Marx e Satanás
Marx e Satanás
Marx e Satanás
MARX E SATANS
O prprio pai de Marx, Heinrich (um advogado judeu convertido ao cristianismo luterano), na ocasio, ao saber que o filho tinha colocado novos deuses em lugar dos antigos santos (confisso de Marx), tentou chamar sua ateno, por carta, lamentando o estranho comportamento do jovem radical: O teu progresso, a querida esperana de ver teu nome algum dia ter grande reputao, e tua riqueza terrena no so os nicos desejos de meu corao. Essas so iluses que tive h muito tempo, mas posso assegurar-te que a realizao delas no me teria feito feliz. Apenas se teu corao permanecer puro e bater humanamente e se nenhum demnio for capaz de desviar teu corao de sentimentos melhores, apenas assim serei feliz. Ao lamento da carta paterna, Marx deu o calado como resposta, cortando a correspondncia com o pai, salvo no caso de bilhetes curtos para pedir crescentes somas em dinheiro para saldar dvidas provenientes dos porres homricos e gastos com os rituais ocultistas. Na mesma poca, Marx ficou obcecado pela leitura do Fausto, a pea teatral de Goethe em que o personagem central faz um pacto com a figura de Mefistfeles, o diabo em pessoa. Num impulso, o futuro Doutor do Terror Vermelho, para tornar pblico a sua nova crena, escreve um drama intitulado Ulanem - anagrama de Emanuel, nome bblico de Cristo -, tempos depois encenado e representado pelo prprio autor. No texto, medocre, mas considerado de natureza confessional, Marx revela o objetivo que marcar todos os atos de sua atribulada existncia, qual seja, a idia de expulsar o Criador de sua morada e, ele prprio, Karl Marx, substitu-lo. No ltimo ato de Ulanem, em tom apocalptico, assim se exprime o imperioso cultor de Sat: Os vapores do inferno enchem o crebro, at que fico louco e meu corao muda muito. Vs esta espada? O Prncipe das Trevas ma vendeu. Para mim, ele marca o compasso e ordena os sinais. Cada vez mais atrevido, eu dano a dana da morte. E s ento poderei caminhar triunfante, como um Deus, atravs das runas do seu Reino. Dado curioso, a mudana de Marx no se deu apenas no
plano espiritual. Segundo anota Karl Heinzen, jornalista que trabalhou com ele na Gazeta Renana, a transformao se manifestou, tambm, no aspecto seu fsico. De jovem esbelto, ele se transformou num tipo atarracado, de lbio inferior notavelmente grosso e de tez amarelo-sujo, acentuada pelos cabelos negros e espessos que pareciam brotar-lhe de quase todos os poros da face, dos braos, da orelha e do nariz. Cabeludo, com sua juba negra retinta e olhos enlouquecidos por um esprito de fogo perverso, Marx era a imagem de Lcifer, o anjo decado. O mesmo Heinzen relata que, certa noite, depois de um porre, querendo parodiar Mefistfeles numa cena do Fausto, Marx Aproximou-se e deu a entender que eu estava sob seu poder. Com malcia de pretendido demnio, comeou a me agredir com ameaas e tapas. Adverti-o a srio que o trataria do mesmo modo. Como nada adiantasse, derrubei-o com um sopapo num canto da sala. H um prisioneiro l dentro... caoou ele, numa imitao precria de Mefistfeles. Mais tarde, consolidada a personalidade demonaca, Marx observa, em correspondncia para Engels (segundo Franz Mehring, em Marx Story of His Life): A abolio da religio como uma felicidade ilusria dos homens um requisito para a verdadeira alegria deles. O chamado para o abandono de suas iluses acerca de suas condies um chamado para abandonar uma condio que requer iluses. A crtica da religio , portanto, a crtica deste vale de lgrimas de que a religio o halo. Marx se deu mal na sua pretenso de abolir a religio sobre a face da terra. A crena na existncia de uma fora transcendente, considerada como criadora do Universo, nunca esteve to presente na vida da humanidade - em que pese a ingerncia do neodarwinismo e a singularidade de teorias impossveis de comprovar como a do Big Bang. O Cristianismo, por sua vez, infenso a frico da excomungada Teologia da libertao, nitidamente anticrist, cada vez mais se propaga em nmero de fiis, a fortalecer a crena no Cristo filho de Deus. Quando Marx, reconhea-se, o seu esprito maligno permanece atuante - como o do prprio Sat, de resto , a
iludir faces de deserdados que, sob seus vapores, alargam as dores do mundo.