Cartilha Segurança Sem Preconceito PDF
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SEGURANÇA
SEM PRECONCEITO
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Anexo Cartilha Segurança Sem Preconceito (21329853) SEI 08211.006201/2021-80 / pg. 4
MODULO 3 - O QUE É A LGBTQIA+ E A LGBTFOBIA?.........................23
Quem faz parte da LGBTQIA+?
Em que consiste a LGBTfobia?
O que a homofobia tem a ver com a LGBTfobia?
A LGBTfobia constitui crime?
LGBTfobia é liberdade de expressão?
A LGBTfobia só se configura em violência física?
Como a discriminação contra os LGBT é vista no contexto
político?
Afinal, como a LGBTfobia pode ser combatida?
Dados extras
O que é o feminicídio?
REFERÊNCIAS..............................................................40
ENTIDADES PROMOTORAS............................................41
FICHA TÉCNICA.............................................................42
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Anexo Cartilha Segurança Sem Preconceito (21329853) SEI 08211.006201/2021-80 / pg. 6
de boa qualidade ao seu contratante, já que uma das suas prin-
cipais características, por ser complementar à Segurança Públi-
ca, é ter um olhar analítico e avaliativo da situação da contratada
para atuar.
Esperamos que o conteúdo desta publicação possa ser fonte per-
manente de consulta e inspiração, sempre com vistas à proteção
dos direitos fundamentais da pessoa humana, disseminando a cul-
tura da diversidade e não da desigualdade no nosso setor. E isso
requer que haja sempre mais informação e empatia2 para com-
preender a realidade do outro.
Esta cartilha é um pequeno passo para mudanças que todos nós
precisamos fazer por meio de uma nova percepção, ações e rea-
ções em relação aos demais. Mais do que palavras e conceitos,
objetiva contribuir para ações concretas, individuais ou coletivas.
É importante que em uma abordagem todos saibam quais são
os direitos dos cidadãos. Necessitamos nos portar como agen-
tes políticos e multiplicadores (as) das boas práticas, levando em
consideração sempre o “respeito universal aos direitos humanos
e liberdades fundamentais e a observância desses direitos e liber-
dades”. (Declaração Universal dos Direitos Humanos).
Boa leitura!
1
RES.PEI.TO 1. ato ou efeito de respeitar(-se). 2. consideração, deferência, reverência.
2
EM.PA.TI.A 1. faculdade de compreender emocionalmente faculdade de compreen-
der emocionalmente um objeto (um quadro, p.ex.). 2. capacidade de projetar a per-
sonalidade de alguém num objeto, de forma que este pareça como que impregnado
dela. 3. capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de
querer o que ela quer, de apreender do modo como ela apreende etc.
O QUE SÃO
OS DIREITOS
HUMANOS
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Anexo Cartilha Segurança Sem Preconceito (21329853) SEI 08211.006201/2021-80 / pg. 8
A IMPORTÂNCIA DA ONU PARA A
GARANTIA DOS DIREITOS HUMANOS
A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma entidade intergovernamental
criada, em 1945, logo após o final da Segunda Guerra Mundial, por mais de 50
nações, entre elas o Brasil, com o objetivo de evitar novas guerras mundiais.
Visando manter a paz entre as nações e a cooperação entre as pessoas para
uma prosperidade maior por parte da humanidade, a ONU criou, em 1948,
a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), a qual estabeleceu
princípios e valores universais a serem seguidos, e foi o primeiro instrumento
de Direito Internacional a reconhecer os direitos humanos e as liberdades
individuais.
Com base nos direitos humanos presentes nessa Declaração, todos os seres
humanos devem ser protegidos e amparados, independentemente de sexo,
gênero, religião, cor, nacionalidade ou classe social.
Sendo assim, é possível perceber que a lei brasileira tem como objetivo garantir
direitos fundamentais e humanos para todas as pessoas de toda natureza, sem
depender de gênero, de cor, de orientação sexual, de convicção política ou reli-
giosa.
Faz-se, portanto, necessário que todos nós, como brasileiros, estudemos quais
são esses direitos fundamentais e os respeitemos, para que possa existir uma
convivência social mais harmoniosa e agradável para todos, sem que seja recor-
rente a prática de discriminação.
De acordo com o portal on-line da Unicef (Fundo das Nações Unidas para
a Infância), os direitos humanos, de forma integral, possuem uma série de
valores fundamentais para que eles existam. O primeiro desses valores é
a universalidade, que aparece em conjunto com a inalienabilidade. Ou seja,
além de os direitos humanos serem inerentes a toda e qualquer pessoa, não
há como desistir desses direitos ou tirá-los de alguma outra pessoa.
