Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo Da Bahia (2015 - 2024)
Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo Da Bahia (2015 - 2024)
Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo Da Bahia (2015 - 2024)
SALVADOR
2015
ESTADO DA BAHIA
SALVADOR
2015
Qualquer parte deste material bibliográfico pode ser reproduzido desde que citada a fonte.
CDU: 342.17
Para sua elaboração foi constituída uma comissão interinstitucional, composta por
profissionais de órgãos envolvidos com a socioeducação no Estado, tanto do âmbito
do Poder Executivo Estadual e Municipal quanto do Judiciário, Ministério Público e
Defensoria Pública, que disponibilizaram seus conhecimentos para redação do
documento, tendo como referência as legislações e normativas vigentes, o Plano
Nacional de Atendimento Socioeducativo e o Plano de Atendimento Socioeducativo
do Estado da Bahia, referentes aos períodos de 2014 a 2023 e de 2011 a 2015,
respectivamente.
INTRODUÇÃO ....................................................................................... 21
INTRODUÇÃO
Inspirando-se nos eixos do SINASE, estas metas têm execução proposta a curto,
médio e longo prazos, com monitoramento realizado através de períodos definidos,
na forma estabelecida no capítulo cinco, em cronograma pactuado e aprovado pela
Comissão Estadual Intersetorial de Implementação e Acompanhamento do Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo da Bahia, que tem como finalidade
promover a articulação e a integração dos órgãos e entidades envolvidos na
execução do SINASE, bem como na elaboração e planejamento de ações
estratégicas destinadas ao atendimento de adolescentes autores de atos
infracionais.
recursos humanos das instituições que realizam a execução das medidas impostas
pelo ECA.
1 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES
O paradigma holístico que norteia o novo século, diz que o ser humano é um hólon,
um todo que se identifica como ser autônomo e, igualmente, como um elemento
participante de totalidades maiores. O físico, o intelecto, as emoções e o espírito
constituem as várias dimensões da totalidade indivisível da pessoa humana.
Nenhuma dessas dimensões pode ser priorizada no desenvolvimento individual, isto
traduz a visão integral do ser humano.
• Crença que o ser humano que se pretende educar é capaz de retornar aos seus
direitos civis e políticos e aos seus deveres para com o Estado;
Desde o fim do século XIX, a infância pobre era objeto de discussão e de políticas
de atendimento desenvolvidas pelas entidades assistenciais, mas foi no bojo do
processo acelerado de urbanização e industrialização desenvolvidas no Brasil, que
essa questão surgiu como parte da questão social (CARVALHO, 1995).
Nesse contexto, o objeto central das políticas correcionais repressivas, dos Juízos e
do Código de Menores (criados, respectivamente, em 1923 e 1927), marcou o início
da intervenção do Estado nesta questão. Com esse Código, estabeleceu-se um
novo padrão em relação à prática jurídica dirigida ao chamado “menor”, o que nos
permite falar do surgimento da “menoridade”, uma vez que esta categoria passou a
designar exclusivamente crianças e adolescentes pobres (ALVIM, VALADARES;
1998).
No ano de 2004 foi sistematizada e organizada uma proposta, que tinha como
objetivo se tornar um guia na implementação das medidas socioeducativas,
denominada Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, sustentada nos
princípios dos direitos humanos.
Após muitas discussões, em 2006, foi publicado o SINASE, com registro das
orientações para o funcionamento da ação socioeducativa. Em paralelo, foi
encaminhado um projeto de lei ao Congresso Nacional, com propostas
regulamentadoras para a execução das medidas socioeducativas, do ponto de vista
judicial, somente tornando-se lei no ano de 2012.
1
A incompletude institucional é um principio fundamental, norteador de todo o direito da
adolescência, que deve permear a prática dos programas socioeducativos e da rede de serviços.
