Necessidade e Consumo

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NECESSIDADE E CONSUMO

Necessidades- Noção e classificação


Necessidade: sentimento que ocorre sempre que somos privados de um
bem ou serviço de que precisamos.

-Multiplicidade: As necessidades existem em grande número e são infinitas,


reaparecem algum tempo após serem satisfeitas, como é o caso da fome e
da sede. Por outro lado, o constante progresso tecnológico facilita o
desenvolvimento de novos produtos, be m como o aperfeiçoamento dos
anteriores, dando origem ao aparecimento de novas necessidades.

-Saciabilidade: A intensidade com que se sentem as necessidades vai


diminuindo à medida que estas se vão satisfazendo, acabando
eventualmente por desaparecer.

-Hierarquização: As necessidades podem ser ordenadas de acordo com a


intensidade com que são sentidas, devendo umas satisfazer-se primeiro
que as outras.

-Sustentabilidade: esta característica prende-se com a possibilidade de


existir mais do que um bem capaz de satisfazer a mesma necessidade,
substituindo um pelo outro.

Classificação das necessidades: As necessidades podem ser classificadas


quanto à sua importância, ao seu custo ou à sua abrangência.
Consumo- Noção e classificação
O ato de consumir faz parte do nosso dia-a-dia, pois estamos a consumir
sempre que comemos um bolo, utilizamos agua ou ligamos um candeeiro.
O consumo é um importante indicador económico, pois revela o nível de
desenvolvimento de um país.

Através do consumo satisfazemos necessidades que vão dando lugar à


medida que são eliminadas. O consumo define-se então como a utilização
de bens ou serviços com o objetivo de satisfazer necessidades.

O consumo também pode ser classificado de acordo com vários critérios:


quanto á sua abrangência, à sua função, à natureza do agente e à natureza
da necessidade.

Padrões de consumo - diferenças e fatores explicativos.


Os atos de consumo apresentam alguns padrões, de acordo com o tipo de
consumidores que os praticam. O estatuto social dos indivíduos ou a sua
categoria profissional podem dar origem a consumos padronizados. O
consumo é condicionado por muitos fatores. Há fatores de caracter
económico - os fatores económicos, e existem os fatores de natureza social
e cultural - os fatores extraeconómicos.

FATORES ECONÓMICOS:
Os principais fatores de natureza económica que influenciam o consumo
subdividem-se em 3 categorias: O rendimento dos consumidores, o nível de
preços dos bens e serviços e a inovação tecnológica

• Rendimentos dos consumidores:


Um dos principais fatores que influenciam o consumo é o rendimento dos
consumidores, uma mudança no seu nível de rendimento traduz-se numa
variação do consumo. Acontece, aos agregados familiares passarem a
consumir mais após o seu rendimento ter aumentado, e vice-versa. No
entanto, o nível de rendimento de uma família não afeta de igual modo os
seus diversos tipos de consumo. Uma alteração no rendimento reflete-se
de forma diferente, conforme se trata do consumo de bens essenciais ou
supérfluos.

Ex: Um agregado familiar cujo nível de rendimento diminuiu procurará


reduzir primeiro os gastos com bens supérfluos, pois são dispensáveis à
sua sobrevivência. Esta família tentará manter o nível de consumo
relativamente aos bens essenciais, para reduzir custos, passará a adquirir
produtos de primeira necessidade com qualidade inferior e mais baratos.

Assim é fundamental recorrer à análise da estrutura de consumo de cada


família, isto é, a forma como cada família distribui os seus rendimentos
pelas diversas cl asses de despesas. A estrutura de consumo de uma
família reflete o seu nível de vida

NOTA: ESTRUTURA DE CONSUMO


Representa a forma como o rendimento das famílias é distribuído pelas
várias classes de despesas.

A forma como cada família utiliza o seu rendimento nunca é igual. Ernst
Engel dedicou-se ao estudo dos padrões de consumo das famílias em
relação ao seu rendimento. Uma das conclusões foi que, à medida que o
rendimento aumenta, diminui a percentagem do rendimento total gasto com
bens de primeira necessidade. Isto é, quanto maior é o rendimento, menor
é a proporção destinada às despesas com bens elementares e, vice-versa.

