Faveni Faculdade Venda Nova Do Imigrante
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DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM
MORRO AGUDO-SP
2022
FAVENI
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM
MORRO AGUDO
2022
DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
1
marcia.nds40@gmail.com
1 INTRODUÇÃO
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Segundo Ferreiro (1994), o termo construção refere-se à aquisição da língua
escrita.
Piaget (1993) usava o termo construção quando falava da construção do real na
criança, ou seja, o real existe fora do sujeito, no entanto, é preciso reconstruí-lo para
conquistá-lo.
É possível falar de processo de construção no caso da língua escrita porque
podemos identificar a existência de conceitualizações infantis. O processo de
construção envolve processos de reconstrução, diferenciação, etc.
Alguns pesquisadores como Ferreiro e Piaget se dedicam a buscar dentro das
conceitualizações infantis, o correto, ou o menos errado, com respeito ao sistema da
escrita que a criança está aprendendo. Em uma visão construtivista, o que interessa é a
lógica do erro. O erro no contexto da construção da escrita deve ser considerado
construtivo.
Segundo Cagliari (1999) o conhecimento empírico contribui para que a criança
construa e reconstrua suas hipóteses sobre a escrita, tendo em vista que ela vive num
mundo letrado e estas experiências mudar a plasticidade neural.
Dentro do ensino tradicional a criança que não aprendia (aprende) a ler e a
escrever era (é) considerada imatura e incapaz de aprender, o que contradiz a teoria de
Piaget, que afirma que a criança constrói conhecimento por meio da interação verbal
com o meio.
Esse conhecimento depende de vários fatores:
a) Condições de vida;
b) Nível de desenvolvimento tanto físico, emocional e neural, modo de percepção
e organização do mundo;
c) Formas de interação verbal com outras pessoas;
d) Tipo de cultura.
Características Ambientais:
a) Quantidade de linguagem escrita presente no meio em que vive;
b) A função da escrita na troca de comunicações;
c) Valores expressos e/ou esclarecidos sobre a escrita.
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O professor que respeitar esses conhecimentos já adquiridos pela criança antes
de chegar à escola, permitirá o desenvolvimento do pensamento lógico e do raciocínio,
elementos fundamentais para a aprendizagem da leitura e escrita.
Dessa forma, a escola não deverá propiciar um contato menos diverso do que
aquele que a criança encontra fora dela, uma vez que, a familiaridade do uso da leitura
e da escrita não se reduz apenas a capacidade de ler e de escrever, as duas ações
possuem uma função social muito importante.
De acordo com Carvalho (2005), nesse contexto, espera-se que a escola possa
alfabetizar letrando, formando leitores e produtores de escrita. O letramento pode variar
de acordo com o conceito social.
Ferreiro e Teberosky (1990) revelam as hipóteses criadas pelas crianças no
processo de aquisição da escrita.
Elas definem, em seu livro, cinco níveis de aprendizagem:
Hipótese pré-silábica:
A criança não estabeleceu vínculo entre fala e escrita, demonstra intenção de
escrever através de traçado linear com formas diferentes, usa letras do próprio nome ou
letras e números na mesma palavra. Tem leitura global, individual e instável do que
escreve só ela sabe o que quis escrever.
Intermediária:
A criança começa a ter consciência de que existe alguma relação entre
pronuncia e escrita, começa a desvincular a escrita das imagens e os números das
letras. Ela conserva a hipótese da quantidade mínima e varia os caracteres.
• Hipótese silábica:
A criança já supõe que a escrita representa fala, tenta fonetizar a escrita e dar
valor sonoro às letras; já supõe que a menor unidade da língua seja a sílaba, em
frases, pode-se usar uma letra para cada palavra.
• Hipótese silábica, alfabética ou intermediária:
A criança inicia a superação da hipótese silábica, compreende que a escrita
representa a fala, passa a ler termo a termo (não global), consegue combinar vogais
e consoantes numa mesma palavra, numa tentativa de combinar sons, sem tornar
ainda sua escrita socializável. Por exemplo, CAL – CAVALO.
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• Hipótese alfabética:
A criança já conhece a função social da escrita, compreende o modo de
construção do código da escrita, omite letras quando mistura as hipóteses alfabética
e silábica e não tem problemas de escrita, no que se refere a conceito, não é
ortográfica e nem léxica.
Neste contexto, a alfabetização não pode mais ser vista como sendo um
ensino de um sistema gráfico que equivale a sons.
O reconhecimento desse saber da criança é que torna o professor mediador
desse conhecimento, uma tarefa tão diferente do “ensinar a ler e a escrever”.
