Colocação Pronomial
Colocação Pronomial
Colocação Pronomial
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SUMÁRIO
SUMÁRIO ....................................................................................................................................... 2
COLOCAÇÃO PRONOMINAL .......................................................................................................... 3
CONTRAÇÃO PRONOMINAL ...................................................................................................... 6
POSIÇÕES................................................................................................................................... 7
PRÓCLISE ................................................................................................................................... 8
ÊNCLISE.................................................................................................................................... 11
MESÓCLISE .............................................................................................................................. 13
CASOS DÚBIOS ........................................................................................................................ 14
LOCUÇÕES VERBAIS................................................................................................................. 17
QUADRO RESUMITIVO ............................................................................................................ 20
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Colocação pronominal, topologia pronominal ou sínclise pronominal é a parte
da Gramática que trata da colocação dos pronomes oblíquos átonos em relação aos verbos
a que eles se associam.
Antes de falarmos sobre esse assunto, vamos relembrar os pronomes oblíquos áto-
nos, a que chamarei carinhosamente de POAs:
Referentes Formas
1.ª pessoa do singular me
2.ª pessoa do singular te
3.ª pessoa do singular se, o, a, lhe
1.ª pessoa do plural nos
2.ª pessoa do plural vos
3.ª pessoa do plural se, os, as, lhes
Cuidado! Eu disse que isso dependerá da terminação da base verbal, e não do verbo
em si. Isso porque você verá, em breve, que jamais se põe o POA logo após o verbo se
ele está num futuro do indicativo. Nesses casos, ele ficará em posição intermediária.
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Nesses tempos, a base verbal será o infinitivo, sempre findado em r: comprará, com-
praria, daríamos, porão (pôr), veriam, haveria, repondereis, entenderás. Nos demais
tempos, a base verbal será todo o verbo: comprei, dava, pusesse, vejamos, há, repon-
dêramos, entendia.
Se a base verbal termina em ditongo nasal, usam-se as formas no, na, nos e nas.
Cuidado! As formas tem e veem terminam sim em ditongo nasal. Nesses casos, a letra
m representa uma semivogal, que forma ditongo com a vogal e. Isso acontece quando
um vocábulo finda (termina) em am, em, en ou ens: cantam, amam, pedem, pólen,
hifens, hímen, totem, glúten.
O vocábulo findou em ditongo nasal + s, e agora!? Conte sempre o que veio por úl-
timo! Por último veio o s, então use a regra do s: remova-o e use a forma lo.
Talvez você se pergunte “Se eu só deveria remover o s, por que houve a troca do n pelo
m? Trata-se de uma adequação ortográfica, ou seja, um ajuste para que o vocábulo
fique adequado à Ortografia da nossa língua.
Cuidado com possíveis ambiguidades! Perceba que a forma nos enclítica pode repre-
sentar uma alteração fonética do pronome os, indicador de terceira pessoa do plural, ou
o pronome nos, que indica a primeira pessoa do plural. Quando há essa ambiguidade,
recomenda-se a próclise, se ela for possível, a fim de evitar o duplo sentido.
Para evitar a ambiguidade, a próclise é bem-vinda nesse caso, já que nada a impede.
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Assim, fica clara a pessoa a que o pronome se refere: os se refere à terceira pessoa do
plural, e nos se refere à primeira pessoa do plural.
Cuidado com a acentuação gráfica! Quando uma forma verbal está ligada a um POA,
ele não é contado para a acentuação, ou seja, tudo que está antes do POA é contado
como se fosse uma palavra sozinha para a acentuação. Veja:
Por que a forma “fá-la” recebeu acento? Para analisar isso, remova o POA: “fá”. Ora,
recebeu o acento por ser uma monossílaba tônica findada em a, assim como dá, lá, cá,
pá, já, há.
Por que houve o acento? Porque, se removermos o POA, obteremos “ajudá”, oxítona
terminada em a, que também leva acento gráfico, assim como Amapá, gambá, sabiá,
aliás.
Por que não houve o acento? Porque, se removermos o POA, obteremos “ajuda”, paro-
xítona terminada em a. Não há razão para acentuar essa palavra.
