça)
• Cabeça de Franga (01 cabeça)
• Estaca de madeira (01 estaca fina de aproximadamente 15cm)
• rabo de rato (01 rabo)
• Sete qualidades de Pimenta (10g)
• Azougue (03 porções)
• Terra de formigueiro (10g)
111
da franga para que também saia pelo bico. As cabeças devem ficar
opostas.
Depois de pronto, deve repousar durante 07 dias aos pés de uma
Pombagira. Pronto pode ser soprado na casa, no caminho, nos
objetos pessoais e até em cima de uma foto do casal.
Pó de Amarração
Modo de preparo: Elementos torrados em uma panela posteriormente
pilados e reduzidos a pó.
Itens:
• Casa de João de Barro (01 pedaço)
• Flor apanhada em casamento (07 flores)
• Agarradinho (10g)
• Terra de Igreja que ocorra casamentos (10g)
• Rosas vermelhas (pétalas de 03 botões)
• Cravos vermelhos (pétalas de três flores)
• Bem-me-Quer (20g de folhas)
• Canela em pau (01 pedaço pequeno)
112
A Quimbanda e o Uso das Drogas
113
seguir, devemos compreender o funcionamento do corpo físico X
corpo astral e espiritual. Os espíritos ancestrais nos ensinam que
temos três corpos compartilhando o mesmo espaço. O primeiro
corpo é chamado de involucro físico ou corpo material. Denso,
repleto de falhas, fraquezas e limitações, essa casca é a primeira
prisão do espírito. A densidade foi propositalmente feita para limitar
o contato entre o “Eu” material com o “Eu” astral e principalmente
com as emanações advindas do espiritual. O corpo astral, mesmo
limitado em certos aspectos é o responsável pela guarda e proteção da
porção espiritual, chamada pela Quimbanda de ‘sopro’ ou espírito.
Dessa forma temos:
• Corpo material
• Corpo astral ou alma
• Sopro espiritual ou espírito
114
Sob um ponto de vista espiritual, o corpo físico age como limitador
do corpo astral e espiritual. Por isso é tão importante a ritualística
espiritual, pois essas retiram-no do ambiente de controle e escravismo
e o corpo físico (mente) perde o controle total deixando amostra as
fendas necessárias para que os espíritos possam conduzir os adeptos
à outras realidades reais e não as realidades criadas pela mente
escravista. Um exemplo claro dessa luta entre as “duas mentes” ou
dois “Eus” está na incorporação e na dificuldade do espírito Mestre
tomar todas as funções.
115
recreativo. Isso não significa que a Quimbanda tenha uma Lei
interna que proíba o uso, mas entende que se trata de uma fraqueza
que não condiz com a luta que a religião se propôs. Acreditamos
que as drogas tenham um papel demiurgico na vida das pessoas,
pois a grande maioria dos usuários para de usar quando se converte
em uma Igreja Evangélica ou faz programas de desintoxicação em
clínicas de temática religiosa. São formas de reconectar os seres
humanos ao Sistema Escravista. Quando as pessoas não conseguem
largar o vício, acabam de duas maneiras: Mortas ou encarceradas. As
mortas servirão aos propósitos baixos que estão implícitos no Sistema
e as presas terão novamente a fé em suas rotinas desesperadoras.
Lembremos da célebre frase do Mestre Pantera Negra: “ Teu Deus
dá a fome para receber a reza!”
116
Trabalho para Libertação de Vício
Em primeiro lugar, a pessoa que realizará esse feitiço deve estar ciente
acerca dos vícios que rondam a vítima. Isso é muito importante,
pois acreditamos que certos comportamentos ocorrem através
de um elemento incitador, ou seja, existe um vício primário que,
quando chega a certa fase, aciona o desejo por outras substâncias. É
o caso do rapaz que está no bar e quando se sente bêbado deseja usar
cocaína supostamente para amenizar a embriaguez.
Materiais necessários:
• Uma cabaça média ‘macho’ (se for homem) ou ‘fêmea’ (se for
mulher)
• 01 garrafa de cachaça
• 01 garrafa de conhaque
• 01 garrafa de uísque
• 01 maço de cigarro
• Uma folha de papel branco sem uso cortada em tiras (21 tiras)
• Um lápis
• Uma carta de baralho – se for homem Rei de Espadas, se for
mulher Rainha de Espadas
• 01 pacote de algodão
• 01 camiseta ou fronha usada pela vítima (suja).
• 07 velas vermelhas e pretas.
Modo de fazer:
117
2 - Retiramos toda semente de dentro da cabaça.
3 - Forramos o fundo da cabaça com algodão.
4 - Despejamos dentro da cabaça 01 dose de cada bebida.
5 - Colocamos na cabaça sete cigarros apagados e as drogas ilícitas
(mínima quantidade).
6 - A carta de cabeça para baixo.
7 - Pegamos as 21 tiras de papel e o lápis. Começamos escrever o
nome da vítima nas tiras de papel. Para cada tira escrita e dobrada
em três partes o adepto exclamará:
“Sarava Seu Zé Pilintra, Sarava Maria Mulambo, Sarava Povo
do Lixo! Nessa hora sagrada eu clamo para que os Senhores e
Senhoras, bem como Vossas Legiões, intervenham no vício de
(dizer o nome da vítima) para que o mesmo tome nojo de todas
as armadilhas contidas nessa cabaça. Eu confio no Povo de Exu
para realizar essa bênção e de imediato prometo recompensá-los
com uma linda frente. Permita que ele(a) seja livre desses vícios
malditos e que o dia em que ele colocou na boca pela primeira
vez seja amaldiçoado por Exu.”
8 - Feita essa parte, devemos pegar a peça de roupa ou a fronha
da pessoa e cortar em tiras. Para cada tira cortada exclame:
“Em nome de Exu Zé Pilintra que é dono de todas as drogas e
Pombagira Maria Mulambo que é a Senhora da Vida Errante e
toda quadrilha da Lira determino que (dizer o nome da vítima)
saia da roda do vício. Não beberá, fumará ou usará qualquer
tipo de entorpecente. Ficará longe dos falsos amigos e tomará nojo
pela vida errante. Zé Pilintra e Maria Mulambo me escutem!
Eis as lágrimas de um(a) sofredor que luta para salvar o destino
desse infeliz. Laroyê Exu!”
9 - Coloque a tampa na cabaça e com as tiras de roupa amarre-as
bem firme.
10 - Vá para uma praça, de preferencia mal iluminada e leve também
as garrafas de bebida e o maço de cigarros que foi aberto.
11 - Procure um jardim ou algum lugar onde a cabaça possa ser
escondida. Se desejar coloque-a dentro de um saco de pão para
facilitar a camuflagem.
12 - Na mesma praça, após pedir licença ao ‘Povo da Praça’ e jogar
sete moedas de pequeno valor no chão, acenda as sete velas, derrame
um pouco das bebidas no chão e deixe o maço de cigarros ao lado.
118
Peça com seu coração que o Povo esquecido lhe ajude resgatar a
pessoa amada do vício.
13 - Glorifique Zé Pilintra e Maria Mulambo prometendo que
depois que esse filho for liberto, voltará a mesma praça e colocará os
presentes como agradecimento.
14 - Vire-se e vá embora sem olhar para trás.
