Casos Processo II
Casos Processo II
Casos Processo II
Caso 1
1. A descobre que o seu cônjuge B teve relações sexuais com C. A instaura contra B
uma ação de divórcio, alegando a violação do dever conjugal de fidelidade 2.
a. O pedido: A (que é o autor) formula um pedido de dissolução de casamento por divórcio,
dividido em 4 partes: cabeçalho (quem é o autor (A), o réu (B), tipo de ação , qual o tribunal);
corpo (dividido em factos e direito); lista de pedidos. O autor tem a responsabilidade de
garantir que os pressupostos processuais estão preenchidos.
b. Tipo de ação: ação constitutiva - visa autorizar uma mudança na ordem jurídica
existente (art 10º n.o 3, al. c)).
Constitutiva – o que muda: estado civil
c. O valor da causa: Neste caso a ação é sobre o estado de pessoas (o estado de casadas de
A e B), pelo que segundo o art 303º/1, este tipo de ações consideram-se sempre de valor
equivalente à alçada da Relação e mais 0,01 euros. Ora, segundo o art 44º/1 da Lei 62/2013,
em matéria cível, a alçada dos Tribunais da Relação é de 30 000 euros.
Segundo o art 306º/1 compete ao juiz fixar o valor da causa, sem prejuízo do dever de
indicação que impede sobre as partes. A partir do nº2 deste art percebemos que o valor da
causa é fixado no despacho saneador.
art 303º/1
d. A forma do processo: o art 546º/1 prevê que o processo pode ser comum ou especial. De
acordo com o nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei,
existe, portanto uma delimitação pela negativa.
Ora, no art 931º e ss do CPC está previsto um processo especial para as ações de divórcio e
separação sem consentimento do outro cônjuge.
1
Os casos 1 a 6 são adaptados de SILVA, Paula Costa e; Paula Meira Lourenço; e Sofia Henriques, Direito Processual
Civil I – Elementos de Trabalho, Vol. I, AAFDL, Lisboa, 2006, pp. 17 e 18.
2
Este caso está, evidentemente, desatualizado, mas por motivos pedagógicos faz sentido continuar a ser resolvido.
e. Causa de Pedir: São os factos que integram a previsão da norma/ factos que fazem nascer o
direito do autor – factos constitutivos do dto do autor. Neste caso é ter tido relações sexuais
com C
c. O valor da causa: De acordo com o art 302º/1 se a ação tiver por fim fazer valer o direito de
propriedade sobre uma coisa, o valor desta determina o valor da causa. 299º/1- o valor da
causa é o valor da casa de férias de A no momento da propositura da ação ( n sabemos se
desvalorizou ou n)
Segundo o art 306º/1 compete ao juiz fixar o valor da causa, sem prejuízo do dever de
indicação que impede sobre as partes. A partir do nº2 deste art percebemos que o valor da
causa é fixado no despacho saneador.
Valor da causa 150 000 €
d. O processo: o art 546º/1 + 548º prevê que o processo pode ser comum ou especial. De
acordo com o nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei,
existe, portanto uma delimitação pela negativa.
Neste caso, n tendo encontrado disposições especiais, considero que se siga o processo
comum, pq n é do Livro V nem o DL
e. Causa de pedir: Nas ações reais – a causa de pedir, tal como resulta do art 581º/4
CPC, é o facto que deriva do direito real, ou seja, a celebração do contrato.
c. O valor da causa: segundo o art 301º/1 quando a ação tiver por objeto o cumprimento de um
ato jurídico, neste caso o cumprimento do contrato, atende-se ao valor do ato determinado pelo
preço. O valor da causa é então 900€.
Segundo o art 306º/1 compete ao juiz fixar o valor da causa, sem prejuízo do dever de
indicação que impede sobre as partes. A partir do nº2 deste art percebemos que o valor da
causa é fixado no despacho saneador.
d. O processo: o art 546º/1 prevê que o processo pode ser comum ou especial. De acordo com
o nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei, existe,
portanto uma delimitação pela negativa.
- O DL 269/98 tem duas formas de processo especiais, que são vistas pela maioria
da doutrina como opcionais, ainda que a matéria em questão preencha os pressupostos
de aplicação do processo especial, podemos ainda assim optar pelo processo comum.
O professor Regente, por seu turno, considera que estas formas de processo n são
opcionais.
Requisitos das formas de processo especiais (2 requisitos comuns):
- ser uma obrigação pecuniária
- essa obrigação pecuniária tem de ser emergente de um contrato
AEOCUP – o processo é igual ao comum mas retira alguns momentos,
nomeadamente a réplica e a audiência, e para que este processo se aplique o valor limite
da obroigação pecuniária é de 15 000 €.
Injunção- não se trata de um processo propriamente judicial, na medida em que
ocorre no PNI (numa secretaria e n num tribunal). O autor preenche um requerimento e
o réu é citado. Se o réu n contestar em 15 dias, o credor tem um título executivo (e não
judicial) e pode propor uma ação executiva. Se o réu contestar, a ação prossegue em
tribunal.
Para que esta forma de processo se aplique, tratando-se de transações entre pessoas
comuns, o limite é 15 000 €, se estivermos perante transações comerciais, não há limite.
Segundo o art 306º/1 compete ao juiz fixar o valor da causa, sem prejuízo do dever de
indicação que impede sobre as partes. A partir do nº2 deste art percebemos que o valor da
causa é fixado no despacho saneador.
d. O processo: o art 546º/1 prevê que o processo pode ser comum ou especial. De acordo com
o nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei, existe,
portanto uma delimitação pela negativa.
Neste caso, n tendo encontrado disposições especiais, considero que se siga o processo
comum.
e. A causa de pedir: Nas ações de execução específica, a causa de pedir é a celebração
do contrato promessa e a mora ou o incumprimento definitivo (dependendo da
posição que se adotar, tendo em conta a divergência doutrinária sobre a matéria).
5. B chocou com o carro de A, por estar a guiar distraído ao telefone, partindo o braço de
A e danificando o seu carro. A intenta contra B uma ação judicial na qual pede uma
indemnização pelos danos sofridos, no valor que se vier a apurar.
O pedido- pagamento de uma quantia de dinheiro pelos danos sofridos
Tipo de ação: ação de condenação : o A exige a prestação de dare (pagamento da
indemnização) pressupondo (pq já aconteceu) a violação dos seus direitos.
Valor da causa- segundo o art 297º/1 se pela ação se pretende obter qualquer quantia certa em
dinheiro, é esse o valor da causa. O valor da causa é então a quantia de dinheiro que se vai
apurar que A vai receber em razão dos seus danos
d. O processo: o art 546º/1 prevê que o processo pode ser comum ou especial. De acordo com
o nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei, existe,
portanto uma delimitação pela negativa.