Por que houve o acento? Porque a forma que antecede o POA é “ajudá”, oxítona fin-
dada em a. Entra no mesmo caso de “ajudá-los” acima.
Há, ainda, uma regra com o pronome nos: sempre que ele estiver diante de um
verbo na primeira pessoa do plural, remove-se o s final do verbo, a menos que ele esteja
num futuro do indicativo.
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Os gramáticos abonam essa visão. Porém, Napoleão Mendes de Almeida diz que o
s final de verbos na primeira pessoa do plural deve ser sempre suprimido quando eles
estiverem seguidos de qualquer POA: respondemo-lhes, influenciamo-te. Os demais
rejeitam essas formas.
Com verbos num futuro do indicativo, o POA ficará no meio do verbo, caso as condi-
ções proíbam que ele fique atrás.
CONTRAÇÃO PRONOMINAL
Inicialmente, acho importante mostrar que, às vezes, dois POAs podem contrair-
se. Os POAs o, a, os e as podem-se contrair com me, te, nos ou vos. As contrações são
feitas assim:
o a os as
me mo ma mos mas
te to ta tos tas
nos no-lo no-la no-los no-las
vos vo-lo vo-la vo-los vo-las
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Além disso, veja que o pronome se não participa de nenhuma dessas contrações,
mas ele pode ser associado a outro pronome sem contrair com ele.
POSIÇÕES
Na norma-padrão, há somente três posições possíveis para a colocação do POA:
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Para realizar a mesóclise, encontre o r que vem à frente o radical dentro do verbo no
futuro e insira o POA logo após ela:
Nesses, a regra é a mesma, mas a base verbal não coincide com o infinitivo do verbo.
PRÓCLISE
A próclise é obrigatória nestes casos:
1.º Quando o verbo está antecedido por uma palavra de sentido negativo (não,
nunca, jamais, sequer, nem, ninguém, etc.).
3.º Quando o verbo está antecedido por um pronome substantivo indefinido (al-
guém, todos, outro, demais, etc.).
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4.º Quando o verbo está antecedido por um pronome relativo (que, o qual e flexões,
quanto e flexões, cujo e flexões, quem, como, quando e onde).
5.º Quando há pronomes interrogativo (que, quem, qual e flexões e quanto e fle-
xões) antes do verbo.
6.º Quando o verbo é antecedido por uma conjunção subordinativa ou por uma lo-
cução conjuntiva subordinativa (que, se, quando, a fim de que, segundo, apesar
de que, visto que, porque, etc.).
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Se, contudo, houver uma intercalação que separe a palavra atrativa do POA, a coloca-
ção será facultativa, permitindo-se a próclise e a ênclise (ou a próclise e a mesóclise,
caso o verbo esteja no futuro).
Até aqui, vimos as denominadas palavras atrativas, ou também conhecidas como fa-
tores de próclise. Para lembrá-los, use o mnemônico PIRICANO.
PIRICANO
8.º Em orações coordenadas sindéticas aditivas e adversativas que sejam ligadas por
nexos correlativos (não só/apenas/somente...mas/como/senão (também/ainda);
tanto...quanto/como; ou...ou; ora...ora; seja...seja; já...já; etc.).
Deus te guarde!
Que se dane!
Que nós nos salvemos disso tudo.
Você que se lasque!
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ÊNCLISE
Antes de mais nada, vale ressaltar que a ênclise jamais é permitida com verbos no
futuro do presente do indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo; portanto, nada de
“cantarei-o” ou de “cantaria-o”, beleza? Você verá a colocação com esses verbos na
parte de mesóclise.
A ênclise é obrigatória nestes casos:
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Dessa forma, o POA está associado a um verbo que começou uma nova oração. Por
isso, a ênclise é obrigatória.
2.º Quando há pausa marcada (vírgula, ponto e vírgula, dois-pontos, etc.) antes do
verbo, desde que não haja palavra atrativa.
3.º Quando o verbo está no imperativo afirmativo, desde que não haja palavra atra-
tiva.
Ergam-se!
Agora, calem-se todos!
