Capítulo Do Livro - Plantas Medicinais e Educação em Saúde
Capítulo Do Livro - Plantas Medicinais e Educação em Saúde
Capítulo Do Livro - Plantas Medicinais e Educação em Saúde
RESUMO
O uso de plantas medicinais existe há muitos anos, desde o surgimento do homem até a sua
evolução. Este uso se dava pela necessidade de curar as doenças, onde eram feitos chás para o
tratamento por via oral; e essa prática tem sido transmitida através das diversas gerações. Os
curandeiros tiveram grande reconhecimento para a época devido as porções que eram
inventadas por eles junto com os ingredientes dos remédios; eram todas bem guardadas como
se fossem fórmulas secretas. Desde tempos imemoriais, na busca por alívio e cura de doenças
que acometem o homem, as plantas medicinais consistem na principal forma de utilização dos
produtos naturais. A população quando utiliza plantas medicinais com fins terapêuticos
desconhece, muitas vezes, a possível existência de efeitos tóxicos e casos de contraindicação,
pois acreditam que a “planta por ser natural não faz mal”, levando ao uso indiscriminado. O
uso irracional de plantas medicinais e suas preparações contribuem significativamente para
maiores riscos de reações adversas e toxicidade, constituindo assim um grande problema de
saúde pública. Dessa forma, o uso de remédios caseiros como chás, xaropes e lambedores são
na maioria das vezes administrados de maneira indiscriminada. Uma atividade de extensão,
utilizando uma cartilha educativa, como instrumento de Educação em Saúde, pode colaborar
para um uso mais adequado e racional de plantas medicinais e redução de intoxicações ou
agravos de saúde em doenças pré-existentes. Nota-se que a maior parte dos usuários que
conhecem um pouco sobre a temática possuem mais de 50 anos de idade e que o conhecimento
ainda é muito restrito e superficial. Conclui-se que ainda se faz necessário uma maior
divulgação para a população sobre o uso correto de plantas medicinais e fitoterápicos como
uma possibilidade de tratamento para enfermidades desde que usados racionalmente.
______________________________________
*Discente do Curso de Enfermagem do Instituto de Ciências da Saúde (ICS/UNILAB)
**Biólogo. Especialista em Farmacologia pela Faculdade Antheneu.
***Enfermeiro. Administrador. Especialista em Saúde da Família e Comunidade (UECE)
****Farmacêutica. Especialista em Saúde Pública e da Família. Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente.
Docente da UNICATÓLICA
*****Farmacêutico. Especialista em Farmácia Clínica. Mestre e Doutor em Farmacologia. Docente dos Cursos de
Farmácia, Enfermagem e Saúde da Família (ICS/UNILAB)
ABSTRACT
The usage of medicinal plants exists for a long time from the emergence of the mankind to its
evolution. This use was due to the necessity to cure diseases, where teas were made for oral
treatment. And this practice has been passed through diverse generations. The healers had a
great importance for the time due to the medicinal plants portions, invented by them, along with
the remedy ingredients; they were all kept like secret formulas. Since immemorial times, in the
search for relief and healing of illnesses that attack the man, medicinal plants consist in the
main way of using of natural products. The population, when using medicinal plants with
therapeutic intent, unknows, sometimes, the possible existence of toxic effects and
contraindication, due to their belief that "plants, for being natural, won't harm", leading to its
indiscriminate usage. The irrational use and preparation of medicinal plants contribute
significantly to the raise of adverse reactions and toxicity risks, creating, therefore, a major
public health problem. So the use of homemade medicines, like teas and syrups are, mostly,
managed indiscriminately; an extension activity making usage of educative booklets, like health
education instruments, might contribute for a more appropriate and rational use of medicinal
plants and for the decrease of intoxications or aggravating factors in already existing diseases.
Most users that know a little about the theme are already over 50 years old and their knowledge
about it is still very superficial and restrict. It is concluded, therefore, that a larger divulgation,
to the population, about the correct usage of herbal medicine as a treatment possibility is still
needed.
1 INTRODUÇÃO
I - A princípio, foi realizada a elaboração de cartilha educativa sobre o uso mais adequado e
racional de plantas medicinais e redução de intoxicações ou agravos de saúde em doenças pré-
existentes. A cartilha versou em seu conteúdo sobre uso mais adequado e racional de plantas
medicinais e redução de intoxicações ou agravos de saúde em doenças pré-existentes. Essa
cartilha foi utilizada como instrumento de Educação em Saúde nas palestras a fim de avaliar a
didática do material para posteriormente ser validada por professores especialistas.
II - Foram realizadas campanhas educativas por meio de palestras com alunos da Universidade
da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB utilizando-se de mídias
visuais (data show) para transmitir o conteúdo da cartilha e para realizar uma troca de saberes
sobre plantas medicinais e o uso de fitoterápicos, além de mensurar o nível de conhecimento
dos acadêmicos, uma vez que essas informações, na maioria das vezes, são inerentes da
população mais idosa, adquiridas por seus ancestrais. Essa mensuração aconteceu por meio de
perguntas sobre o nível de conhecimento de cada um, onde cada resposta era anotada em diário
de campo.
III - Já com a comunidade externa, foi trabalhado sobre o uso correto de Plantas Medicinais e
os principais problemas de saúde relacionados ao uso indiscriminado e sem orientação
profissional. Foi preenchida a ficha que continha a idade, o sexo e o nível de conhecimento de
cada participante como sendo, pouco, muito ou nenhum.
3 RELATO DE EXPERIÊNCIA
Como forma de promover educação em saúde coletiva, foi realizado uma ação
educativa com a comunidade, em um “Dia D” de promoção à saúde, na cidade de Redenção-
CE. O local escolhido, foi uma praça pública (Praça do Obelisco), com o propósito de que
tivesse uma maior visibilidade pela população local, facilitando assim, a disseminação do
conhecimento. Para este dia foram exibidas algumas plantas de relevância na região como:
moringa, canela, boldo, babosa e folha de graviola. Foram distribuídos alguns folhetos
explicativos, elaborados a partir da cartilha, como forma de focar nos pontos principais para
que a leitura não se tornasse cansativa.
Figura 1- Cartilha educativa sobre o uso racional de plantas medicinais
Figura 2- Folheto explicativo, distribuído na ação, elaborado a partir da cartilha.
3.3 Resultados obtidos na ação educativa com o uso da cartilha
Ao todo, foram abordadas 112 pessoas que transitavam no local. Observou-se que,
dos que fazem uso de plantas medicinais, a maioria considera utilizar o chá como medicamento,
enquanto que, uma pequena parcela, alega fazer a utilização do mesmo como alimento. Entre
os que foram abordados, os participantes que demonstraram um maior interesse em fazer o uso
de plantas medicinais, seja para alimento, ou para alívio de dores, 95% foram de mulheres e os
outros 5% de homens.
É importante ressaltar que a população que mais fazia uso de plantas medicinais,
concentrou-se na faixa etária acima de 50 anos. A maior concentração nesta faixa etária pode
ser justificada, pois em geral constituem-se de pessoas que possuem principalmente os
conhecimentos populares herdados dos antepassados. De acordo com as abordagens, percebeu-
se também que os indivíduos mais jovens se interessam menos pelo tratamento com plantas
medicinais.
REFERÊNCIAS
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ELDIN, S.; DUNFORD, A. Fitoterapia na atenção primária à saúde. São Paulo: Manole, 2001.
FIRMO W.C.A., et al. Contexto histórico, uso popular e concepção científica sobre plantas
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