Empreendedorismo Na Economia

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Contributo do empreendedor na economia nacional

Disciplina:
Empreendedorismo
Turma: 302/Tarde
Grupo nº2

O Docente
_____________________
Almeida Raúl

Caála, 2021
INSTITUTO
Instituto Superior SUPERIORCaála
Politécnico POLITÉCNICO SUPERIOR DA CAÁLA

Departamento de curso Da Saúde

Medicina Dentária

Autores:
Elizabeth Nawongo Rodrigues Dala
Eugénio Vemba Talani
João Mário Caviendi
Lúcio Adriano N. Filemone
Martins Borges Paulo Mucanda

Caála, 2021
ÍNDICE

Introdução ................................................................................................................................. 1
Empreendedorismo .................................................................................................................. 2
Tipos de empreendedorismo .................................................................................................... 3
Empreendedorismo e criação do emprego ............................................................................. 6
O Empreededorismo e o Desenvolvimento econômico .......................................................... 7
Empreendedorismo por oportunidade e por necessidade..................................................... 7
Ensino do Empreendedorismo nos Sistemas de Ensino Angolano....................................... 8
O impacto do empreendedorismo no desenvolvimento econômico social de Angola. ...... 10
O empreendedorismo no Município do Huambo ................................................................ 10
Conclusão ................................................................................................................................ 12
Referências bibliográficas ...................................................................................................... 13

i
ii
Introdução
Nos últimos anos o termo empreendedorismo esta sendo muito falado no Brasil, e cada vez
mais as pessoas tem o desejo de abrir o próprio negócio. Um dos motivos para o aumento desta
atividade empreendedora no Brasil foi o alto índice de desemprego, segundo dados do IBGE o
contingente de desempregados que em junho de 2015 era de 8.354 milhões em 2016 aumentou
para cerca de 12 milhões, desta forma o empreendedorismo tem assumido um importante papel
em resposta a ausência de trabalho assalariado. É bom ressaltar que ao abrir um negócio a
pessoa não busca somente obter recurso para suprir suas necessidades, mas irá permitir ao
cidadão integra-se novamente a sociedade.
Segundo Joseph Schumpeter (1985) o indivíduo empreendedor é aquele que para obter lucro
assume riscos, faz acontecer, se antecede aos fatos e enxerga o futuro da organização
(José Dornelas, 2001). Num momento, onde a instabilidade político-econômica e a taxa de
desemprego chegaram a um índice alarmante a prática empreendedora no Brasil tornou-se fonte
de riqueza, desenvolvimento e subsistência. Segundo fontes do GEM – Global
Entrepreneurship Monitor (2016), houve um aumento significativo de novas empresas e
optantes do MEI, onde os empreendedores contam com um regime fiscal diferenciado que
favorece os pequenos negócios.

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Empreendedorismo
Os estudos sobre o empreendedorismo têm demonstrado que este termo tem seu
desenvolvimento lastreado no entendimento de que empreender é realizar alguma ação voltada
para o desenvolvimento (Hébert, & Link, 1989; Leyden, & Link, 2015).

Segundo Filion (1999, p. 6), “há notável nível de confusão a respeito da definição do termo
empreendedor”, pois, apesar de ser um assunto multidisciplinar, os autores tendem a tratá-lo a
partir de premissas oriundas somente de um olhar. Tal fato tende a simplificar e confundir o
leitor sobre qual exatamente o sentido que está sendoabordado.

Ao considerar o conceito de empreendedorismo além da área econômica, encontra-se


contribuições das ciências comportamentais, sociais e políticas (Swedberg, 2000).
Considerando-se estas diferentes áreas, pode-se entender que o empreendedorismo, em sua
essência, baseia-se na ideia de transformação ou naquilo que rompe com a lógica natural. Nesta
pesquisa, no entanto, toma-se o conceito pela perspectiva da economia, uma vez que a unidade
cerne de discussão do problema de pesquisa é o crescimento econômico. Apesar disso, não se
furta de um olhar mais aguçado, no que tange os resultados da pesquisa, para reflexões voltadas
para o alcance das necessidades sociais, políticas e institucionais do empreendedorismo.

Assim sendo, torna-se relevante descrever algumas das principais definições de


empreendedorismo. Nos séculos XIII entendia-se o empreendedor como “aquele que se
encarrega e que faz alguma construção” (Boava, & Macedo, 2011, p. 3). No século XIX o termo
entrepreneur passou a denotar o sentido do empreendedorismo moderno que designava a oferta
de serviços a terceiros a partir de ganhos de capital.