119
O Sopro da Quimbanda
120
conceder-lhe a libertação.
121
Okutá – O Coração de Exu
As Formas e Qualidades
Muitas pedras podem servir como ‘Okutá’, entretanto, entendemos
que pedras trabalhadas pela ação do homem (lapidadas ou roladas)
não são apropriadas. Esse fetiche deve ser moldado pela ação da
natureza, ou seja, se a procedência for um rio, a correnteza e o atrito
é que vão moldá-la. Se for o mar, além das correntes e atritos temos
o sal que age diretamente na pedra. Podemos buscar nosso ‘Okutá’
na mata onde a pedra absorveu a energia das folhas, ervas, sementes,
além de ter tido contato com animais. A escolha de uma pedra pode
simbolizar uma descarga energética mais ampla.
Era costume dos antigos enviar seus adeptos iniciantes para dentro
da mata em busca do primeiro e mais sagrado item que compõem os
assentamentos. A busca pelo ‘Okutá’ é uma peregrinação individual
122
onde o adepto receberá a emanação da pedra e saberá que
aquela energia lhe é harmoniosa. Quando o iniciante não teve a
oportunidade de ritualizar dessa forma, os adeptos mais experientes
ou mesmo os sacerdotes costumam imantar as pedras para reavivar
certas energias nelas. Ambos os rituais são válidos, entretanto, para
aqueles que têm a oportunidade de buscar essas pedras em pontos
da natureza estão mais conectados com a força individual.
123
Quando nos aprofundamos esotericamente no mistério de Exu e
sua relação com as pedras, chegaremos à conclusão que as pedras
ígneas (magmáticas) são perfeitas para desempenhar a função de
vórtice-mór em um assentamento, pois o fogo é o elemento mais
presente na ressurreição de um espírito. O fogo que alimentará as
veias do novo ‘corpo’ energético, aquecendo a Terra fria que compõe
a alquimia dos assentamentos. Mas não podemos esquecer do poder
das outras pedras.
124
A Pedra e o Coração
Acredito que a exposição tenha demonstrado a importância desse
fetiche. Mas o grande segredo da Quimbanda é revelado a partir
desse ponto. Consideramos que uma firmação ou assentamento
é a recriação de um corpo (microcosmos) que agirá como portal
contínuo e fortalecido através das ritualísticas. Como todo corpo,
precisa de um coração! Qual é a função do coração no corpo
humano? É o dínamo do corpo humano, o órgão responsável pela
circulação de energia/sangue. Sob a Luz de Lúcifer compreendemos
que o ‘Okutá’ é o coração do assentamento/firmação. Assim como
nos corpos humanos ele que proporciona o dinamismo energético,
pois tem poder ativo e receptivo. O momento da consagração dessa
pedra nada mais é do que o verdadeiro pacto entre vivos e mortos.
125
Um ‘Okutá’ é pesado, denso, sem rachaduras e quando o adepto tem
o encontro, sabe imediatamente que aquela pedra é o coração de
sua firmação. Os ‘Okutás’ nos chamam e muitas vezes nos guiam até
eles. Quando pegamos a pedra pela primeira vez, sentimos a energia
percorrer nosso corpo e temos certeza absoluta que é a pedra correta.
126
entrada. Também costumamos jogar sete moedas de pequeno valor
ou sete búzios brancos.
7 - O adepto deverá olhar fixamente para as pedras até que uma lhe
chamará atenção demasiadamente. Observe as formas e se estiver
dentro do contexto deverá pegá-la.
8 - Imediatamente colocará junto ao coração e deixará a pedra
sentir e absorver a pulsação. Permitirá que o objeto se equilibre até
tornar-se uno e pulsar junto. Esse é o grande segredo, despertar o
‘Okutá’ com o calor de nosso próprio corpo. Oferte a Pedra ao Seu
Mestre Exu pessoal. Repita parcialmente o ritual se também buscar
o ‘Okutá’ de sua Mestra Pombagira.
9 - Agradeça ao Povo da Praia/Rios, envolva o ‘Okutá’ em um pano
preto virgem previamente defumado com mirra e saia do leito.
10 - Não deixe uma sujeira sequer na mata. Garrafas, fósforos, sacos
plásticos, etc.
11 - Dirija-se imediatamente para onde suas firmações pessoais
estão.
12 - Ao chegar defronte às firmações, pegue uma pemba preta e
desenhe o ‘Ponto Riscado’ de seus mestres. Ative-o segundo Nossa
Tradição.
13 - Coloque o ‘Okutá’ e um alguidar (lavado e defumado) e
disponha-o ao dentro do Ponto.
14 - Acenda uma vela fina da cor preta ou da cor vermelha e deixe
queimar enquanto prepara a segunda parte do ritual.
Consagração do Okutá
O ‘Okutá’ é um receptáculo. Dessa forma entendemos que deve
receber alguns tipos de energia para gerar a vida necessária. A
primeira oferenda que um adepto deve fazer é a do ‘Sangue Verde’.
127
“Pulsamos juntos, somos unificados como um só coração. Agora será
receptáculo de meu Mestre (Mestra) para que possamos evoluir juntos.
Consagro-lhe como Pedra Coração e que o Senhor (a) Exu (dizer o nome
do Mestre) aceite esse presente fortalecendo meus laços ancestrais. Laroyê
Exu!”
4 - Durante sete dias o adepto repetirá essa oração. Quando as velas
findarem, o adepto pegará a pedra coração de dentro do alguidar e a
lavará com bebida destilada (preferencialmente cachaça). Deve lavar
também o alguidar e forrá-lo com uma folha de mamona fresca.
Coloque o ‘Okutá’ novamente no alguidar.
5 - O ‘Okutá’ está consagrado e apto a receber novos sacrifícios. Deve-
se deixa-lo ao lado da firmeza de Exu até que o adepto encontre um
sacerdote sério para realizar seu ritual de assentamento.
A Pedra ‘Yangí’
Dentro do Culto dos Exus praticado pela Quimbanda Brasileira
existe o fundamento do assentamento. Não vamos adentrar nesse
assunto por hora, entretanto, vamos explanar sobre um tema
controverso e deveras importante para que a força dos assentamentos
exista: A Pedra Yangí.
128
conecta tanto aos átomos de ferro quanto aos de oxigênio. Portanto,
o ferro é o principal motivo do sangue ser vermelho.
O Poder da Cabaça
Um dos grandes mistérios contidos nas religiões afro-brasileiras é o
uso ritualístico da cabaça. Alguns adeptos chegam desconhecer esse
fundamento, mas esse pequeno texto ressaltará a importância desse
elemento especialmente dentro do culto de Exu.
129
tenha se espalhado pelo mundo através dos rios e mares, afinal,
por serem lacradas e flutuantes, suas sementes estão protegidas. Ao
encontrarem solo favorável germinavam. Por tal motivo arqueólogos
já encontraram artefatos feitos em cabaças em diversas culturas
espalhadas pelo mundo.
130
tomam banho de semente de cabaça para engravidar.
“Exu quebra a cabaça, espalha a semente, afasta todo mal que ronda
a gente!”
Material necessário:
131
• Sete pimentas malaguetas
• 10 ml de Óleo de dendê
• Azougue/Mercúrio (03 capsulas)
• Foto e nome da vítima.
