Presidência Da República: Casa Civil
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Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
CAPÍTULO I
Da Finalidade
Art. 1º A política nacional do idoso tem por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições
para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.
Art. 2º Considera-se idoso, para os efeitos desta lei, a pessoa maior de sessenta anos de idade.
CAPÍTULO II
Dos Princípios e das Diretrizes
SEÇÃO I
Dos Princípios
I - a família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania,
garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida;
II - o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de conhecimento e
informação para todos;
IV - o idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através desta
política;
SEÇÃO II
Das Diretrizes
I - viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso, que proporcionem sua
integração às demais gerações;
III - priorização do atendimento ao idoso através de suas próprias famílias, em detrimento do atendimento asilar,
à exceção dos idosos que não possuam condições que garantam sua própria sobrevivência;
IV - descentralização político-administrativa;
V - capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de
serviços;
VI - implementação de sistema de informações que permita a divulgação da política, dos serviços oferecidos, dos
planos, programas e projetos em cada nível de governo;
VII - estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os
aspectos biopsicossociais do envelhecimento;
VIII - priorização do atendimento ao idoso em órgãos públicos e privados prestadores de serviços, quando
desabrigados e sem família;
Parágrafo único. É vedada a permanência de portadores de doenças que necessitem de assistência médica ou
de enfermagem permanente em instituições asilares de caráter social.
CAPÍTULO III
Da Organização e Gestão
Art. 5º Competirá ao órgão ministerial responsável pela assistência e promoção social a coordenação geral da
política nacional do idoso, com a participação dos conselhos nacionais, estaduais, do Distrito Federal e municipais do
idoso.
Art. 6º Os conselhos nacional, estaduais, do Distrito Federal e municipais do idoso serão órgãos permanentes,
paritários e deliberativos, compostos por igual número de representantes dos órgãos e entidades públicas e de
organizações representativas da sociedade civil ligadas à área.
Art. 7º Compete aos conselhos de que trata o artigo anterior a formulação, coordenação, supervisão e avaliação
da política nacional do idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-administrativas.
Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6o desta Lei a supervisão, o acompanhamento, a fiscalização
e a avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-administrativas. (Redação
dada pelo Lei nº 10.741, de 2003)
Art. 8º À União, por intermédio do ministério responsável pela assistência e promoção social, compete:
IV - (Vetado;)
Parágrafo único. Os ministérios das áreas de saúde, educação, trabalho, previdência social, cultura, esporte e
lazer devem elaborar proposta orçamentária, no âmbito de suas competências, visando ao financiamento de
programas nacionais compatíveis com a política nacional do idoso.
Art. 9º (Vetado.)
CAPÍTULO IV
Das Ações Governamentais
Art. 10. Na implementação da política nacional do idoso, são competências dos órgãos e entidades públicos:
a) prestar serviços e desenvolver ações voltadas para o atendimento das necessidades básicas do idoso,
mediante a participação das famílias, da sociedade e de entidades governamentais e não-governamentais.
II - na área de saúde:
a) garantir ao idoso a assistência à saúde, nos diversos níveis de atendimento do Sistema Único de Saúde;
b) prevenir, promover, proteger e recuperar a saúde do idoso, mediante programas e medidas profiláticas;
c) adotar e aplicar normas de funcionamento às instituições geriátricas e similares, com fiscalização pelos
gestores do Sistema Único de Saúde;
e) desenvolver formas de cooperação entre as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal, e dos
Municípios e entre os Centros de Referência em Geriatria e Gerontologia para treinamento de equipes
interprofissionais;
f) incluir a Geriatria como especialidade clínica, para efeito de concursos públicos federais, estaduais, do Distrito
Federal e municipais;
g) realizar estudos para detectar o caráter epidemiológico de determinadas doenças do idoso, com vistas a
prevenção, tratamento e reabilitação; e
a) adequar currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais destinados ao idoso;
b) inserir nos currículos mínimos, nos diversos níveis do ensino formal, conteúdos voltados para o processo de
envelhecimento, de forma a eliminar preconceitos e a produzir conhecimentos sobre o assunto;
d) desenvolver programas educativos, especialmente nos meios de comunicação, a fim de informar a população
sobre o processo de envelhecimento;
e) desenvolver programas que adotem modalidades de ensino à distância, adequados às condições do idoso;
f) apoiar a criação de universidade aberta para a terceira idade, como meio de universalizar o acesso às
diferentes formas do saber;
a) garantir mecanismos que impeçam a discriminação do idoso quanto a sua participação no mercado de
trabalho, no setor público e privado;
c) criar e estimular a manutenção de programas de preparação para aposentadoria nos setores público e privado
com antecedência mínima de dois anos antes do afastamento;
a) destinar, nos programas habitacionais, unidades em regime de comodato ao idoso, na modalidade de casas-
lares;
b) incluir nos programas de assistência ao idoso formas de melhoria de condições de habitabilidade e adaptação
de moradia, considerando seu estado físico e sua independência de locomoção;
VI - na área de justiça:
a) garantir ao idoso a participação no processo de produção, reelaboração e fruição dos bens culturais;
b) propiciar ao idoso o acesso aos locais e eventos culturais, mediante preços reduzidos, em âmbito nacional;
d) valorizar o registro da memória e a transmissão de informações e habilidades do idoso aos mais jovens, como
meio de garantir a continuidade e a identidade cultural;
e) incentivar e criar programas de lazer, esporte e atividades físicas que proporcionem a melhoria da qualidade
de vida do idoso e estimulem sua participação na comunidade.
§ 1º É assegurado ao idoso o direito de dispor de seus bens, proventos, pensões e benefícios, salvo nos casos
de incapacidade judicialmente comprovada.
§ 2º Nos casos de comprovada incapacidade do idoso para gerir seus bens, ser-lhe-á nomeado Curador especial
em juízo.
§ 3º Todo cidadão tem o dever de denunciar à autoridade competente qualquer forma de negligência ou
desrespeito ao idoso.
CAPÍTULO V
Do Conselho Nacional
CAPÍTULO VI
Das Disposições Gerais
Art. 19. Os recursos financeiros necessários à implantação das ações afetas às áreas de competência dos
governos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais serão consignados em seus respectivos orçamentos.
Art. 20. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de sessenta dias, a partir da data de sua publicação.
ITAMAR FRANCO
Leonor Barreto Franco