Demanda a efetiva participação dos sistemas e políticas de educação, saúde, trabalho, previdência
social, assistência social, cultura, esporte, lazer, segurança pública, entre outras, para a efetivação da
proteção integral de que são destinatários todos adolescentes. (SINASE, 2006)
32
A maioria dos municípios baianos fica distante dessas unidades, o que compromete
a convivência familiar e o necessário acompanhamento do processo socioeducativo
por parte dos responsáveis pelos adolescentes, desrespeitando princípio
constitucional, previsto também no Estatuto da Criança e do Adolescente e na Lei do
SINASE. Urge, portanto, a implantação de centros de internação regionalizados,
criando mais vagas no sistema, qualificando o atendimento e aproximando os
adolescentes dos seus familiares, condição fundamental para sua reinserção na
sociedade.
Noutro giro, mais um dos graves entraves do nosso sistema socioeducativo tem sido
a deficiente execução das medidas socioeducativas em meio aberto, que, conforme
disciplina a Lei do SINASE, é de competência dos municípios, assegurada a
cooperação dos Estados. Estas medidas, se efetivas, responsabilizam o
adolescente, porém não o priva de liberdade, o que nesta fase da vida pode trazer
consequências irreversíveis.
A seguir estão dispostos dados da atual situação da justiça juvenil no Estado, bem
como as mais expressivas demandas registradas no momento, em forma de tópicos:
34
• Ineficiência dos recursos legais, que demoram em média um ano para serem
julgados;
O Estatuto da Criança e do Adolescente traz, em seu artigo 87, como linha de ação
da política de atendimento socioeducativo, a proteção jurídico-social por entidades
de defesa dos direitos da criança e do adolescente, enquanto o SINASE orienta o
Poder Público, por seus mais diversos órgãos e agentes, na prestação deste
atendimento especializado, com eixo de trabalho exclusivo para a área de
segurança socioeducativa.
Nos processos de gestão pública instituídos no Brasil, por vezes as políticas são
pensadas de maneira discriminatórias e preconceituosas, neste particular para os
denominados “grupos vulneráveis”, que diz respeito a “um conjunto de pessoas que
por questões ligadas a gênero, idade, condição social, deficiência e orientação
sexual, tornaram-se mais suscetíveis à violação de seus direitos” (SENASP, 2009).
Os integrantes destes segmentos, inscritos na realidade social brasileira,
representam a expressiva maioria da população brasileira e baiana.
Outro aspecto importante para o exercício do cargo diz respeito à formação para o
exercício da atividade policial; são dimensões distintas que formam o “ser policial”,
provocando contradições entre o “ser” e o “dever ser”. Nesta linha deve-se observar
que os equipamentos e a tecnologia precisam de profissionais operando no sentido
de fazer valer as normas e os valores institucionais.
Desse modo, percebe-se que, na Bahia, com a instalação das Bases Comunitárias
de Segurança Pública e o recrutamento de novos Policiais, associado ao modelo de
gestão de polícia comunitária, implantou-se uma importante ação de prevenção da
criminalidade. Neste contexto a Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI) e a
Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Criança e o Adolescente (DERCA) se
39
São oferecidos, ainda, serviços básicos aos adolescentes, tais como alimentação,
atendimento de saúde ambulatorial e higienização, bem como atendimento técnico
aos responsáveis pelos mesmos, presentes em suas instalações.