A partir do que a criança sabe sobre a escrita, do seu desenvolvimento
neurológico, ao professor caberá investigar o que representa para ela esse tipo de
linguagem. Ele deverá atuar primeiramente como observador e intérprete dos modos
de participação da criança nas atividades linguísticas e não linguísticas orais e
gráficas que se relacionam com o escrito.
2. DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM
2.1 Dislexia
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• A leitura silenciosa é mais rápida que a oral, ou mantém o mesmo ritmo
de velocidade?
• A criança segue a linha com o dedo?
• A criança faz excessivas fixações do olho ao longo da linha impressa?
• A criança demonstra excessiva tensão ao ler?
• A criança efetua excessivos retrocessos da vista ao ler?
• Troca de fonemas:
A troca de fonemas tem sido um assunto bastante discutido por professores
comprometidos com a educação, pois a maioria de nossos alunos tem confundido
fonemas ao usar a escrita.
Mediação pedagógica quanto à troca de fonemas
- Levar a criança a detectar e diferenciar, através da própria fala, os fonemas
surdos e sonoros por meio de exercícios articulatórios – ajudar com a leitura de
palavras gravadas e ouvidas pela criança para que ela identifique os sons.
- Fazer com que a criança sempre leia o que escreve.
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- Dar figuras para a criança nomear, jogo de classificação de palavras com
F/V para identificar a diferença entre os fonemas, jogos para soletrar, listagem de
palavras para ler e completar com os fonemas que faltam.
• Substituição de letras
A troca de letras também tem sido um problema enfrentado por muitos pais e
educadores. Mas sabemos que a criança ainda não articula bem alguns fonemas,
devemos então repetir corretamente para que ela tenha um modelo ou procurar o
auxílio de um fonoaudiólogo.
Mediação pedagógica quanto à substituição de letras
- As intervenções neste caso devem levar a criança a perceber que uma letra
pode representar vários fonemas. Para que isso ocorra, sempre que a criança errar
a escrita o professor deverá questioná-la sobre o erro, fazendo reescrita individual
para que ela possa refletir sobre o erro e corrigi-lo.
- Bingos com palavras contendo os fonemas surdos e sonoros;
- Jogo das rimas e segmentação de frases;
- Parlendas com rimas e aliterações.
• Omissões de letras
Podemos afirmar que a omissão de letras na fase de alfabetização acontece
devido a uma série de fatores relacionados à pronúncia das palavras e à forma
como os professores tratam este fenômeno.
Mediação pedagógica sobre omissões de letras
O professor deve propor segmentação de sonoridade em níveis variados em
frases, palavras, sílabas e fonemas. Deve fazer com que a criança compare as
diferentes possibilidades de construção, de modo que ela possa quantificar fonemas
e letras para escrever, podendo utilizar jogos como soletrando, intervenções de
sílabas, caças palavras, etc.
• Vícios de oralidade
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Zorzi (1998), afirma que as omissões ocorrem muito no período de
alfabetização, isto é, nas séries iniciais, porque a criança se encontra em interação
com a nova forma de linguagem (a escrita).
Infelizmente eles estão presentes mais do que deveriam em nossas salas de
aulas. Temos que ensinar nossos alunos a escrever de forma que se possa ler e
fazer-se entender.
Medicação pedagógica
Nestes casos, as intervenções podem ser feitas através de atividades como:
frases e textos fragmentados, jogo silábico, dominó de figuras e palavras, textos
enigmáticos.
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Quando a criança está aprendendo a língua escrita ela tem dúvidas sobre
segmentação vocabular, às vezes ela junta palavras ou as divide. Para superar esse
tipo de atividade ela deve saber o que é palavra, frase e que existem variações no
falar e no escrever.
• Inversões de letras
Como já mencionado, até a segunda série é comum acontecer às inversões
de letras depois disso temos que nos preocupar e buscar ajuda de um
fonoaudiólogo.
Ferreiro (1994), afirma que as inversões ocorrem porque no processo de
aquisição da linguagem escrita, a criança vai fazendo organizações,
desestruturações, reestruturações contínuas do conhecimento, por isso, o professor
deverá estar atento e fazer as intervenções necessárias levando a criança a refletir.
Medicação pedagógica
A criança deve compreender que a posição da letra no espaço pode
determinar seu valor sonoro e saber situá-la e compreender que essa mesma
posição tem relação com o fonema dentro da palavra
Ao fazer um ditado, o professor deve pronunciar bem as palavras, ler em voz
alta, direcionar os olhos para as crianças e dar palavras com sílabas invertidas para
que ela possa olhar para as figuras e ordená-las. Também poderá propor jogos
como bingos de letras, palavras, dominó de palavras e figuras.
