Decreto 56505

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 6

Leis Estaduais

Rio Grande do Sul

DECRETO Nº 56.505, DE 19 DE MAIO DE 2022.

Dispõe sobre as diretrizes para a implementação e a


execução da Lei nº 15.322, de 25 de setembro de 2019, que
institui a Política de Atendimento Integrado à Pessoa com
Transtornos do Espectro Autista no Estado.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso das atribuições que lhe
confere o art. 82, incisos V e VII, da Constituição do Estado, DECRETA:

Art. 1º Este Decreto dispõe sobre as diretrizes para a implementação e a execução da Lei nº
15.322, de 25 de setembro de 2019, que institui a Política Estadual de Atendimento Integrado à
Pessoa com Transtornos do Espectro Autista no Estado.

Art. 2ºO objetivo da Política Estadual de Atendimento Integrado à Pessoa com Transtornos do
Espectro Autista é garantir e promover o atendimento às necessidades específicas das
Pessoas com Autismo, com vista ao seu desenvolvimento pessoal, à sua inclusão social, à sua
cidadania e ao apoio às suas famílias, de forma integrada à Rede de Cuidados à Saúde da
Pessoa com Deficiência e à Linha de Cuidado para Atenção às Pessoas com Transtornos do
Espectro Autista e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial no Sistema Único de Saúde
conjuntamente com a rede de educação e de assistência social com interface com as demais
redes.

Art. 3ºA Política Estadual de Atendimento Integrado à Pessoa com Transtornos do Espectro
Autista será desenvolvida de forma conjunta pelos seguintes órgãos:

I - Secretaria da Saúde,

II - Secretaria da Educação; e

III - Secretaria da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social.

As diretrizes para a implementação da Política Estadual de Atendimento Integrado à


Art. 4º

Pessoa com Transtornos do Espectro Autista são:

I - qualificação dos profissionais das áreas da assistência social, da educação e da saúde,


que deverão prestar atendimento de forma integrada, conforme art. 3º da Lei nº 15.322/2019;

II - sensibilização dos diversos setores como segurança, cultura, esporte, turismo, dentre
outros, e da sociedade quanto à inclusão da pessoa com autismo e da sua família; e
III - horizontalização do atendimento multiprofissional integrado à pessoa com autismo e
sua família.

Art. 5º A implementação e a execução da Política Estadual de Atendimento Integrado à


Pessoa com Transtornos do Espectro Autista dar-se-á por meio da seguinte estrutura:

I - um Comitê de Gestão da Política Estadual de Atendimento Integrado à Pessoa com


Transtorno do Espectro Autista;

II - um Grupo Técnico da Política Estadual de Atendimento Integrado à Pessoa com


Transtorno do Espectro Autista;

III - sete Centros Macrorregionais de Referência em Transtorno do Espectro Autista; e

IV - trinta Centros Regionais de Referência em Transtorno do Espectro Autista.

Art. 6ºO Comitê de Gestão da Política Estadual de Atendimento Integrado à Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista será composto por dois representantes, titulares e suplentes,
indicados pelos titulares dos órgãos abaixo relacionados:

I
Secretaria da Saúde, por meio do representante no Grupo Técnico, que o coordenará;

II
Secretaria da Educação, por meio do representante no Grupo Técnico;

III
Secretaria da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social, por meio do
representante no Grupo Técnico;

IV - Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência;

V - Conselho Estadual de Saúde;

VI - Conselho Estadual de Educação; e

VII - Conselho Estadual de Assistência Social.

§ 1º Os representantes da Secretaria da Educação, da Secretaria da Igualdade,


Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social, e da Secretaria da Saúde deverão ser os
mesmos indicados para compor o Grupo Técnico.

§ 2º Serão convidados para comporem o Comitê de Gestão dois representantes, titular e


suplente, das seguintes entidades:

I - coletivos e/ou redes de associações representativas de pessoas com Transtorno do


Espectro do Autismo e suas famílias;

II - representação dos serviços que atendem pessoas com Transtorno do Espectro do


Autismo e suas famílias; e
III - representação das Instituições de Ensino (técnico e superior).

§ 2º Serão convidados a participar do Comitê de Gestão, em caráter temporário e de


forma voluntária, outros colaboradores cuja expertise esteja relacionada com as atribuições
previstas no § 5º deste artigo.

§ 3º As atividades dos membros do Comitê de Gestão serão consideradas serviço público


relevante, não remunerado.