Modo de fazer:
132
O Tridente ou Garfo de Exu e Pombagira
Exu sem garfo (tridente) é uma visão quase impossível aos adeptos
da Quimbanda Brasileira. Essa arma ou instrumento de poder está
tão entranhada na massa formadora de “Exu-Catiço” que muitos
desconhecem a plenitude de suas finalidades, o que representam, raio
de ação e polaridade. Nosso Templo acredita que todos os adeptos
devem compreender alguns mistérios para não serem ludibriados
por teorias vazias e deixarem de lado a escalada evolucionista que o
‘Culto de Exu’ oferta aos legítimos buscadores.
133
criou a imagem poética de Satanás e suas hostes.
A) Arredondado B) Quadrado
C) Garfo em “V”
134
A) Arredondado: Os garfos arredondados são vistos como as
armas empunhadas pelas Senhoras Pombagiras. Essa afirmativa
não está errada, mas incompleta. Os espíritos possuem suas
polaridades naturais (masculino +, feminino -), mas devem ser em
conjunto com o campo energético que desenvolvem suas funções.
Dessa forma, os Exus que trabalham em Reinos receptivos usam
essas armas por dominarem a essência da mesma. Suas formas
arredondadas mostram-nos do poder uterino, negativo, feminino,
lunar e receptivo. Portanto, os garfos arredondados são usados por
Exus e Pombagiras de natureza negativa para a criação de poderosos
vórtices atrativos. Quando um Exu ou uma Pombagira aponta um
garfo dessa qualidade para um alvo, a vítima pode ser esgotada
energeticamente até sucumbir. São instrumentos vampíricos e
sua manipulação é perigosa, pois os efeitos de drenagem podem
se expandir de acordo com a intensão do portador. Possui fortes
ligações com os elementos terra e água.
135
C) Garfo em “V”: Esses garfos quase não são mais vistos dentro
do Culto da Quimbanda, mas sua simbologia é muito forte. Exus e
Pombagiras podem usar esse garfo para imobilizar fortes oponentes.
Geralmente o Exu imobiliza enquanto a Pombagira drena. Nos
ataques mentais são muito incisivos e causam a completa destruição
de parâmetros.
Fig.01 Fig.02
136
Fig.03 Fig.04
Fig.05 Fig.06
137
demonstra a plenitude da força e a polaridade da ação. A posição
da chave indica se o garfo age de forma horária (força centrífuga,
polo irradiador, força de proteção que fecha o corpo astral) e de
forma anti-horária (força centrípeta que mantém aberto o corpo
astral, extremamente sensível e intuitiva, poder de captação).
Isso é extremamente importante e fundamental para todos que
trabalham com as forças de Exu, pois dessa o adepto conhece as
intensões das grafias sagradas. Um espírito mal intencionado pode
ser ‘desmascarado’ com tal conhecimento. Um suposto ‘zelador’,
formado com fragmentos de ensinamentos corrompidos e que não
buscou a ‘tabatinga’ do conhecimento para tapar as rachaduras de
sua formação também pode submeter ao erro centenas ou milhares
de pessoas. Figura 06. A ‘Chave Anti-horária’ não costuma aparecer
nos garfos quadrados, sendo mais usual nos garfos arredondados,
entretanto, os mesmos (Arredondados) podem aparecer com
‘Chaves Horárias’, principalmente se manipulados por Exus.
138
guerrear e submeter todo tipo de energia.
139
Por exemplo, o Exu das Sete Cachoeiras mostra em seu ‘Ponto Riscado’
que age ciclicamente emanando e absorvendo pesadas cargas energéticas/
elétricas. Isso porque sua natureza está conectada à queda d’água e toda
eletricidade gerada a partir de então. Seu ponto também nos mostra que
esse Exu está conectado a alguma forma de Cruzeiro nas Águas. Assim
temos a compreensão que esse ponto riscado pode ser usado para esgotar
ou energizar, principalmente através do campo sentimental (águas),
uma pessoa que necessite de alinhamento e equilíbrio energético.
Obviamente, esse Ponto também evoca ou invoca a presença desse Exu.
140
Ritual do Tridente
Objetivo do Ritual
Materiais necessários
Modo de fazer
Dia da Semana: Segunda-feira
Lua apropriada: Crescente
141
Horário: Depois das 20h
142
“Luz e Trevas, Sangue e Escuridão, Vida e Morte, Poder e
Ambição! Laroyê Exu, Senhor dos meus caminhos, Macho e
Fêmea, Flor e Espinhos, Evolução que eu escolhi. Ilumina daqui
até o Inferno para que Maioral de Todos os Diabos abençoe-me
nessa hora!”
9 - Coloque a cabeça no chão e peça que a Terra que seu corpo físico
esteja equilibrado o suficiente para receber as forças vindouras. Peça
que as lembranças doloridas onde exista o fracasso sejam drenadas
pelos abismos e sirvam de alimento para as feras disformes.
10 - Exclame:
“Exu Macho e Fêmea, eis aqui o filho de Vossos desejos, cuja
escolha está de acordo com Vossos caminhos e que precisa de
forças para não envergar com os fardos. Exu é Mojubá! Conceda
a mim a força de Vosso ferro forjado nos rios de fogo do Inferno!”
11 - Pegue o Garfo/tridente de Exu dinâmico com a mão direita e
erga acima da cabeça exclamando:
“Força que dissolve as rochas inimigas, força que quebra nosso
próprio reflexo, ergo-te ao alto para que adentre em minha alma
e corra pelo meu sangue!”
12 - Pegue o Garfo/tridente de Exu receptivo com a mão esquerda,
encoste as pontas no chão exclamando:
“Força que coagula as energias inimigas, força que forma as poças
de sangue, coloco suas pontas na Terra para que drene minhas
fraquezas e adentre com a força de Exu em meu corpo e sangue!”
13 - Cruze os braços com os tridentes na mão e exclame:
“Sangue e Ferro! O garfo faz parte da minha essência oculta!”
14 - Lave os tridentes na mistura de ervas e em seguida, besunte-os
com o óleo de dendê repousado com pimenta.
15 - Com uma lâmina bem amolada efetue um pequeno corte no
centro de ambas as mãos. Pegue novamente os tridentes e deixe o
sangue se mesclar com a mistura de ervas e o óleo de dendê. Sinta os
elementos guerreando para após se harmonizarem e se unirem em
ato mágico. Visualize as palmas das mãos rasgando e saindo delas
grandes tridentes de ferro. Exclame:
“Renasce em minha essência minhas verdadeiras armas. Sou
parte de Vossa Majestade Maioral e carrego as armas que
me libertarão! Sou abençoado sete vezes e posso abençoar e
amaldiçoar tudo que minhas mãos tocarem!”
143
16 - Enrole as peles de cobra nas mãos sangrando e exclame:
“Selo meu pacto com os tridentes de Exu! Meu corpo físico e astral
está em comunhão com o inferno!”
17 - Modele com argila uma bola. Implante os dois garfos e as peles
de cobra dentro dessa massa. Nada deve aparecer. Alise a massa com
a mistura de ervas e o óleo de dendê.