Dois autores economistas e clássicos para essa teoria foram Jean Say e Richard Cantillon, que
construíram o sentido de empreendedorismo voltado para o desenvolvimento e o empreendedor
como um homem de negócios que assume risco de lucro ou perdas. A partir da contribuição
desses autores o empreendedor passou a ser visto pela sua capacidade de gerar desenvolvimento
e com a capacidade de abrir e gerenciar negócios (Sadler, 2000; Diefenbach, 2011). No século
XX, no entanto, é que as contribuições para o conceito de empreendedorismo tornam-se mais
proeminente. Segundo Boava e Macedo (2011), o termo inglês entrepreneurship passa a
designar a capacidade de organizar, controlar e de supor riscos dentro de uma empresa ou
negócio. Para alguns economistas, o empreendedorismo pode ser considerado a partir da figura
do empreendedor e sua capacidade de inovar e de destruição criativa (Schumpeter, 1934). Para

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outros, envolve decisões de risco (Knight, 1921). Há ainda quem toma o empreendedor como
um agente que está alerta para as oportunidades do mercado (Kirzner, 1979). Assim, são pelo
menos três escolas econômicas centrais que contribuíram para o desenvolvimento do termo: a)
Germânica, com o autor principal Joseph Schumpeter que define o empreendedor como um
agente que toma iniciativas para criar novos produtos, processos ou serviços (Rodriguez, &
Gimenez, 2005); b) Chicago, que denomina o empreendedorismo a partir da tomada de decisão
em condições de risco. O empreendedor tem como função principal a assunção de riscos diante
de uma condição de incerteza (Bula, 2012; Swedberg, 2000) e seu principal scollar é Frank
Knight; e c) Austríaca, que define o empreendedor como um agente que permanece em alerta
para oportunidades do ambiente (Tang, Kacmar, & Busenitz, 2012). Israel Kirzner é seu
principal scollar.

Tipos de empreendedorismo
As referências teóricas no campo da sociologia realçam que o empreendedorismo não é apenas
um fenómeno económico e psicológico, como também social e cultural (Swedberg, 2006).
Nesta dissertação, abordamos o empreendedorismo em termos genéricos. Contudo,
consideramos desejável referir especificamente três tipos de empreendedorismo:
ointraempreendedorismo, o empreendedorismo cultural e social.

Intraempreendedorismo:

O conceito de intraempreeendedorismo (IE) vem da palavra francesa intrapreneur, introduzida


na literatura pelo consultor em administração Gifford Pinchot III. Ele definiu o IE como sendo
o ato de desenvolver um novo empreendimento dentro de uma organização jáexistente para
explorar uma nova oportunidade e criar valor agregado (Pinchot, 1985).

Zahra e Covin (1995) abordaram duas dimensões na sua definição do termo: o foco na inovação
e a criação de negócios através da renovação estratégica. Sendo que a primeira dimensão revela
o compromisso da empresa em desenvolver novos produtos, serviços e processos, enquanto a
segunda ilustra a revitalização das operações através da mudança da sua abordagem
competitiva.

Antoncic e Hisrich (2001) afirmam que o IE é uma forma de explicar a revitalização do


desempenho das empresas no nível organizacional, mas sublinham que esta revitalização está

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condicionada a uma adequação dos objetivos organizacionais às aspirações pessoais dos
funcionários. Os autores ainda continuam, destacando quatro dimensões do IE: nova unidade

de negócio (new business venturing), capacidade de inovação (innovativeness), capacidade de

auto renovação (Self-renewal) e pro-atividade (proactiveness).

Empreendedorismo cultural:

A noção de empreendedorismo cultural (EC) estabelece uma relação entre dois conceitos
oriundos de distintos campos de ação e conhecimento: o de empreendedor, concebido na
economia e na administração, e o de cultura, tema central na antropologia e na sociologia.

O conceito EC foi abordado pela primeira vez na década de 1980 por Dimaggio (1982), em que
discute o papel do empreendedor na formação e sustentação de organizações culturais sem fins
lucrativos (orquestras, museus de arte e teatros, por exemplo). Este autor

analisou a diversidade de formas das organizações culturais e distinguiu três tipos:

 O primeiro tipo refere-se às organizações estruturadas empresarialmente com finalidade


de produzir lucro, que se sustentam por meio de receitas oriundas do público que
frequenta as produções e os espetáculos realizados.
 O segundo faz referência às organizações sem fins lucrativos, que se sustentam por meio
de doações privadas e subsídios estatais.
 O último engloba os pequenos grupos de artistas e produtores, que se organizam de
modo voluntário e temporário visando a realização de um espetáculo ou produção
cultural, e que se sustentam precariamente com o trabalho não-remunerado dos
participantes, pequenas doações e contribuições do público e do Estado.