Causa de pedir- Nas ações de responsabilidade extracontratual – a causa de pedir são
os factos que preenchem a previsão do art 483º, ou seja, o facto (acidente) e os danos
(braço partido, e o carro destruido).
6. A, construtor civil, celebrou com B um contrato de empreitada. Tendo A incumprido os
prazos acordados, B não pôde começar a viver na sua casa, pelo que teve de viver num
hotel durante um mês. B instaurou uma ação judicial pedindo uma indemnização pelos
prejuízos sofridos no valor de 3.740.98 euros, correspondentes ao valor que pagou ao
hotel.
O pedido: pedido de pagamento de uma prestação no valor dos danos que sofreu
O tipo de ação: ação de condenação: o A exige a prestação de dare (pagamento da
indemnização) pressupondo (pq já aconteceu) a violação dos seus direitos .art 10º/ 3 al b)
O valor da causa: segundo o art 297º/1 se pela ação se pretende obter quantia certa em
dinheiro, é esse o valor da causa, n sendo atendível impugnação nem acordo em contrário.
Logo, o valor da causa, neste caso é de 3.740.98€.
Segundo o art 306º/1 compete ao juiz fixar o valor da causa, sem prejuízo do dever de
indicação que impede sobre as partes. A partir do nº2 deste art percebemos que o valor da
causa é fixado no despacho saneador.
d. O processo: o art 546º/1 prevê que o processo pode ser comum ou especial. De acordo com
o nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei, existe,
portanto uma delimitação pela negativa.
Neste caso, n tendo encontrado disposições especiais, considero que se siga o processo
comum.
Causa de pedir- Nas
ações de responsabilidade contratual- a causa de pedir são o
incumprimento do contrato e os danos que daí resultam.
7. A instaura uma ação de investigação de paternidade contra B.
- O pedido: investigação de paternidade
- O tipo de ação: Ação declarativa – A requer ao tribunal a declaração ou o reconhecimento de
um dto, isto é, que aplique o dto aos factos apresentados, com vista à resolução do litígio que
opõem às partes. Dentro destas, há as ações de simples apreciação, de condenação e
constitutivas (10º/2).
Esta ação é constitutiva – muda há uma alteração na ordem jurídica, n era pai juridicamente e
passa a ser (art 10º/3 al c)
c. O valor da causa: Neste caso a ação é sobre o estado de pessoas (o estado de casadas de
A e B), pelo que segundo o art 303º/1, este tipo de ações consideram-se sempre de valor
equivalente à alçada da Relação e mais 0,01 euros. Ora, segundo o art 44º/1 da Lei 62/2013,
em matéria cível, a alçada dos Tribunais da Relação é de 30 000 euros.
Segundo o art 306º/1 compete ao juiz fixar o valor da causa, sem prejuízo do dever de
indicação que impede sobre as partes. A partir do nº2 deste art percebemos que o valor da
causa é fixado no despacho saneador.
O processo: o art 546º/1 prevê que o processo pode ser comum ou especial. De acordo com o
nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei, existe,
portanto uma delimitação pela negativa.
Neste caso, n tendo encontrado disposições especiais, considero que se siga o processo
comum.
- causa de pedir: existir de dúvida e o pai ter tido relações sexuais com a mãe
8. A celebra com B um contrato de compra e venda de uma casa, pois este mostrou-lhe
documentos e brochuras que demonstravam que o local onde o imóvel se situava era
despoluído e seguro. Vindo a perceber, uma semana depois, que tinha sido enganado, A
propõe uma ação contra B, pedindo ao tribunal a anulação do contrato com base em
dolo.
Pedido: anulação do contrato de compra da casa
O tipo de ação: Ação declarativa – A requer ao tribunal a declaração ou o reconhecimento de
um dto, isto é, que aplique o dto aos factos apresentados, com vista à resolução do litígio que
opõem às partes. Dentro destas, há as ações de simples apreciação, de condenação e
constitutivas (10º/2)
constitutiva- art 10º/3 al. C)- visa autorizar uma mudança na ordem jurídica, através da
modificação de uma situação jurídica. Anulação do contrato.
O valor da causa: art 301º - trata-se da resolução de um contrato portanto o valor da causa é o
valor do ato determinado pelo preço (preço do contrato) ou estipulado pelas partes.
Segundo o art 306º/1 compete ao juiz fixar o valor da causa, sem prejuízo do dever de
indicação que impede sobre as partes. A partir do nº2 deste art percebemos que o valor da
causa é fixado no despacho saneador.
d. O processo: o art 546º/1 prevê que o processo pode ser comum ou especial. De acordo com
o nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei, existe,
portanto uma delimitação pela negativa.
Neste caso, n tendo encontrado disposições especiais, considero que se siga o processo
comum.
Causa de pedir: Nasações de anulação do contrato com base em dolo – a causa de
pedir é a celebração do contrato e o facto que tenha levado à existência de dolo- ter
tido informações falsas.
9. A resposta à questão anterior mudaria se o vício invocado fosse a nulidade do
contrato?
CASOS PRÁTICOS II 1
- Estamos perante uma cumulação de pedidos (objetiva) simples – art 555º CPC
- o mm autor e o mm réu
- 2 pedidos distintos
-Tem de se verificar uma concordância prática entre os efeitos decorrentes dos objectos
cumulados, ou seja, estes não podem ser contraditórios (arts 555o, no 1, 1.a parte e 186o, no
2, alínea c) CPC).
-
• Falta do pressuposto: a incompatibilidade substantiva resulta da falta de concordância prática
entre os efeitos por eles produzidos, o que gera ineptidão da pi – artigo 186/2/c) nulidade
de todo o processo – artigo 186/1.o,
- se o réu tiver sido citado 278/1/b) e 577/b).
- se n tiver sido citado – despacho liminar
HÁ COMPATIBILIDADE SUBSTANTIVA
- Conexão objectiva
O artigo 555º/1 não define, além da compatibilidade processual e substantiva entre os objetos
cumulados, qualquer outro pressuposto de cumulação simples.
- não é exigida nomeadamente qualquer conexão entre esses objetos.
- porém se esta conexão não é requerida, isso não significa que a mesma não é
desejável (MTS)
-A apreciação de pedidos completamente e distintos e autónomos implica uma
maior complexidade de instrução, discussão e julgamento da causa.
- justifica-se assim a aplicação analógica do artigo 37º/4 às hipóteses
em que os objetos acumulados não apresentem entre si qualquer
conexão em que a sua instrução, discussão e julgamento conjunto
possa comprometer a boa administração da justiça.
