2015 RaphaelaParizotto
2015 RaphaelaParizotto
2015 RaphaelaParizotto
INSTITUTO DE ARTES
DEPARTAMENTO DE ARTES VISUAIS
Raphaela Parizotto
Brasília – DF
Junho de 2015
Raphaela Parizotto
Brasília – DF
Junho de 2015
Ao meu pai, Luiz Antônio Parizotto,
que é minha Luz, sempre me guiando
e me apoiando em minhas escolhas
AGRADECIMENTOS.
Agradeço à Profª Ma. Ana Paula Aparecida Caixeta, por ter aceito a
orientação deste trabalho. Pela sua paciência e atenção sempre. Agradeço acima
de tudo por acreditar em meu trabalho, sempre me aconselhando e incentivando.
Agradeço aos meus pais, Luiz Antonio Parizotto e Euzivi Silva Parizotto,
por tonarem possível esse momento de minha vida. Sei que eles não mediram
esforços pra que eu sempre tivesse uma educação de qualidade. Isso tudo não
seria possível sem a compreensão, ajuda e confiança deles.
Agradeço especialmente as minhas amigas Ana Carolina Amorim e Isadora
Amorim, por me ajudarem em todas as dificuldades que tive nesse último
semestre e por tornarem essa etapa menos árdua. Obrigada por lerem meu
trabalho sempre que solicitado e disponibilizarem de seus tempos. Por me darem
forças pra continuar sempre que cogitei desistir.
Agradeço igualmente aos grandes amores de minha vida, Ana Carolina
Amorim, Isadora Amorim, Kamila Natielly Gomes, Raquel Parizotto e Yasmim
Santana, por serem a alegria de minha vida, meu apoio. Meu coração é de vocês.
Obrigada por me ensinarem a amar Ubunto.
A todos já citados, que acreditaram e confiaram em mim e no meu trabalho.
.
Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, "Histórias Vividas", uma
imponente gravura. Representava ela uma jibóia que engolia uma fera. (...) Dizia o livro: "As jibóias
engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não podem mover-se e dormem os seis
meses da digestão." Refleti muito então sobre as aventuras da selva, e fiz, com lápis de cor, o
meu primeiro desenho. (...) Mostrei minha obra-prima às pessoas grandes e perguntei se o meu
desenho lhes fazia medo. Responderam-me: "Por que é que um chapéu faria medo?" Meu
desenho não representava um chapéu. Representava uma jibóia digerindo um elefante. Desenhei
então o interior da jibóia, a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. Elas têm
sempre necessidade de explicações. As pessoas grandes aconselharam-me deixar de lado os
desenhos de jibóias abertas ou fechadas, e dedicar-me de preferência à geografia, à história, ao
cálculo, à gramática. Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor.
Eu fora desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2.
As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar toda
hora explicando.
1.INTRODUÇÃO .............................................................................. 01
2. A LINGUAGEM COMO FORMA DE PODER
2.1 FORMAS DE PODER E ORGANIZAÇÃO ESCOLAR............... 03
2.2 IDENTIDADE DO ALUNO NO AMBIENTE ESCOLAR............... 09
3. A ARTE: A LINGUAGEM DOS ESTUDANTES
3.1 ARTE E LINGUAGEM................................................................. 13
3.2 ARTE-EDUCAÇÃO..................................................................... 17
4. UMA EXPERIÊNCIA POSSÍVEL - CEAN
4.1 ANÁLISE..................................................................................... 24
4.2 CEAN - UMA BREVE APRESENTAÇÃO................................... 24
4.4 A PROFESSORA DE ARTES..................................................... 25
4.5 AS AULAS DE ARTES................................................................ 25
4.6 OS MURAIS COMO PRÁTICA ARTÍSTICA E OCUPAÇÃO DO
ESPAÇO ESCOLAR PELOS ALUNOS............................................ 26
4.7 ENTREVISTAS........................................................................... 27
5. CONCLUSÃO.............................................................................. 35
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................. 37
7. ANEXOS ...................................................................................... 39
INTRODUÇÃO
A origem dessa linha de pesquisa se deu por uma série de coisas que
me levaram a indagar principalmente a questão do aluno perante o ambiente
escolar e a influência que o espaço exerce sobre os estudantes.
1
Com todas essas percepções, passei a pesquisar um pouco mais
sobre estética, identidade, relações de poder no ambiente escolar, entre outros
assuntos. E decidi me aprofundar na perspectiva da apropriação de estudantes
com o ambiente escolar através das produções realizadas em arte-educação.
2
2. A LINGUAGEM COMO FORMA DE PODER
“Não há ignorante que não saiba uma infinidade de coisas, e é sobre esse saber,
sobre essa capacidade em ato que todo ensino deve se fundar.”
Jacques Rancière
1
CORRÊA; GUIRAUD. Leitura sobre a escola: Relações de poder, Cultura e Saberes.
Disponível em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2200_1295.pdf
Acesso em: 19/04/2015
3
Dessa forma, obtém-se uma semelhança de comportamentos e uma
maior disposição do ambiente escolar para que o mesmo seja parcialmente
neutro em todas as instituições com um determinado objetivo, que é o de manter
organização e disciplina no espaço em geral.
2
A palavra parrhesia aparece pela primeira vez na literatura grega em Eurípedes (ca. 484-407
a.C.) e ocorre através do antigo mundo grego das letras desde o fim do século 5 a.C. Parrhesia é
comumente traduzido para o inglês como free speech, em francês por franc-parler e em alemão
por Freimüthigkeit. Parrhesiazomai é usar a parrhesia, e o parrhesiastes é quem usa a parrhesia,
i.e. é aquele que fala a verdade.