Acréscimo de letras
O acréscimo de letras também é uma dificuldade de aprendizagem que pode
ser sanada à medida que a criança tem mais consciência da escrita certa.
Mediação pedagógica
Neste caso, a criança pode não saber exatamente como representar um
segmento sonoro ou sílaba, colocando letras a mais ou desnecessárias.
O professor pode propor atividades como: jogo silábico, alfabeto móvel, caça-
palavras, cruzadinhas com letras e sílabas, dominó de palavras, listagem para ler
(banco de palavras), bingo silábico, quebra-cabeça de palavras, ditado mudo, etc.
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Generalização
Esse é um fato que ocorre em todo período da alfabetização e ele vai se
corrigindo a partir do momento em que a criança começa a perceber os sons.
Mediação pedagógica
As crianças no período de alfabetização demonstram dificuldades em discriminar
os sons do ão/am, por isso, às vezes erram em grafar palavras com tais terminações,
pois ambas são sílabas tônicas fortes e, do ponto de vista fonético, são pronunciadas
da mesma forma.
A criança precisa compreender que as terminações marcam diferentes tempos
verbais, e que a intensidade sonora modifica o significado, que pode haver diferença
entre o falar e o escrever. Todos um trabalho que perpassa pelo cérebro e através das
atividade dos neurônios, a criança recebe as novas informações.
Para corrigir os erros, o professor poderá propor montagem de frases
fragmentadas com as duas terminações para que a criança compreenda a sonorização
das sílabas na prática; leitura de palavras com gravações, textos para completar com
verbos no futuro e presente.
- Não dar tarefas em grandes quantidades;
- Trabalhar com reescritas, textos fatiados ajuda o disléxico a desenvolver melhor
a organização;
- Sempre pedir ao aluno que leia o que escreveu para refletir sobre os erros;
- Usar cartazes com resumos dos conteúdos;
- Delimitar em colunas os cálculos matemáticos, para que a criança não se
confunda na orientação especial;
- Usar estratégias diversificadas para ensinar, tais como: sons, vídeos,
fantoches, desenhos, músicas, dramatizações e exercícios de memorização, jogos que
envolvam memorização, sequência, classificação e seriação.
2.2 DISGRAFIA
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A disgrafia é um distúrbio de aprendizagem caracterizado por problemas com a
linguagem escrita. As crianças disgráficas, em muitos casos, são tidas como
preguiçosas e desleixadas durante o período escolar por terem letra feia e por não
copiarem corretamente.
Toda criança já adquire a escrita a partir do momento que usa traços ondulados
contínuos e riscos verticais descontínuos, portanto o fato da letra se tornar feia ou
ilegível pode ser um problema de ordem emocional ou uma maneira de expressar
desinteresse pelo processo de aprendizagem.
A criança é também um produtor de textos desde a tenra idade. Numa criança de
classe média, habituada desde pequena a fazer uso dos lápis e dos papéis que
encontra na sua casa, podem-se registrar tentativas claras de escrever- diferenciadas
das tentativas de desenhar desde a época das primeiras garatujas ou antes ainda
(FERREIRO, TEBEROSKY, 1994, p.191).
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-
IV,1995), a principal característica da disgrafia é a falta de ordem da habilidade motora,
afetada diretamente pelo cerebelo, o qual recebe informações de diversas regiões
cerebrais sendo a principal o Córtex Motor. O cerebelo também age como um fiscal da
atividade motora mas aqui o cuidado maior é com a precisão e coordenação do
movimento realizado o que influenciará também na realização de ações como andar,
subir, descer, sentar, correr e durante a realização de movimentos mais precisos
(prática de esportes, movimentos com mãos e dedos).
Além dessas características, o gráfico 1 abaixo nos mostra as consequências
físicas e psicológicas causadas pela Disgrafia no âmbito escolar, onde a pressão
advinda das atividades escolares e as expectativas que a próprias crianças colocam em
si mesmas podem desencadear toda uma desestruturação orgânica nos alunos com tal
distúrbio.
Gafico 1. Relação entre Stress Infantil e a Dificuldade de aprendizagem
(Disgrafia)
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Para fazer qualquer intervenção neste caso é preciso que o professor observe
como a criança segura o lápis e a sequência de movimentos que ela usa para copiar.
As atividades devem servir para que a criança faça relação visual, cenestésica e
motora.