HÁ CONEXÃO OBJETIVA
CAUSA DE PEDIR
MTS: A causa de pedir é constituída pelos factos necessários para individualizar a pretensão
material alegada pelo autor.
- A causa de pedir fixa os limites do conhecimento do tribunal (p. do dispositivo): artigo
5.o do CPC o artigo 615.o/d) do CPC.
- O autor tem de alegar a causa de pedir na pi (artigo 552/n.o1, al.d) do CPC.
- O autor corre o risco da petição inicial se tornar inepta por falta de causa de pedir (art. 186.o,
n.o2, al.a)), assim o processo seria todo nulo (art.186.o,n.1),
pelo que essa nulidade se não houver despacho limiar (590º/1), ou escapar ao indeferimento
limitar, conduz à absolvição do réu da instância porque há uma exceção dilatória – artigo
278/1/b) + 577/al.b), + 576/2.o do CPC .
a) Factos que constituem a causa de pedir: a sua falta gera a ineptidão da pi – 186º/2 al a)-
nulidade de todo o processo – 186º/1;
b) Factos complementares: a sua falta gera um convite ao aperfeiçoamento (artigo 590.o do
CPC- despacho liminar;)- se n ocorrer – improcedência material do pedido
c) Factos probatórios: a sua falta é inconsequente;
Exceção peremptória: A defesa por excepção peremptória consiste na invocação pelo réu de
um facto que obsta à produção dos efeitos decorrentes do objecto definido pelo autor e
determina a absolvição, total ou parcial, do pedido (art. 576.o, n.o 3, e 571.o, n.o 2 in fine).
- Por isso é que há direito de resposta por parte do autor nos termos do artigo 3.o/4 do
CPC se não houver pedido reconvencional, o autor apenas po0de responder às
exceções através de forma oral, na audiência. (princípio do aproveitamento dos atos e
da economia processual).
No caso não há nenhum pedido reconvencional- 266º/1- pedido autónomo do réu contra o
autor. NÃO pede algo diferente em relação há absolvição do réu do pedido.
- Ora, segundo o art 584º o autor só pode apresentar réplica e deduzir toda a sua defesa,
quando há pedido reconvencional.
- se houver pedido reconvencional faz sentido que o autor escreva uma nova
peça processual, respondendo a tudo o que o réu apresentou, ou seja,
responde ao pedido do reconvencional do réu e às exceções pelo mesmo
apresentadas.
2. C. celebra um contrato com D. para que este lhe forneça 30 maçãs. D. não o fez, pelo
que C. propõe contra ele uma ação em que pede o cumprimento do contrato e a
declaração da sua nulidade por ter feito a sua declaração negocial sob coação moral.
- Estamos perante uma cumulação de pedidos (objetiva) simples – art 555º CPC
- o mm autor e o mm réu
- 2 pedidos distintos
-Tem de se verificar uma concordância prática entre os efeitos decorrentes dos objectos
cumulados, ou seja, estes não podem ser contraditórios (arts 555o, no 1, 1.a parte e 186o, no
2, alínea c) CPC).
-
• Falta do pressuposto: a incompatibilidade substantiva resulta da falta de concordância prática
entre os efeitos por eles produzidos, o que gera ineptidão da pi – artigo 186/2/c) nulidade
de todo o processo – artigo 186/1.o, 278/1/b) e 577/b).
- Conexão objectiva
O artigo 555º/1 não define, além da compatibilidade processual e substantiva entre os objetos
cumulados, qualquer outro pressuposto de cumulação simples.
- não é exigida nomeadamente qualquer conexão entre esses objetos.
- porém se esta conexão não é requerida, isso não significa que a mesma não é
desejável (MTS)
-A apreciação de pedidos completamente e distintos e autónomos implica uma
maior complexidade de instrução, discussão e julgamento da causa.
- justifica-se assim a aplicação analógica do artigo 37º/4 às hipóteses
em que os objetos acumulados não apresentem entre si qualquer
conexão em que a sua instrução, discussão e julgamento conjunto
possa comprometer a boa administração da justiça.
HÁ CONEXÃO OBJETIVA
CAUSA DE PEDIR
- O autor corre o risco da petição inicial se tornar inepta por falta de causa de pedir (art. 186.o,
n.o2, al.a)), assim o processo seria todo nulo (art.186.o,n.1),
pelo que essa nulidade se não houver despacho limiar (590º/1), ou escapar ao indeferimento
limitar, conduz à absolvição do réu da instância porque há uma exceção dilatória – artigo
278/1/b) + 577/al.b), + 576/2.o do CPC .
a) Factos que constituem a causa de pedir/factos essenciais: a sua falta gera a ineptidão da pi
– 186º/2 al a)- nulidade de todo o processo – 186º/1;
b) Factos complementares: a sua falta gera um convite ao aperfeiçoamento (artigo 590.o do
CPC- despacho liminar;)- se n ocorrer – improcedência material do pedido
c) Factos probatórios: a sua falta é inconsequente;
Impugnação de dto
c. Perante a defesa apresentada por B., pode A. replicar/responder?
No caso não há nenhum pedido reconvencional- 266º/1- pedido autónomo do réu contra o
autor. NÃO pede algo diferente em relação há absolvição do réu do pedido.
- Ora, segundo o art 584º o autor só pode apresentar réplica e deduzir toda a sua defesa,
quando há pedido reconvencional.
- se houver pedido reconvencional faz sentido que o autor escreva uma nova
peça processual, respondendo a tudo o que o réu apresentou, ou seja,
responde ao pedido do reconvencional do réu e às exceções pelo mesmo
apresentadas.
- Alternatividade Substantiva
- Compatibilidade Processual
Art. 555/1/2.aparte + art. 37.o/1 a 3 do CPC; - que aqui segundo o MTS se aplica por analogia.
CAUSA DE PEDIR
- O autor corre o risco da petição inicial se tornar inepta por falta de causa de pedir (art. 186.o,
n.o2, al.a)), assim o processo seria todo nulo (art.186.o,n.1),
pelo que essa nulidade se não houver despacho limiar (590º/1), ou escapar ao indeferimento
limitar, conduz à absolvição do réu da instância porque há uma exceção dilatória – artigo
278/1/b) + 577/al.b), + 576/2.o do CPC .
a) Factos que constituem a causa de pedir/factos essenciais: a sua falta gera a ineptidão da pi
– 186º/2 al a)- nulidade de todo o processo – 186º/1;
b) Factos complementares: a sua falta gera um convite ao aperfeiçoamento (artigo 590.o do
CPC- despacho liminar;)- se n ocorrer – improcedência material do pedido
c) Factos probatórios: a sua falta é inconsequente;
- Compatibilidade Processual
Art. 554/2 + art. 37.o/1 a 3 do CPC; - que aqui segundo o MTS se aplica por analogia.