4
O objetivo da parrhesía é fazer com que, em um dado momento, aquele
a quem se endereça a fala se encontre em uma situação tal que não
necessite mais do discurso do outro. De que modo e por que não
necessitará mais do discurso do outro? Precisamente, porque o discurso
do outro foi verdadeiro. É na medida em que o outro confiou, transmitiu
um discurso verdadeiro àquele a quem se endereçava que este então,
interiorizando este discurso verdadeiro, subjetivando-o, pode se
dispensar da relação com o outro (FOUCAULT. 2004 p. 458).
5
O professor é o agente máximo com qual o aluno se relaciona, e seu
papel é de ser um mediador do conhecimento, de forma a dar espaço para os
alunos serem os principais atores do processo de aprendizagem. Porém, por ser
detentor do discurso, o professor também acaba tendo um distanciamento dos
estudantes. Cabe ao professor minimizar essa diferença que está inserida em
sala de aula entre ele e o aluno, usando sua competência e domínio para trazer
ao aluno uma sensação de aceitação e romper relações ditatórias:
6
de ressignificar o que foi falado pelo professor ou demais membros do espaço
escolar. Dessa forma o aluno acaba se tornando um mero repetidor da palavra e
assumindo a verdade do professor.
O professor também se mostra portador de uma ideologia, pois ele
transmite o conhecimento segundo suas verdades e geralmente o aluno reproduz
isso por não ter um comparativo e também não possuir um momento de
ressignificar o que lhe foi ensinado. O discurso, além de estar atrelado ao poder,
está ligado também à identidade, identidade não só ligada a quem exerce a fala.
Essa identidade acaba por influenciar quem a escuta e a aceita passivamente.
Elaine Barbosa diz sobre a identidade que se cria a partir do momento de fala,
que ―o conceito de praticas discursivas é essencial para analisar o processo
discursivo de construção de identidades, visto que o discurso possui um papel
constitutivo que contribui para a construção de identidades sociais‖ (BARBOSA,
4
2011 p. 26)
7
agem e os que olham, entre indivíduos e membros de um corpo coletivo.‖
(RANCIÈRE. 2012 p.23).
8
2.2- IDENTIDADE DO ALUNO NO AMBIENTE ESCOLAR
9
a alguém que vos fala e não a quem vos examina: sob o signo da igualdade‖
(Rancière.2002 p. 24.) o estudante aprende mais quando ele é tratado como
igual, não como inferior, pois assim ele consegue assimilar e se comunicar. No
momento em que uma estrutura coloca o estudante em uma relação de
inferioridade, seu inconsciente recebe aquele estímulo e ele acaba aceitando o
papel ao qual o designaram.
10
Há dois sentidos para a palavra ‗sujeito‘: sujeito submetido a outro pelo
controle e a dependência e sujeito ligado à sua própria identidade pela
consciência ou pelo conhecimento de si. Nos dois casos a palavra
sugere uma forma de poder que subjuga e submete. (FOUCAULT, 1995
p.237)
Criam-se, dessa forma, muitas das vezes estudantes não críticos, não
só no ambiente escolar, a partir de uma educação formadora de indivíduos
submissos/objetos, que acaba influenciando o comportamento do indivíduo em
todas as esferas sociais. Assim, a escola cria uma carga enorme de conteúdos
aleatórios em que os alunos são obrigados a aceitar, ao passo que esses
estudantes não têm momentos suficientes para relacionar e reinterpretar o que
lhes é ensinado, aceitando tudo que lhes é imposto. O estudante é colocado em
um local mínimo de insignificância em um espaço em que sua função é
reproduzir, sua própria consciência é negada em função da consciência de
outrem. Isso gera nos alunos uma sensação de frustração e negação do espaço
ao qual essa série de imposições é feita.
Rancière aborda que o aluno deve ser sempre inquieto e fazer sempre
questionamentos, não se conformando somente com o que lhe é imposto.
(Rancière, 2002). Diz ainda que é preciso falar e ser ouvido para só assim o
conhecimento ocorrer e possuir significância para o aluno. Quando Rancière diz
que devemos emancipar o aluno ele quer dizer que devemos dar a ele um
11
espaço, tratá-lo como semelhante para que, assim, ele possa se enxergar como
indivíduo e ser capaz de aprender e reorganizar conhecimentos com sua própria
experiência.
12
3. ARTE: A LINGUAGEM DOS ESTUDANTES
ARTE E LINGUAGEM
13
discursivo-ideológico, quando se tem a possibilidade de se interpretar
5
uma imagem através de outra. (SOUZA, 1997)
5
SOUZA, Tania C. Discurso e imagem. Perspectivas de análise não verbal. Disponível em:
http://www.uff.br/ciberlegenda/ojs/index.php/revista/article/viewFile/240/128 Acesso em:
16/05/2015
14
(2010) Marcia Tiburi deixa clara essa duvida a respeito da existência das duas
linguagens e a forma como elas se apresentam na seguinte passagem:
Tanto para Susanne Langer, quanto para Ana Mae o modo verbal da
linguagem e o presentacional não se excluem. Ao serem pensados em unicidade,
para elas os meios de comunicação visual e verbal ―growuptogether in reciprocal
tutelage‖6. (LANGER. 1958, p.7). Ana Mae descreve sobre essa diferença nas
formas de linguagem que:
Desse modo, a arte tanto pode ser analisada como discurso e forma
linguagem sem o aparato de outras linguagens, como também é possível à junção
das duas linguagens.
6
―Crescem juntos em recíproca tutelagem‖.
15
através da linguagem verbal, seja pela linguagem não verbal, está se exercendo
uma relação com o poder que o discurso traz enquanto modo de um indivíduo
impor suas ideias e pensamentos.
16
3.2 ARTE-EDUCAÇÃO
Longe de ser uma entidade fechada em si, toda obra de arte que merece esse nome
passa a existir no contato com o receptor, e renasce a cada nova interação com um novo
espectador ou ouvinte. A fruição artística é, na verdade um diálogo.