Segundo Rae (2005) o que diferencia um artista de um empreendedor cultural é que o primeiro
está focado apenas na criação e produção cultural, enquanto o segundo expande as suas
atividades ao longo da cadeia produtiva da indústria criativa, preocupando-se com a

distribuição e a venda do produto ou serviço cultural. Swedberg (2006) fundamentou-se na


perspetiva schumpeteriana para definir o empreendedor cultural, como aquele que realiza uma
nova combinação dos recursos existentes que resulta em algo novo e apreciado na esfera
cultural. Ele ainda reconhece a existência de tensões entre a esfera económica, que busca lucros,
e a esfera da arte, que busca respostas existenciais. Portanto, o empreendedor cultural, bem

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como as empresas criativas, precisam desenvolver um conjunto especial de mecanismos e
procedimentos organizacionais para aproximar estes dois mundos.

Com base nas contribuições acima apresentadas, pode-se definir o empreendedor cultural como
a pessoa que tem a capacidade de identificar oportunidades de negócios nas áreas de cultura,
lazer e entretenimento, bem como desenvolvê-las de uma forma lucrativa e

sustentável.

Empreendedorismo social:

O crescimento do setor terciário e a emergência de novos problemas sociais que provocaram


situações de pobreza e exclusão social fez com que surgisse a necessidade de se desenvolverem
abordagens dinâmicas e potenciadoras de criação e de maximização do valor social (Melo-Neto
e Froes, 2002).

Contrariamente ao empreendedorismo empresarial cujo principal objetivo é a geração de lucro,


o empreendedorismo social (ES) diferencia-se essencialmente pela sua missão de criar e
maximizar o valor social através de atividades inovadoras (Dess, 1998; Catford, 1998;

Melo-Neto e Froes, 2002).

Dees (1998) afirma que o conceito de empreendedorismo pode ser aplicado tanto na área
comercial como na área social. Ele assume que o termo ES pode até ser considerado novo, mas
o fenómeno não. Para este autor, o ES sempre existiu, embora não tivesse a tal denominação.
Ele considera o empreendedor social como aquele que conhece os valores e as necessidades do
seu público-alvo e, para satisfazer estas necessidades, aplica recursos, tempo e conhecimento.
Assim, no ES a riqueza é considerada apenas um meio para atingir um fim, e a criação de
riqueza é apenas uma forma de medir a criação de valor (Dees, 1998). Ele ainda afirma ser
muito difícil determinar se o empreendedor social obtém resultados positivos que justifiquem
os recursos utilizados, porque a sobrevivência ou o crescimento de uma empresa social, pode
ser o indicador da sua eficiência, mas não a comprova. Assim, embora a avaliação do ES se
refira ao seu impacto e desempenho, torna-se complexa a sua medição.

Segundo Catford (1998) tal como o empreendedor empresarial, o ES é caracterizado por ter
uma visão particular das oportunidades e a mesma capacidade de convencer e incentivar os que
o rodeiam a implementar essas ideias. Porém, distinguem-se num ponto fulcral, enquanto o
empreendedor empresarial foca-se exclusivamente na vertente económica, o empreendedor

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social tem o objetivo de transformar uma ideia em realidade para uma causa social, isto é, criar
valor social,

Empreendedorismo e criação do emprego


A relação entre o empreendedorismo e o emprego tem recebido um particular interesse dos
decisores políticos em todo o mundo (OCDE, 2004). Com as recentes crises à escala mundial,
a maior parte dos governos não tem conseguido gerar emprego suficiente para os jovens, são
muitos os postos de trabalho que são suprimidos cada ano, o que torna a criação de emprego
um dos maiores desafios da atualidade e que leva consequentemente os académicos a
repensarem a questão do empreendedorismo como uma das possíveis saídas para não só
resolver este problema, como também para impulsionar o crescimento económico (OCDE,
2004).

A literatura fornece uma série de evidências em que pequenos negócios e novas empresas criam
um número substancial de novos postos de trabalho. Este tipo de estudo foi conduzido em
diferentes países: E.U.A (Birch, 1979 e 1987), Canadá (Baldwin e Picot, 1995),

Noruega (Klette e Mathiasen, 1996) e Holanda (Stel e Suddle, 2008), são apenas alguns

exemplos.