Porém, não pode ser assim (MTS): o art. 297o/3 2.a parte estabelece que o valor da ação
em que é formulada uma cumulação subsidiária é apenas o correspondente ao objeto
principal, pelo que não se justifica que, numa ação cujo valor seja determinado pelo
objeto principal, se possa apreciar um objeto subsidiário totalmente diferente e
autónomo daquele outro objeto.
Ainda que a exigência de uma conexão entre o objeto principal e o subsidiário pareça
razoável, é verdade que ela não é incluída entre os pressupostos referidos no art.
554o/2. Ainda assim, também para a cumulação subsidiária se justifica a aplicação
analógica do disposto no art. 37o/4.
A conexão entre o objeto principal e o objeto subsidiário está assegurada se entre eles
se verificar alguma das situações previstas no art. 36o. Por exemplo: o autor requer,
com base numa mesma causa de pedir QUE É O CASO
b. Qualifique esta defesa e indique as suas consequências processuais.
exceção- (576o) diz que os factos alegados pelo autor são verdadeiros mas acrescente
algos que o fará ter razão. Existem 2 tipos de exceções:
No caso não há nenhum pedido reconvencional- 266º/1- pedido autónomo do réu contra o
autor. NÃO pede algo diferente em relação há absolvição do réu do pedido.
- Ora, segundo o art 584º o autor só pode apresentar réplica e deduzir toda a sua defesa,
quando há pedido reconvencional.
- se houver pedido reconvencional faz sentido que o autor escreva uma nova
peça processual, respondendo a tudo o que o réu apresentou, ou seja,
responde ao pedido do reconvencional do réu e às exceções pelo mesmo
apresentadas.
QUE É O CASO).
Ainda que a exigência de uma conexão entre o objeto principal e o subsidiário pareça
razoável, é verdade que ela não é incluída entre os pressupostos referidos no art.
554o/2. Ainda assim, também para a cumulação subsidiária se justifica a aplicação
analógica do disposto no art. 37o/4.
A conexão entre o objeto principal e o objeto subsidiário está assegurada se entre eles
se verificar alguma das situações previstas no art. 36o. Por exemplo: o autor requer,
com base numa mesma causa de pedir (que aqui n é a mm)
- Estamos perante uma cumulação de pedidos (objetiva) simples – art 555º CPC
- o mm autor e o mm réu
- 2 pedidos distintos
-Tem de se verificar uma concordância prática entre os efeitos decorrentes dos objectos
cumulados, ou seja, estes não podem ser contraditórios (arts 555o, no 1, 1.a parte e 186o, no
2, alínea c) CPC).
-
• Falta do pressuposto: a incompatibilidade substantiva resulta da falta de concordância prática
entre os efeitos por eles produzidos, o que gera ineptidão da pi – artigo 186/2/c) nulidade
de todo o processo – artigo 186/1.o,
- se o réu tiver sido citado 278/1/b) e 577/b).
- se n tiver sido citado – despacho liminar
HÁ COMPATIBILIDADE SUBSTANTIVA
CAUSA DE PEDIR
Nas ações reais – a causa de pedir, tal como resulta do art 581o/4 CPC, é o facto que
deriva do direito real, ou seja, a celebração do contrato de compra e venda da casa.
b. F, na contestação, diz que não sabe se tal contrato de compra e venda foi ou
não celebrado, mas que tem direito a ocupar o apartamento por ser usufrutuário,
visto que celebrou um contrato com Z pelo qual adquiriu esse direito.
a. Qualifique a defesa apresentada e as consequências processuais.
Exceção Peremptória- exceções de dto material – há alguma norma de dto material que
extingue, modifica ou impede o dto de que o autor se quer valer.
- extintiva – destroiem o dto de que o autor se quer valer destroi as
consequências jurídicas decorrentes do preenchimento de determinada previsão legal.
b. Que temas de prova deveria o juiz fixar, caso não E não tivesse
respondido?
Destes factos principais ou complementares quais
são os necessitados de prova que podem integrar o
objeto de prova?
Ou seja, quais são os factos que podem ir para o
despacho de temas de prova (art. 596.o do CPC)?
i) Factos Controvertidos: os factos que são alegados por uma das partes e
impugnados pela outra (art. 574.o, n.o2 do CPC)
ii) Os factos que, ainda que não impugnados, não possam ser
confessados ou que só possam ser provados por documento escrito (art. 574.o,
n.o 2)+ 364º/1.
iv) Os factos que não foram impugnados numa situação de revelia inoperante
(art. 567.o, n.o 1, e 568.o, al. b) a d) do CPC.
Pede ainda que E seja condenada a devolver-lhe 10.000 euros que F lhe
emprestara. Os requisitos objetos de admissibilidade da reconvenção respeitam à
natureza desta, exigindo a lei que:
- entre o pedido original e o pedido reconvencional se verifique uma
determinada conexão, uma certa afinidade, pois
-“seria inadmissível que ao réu fosse lícito enxertar numa ação pendente uma
outra que com ela não tivesse conexão alguma”. decorre em termos gerais do
266º/2
Pode fazê-lo?
A reconvenção não é admissível quando a lei a proíba. Há neste ponto que tomar em
conta o art. 584.o, n.o 1: ao pedido reconvencional não pode o autor opor nova
reconvenção.
A enumeração do art. 266.o, n.o 2, tem carácter taxativo e excepcional, dado que os
casos abrangidos constituem uma excepção à regra da estabilidade da instância (cf.
art. 260.o).
Se isto falhar:
- A incompatibilidade processual conduz à incompetência absoluta do
tribunal para o pedido reconvencional (art. 96.o, 278.o, n.o 1, al. a), e 577.o, al. a)) ou à
excepção dilatória inominada de erro na forma de processo para esse mesmo pedido
(art. 576.o, n.o 2); estas excepções conduzem à absolvição do autor da instância
reconvencional (art. 93.o, n.o 1 2.a parte).
- Compatibilidade processual;
i) Competência absoluta do tribunal (art. 37.o, n.o 1);
- Falta do Pressuposto: Havendo despacho liminar, dá-se o indeferimento parcial da petição.