Vocês aquietem-se!
Vá-se já daqui.
5.º Quando o verbo está no gerúndio, desde que não haja palavra atrativa.
Cuidado! Em todos esses casos, a próclise será obrigatória se houver uma palavra atra-
tiva. Veja cada um com um fator de próclise:
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MESÓCLISE
Antes de vermos os casos, relembremos o mais importante: a mesóclise ocorre
apenas com verbos no futuro do presente do indicativo ou no futuro do pretérito do indi-
cativo. Além disso, essa posição tem uso muito restrito no atual estágio da língua.
Ela é obrigatória nestes casos:
1.º Quando o verbo estiver no começo da oração, desde que não haja palavra atrativa.
2.º Quando, antes do verbo, houver uma pausa marcada, desde que não haja palavra
atrativa.
Cuidado com o verbo querer! Já caiu em prova questões sobre sua flexão, e tenho
medo de que caia sobre a colocação pronominal também.
A colocação “quer-me-ia” parece estranha? Eu sei que parece, mas, às vezes, você se
confunde na prova e pensa que o processo é este:
Isso está ER-RA-DO! O que acontece é que a forma “queria” termina da mesma ma-
neira como “seria”, “venderia”, “aconteceria”, “haveria” e vários outros no futuro do
pretérito do indicativo. Contudo, “queria” está no pretérito imperfeito do indicativo,
e você já sabe que a mesóclise ocorre somente com verbos no futuro!
CASOS DÚBIOS
Alguns casos são duvidosos, porque não são abordados por uma maioria gramati-
cal ou porque são divergentes entre os gramáticos. Em alguns casos, a colocação verbal
será facultativa; em outros, dependerá da visão gramatical adotada. Veremos esses casos
agora.
1.º Segundo Rocha Lima, a próclise é permitida – isso significa dizer que ela é fa-
cultativa – após pausa marcada se houver pronomes repetição de POAs em estru-
tura de coordenação.
Se me quer, me telefone.
Essa colocação está ER-RA-DA! Ela não entra no que Rocha Lima propõe. Perceba
que o próclise é facultativa quando o pronome é repetido em estruturas de coordena-
ção. Porém, no caso acima, trata-se de uma subordinação, já que a oração “Se me
quer” é subordinada em relação à “me telefone”. Logo, a forma correta é esta:
Se me quer, telefone-me.
Já que, pela regra geral, não se usa a próclise após pausas marcadas.
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3.º Para a maior parte da doutrina gramatical, a próclise é obrigatória se o verbo está
no infinitivo flexionado e se está precedido de preposição.
4.º Rocha Lima, contudo, afirma que a ênclise é permitida nesse caso, tornando a
colocação facultativa.
7.º Para Celso Cunha, a próclise é obrigatória após o numeral ambos, substantivo ou
adjetivo; portanto, ele considera ambos um fator de próclise, uma palavra atrativa.
Para a tal minoria, apenas a primeira e a terceira frases estão adequadas à norma-
padrão; para a maioria, todas estão adequadas.
9.º Quando o sujeito tem núcleo substantivo ou pronominal com valor substantivo –
à exceção dos pronomes atrativos –, a colocação pronominal é facultativa. Alguns
autores, como Rocha Lima, creem que a posição natural do POA é a enclítica;
portanto, a ênclise é obrigatória nesses casos.
Para uma parte da doutrina gramatical, apenas a primeira e a terceira frase estão
corretas; para a outra, todas estão adequadas.
10.º Quando, antes do verbo, houver uma intercalação, a próclise sempre será permi-
tida. Algumas bancas, porém, rejeitam a possibilidade de haver próclise após pau-
sas marcadas.
11.º Vale, aqui, falar sobre uma colocação especial, denominada apossínclise. Ela é
uma posição diferente das três que foram apresentadas no começo deste tópico. A
apossínclise é uma posição anterior à próclise e ocorre majoritariamente no ambi-
ente literário, antes de palavras negativas.
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13.º Caso o particípio introduza uma oração, deve-se usar a forma tônica do pronome.
