Educação Sexual
Educação Sexual
Educação Sexual
EDUCAÇÃO SEXUAL
ISBN 978-65-87121-00-0
Comitê Executivo
Conselho Editorial
Antonio Vanderlei dos Santos - URI, Santo Ângelo, Brasil Neusa Maria John Scheid - URI, Santo Ângelo, Brasil
Carlos Oberdan Rolim - URI, Santo Ângelo, Brasil Rosane Maria Seibert - URI, Santo Ângelo, Brasil
Fábio Kieckow - URI, Santo Ângelo, Brasil Rozelaine de Fátima Franzin - URI, Santo Ângelo, Brasil
Francisco Carlos P. Rodrigues - URI, Santo Ângelo, Brasil Tiago Bittencourt - URI, Santo Ângelo, Brasil
João Carlos Krause - URI, Santo Ângelo, Brasil Vera Regina Medeiros Andrade - URI, Santo Ângelo, Brasil
Marcelo Paulo Stracke - URI, Santo Ângelo, Brasil Vilmar Antonio Boff - URI, Santo Ângelo, Brasil
Nelson Knak Neto - URI, Santo Ângelo, Brasil Vitor Cauduro Girardello - URI, Santo Ângelo, Brasil
Apresentação...................................................................................................................................................... 11
Saúde e educação: uma construção coletiva........................................................................................................ 13
Sexualidade do adolescente................................................................................................................................. 14
Dados epidemiológicos relevantes relacionados ao tema “Sexualidade”............................................................... 15
Por que Educar para a sexualidade saudável?....................................................................................................... 16
Planejamento familiar........................................................................................................................................ 18
Métodos contraceptivos ..................................................................................................................................... 18
Aborto................................................................................................................................................................ 27
Gravidez na Adolescência................................................................................................................................... 28
Indicação de Leitura........................................................................................................................................... 28
Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)...................................................................................................... 30
HIV/ Aids.......................................................................................................................................................... 32
Sífilis.................................................................................................................................................................. 36
Gonorréia e Clamídia......................................................................................................................................... 37
Herpes genital.................................................................................................................................................... 39
Manifestações clínicas......................................................................................................................................... 39
Hepatites virais................................................................................................................................................... 40
Diversidade sexual.............................................................................................................................................. 44
Conceitos relacionados a diversidade sexual........................................................................................................ 45
A escola não é um espaço de neutralidade .......................................................................................................... 49
Violência sexual contra jovens e adolescentes...................................................................................................... 51
Sugestões para trabalhar a temática sexualidade ................................................................................................. 54
Referências......................................................................................................................................................... 56
APRESENTAÇÃO
Professoras e professores:
Este material sobre Educação Sexual foi elaborado no Programa de Mestrado em Ensino Científico
e Tecnológico da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Campus Santo Ângelo/
RS, para servir de apoio na abordagem da educação sexual na escola, e está ancorado na literatura científica.
A educação em sexualidade é ampla e deve envolver temas que tenham a finalidade de promover
“saúde e bem-estar, respeito pelos direitos humanos e equidade de gênero, e o empoderamento de crianças
e jovens para que levem uma vida saudável, segura e produtiva” (UNESCO, 2018).
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Saúde não está relacionada somente a ausência de doenças. Vários são os fatores que influenciam na
qualidade e na situação de saúde de um indivíduo, destacando-se aqui a importância da relação da saúde
e da educação. Educar para a vivência da sexualidade promove a formação de indivíduos capazes de tomar
decisões responsáveis, respeitosas para consigo e para com o outro.