Já no momento do despacho saneador, verificar-se-á:
- Conexão Objetiva;
i) Terem os pedidos a mesma e única causa de pedir (art. 36.o, n.o 1);
ii) Estarem os pedidos entre si numa relação de prejudicialidade ou de dependência
(art. 36.o, n.o 1);
iii) Depender a procedência dos pedidos principais essencialmente da apreciação dos
mesmos factos (art. 36.o, n.o 2);
iv) Depender a procedência dos pedidos principais essencialmente da interpretação
e aplicação das mesmas regras de direito (art. 36.o, n.o 2); - tem de ser uma regra jurídica
chave a resolver aquela situação – para situações mais concretas – uma regra excecional em
que há um conflito doutrinário – aquela interpretação daquela norma que resolve aquele
problema.
v) Depender a procedência dos pedidos principais essencialmente da interpretação
e aplicação de cláusulas de contratos perfeitamente análogas (art. 36.o, n.o 2); - cláusulas
contratuais gerais
vi) Basear-se um dos pedidos, deduzido contra um réu, na invocação da obrigação
cartular, - títulos de crédito
A falta de conexão objectiva é sanável nos termos do art. 38.o, n.o 1: o juiz notifica o autor
para indicar qual o pedido que pretende ver apreciado no processo; se o vício não for sanado,
o réu é absolvido da instância quanto a todos os pedidos (art. 38.o, n.o 1; art. 278.o, n.o 1, al.
e), e 577.o, al. f do CPC;
Aqui vale a regra geral para a cumulação simples: a falta de compatibilidade substantiva entre
os pedidos origina a ineptidão da petição inicial (art. 186.o, n.o 2, al. c)), de que resulta a
nulidade de todo o processo , que é uma exceção dilatória (art. 186.o, n.o 1, 278.o, n.o 1, al. b),
e 577.o, al. b)).
b. Imagine que a ação é proposta apenas contra P, e que este, na contestação, invoca
ainda que no passado emprestara 45.000 euros ao autor, pelo que não deve ser
condenado a pagar-lhe nada. Qualifique esta afirmação
Exceção Peremptória- exceções de dto material – há alguma norma de dto material que
extingue, modifica ou impede o dto de que o autor se quer valer.
- extintiva – destroiem o dto de que o autor se quer valer destroi as
consequências jurídicas decorrentes do preenchimento de determinada previsão legal.
Casos V
1. O que significa dizer que revelia operante tem efeito cominatório semi-
pleno e não pleno?
A revelia operante tem por efeito a confissão tácita ou ficta dos factos articulados pelo
autor, tal como estabelece a parte final do art 567o, no 1 CPC.
- este regime tem lugar quando o réu, apesar de não contestar, foi ou deva
considerar-se citado regularmente na sua própria pessoa, ou, pelo contrário, haja juntado
procuração a mandatário judicial, no prazo da contestação.
A revelia operante apenas tem efeito cominatório semi-pleno, isto é, não se verifica a
condenação automática dos réus. Em relação a tudo o juiz n conhece dos factos, mas
fica adstrito a conhecer o direito, por força do art 5º/3.
- O juiz tem de conhecer o direito, ou seja, tem de aplicar regras jurídicas e
perceber se o dto dá ou não razão ao autor.
- e isto verifica-se mm que a revelia seja operante em relação a todos os factos
(ou seja, nenhum entre no 568º), nada tendo de ser objeto de prova e estando tudo
assente.
- o réu ainda pode ser absolvido do pedido nos casos a baixo.
Mesmo que a revelia seja operante em relação a todos os factos, mesmo que nenhum
entre nos 568º e fique tudo confessado, nada tendo de ser objeto de prova, estando tudo
assente, ainda assim o juiz, por causa do artigo 5º/3, ainda tem de analisar se o direito dá
ou não razão ao autor. Há ainda casos excecionais em que o processo tem efeito
cominatório pleno, se fosse pleno, o juiz nem sequer de direito conhecer.
Se a revelia for operante em relação a tudo o juiz não conhece dos factos. Conhecer
direito significa aplicar as regras jurídicas.
O efeito cominatório ser so semi pleno significa que mesmo quando toda a matéria de
facto fica toda confessada, mesmo nestes casos, o juiz agarra nesses factos e vê se de
acordo com a lei a pessoa tem razão ou não, se a pessoa tem culpa ou não, se não há
culpa não dá indeminização.
Se o juiz achar que não preenche a previsão da norma não dá aquilo que o réu pediu.
3 consequências que temos de perceber:
O que é que pode acontecer numa revelia para que o autor não ganhe, ou
seja, para que o réu não seja condenado no pedido? 1º a revelia pode ser
inoperante em relação a alguns dos factos, ou todos, e nesses casos, se é
inoperante em relação a factos que o autor alegou, este vai ter de os provar.
Esses factos ficaram necessitados de prova. Vamos obrigar o autor a produzir
prova e convencer de que são verdadeiros. Se o juiz ficar na dúvida decide em
sentido contrário do autor. Pode acontecer que seja inoperante em relação a
alguns dos factos ou todos e que o autor não os consifa provar e o juiz tem que
absolver o reu do pedido.
Então e se a revelia for totalmente operante, fico tudo assente, não se vai
produzir prova nenhuma – se isto acontecer, há 3 motivos para ainda assim o
autor não ganhar: 1) o juiz conhece do direito, vai pegar naqueles factos e vai
subsumi-los à norma e pode entender que aquele facto não preenche aquela
previsão (ex. autor que quer um desfecho porque o réu é do Benfica e tem a casa
assim decorada, por mais que tudo seja verdadeiro, o autor não consegue porque
decorar a casa assim não preenche a norma de violação das normas de higiene),
nesse caso o réu é absolvido do pedido; 2) pode haver alguma exceção dilatória
insanável, de conhecimento oficioso/ pode ser sanável, o juiz convidar o autor a
sanar e o autor não querer sanar, se assim for, o autor não vai ganhar porque o
juiz está impedido de conhecer do mérito da causa e a revelia não trata disso
porque são de conhecimento oficioso, se o réu não alega, o juiz não pode
conhecer, mas se são de conhecimento oficioso, o juiz tem o dever conhecer. 3)
pode haver uma eceção perentória de conhecimento oficioso – a revelia não
passa por cima destes casos.
ISTO SÃO TUDO CASOS DE CONHECIMENTO OFICIOSO.
Isto significa que a revelia não passa por cima do dever do juiz conhecer
oficiosamente o que nós obrigamos o juiz a conhecer oficiosamente
mantem-se.
E para além disso, a revelia não passa por cima do devr do juiz de conhecer
oficiosamente.
No caso é nos dado que B e C nada fazem. Assim sendo, a revelia diz-se absoluta
quando, além de não deduzir oposição, o réu não constitui mandatário nem intervém de
qualquer forma no processo (artigo 566.o).