18 - Alguns adeptos gostam de decorar essa bola de argila com
búzios e sementes. Isso fica ao encargo de cada adepto. O fato é que
após pronta, essa bola de argila deve repousar ao lado das firmações
até estar bem dura. Depois de 07 meses o adepto deve quebrar essa
bola e colocar os tridentes dentro de suas firmações.
19 - A mistura de ervas restante deve ser usada como um poderoso
banho. O óleo de dendê deve ser guardado para as magias e feitiçarias
de Exu. O prato pode ser lavado e ser usado para oferendas diversas.
144
A Capa de Exu
145
motivo associam o uso das capas com a Justiça (juízes, promotores e
advogados), polícia e inquisidores.
Nenhum Exu gosta que os adeptos fitem-no nos olhos. Isso porque
os olhos (gíria de Exu – Janelas) são transmissores poderosos
enquanto ocorre a incorporação. Através dos olhos do adepto
(médium) os Exus carregam e descarregam energias e por tal motivo
não gostam que interrompam certos processos. Por isso é normal
vermos Exus e Pombagiras com capas de gorro ou de chapéus. No
começo das incorporações os Exus costumam vir de olhos fechado
ou semiabertos justamente pelo adepto ainda não conhecer e ter
controle sob sua mente. Um olhar direto de Exu pode transtornar a
146
energia de uma pessoa.
Se o adepto deseja usar uma capa em seus ritos particulares não existe
problema algum, mas um espírito precisa demonstrar controle sobre
algumas correntes, pois, quando um Exu de capa nos abraça, troca
energias conosco de forma harmoniosa e muitas vezes descarrega
nosso corpo físico e astral.
147
Fazendo um Patuá de Proteção
148
sabendo que eram temidos até pelos Senhores de Fazenda, fazendo
suas orações diárias e retirando do tal patuá as rezas imaginavam que
aqueles negros eram poderosos feiticeiros e o segredo de sua magia
estava no saquinho. Outro aspecto é que os negros mulçumanos
alimentavam esses saquinhos com sementes e ervas (possivelmente
um herança ancestral absorvida) e os negros na senzala entendiam
que o patuá deveria ser alimentado para dar forças e fornecer favores
espirituais aos tais negros.
O negro da senzala que sonhava com a fuga sabia que para ter
êxito deveria passar pela guarda dos Mandingas. Para isso tentavam
reproduzir os patuás carregados pelos mesmos. Muitos fundamentos
eram absorvidos pelo contato visual e aos poucos absorveram certos
fundamentos. Porém, o que eles não entendiam é que o patuá
tratava-se de um artifício para que o Negro Mandinga pudesse
carregar seus textos sem ser importunado pelas autoridades.
149
Basicamente todos os patuás são feitos (montados) dentro de
pequenos saquinhos de tecido, couro tratado ou rústico. O couro
rústico é mais apreciado, mas nem sempre temos meios de conseguir.
Modo de fazer:
150
pedidos de proteção e invisibilidade ao Exu ao qual está destinando
esse artefato.
8 - Depois de pronto, o patuá deve permanecer nas firmações de
Exu pelo prazo mínimo de sete dias. Após esse está apto para ser
usado.
Vamos reproduzir duas orações força para proteção que podem ser
usadas dentro do patuá descrito.
151
mundo levando a minha oração que é um chamado do Filho da
Força para as Tropas de Guerra.
Os Cruzeiros estão abertos para a manifestação dessa força, pois
encherei o mundo com espíritos rebeldes e perversos!
Eu levanto a cruz ao Alto e a inverto mostrando ao Inimigo que seu
câncer não habita em meu corpo!
Coloco minha mão na Terra e que todos os Exus e Pombagiras
conectados com Maioral me escutem: Se uma flecha em minha
direção for lançada, um milhão de flechas negras voltarão em seu
lugar!
Que assim seja em nome do Dragão Negro Maioral e assim será!”.
152
Como usar um patuá
Patuás são artefatos individuais e secretos. Não podemos emprestar
ou deixar as pessoas toca-lo. É um instrumento para ser usado em
um bolso, cordão, carteira ou até escondido no sutiã das mulheres.
Se ficar guardado em uma bolsa não ocorrerá a troca energética.
Não permita que seu patuá entre em contato com o sol ou com a água
salgada, Isso desmagnetizará sua essência. Procure usar seu patuá no
momento de suas orações para fortalecê-lo constantemente.
153
A função dos punhais e adagas no culto de Exu
Apesar dos punhais por vezes serem parecidos com as adagas, não
são a mesma arma. Tradicionalmente os punhais são menores, mais
finos e possuem uma espécie de cruz que protege a mão. As adagas
são como pequenas espadas, entretanto não possuem proteção para
as mãos. A diferença não está limitada apenas na distancia de golpear
e sim no tipo de ferimento causado e na função durante a batalha.
154
para assar carne. As adagas se distinguem pela força de suas lâminas.
Muitos as enxergam como facas de guerra, mas na verdade as facas
são extremamente frágeis em relação às adagas. Também vemos
adagas com proteção para as mãos (assim como os punhais) e isso
faz parte das trocas culturais ao longo dos séculos em que as guerras
ocorreram.
A Arma adequada
Existem inúmeros modelos de punhais e adagas disponíveis no
mercado, mas preferencialmente optamos por aqueles cuja lâmina
seja feita em um bom aço ou ferro e cujo cabo seja de madeira, osso,
chifre ou mesmo o próprio metal. Lâminas com cabos de plástico
não produzem o efeito de filtro que o adepto necessita e seu uso
pode acarretar um influxo energético. Lembre-se que esse punhal
ou adaga servirá por muitos anos, então, recomendamos que seja da
melhor qualidade possível. O tamanho, bem como o modelo, não
são realmente relevantes.
155
Exu usa os punhais tanto para carregar de poder ígneo quanto para
consumir e esgotar. Por isso é comum vermos punhais espetados em
‘Pontos de Força’, afinal, é um instrumento bélico capaz de nutrir
com forças ígneas criando uma atmosfera de controle e vitória. Sob
um olhar ‘quimbandeiro’ o punhal é a personificação da própria
‘Garra do Diabo’.
156
5 - Após seca, besunte-a com óleo de dendê sagrado (feito com
pimenta da costa).
6 - Com um pano limpo (preferencialmente que nunca tenha sido
usado) limpe a lâmina.
7 - Acenda três velas vermelha e preta na forma de triangulo positivo
(ponta para cima).
8 - Ao centro dessas velas, coloque um carvão em brasa dentro de
um recipiente apropriado para defumar e ministre uma pequena
porção de raspa de chifre de boi, raspa de chifre de bode e enxofre
para queimar.
9 - Passe vagarosamente o punhal pela fumaça e pelas velas enquanto
recita:
“Fogo, ó elemento sagrado, hálito de Pai Maioral, abra os poros do ferro
e do aço para esse punhal consagrar! Carregue-os com a força de Satanás
e com a Luz de Lúcifer, transforme essa arma no falo do Exu (dizer
o nome de seu Mestre) para que esse glorioso espírito possa dominar,
abrir, fechar, atrair e repulsar as correntes energéticas conforme minha
necessidade e a Suprema Vontade do Império!”.
