A Ética em Kant
A Ética em Kant
A Ética em Kant
Kant
Contudo, o que são qualificativos morais? Por qual motivo são aplicáveis apenas à
pessoa humana e não aos objetos, por exemplo? Bom, mau, moral, imoral,
meritoso ou não meritoso etc. são exemplos de qualificativos morais que cabem
tão somente aos homens, pois estes realizam atos e na realização desses atos o
homem faz algo, estatui uma ação e nessa ação podemos distinguir dois elementos:
aquilo que o homem faz efetivamente e aquilo que quer fazer.
Todavia, o que é uma vontade boa? A resposta para essa pergunta passa pelo fato
de que em Kant todo ato voluntário se apresenta à razão na forma de imperativo. O
que isso quer dizer? Quer dizer que todo ato antes de iniciar-se aparece a nossa
consciência sob a forma de mandamento: “isto deve ser feito” ou “faça isto”, por
exemplo.
“Honra teus pais” ou “não mates” são mandamentos morais bem conhecidos ou
em outras palavras são imperativos, pois nos ordenam à ação. Na filosofia moral de
Kant tais imperativos são classificados como categóricos, pois tal mandamento não
está colocado sob condição alguma. A vontade boa, ou melhor, ainda a boa
vontade é o conceito fundamental da moral, segundo Kant, pois consiste em
escolher aquilo que a razão reconhece como bom, independentemente de sua
inclinação.
Convêm aqui distinguir entre legalidade e moralidade. Todo ato que esteja de
acordo com a lei implica na legalidade. Porém, isso não quer dizer que uma ação
legal seja moral. Para que um ato seja considerado moral é necessário que ocorra
algo não na ação em si, mas exatamente no momento que antecede a ação na
vontade do executor.
Nesse sentido, Kant rejeita as concepções morais que predominam até então, quer
seja da filosofia grega, quer seja da filosofia cristã, e que norteiam a ação moral a
partir de condicionantes como a felicidade ou o interesse. Exemplificando: não faz
sentido agir bem com o objetivo de ser feliz ou evitar a dor, ou ainda para alcançar
o céu ou não merecer a punição divina. O agir moral, portanto, se funda
exclusivamente na razão.
1) Age como se a máxima de tua ação devesse ser erigida por tua vontade em lei
universal da natureza.
2) Age de tal maneira que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na
pessoa de outrem, sempre como um fim e nunca como um meio.
3) Age como se a máxima de tua ação devesse servir de lei universal para todos
os seres racionais.
Kant, então, é o filósofo da moral do dever, pois ele representa a lei moral como um
imperativo categórico, necessária, objetiva e universalmente válida: o dever é uma
necessidade de se realizar uma ação por respeito à lei”