Birch (1979) foi o pioneiro de estudos desta natureza. O seu estudo no final dos anos 70 sobre
o volume de emprego criado pelas pequenas e médias empresas (PME) influenciou tanto os
académicos como os decisores políticos. No seu trabalho, Birch demonstrou que as PME são
responsáveis pela maior parte do emprego criado nos Estados Unidos. Este autor forneceu a
primeira evidência empírica de que as PME são o motor da criação de emprego, afirmando que
66% de novos empregos criados nos E.U.A. entre 1969 e 1976 foram criados por empresas com
20 ou menos trabalhadores.

Baldwin e Picot (1995) conduziram um estudo no Canadá entre os anos 1970 e 1990 e também
encontraram evidências de que pequenos produtores industriais apresentam um maior
crescimento líquido de emprego em relação as grandes empresas. Klette e Mathiasen (1996)
estudaram a formação de novas empresas bem como as saídas das empresas do mercado
norueguês e concluíram que a dinâmica das empresas tem um fraco impacto na geração de
emprego a curto termo, mas a longo termo torna-se muito importante para o crescimento do
emprego.

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O Empreededorismo e o Desenvolvimento econômico
O desenvolvimento econômico é um conceito que por sua abrangência aproxima a economia
das demais ciências sociais. Segundo Porter (1992) o empreendedorismo contribui
positivamente para o desenvolvimento econômico, pois introduz inovação tanto pela inovação
de produtos ou de processos de produção, ou seja, leva a competividade e ao aumento da
eficiência econômica.

Entretanto Smith (1776), diz que o desenvolvimento econômico é a riqueza de uma nação. Ele
é construído a partir do trabalho produtivo com aumento dos investimentos em capitais
produtivos, a especialização da mão-de-obra e a divisão do trabalho. Já de acordo com Vieira
(2009) o desenvolvimento econômico é o crescimento acompanhado pela melhora das
condições de vida da população.

O desenvolvimento econômico, sendo fundamentalmente um processo de incorporação e


propagação de novas técnicas, implica modificações de tipo estrutural, tanto no sistema de
produção como no de distribuição. A forma como se efetivam essas modificações depende, em
boa medida, do grau de flexibilidade no marco institucional dentro do qual opera a economia.
E a esse grau de flexibilidade não é alheia a maior ou menor aptidão das classes dirigentes para
superar as limitações naturais de seu horizonte ideológico. (FURTADO, 1964, p.63).

Todavia para desenvolver o progresso econômico é necessário, segundo Schumpeter (1985),


promover a destruição criativa, isso quer dizer que o desenvolvimento econômico é
caracterizado pela procura incessante da inovação. São os novos empreendimentos que
movimentam a economia contribuem na geração de novos empregos garantindo em parte a
promoção do desenvolvimento econômico.

Empreendedorismo por oportunidade e por necessidade


Todos os ano o GEM publica relatórios com estudos sobre a parcela de pessoas que se lançam
ao empreendedorismo e faz uma avalição dos motivos que as levam a abrir o próprio negócio.
O GEM ressalta que as pessoas são levadas a empreenderem por dois motivos: oportunidade
e/ou necessidade. Segundo relatório do GEM (2011), boa parte das pessoas que se envolve com
o empreendedorismo por necessidade é por não terem outra opção de trabalho e,

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consequentemente tem a necessidade de estarem economicamente ativas. Já as pessoas
motivadas pela oportunidade, são capazes de identificar um negócio dentre aqueles que lhe foi
apresentado (Reynolds, Bygrave, e Autio, 2002, p.20).

De acordo com o GEM (2011), os indivíduos podem ser motivados por necessidade ou por
oportunidade, mas nunca pelos dois motivos ao mesmo tempo. Entretanto Kirzner (1979)
considera empreendedores pessoas atenta às oportunidades mesmo que a motivação seja a
necessidade. Entretanto, Aldriche e Cliff (2003), concordam que o aspecto fundamental do
empreendedorismo é a identificação de oportunidades.

Os empreendedores por oportunidade são aqueles indivíduos que identificam no mercado a


necessidade de algo novo ou restruturação de algo já existente. Segundo o SEBRAE (2015), o
indivíduo que tem a sensibilidade de criar coisas novas é capaz de perceber e assimilar as
mudanças no ambiente no qual esta inserido, mesmo tendo opções de emprego eles iniciam o
negócio.