Ora, nos termos do art 566º , o tribunal verifica se a citação foi feita com as
formalidades legais e ordena a sua repetição quando encontre irregularidades
Para concluirmos que estamos perante uma revelia totalmente operante, temos de
concluir que não estamos perante nenhuma das situações do art 568º - temos de excluir
todas as alíneas.
Alínea a)- existem dois réus mas nenhum dos dois contesta
Alínea b) – nada no caso nos indica que algum dos réus é incapaz e nada nos é dito
relativamente ao tipo de citação, pelo que presumimos que foi pessoal e n edital.
Alínea c)- a vontade das partes é eficaz para produzir o efeito jurídico que pela ação se
pretende obter – que é o pagamento da indemnização no valor de 20 000 € por parte de
B e a anulação do contrato por parte de B e C
Alínea d)- quando se trate de factos cuja prova se exija documento escrito
relativamente ao contrato – nada nos é dito sobre o tipo de contrato – a regra do art 219º
do CC é a liberdade de forma – pelo que presumi que esta alínea tbm n se verificava.
Assim, n tendo os réus contestado e tendo sido ou devendo considerar-se citados
regularmente na sua própria pessoa – nos termos do art 567º/1 consideram-se
confessados os factos articulados pelo autor.
- mais uma vez podíamos abrir sub-hipótese da citação ter sido edital (afixa-se
um edital a dizer que há ação proposta contra o réu, isto quando não se sabe a
morada do mesmo)
- neste caso já estaríamos perante uma situação de revelia inoperante nos
termos do 568º b) – n há lugar a réplica nem a audiência prévia – de resto
há tudo
- N referindo a sub-hipótese:
- Despacho 596º - se for totalmente operante não faz sentido, porque todos os
factos ficaram
confessados, logo nenhum facto está necessitado de prova
-Audiência final – totalmente operante? Não há porque serve para fazer prova e
aqui não há
produção de prova.
Tenho 2 dúvidas:
- as alegações de direito feitas pelas partes qnd constituem mandatário nos
termos do 567º/2 são feitas em que fase processual (é antes do despacho saneador
sentença)
2.2. B e C não apresentam contestação, mas juntam aos autos procuração forense.
Quais as consequências processuais do seu comportamento?
No caso é nos dado que B e C n apresentam contestação, mas juntam ais autos
procuração forense. Assim sendo, a revelia é relativa quando o réu, embora não
deduzindo contestação, constitui mandatário no processo ou intervém, de algum modo,
na ação (art 566º a contrario).
Para concluirmos que estamos perante uma revelia totalmente operante, temos de
concluir que não estamos perante nenhuma das situações do art 568º - temos de excluir
todas as alíneas.
Alínea a)- existem dois réus mas nenhum dos dois contesta
Alínea b) – nada no caso nos indica que algum dos réus é incapaz e nada nos é dito
relativamente ao tipo de citação, pelo que presumimos que foi pessoal e n edital.
Alínea c)- a vontade das partes é eficaz para produzir o efeito jurídico que pela ação se
pretende obter – que é o pagamento da indemnização no valor de 20 000 € por parte de
B e a anulação do contrato por parte de B e C
Alínea d)- quando se trate de factos cuja prova se exija documento escrito
relativamente ao contrato – nada nos é dito sobre o tipo de contrato – a regra do art 219º
do CC é a liberdade de forma – pelo que presumi que esta alínea tbm n se verificava.
- Despacho 596º - se for totalmente operante não faz sentido, porque todos os
factos ficaram
confessados, logo nenhum facto está necessitado de prova
-Audiência final – totalmente operante? Não há porque serve para fazer prova e
aqui não há
produção de prova.
Quanto ao C: C contesta e por isso não está em revelia. A sua contestação pode ser
qualificada:
- Impugnação de facto – 571º/2 – impugna a agressão – o facto fica
controvertido e não há direito a resposta.
- Abrir hipótese - 574/2 – se não existiu agressão, tudo o que está
relacionado com ela fica controvertido, neste caso a coação. Porque se
não há agressão, tb não há coação. Ficam indiretamente controvertidos. A
existência de danos também pode ficar controvertido.
- Para além disso, tbm introduziu uma exceção peremptória extintiva (576º/3) ao
referir a prescrição do pedido de anulação do contrato.
- a caducidade é de conhecimento oficioso mas a prescrição não
Casos práticos IV
Desta forma, releva o artigo 364/1: segundo o qual, quando a lei exigir como
forma de declaração negocial, documento autêntico autenticado ou particular, não pode
o facto ficar admitido por acordo, e tem de se fazer prova do mesmo.
Ora, segundo o artigo 875º, face ao facto de o relógio ser uma coisa móvel, a
forma de contrato de compra e venda de coisas móveis segue liberdade de forma nos
termos do artigo 219º.
- existindo liberdade de forma, o contrato pode ter sido celebrado quer
oralmente, quer por escrito.
- mm que as partes tivessem acordado a celebração do contrato por forma
escrita – mesmo nesta situações não seria necessário apresentar prova
documental
- isto porque, segundo o art 364º/1 o facto só tem de ser provado por
documento escrito quando a lei exige forma escrita.
Desta forma, como não houve impugnação e não cabe numa das exceções do
574/2, então a celebração do contrato de compra e venda de um relógio torna-se facto
admitido por acordo.
O juiz podia nos termos do art 590º/2 al c), determinar no despacho pré-saneador
a junção de documentos com vista a conhecer do mérito da causa.
Pelo que neste caso, se o documento assinado por A e B não tivesse autenticado, esse
mesmo documento não é admissível (não há livre apreciação de provas inadmissíveis).
O nº2 do art 364º aplica-se quando consigamos dizer que quando o legislador
escreveu a norma que exige a forma escrita, a única coisa que o motivou a fazê-lo foi
facilitar as coisas às partes.
Mas há outras coisas que podem fazer com que o legislador peça forma escrita, por ex,
para facilitar a publicidade, ou paternalistas. Dentro destas preocupações: prova,
discernimento, publicidade, temos de olhar para a norma e pensar porque é que pediu a
forma escrita, se foi para facilitar utilizamos o nº2, se para alem da prova houver mais
algum motivo aplicamos o nº1.
Como é que sabemos qual foi a preocupação? Contrato de edição que aparece nos
códigos de direito de autor – está no nº2. Basicamente aplica-se sempre o nº1. Se
quisermos justificar dizemos uma destas finalidades.