Umberto Eco
7
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : arte / Secretaria de
Educação Fundamental. – Brasília : MEC / SEF, 1998.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/arte.pdf
Acesso em: 16/05/2015
17
O conhecimento da arte abre perspectivas para que o aluno tenha uma
compreensão do mundo na qual a dimensão poética esteja presente: a
arte ensina que nossas experiências geram um movimento de
transformação permanente, que é preciso reordenar referências a cada
momento, ser flexível. Isso significa que criar e conhecer são
indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para aprender. Ao
aprender arte na escola, o jovem poderá integrar os múltiplos sentidos
presentes na dimensão do concreto e do virtual, do sonho e da realidade.
Tal integração é fundamental na construção da identidade e da
consciência do jovem, que poderá assim compreender melhor sua
inserção e participação na sociedade. (BRASIL. 1998, v. 7, p. 20)²
8
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros
curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 2000.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf
Acesso em: 16/05/2015
18
que a arte capacita um homem ou uma mulher a não ser um estranho
em seu meio ambiente nem estrangeiro no seu próprio país. Ela supera
o estado de despersonalização, inserindo o indivíduo no lugar ao qual
pertence, reforçando e ampliando seus lugares no mundo. (BARBOSA.
9
2009)
9
BARBOSA, Ana Mae. Processo Civilizatório e Reconstrução Social Através da Arte.
Disponível em:
http://www.uel.br/grupo-
estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais12/artigos/pdfs/mesas_redondas/MR_Bar
bosa.pdf
Acesso 13/05/2015
19
Dessa forma, através da expressão artística, o individuo se conecta com
seus sentimentos mais profundos e os traduz em forma de imagem. A arte-
educação traz para o ambiente escolar a ideia de individualidade dos alunos, pois
logo que se cria um objeto artístico, o mesmo vai embutido de características da
pessoa criadora. Marcia Tiburi expõe claramente a questão da junção pessoa-
criadora junto com a questão da imagem criada:
20
Contudo, para que a mensagem contida na obra seja transmitida, é
necessário à visualização da mesma. O ato de expor essa obra no ambiente
escolar garante para a imagem essa exterioridade e a torna accessível a outras
pessoas: ―existir fora de si, assumir corpo fora de seu próprio corpo, exportar-se,
equivale a expor‖ (CAUQUELIN, 2008, p.121). Portanto, a produção artística
personifica o individuo produtor da obra e lhe garante uma exterioridade. Ainda
sobre essa perspectiva do tomar forma fora de corpo, Coccia traz a seguinte
perspectiva abordando a imagem como a forma de exterioridade:
A imagem não é senão a existência de algo fora do próprio lugar.
Qualquer forma e qualquer coisa que chegue a existir fora do próprio
lugar se torna imagem. Nossa forma se torna imagem quando é capaz
de viver para além de nós, para além da nossa alma, para além de
nosso corpo, sem que ela mesma se torne um outro corpo, já que é
capaz de viver como que na superfície de outros corpos‖ (COCCIA,
2010, p.22)
10
SOUZA, Tania C. Discurso e imagem. Perspectivas de análise não verbal. Disponível em:
http://www.uff.br/ciberlegenda/ojs/index.php/revista/article/viewFile/240/128
21
concepções de Vygotsky11 a respeito da psicologia da arte, que estuda tanto a
relação de quem produz a arte como a da recepção dessa produção:
22
o meio e ressignifique o ambiente através de suas próprias produções artísticas.
Sobre essas ressignificações que a arte-educação proporciona aos estudantes,
Ana Mae Barbosa ressalta:
23
4. UMA ESPERIÊNCIA POSSIVEL - CEAN
“A pintura pode fazer pelos analfabetos o que a escrita faz pelos que sabem ler”.
GOMBRICH
4.1 ANÁLISE
12
Disponível em: https://sites.google.com/site/oceanoverdedf/Home/o-cean/historia-da-escola
Acesso em: 01/06/2015
24
própria, ocasião em que passou a se chamar Centro Educacional da Asa Norte –
CEAN.
O colégio é dividido em cinco pavilhões: um para a secretaria,
direção e biblioteca os demais para as aulas, cada sala e reservada para uma
disciplina especifica.
A instituição oferece apenas o ensino de Artes Plásticas das três
modalidades de artes disponíveis no currículo, porém, há algumas oficinas de
teatro, dança, agricultura, entre outras, em que os alunos podem se matricular no
decorrer do ano letivo, dentre elas a oficina de dança e de teatro.
As aulas são duplas, de uma hora e meia cada. Todas as turmas
pegam três aulas por dia. Entre o primeiro e o segundo horário, há um intervalo
de quinze minutos e entre o segundo e terceiro horário, outro intervalo de quinze
minutos.
25
4.5 OS MURAIS COMO PRÁTICA ARTÍSTICA E OCUPAÇÃO DO ESPAÇO
ESCOLAR PELOS ALUNOS.
Os muros das escolas são quase sempre utilizados tão somente com
seu caráter funcional ―muros estes, na maioria das vezes, utilizados quase tão
somente para dividir, proteger ou segregar‖ (NETO. 2005 p. 49), porém as
paredes de ambientes diversos tem um caráter muito representacional e quando
essas paredes são ocupadas por uma pintura, essa pintura ganha também outras
funções como a de apropriação de um espaço.
[...] Uma parede pintada é sempre uma parede pintada e algo mais.
Quando pintamos uma parede estamos querendo protegê-la das
intempéries do cotidiano, mas também buscamos algo mais, queremos
dar-lhe uma aparência, ou melhor, uma presença. (NETO. 2005, p. 52)
26
estar em um lugar sem saber muito bem porque. Seduzido pela cor, pelo
frescor ou mesmo a beleza do ambiente. (NETO. 2005, p. 51)
4.7 ENTREVISTAS
27
A entrevista com a professora regente se deu de maneira rápida, pois a
mesma não tinha muito tempo disponível para o diálogo.