São os valores, as motivações humanas e a necessidade de autorrealização que movem


indivíduos na busca de atividades empreendedoras. Entre os principais motivos que
impulsionam o indivíduo a agir, situa-se a necessidade de conquistas e realizações. Ou seja,
“um desejo de realizar as coisas da melhor maneira, não exatamente pelo reconhecimento social
ou prestígio, mas, sim, pelo sentimento íntimo de necessidade de realização pessoal”
(McClelland, 1972, p. 110).

O empreendedorismo é o negócio que surge da necessidade das pessoas que querem se manter
economicamente ativas na sociedade a qual estão inseridas. Este grupo de empreendedores é
formado basicamente por aqueles indivíduos que perderam o emprego e precisam encontrar
uma forma de sobreviver, ou seja, prover o próprio sustento e o da família.

Ensino do Empreendedorismo nos Sistemas de Ensino Angolano


A escola desempenha um papel muito importante na educação para o empreendedorismo, pois
ser empreendedor exige uma orientação para que haja sucesso no exercício da mesma tarefa.

Atendendo a importância do Empreendedorismo enquanto motor do desenvolvimento da


economia de um país as instituições de ensino têm procurado nos últimos anos dar resposta à
procura de formação e conhecimento nesta área uma vez que o empreendedorismo desempenha
um papel crucial no desenvolvimento da economia de um país.

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Segundo Schumpeter (1992, citado por Ferreira, 2013), entendendo-se que o
empreendedorismo pode ser ensinado, então a educação para o empreendedorismo pode dotar
os estudantes de competências necessárias no mercado de trabalho, pode afirmar-se que a
educação importante na formação de indivíduos empreendedores promovendo oportunidades
equivalentes no acesso ao mercado de trabalho, desenvolvendo a criatividade, inovação e
tolerância ao risco, bem como a capacidade de planear e gerir projectos para atingir objetivos
potenciando o crescimento económico e o desenvolvimento através do fornecimento de mão-
de-obra qualificada estas competências são importantes no contexto atual das empresas.

Segundo Carvalho e Costa, (2015) nos cursos do ensino superior de licenciatura para uma maior
familiaridade, o empreendedorismo deve ser suportado numa abordagem de aprender-fazendo,
em particular nas aulas práticas, enquanto que, nas aulas teóricas pode adotar uma abordagem
mais expositiva combinada com aulas abertas e participação em seminários promovendo
conversas entre os estudantes e empreendedores, cujo objectivo consiste na promoção da
partilha de experiências que possam ser fonte de aprendizagem e facilitando o contacto com o
mundo real.

“A importância da educação e da formação neste domínio tem sido sublinhada em diversas


ocasiões, hoje, reconhece-se que o espírito empresarial é uma competência de base que deve
ser adquirida através de uma aprendizagem ao longo da vida. A Europa tem de fomentar o
ímpeto empresarial de forma mais eficaz, precisa de mais e novas empresas dispostas a
embarcar em projetos empresariais criativos e inovadores, encorajando o espírito empresarial,
incentivando a actitude correta, chamando a atenção para as oportunidades de carreira
profissional como empresário ou trabalhador por conta própria e providenciando a aquisição
das competências empresariais relevantes” (Liikanen, 2004, p.3-4 citado por Ferreira, 2013),

Para Golçaveis ( 2013), os iletrados futuros não serão aqueles que sejam incapazes de ler ou
escrever, mas sim os incapazes de apreender, e reaprender. Um empreendedor com educação
empresarial e prática tem a capacidade de criar lucros na empresa, a educação em
empreendedorismo proporciona melhorias a visibilidade aos negócios empresariais através do
aumento do conhecimento, a construção de confiança e promoção do auto eficácia.

A disciplina de empreendedorismo foi implementado a partir de 2010, pelo Ministério da


Educação, Ciência e Tecnologia, em conformidade com os poderes delegados pelo Presidente
da República, nos termos do artigo 137.º da Constituição da República de Angola, e de acordo

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com o artigo 46.º do Decreto Legislativo Presidencial n.º 1/10, de 5 de março que por sua vez
vai influenciando para que grande parte dos empreendedores tenham um real contacto e
aprofundamento sobre o assunto, a educação empreendedora está numa fase de crescimento .

O impacto do empreendedorismo no desenvolvimento econômico social de Angola.