§ 4º O Comitê de Gestão tem caráter permanente e natureza consultiva e propositiva.

§ 5º O Comitê de Gestão tem como atribuições principais:

I - atuar junto ao Grupo Técnico para a implementação da Política Estadual de


Atendimento Integrado à Pessoa com Transtorno do Espectro Autista;

II - contribuir para o monitoramento e a avaliação dos Centros de Referência em TEA,


Macrorregionais e Regionais, conforme o art. 17 deste Decreto; e

III - fomentar a organização das associações de familiares de pessoas com autismo, com
vista à qualificação e à ampliação do seu quantitativo.

Art. 7º Os trâmites de funcionamento regular do Comitê de Gestão serão estabelecidos em


Regimento Interno.

Art. 8º O Grupo Técnico da Política Estadual de Atendimento Integrado à Pessoa com


Transtorno do Espectro Autista será composto por dois representantes ou mais, indicados pelos
titulares dos órgãos abaixo relacionados:

I
Secretaria da Saúde,

II
Secretaria da Educação; e

III
Secretaria da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social.

Parágrafo único.
Poderão ser convidados a participar do Grupo Técnico outros técnicos das secretarias
envolvidas cuja expertise esteja relacionada com as atribuições desta instância.

A Coordenação do Grupo Técnico da Política Estadual de Atendimento Integrado à


Art. 9º

Pessoa com Transtorno do Espectro Autista caberá à Secretaria da Saúde.

Art. 10. O Grupo Técnico tem caráter permanente, natureza deliberativa e, como atribuição
principal, a implementação da Política Estadual de Atendimento Integrado à Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista.

Art. 11. O Grupo Técnico possui a seguinte estrutura:

I - Núcleo de Ensino;
II - Núcleo de Pesquisa; e

III - Núcleo de Acompanhamento e Monitoramento.

§ 1º Ao Núcleo de Ensino compete:

I - instituir espaços permanentes de qualificação em Transtorno do Espectro Autista para


os profissionais de diversos setores, estudantes e acadêmicos de diversas áreas e para a
sociedade em geral;

II - ofertar cursos, capacitações, treinamentos e atualizações, presenciais e "online", para


os profissionais das redes públicas de saúde, da educação e da assistência social;

III - mapear e incentivar as experiências exitosas de atendimento, em especial em redes,


às pessoas com autismo e suas famílias, com vistas à replicação e multiplicação em realidades
similares;

IV - propor convênios e termos de cooperação com instituições de ensino com vista à


qualificação teórica e técnica das redes de atenção às pessoas com autismo e suas famílias no
âmbito da saúde, da educação e da assistência social; e

V - promover a disseminação de informações relevantes sobre o autismo com vista à


inserção do tema na sociedade para reduzir o preconceito e ampliar a inclusão social das
pessoas com autismo e suas famílias.

§ 2º Ao Núcleo de Pesquisa compete:

I - mapear as pesquisas na área do autismo em andamento no Estado, propondo


parcerias institucionais;

II - realizar levantamento epidemiológico da população com autismo e suas famílias no


Estado, construindo um banco de dados consistente e com manutenção contínua, por meio de
parcerias institucionais com instituições de ensino superior; e

III - promover a publicação de dados de pesquisas relevantes acerca do tema com vista a
subsidiar as políticas públicas na área.

§ 3º Ao Núcleo de Acompanhamento e Monitoramento compete:

I - oferecer suporte técnico às gestões municipais para a organização e a qualificação do


atendimento às pessoas com autismo e suas famílias;

II - mapear os locais de atendimento às pessoas com autismo e suas famílias no âmbito


estadual, fortalecendo o trabalho em redes;

III - criar o sistema de cadastro e de armazenamento de dados das pessoas com autismo
no âmbito estadual;

IV - criar a caracterização visual dos Centros de Referência em Transtornos do Espectro


Autista - TEA;

V - instituir as normas gerais para o funcionamento e a organização dos Centros de


V instituir as normas gerais para o funcionamento e a organização dos Centros de
Referência em TEA;

VI - instituir critérios para a habilitação dos Centros de Referência em TEA;

VII - instituir critérios para o monitoramento e a avaliação dos Centros de Referência em


TEA; e

VIII - oferecer suporte aos Centros de Referência em TEA na construção de diretrizes e


de ações, garantindo abordagens baseadas em evidências.