12 Anos 037 014 051 022 008 030 029 009 038 014 004 018
13 Anos 065 027 092 072 026 098 070 016 086 068 010 078
14 Anos 177 030 207 142 041 183 142 033 175 153 020 173
15 Anos 337 055 392 304 054 358 334 048 382 303 033 336
16 Anos 556 072 628 502 057 559 523 039 562 575 058 633
17 Anos 796 054 850 690 052 742 658 042 700 675 045 720
Maior de 18 Anos 045 001 046 032 003 035 033 --- 033 028 --- 028
Sem Informação --- --- --- 002 --- 002 015 --- 015 010 --- 010
Total Geral 2013 253 2266 1766 241 2007 1804 187 1991 1826 170 1996
Fonte: SIPIA SINASE (PA) – Data: 30/12/2014
No tocante à etnia, 83,49% (oitenta e três vírgula quarenta e nove por cento) dos
atendimentos iniciais foram realizados com adolescentes pardos e negros, enquanto
que com relação à escolaridade 88,72% (oitenta e oito vírgula setenta e dois por
45
Amarela --- --- 0037 0031 003 0034 0027 008 0035 0025 002 0027
Branca --- --- 0115 0108 016 0124 0116 016 0132 096 006 0102
Índia --- --- 0026 035 004 0039 0045 005 050 041 005 0046
Negra --- --- 0811 0671 095 0766 0710 064 0774 0766 064 0830
Parda --- --- 1028 0798 102 0900 0783 084 0867 0829 085 0914
Não Informada --- --- 0249 0123 021 0144 0123 010 0133 0069 008 0077
Total Geral --- --- 2266 1766 241 2007 1804 187 1991 1826 170 1996
Fonte: SIPIA SINASE (PA) – Data: 30/12/2014
Analfabeto 0098 003 1001 0055 007 0062 0061 006 0067 0056 001 0057
Alfabetizado 0015 --- 0015 0011 --- 0011 0014 --- 0014 0004 --- 0004
Ensino Fundamental 1717 217 1934 1529 210 1739 1553 160 1713 1569 133 1702
Ensino Médio 0090 018 0108 0086 013 0099 0075 017 0092 0110 030 0140
Superior Incompleto 0001 --- 0001 0001 --- 0001 0002 --- 0002 --- --- ---
Supletivo Ens. Fundam. 0041 011 0052 0055 008 0063 0061 001 0062 0057 004 0061
Supletivo Ensino Médio 0004 --- 0004 0006 002 0008 --- 001 0001 0001 --- 0001
Não Informado 0047 004 0051 0023 001 0024 0038 002 0040 0029 002 0031
Total Geral 2013 253 2266 1766 241 2007 1804 187 1991 1826 170 1996
Fonte: SIPIA SINASE (PA) – Data: 30/12/2014
Neste mesmo período, em média 80,38% (oitenta vírgula trinta e oito por cento) dos
atendimentos foram realizados com adolescentes provenientes de Salvador,
oriundos da delegacia especializada, com situações judiciais ainda indefinidas. Os
demais atendimentos, 19,62% (dezenove vírgula sessenta e dois por cento), foram
46
feitos com público originário de outras comarcas, com decisões exaradas para
cumprimento de internações (provisória ou definitiva) nas unidades da FUNDAC.
Salvador 1595 229 1824 1373 214 1587 1488 166 1654 1436 139 1575
Interior da Bahia 0418 024 0442 0393 027 0420 0316 021 0337 0398 023 0421
Total Geral 2013 253 2266 1766 241 2007 1804 187 1991 1834 162 1996
Fonte: SIPIA SINASE (PA) – Data: 30/12/2014
No tocante aos atos infracionais com maior índice de acusação, percebe-se uma
diferenciação entre os dados relativos aos adolescentes apreendidos na capital em
comparação com os do interior do Estado. Em Salvador houve maior incidência de
imputações alusivas a atos contra o patrimônio e ao comércio ou posse de drogas,
enquanto que nas demais comarcas as ações contra a vida tiveram relevante
ocorrência, chegando a atingir 12,37% (doze vírgula trinta e sete por cento) do total
de apreensões contra 0,88% (zero vírgula oitenta e oito por cento) de Salvador.
