Pedogeografia 2t
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Pedogeografia 2t
Tema:
Disciplina: Pedogeografia
Ano de frequência: 1º
Turma: E
2º Trabalho
Docente:
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Índice
1. Introdução...................................................................................................................... 1
1.1. Objectivos...................................................................................................................... 2
2. Contextualização ........................................................................................................... 3
3. Conclusão .................................................................................................................... 10
4. Referência.................................................................................................................... 11
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1. Introdução
A Pedologia, do grego pedon (solo, terra) é a ciência da gênese, morfologia e classificação dos
solos. Busca compreender a interação entre os fatores e processos de formação do solo e sua
influência nos atributos morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos do solo, além da sua
classificação taxonômica. Trata-se de uma ciência recente que teve o seu início marcado, de
maneira consensual, pelos trabalhos de V.V.
Os estudos de Dokuchaev forneceram a base para o modelo mais influente de gênese do solo,
proposto por Jenny (1899 – 1992) em seu livro Factors of Soil Formation (Jenny, 1941), que propôs
a equação de formação do solo
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1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
• Analisar os Processos da construção da Pedogeografia como ciência.
1.1.2. Específicos
• Contextualizar a pedologia;
• Descrever a relação com outras ciências;
• Descrever os processos histórico (evolução) da construção da Pedogeografia como ciência;
• Identificar os principais percursores e as respectivas contribuições.
1.1.3. Metodologia
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2. Contextualização
Pedo – solos/terreno
Geo – terra
Grafia - descrição/escrita
Pedogeografia – é uma ciência física que estuda sobre os solos e a sua estrutura, composição, suas
propriedades, sua distribuição geográfica e métodos da sua utilização racional.
Objecto de estudo
Para Oliveira (2007), a Pedologia é a ciência que trata da origem, morfologia, distribuição,
mapeamento e classificação dos solos. A pedologia considera o solo como um objeto em si próprio,
e dá pouca ênfase à sua imediata utilização prática. Edafologia é o ramo da Ciência do Solo que
trata da influência dos solos nos seres vivos, particularmente nas plantas, incluindo o uso da terra
pelo homem, com a finalidade de proporcionar crescimento de plantas.
Salienta que Ker et al. (2012), a Pedologia é uma área da ciência desafiadora, pois trata da formação
e distribuição espacial dos solos na paisagem, com suas implicações socioambientais. Acrescente-
se que, as informações geradas nos estudos pedológicos, além de sua utilização pelos demais ramos
da Ciência do Solo, encontram aplicação nas demais áreas da ciência, como Agronomia, Geografia,
Geologia, Engenharia, Arqueologia, Biologia, medicina e outras mais.
Embora essas abordagens interdisciplinares possam ser consideradas ainda insuficientes, já são
vários os exemplos dessa visão nas pesquisas sobre os solos. Em física, química, biologia,
mineralogia, fertilidade, manejo e conservação do solo, por exemplo, a importâ importância dessa
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abordagem multidisciplinar é comumente reconhecida, principalmente quando se procura obter
melhores respostas às muitas indagações do dia-a-dia no
Os homens premitivos viam o solo apenas como algo existente na superficie da terra, onde se
movimentavam ,retiravam materiais , confesão de alguns objectos pigmentos para suas penturas e
encotravam vegetais e animais uteis para alimentanção.
Tinham conhecimento de onde deveriam buscar os recursos mais não o entendimento analitico dos
factos. Apòs ultima era glacial aproximadamente 10 anos atráz, a maior parte dos seres humanos
comesou a fixarse e assim iniciou o cultivos de vegetais para melhor obteção de alimentos. As
primeiras civilizacoes não deixaram registos historicos de seus conceitos a respeito da forma da
natureza .
Os primeiros documentos sobre as grandes civilizacoes agriculas indicam claramente que as terras
costumavam ser destinguindas de acordo com a produtividade o que implicam o reconhecimento
do solo como um meio para o desenvolvimento das plantas.
Segundo Fallou (1862), havia um acúmulo de conhecimentos sobre solos nos países onde os
ambientes naturais já eram bem estudados, porém necessitava-se de uma ciência específica para
tratar do assunto de maneira personalizada. O alemão Friedrich Albert Fallou foi o propositor do
termo Pedologie, em vez do simples Bodenkunde, para tratar do estudo do solo numa ampla
abrangência, coadjuvada pela Química e outros conteúdos ligados às ciências da terra; apropriou-
se, para tanto, do radical pedon = solo.
Com muita propriedade, Fallou defendia que o conhecimento científico do solo ainda não dispunha
de uma disciplina especializada para abordála.
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Os tratados eram compilações de assuntos paralelos que não definiam tipos de solos, tal como nas
ciências naturais. Ele empregou um sistema classificatório estreitamente embasado na natureza dos
substratos, ainda que admitindo materiais transportados e de recobrimento transformando-se em
solos.
Por volta daquela época, grandes avanços na ciência surgiram com a tabela periódica dos elementos
químicos, criada pelo russo-siberiano D. I. Mendeleiev (1834-1907), e com a teoria sobre a origem
das espécies do inglês Charles Darwin – o “evolucionismo”, que várias ciências adotaram.