NOTA: LEI DE ENGEL


Quanto maior é o nível de rendimento de uma família, menor é a proporção
dos seus gastos em bens elementares.

Importa salientar que, numa situação de acréscimo de rendimento, apesar


de diminuírem as despesas com bens essenciais em termos relativos
(percentuais), é provável que o valor absoluto destas despesas aumente.
Esse agregado familiar deverá gastar mais em produtos de natureza
básica, pois, passará a adquirir bens de qualidade superior- é o efeito-
qualidade. Nesse caso, o que diminui é a percentagem de consumo de
bens essenciais em função do orçamento familiar, ou seja, do conjunto total
de despesas.

Neste contexto, convém então analisar o conceito de coeficiente


orçamental, que traduz a importância relativa (percentual), de uma rubrica
de despesa quando comparada com o valor total das despesas. Assim:

Coeficiente orçamental= valor da classe de despesa/ Valor total das


despesas x 100

• Níveis de rendimento:
O nível geral dos preços é outro fator condicionante do consumo, pois,
quando os preços aumentam e o nível de rendimento não acompanha
esses aumentos, as famílias perdem poder de compra e veem -se
obrigadas a reduzir o seu consumo. Em determinados casos, quando
apenas ocorrem variações nos preços

de alguns produtos, os consumidores tentam substituir o consumo dos seus


bens habituais por outros, os chamados bens sucedâneos ou substituíveis,
que cumprem a mesma função mas são mais baratos.

• Inovação tecnológica:

A inovação tecnológica é outro fator de que depende o consumo, pois cria e


desenvolve permanentemente bens e serviços que geram novas
necessidades nos consumidores, levando -os a consumirem mais. Por
outro lado, este progresso faz reduzir o consumo de alguns bens, daqueles
que rapidamente se tornam obsoletos ao serem substituídos pelos novos.

FATORES EXTRAECONÓMICOS:
Os fatores extraeconómicos que influenciam o consumo são de natureza
sociocultural, sendo os principais: a moda, a tradição, a publicidade, os
modos de vida e a estrutura etária dos agregados familiares.
• Moda. 

• Tradição. 

• Publicidade 

• Modos de vida 

• Estrutura etária dos agregados familiares


Evolução da estrutura do consumo



A estrutura de consumo mostra como é distribuído o rendimento de um agregado
familiar pelas diferentes categorias de despesas de consumo. 
A análise da
evolução da estrutura de consumo dos agregados familiares de um país
permite uma melhor compreensão do nível de desenvolvimento em que este
se encontra. Nas últimas décadas, a estrutura de consumo em Portugal
modificou-se muito, já que as condições de vida dos portugueses têm vindo a
melhorar, embora ainda existam muitas disparidades.


A sociedade de consumo

O conceito de sociedade de consumo surge após a revolução industrial
com o desenvolvimento das técnicas de produção, que deram origem
à produção em massa, isto é, produção em grandes quantidades. O
aumento da capacidade produtiva criou um problema aos
empresários: como fazer escoar as grandes quantidades de produtos
que agora era possível fabricar? A solução era criar novas
necessidades nos consumidores, contribuindo para isso de forma
decisiva a publicidade, o marketing, as técnicas de venda, as
facilidades de pagamento e outras atividades semelhantes. 
A
sociedade de consumo caracteriza-se pela abundância de bens e
serviços permanentemente colocados à disposição de todos os
consumidores. O consumo passa a ocupar um lugar central na vida
dos indivíduos. Na sociedade contemporânea, a posse de bens é
sobrevalorizada, sendo as pessoas avaliadas muitas vezes em função
dos bens materiais que possuem. É a era dos produtos descartáveis,
do “usa e deita fora” que leva aos consumidores a substituírem bens
em condições de utilização por outros mais recentes.
O aumento da quantidade de bens produzidos representa uma vantagem
para os consumidores, pois a necessidade de escoamento dos produtos
leva a uma redução dos seus preços. Mas, por outro lado, a massificação
do consumo e a facilidade de acesso aos bens induzem ao consumismo-
situações em que as pessoas agem por impulso, consumindo, de forma
irrefletida, bens de que não necessitam.

O critério e as facilidades de pagamento contribuem muito para a existência


de consumos indiscriminados pois os bens ficam à disposição das pessoas
antes de ser efetuada a totalidade do seu pagamento.