10 - Quando sentir que a lâmina está devidamente carregada o
adepto colocará a ponta da lâmina no centro de sua mão esquerda
forçando até que exista uma pequena dor. Exclame:
“Faca de ponta, punhal desperto, jamais terá ponta, lâmina ou cabo
contra mim! Meu corpo é forrado com as escamas da Grande Serpente.
Quanto aos meus inimigos, jamais existirá controle ou piedade!”.
11 - O adepto irá segurar o punhal deitado em suas duas mãos e
oferecerá a seu Exu como um instrumento de proteção enquanto
recita a reza final:
“Exu (dizer o nome), meu Mestre e Guardião da minha evolução, a
ti disponho esse punhal para ser um instrumento de ataque e defesa.
Que nossa relação não se corte e nem perfure, mas que nossos inimigos
sintam um gélido medo quando tentarem nos atacar. Posso envenenar
ou atirar essa arma, posso finca-la em cima dos meus inimigos, posso
dominar os espíritos, desde que a balança esteja alinhada. O cheiro do
sangue dos inimigos atrairá sua lâmina até que o cabo não permita mais
que aprofunde em seus corpos. Exu aceite mais uma arma e mais um
instrumento que resguardará teu filho (a). Laroyê Exu! Exu é Mojubá!”
12 - O adepto pode fincar esse punhal em cima de um toco de
madeira ou pedaço de caixão ao lado da firmação ou guarda-la na
157
bainha para ser usada quando necessário. Lembramos que se optar
em finca-la no toco de madeira ou no caixão, a lâmina deve estar
voltada para a porta.
13 - Costumamos deixar pedras vulcânicas em volta do punhal
fincado.
158
Como consagrar uma Adaga para o Culto de Exu
Para consagrarmos qualquer objeto a serviço do Culto de Exu
devemos limpá-lo antes de qualquer ato. Toda atividade deve ser
iniciada em uma terça-feira após as 21h.
14 - Lavamos a Adaga em água corrente;
15 - Preparamos uma mistura de um copo de água (200ml) e sete
pitadas de sal de cozinha.
16 - Com a ponta dos dedos respingue essa água na lâmina enquanto
recita:
“Sal e água, água e sal, purifica a forma física, purifica a forma astral!”
17 - Deixe a lâmina secar naturalmente
18 - Após seca, besunte-a com óleo de dendê sagrado (feito com
pimenta da costa).
19 - Separe uma taça com vinho tinto. Lave a lâmina com vinho
enquanto recita:
“Sangue, sangue, sangue, tu serás caçadora desse elemento. Forte e
mortífera servirá ao Exu (dizer o nome) em todas as suas guerras. Servirá
para o rito de sacrifício e nas mãos desse filho (a) da Quimbanda jamais
falhará!”.
20 - Com um pano limpo (preferencialmente que nunca tenha sido
usado) limpe a lâmina.
21 - Acenda três velas vermelha e preta na forma de triangulo
positivo (ponta para cima).
22 - Ao centro dessas velas, coloque um carvão em brasa dentro de
um recipiente apropriado para defumar e ministre uma pequena
porção de raspa de chifre de boi, erva do fogo e mamona seca para
queimar.
23 - Passe vagarosamente a adaga pela fumaça e pelas velas enquanto
recita:
“Fogo e ar, ar e fogo, carrego de energias esse instrumento de morte. Que
assim como na Terra pode matar, no Astral terá os mesmos poderes!”
24 - Quando sentir que a lâmina está devidamente carregada o
adepto passará a mesma no seu corpo ( sem cortar) enquanto recita:
“Faca de ponta, adaga desperta, jamais terá ponta, lâmina ou cabo
contra mim!”
25 - O adepto irá segurar a adaga deitada em suas duas mãos e
oferecerá a seu Exu como um instrumento de proteção e recitará a
159
reza final:
“Exu (dizer o nome), meu Mestre e Guardião da minha evolução, a
ti disponho essa adaga para minha proteção. Que nossa relação não
se corte e nem perfure, mas que nossos inimigos sintam pavor e medo
quando essa arma os atacar. Posso envenenar ou atirar essa arma, posso
finca-la em cima dos meus inimigos e o aroma do sangue dos inimigos
direcionará essa Lâmina. . Exu aceite mais uma arma e mais um
instrumento mortal que resguardará teu filho (a). Laroyê Exu! Exu é
Mojubá!”
26 - O adepto pode fincar essa adaga em cima de um toco de
madeira ou pedaço de caixão ao lado da firmação ou guarda-la na
bainha para ser usada quando necessário. Lembramos que se optar
em finca-la no toco de madeira ou no caixão, a lâmina deve estar
voltada para a porta.
160
‘Morte’ é um dos maiores exemplos disso. Carregado para um fim
e uma vítima específica essa arma não deve ser misturada com as
demais.
“Terra dos Mortos, aqui a paz e o silencio são os véus que acalmam os
vivos, mas para os mortos esse é um campo de provação e guerra. Em
nome do rei e da Rainha da Kalunga, ao Grandioso Espectro da Magia
Negra, cravo esse punhal/adaga na sepultura/cova antiga pra que sua
lâmina seja carregada com a guerra, ira, lágrimas e dor que os vivos
não podem ver ou sentir!” (crave a faca- inclusive o cabo e faça uma
marcação para que não a perca).
Sete dias depois desse ato, vá buscar sua arma negra. Ao retirá-la da
terra bata com a ponta três vezes no solo para agradecer e enrole-a
161
em um pano preto previamente defumado com Mirra.
Ritual 2
Outra forma de amaldiçoar uma lâmina é fincando-a dentro de um
peixe (bagre – Eja-Kika, Cascudo ou Baiacu) que será enterrado
no cemitério em uma cova nova. Faça os procedimentos de praxe
e direcione-se até uma sepultura / cova. Diante do Morto recém-
chegado ao Campo Sagrado, direcione uma oração ao mesmo e peça
que ele (a) carregue a lâmina com todas as suas raivas e frustações
enquanto o peixe deteriora. Jogue três moedas dentro do buraco
onde enterrará o peixe.
162
Fortalecendo a Relação com Exu-
Construindo o Templo Interior.
163
para atrações futuras. Segundo Albert Einstein: “Imaginação é
tudo, é a prévia das atrações futuras”. Para estimular essa imaginação
podemos usar alguns recursos, tais como som ambiente, perfumes,
óleos, defumações, enfim, aquilo que agrada nossos sentidos e
permite-nos expandir os pensamentos.
A Ritualística preparatória
Essa ritualística deve ser feita para que o adepto possa dominar
e apaziguar seus pensamentos, ou seja, ‘desligado’ ou afastado há
pelo menos duas horas da rotina diária inicia suas práticas. Por isso
recomendamos os horários noturnos.
O Ritual Inicial
Em uma noite de lua crescente ou cheia, o adepto deverá banhar
seu corpo com uma mistura feita com um litro de água, 10g sálvia,
10g manjericão, 10g arruda e 10g hortelã. Após maceradas as ervas
164
o adepto derrama esse do pescoço para baixo.
165
Buscando forças e energia com Exu Pantera Negra
167
nossos objetivos.
Material necessário:
Modo de fazer:
1 - O adepto deve se dirigir até o local. Chegando ao mesmo,
marque um círculo com a corda de sisal.