NÃO ERA ACEITÁVEL – O JUIZ DEVIA REJEITÁ-LO
- DIZER QUE ESTE DOCUMENTO É UM DOCUMENTO PARTICULAR NOS
TERMOS DO 363º/2 – MAS N É ACEITÁVEL PELO 364º/1
Releva o artigo 364/1: segundo o qual, quando a lei exigir como forma de
declaração negocial, documento autêntico autenticado ou particular, não pode o facto
ficar admitido por acordo, e tem de se fazer prova do mesmo.
Ora, segundo o artigo 875º, face ao facto de o relógio ser uma coisa móvel, a
forma de contrato de compra e venda de coisas móveis segue liberdade de forma nos
termos do artigo 219º.
Assim sendo, n sendo exigido por lei documento particular autenticado, o facto n
tem de ser provado por prova documental e não cabe numa das exceções do 574/2, ou
seja, a celebração deste contrato de compra e venda, é um facto admitido por acordo que
não necessita de prova.
Ao serem chamados amigos das partes, estes produziriam uma prova testemunhal cujo
regime está presente nos arts.392º ss. CC.
A prova testemunhal é admissível em todos os casos em que não seja directa ou
indirectamente afastada (art. 392.o CC).
A prova testemunhal está excluída Contra documento exigido pela lei ad probationem
ou ad substantiam (art. 393.o, n.o 1, CC; art. 364.o CC), excepto se a prova testemunhal
for utilizada quanto à interpretação do documento (art. 393.o, n.o 3, CC);
393º/1 e 2 – aplica-se quando a lei diz que alguma coisa só pode ser provada por
documento escrito. O nº2 é outra coisa. Aplica-se à situação em que alguma das partes
já juntou um documento e esse tem força probatória plena e a lei não deixa porque isso
já está provado com um documento com força probatória plena, isto vale nos casos em
que a lei não exigia a prova plena, mas já há.
Ao serem chamados amigos das partes, estes produziriam uma prova testemunhal cujo
regime está presente nos arts.392º ss. CC.
A prova testemunhal é admissível em todos os casos em que não seja directa ou
indirectamente afastada (art. 392.o CC).
A prova testemunhal está excluída para prova dos contratos extintivos da relação
obrigacional e dos factos extintivos da obrigação –como o cumprimento (cf. art. 762.o,
n.o 1, CC), se a declaração negocial houver de ser ou estiver reduzida a escrito (como é
o caso) ou se o facto estiver plenamente provado por documento (art. 395.o CC).
O 395º - diz que também não se admite prova testemunhal para provar o cumprimento
… e tudo o que seja extintivo da obrigação, depois tem uma virgula e um mas já se
admite a prova testemunhal se estes factos extintivos forem invocados por 3. Seja qual
for a situação se eu quiser fazer prova de que cumpri um contrato, não posso chamar
testemunhas. Eu tenho o direito ao meu documento de quitação, não precisa de chamar
testemunhas porque cumpriu.
Já se for um 3º este não vai ter um documento de quitação. O devedor não pode chamar
uma testemunha para provar que cumpriu, mas o X pode chamar o Y para mostrar que o
devedor cumpriu.
Contudo, isto tem gerado situações em que a jurisprudência diz estar a ser injusta e a
doutrina não fala nisto,
mas a jurisprudência (acórdão 2006/2008/2020) tem aplicado um texto escrito por Vaz
Serra, em que há 3 exceções em que um devedor pode chamar testemunhas para provar
o seu cumprimento:
- em que o credor se recusou a dar a quitação – foi moralmente impossível obter essa
prova
- situações de extravio – perda sem culpa de prova
- qnd há começo ou princípio de prova escrito – tendo alguma consistência
Cabe ainda atentar à segunda parte do art 417º/2 que já não se aplica às testemunhas e
aos peritos, mas sim às partes.
Por isso:
- Para além da multa ainda há duas coisas que podem acontecer:
Cabe então analisar os requisitos deste art. Neste caso, os dois requisitos preenchiam-se:
- Havia dolo basta culpa (ou seja, pode ser por dolo ou por negligência)
- E tornava impossível a prova, porquê?
- Porque nenhum outro meio de prova é permitido nos termos do
364º/1. O único documento é queimado e eu não posso chamar
testemunhas.
- Torna-se impossível a prova e temos de ver quem é que tinha o ónus de provar que o
contrato se celebrou. Em caso de dúvida deve considerar que o contrato foi celebrado.
Aqui não há mais nenhum exemplar.
Àquele que invocar um direito cabe fazer a prova dos factos constitutivos do direito
alegado (art. 342.o, n.o ):
- Antes era ao autor que cabia fazer prova da existência do contrato
- Assim, agora o réu tem de provar que não celebrou o contrato.
H – autor
I – réu
Factos:
- celebração do contrato de compra e venda entre H e J.
- celebração do contrato de arrendamento por tempo determinado entre I e J
- celebração do termo final
- vida/ morte de J
- A celebração do contrato de compra e venda não pode ser admitido por acordo, é
sujeito a prova e deve integrar o despacho de temas de prova do art 596º.
3- O último facto que é saber se está viva ou morta temos de ver se vai ou não para o
tema de prova – regra que diz que os factos sujeitos a registo só podem ser provados em
tribunal através da apresentação de certidão de óbito.
Quem invocou o dto de propriedade foi o autor, art.342/1 – o autor tem o ónus de provar
que celebrou o contrato.
c. Se, em cada tema, o juiz ficar na dúvida sobre o que aconteceu realmente, em
que sentido deve decidir?
A situação de dúvida insanável sobre a realidade dos factos não isenta o tribunal do
dever de proferimento de uma decisão.
As regras de decisão não permitem solucionar as situações de non liquet, mas permitem
ao tribunal, perante a dúvida irredutível sobre a realidade do facto que é pressuposto da
aplicação de uma norma jurídica, decidir como se estivesse provado o facto contrário.
Quanto à vida/morte de J: O juiz tem de decidir que ela está viva, porque quem tinha o
ónus de provar que ela estava morta era o autor.
3. C propõe ação contra D, alegando que a casa que este lhe vendeu tem
determinados defeitos, e pedindo a sua reparação. D afirma que a casa não tem
quaisquer defeitos.
Nas reproduções mecânicas, leia-se fotografias ou vídeos temos duas forças probatórias:
uma formal e outra material.
Chamamos exatidão à força formal e a força probatória material tem a ver com o
conteúdo daquilo que se vê na foto ou no filme.
Decorre do art 368º CC que as reproduções mecânicas em relação à exatidão têm força
probatória bastante, e em relação à força material têm força plena.
O que significa que se o réu impugnar a exatidão da fotografia (ou seja, dizendo que
aquilo que se vê na fotografia não é verdade ou que acha que foi alterado), levantando
deste modo dúvida séria no juiz acerca da verdade dos factos que foram objeto deste
tipo de prova, ou seja, fazendo contraprova (art 346º CC) a força probatória bastante
da exatidão da fotografia é afastada e o conteúdo, ou seja, a prova material já não irá
revelar.