Salvador
Salvador
Salvador
Interior
Interior
Interior
Total
Total
Total
Ameaça 0061 018 0079 0057 009 0066 0080 011 0091
Apropriação Indébita ---- --- ---- 0003 --- 0003 ---- --- ----
Atentado Violento ao Pudor 0001 --- 0001 ---- --- ---- ---- --- ----
Cárcere Privado ---- 002 0002 ---- --- ---- ---- --- ----
Contravenção Prevista na Lei de Trânsito 0016 --- 0016 0008 --- 0008 0005 --- 0005
Crime Previsto na Lei de Trânsito 0015 --- 0015 0020 --- 0020
Dano 0045 003 0048 0016 005 0021 0031 005 0036
Desacato à Autoridade 0010 --- 0010 0009 002 0011 0019 --- 0019
Direção Perigosa ---- 001 0001 ---- 001 0001 ---- --- ----
Estelionato 0004 --- 0004 0006 --- 0006 ---- --- ----
Estupro 0025 011 0036 0013 005 0018 0011 013 0014
Extorsão 0001 001 0002 0003 001 0004 ---- 002 0002
Falsificação de Documentos 0004 --- 0004 0005 --- 0005 0001 --- 0001
Formação de Quadrilha 0024 006 0030 0016 014 0030 0027 011 0038
Furto 0223 039 0262 0167 016 0183 0119 024 0143
Homicídio 0016 071 0087 0011 047 0058 0019 061 0080
Latrocínio 0005 010 0015 0002 011 0013 0003 018 0021
Lesão Corporal 0088 018 0106 0086 009 0095 0065 006 0071
Outras Contravenções Consumadas 0010 --- 0010 0005 --- 0005 0001 --- 0001
Outros Crimes Consumados 0018 --- 0018 0017 005 0022 0027 004 0031
Outros Crimes Tentados 0003 --- 0003 0002 --- 0002 0003 --- 0003
Perturbação da Ordem Legal 0004 --- 0004 0003 --- 0003 ---- --- ----
Porte Ilegal de Armas 0171 034 0205 0202 033 0235 0168 043 0211
Posse de Drogas 0084 005 0089 0090 --- 0090 0070 003 0073
Provocar Incêndio 0001 002 0003 ---- 001 0001 ---- --- ----
Receptação 0032 005 0037 0047 003 0050 0038 007 0045
Rixa 0013 --- 0013 0002 --- 0002 ---- --- ----
Roubo 0438 128 0566 0519 115 0634 0560 164 0724
Sequestro/Subtração de Incapaz 0001 005 0006 0006 001 0007 0001 001 0002
48
Salvador
Salvador
Salvador
Interior
Interior
Interior
Total
Total
Total
Tentativa de Estupro ---- 002 0002 0003 --- 0003 0002 001 0003
Tentativa de Furto 0016 --- 0016 0015 001 0016 0013 001 0014
Tentativa de Homicídio 0014 040 0054 0022 026 0048 0011 037 0048
Tentativa de Latrocínio ---- 008 0008 ---- 004 0004 ---- --- ----
Tentativa de Roubo 0015 001 0016 0025 003 0028 0040 005 0045
Tráfico de Drogas 0353 087 0440 0392 091 0483 0402 087 0489
Vias de Fato 0020 002 0022 0015 033 0048 0005 --- 0005
Violação de Domicílio 0003 001 0004 0005 001 0006 ---- --- ----
Total Geral 1719 500 2219 1787 437 2224 1741 504 2245
Fonte: SIPIA SINASE (PA) – Data: 30/12/2014
Int. Provisória CASE SSA 433 37 470 367 032 399 382 023 405 478 --- 478
Int. Provisória CASE CIA --- --- --- 010 --- 010 050 --- 050 011 --- 011
Liberado Sob Termo – MP 666 133 799 627 127 754 647 105 752 656 89 745
Retorno a DAÍ 006 001 007 004 003 007 002 --- 002 001 --- 001
Retorno a Comarca de
--- --- --- 001 --- 001 --- --- --- --- --- ---
Origem
Internação CASE CIA 022 --- 022 019 --- 019 019 --- 019 018 --- 018
Internação CASE SSA 015 001 016 042 008 050 017 --- 017 016 --- 016
Int. Sanção CASE SSA --- --- --- --- --- --- 001 003 004 001 --- 01
Int. Sanção CASE CIA --- --- --- --- --- --- 001 --- 001 --- --- ---
Semiliberdade CASE
--- --- --- --- --- --- 001 --- 001 001 --- 001
BROTAS
Pernoite MP 008 003 011 002 --- 002 --- --- --- --- --- ---
Total 1308 189 1497 1186 193 1379 1282 149 1431 1268 132 1400
Encam. para outra unidade 087 007 094 027 005 032 030 007 037 013 --- 013
Int. Provisória CASE SSA 243 018 261 204 009 213 197 006 203 245 --- 245
Mais de Uma Entrada