Art. 12.O Centro Macrorregional de Referência em Transtornos do Espectro Autista - CMR em


TEA será de âmbito macrorregional e tem como objetivo principal a organização e o
fortalecimento das redes municipais de assistência social, de educação e de saúde no
atendimento às pessoas com autismo e suas famílias, por meio de Equipes Matriciadoras.

Parágrafo único.
Será habilitado um CMR em TEA por macrorregião de saúde do Estado, totalizando sete
serviços.

Art. 13.O Centro Regional de Referência em Transtornos do Espectro Autista - CRR em TEA
será de referência regional e tem como objetivo principal o atendimento dos casos severos,
graves e refratários da região de saúde respectiva, definidos por meio de protocolo previamente
estabelecido, além de apoiar o trabalho matriciador do Centro Macrorregional de Referência em
TEA.

Parágrafo único.
Será habilitado um CRR em TEA por região de saúde do Estado, totalizando trinta serviços.

As normas para a habilitação, o funcionamento e a avaliação dos Centros de


Art. 14.

Referência em TEA, Macrorregionais e Regionais, instituídas pelo Grupo Técnico, serão


estabelecidas em normativa específica a ser publicada pelo Secretário de Estado de Saúde.

§ 1º As ações dos CMR e dos CRR em TEA poderão ser executadas, prioritariamente, por
órgãos e entidades públicas, ou, de forma complementar, por instituições privadas com
expertise no atendimento às pessoas com autismo e suas famílias, observado o disposto no art.
199, § 1º, da Constituição Federal e nos arts. 24 e 25 da Lei Federal nº 8.080, de 19 de
setembro de 1990.

§ 2º se-ão pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, do Sistema Único de


Assistência Social e do Sistema Nacional de Educação.

§ 3º O CMR e o CRR em TEA deverão ser implementados de acordo com os critérios


técnicos estabelecidos em normativa específica, a ser publicada pela Secretaria da Saúde.

§ 4º O atendimento das pessoas com autismo e de suas famílias residentes no município-


sede do CMR ou do CRR em TEA poderá ser feito no próprio centro, sem prejuízo dos demais
locais de atendimento, de acordo com o fluxo estabelecido no município.

§ 5º O CMR e o CRR em TEA deverão ser devidamente identificados, com a


caracterização visual previamente definida pelo Grupo Técnico.

Art. 15. Fica instituído incentivo financeiro estadual para a implantação e custeio dos Centros
p p ç
de Referência em TEA, Macrorregionais e Regionais, cujo valor e forma de prestação de contas
será fixado em normativa específica, a ser publicada pelo Secretário de Estado da Saúde.

Art. 16.O monitoramento e a avaliação dos Centros de Referência em TEA, Macrorregionais e


Regionais, serão rotineiramente efetuados pelos gestores municipais, estaduais, pelo Grupo
Técnico e pelo Comitê de Gestão, conforme critérios previamente estabelecidos pelo Grupo
Técnico.

Parágrafo único.
Os CMR e os CRR devem manter os sistemas de informação atualizados, garantindo o
monitoramento e a avaliação das ações e dos serviços prestados.

Art. 17.As despesas decorrentes da participação do Estado no incentivo financeiro dos


Centros de Referência previstos neste Decreto correrão por conta das previsões orçamentárias
próprias da Secretaria da Saúde.

Parágrafo único.
Eventuais despesas decorrentes de ações de competência das demais Secretarias estaduais
para a implementação da política prevista neste Decreto, correrão por conta de previsões
orçamentárias próprias da Secretaria correspondente, de acordo com as suas atribuições e
com a área predominante, em especial as áreas da justiça, cidadania e direitos humanos,
educação e assistência social e saúde.

Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogado o Decreto nº
Art. 18.

55.824, de 5 de abril de 2021.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre,19 de maio de 2022.

DOE de 20/05/2022

RANOLFO VIEIRA JUNIOR, Governador do Estado


.fixar { position:fixed; margin-top: -400px !important; _margin-left: 320px; margin-left: 380px;
padding-top:15px; background-color: #fff !important; } #select-art { _margin-top: 15px; width:
300px; position:absolute; display: none; margin-left: 320px; } #scrollable-content { max-height:
200px; overflow: auto; padding: 3px; }

Art. 1 Art. 2 Art. 3 Art. 4 Art. 5 Art. 6

Art. 7 Art. 8 Art. 9 Art. 10 Art. 11

Art. 12 Art. 13 Art. 14 Art. 15 Art. 16

Art. 17 Art. 18

Você também pode gostar