Unidade 1 - Neurociencia Do Comportamento
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EMBRIOLOGIA
Introdução
O desenvolvimento do sistema nervoso inicia a partir da placa neural
logo no início do desenvolvimento do embrião no período gestacional,
sendo um dos primeiros sistemas a ser originado. A placa neural dará
origem ao tubo neural, que sofrerá modificações e originará as diferentes
regiões do sistema nervoso central (SNC): encéfalo (cérebro, cerebelo e
tronco encefálico) e medula espinal. A crista neural, que é basicamente
resultante de células do tubo neural, dará origem ao sistema nervoso
periférico (SNP): gânglios e nervos. Para que sejam formadas as principais
células do sistema nervoso adulto (neurônios e células da glia), há células
primitivas como neuroblastos, glioblastos e células mesenquimais.
Neste capítulo, você vai aprender a explicar sequência de eventos
envolvidos no desenvolvimento do encéfalo e da medula espinal, iden-
tificar a origem das regiões do sistema nervoso e também relacionar as
células do sistema nervoso com sua origem.
2 Desenvolvimento do sistema nervoso
Desenvolvimento do encéfalo e
da medula espinal
O desenvolvimento do encéfalo tem início a partir da placa neural, mais
especificamente na região cefálica ao quarto par de somitos. A placa neural
é uma parte especializada do ectoderma embrionário (região mais externa
do embrião). A placa neural forma uma estrutura tubuliforme que recebe o
nome de tubo neural. As paredes do tubo neural formam as estruturas neurais
do sistema nervoso e a cavidade do tubo neural forma o sistema ventricular.
A região cefálica do tubo neural se subdivide nas vesículas encefálicas primá-
rias, que consistem em três tumefações ocas em que há enorme proliferação
de neurônios em desenvolvimento. Tais vesículas são chamadas: prosencéfalo
(encéfalo anterior), mesencéfalo (encéfalo médio) e rombencéfalo (encéfalo
posterior).
A extremidade caudal/inferior do tubo neural em relação ao quarto ven-
trículo permanece praticamente sem se diferenciar e forma a medula espinal.
As paredes do tubo neural ficam mais grossas e o tamanho do canal neural
diminui. Em torno de 9 a 10 semanas, tem-se um canal central diminuto da
medula espinal. A medula espinal, no embrião, é observada estendida por
todo o comprimento do canal vertebral, mas à medida que o indivíduo cresce
a extremidade caudal dessa medula situa-se em vértebras cada vez mais
superiores (MOORE; PERSAUD, 2004; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013;
MARTIN, 2013; ZIERI, 2014; GARCIA; GARCÍA FERNÁNDEZ, 2012).
Por volta da quinta semana embrionária, as vesículas primárias dão
origem às vesículas encefálicas secundárias, nas quais o prosencéfalo se
divide e origina o telencéfalo (ou hemisfério cerebral) e o diencéfalo (ou
tálamo e hipotálamo); o mesencéfalo é mantido, ou seja, não sofre divisão
durante o desenvolvimento embrionário; e o rombencéfalo dá origem ao
metencéfalo (ou ponte e cerebelo) e ao mielencéfalo (ou bulbo). As cinco
vesículas encefálicas e a medula espinal primitiva dão origem a sete estru-
turas no adulto: cérebro, diencéfalo, mesencéfalo, ponte, bulbo, cerebelo e
medula espinal. O mesencéfalo, a ponte e o bulbo fazem parte do tronco
encefálico (MARTIN, 2013; ZIERI, 2014). As estruturas citadas podem ser
observadas na Figura 1.
Desenvolvimento do sistema nervoso 3
A micróglia (células menores que as células da macroglia), por sua vez, tem
origem a partir de células mesenquimais que alcançam o SNC trazidas com
vasos sanguíneos, no final do período fetal. A micróglia tem origem na medula
e compõe o sistema mononuclear fagocitário (JUNQUEIRA; CARNEIRO,
2013; GARCIA; GARCÍA FERNÁNDEZ, 2012). Um esquema das células
citadas pode ser observado na Figura 5.
GARCIA, S. M. L.; GARCÍA FERNÁNDEZ, C. Embriologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2013.
MARTIN, J. H. Neuroanatomia: texto e atlas. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia.
10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
ZIERI, R. Anatomia humana. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.