Aluno (a): Acho porque tipo hoje em dia é muito difícil se expressar e
desenhar é uma coisa que ajuda muito. Eu gosto muito.
Aluno (a): Me sinto a vontade com ela e na sala dela, acho que na sala
dela é uma das melhores que existe pra você ter uma ideia, pra você
expor, pra você conversar[...].
Aluno (a): Olha eu acho a disciplina de artes uma das essenciais porque
é onde o aluno mais esta se expondo mesmo, tipo é o aluno ali em artes,
ele vai fazer o que ele gosta, como ele gosta, por isso que eu gosto de
artes.
13
As entrevista foram reescrita conforme suas gravações, preservando o coloquialismo na fala dos
entrevistados
29
exporem essas ideias sem o receio de serem julgados por suas opiniões. Os
estudantes se sentem aceitos na disciplina de artes e possuem o direito de criar e
ressignificar opiniões, não só sobre conteúdos de arte, mas também outros
assuntos de demais disciplinas ou cotidiano. Como diria Ana Mae Barbosa a
14
disciplina permite aos alunos uma interterritorialidade do conhecimento.
Quando perguntado se os murais transmitiam uma mensagem ou se
eles conseguiam se expressar através dos trabalhos, um dos entrevistados
afirmou que:
Então você diria que todos eles transmitem uma mensagem? Não
só os murais mais todos os trabalhos de arte que você consegue
expressar uma ideia através deles?
Aluno (a): Eu gosto muito das aulas de artes porque assim a gente pode
interagir, também porque a professora passa um desenho e a gente
pode fazer cada um do seu jeito, tipo expressando o que você ta
sentindo.
14
BARBOSA. Da interdisciplinaridade à interterritorialidade: caminhos ainda incertos.
Disponivel em: www.fumec.br/revistas/paideia/article/download/1288/869
Acesso em: 25/05/2015
30
Quando foi questionado aos alunos como se sentiam perante os murais
do colégio, eles responderam da seguinte maneira:
Aluno (a): Cara eu gosto muito desses murais porque todo lugar tem
alguma coisa que foi feita pelos alunos da escola e tipo marca muito o
que cada um pensa, tem tipo uma história pra cada um.
Aluno (a):Já, já tinha. Desde quando eu entrei aqui na escola tava com
alguns antigos ainda e eu achei de mais isso porque na maioria das
escolas que eu estudei, as duas ultimas eram particulares, eles não
expõem tanto os trabalhos dos alunos pela escola, aqui provavelmente
tem umas coisas que vai ficar como essa parede aqui (Mosaicos da
parede) que vão ficar uns dez quinze anos. Eles não querem tirar ou
esconder o trabalho do aluno é tudo bem exposto aqui, eles querem
mostrar bastante o que os alunos deles fazem.
Você já havia reparado nos murais antes? O que você acha da ideia
dos murais?
Aluno (a): Já. Eu acho criativo por que da a impressão de que os alunos
tem mais liberdade no colégio, pra mostrar o que os alunos tão fazendo
mesmo e não e algo só pra conseguir nota é algo artístico mesmo.
Aluno (a): É uma forma de arte muito presente, eu acho que aqui o
CEAN é uma arte. Tudo o que você passa aqui tem essas coisinhas que
os alunos mesmos fazem, eu adoro isso porque da liberdade da gente
escolher. E tipo a gincana mesmo, toda gincana a gente tem um mural
pra fazer e a gente pode ter essa liberdade de pensar, tipo você não
precisa ser exatamente bom em pintar ou desenhar é só você ter uma
ideia que você pode passar.
31
Em outro caso, um dos entrevistados também relacionou a uma
maneira de transmitir uma ideia e que, apesar da diferença dos trabalhos, todos
tinham um mesmo objetivo e passavam uma mesma mensagem:
Aluno (a): Olha eu acho que o aluno deixa sua marca né quando ele faz
isso, o mais legal disso tudo é que o aluno deixa sua marca de uma boa
forma.
Aluno (a): Cara eu gosto bastante e ainda mais nesse colégio porque tipo
eu sei que vai ficar ai, porque tem tipo outras escolas que eles pegam
seus desenhos e colocam tipo por um mês, depois pegam seu desenho
32
e não sei o que fazem com ele, eu já perdi muito desenho que eu
gostava assim.
33
pois os mesmos podem se expressar através da arte, num local que abre esse
espaço para isso.
34
5. CONCLUSÃO
35
Deste modo, tendo em vista o que foi debatido ao longo da análise,
esse trabalho expôs uma possibilidade para a ação da arte-educação com a
função estética e de apropriação dos estudantes do ambiente escolar, de forma a
conectar produção/expressão com a identidade de alunos e desenvolver a ideia
de pertencimento para com o espaço.
36
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37
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Echavarriaet al. 2.ed. México: Fondo de Cultura Económica, 1984. 1237p.
38
ANEXOS
ANEXOS A
39
Figura 2: Sala ambiente de artes plásticas (dois).
40
Figura 5: Murais sobre sustentabilidade produzido por duas turmas em 2015.
Figura 6: Mural sobre consciência negra produzido por duas turmas produzidos em 2014.
41
Figura 7: Murais sobre consciência negra e sustentabilidade, produzidos em 2015 (esquerda) e
2014 (direita).
42
Figura 9: Mosaico feito pelos estudantes em 2001 (dois).
43
ANEXOS B
Entrevista 1
O que você acha de ter que estar em uma escola desde seus 6 anos de
idade até quando você terminar o ensino médio e passar metade do seu dia
dentro de uma escola?
Aluno(a): Olha eu não gosto muito de colégio, mas eu gosto tipo de aprender. É
mais tipo o colégio me lembra muito uma prisão, que você tem que ser do jeito
que eles querem, eu não gosto muito.
