Kant 1 PDF
Kant 1 PDF
Kant 1 PDF
ABSTRACT: The present paper highlights the connection between dignity and moral
duty as a quality and valor that identify the autonomous man. This way, the concept
of freedom and moral acting are relevant to present the sense of free acting from the
action by duty and not by affection, but instead by internal, rational and autonomous
laws. Man, in their dignity, cannot be treated as means to an end, but as an end on
themselves because the valor of their dignity is considered the condition to a priori
laws for the purely moral action.
1. INTRODUÇÃO
1
Graduanda do Curso de Licenciatura em Filosofia da Universidade Estadual do Piauí. E-mail:
erisvandacampos@hotmail.com
2
Graduanda do Curso de Licenciatura em Filosofia da Universidade Estadual do Piauí. E-mail:
silmarasilvaphb@gmail.com
determinada pela razão pura a priori, que se efetiva no agir de modo objetivo e
universal, com fim em si mesmo.
Para Kant, ―com efeito, a razão pode aqui pelo menos bastar para
determinação da vontade e possuir sempre realidade objectiva quando unicamente
se trata do querer‖ (KANT, 1995, p. 23) .Pois a ação moral não pode ser um meio
para um fim, segundo uma boa vontade o fim da ação deve ser em si mesma, como
uso da razão determinante da vontade como faculdade referente às representações
livres, que determinam sua própria causalidade como resultado de uma pura
vontade da razão prática.
Na Fundamentação da Metafísica dos Costumes o pensamento moral
Kantiano busca estabelecer o fundamento do agir moral nas passagens das
seguintes secções: Transição do conhecimento moral da razão vulgar para o
conhecimento filosófico; transição da filosofia moral popular para a metafísica dos
costumes; transição da metafísica dos costumes para a crítica da razão prática pura.
Por essas passagens é possível perceber que a sistematização das secções
percorre rumo ao estabelecimento dos princípios supremos da moralidade, o homem,
a racionalidade, e a ação regida pela lei moral, sem ser submetidas às leis externas
no sentido de inclinações, mas sim, numa moral que está fundamentada no próprio
sujeito de modo a priori, em relação ao objeto (externo) da ação. Nesse sentido, é
importante demonstrar que a existência da relação entre o agir moralmente e por
dever, não pode ser determinada por ações de origem externas como inclinações do
homem, mas por leis internas racionais e autônomas, para que a máxima de sua
ação possa ser efetivada enquanto lei moral de modo objetivo, sendo a condição de
possibilidade para uma lei universal, para uma ação comum a todos.
O homem pode querer agir de modo autônomo, construindo um pressuposto
para suas próprias ações na objetivação das leis relacionadas, com sua capacidade
de discernir sobre algo, pois o valor de uma ação parte de uma determinação direta
da razão pura, que não é da mesma condição de uma razão especulativa que parte
de princípios da experiência. Segundo a professora Sallyn Sedgwick, ―Kant é
explícito sobre o tipo de propósitos que não motivam uma boa vontade. Uma boa
vontade não é motivada por objetos da faculdade da inclinação ou da faculdade de
desejar‖ (SEDGWICK, 2017, p.151). Sendo o dever um mandamento direto da razão
prática, é compatível ao valor de uma boa vontade, isto é, se faz na ação correta por
que é o certo fazer.
A boa vontade é uma categoria que pertence ao uso vulgar da razão, porém é
preciso ser adequada para uma pura vontade, desta que será derivada o primeiro
princípio para o conceito de dever e que posteriormente, a primeira fórmula do
imperativo categórico. A boa vontade parte de uma distinção de uma razão moral
comum para uma razão filosófica, que Kant apresenta na primeira secção, que é a
transição do conhecimento moral da razão vulgar para o conhecimento filosófico que
tem como objetivo investigar o conceito de boa vontade e suas denominações
enquanto talentos e inclinações ou como princípios para uma pura vontade, o
interesse de buscar entender estes conceitos de uma boa vontade e uma pura
vontade se realiza no âmbito metafísico para uma condição prática pertencente ao
querer do homem como possibilidade de uma ação boa em si mesma, portanto, uma
boa vontade relaciona-se pelo ato do querer.
A boa vontade não é boa por aquilo que promove ou realiza, pela
aptidão para alcançar qualquer finalidade proposta, mas tão-somente
pelo querer, isto é em si mesma, e, considerada em si mesma, deve
ser avaliadora em grau muito mais alto do que tudo o que por seu
intermédio possa ser alcançado em proveito de qualquer inclinação,
ou mesmo, se quiser, da soma de todas as inclinações (KANT,
2007a, p.23).
uma ação para obtenção de algo, não é meio para se alcançar um fim, mas sim,
uma ação por um fim em si mesma. A ação contrária ao dever é condicionada por
um fim hipotético que privilegia a si próprio, subjetivo e particular, tornando-se,
oposta a função do agir por dever. O princípio de uma ação determinada por dever é
realizado por uma função a priori, objetiva e necessária, sem conceitos empíricos,
mas, por conceitos a priori da razão, que tem como definição estabelecer máximas
universais de leis morais para razão prática.