Temos ainda como valor dos direitos humanos a indivisibilidade, que significa
que todos os direitos humanos possuem a mesma importância, sem grau de
hierarquia entre eles. Há, também, as características de interdependência
e inter-relação, ou seja, para que um direito humano seja garantido, comu-
mente é necessário que outros direitos dessa natureza sejam respeitados
conjuntamente. Igualdade e não discriminação constituem outros valores
inerentes aos direitos humanos, os quais significam que todos os indivíduos
são iguais perante o Direito e todos devem ter direito à dignidade humana
de forma igualitária, sem discriminação por sexo, raça, cor, etnia, opinião
política, religião e outros.
RACISMO,
VOCÊ SABE
O QUE É?
EXISTE DIFERENÇA ENTRE RAÇA E COR?
Para nós, humanos, esse conceito já fica inaplicável e o ideal é usarmos a ter-
minologia da COR, já que não há diferenças genéticas entre os seres humanos.
Isso quer dizer que no Brasil, por exemplo, o processo de escravização foi
justificado pelo não reconhecimento do status de humanidade dos africanos
traficados e dos povos originários que aqui já habitavam.
A COR diz sobre o tom da pele, que poderia, numa estrutura racista, dife-
renciar os seres humanos e posicioná-los socialmente. A construção da di-
ferença, nesse aspecto, liga-se ao tratamento diferenciado que permite que
discriminações aconteçam. No nosso país, quanto mais escura a tonalidade
da pele, maior a propensão de sofrer violência racial.
• A coisa está preta. Essa frase reflete uma situação desconfortável, de-
sagradável e/ou ruim. Fazer referência à cor enquanto algo pejorativo e
negativo é racista.
Ações afirmativas
O QUE É
A LGBTQIA+
E A LGBTFOBIA?
No Brasil, cerca de 20 milhões de pessoas afirmam fazer parte da comuni-
dade LGBTQIA+, que reúne lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres
transexuais, homens trans e intersexuais. O número equivale a cerca de
10% da população brasileira.
As diferenças nesse sentido não devem gerar preconceitos, uma vez que a
questão da sexualidade é de liberdade individual e não tem como objetivo
discórdia ou desacordo para ninguém.
Como os termos expostos são muito específicos, é preferível que se use o ter-
mo “LGBTfobia” ao se referir de forma mais ampla aos preconceitos sofridos
por pessoas não heterossexuais e não cisgêneras. Sendo assim, esta cartilha
fará amplo uso desse termo, uma vez que o objetivo do texto em questão é
conquistar maior aceitação e maior respeito aos grupos minoritários.
Para que ela seja plena, é necessário que a liberdade de expressão verbal,
política ou social de um indivíduo não limite, de forma alguma, a liberdade de
expressão de outro indivíduo.
Pode-se observar que, assim como se dá com relação aos crimes de honra,
injúria, calúnia e difamação, as práticas discriminatórias não estão presentes
no campo da liberdade de expressão.
Ao longo da leitura, você já deve ter percebido que a LGBTfobia vai bem além
da violência física. Inclusive, é necessário ressaltar que a maior parte das de-
núncias realizadas pelos LGBT diz respeito à violência psicológica, que nor-
malmente aparece por meio de ameaças, humilhação e bullying. Para se ter
ideia, pesquisas indicam que 73% dos estudantes LGBT do País já relataram
sofrer violência verbal por serem LGBT, e 36% dos estudantes relataram ter
sofrido violência física pela mesma razão. Há pesquisas que indicam, inclusi-
ve, que 58,9% dos estudantes LGBT são levados a faltar recorrentemente às
aulas para evitar sofrer esse tipo de humilhação.
O texto supõe que uma pessoa LGBT seria uma pessoa doen-
te, com uma condição clínica, simplesmente por sua orienta-
ção sexual ou por sua identidade de gênero.
Nos últimos anos, tem havido muitos avanços quanto à aceitação da diver-
sidade entre indivíduos no que tange à orientação sexual e à identidade de
gênero. Em 2013, por exemplo, foi aprovada uma resolução que obriga os
cartórios nacionais a realizarem casamentos homoafetivos.