Mesmo não gostando muito do ambiente tem alguma coisa que mais te
chama atenção no colégio? Pode ser os professores, amigos, alguma coisa
que te faça sentir mais a vontade.
Aluno(a): Cara os amigos. Porque a gente conhece pessoas que a gente nunca
imaginou que fosse conhecer e aprende muito com elas.
Aluno(a): Cara o CEAN eu gosto muito porque e uma escola que tem gente de
tudo quanto é jeito e as pessoas não tem que usar uma mascara mudando o que
elas são, elas podem ser do jeito que elas são.
Aluno(a): Uhum.
44
Aluno(a): Cara eu amo essa professora (risos). Ela é tipo um anjo que caiu na
minha vida, ela é uma ótima professora.
Você acha que os desenhos, os trabalhos que ela passa em sala é uma
forma de você se expressar?
Aluno(a): Acho, porque tipo hoje em dia é muito difícil se expressar e desenhar é
uma coisa que ajuda muito. Eu gosto muito.
Aluno(a): Cara eu gosto muito desses murais porque todo lugar tem alguma coisa
que foi feita pelos alunos da escola e tipo marca muito o que cada um pensa, tem
tipo uma história pra cada um.
Sobre o mural que você ajudou a produzir da onde veio a ideia do trabalho?
Aluno(a): Cara eu gosto bastante e ainda mais nesse colégio porque tipo eu sei
que vai ficar ai, porque tem tipo outras escolas que eles pegam seus desenhos e
colocam tipo por um mês, depois pegam seu desenho e não sei o que fazem com
ele, eu já perdi muito desenho que eu gostava assim.
Você acha que os trabalhos passam uma mensagem, que eles informam
algo?
45
Aluno(a): Eu acho, porque cada um desses trabalhos teve a ver com um tema e
uma ideia e só de bater o olho em alguns você já consegue entender.
O que você acha de ter sido você ou um colega que fizeram os trabalhos e
eles ficarem aqui?
Aluno(a): Cara eu acho bacana porque é tipo uma marca que você deixa no
colégio e ainda mais em um colégio que ate onde eu sei todo mundo que entra
aqui no CEAN gosta muito daqui, porque aqui e quase tipo um paraíso. Porque
não é uma escola que nem as outras que você consegue se sentir preso de
verdade. Eu gosto muito, muito dessa escola.
Acho que é isso. Você gostaria de colocar mais alguma questão, gostaria de
falar mais alguma coisa?
Aluno(a): Tipo eu entrei nessa escola esse ano e tipo eu já to amando, porque é
uma escola que tem de tudo e ao mesmo tempo nada e colocado em discussão a
ponto de sair briga daquilo, esse lugar ajuda muito as pessoas.
Entrevista2
O que você acha de ter que estar em uma escola desde seus 6 anos de
idade até quando você terminar o ensino médio e passar metade do seu dia
dentro de uma escola?
Aluno(a): Acho importante isso, porque pra mim os estudos são importantes, são
uma parte da sua vida que se você não tiver vai te estragar na verdade, porque se
eu não tiver o estudo o que eu quero eu não vou ter.
46
Aluno(a): Eu adoro o CEAN, CEAN pra mim é minha segunda casa, aqui é onde
os professores e a direção me apoiam e eles me conhecem, adoro os
professores, aqui é onde digamos eles me aceitam, os pensamentos não são
julgados e sim ajudados.
Aluno(a): Sim, principalmente aqui no CEAN eu acho que aqui é onde eu mais me
sinto livre. Porque aqui eu posso discutir, der um debate tanto em sociologia,
física, matemática, artes, inglês, eu acho que aqui tudo é meio liberal.
Aluno(a): Ah é ótima, eu adoro a professora ela é como se fosse, sei lá uma tia
minha, uma amiga de anos atrás.
Aluno(a): Me sinto a vontade com ela e na sala dela, acho que na sala dela é uma
das melhores que existe pra você ter uma ideia, pra você expor, pra você
conversar com ela, ela é muito aberta a qualquer assunto tanto se for arte ou
qualquer outra coisa.
Aluno(a): Gosto, gosto assim tipo... não que eu não sei desenhar muito bem, mas
a matéria em si ela é muito boa, porque a arte pra mim e uma parte da evolução
do ser humano, nas cavernas o único jeito de se comunicar não foi pela fala, não
foi watts app ou facebook, foi pelo desenho, foi pela arte, então pra mim a arte é
importante.
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Aluno(a): As dinâmicas da professora, as conversas dela, ela explica muito bem.
O que você acha da ideia dos murais estarem expostos aqui no colégio?
Aluno(a): E uma forma de arte muito presente, eu acho que aqui o CEAN é uma
arte. Tudo o que você passa aqui tem essas coisinhas que os alunos mesmos
fazem, eu adoro isso porque da liberdade da gente escolher. E tipo a gincana
mesmo, toda gincana a gente tem um mural pra fazer e a gente pode ter essa
liberdade de pensar, tipo você não precisa ser exatamente bom em pintar ou
desenhar é só você ter uma ideia que você pode passar.
Sobre o mural que você ajudou a produzir da onde veio a ideia do trabalho?
Aluno(a): A gente fez isso ano passado na consciência negra, então a gente
desenhou meio que uma cultura, uma nega brasileira e o frevo que é a dança.
Aluno(a): Eu sempre gostei, eu só queria que ficasse por muito mais tempo, mas
aqui não da né, porque sempre eles tentam renovar as coisas.
Tipo esses aqui, você já tinha visto esses mosaicos que estão desde 2001?
Aluno(a): Eu adoro esses, velho o CEAN pra mim é uma escola diferente, eu me
sinto bem a vontade aqui.
Você acha que os trabalhos passam uma mensagem, que eles informam
algo?
Aluno(a): Sim passa, eu acho que qualquer parte da arte não é só arte porque
sempre passa uma mensagem alguma coisa.
