Jose Roberto - Sistema Elevatório
Jose Roberto - Sistema Elevatório
Jose Roberto - Sistema Elevatório
1. Introdução ....................................................................................................................................... 2
2. Objetivo ........................................................................................................................................... 2
3. Bomba centrífuga e ponto de operação do sistema ......................................................................... 3
4. Perda de carga e vazão em condutos ............................................................................................... 4
5. Cavitação ......................................................................................................................................... 6
5.1. N.P.S.H. (Altura de Aspiração Positiva – Net Positive Suction Head) ................................... 7
5.1.1. N.P.S.H. requerido (N.P.S.H.req) ..................................................................................... 7
5.1.2. N.P.S.H. disponível (N.P.S.H.d) ...................................................................................... 8
6. Metodologia .................................................................................................................................... 8
6.1. Materiais utilizados ................................................................................................................. 8
6.2. Métodos ................................................................................................................................... 9
7. Resultados e discussões ................................................................................................................... 9
8. Conclusões .................................................................................................................................... 13
9. Referências bibliográficas ............................................................................................................. 14
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1. Introdução
2. Objetivo
Analisar um sistema elevatório recalcado por uma bomba centrífuga e estimar o ponto
de operação do sistema, assim como verificar se há ocorrência do fenômeno de cavitação no
sistema em estudo.
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3. Bomba centrífuga e ponto de operação do sistema
Bombas centrífugas são bombas que tem como princípio de funcionamento a força
centrífuga através de palhetas e impulsores que giram no interior de uma carcaça estanque,
jogando líquido do centro para a periferia do conjunto girante. Um exemplo de bomba
centrífuga pode ser observada na figura 1.
Toda bomba possui diagramas disponibilizado pelo fabricante que retratam o real
comportamento da mesma, mostrando o relacionamento entre as grandezas que caracterizam
o seu funcionamento. Geralmente esses diagramas relacionam a altura manométrica da bomba
e a vazão do escoamento por ela proporcionada. No experimento a analisado utilizou-se uma
bomba centrífuga SCHNEIDER cuja curva característica é apresentada abaixo pela figura 3.
Onde:
– Energia necessária para vencer o sistema (m);
– Diferença de cotas entre o reservatório de sucção e o reservatório de recalque;
– Perda de carga total do sistema (m).
Várias equações podem ser utilizadas para se determinar a perda de carga, o Teorema
de Bernoulli é uma delas, onde a energia se conserva durante todo o escoamento. Este
teorema é dado por:
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Onde:
Z – Carga da altitude que o fluido possui em relação ao referencial adotado (m);
P/γ – Carga de pressão (m);
V²/ – Carga cinética (m);
Δh – Perda de carga (m).
Onde:
C – Coeficiente de Hazen-Willians (adimensional);
D – Diâmetro interno da tubulação (m);
L – Comprimento da tubulação (m);
Q – Vazão do escoamento (m³/s)
Δh – Perda de carga (m).
Para se determinar vazão é necessário recorrer a sua definição sendo ela o volume de
fluido (Vol) que atravessa certa seção de escoamento por unidade de tempo (t).
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Estas perdas de carga localizadas para qualquer singularidade podem ser expressas pela
seguinte equação geral:
Onde:
V - Velocidade média do fluxo do fluido (m/s);
K - Coeficiente de perda de carga localizada (adimensional);
- Aceleração da gravidade (m/s²).
5. Cavitação
A palavra cavitação tem origem do latim “cavus” que significa buraco ou cavidade e é
utilizada para descrever o processo de nucleação, crescimento e colapso das bolhas de vapor
em um fluido. A cavitação é um fenômeno físico pertinente somente à fase líquida das
substâncias, podendo ser observado em diversos sistemas hidrodinâmicos como em hélices de
navios, bombas radiais, bombas centrífugas, turbinas e válvulas, sendo na maioria das vezes
indesejada a sua presença, pois provoca redução na eficiência do equipamento.
Nos sistemas hidráulicos há uma variação da pressão estática absoluta devido às
perdas de carga e características do equipamento. Nestes sistemas, caso ocorra uma
diminuição da pressão estática absoluta do fluido transportado e se esta pressão se torne igual
ou inferior a pressão de vapor desta substância, pressão Pv na figura 4, pode ocorrer a
vaporização instantânea do líquido, devido a possibilidade de coexistirem a fase líquida e a
fase vapor, ocasionando a formação de bolhas de vapor no seio do líquido.
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5.1.2. N.P.S.H. disponível (N.P.S.H.d)
Onde:
– Pressão atmosférica;
– Pressão de vapor do fluído;
- Peso específico do fluido;
– Altura estática de sucção, tendo valor positivo para sistemas afogadas e negativo para
sistemas não afogados;
– Perda de carga na sucção.