O empreendedorismo tem um grande impacto no desenvolvimento econômico social de Angola
uma vez que é responsável por produzir riquezas do país, porém, as actitudes empreendedoras
influenciam o bem-estar social apresentando solução para muitos problemas sócias, Nonato,
(2013).

O desenvolvimento socioeconômico de Angola não passa somente pela estabilidade política, o


certo é que, o desenvolvimento passa também por um processo empreendedor, isto é, o país
deve facilitar o aparecimento de um tecido empresarial dinâmico e com elevado crescimento.
O empreendedorismo, constitui um dos melhores instrumentos para a promoção do
desenvolvimento socioeconómico dos países em desenvolvimento como Angola (Mendes,
2012).

O empreendedorismo é responsável pelas mudanças tecnológicas, promovendo assim uma nova


dinâmica nos mercados, causando desenvolvimento social e económico, é crucial a identificar
factores que promovam a iniciativa privada no contexto Angolano, o desenvolvimento do país
passa necessariamente pelo empreendedorismo, na criação de um capital humano com
vantagens competitivas, pode afirmar-se que o empreendedorismo constitui um factor crítico
para o desenvolvimento contínuo de Angola, uma vez que os empreendedores fomentam a
inovação e a competitividade, operando como catalisadores das mudanças estruturais na
economia na melhoraria da sua produtividade. Assim, é crucial estimular a actividade
empreendedora da população angolana, de modo a permitir o crescimento de negócios novos e
inovadores, contribuindo assim para reduzir a dependência do país relativamente ao petróleo e
mantendo as mais elevadas taxas de crescimento a nível mundial (Mendes, 2012)

O empreendedorismo no Município do Huambo


A atividade empreendedora no Município, toma cada vez mais impacto, com a criação de
projetos empreendedores e ações que visam a formação de empreendedores natos que
desenvolvem projetos em várias áreas da economia local e nacional.

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De acordo com o GEM (2016), para o desenvolvimento da actividade empreendedora o
executivo local assume um papel fundamental, uma vez que os empreendedores fomentam a
inovação e a competitividade, funcionando como catalisadores das alterações estruturais
essenciais à economia e incentivando as empresas a melhorarem a sua produtividade.

O Centro Local do Empreendedor e Serviço de Emprego (CLESE) no Huambo numa palestra


promovida pelo Instituto Superior Politécnico Lusíadas do Huambo destacou a importância do
empreendedorismo para o crescimento económico dos países através da criação de pequenas e
média empresas, incentivado os estudantes a cultivar o espirito empreendedor uma vez que
constitui pilar fundamental para o crescimento de qualquer sociedade contribuído no para
inserção de novos jovens no mercado de emprego (Samuel , 2013)

Ainda para o mesmo autor é necessário que os jovens estudantes saibam que esta atividade tem
importância para o crescimento económico de qualquer sociedade tendo em conta a sua
intervenção na solução de vários problemas sócias.

O Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP), no Huambo exortou os


jovens a apostar no empreendedorismo e desenvolverem competências através de consolidação
de práticas profissionais para um exercício laboral mais sério, afirmando que o governo vai
sempre promover a construção de centros técnicos e profissionais, visando a consolidação da
estratégia de formação de formação de quadros, com objetivo de continuar a formação técnica
dos jovens, para que possam cultivar o espirito empreendedor de forma sólida no Município do
Huambo, Agência Angola Press [ANGOP] (2016) .

As mulheres empresárias da província do Huambo, foram aconselhadas, a identificar


oportunidades de negócio para a garantir a sua sustentabilidade. O desafio foi lançado pela
coordenadora do BÚE no Huambo Maria da Conceição Katuvala durante uma palestra sobre o
tema “Empreendedorismo feminino/Diversificação da economia, dizia ela que a arte de
empreender é um dom que pode ser de nascença ou adquirido, envolvendo factores culturais,
sócias, demográficos psicológicos, mas que basta a atitude e a vontade de querer, para ser
concretizado, incentivando as empreendedoras a constituírem suas pequenas empresas
(ANGOP, 2017).

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Conclusão
O empreendedorismo é considerado uma força motriz do crescimento económico,

ao introduzir no mercado inovações que tornam obsoletos os produtos e as tecnologias já

existentes. Porém, apesar de criar emprego e gerar riqueza, os estudos apresentam

resultados não consensuais.

Diante do atual cenário político-econômico onde o desemprego chega a dados alarmantes, o


empreendedorismo atua diretamente na geração de empregos, expande a economia
proporcionando a realização de uma atividade que sustente seu crescimento profissional,
pessoal e financeiro.

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