Você acha que você consegue se expressar através dos trabalhos de arte?
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Acho que é isso. Muito obrigada.
Entrevista3
O que você acha de ter que estar em uma escola desde seus seis anos de
idade até quando você terminar o ensino médio e passar metade do seu dia
dentro de uma escola?
Aluno(a): Ah é bom né, porque assim você sempre aprende novas coisas no
colégio e sem o colégio a gente seria pessoas ignorantes.
Agora sobre o CEAN, o que você mais gosta aqui e alguma coisa que você
não gosta tanto aqui no colégio?
Aluno(a): O que eu mais gosto aqui é que aqui é um espaço muito aberto pros
alunos pra gente poder optar pelo que a gente gosta de ter muitas pessoas
diferentes, o ambiente aberto, os murais muito bonitos, eu gosto.
Aluno(a): Me sinto.
49
Aluno(a): Acho bem bacana, porque a gente estuda também como era a artes
antigamente a gente aprende novas técnicas.
Aluno(a): Eu acho bem bacana porque todo ano muda e sempre tem um tema
especifico pra fazer o mural e sempre sai uma parada bem criativa.
Sobre o mural que você ajudou a produzir da onde veio a ideia do trabalho?
Aluno(a): Ah foi a menina que bolou o desenho e ela veio com essa ideia de mãe
natureza e como o tema da gincana era diversidade ela colocou uma morena com
um black feito de arvores.
Aluno(a): Ah bacana né, porque você vê aquele trabalho aqui muito tempo e
depois você faz outro trabalho é pode ver o que você melhorou.
Você acha que os trabalhos passam uma mensagem, que eles informam
algo?
Aluno(a): Passam sim, porque geralmente você faz o mural com alguma intenção,
que nem o desse ano que foi com a intenção de diversidade, sustentabilidade e
foi isso que passou realmente. Quando desenharam morenas, é o CEAN
reutilizando a agua da chuva isso tudo passa pra quem vê o mural.
50
E você acha que assim, mesmo sendo proposto um tema por exemplo
sustentabilidade, diversidade. Vocês conseguem se expressar a respeito
daquele tema?
Aluno(a): Sim, porque o tema na verdade é pra ficar como se fosse uma base pro
seu desenho, mas não deixa de te dar liberdade pra fazer o que você acha.
Você acha que a disciplina de artes tem isso de você ter sua opinião e você
poder expressar isso através dos desenhos?
Aluno(a): Tem sim, acho que é uma das disciplinas que mais tem.
Entrevista4
O que você acha de ter que estar em uma escola desde seus 6 anos de
idade até quando você terminar o ensino médio e passar metade do seu dia
dentro de uma escola?
Aluno(a): Ah eu acho que é uma coisa precisa mesmo, tipo eu não seria nada
sem o colégio, literalmente.
Agora sobre o CEAN, você pode me falar o que você mais gosta no CEAN e
algo que você não gosta tanto assim?
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O que você acha da disciplina de artes?
Aluno(a): Olha eu acho a disciplina de artes uma das essenciais porque é onde o
aluno mais esta se expondo mesmo, tipo é o aluno ali em artes, ele vai fazer o
que ele gosta, como ele gosta, por isso que eu gosto de artes.
Aluno(a): Nossa a gente é super amiga, a gente conversa quase todo dia sobre
tipo tudo, se eu fosse dizer assim ela é uma das melhores professoras dessa
escola.
Aluno(a): A parte de que tem que fazer atividade, a parte de desenhar de pintar
essas coisas.
Aluno(a): Aham.
Aluno(a): Po eu acho que são o máximo porque cada um deles transmitem uma
mesma ideia só que de uma forma diferente, cada um com seu jeitinho. Eu pelo
menos ajudei a fazer um dos murais, o mural da minha equipe eu ajudei a fazer e
tipo eu vejo o pessoal ensaiando pra dizer como que era, eu me enfiava em cada
equipe e eu ouvia o que eles falavam, nossa a forma de cada um se expressar e
super diferente mais todas chegam num ponto central assim.
Então você diria que todos eles transmitem uma mensagem? Não só os
murais mais todos os trabalhos de arte que você consegue expressar uma
ideia através deles?
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Você se sentiu valorizada quando alguém quis saber sobre você? Como
você é?
Aluno(a): Exatamente.
Aluno(a): Olha eu acho que o aluno deixa sua marca ne quando ele faz isso, o
mais legal disso tudo é que o aluno deixa sua marca de uma boa forma.
Acho que é isso. Você gostaria de colocar mais alguma questão, algum
ponto que você nota nessa escola que você não notava nas outras?
Aluno(a): Acho que é mais o trabalho pedagógico mesmo, não sei se é porque é
ensino médio, mas nas escolas que eu passei tipo tinha alguns trabalhos, mas
não eram tão profundos quanto é aqui no CEAN.
Tá ok, obrigada.
Entrevista5
O que você acha de ter que estar em uma escola desde seus 6 anos de
idade até quando você terminar o ensino médio e passar metade do seu dia
dentro de uma escola?
Aluno(a): Assim tipo eu acho que é interessante porque eles te ajudam a você se
preparar pra um futuro, pra você ter um emprego ter dinheiro.
Agora sobre o CEAN, você pode me falar que você mais gosta no CEAN e
algo que você não gosta tanto assim?
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Aluno(a): Eu entrei aqui esse ano e eu to gostando muito dessa escola e das
pessoas, porque aqui a relação das pessoas é muito legal. Os professores são
muito bons também. O diretor e a vice diretora também porque eles são bem
rígidos.
Eles são rígidos, mais isso não impede de você se relacionar com eles, se
você quiser falar alguma coisa, propor uma ideia, não é uma relação que
impõem medo?