2 - Com o barbante amarre as velas em grupos de sete separados
por cor.
3 - Disponha as velas em quadrante intercalando as cores.
168
4 - Abra a bebida alcoólica e derrame em sentido anti-horário por
cima da corda de sisal.
5 - Também derrame a água mineral em sentido horário por cima
da corda.
6 - Ao acender as velas exclame:
“Laroyê Povo da Mata, Salve Exu Pantera Negra! Cobá legião! Oferto
a água para saciar a sede do meu espírito, oferto a bebida para saciar a
ira de Exu, oferto o fogo para iluminar minha mente, meus caminhos
e meu destino!”
7 - O adepto colocará o pedaço de folha de bananeira no centro do
círculo. Por cima ofertará a carne crua. Derramará o óleo de dendê
na carne enquanto exclama:
“A carne é meu corpo velho, o epô é meu sangue. Na Terra deixo minhas
angustias e sofrimentos e renovo-me de forças e sabedorias!”
8 - Após esse ato, sentará dentro do círculo, acenderá o charuto
e baforará em direção a terra, ao céu, afrente, atrás, a direita e a
esquerda.
9 - Colocará o charuto ao lado da carne e iniciará a seguinte reza:
169
Mas se na noite Pantera Negra sair para caçar, que os olhos não se
enganem, que a respiração seja silenciosa, que o solo não estale, pois
cercarei a presa de tal forma que quando o bote for dado, será como o
da serpente negra!
Que a Lua me proteja e derrame suas lágrimas em meu corpo e que
as peles não me faltem para proteger-me dos ventos gelados. Que os
inimigos não me vejam como um homem, mas uma grande pantera que
lhes causa pavor e medo.
Que o próximo ciclo seja mais farto e mais glorioso que esse! Eteuá
Pantera Negra, Anauê Povo da Mata, Laroyê Exu das Matas!”.
Materiais necessários:
170
• Uma abóbora tipo ‘moranga’ (pequena);
• 100g de carne de sol (carne seca) desfiada;
• 1 copo de óleo de Dendê;
• Uma cebola roxa;
• Sete pimentas dedo de moça;
• Um pedaço de fumo de corda desfiado (ou um pouco de fumo
Arapiraca);
• 1/2k de farinha de mandioca grossa;
• Uma garrafa de marafo (pinga);
• Um charuto (de qualquer qualidade).
Modo de preparo
171
espirituais sejam absorvidas.
Que eu tenha a coragem e a força do javali, a velocidade do cervo,
os sentidos de uma serpente e a liberdade das grandes aves. Que
meu corpo seja como o de uma onça, meu veneno como o de um
escorpião e meus olhos como os do Carcará.
Eteué, Eteuá
Nas encruzilhadas da mata nunca hei de temer, pois Exu das Matas
sempre há de me guiar. Com o Povo da Mata nunca vou me perder
e minha caminhada sempre estará segura, pois no brilho do sol ou
na luz da lua, os labirintos sempre estarão no mesmo lugar.
Flechas não me perfuram, machados não quebram meus ossos,
lanças não me alcançam e espinhos não furam meus pés descalços,
pois Exu está comigo.
Eteué, Eteuá
E na clareira da mata, Exu Curador faz seu unguento, o mesmo
veneno que mata me salva e Exu Cobra corre a gira e trás a cura
dentro da cabaça de mirongas. O laço que foi armado para prender
minha caminhada foi desfeito por Arranca Toco e o bote que me
esperava diante do Cruzeiro, Sete Montanhas levou para longe.
Eteué, Eteuá
Na escura mata noturna Pantera Negra vem me guiar, me ensina
a magia da Lua e me leva ao rio pra me banhar, Exu dos Rios me
ensina o poder do sangue da Terra e Exu Lobo me dá o poder das
almas da guerra.
Eteué, Eteuá
Salve o Povo da Mata, pra entrar e sair sempre hei de lembrar, que
grande é povo de Exu, mas todos se tornam só um Rei que devemos
louvar! Laroyê Exu Rei das Matas, não desampare os filhos de fé, a
Quimbanda me ensina pescar, mas o Senhor que me mantém de
pé!”.
172
9 - Acenda o charuto e bafore sete vezes em cima do Ponto. Para os
que sentem dificuldade em baforar, acenda o charuto e em sentido
anti-horário, circule o Ponto sete vezes enquanto chama pela
presença da Legião de Exu Pantera Negra.
10 - Coloque a Moranga recheada em cima do Ponto.
11 - Pegue a vela vermelha e preta e acenda aos seus Exus (Exu e
Pombagira) dizendo as seguintes palavras:
“Peço licença aos meus Mestres para servir aquele que abrirá meus
caminhos. Que toda energia flua em harmonia em nome de V.S Maioral!
Saravá Exu (Diga o Nome do Exu)! Saravá Pombagira (diga o nome da
Pombagira), Saravá Exu Pantera Negra!”
12 - Acenda a vela verde e ofereça ao Exu Pantera Negra. Peça a
abertura dos Caminhos para tudo que desejar. Sinta o poder da
oferenda e confortavelmente inicie uma meditação livre.
173
Trabalhos Espirituais realizados
na Sexta-feira Santa.
174
Transcreveremos algumas rezas e feitiços que fazemos na “Sexta-feira
Santa” para diversos fins.
Modo de fazer:
175
Satanás estava gargalhando
Olhando o farsante sangrar
Não morre tão fácil bastardo
O inferno inteiro vai comemorar!
Salomé, Salomé
Dança no Sangue de Nazaré
Salomé, Salomé
Dança no Sangue de Nazaré!
Chora Maria,
Chora aos pés da Cruz
Deus de verdade não morre
Porque é feito de Fogo e Luz!
Salomé, Salomé
Dança no Sangue de Nazaré
Salomé, Salomé
Dança no Sangue de Nazaré!”
176
• 07 punhais
• 01 taboa de madeira cortada em círculo (aproximadamente
30cm de diâmetro)
• 01 vela vermelha e preta de 03 dias (caso não tenha pode ser
substituída por uma de 07 dias)
• 07 pimentas da costa
• 01 dose de Gim
• 01 pemba preta ou carvão
• 10g de pó de ferro
• 03 ml de óleo de dendê
Modo de fazer:
177
nossa casa sendo cercada de facas, espadas e punhais, tornando um
local inacessível aos inimigos. Pedimos a proteção de Exu Lúcifer e
de todas as Legiões a Ele aliadas. Quando sentirmos o fogo percorrer
nosso corpo sopramos em cima da tábua.
05 - O óleo de dendê é para besuntar a vela.
06 - Pegamos o pó de ferro com a mão direita e sopramos na vela,
de modo que grude no óleo. Acendemos, ofertamos o Fogo ao Exu
Lúcifer e colocamos a vela em cima da tábua.
07 - Essa tábua deve permanecer ao lado das firmações de Exu pelo
período das festividades de Páscoa.
08 - Depois da Páscoa essa tábua pode ser desmontada ou continuar
como proteção.
178
5 - Amarre o coração de boi com barbante forte. Enrole-o máximo
possível.
6 - Vá a uma encruzilhada em “T” por volta das 22h, pague a
encruzilhada, glorifique a Pombagira Rainha das Sete Encruzilhadas
e no ponto de força de Maria Padilha inicie seus ritos.