3
Valor para Kant (2007a, p. 78) designa uma dimensão intrínseca da pessoa humana, pois, somente
as pessoas concernem ao valor acima de tudo e por esse motivo, não há nenhum preço e jamais
deve haver sob as pessoas.
significa não agir com a condição para alcançar algo, mas, sim por causa de um
dever.
A dignidade do homem concerne à ideia de que o homem é um fim em si
mesmo e não um meio, portanto, ele não pode ser condição para algo, pois possui
em si a faculdade de liberdade e a razão. A ideia de dignidade também está
relacionada à felicidade, além de estar na ação por um fim em si mesmo, portanto
na ação moral. A moralidade constitui-se, na própria condição da dignidade e
sucessivamente na própria condição de felicidade.
Eu afirmo, porém que neste caso tal acção, por conforme o dever,
por amável que ela seja não tem, contudo nenhum verdadeiro valor
moral, mas vai emparelhar com outras inclinações, por exemplo, o
amor das honras que, quando por feliz acaso topa aquilo que
efetivamente é de interesse geral e conforme o dever, é
consequentemente honroso e merece louvor e estímulo, mas não
estima; pois à sua máxima falta o conteúdo moral que manda que
tais acções se pratiquem, não por inclinações, mas por dever (KANT,
2007a, p. 113).
Obedecer à lei moral é o mesmo que agir por meio de uma faculdade de
auto-avaliação da postura do sujeito, este que tem como dever o sentimento que é
aceitável e indispensável para o cumprimento do mesmo, o respeito ao dever, a qual
a ação se realiza como máxima em si, pois ela é feita por dever e por respeito à lei.
À vontade como razão a priori se realiza no uso da razão prática e por meio
dela determina a ação e as vontades externas referentes às inclinações, é através
da ação por dever que o homem passa ser legislador de sua própria lei, na
determinação da máxima do imperativo categórico. ―O imperativo categórico seria
aquele que nos representasse uma acção como objetivamente necessária por si
mesma, sem relação com qualquer outra finalidade‖ (KANT, 2007a, p.50). Ou seja,
para que a ação possa ser realizada como síntese de formalidade universal, como
objetivo fazer o sujeito detentor da consciência do puro dever, de uma ação
necessária e por si mesma.
O respeito ao dever é formal para si mesma e para com o outro, não
infligindo naquilo que é externo e pertencente a ele próprio, mas a própria ação. ―A
ação é realizada não apenas conforme um princípio objetivo de determinação válido
universalmente, mas também pelo dever, com um sentimento de respeito pela
própria lei moral" (TERRA, 2004, p.14).O homem na ação por dever, que é o próprio
imperativo categórico tem como condição sua própria liberdade e a vontade como
representação da lei moral, tendo como máxima em comum para universalidade.
O dever como máxima da lei universal se faz pela a lei no campo da moral e
prática, como possibilidade de condição própria do homem e sua autonomia, o
homem que conhece somente o fenômeno e que pertence ao espaço e tempo,
faculdade de entendimento e não o nôumenon que é atemporal, mas que, no
entanto, pode ser pensado, ―a coisa em si‖ o sujeito perante as sensações externas
como inclinações, não podem ser determinantes para o homem, é a razão que
determina e tem a possibilidade de investigação frente o que é externo, como
potencialidade de uma lei moral.
A pura vontade é pré-orientada para uma ação, a partir da reflexão e auto-
reflexão de determinar e constituir máximas como condição da liberdade
transcendental e autônoma, firmada em uma ética por dever é constituída pela
própria capacidade racional do homem como lei universal sintética e a priori.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
______. Crítica da Razão Prática. Tradução: Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1995.
4
São proposições relativas à liberdade, imortalidade da alma e Deus, que não são dogmas teóricos,
mas pressupostos de sentido prático que podem formular conceitos como projeção para uma
realidade objetiva como possibilidade afirmativa.
TERRA, Ricardo R. Kant & o direito / Ricardo Terra. — Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Ed., 2004.
WOOD, Allen. A boa vontade. Tradução: Vera Cristina de Andrade Bueno. Studia
Kantiana, Revista da Sociedade Kant Brasileira, Santa Maria, v.9, 2009, p.7-40.