Aluno(a): Não
Aluno(a): Eu gosto muito das aulas de artes porque assim a gente pode interagir,
também porque a professora passa um desenho e a gente pode fazer cada um do
seu jeito, tipo expressando o que você ta sentindo. E da educação física eu acho
muito legal porque tem uns jogos muito diferentes, que muita gente não conhecia,
eu acho muito legal.
Aluno(a): Durante as aulas e boa, ela nunca reclamou de mim e fora da aula a
gente nunca teve uma relação.
Aluno(a): Eu gosto de recortar e colar, que ela mandou a gente fazer um portfólio
e eu achei legal.
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Aluno(a): Eu já observei, eu acho bem legal porque tem tipo o tema da escola,
tipo o hashtag da escola tipo de diversidade, então eu acho muito legal e os
painéis que a gente fez durante a gincana.
Você acha que os trabalhos passam uma mensagem, que eles informam
algo?
Aluno(a): Eu acho que eles mostram a diversidade, porque sei lá eles mostram
pessoas negras e de diferentes jeitos.
O que você acha de ter sido você ou um colega que fizeram os trabalhos e
eles ficarem por um ano expostos no colégio?
Aluno(a): Eu acho muito legal, porque é uma forma das pessoas olharem é
falarem ‗olha é uma coisa diferente‘, eu acho muito legal.
Nos outros colégios que você estudou tinha trabalhos assim, eles
trabalhavam com exposição dos alunos?
O que você acha dessa relação de ficar mais tempo ou ficar menos tempo?
Aluno(a): Eu acho bem legal, porque assim quando você vai numa escola que fica
por pouco tempo você vai uma vez e você vai ver um trabalho e quando você for
outra vez não vai tá mais aquele trabalho, tipo no CEAN você pode vir aqui o ano
inteiro que a pessoa vai ver esse tema e é bem interessante.
O que você acha de ter esses trabalhos assim nas paredes ao invés de ser
todas as paredes em branco?
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Aluno(a): Eu acho que assim fica mais enfeitado, fica mais bonito, chama muito
mais atenção das pessoas do que as paredes normal.
Entrevista6
Aluno(a): I. C, 15 anos.
O que você acha de ter que estar em uma escola desde seus 6 anos de
idade até quando você terminar o ensino médio e passar metade do seu dia
dentro de uma escola?
Aluno(a): Eu acho que as pessoas não podem ser criadas no mesmo lugar, acho
que a carga horária da escola ta boa e é um tempo bom tem dois intervalos aqui
no CEAN então é menos cansativo.
Agora sobre o CEAN, você pode me falar que você mais gosta no CEAN e
algo que você não gosta tanto assim?
Aluno(a): Eu gosto aqui que eles se envolvem bastante coma a vida do aluno,
então assim se você ta tendo algum problema na escola você vai falar com a
Graça lá na direção que ela resolve, e o que eu acho que o que eu menos gosto
aqui são alguns alunos que ficam deteriorando a escola.
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Aluno(a): Eu gosto é uma disciplina tranquila, tanto da professora passar pra
gente as coisas e é bem interativo.
Aluno(a): É de boa, ela é legal, ela não é uma das àquelas professoras muito
rígidas e também não é muito folgada, ela é bem tranquila.
Aluno(a): Acho que a interação que ela tem com a turma, ela bota bastante coisa
pra gente fazer então a aula é bem divertida, e ela não fica reclamando tipo ela da
um tempo pra gente conversar. A gente pode discutir, abrir qualquer assunto no
meio da aula dela, ela não é só presa a artes.
O que você acha desses murais no colégio, você já havia reparado neles
antes?
Aluno(a): Já, já tinha. Desde quando eu entrei aqui na escola tava com alguns
antigos ainda e eu achei de mais isso porque na maioria das escolas que eu
estudei, as duas ultimas eram particulares, eles não expõem tanto os trabalhos
dos alunos pela escola, aqui provavelmente tem umas coisas que vai ficar como
essa parede aqui (Mosaicos da parede) que vão ficar uns dez quinze anos. Eles
não querem tirar ou esconder o trabalho do aluno é tudo bem exposto aqui, eles
querem mostrar bastante o que os alunos deles fazem.
O que você acha da ideia de ser você que produziu o trabalho e o seu
trabalho esta assim na parede da escola em um lugar que todo mundo pode
ver?
Aluno(a): Po eu acho isso de mais, por que pelo menos aqui no ensino médio
você vai ficar três anos aqui, então você vai passar um ano vendo o que você fez
e no outro ano você vai ver o que você fez de novo e sempre que você passar
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você vai falar ‗ah eu ajudei a fazer aquilo ali‘ e ate na hora de produzir ajuda a
gente que nem se falava direito se conhecer e conversar mais.
Você acha que os trabalhos passam uma mensagem, que eles informam
algo?
Aluno(a): Muitos deles sim, outros são mais, eu não diria abstratos eu diria sei lá,
são mais vagos.
E você acha que assim mesmo a professora definido um tema, se acha que
mesmo assim você consegue se expressar e colocar sua opinião sobre
aquele tema no trabalho?
Aluno(a): Mais ou menos porque tem coisas que é bem fechado, porque tem
temas que você não pode desenhar muitas coisas, tem coisas que tem que ser
mais fechado, mas a maioria das coisas que a professora passa ela deixa bem
aberto.
Obrigada.
Entrevista 7
O que você acha de ter que estar em uma escola desde seus 6 anos de
idade até quando você terminar o ensino médio e passar metade do seu dia
dentro de uma escola?
Aluno (a): Eu acho importante, acho que não só aprendizagem você cria
amizades e eu acho isso muito importante.
O que você mais gosta no CEAN e alguma coisa que você não goste tanto
assim?
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Aluno (a): Eu acho difícil responder essa pergunta porque eu to a tão pouco
tempo aqui na escola, eu gosto de praticamente tudo, tem algumas aulas de
alguns professores que eu acho que eles poderiam correr um pouco mais atrás
dar um pouco mais de conteúdo, mais assim é uma boa escola.