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Carolina Nicolodi Dias | Rosane Teresinha Fontana
- 42% da população mundial possui menos de 25 anos. - Na População Brasileira de 15 a 64 anos, identificou-se
Destes, 1,2 bilhão são adolescentes entre 10 a 19 anos; que um quarto da população iniciou a atividade sexual
- 2,5 milhões de meninas entre 15 e 19 anos em países antes dos 15 anos e outros 35%, entre 15-19 anos;
em desenvolvimento fazem abortos, em sua maioria em - 18% das jovens brasileiras grávidas abandonam a escola;
condições inseguras; - Um em cada cinco bebês que nascem no Brasil é filho de
- 20 mil meninas com menos de 18 anos engravidam. mãe adolescente;
Dessas, 200 morrem por complicações da gravidez ou do - A taxa de infecção por HIV triplicou entre os jovens de
parto; 15 a 19 anos, de 2007 a 2019;
- Estima-se que mais de 1 milhão de pessoas adquirem uma - As notificações de casos de sífilis adquirida de indivíduos
Infecção Sexualmente Transmissível todos os dias; nas faixas de 13 a 19 anos e 20 a 29 anos vêm apresentando
- Estima-se que 530 milhões de pessoas estejam infectadas tendência de aumento desde 2010. Entre 2010 e 2019, a
com Herpes Genital e 290 milhões com Vírus da proporção na faixa etária de 13 a 19 anos foi de 10,3% e na
Imunodeficiência Humana (HIV); faixa etária de 20 a 29 anos foi de 33,6% no total de casos
- A infecção pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV) é em todas as faixas etárias.
causador de 530 mil casos de câncer de colo de útero e há
275 mil casos de morte por essa doença, anualmente.
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Carolina Nicolodi Dias | Rosane Teresinha Fontana
Uma educação em sexualidade efetiva pode transmitir aos jovens informações adequadas para a idade,
culturalmente relevantes e cientificamente corretas. Ela inclui oportunidades estruturadas para que jovens
explorem suas atitudes e valores, e pratiquem a tomada de decisões e outras habilidades de vida de que necessitarão
para serem capazes de fazer escolhas informadas em sua vida sexual (UNESCO, 2010).
PLANEJAMENTO REPRODUTIVO
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
Os métodos contraceptivos podem ser reversíveis como os anticoncepcionais orais e injetáveis, preservativo
feminino e masculino, DIU (dispositivo intra uterino); irreversíveis como a laqueadura tubária e a vasectomia e
métodos naturais como tabelinha, muco cervical e curva de temperatura.
Métodos Reversíveis
Preservativos
Cuidados com os preservativos
- É uma das formas de prevenção mais fáceis e eficazes da
gestação e das IST. - Armazenar longe do calor;
- Devem ser colocados antes de começar o contato sexual - Observar o prazo de validade;
(oral, vaginal e anal).
- A embalagem nunca deve ser aberta com a boca.
- Não utilizar o preservativo se a embalagem estiver
danificada;
Preservativo feminino
- Utilizar somente lubrificantes a base de água.
Anotações
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Preservativo masculino ____________________________________
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Nunca usar duas camisinhas ao mesmo tempo.
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Métodos Irreversíveis
São métodos realizados através de procedimento Anticoncepção de Emergência / Pílula do dia seguinte
cirúrgico onde é realizada a esterilização. Este
procedimento não confere proteção contra as ISTs. São pílulas contendo estrogênio e progesterona ou
somente progesterona que devem ser utilizadas após
Laqueadura Tubária uma relação sexual desprotegida com finalidade de
evitar a gravidez,
Método de esterilização feminina, que consiste na
oclusão das trompas de Falópio (ou tubas uterinas) Deve ser utilizada somente em casos de emergência e
com a finalidade de interromper sua permeabilidade, não de forma regular;
para que os espermatozóides não migrem para
encontrar o óvulo, impedindo a fertilização. Este método está disponível na Atenção Básica de
saúde e nos serviços de urgência e emergência;
Vasectomia
O uso repetitivo e frequente da anticoncepção de
Procedimento cirúrgico simples, de pequeno emergência compromete sua eficácia;
porte, seguro e rápido; pode ser realizado em nível
ambulatorial. Consiste na ligadura dos ductos Este medicamento deve ser indicado o mais
deferentes, o que faz com que seja interrompido o precocemente possível da exposição sexual
fluxo de espermatozóides em direção à prostata e desprotegida, preferencialmente até 12h após
vesiculas seminais para a constituição do líquido exposição.
seminal.