Ao contrapor os dois cientistas, Fallou e Dokuchaev, que assumiram a Pedologia como a ciência
autônoma para o estudo sistematizado do solo, Ramann (1905) advogou que a importância de
Fallou ia muito além da limitada proposição daquele termo. Todavia, Blume (2002) atribui a
relativa desconsideração para com a sua obra pela comunidade internacional ao fato de ela não ter
oferecido uma concepção genética para a evolução do solo, tendo ficado muito circunscrita à
natureza dos substratos geológicos.
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• Institucionalização e Consagração da Pedologia Russa
Relatos sobre as atividades desenvolvidas pela equipe de Dokuchaev são numerosos e extensos;
Kovda (1984) aponta-o como um dialético, postulando que no solo todos os fenômenos guardam
estreitas inter-relações. Há divergências se o seu primeiro trabalho “As origens dos vales fluviais
da Rússia Europeia” foi publicado em 1876 ou em 1878 (BOULAINE 1983, KRUPENIKOV
1992). Porém, seu pioneirismo é atribuído à histórica caracterização do Chernozem – a “terra
negra” de elevada produtividade agrícola (DOKUCHAEV 1883). Esse denominativo era tanto
usado na linguagem coloquial, como na científica de outros países, como Tchernosiomböden, pelo
germânico Hermann (1836).
A dificuldade com a língua russa levou membros ativos e egressos da equipe de trabalho a
promoverem traduções difundindo a Pedologia, a exemplo de Loewinsson-Lessing, da Sociedade
Belga de Pedologia (Dokuchaev 1890/1891).
Em 1899 foi lançado o periódico Pochovovedenie, ainda em russo, no mesmo ano de criação da
primeira cadeira de Pedologia do mundo, em Nova Alexandria, Polônia, entregue a Sibirtsev, que
faleceu, entretanto, em 1900, com apenas 39 anos de idade.
Segundo (Hartemink et al. 2013), na Exposição Mundial de Paris de 1899, Dokuchaev exibiu um
mapa do Hemisfério Norte contendo 11 unidades de solos. Mas o primeiro mapa mundial coube a
Glinka, em 1906, com 18 classes de solos ligadas às zonas climáticas da Terra, em escala 1:
80.000.000, quando Dokuchaev já havia falecido (em 1903, com 57 anos), cercado por ceticismos
e misticismos agravados pela intensidade dos trabalhos desenvolvidos e de lutas contra a burocracia
interferente.
Um dos cientistas alemães de prestígio a divulgar a obra russa em sua língua foi H. Stremme, em
1914. Vilensky (1924) apresentou os grandes tipos de solos russos em alemão e inglês; porém, a
difusão de maior alcance deu-se com Marbut (1927), ao traduzí-la em inglês no I Congresso
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Internacional de Ciência do Solo em Washington, ocupando mais de 30 páginas dos respectivos
Anais.
Outros integrantes da equipe regressaram às suas origens ou rumaram para outros destinos,
ajudando a sedimentar a Pedologia nas novas realidades encontradas. A partir de 1914, sobreveio
um fluxo imigratório para os Estados Unidos, principalmente de judeus russos como S.A.
Waksman, descobridor da estreptomicina, junto ao pedólogo J.S. Joffe, enquanto A. Schatz
destacou-se como vitorioso produtor agrícola naquele país.
O acúmulo de matérias dessa natureza na primeira metade do século XX acabou por desaguar numa
inevitável “Ciência do Solo” composta por diversos ramos, em que a Pedologia se inseriu na
Gênese e Cartografia. Vários países intensificaram a criação de suas sociedades de Ciência do Solo,
a participação nos respectivos conclaves científicos e a produção de periódicos e publicações sob
a égide da Ciência do Solo. Não mais se precisou lançar tais assuntos numa Química do Solo,
Agrogeologia ou análogos. Um dos grandes méritos da existência da Pedologia, dentro da Ciência
do Solo, além da sistematização mencionada, é a possibilidade maior de extensão dos dados a solos
de diversas regiões, mediante correlações taxonômicas.
As notáveis descobertas sobre os solos, tratadas em seus diversos ramos, encontram-se bem
retratadas e com ilustrações que abrangem até nossas Cataratas do Iguaçu, em “Le sol – une
merveille sous nos pieds” (Feller et al. 2016), que contempla ainda registros históricos de solos em
verdadeiras obras de arte produzidas por civilizações primitivas, além das mais conhecidas atuais,
expostas em museus e painéis.
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2.3.Os principais percursores e as respectivas contribuições.
No século XVIII apareceu a teoria fisiológica de Mitscherlich dizendo que o solo era um mero
reservatório passivo de nutriente as plantas, considerando o solo como um objecto estático, só como
sustentáculo das raízes.
No início do século XIX esse conceito foi rejeitado com o aparecimento da teoria Húmica de A.
Von Thaer que dizia serem apenas as substâncias orgânicas responsáveis pela fertilidade do solo.
