Petição Inicial - Usucapião
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Rua Quinze de Novembro, 123, 1º andar, Centro, Barbacena, MG, CEP 36200-074, Tel. 32 – 3331-7614 –
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1.1. DOS FATOS
Ocorre que as partes ficaram inertes e não lavraram a escritura, sendo que,
atualmente, os Autores não detêm qualquer informação acerca dos vendedores.
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Sublinhe-se que a posse do imóvel continua, portanto, dos Autores e, tendo
sido ultrapassada a barreira dos 10 (dez) anos da usucapião ordinária, encontram-se pre-
enchidos os requisitos legais para o exercício da actio usucapionem.
2. FUNDAMENTOS JURÍDICOS
O artigo 1.242 do Código Civil defere ao possuidor com animus domini a pos-
sibilidade de requerer judicialmente a declaração do domínio que servirá de título a ser
registrado na circunscrição imobiliária competente.
Neste sentido, corrobora com o entendimento dos Autores, o Ilmo. Des. Sal-
danha da Fonseca, integrante da 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais,
no acórdão promulgado através da Apelação Cível 1.0024.09.659244-9/002, como se ob-
serva:
Desta maneira, com fulcro no art. 1.2411 do CC, bem como demais funda-
mentação jurídica desta exordial, os Autores demonstrarão, com a subsunção das disposi-
ções legais, jurisprudências e doutrinas aplicadas ao caso concreto, a imperatividade do
reconhecimento do direito de propriedade sobre o bem imóvel em função do lapso tempo-
ral, posse ininterrupta, mansa e pacífica com animus domini, justo título e boa-fé.
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Art. 1.241 - Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida, mediante usucapião, a propriedade
imóvel.
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O imóvel continua em posse dos Autores, contabilizando, portanto, lapso
temporal que compreende o período de aquisição do imóvel - 13 de maio de 2005 -, até a
presente data.
Sendo assim, ressalta-se que o artigo 1.242 do Código Civil vigente elenca os
requisitos legais para o possuidor obter direito à propriedade do bem imóvel, como pode-
mos verificar:
Assim, não restam dúvidas quanto ao fato desta ação ser julgada PROCE-
DENTE, uma vez que o prazo mínimo de posse para adquirir a propriedade, de acordo com
o artigo supramencionado, se perfaz em 10 (dez) anos.
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adquiriram apenas um lote vago com 361,00m², consoante objeto do Contrato Particular
de Compromisso de Compra e Venda assinado na data 13 de maio de 2005.
Por todo o exposto, não há outra solução para o feito senão a PROCEDÊNCIA
dos pedidos iniciais, haja vista que foi evidenciada a presença dos requisitos legais - posse
ininterrupta, mansa e pacífica com animus domini - exigidos para a aquisição da extensão
física pretendida pelo Autor.
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2.3. DO JUSTO TÍTULO E BOA-FÉ
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pode deixar de reconhecer ao compromissário-comprador, que quita o preço, o animus do-
mini, a intenção de possuir a coisa como sua, como proprietário”.2
2
Nelson Luiz Pinto, “Usucapião – alguns aspectos de direito material”, RT 681/59.
3
Nelson Luiz Pinto, ob. cit., p. 60.
4
Luiz Antonio Scavone Junior, in Direito Imobiliário, 10ª Edição, Editora Forense, 2016, pág. 1.109.
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contrato de compra e venda com determinada pessoa que não seja seu verdadeiro titular,
dela recebendo a posse, considera-se esta como de boa-fé”.5
Resta claro, portanto, que os Autores possuem justo título e boa-fé e, devi-
do ao fato dos mesmos não serem os proprietários conforme exige a lei, se impõe o DEFE-
RIMENTO da ação para declaração do domínio que servirá de título a ser registrado na cir-
cunscrição imobiliária competente.
3. DOS PEDIDOS
Pelo exposto, com suporte nos artigos 1.241 e 1.242 do Código Civil de 2002,
pedem e requer-se a Vossa Excelência:
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Fábio Ulhoa Coelho, in Curso de Direito Civil, Volume 4, Editora Saraiva, 2006, pág. 22.
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Art 1.201 - É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
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dos, na forma do art. 246, II, com os benefícios do artigo 212, §2º, ambos do Código de
Processo Civil, para, querendo, oferecerem resposta:
III) a citação, por edital, de eventuais interessados (CPC, art. 259, I) e a inti-
mação, nos moldes do art. 269, §3º, do Código de Processo Civil, dos representantes da
Fazenda Pública da União, do Estado e do Município de Barbacena para, querendo manifes-
tar interesse na causa.
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