O professor pode margear o caderno do aluno com cores fortes, fazendo com
que ele perceba a limitação do espaço.
Trabalhar também com reescrita de palavras, frases e textos, caligrafia, pintura
de espaços entre palavras de um texto pequeno (parlendas), cruzadinhas silábicas,
frases para ler e montar, história em sequência, leitura visual.
2.3 DISORTOGRAFIA
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Segundo Sampaio (2009) há algumas características peculiares de indivíduos
que apresentam quadros de disortografia, são elas:
Trabalhando a disortografia
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Segundo Scoz (1994) incentivar a percepção e memória visual do aprendente,
utilizando recursos como cartaz de números e letras, o docente pode espalhar os
cartazes pela sala de aula, deixando a vista dos alunos. O professor deve sempre
elogiar as produções do educando, principalmente quando ele escrever corretamente,
isso levantará sua autoestima.
A autora nos remete à importância de o docente observar as trocas mais
frequentes que o aluno apresenta e assim poderá planejar e realizar atividades mais
diretas, relacionadas a essas dificuldades, trabalhando o lúdico, incentivando a
brincadeira, o jogo e a música, despertando na criança o interesse pela atividade.
A relação entre o conteúdo já assimilado e o que está sendo ensinado é muito
importante para que o aluno possa fazer as comparações e ter suas conclusões, sendo
assim o professor deve estar atendo a estes apontamentos para planejar suas
atividades desencadeando novas aprendizagem partindo do que já foi aprendido e
acrescendo o novo, outro fator importante que podemos observar nas ideias da autora
é a importância de a sala de aula deva ser um ambiente agradável e favorável a
aprendizagem, ou seja um ambiente estimulador que traga o aconchego e o contato
com o mundo letrado, visando promoção e a valorização das habilidades,
atitudes e conhecimento que o aluno tem, oportunizando que ele possa desenvolvê-
las de maneira satisfatória.
O Educador deve despertar a curiosidade e o interesse do educando, assim o
ato de ensinar e aprender torna-se eficaz e prazerosa.
De acordo com Sampaio (2009) o professor enquanto mediador do processo de
ensino deve buscar orientações acerca das dificuldades de aprendizagem apresentada
pelo aluno, a fim de buscar soluções e desenvolver um trabalho consciente e que
promova a satisfação e o bem estar de todos.
Sampaio explana a importância de que não se deve tratar as dificuldades de
aprendizagem, como algo sem solução, mas sim como um desafio diário que faz
parte deste processo, identificando precocemente a complexidade, para que as
devidas medidas sejam tomadas, evitando assim o sofrimento prolongado do aluno. E
principalmente a importância da família junto ao trabalho pedagógico para favorecer
uma comunicação e consequentemente melhoras na aprendizagem da criança, pois as
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trocas de ideias entre família e professor pode enriquecer e muito a maneira de como
trabalhar a criança para que surte resultados mais positivos.
3.2 As Listas
Crianças entre cinco e oito anos demonstram muito interesse por enumerações.
A escrita de nomes em forma de listas contribui muito para a aquisição da
linguagem escrita.
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A criança extrai a informação do contexto gráfico (desenhos, imagens, livros de
contos, etc.), depois o professor pode dar as informações para que ela interprete e
ordene as partes do título, se a criança não tiver informações prévias, faz-se a leitura
convencional da palavra. A criança vê e copia os títulos para fazer listagem, o professor
deverá oferecer-lhe exemplos, revisar, corrigir e propor a reescrita dos mesmos.
Por ser um tipo de texto que traz rimas e aliterações, sua reprodução ou escrita
pode contribuir para a fixação de fonemas. Por ser um tipo de texto que faz parte da
sabedoria sócio-cultural, a criança tende a reconhecê-lo e criar melhores hipóteses
sobre a escrita (lendas, músicas, poesias, etc.).
Escrita de notícias
Com atividades desse tipo, a criança entra em contato com diferentes estilos de
textos, que correspondem às diversas seções do jornal. É uma atividade que permite
aos alunos maior intercâmbio cultural, interação linguística e diversificação textual.
Além de trazer informações e conhecimento à criança, esse trabalho é enriquecedor
para a aquisição da linguagem escrita e ampliação dos aspectos linguísticos.
Rueda (1993) considera que o conhecimento fonológico possui quatro diferentes
níveis: conhecimento da rima, conhecimento silábico, conhecimento intra-silábico e
conhecimento fonêmico ou segmental.
Conhecimento da rima:
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Quando a criança começa descobrir que determinadas palavras
apresentam um mesmo conjunto de sons em seu princípio ou final.