Com o surgimento da teoria mineral de Justus Von Liebig, em 1840, a anterior foi abandonada
embora hoje se saiba que ela é em parte verdadeira. Liebig determinou que eram as substâncias
minerais do solo, os alimentos das plantas que entravam no metabolismo vegetal. Logo em seguida
Humphreey Davy apoiou a teoria de Liebig reconhecendo a importância da rocha matriz para a
fertilidade do solo. Só não soube explicar porque a mesma rocha determinava mais de um tipo de
solo.
No século XX, a divulgação da Pedologia soviética expandiu-se nas primeiras décadas, com os
trabalhos sobre a gênese e classificação dos solos de GLINKA (1916, 1927), POLYNOV (1923),
NEUSTRUEV (1927), AFANASIEV (1927), ZAKHAROV (1927), PRASOLOV (1937) e RODE
(1947). Destacam-se ainda os trabalhos sobre as ações do clima e outros fatores do meio
(GERASIMOV 1933, GERASIMOV & GLAZOVSKAYA 1960) e sobre a matéria orgânica
(TYURIN 1937, KONONOVA & ALEKSANDROVA 1958). Países vizinhos ampliaram os
conteúdos, com as produções do ucraniano SOKOLOVSKY (1935) e do húngaro KOTZMANN
(1935).
Com Carl Sprengel de 1830-1840 apareceram os conceitos de que o solo é função da influência do
clima e dos seres vivos.
Vasilí V. Dokuchaev, em 1887, após observações de solos na Rússia nas diversas latitudes
estabeleceu relação entre o clima e a génese e evolução do solo.
Sua única falha foi dar valor excessivo ao factor clima em detrimentos dos demais factores.
Estabeleceu a primeira classificação de solo denominada de classificação climática. Mais tarde,
Nikolai M. Sibirtizev, discípulo de Dokuchaev, modificou a classificação climática propondo a
classificação dos solos em três zonas climáticas: solos zonais, intrazonais e azonais.
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Glinka, em 1927, estabeleceu o estudo do solo a partir do conhecimento do perfil. Em 1917,
Wiegner definiu o solo como um sistema disperso obedecendo as leis químicas de dispersão
passando o solo assim a ser um corpo activo e não mais estático. Marbut estabeleceu em três metros
a profundidade do perfil de um solo, o que determinou contestação por ser a profundidade variável
em diferentes solos.
G. Milne, em 1935, efectuando pesquisas nas colónias inglesas mostrou existir agentes erosivos
que atacaram a rocha produzindo depósitos de materiais estabelecendo também a importância do
relevo na formação do solo.
Em 1945, Jenny sintetizou em um livro todos os conhecimentos que se tinha do solo até aquela
data tornando-se um livro obrigatório de consulta para quem pretende estudar o solo.
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3. Conclusão
O estudo dos solos como corpos naturais vem do conceito clássico de pedogênese, em que os solos
resultam da interação entre cinco fatores de formação: clima, organismos, relevo, material de
origem e tempo. Por essa perspectiva, o solo deixa de ser um substrato e passa a ser tratado como
entidade/indivíduo. Os seres humanos, como componentes da biosfera, tornaram-se cada vez mais
um fator significativo interagindo com as outras esferas. Consequentemente, a “antroposfera” é
agora considerada uma grande influência na formação do solo.
O solo é um recurso essencial para todos os organismos terrestres, incluindo o homem, razão pela
qual deriva em grande parte sua importância – as funções do solo permitem que ecossistemas e
sociedades se desenvolvam e evoluam.
Representa a interface entre atmosfera, biosfera, hidrosfera e litosfera. Os ambientes nos quais
esses quatro elementos interagem são, muitas vezes, os mais complexos e diversificados da Terra.
Portanto a compreensão completa dos solos requer conhecimentos de muitas outras ciências, sendo
a Pedologia uma ciência interdisciplinar.
Para finalizar, pode-se afirmar que o estudo dos atributos do solo é potencialmente útil para a
interpretação da relação solo-paisagem, além de fornecer informações importantes para o uso,
manejo e conservação desse recurso limitado.
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4. Referência
• Blume, H.P. (2002) Some aspects of the history of German soil science. Journal of Plant
Nutrition and Soil Science, 165: 377-381
• Dokuchaev, V.V. (1883). The Russian Chernozem. A report to the Free Economics
Society. St. Petersburg.
• Fallou, F.A. (1853). Die achererden des Königsreichs Sachsen, geognotisch untersucht
und kasifiziert. Freiberg. (Solos pédologie française. Étude et Gestion des Sols, 14: 305-
315.
• Ker et al. (2012). Sem título, citado por GERBER (1874) como publicado no Journal für
praktische Chemie, München, v. 1, 72 p.
• Oliveira M. (2007). A história da Pedologia no Brasil. In: simpósio brasileiro de
educação em solos, 8, São Paulo, Conferência. Sociedade Brasileira de Ciência do
Solo/Universidade de São Paulo.
• Ramann, E. (1902). Das vorkmmen klimatischer bodenzonen in Spanien. Zeitschrift der
Gesselschaft für Erdkunde, Berlin, p. 165-168.
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