6. Metodologia
6.1. Materiais utilizados
Cronômetro digital;
Trena;
Balde aferido;
Bomba centrífuga WEG BPI-21 R/F com diâmetro do rotor 133 mm.
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6.2. Métodos
7. Resultados e discussões
Sabendo que o volume ocupado pela água no balde aferido foi de 22,5 cm x 38 cm x
11,7 cm resultando em um volume de 10003,5 cm³ onde foram aferidos os tempos necessários
para encher o reservatório onde se observou o escoamento utilizando o registro de gaveta
totalmente e parcialmente aberto. Com isso utilizando a equação (4) foi possível determinar a
vazão no sistema. Estes dados e as vazões se encontram na tabela 1.
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Tempo aferido (s)
Registro Tempo médio (s) Vazão (l/s)
t1 t2 t3
Totalmente aberto 4,55 4,80 4,58 4,64 2,16
Semiaberto 9,49 9,64 9,70 9,61 1,04
Tabela 1 - Dados obtidos em laboratório e vazão calculada
Com o auxílio de uma trena foi possível determinar o comprimento da tubulação assim
como catalogar as singularidades, onde de acordo com PORTO, 2006 estas singularidades
representam um acréscimo no comprimento total na tubulação denominado comprimento
equivalente das singularidades. Tais dados de comprimento da tubulação e de equivalência de
comprimento por parte das singularidades estão expressos na tabela 2 onde o diâmetro de
sucção é de 2’’ e a tubulação de recalque tem 1,5’’ de diâmetro.
Tubulação de Sucção
Singularidades Comprimento equivalente (m) Trecho contínuo (m)
Joelho de 90º 3,4
Válvula de pé com crivo 23,7 1,7
Registro de gaveta 0,8
Tubulação de Recalque
Singularidades Comprimento equivalente (m) Trecho contínuo (m)
6 Joelho de 90º 19,2
2 curvas de 45º 1,2
2 Registro de gaveta 1,4 41,46
Tê de passagem direta 2,2
Válvula de retenção leve 6,8
Tabela 2 – Dados obtidos em campo
Com os valores de vazão apresentados na tabela 1 e a equação (3) é possível obter uma
expressão para a perda de carga no conduto através da equação de Hazen-Willians sabendo
que o coeficiente de rugosidade para o PVC tem valor numérico de 150 e que o comprimento
utilizado é o somatório dos comprimentos equivalentes das singularidades e dos
comprimentos dos trechos contínuos se obtêm:
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Para a tubulação de sucção:
Para o sistema elevatório tem-se que o mesmo utiliza a soma das perdas de carga de
sucção e recalque sendo expresso pela soma entre as identidades (5) e (6). Sabendo que o
desnível topográfico entre os reservatórios é de 5,01 m e substituindo os valores de desnível e
perda de carga resultante na equação (1) é obtida a curva do sistema elevatório, que é dada
por:
Com essa equação torna-se possível através do software matemático MAPLE 13,
traçar a curva do sistema, assim como a curva da bomba fornecida pelo fabricante. Desta
forma foi possível obter o ponto de operação do sistema onde a bomba estava recalcando uma
vazão de aproximadamente 13,66 m³/h, tendo uma altura manométrica de 28,34 m. O ponto
de operação pode ser observado abaixo na figura 6.
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Figura 8 - Ponto de operação do sistema
Como a curva do N.P.S.H. requerido foi dada pelo fabricante tornou-se possível
determinar a vazão máxima em que o sistema possa operar para que o sistema não cavite. Isto
é possível analisando o ponto de interceptação das curvas de N.P.S.H. onde tal vazão máxima
foi de 23,21 m³/h. A margem de segurança, em termos de vazão, para que o fenômeno da
cavitação não ocorre sendo dada pela folga de 0,5 m onde a vazão máxima recomendada tem
valor de 22,35 m³/h, tal dado obtido por método numérico. Tais curvas e vazões podem ser
observadas na figura 8.
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Figura 9 - N.P.S.H.d e N.P.S.H.req
A partir das vazões obtidas na tabela 1 observa-se que as mesmas estavam abaixo do
ponto de operação ideal do sistema e consequentemente abaixo da vazão máxima para ocorrer
a cavitação. Com isso verifica-se que não há cavitação no sistema elevatório.
8. Conclusões
Com base nos dados obtidos em laboratório e em campo e nos resultados mensurados
através dos mesmos se conclui que a bomba WEG BPI-21 R/F tem desempenho aceitável
para elevar a água do ponto de coleta ao reservatório do sistema, uma vez que a altura
manométrica elevada pela mesma no ponto de operação especificado é superior a altura
geométrica mais as perdas de carga do sistema. Verificou-se que o sistema não cavita, pois a
vazão máxima recomendada (ou vazão de margem de segurança) para não ocorrer cavitação é
superior a vazão do escoamento.
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9. Referências bibliográficas
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