Conhecimento silábico:
Conhecimento intra-silábico:
Conhecimento segmental:
CONCLUSÃO
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O professor das séries iniciais deve estar atento a essas habilidades e verificar
as condições sociais, culturais, intelectuais e emocionais das crianças, pois todos esses
fatores contribuem para um bom desenvolvimento cognitivo e aprendizagem.
Percebe-se a importância da linguagem escrita e sua função social, todavia, o
processo de aquisição da mesma se torna difícil para algumas crianças, sabendo que
alguma dificuldade de aquisição da língua escrita se dá devido aos problemas
cognitivos, psicológicos, sociais ou até mesmo pedagógicos é preciso repensar as
práticas de alfabetização, pois hoje o professor se depara com vários tipos de
dificuldades e distúrbios de aprendizagem em sala de aula e sem dúvida deverá investir
cada vez mais em sua capacitação profissional, a fim de ampliar e atualizar seus
conhecimentos.
Os conhecimentos teóricos, metodológicos e científicos servirão de apoio para
uma boa intervenção pedagógica. À medida que se faz as intervenções, pode se
compreender melhor as diversas características evolutivas da aprendizagem, como
também as dificuldades que são apresentadas, porém, para intervir de modo eficiente,
o professor deve fazer um bom diagnóstico e ter uma atitude pedagógica de mediador
durante o processo.
Tratar-se-á nesse momento apenas das dificuldades de aquisição da língua
escrita e alguns distúrbios que possam contribuir para dificultar a mesma, pois tem sido
preocupante o número de crianças que repetem sucessivamente as séries iniciais e
alunos que chegam ao quinto ano do ensino fundamental com dificuldade na linguagem
escrita.
Sendo uma linguagem que requer o desenvolvimento de várias habilidades e
cognitivamente de vias fonológicas e léxicas bem desenvolvidas simultaneamente, o
professor deve estar capacitado profissionalmente para propor uma aprendizagem
significativa, dinâmica e desafiadora para compreender e sanar as dificuldades dos
alunos nesse processo de aquisição. Outro fator importante é a boa relação que ele
mantém com os alunos e interação com os familiares dos mesmos.
Com uma boa proposta pedagógica, uma boa metodologia e recursos didáticos o
professor poderá transformar a aquisição da língua escrita um processo prazeroso e
construtivo.
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A criança deve ter um bom relacionamento com os pais, professores e colegas
para que se sinta estimulada a escrever.
Compreende-se por meio de várias pesquisas científicas que alguns professores
ainda possuem uma prática pedagógica arraigada em métodos tradicionais, e que por
falta de capacitação, melhores condições de trabalho e salários deixam de buscar uma
melhor formação profissional para que possam melhorar suas práticas pedagógicas.
Com isso, passam a ensinar de maneira retrógrada e descontextualizada numa
sociedade que hoje é cercada de avanços tecnológicos e onde o aluno tem acesso a
todos os recursos tecnológicos e meios de comunicação no seu cotidiano.
Com isso, os alunos sentem-se desmotivados a frequentar salas lotadas, com
professores cansados usando a teoria da lousa, giz, caderno e enfatizando os
conteúdos ultrapassados e descontextualizados numa prática insana que reproduz o
desinteresse, a indisciplina e pouco desenvolvem o senso crítico do aluno.
O que é preciso ressaltar é que professores desvalorizados geram alunos mal
formados. Em relação à aprendizagem e aquisição da linguagem escrita e leitura,
percebe-se que uma boa atuação dos professores no período de alfabetização é
fundamental para que nas séries iniciais o aluno tenha uma variedade de habilidades
desenvolvidas em relação ao processo de aprendizagem.
Outro fator importante que reflete numa boa aprendizagem é quando o professor
reconhece a realidade sociocultural do aluno e principalmente o desenvolvimento
cognitivo, respeitando seus erros propondo um ensino dinâmico incutindo no aluno o
interesse e o prazer em pesquisar, buscar novos conhecimentos de forma
contextualizada processando as informações necessárias ao seu desenvolvimento
acadêmico e sociocultural. E se necessário buscar ajudar de uma equipe
multidisciplinar,
REFERÊNCIAS
CAGLIARI, L. C. Alfabetizando sem o ba, be, bi, bo, bu. São Paulo: Spione,
1999.CARVALHO, J. B. P. Outros impressos e materiais didáticos em sala de aula. Texto
escrito para o Programa 4 da Série Materiais didáticos - escolha e uso. Salto para o
Futuro/ TV Escola, 2005.
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