Indicação de leitura
Cadernos de Atenção Básica nº 26, Saúde sexual e reprodutiva. Álbum Seriado das IST. Material de apoio
para profissionais da saúde. Ministério da Saúde. 2016
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O aborto inseguro é uma das O aborto legal pode ser realizado até as 20 semanas de
principais causa de morbidade gestação, mas preferencialmente até as 12 semanas.
e mortalidade materna (ONU, Casos em que o Aborto é permitido em Lei:
2014).
- Violência Sexual
Gravidez na Adolescência
A gravidez na adolescência se configura num De cada 5 mães adolescentes, 3 não trabalham nem
importante problema de saúde pública. Modifica-se estudam; 7 em cada 10 são afrodescendentes.
conforme as diversidades econômicas e sociais das
adolescentes. Independente das condições refletem na Fatores como raça. gênero e local onde moram são
saúde sexual e reprodutiva dessas jovens e promovem determinantes para aumento da vulnerabilidade.
exclusão, evasão escolar e vulnerabilidades à esta (ONU, 2017).
população.
Indicação de Leitura
Link: https://nacoesunidas.org/brasil-tem-setima-maior-taxa-de-gravidez-adolescente-da-america-
-do-sul/
Link: https://nacoesunidas.org/fundo-de-populacao-da-onu-defende-educacao-sexual-para-evitar-
-gravidez-na-adolescencia/
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Indicação de leitura
Anotações
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Fonte: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/
album-seriado-das-infeccoes-sexualmente-
transmissiveis-ist
Fonte: http://www.aids.gov.br/sites/default/files/
campanhas/2016/58798/cartaz_album_seriado_final.pdf
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HEPATITES VIRAIS
As hepatites virais causadas pelos vírus hepatotrópicos (vírus das hepatites A, B, C, D ou Delta e E) são doenças
causadas por diferentes agentes etiológicos, que têm em comum o tropismo primário pelo tecido hepático. A
transmissão sexual (hepatite A, B, C e D), pode se dar por relação sexual desprotegida.
Manifestações são: enjoo, tonturas, febre, dor Diagnóstico é laboratorial e através de teste rápido
abdominal, pele e olhos com conjuntiva amarelada; para hepatite B.
Medidas de higiene e saneamento básico são A vacina para Hepatite B é fornecida pelo sistema
fundamentais para prevenir a infecção. público e é obrigatório no calendário de vacinação
das crianças.
A vacina hepatite A não é disponibilizada pelo sistema
público
Educação Sexual
Vírus Hepatite C
VV Vírus Hepatite D
Indicação de leitura
Fonte: aids.gov.br
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Diversidade sexual
Assuntos relacionados à sexualidade e gênero, estão sendo abordados nos mais diversos meios de comunicação
e redes sociais. A discussão ganha destaque quando a sexualidade transcende os discursos morais e religiosos,
e apresenta-se como direitos reivindicados por movimentos sociais, LGBTs e feministas, amparados por
organizações não governamentais e fundações.
Indicação de leitura
gênero: conceitos e termos. Guia
mulher, não são os cromossomos ou a conformação Técnico sobre pessoas transssexuais,
genital, mas a autopercepção e a forma como a pessoa travestis e demais transgêneros, para
se expressa socialmente (JESUS, 2012, p. 8). formadores de opinião. Jaqueline
Gomes de Jesus
Homossexualidade e Educação Sexual.
A sexualidade faz parte da constituição do sujeito e Construindo o respeito à diversidade.
pode ser representada de inúmeras formas. Relaciona- Mari Neide Damico Figueiró.
se com o prazer, manifestações afetivas e sexuais, as
formas de relacionamento entre os indivíduo. Manual de Comunicação LGBT. Da
Associação Brasileira de Lésbicas, Gays,
Bisseuais, Travestis e Transexuais.
ABGLT
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Link: https://periodicos.uffs.edu.br/index.php/RIS/article/view/10664
Link: http://periodicos.claec.org/index.php/relacult/article/view/1314
Link: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12051
Link: http://www.revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/10170
Link: https://revistas.pedagogica.edu.co/index.php/TED/article/view/8717
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Sugestões de Leitura
Link: https://www.scielosp.org/article/csc/2019.v24n2/535-544/pt/
Link: http://bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/services/e-books-MS/06_0315_M.pdf#page=29
Link: http://seer.unipampa.edu.br/index.php/siepe/article/view/41637/26445
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Carolina Nicolodi Dias | Rosane Teresinha Fontana
Este material é composto de Guia do Professor e folheto do aluno (também possui esse material de forma
eletrônica).