Além disso, o STF decidiu, em 2019, que as pessoas trans têm o direito de
alterarem os seus documentos em cartório para adequá-los a suas identi-
dades pessoais. Atualmente, há, ainda, projetos de lei que têm como objetivo
criminalizar a LGBTfobia, e, adicionalmente, criar estatutos e órgãos públi-
cos que protejam os direitos das pessoas LGBT, como é o caso do Projeto de
Lei do Senado nº 134, de 2018.
A DISCRIMINAÇÃO
CONTRA A
MULHER
Essa situação contribui para que os homens tenham maior facilidade em al-
cançar cargos de liderança e chefia em empresas, pela possibilidade de focar
com mais afinco no trabalho. De acordo com o IBGE, as mulheres investem,
em média, 10 horas a mais semanais do que os homens na realização de
afazeres domésticos.
Isso ocorre por conta da criação dos estereótipos de gênero pela socie-
dade patriarcal, em que os homens devem possuir aspectos de virilida-
de, confiança, força, agressividade, e as mulheres devem ser frágeis,
vulneráveis, delicadas, inseguras. Nesse contexto, é comum homens
que tenham em sua personalidade aspectos que o patriarcado veja
como características femininas ser atacados verbal, psicológica, ou, até
mesmo, fisicamente.
Por conta dessa pressão social para que os homens se adaptem ao seu
estereótipo do patriarcado, é comum que cuidem menos de sua saúde
do que as mulheres, e, até mesmo, realizem serviços de grande risco.
Em 2020 “o país teve 3.913 homicídios de mulheres, dos quais 1.350 foram
registrados como feminicídios, média de 34,5% do total de assassinatos,
ou seja, morreram por ser mulheres. Os feminicídios, por sua vez, apre-
sentaram variação de 0,7% na taxa, que se manteve estável em 1,2 morte
por grupo de 100 mil pessoas”. (Anuário Brasileiro da Segurança Pública
2021, p. 94)
Tipos de violência:
Apesar disso, muito ainda há de ser feito para que haja a correção da dis-
criminação de gênero aqui relatada. Para se ter ideia, muitos dos direi-
tos que foram citados ainda são totalmente desrespeitados, como o da
igualdade salarial entre os gêneros. Estudos mostram que as mulheres
recebem até 30% menos que os homens para a mesma função laboral.
Além das questões jurídicas que devem mudar, uma grande correção a
ser feita é a da cultura patriarcal. No entanto, para que essa seja corrigida
é necessário a conscientização sobre as consequências do machismo, a
busca pelo diálogo com os pares para trazer a eles uma perspectiva mais
aberta à igualdade dos gêneros.
MÓDULO 1:
http://www.dedihc.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=60#:~:text=Todos%20
são%20iguais%20perante%20a%20lei%20e%20têm%20direito%2C%20sem,qualquer%20incita-
mento%20a%20tal%20discriminação.
https://www.politize.com.br/equidade/blogpost/o-que-sao-direitos-humanos/
https://www.unicef.org/brazil/o-que-sao-direitos-humanos
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/o-que-e-sociologia/o-que-e-preconceito.htm
MÓDULO 2:
ALMEIDA, S. Racismo Estrutural. São Paulo: Pólen Livros, 2019.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Centro Gráfico, 1988.
GONZALEZ, L. O racismo e sexismo na cultura brasileira. In: Revista Ciências Sociais Hoje, Anpo-
cs, 1984, p. 223-244.
MUNANGA, K. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. Pa-
lestra proferida do 3º Seminário Nacional Relações Raciais e Educação. Novembro, 2003.
RIBEIRO, D. Pequeno Manual Antirracista. São Paulo: Companhia da Letras, 2019.
www.faac.unesp.br/extensao/convdiversidade - Bauru, 2007
MÓDULO 3:
Cartilha “O Ministério Público e os Direitos de LGBT – conceitos e legislação”. Procuradoria Fe-
deral dos Direitos do Cidadão, Ministério Público do Estado do Ceará – Brasília: MPF. Julho/2017.
Cartilha Diversidade Sexual e a Cidadania LGBTI+. Secretaria da Justiça e Cidadania (SJC), Coor-
denação de Políticas para a Diversidade Sexual (CPDS) do Estado de São Paulo. 4ª Edição. 2020;
Cartilha “Sofreu LGBTIfobia? Procure a Defensoria Pública”. Da Comissão de Diversidade Sexual
e de Identidade de Gênero da ANADEP. Junho/2021
https://www.politize.com.br/lgbtfobia-brasil-fatos-numeros-polemicas/
https://www.significados.com.br/homofobia/
Texto: LGBTfobia na ponta da língua: 15 frases preconceituosas contra LGBTQIA+. Em 22 de
junho de 2020. Carmo, Jacqueline.