7 - Comece colocando o coração no chão. Em volta acenda sete
cigarros e coloque sete garrafas de espumante rose abertas. Dentro
de cada espumante coloque uma rosa vermelha aberta sem espinhos.
8 - Chame pela Pombagira Maria Padilha. Peça a Ela força para esse
trabalho de separação e peça proteção ao Povo da Encruzilhada.
9 - Pegue um martelo e comece bater em cima do coração enquanto
exclama:
“Esse martelo é Satanás que quebra as forças divinas, que fulana e
fulano recebam aquilo que foi prometido. Guerra e destruição estarão
em seus destinos e em sete dias cada um seguirá um caminho.”
10 - A imagem dentro do coração irá quebrar. Quando sentires a
quebra da imagem, agradeça ao Povo de Exu, à Rainha e a Maria
Padilha.
11 - Dê sete passos para trás, vire-se e vá embora. Nesse feitiço não
serão colocadas velas. As velas serão ofertadas a Maria Padilha assim
que o casal se separar.
Materiais necessários:
179
rua – 10g)
• Pó de Destruição (10g)
• 01 alguidar médio
• Fel de galo (se possível, o melhor seria com fel bovino)
• 01 frango preto
• Nome completo e foto da vítima (se possível, algum item
pessoal)
Modo de fazer:
180
“Exu Marabô, Laroyê! Nessa hora a desgraça é chamada, mas não
esquecemos a balança! Se é vida, é vida por vida e sangue por sangue.
Sete vezes chamarei o nome da minha vítima para que o Povo do trilho
deixe esse feitiço percorrer o chão!” (dizer o nome da vítima 7x)
11 - Colocamos o alguidar em cima do trilho do trem e reacendemos
a vela. O frango também é colocado no trilho, porém, do outro lado
do trilho.
12 - Devemos aguardar no local até que o trem passe e possamos ver
a oferenda ser dizimada nos trilhos. Assim que acontecer, gritamos o
nome da vítima sete vezes.
13 - Agradecemos os trilhos e ao Senhor exu Marabô, damos sete
passos para trás e partimos.
14 - Na nossa casa devemos tomar um banho de arruda. Logo em
seguida um banho de cachaça om melaço.
181
Modo de fazer:
Peque o frasco de tinta (procure usar tinta látex, pois seca rápido) e
misture sete pitadas de terra de cemitério, sete pregos enferrujados,
poeira de uma encruzilhada fechada e uma pitada de enxofre.
Acenda um charuto, cigarro ou cachimbo e sopre a fumaça dentro
dessa tinta enquanto recita a seguinte reza:
182
3 - Com a tinta ainda fresca polvilhe pó de enxofre. Deixe secar.
4 - Coloque os sete bifes circularmente intercalados com os pedaços
de carvão. Regue tudo com óleo de dendê e cachaça (ou Gim).
5 - Pegue a foto de seus inimigos e os olhe fixamente. Amaldiçoe-
os em voz baixa de todas as formas possíveis. Na parte de trás da
foto, escreva o nome dele (a) sete vezes (uma por cima da outra) na
vertical e na horizontal escreva por cima (formando uma cruz) as
palavras ‘desgraça/morte’ também sete vezes uma por cima da outra.
6 - O uso do fio de cobre tem um segredo. Se usarmos o fio
diretamente, o mesmo não emana energia plena, pois é recoberto de
esmalte isolante. Para obtermos a máxima ação, devemos queimar
as duas pontas do fio. Feito esse procedimento, pegamos a foto,
enrolamo-la no gancho do cadeado e por cima da foto enrolamos
o fio de cobre até que as duas pontas queimadas possam ser unidas
(torcidas). (Esse ato garante que toda eletricidade emanada pelo
inimigo esteja em uma espécie de circuito fechado).
183
“Sete velas pretas acendo na intenção de lhe cegar. Sete chamas negras
queimarão seus olhos e amaldiçoarão tua boca todas as vezes que proferir
meu nome ou pensar em mim. Sete chagas nascerão em teu corpo se não
mudar teus pensamento e intensões e em sete velórios há de pisar e chorar
se não fizeres o que eu mando em nome de Exu Tranca Tudo! Mambá
Tranca Tudo é Vingador!”
Obs: Não passe por esse local pelo menos por 14 dias.
184
Pedido de Proteção feito com Vela
Modo de fazer:
“Diabo que ferve, diabo que ferveu, se a fruta é sua o óleo de dendê é
meu! Ateia fogo no palheiro, uma vela é acesa, cachorro com rabo entre
as pernas queima no fogo de defesa! Fogo com fogo se combate, essa vela
é meu escudo e todo inimigo rebate!”
185
Bata três vezes a vela no chão e firme-a defronte seus sagrados. Pegue
a oração e inicie com toda força de seu espírito.
Oração de Fortalecimento
186
ocultas ao seguidores do erro!
Que nossas mãos sejam sete garras que arrancam os tocos e que nossos pés
façam tremer a terra toda! Que nossos dentes sejam iguais aos da pantera
e nossas unhas como as da coruja. Que possamos ter a sobriedade das
árvores e o equilíbrio dos parques, que as ondas do mar sejam controladas
em minhas veias e as tormentas possam sair de minha boca quando for
necessário. Que eu possa trancar e destrancar, governar meus instintos e
ser imperador do meu “Eu”.
Que os mortos me reconheçam e enxerguem meu esforço. Se não me
ajudarem que não se coloquem em meus caminhos, pois a bênção do
Senhor do Alfanje recai sob os filhos da Quimbanda.
Encerro essa oração, evocando o 77 e o 77 infinito que se manifesta pelos
49. Salve Maioral, a Grande Santidade da Quimbanda, Imperador
de todos os Exus e Pombagiras! Salve meus Mestres! Laroyê Exu! Exu é
Mojubá!”.
187
Trabalho com Exu Chama Dinheiro
no dia 31 de Dezembro
188
dentro do Culto de Exu Chama Dinheiro, Exu do Ouro, Pombagira
Maria Padilha Rica e Pombagira da Fortuna.
Preparando o Ritual
Os Exus e Pombagiras que exercem seus pontos de força em
campos financeiros pertencem ao Povo da Lira. A Lira envolve todo
comércio, estudo, música, shows, prostituição, bares, ou seja, é um
Reino amplo e que domina grande parte da área urbana. O adepto
deverá sair nas noites que antecedem a data em questão e pegar um
pouco da energia desses Reinos. Para isso recolherá uma porção de
terra em sete locais que haja grande movimentação financeira (portas
de: banco, grandes comércios, empresas, instituições financeiras).
O procedimento de retirar terra é específico e individual para cada
Reino e passaremos a forma correta de retirar terra da Lira.
189
horário enquanto dizemos: “Sal e água, água e sal, purifica a
forma física, purifica a forma astral!”. Feito esse procedimento,
lavamos o pote com a água salgada e deixamos secar. O terceiro
passo é carregar esse pote para que o mesmo possa ser usado como
receptáculo energético. O adepto deverá pegar sete palitos de fósforo
e riscá-los unidos. No mesmo instante em que ocorrer a combustão
devem ser jogados dentro do pote enquanto o adepto fala: “Pólvora
que sai e fogo que entra, o poder está aqui, fica aqui, é guardado
aqui e permanece aqui!“. O pote deverá ser fechado.