Pretende consolidar uma política de prevenção e promoção à saúde nas escolas depende do compromisso
conjunto de gestores e profissionais da saúde e da educação, assim como a participação ativa dos estudantes e de
toda a comunidade escolar.
Esse material está disponível em www.aids.gov.br (http://www.aids.gov.br/pt-br/centrais-de-conteudos/
biblioteca).
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Indicação de Leitura
Link: https://www.redalyc.org/pdf/2670/267019615020.pdf
Link: http://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/8102/2/Adolescencia_e_sexualidade_um_dialogo_necessario.pdf
Link: http://www.scielo.br/pdf/ean/v12n3/v12n3a14
Link: http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/revista_ppp/article/view/3097/1986
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LÉSBICAS, GAYS, manual técnico. 4.ed. Brasília: Ministério da Saúde,
BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS. 2002.
ABGLT. Manual de Comunicação LGBT. Ajir Artes
Gráficas e Editora Ltda. Disponível em: https://unaids. BRASIL. Política Nacional de Atenção Integral à
org.br/wp-content/uploads/2015/09/Manual-de- Saúde da Mulher: princípios e diretrizes. Brasília:
Comunica%C3%A7%C3%A3o-LGBT.pdf. Acesso Ministério da Saúde, 2004.
em: 29 out. 2018.
BRASIL. Caderno de Atenção Básica Saúde Sexual e
BRASIL. Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990. Reprodutiva. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
Dispõe sobre as condições para promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento BRASIL. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas
dos serviços correspondentes e dá outras providências. para Atenção Integral às pessoas com Infecções
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Ministério da
Brasília, 20 set. 1990. Saúde, 2016.
BRASIL. Lei 9.263 de 12 de janeiro de 1996. Regula BRASIL. Diretrizes para a organização da Rede de
o § 7º do art. 226 da Constituição Federal, que trata Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição de Risco
do planejamento familiar, estabelece penalidades e à Infecção pelo HIV. Brasília: Ministério da Saúde,
dá outras providências. Brasília: Ministério da saúde. 2016.
1996.
BRASIL. Álbum Seriado das IST. Ministério da
BRASIL. Assistência em Planejamento Familiar: Saúde. 2016.
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RACHID, M.; SCHECHLER, M. Manual de Guia de Bolso para o manejo da sífilis em gestante
HIV/Aids. 10ed. Rio de Janeiro: Thieme Revinter e sífilis congênita. São Paulo: Secretaria de Estado da
Publicações Ltda, 2017. Saúde . 2015.
REIS, T. (org.). Manual de Comunicação LGBTI+. TELELAB. Diagnóstico do HIV. Brasília: Ministério
Curitiba: Aliança Nacional LGBTI/GayLatino, 2018. da Saúde. 2014a. Disponível em: https://telelab.aids.
gov.br/moodle/pluginfile.php/22163/mod_resource/
RIO GRANDE DO SUL. Instrução Normativa content/2/HIV%20-%20Manual%20Aula%201_
Calendário Básico de Vacinação Adaptação Rio SEM.pdf. Acesso em 10 jun. 2018.
Grande do Sul. Secretaria Estadual da Saúde do
RS. Centro de Vigilância em Saúde, Núcleo de TELELAB.Diagnóstico da Sífilis. Brasília: Ministério
Imunizações, 2018. da Saúde. 2014b. Disponível em https://telelab.aids.
gov.br/moodle/pluginfile.php/22192/mod_resource/
Disponível em: https://cevs.rs.gov.br/upload/ content/2/S%C3%ADfilis%20-%20Manual%20
arquivos/201802/20152253-instrucao-normativa- Aula%201_SEM.pdf. Acesso em: 10 jun. 2018.
calendario-nacional-de-imunizacoes-2018.pdf. Acesso
em 21. Jun. 2018. WORLD HEALTH ORGANIZATION
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