O consumismo também tem como consequências a degradação ambiental,


pois a produção massiva de bens exige que se mantenham em atividade
muitas indústrias em todo o planeta, originando a poluição. Por outro lado,
o uso excessivo dos recursos naturais não permite a sua reposição natural,
o que também provoca danos no ambiente.

Consumerismo e responsabilidade social dos consumidores.


Um movimento de cariz composto por indivíduos procura promover práticas
de consumo equilibradas, de forma a evitar os comportamentos desviantes
característicos do consumismo. Determinam-se por consumerismo o
conjunto de ações levadas a cabo por esse movimento e que têm como
objetivo a defesa dos interesses dos consumidores.

O consumerismo privilegia a informação e a educação dos consumidores,


levando-os a agir de forma consciente e racional. As ações de
sensibilização empreendidas pelos consumistas permitem o
reconhecimento da responsabilidade social dos consumidores, que exige
uma utilização criteriosa dos recursos naturais, consubstanciada num
consumo ético e responsável, de modo a promover o desenvolvimento
sustentável do planeta.

O consumidor enquanto agente social deve assumir um conjunto de


deveres:
- Ter uma consciência critica, informando-se sobre o que esta a
comprar e analisando a relação preço - qualidade dos bens e serviços. 


- Ser capaz de agir e reclamar quando é necessário, evitando a


indiferença perante situações abusivas 


- Ter uma preocupação social, nomeadamente com os mais


desfavorecidos 


- Ter consciência ambiental, compreendendo o impacto das suas


práticas de consumo no ambiente e a necessidade de proteção dos
recursos naturais 


- O dever de solidariedade, entendendo a interligação das ações


individuais e que os atos de cada um podem prejudicar todos.


A defesa dos consumidores em Portugal e na união


europeia 

Segundo a lei de defesa do consumidor, é consumidor o destinatário de
bens, a prestação de serviços ou da transmissão de direitos
destinados a uso não profissional, por pessoa que exerça a título
profissional uma atividade económica que vise a obtenção de
benefícios. 


Conceitos a reter:

-Coeficiente orçamental: peso de cada rubrica de despesa no orçamento


familiar, geralmente expresso em percentagem. Calcula-se multiplicando
por 100 o quociente entre o valor da rubrica e o valor total das despesas.

-Consumismo: conjunto de ações levadas a cabo por movimentos de cariz


social que têm como objetivo a defesa dos interesses dos consumidores
-Consumismo: comportamentos e atitudes característicos da sociedade de
consumo, que levam os indivíduos a consumirem de modo irracional e
imprevisto

-Consumo: Atividades que consiste na utilização de bens ou serviços de


modo a satisfazer necessidades.

-Efeito-demonstrativo: Efeito provocado pela aquisição de bens com base


em padrões de consumo de outros grupos sociais que se admira e com os
quais se identifica

-Efeito-rendimento: Efeito provocado pelo aumento do preço de um bem,


dando origem a uma diminuição da sua quantidade de consumo.

-Efeito-substituição: Efeito que ocorre quando aumenta o preço de um bem,


levando à sua substituição por outros mais baratos.

-Estrutura do consumo: Forma como é distribuído o rendimento das famílias


pelas diversas classes de despesas. A estrutura de consumo de cada
família reflete o seu nível de vida.

-Fatores de que depende o consumo:

§ Fatores económicos: Principais fatores de natureza económica que


exercem influencias sobre o consumo, como o rendimento dos
consumidores, o nível de preços dos bens e serviços e a inovação
tecnológica. 


§ Fatores extra económicos : fatores de natureza sociocultural que


influenciam o consumo, como a publicidade, a tradição, os modos de
vida, a moda e a estrutura etária dos agregados familiares. 


-Lei de Engel- A proporção do rendimento destinado às despesas com


bens elementares diminui/aumenta à medida que o rendimento
aumenta/diminui. 


-Necessidade- Sensação de insatisfação que ocorre na ausência de um


bem ou serviço de que se carece. As características das necessidades
são a multiplicidade, a saciabilidade, a hierarquização e a
substituibilidade

-Sociedade de consumo: Caracteriza-se pela produção e consumo de um


elevado e diversificado número de bens e serviços 


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