• 07 velas amarelas;
• 07 velas pretas;
• 07 velas vermelhas;
• 07 moedas correntes;
• 07 moedas antigas;
• 07 búzios brancos (gema média) abertos;
• Um imã pequeno;
190
• 01 vela em formato de cifrão;
• 01 pedaço de fio de cobre (aproximadamente ½ m);
• 01 cartolina branca;
• 01 pemba preta;
• 01 garrafa de melaço;
• 01 garrafa de Óleo de dendê;
• 04 notas de dinheiro de diversos valores; (Pode ser quantas
notas desejar e de quantas nacionalidades tiver);
• 01 pedra pirita pequena (opcional).
• 01 pedaço de pano preto (1m)
Modo de fazer:
191
$ $
$ $
No círculo central negro colocamos o imã. Por cima desse
depositamos a Terra comprada até cobrirmos o círculo central.
Imã
Terra
192
realizamos a seguinte reza:
“O povo reza pelo dinheiro, mas dinheiro eu tenho, o povo reza
pela herança, mas herança eu tenho, o povo reza pedindo ajuda,
mas ajuda eu tenho, o povo reza em muitas línguas e muitas
línguas eu tenho.
Pego o que é seu, aqui e acolá, pego o que é seu para me ajudar,
Exu está aqui ,está acolá, Exu trás pra mim o trazes de lá.
Carregue de forças meu toco e minha mironga um rico ficou
pobre para seu ouro me dar.
Carrega minha terra com força e mironga, mais um rico ficou
pobre para fortuna me dar.
Carrego meu altar com força e mironga, Exu do Ouro vai me
ajudar, mais um rico ficou pobre e sua fortuna me deu, minha
vela é dourada esse ouro é meu.
Carrego meu altar com força e mironga e mais um rico ficou
pobre para seu dinheiro me dar, Exu Chama Dinheiro está me
ajudando e todo dinheiro que preciso Ele me trás!”.
193
Trabalho de Morte aos Inimigos Ocultos
com o Exu Gira-Mundo
194
um animal exige limpeza mental e preparo emocional, pois qualquer
traço de piedade ou compaixão pode acarretar um influxo energético
que causará enormes danos psíquicos e espirituais, principalmente
no ‘Escudo Energético’. Outra coisa: Não é porque o adepto matou
um animal em um ritual de Magia Negra que lhe concede o Direito
de SACRIFICAR para Exu. O Sacrifício envolve desenvolvimento,
gnoses, compreensão e Tradição na Quimbanda. Uma pessoa sem o
preparo de seu Obé (faca de sacrifício), ao sacrificar para Exu estará
atraindo suas faces mais predatórias e assassinas e não a serenidade e
luz luciférica desses Espíritos. Uma faca na mão de um despreparado
só pode ser usada em rituais de ódio e isso deve ser comedido ao
extremo, pois essa energia vicia e entorpece os sentidos.
195
foco desse texto é o Trabalho com o Exu Gira Mundo.
Materiais necessários:
• Um Punhal Maldito;
• Uma vela fina branca;
• Nove velas de sebo;
• Enxofre em pó;
• Dois pedaços de Carvão Vegetal;
• Uma madeira redonda lixada (sem verniz) de aproximadamente
30 cm de diâmetro;
• Um lápis;
• Uma garrafa de bebida destilada;
• Um charuto;
• Uma taça;
• Um coelho ou um pombo preto.
Modo de Preparo:
196
4 - Acenda a vela fina comum na ponta central do Tridente dinamico.
5 - Misture um pouco de bebida com enxofre e jogue em cima do
Ponto.
6 - Inicie e evocação:
“Poderoso Exu Gira Mundo, nessa hora profana e desgraçada, esse
filho de Maioral de Todos os Infernos, que vos respeita como Grande
Mestre da Quimbanda, clama para que tua face mais macabra se vire
contra meus inimigos ocultos e declarados. Mambá Exu Gira-Mundo,
portador das passagens infernais, faça com que as Almas famintas e
desesperadas corram pelos quatro quantos para achar esses inimigos e
com tuas espadas decapite-os diante à covardia que fazem comigo. Todo
nervoso e angústia que estou passando será transferido em poucos golpes
em cima de teu Ponto, mas não veja esse ato como uma afronta, pois
o que mais desejo é ver teu ódio contra aqueles que desejam ver minha
queda! Laroyê Perverso que Gira e encontra tudo, Laroyê Maligno que
usará a Lei contra meus inimigos! Laroyê Exu Gira Mundo!”
7 - Pegue o coelho e diga:
“Animal poderoso, tu que escapa do bote das aves de rapina e procria nas
tocas escondidas será sacrificado para achar e derrubar meus inimigos.
Que tua fagulha espiritual seja drenada pelo Poderoso Exu Gira-
Mundo!”
Se for com o Pombo Preto diga:
“Animal poderoso, tu que voa carregando pragas e ainda sim faz os
humanos lhe amarem será sacrificado para achar e derrubar meus
197
inimigos. Que tua fagulha espiritual seja drenada pelo Poderoso Exu
Gira-Mundo!”
8 - Coloque um pedaço de carvão vegetal embaixo de cada pé.
9 - Coloque a cabeça do animal do centro do Ponto e dê uma
punhalada sem piedade na cabeça dele. Se for necessário apunhale
várias vezes, mas o fundamental é prender a cabeça do animal na
tábua com o punhal fincado. O animal deve estar bem seguro para
não escapar até estar morto.
10 - O sangue que escorrer deve ser recolhido no copo com cachaça.
Se a pessoa tem a firmação do Exu Gira-Mundo em sua casa
serve-o com essa mistura, caso contrário, guarde esse copo para ser
despachado.
11 - Com o animal morto e preso no ponto riscado na tábua,
acende-se o charuto e bafora para cima. Para cada baforada pede-se
que Exu Gira-Mundo corra atrás de todos os inimigos.
12 - No mesmo dia saia de casa levando a tábua com o animal
fincado, as velas de sebo, a garrafa de bebida e o restante do charuto.
Coloque os dois carvões (que ficaram embaixo dos pés) dentro do
copo com bebida e sangue.
13 - Procure um local isolado e que tenha arbustos para esconder
esse feitiço. Chegando no local, glorifique o povo (os espíritos)
daquele ponto de força e antes de começar jogue três moedas no
chão. Coloque a tábua com o animal fincado e circularmente acenda
as velas de sebo. Derrame a garrafa de bebida circularmente por
fora das velas acesas. Deixe o charuto e o copo de bebida em cima
da tábua. Ofereça ao Exu Gira-Mundo e peça novamente que seus
inimigos ocultos e declarados sejam dizimados pelas poderosas
legiões de Exu.
14 - Levante-se, dê sete passos para trás e vire-se. Não olhe para o
feitiço novamente!
15 - Chegando à sua residência banhe-se com a segunda parte do
preparado de ervas. Não seque o corpo, porém, coloque a roupa
limpa. Defume a casa com Sálvia para purificar o ambiente e pela
manhã do dia seguinte limpe a casa com uma mistura de água (1l) e
sete pitadas de sal (marinho).
198
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