MÓDULO 4:
https://www.significados.com.br/machismo/
https://www.politize.com.br/o-que-e-machismo/
https://www.saopaulo.sp.leg.br/mulheres/entenda-o-que-e-feminicidio-e-a-lei-que-tipifica-
-esse-crime/
http://flacso.org.br/?project=mapa-da-violencia
https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2021/07/anuario-2021-completo-v6-bx.pdf
• Vice-Presidentes: Alberto Mario Alves Fonseca, Alessandro Abrahão Netto de Jesus, Alex
Bortoletti, Alípio José Castelo Branco, Autair Iuga, Avelino Lombardi, Dilmo Wanderley Ber-
ger, Edimar Barbosa, Edmilson Pereira, Edson Pinto Neto, Flavio Sandrini Baptista, Ivan Her-
mano Filho, Jacymar Daffini Dalcamini, João Eliezer Palhuca, Lauro Santana, Luis Gustavo
Silva Barra, Marco Antonio Lopes, Odair de Jesus Conceição, Paulo Roberto da Cruz Azevedo,
Percival Aracema, Renato Fortuna Campos, Ricardo Tadeu Corrêa, Ruben Schechter, Silvio
Renato Pires, Urubatan Estevam Romero, Washington Umberto Cinel
• Vice-Presidentes Adjuntos: Aldair Neves Pinto Júnior, Amauri de Oliveira Soares, Amilto José
do Pilar, Andrea Carla, Ari Favero Dal Bem, Carlos Eduardo Lobato Frota, Carlos Gualter
Gonçalves de Lucena, Fabiano Barreira da Ponte, Fernando Henrique Ribas, Gilberto Perera,
Jerfferson Simões, José Elcino Rodrigues Bueno, José Evaldo Vieira, José Pacheco Ferreira,
Joseph Ribamar Madeira, Leslie Castelo de Vasconcelos, Luis Fernando Azevedo da Silva,
Orlando Braga de Almeida, Paulo César Braga Icó da Silva, Sandro Maurício Smaniotto
• Vice-Presidentes Regionais: Agostinho Rocha Gomes, Alfredo Vieira Ibiapina Neto, Ângelo
Roberto Jacomini, Carlos Eduardo Lobato Frota, Flavio Sandrini Baptista, Frederico Crim Câ-
mara, Leonardo Ottoni Vieira
• Conselho Fiscal: Denilson Colodetti Pinheiro, Halano Soares Cunha, Sandro Ataíde Moura,
Marcus Vinícius Castro do Nascimento, João José Andrade de Almeida
• Delegados Representantes: Jacymar Daffini Dalcamini, Jeferson Furlan Nazário, Odair Con-
ceição, Waldemar Pellegrino Junior
• Conselheiros Sesc/Senac: Lélio Vieira Carneiro, Leonardo Ottoni Vieira, Sidney Tinoco, Uru-
batan Estevam Romero
• Conselho de Ex-Presidentes: Eunício Lopes de Oliveira, Lélio Vieira Carneiro, Cláudio Neves,
Jerfferson Simões, Odair Conceição
• Diretores: Ademir Prado de Lima, Ana Paula Galdino Agnes, Carlos Mauritônio Nunes Araújo,
Cincinato José de Moraes Junior, Flávio Baptista de Oliveira, Gilson Naves de Souza, Hum-
• Diretores Suplentes: João José Andrade de Almeida, Marco Aurélio Pinheiro Tarquínio Ro-
sângela Vieira de Silva.
• Conselho Fiscal: Deuci Fatima Soares, Fábio Luís Clemente Garcia da Silva, Luís Felipe Sertori
Lopes, Marcos Roberto Gomes do Nascimento, Valdeny de Aguiar dos Santos.
FICHA TÉCNICA:
Organização:
• Ana Paula Queiroga
• Associação Brasileira de Cursos de Formação e Aperfeiçoamento de Vigilantes (ABCFAV)
• Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (FENAVIST)
Redação:
• Ana Paula dos Santos Queiroga
• Carlos Eduardo Lopes Queiroga
Revisão:
• Universidade Zumbi dos Palmares
• Pauta Quente Comunicações
• Fátima Loppi
Impressão e Tiragem:
• Gráfica Athalaia – 150 unidades
• Edição:
1ª edição novembro/2021