Isso se deve a uma contradição: no início de uma oração, a próclise é rejeitada,
porém o particípio aceita somente a próclise. Então, troca-se a forma átona pela
tônica nesse caso.
LOCUÇÕES VERBAIS
Antes de falar sobre a colocação, relembremo-nos que uma locução verbal é a
junção de dois ou mais verbos que formam uma unidade verbal, ou seja, que constituem
uma única oração. Nas locuções verbais, temos o verbo principal, que sempre estará numa
forma nominal (infinitivo, gerúndio ou particípio), e o verbo auxiliar, que pode estar con-
jugado ou não.
Dessa forma, temos de entender que a locução verbal é resultado da união de dois
verbos. Portanto, será possível realizar colocações com ambos. Ainda, se os dois verbos
constituem uma unidade verbal, associar o POA ao auxiliar ou ao principal é indiferente
ao sentido. Vejamos as posições possíveis para a posição do POA nas locuções verbais.
Próclise Ênclise ou
Próclise com Ênclise com
com o AUXILIAR mesóclise PRINCIPAL
o principal o principal
auxiliar com o auxiliar
A rigor, há uma diferença de posição entre “Você pode-me ajudar” e “Você pode
me ajudar”: na primeira, o POA está enclítico ao auxiliar; na segunda, está proclítico ao
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principal. Isso significa dizer que, na primeira frase, o me está ligado ao pode e, na se-
gunda, está ligado ao ajudar. Portanto, “se liga”: o hífen faz muita diferença!
Por fim, vale ressaltar que uma parte da doutrina gramatical rejeita a próclise com
o principal, aceitando apenas as outras três posições. Essa afirma, portanto, que o hífen é
obrigatório quando o POA vem no meio da locução, já que ele está enclítico ou mesoclí-
tico ao auxiliar. Sempre esteja prono para esses purismos na sua prova, beleza?
Vamos às regrinhas?
Essas colocações estão ER-RA-DAS! Particípios rejeitam a ênclise. Nesse caso, apenas
a próclise é aceita com o principal. Perceba que, se o verbo principal estiver no infini-
tivo ou no gerúndio, ambas as colocações são permitidas.
2.º Para posicionar o POA em relação ao verbo auxiliar, basta analisá-lo como um
verbo simples. As regras valem da mesma forma, ou seja, se estiver iniciando
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Perceba que, nesse caso, nem todas as colocações eram possíveis. Entenda o porquê!
Essas colocações estão ER-RA-DAS! Isso porque o verbo auxiliar deve ser tratado
como um simples, e não é permitida a ênclise nesse caso, porque “não” é um fator de
próclise (uma palavra negativa) e ele atrai o POA.
Essa colocação também está equivocada, porque jamais se inicia uma oração com POA.
Por fim, essa colocação também está equivocadíssima, porque não ocorre ênclise com
verbos no futuro do indicativo. Perceba, porém, que é possível esta construção:
Já que, nesse caso, o POA está associado ao verbo principal, e não ao auxiliar.
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QUADRO RESUMITIVO
Pronome relativo
Pronome indefinido
Pronome interrogativo
Antes de palavra atrativa
Advérbio
É obrigatória
Conjunção ou locução subordinativas
Palavra negativa
Próclise
Na construção em+gerúndio
Em frases optativas ou exclamativas
Quando o verbo inicia a oração
Logo após pausas marcadas (vírgula, dois-pontos, ponto e vírgula...)
É proibida Quando o verbo vem antecedido da preposição a e está associado ao pronome o, a, os
ou as
Quando o verbo está no gerúndio e não há palavra atrativa
Pode ocorrer com todos os verbos que não estejam num futuro do indicativo
Mesóclise
Ênclise
Ênclise/
O verbo auxiliar
Então, se estiver no início da oração, a próclise é proibida; se houver palavra atrativa, a
próclise é obrigatória etc.
Infinitivo
As palavras atrativas nunca afetam o infinitivo, mesmo que ele seja flexionado. Isso
Palavras atrativas
significa dizer que, mesmo com palavra atrativa, a próclise com ele é facultativa.
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Quebrando a Gramática com Betinho Português com Betinho!
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