Ora, no caso, tendo em conta que a exatidão da fotografia tem força probatória bastante,
e o réu n impugna (n apresenta contraprova, levantando dúvida séria no juiz), o juiz
deve aceitar a exatidão da fotografia.
Quanto à força probatória material, estamos perante prova plena, ou seja, a impugnação
da prova só pode ser feita mediante prova em contrário – 347º CC. Desta forma, o juiz
só poderia decidir que os defeitos que vê nas fotografias não existem se o D fizesse
prova em contrário.
Já não basta que a contraparte apresente dúvidas, é necessário que faça prova do
contrário – tem de demonstrar ao juiz que o meio de prova não é verdadeiro.
Decorre do art 368º CC que as reproduções mecânicas em relação à exatidão têm força
probatória bastante, e em relação à força material têm força plena.
O que significa que se o réu impugnar a exatidão da fotografia (ou seja, dizendo que
aquilo que se vê na fotografia não é verdade ou que acha que foi alterado), levantando
deste modo dúvida séria no juiz acerca da verdade dos factos que foram objeto deste
tipo de prova (art 346º CC) a força probatória bastante da exatidão da fotografia é
afastada e:
Se impugnar a exatidão – o juiz pode analisar o conteúdo de forma livre – na
sentença – onde já estão reunidos todas as provas- já se apresentou tudo o que se tinha
para apresentar
- os juízos de livre apreciação são feitos de acordo com as regras da experiência
Deste modo, se o juiz ficar convencido que a foto não foi alterada, teríamos de
ir à prova plena. Mas, caso ele entenda que foi alterado, a prova já não vai
interessar, uma vez que provada a falta de exatidão o seu conteúdo já não será
importante.
c. C junta ao processo uma carta, escrita e assinada por si, que enviou a D, dando
conta dos defeitos que encontrou na casa, um mês antes da propositura da ação,
e pedindo a reparação. Em face desta carta, pode o juiz considerar provada a
inexistência de defeitos?
Neste caso, estamos perante um documento particular (363º/2 CC, parte final), que
parece não ter sido autenticado, ao abrigo do 363º/3 CC).
Quando reconhecida a carta pela parte contra quem é apresentada, Retira- se uma força
probatória material plena quanto às declarações atribuídas ao autor da carta (376º/1 CC),
que só pode ser impugnada pela prova da falsidade do documento.
As testemunhas são designadas pelas partes, numa peça chamada rol de testemunhas.
498º/1 têm de ser apresentadas nos articulados O rol deve ser apresentado com os
articulados (art. 552.o, n.o6- autor na petição inicial, 572.o, al. d)- réu na contestação, e
588.o, n.o5- articulado superveniente) e pode ser alterado ou aditado até 20 dias antes
da data da realização da audiência final (art. 598.o, n.o 2 do CPC)
C, sendo parte no processo, não pode testemunhar, mas sim fazer um depoimento de
parte por via de prova por confissão.
O art. 352.o CC define confissão como o reconhecimento que a parte faz da realidade de
um facto que lhe é desfavorável e favorece a parte contrária.
A confissão pode ser judicial ou extrajudicial No caso seria judicial- e dentro desta, a
mm pode ser espontânea ou provocada:
- A confissão judicial provocada é, segundo o disposto no art. 356.o, n.o 2, CC,
aquela que é feita em depoimento de parte, requerido pela contraparte ou ordenado (art.
452.o, n.o 1 do CPC), ou na sequência da prestação de informações ou de
esclarecimentos ao tribunal nos termos do art. 7.o, n.o 2.
g. C apresenta uma outra testemunha, mas esta não se quer deslocar ao tribunal, e
prefere escrever o seu depoimento. Quid iuris?
h. O juiz pretende realizar uma inspeção judicial e uma perícia, para averiguar da
existência dos defeitos, mas nenhuma das partes o requereu. Quid iuris?
A perícia pode ser requerida pelas partes (art. 467.o, n.o 1 do CPC) Ou pode ser
determinada pelo juiz (art. 467.o, n.o 1, 477.o e 487o, n.o 2 do CPC.
A força probatória da perícia é apreciada livremente (art. 389.o CC; art. 489.o CPC-
art 413º - principio da aquisição processual – mal entra no processo n há nada a fazer
- art 396º
j. Imagine agora que existe uma cláusula do contrato, nos termos da qual, numa
futura ação, caberia ao autor o ónus da prova de todos os factos. Quid iuris?
Casos V
3. Joana encontra-se grávida de 30 semanas, com uma gravidez de risco e ordem
médica de repouso. O seu vizinho de cima comprou um cão que ladra dia e noite,
impedindo Joana de dormir. Correndo o risco de pôr em risco a vida e saúde do
bebé por falta de descanso, Joana requer uma providência cautelar. Se fosse juiz:
No caso estamos perante uma providência cautelar comum, porque sendo esta
subsidiária à providência cautelar especificada (art 376º/1 CPC), aplica-se n existindo
nenhum procedimento especial que a lei fixe para esse caso (362º/1 e 3 do CPC)
COMO ACONTECE NO CASO
2) fumus boni iures (aparência de existência do direito) – o requerente não tem que
demonstrar cabalmente que tem direito àquilo que requer, só tem que de convencer o
juiz de que o que requer é plausível (apresentação sumária dos factos e do direito).
Há certas providencias cautelares que podem ser decretadas sem a prévia audição da
contraparte, isto é, sem ser concebida a esta parte o uso do contraditório. Essa
possibilidade, encontra-se prevista em dois níveis:
b) Permite-se (mas não se impõe) que a providencia seja decretada sem a audição do
requerido (363º/1 CPC).
Neste caso estamos perante uma providência cautelar não especificada, logo n há regra
especial relativamente ao contraditório do requerido,pelo que
podemos aplicar o 366º.
4. Afonso propõe uma ação através da qual pretende invalidar a compra da Quinta
da Cepa pelo seu irmão Camilo a Berta, mãe de ambos, por não o ter autorizado.
Na pendência desta ação, Afonso apercebe-se que de Camilo pretende proceder à
alienação daquele bem, por este o andar a publicitar em jornais de muita
divulgação. Requer, por isso, o arresto da Quinta com inversão do contencioso. Se
fosse juiz, como agiria?
Requisitos:
Artigo 369.o, n.o 1 do CPC:
1. Mediante Requerimento (p. do dispositivo) por parte do
requerente da providência/autor da providência;