Aluno (a): Sim, acho que todo mundo consegue expressar sua opinião.
E no colégio, você acha que o colégio abre espaço pros alunos pra poder
colocar suas ideias expressões no colégio?
Aluno (a): Abre eu acho que aqui e uma das escolas que mais abrem, que tive
mais oportunidade de me expressar.
Aluno (a): Eu gosto assim, eu acho que é um disciplina que serve assim é muito
tenso esse negocio de primeiro ano e acho que artes ajuda a acalmar um pouco.
Aluno (a): Tem esse negocio que é um pouco mais liberado, então da pra você
escutar musica, conversar e pintar ao mesmo tempo.
Você diria que através dos trabalhos de artes você consegue expressar uma
opinião, mesmo tendo um tema pré-definido?
Aluno (a): Com certeza. Só usar a criatividade que você consegue abordar
qualquer tema.
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Como você se sente quando vê um trabalho seu ou de um colega nas
paredes do colégio para todos os seus colegas e professores verem?
Aluno (a): Eu acho isso bem legal é uma forma de mostra, eu não sei é difícil
explicar isso é muito legal saber que seu colega desenha bem ou que seu colega
pinta bem. As vezes é a mesma idéia ou opinião sobre o assunto.
Aluno (a): Isso é legal, se fosse muito rápido você não conseguiria sabe captar a
ideia. Eu acho importante deixar uma ano, até mais se coubesse em todos
lugares.
Você diria que eles passam alguma mensagem, que eles informam algo?
É isso, você quer colocar uma questão que você nota nesse colégio que
você não notava nos outro?
Aluno (a): Eu acho assim que mudou tudo né, não é mais a mesma coisa. Tem
coisas que mudaram pra melhor, tem coisas que mudaram pra pior.
Entrevista 8
O que você acha de ter que estar em uma escola desde seus 6 anos de
idade até quando você terminar o ensino médio e passar metade do seu dia
dentro de uma escola?
Aluno (a): Eu acho que é uma fase necessária da vida, tipo pra te preparar pro
que vem depois, porque se não existir essa fase você não vai ter conhecimento
do que vai te aguardar no futuro.
O que você mais gosta no CEAN e alguma coisa que você não goste tanto
assim?
Aluno (a): O que eu mais gosto é a biblioteca. O que o menos gosto e no geral em
todos os colégios que eu vou, eu não gosto do lanche daqui.
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Aluno (a): Filosofia
Aluno (a): É boa, ate porque eu já to aqui a uns três anos então eu já conheço ela,
me dou bem com ela.
Você já havia reparado nos murais antes? O que você acha da ideia dos
murais?
Aluno (a): Já. Eu acho criativo por que da a impressão de que os alunos tem mais
liberdade no colégio, pra mostrar o que os alunos tão fazendo mesmo e não e
algo só pra conseguir nota é algo artístico mesmo.
O que você acha de ser um colega seu quem produzi-o esse trabalho?
Aluno (a): É legal, o nome da pessoa não vai tá exposto, mas a turma que fez vai
tá lá.
Você diria que eles passam alguma mensagem, que eles informam algo?
Aluno (a): Informam, por exemplo esses trabalhos que falam sobre homofobia
consciência negra mostram que não existe o silencio que todo mundo acha.
É isso, você quer colocar mais alguma questão, algo que você observa aqui
que não notava nos outros colégios?
Aluno (a): Acho que nos outros colégios a professora manda assim ‗o desenha
isso, desenha aquilo‘ ai você não aprendia o que você estava fazendo. Aqui não,
a gente tem um contexto da arte que a gente ta trabalhando. E eu acho
importante o contexto saber onde ela existiu.
Muito obrigada.
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Entrevista 9
O que você acha de ter que estar em uma escola desde seus 6 anos de
idade até quando você terminar o ensino médio e passar metade do seu dia
dentro de uma escola?
Aluno (a): Eu acho que é algo muito importante, porque hoje em dia ate pra ser
um caixa de supermercado você tem que ter um nível médio completo.
O que você mais gosta no CEAN e alguma coisa que você não goste tanto
assim?
Aluno (a): Eu gosto muito de tudo no CEAN. Serio é uma escola muito diferente, a
gente tem muito apoio dos professores quando a gente mostra dedicação e é
difícil falar uma coisa que eu não gosto aqui, eu acho que não tem ainda.
Você se sente a vontade nessas matérias pra poder colocar suas ideias,
fazer perguntas e se expressar?
Aluno (a): Sim, eu gosto muito de debate é tudo e eu sempre estou expondo
minhas ideias.
Aluno (a): É ótima, ela é como se fosse uma amiga pra gente.
Aluno (a): Eu acho muito legal, ainda mais aqui. Antes quando eu fazia artes nas
outras escolas a gente só falava sobre cores e era a mesma coisa todo ano, aqui
não a gente aprende historia e eu acho isso bem bacana.
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Aluno (a): Muito, e ela sempre faz isso, de alguma forma a gente expressar nossa
ideias e nosso sentimento do que a gente tá sentindo ali no momento.
Aluno (a): Eu acho que é muito bom, porque é como se fosse um incentivo ao
trabalho dos alunos.
Você diria que eles passam alguma mensagem, que eles informam algo?
Só mais uma coisa o que você acha de serem trabalhos de alunos na parede
do colégio ao invés das paredes serem todas em banco?
Aluno (a): Eu acho que é mais bonito é interessante e chama mais atenção,
porque geralmente as escolas são as mesmas. Essa é a segunda escola que eu
vejo que trabalha muito com a arte e que ajuda muito no desenvolvimento ate das
pessoas. O que nem os alunos que gostam de pichar, pra que pichar se você tem
um espaço pra você ir ali é pintar um quadro.
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