Int. Provisória CASE CIA --- --- --- 001 --- 001 007 --- 007 002 --- 002
Internação CASE CIA 015 --- 015 004 --- 004 003 --- 003 007 --- 007
Internação CASE SSA 020 --- 020 025 002 027 016 001 017 010 --- 010
Liberado Sob Termo – MP 236 031 267 246 026 272 192 017 209 221 013 234
Retorno a DAÍ 015 002 017 007 --- 007 --- --- --- --- --- ---
50
Origem
Centro de Educação
--- --- --- 001 --- 001 --- --- --- --- --- ---
Especial Elcy Freire
Pernoite MP 006 --- 006 001 --- 001 --- --- --- --- --- ---
Total 697 064 761 579 048 627 507 038 545 551 030 581
Semiliberdade Camaçari 001 --- 001 --- --- --- --- --- --- --- --- ---
Retorno a Unidade de
--- --- --- --- --- --- 0001 --- 001 --- --- ---
Origem
Busca e Apreensão
Int. Provisória CASE SSA --- --- --- --- --- --- 008 --- 008 012 --- 012
Internação CASE SSA 007 --- 0007 --- --- --- 003 --- 003 --- --- ---
Internação CASE CIA --- --- --- --- --- --- 001 --- 001 --- --- ---
Total 008 --- 008 001 --- 001 015 --- 015 015 --- 015
Total Geral 2013 253 2266 1766 241 2007 1804 187 1991 1834 162 1996
Fonte: SIPIA SINASE (PA) – Data: 30/12/2014
Vale ressaltar que até o último mês de maio, o Pronto Atendimento de Salvador
funcionava de segunda a sexta-feira, das sete às dezenove horas, o que impunha
que os adolescentes em circunstâncias de prática de ato infracional permanecessem
em alguns momentos na delegacia especializada, local que, além de não ter esta
finalidade, não oferece espaço humanizado adequado para realização da custódia.
Em junho de 2015, porém, a unidade passou a estender sua atuação aos horários
diurnos dos finais de semana e feriados, não operando, apenas, basicamente nos
períodos noturnos, diminuindo a exposição deste público às adversidades da
custódia policial. Este plantão, porém, encontra-se funcionando inadequadamente,
pois não conta com a presença da Defensoria Pública e do Poder Judiciário no
Centro Integrado, o que compromete e dificulta o trabalho desenvolvido.
51
Quantitativo Atual
Quantitativo Atual
Capacidade Real
Capacidade Real
Tipo de Medida
Percentual de
Total
Total
Unidade
Ocupação Superlotação
IP Masc 45 087
CASE SSA 125 297 238% 138%
MSEI Masc 80 210
IP Fem 10 003
CASE SSA 035 017 49% -51%
MSEI Fem 25 014
IP Masc -- ---
CASE CIA 090 097 108% 8%
MSEI Masc 90 097
CASE IP Masc 37 031
090 094 104% 4%
ZILDA ARNS MSEI Masc 53 063
IP Masc 40 011
MSEI Masc 40 035
CASE JUIZ Atendimento 080 046 58% -42%
MELO MATOS Inicial (PA)
09 005
(Custódia
Temporária)
CASE IP Masc 18 ---
072 012 17% -83%
IRMÃ DULCE MSEI Masc 54 012
Total Geral 492 563
Fonte: Central de Vagas e Regulação – Data: 30/12/2014
Quantitativo Atual
Capacidade Real
Capacidade Real
Tipo de Medida
Percentual de
Total
Total
Unidade
Ocupação Superlotação
Semiliberdade
CASE Brotas
(1ª. Medida e 20 14 120 58 48% -52%
Salvador
Progressão)
Semiliberdade
Colibri
(1ª. Medida e 20 19 120 58 48% -52%
Feira de Santana
Progressão)
54
Quantitativo Atual
Quantitativo Atual
Capacidade Real
Capacidade Real
Tipo de Medida
Percentual de
Total
Total
Unidade
Ocupação Superlotação
Semiliberdade
Navaranda
(1ª. Medida e 20 10
Vitória da Conquista
Progressão)
Semiliberdade
Gey Espinheira
(1ª. Medida e 20 06
Juazeiro
Progressão)
Semiliberdade
Estação Vida I
(1ª. Medida e 20 03
Porto Seguro
Progressão)
Semiliberdade
Estação Vida II
(1ª. Medida e 20 06
Teixeira de Freitas
Progressão)
Importante ressaltar que a CASE JUIZ MELO MATOS, instalada na cidade de Feira
de Santana, foi desativada em março de 2015, desmobilizando seu programa de
atendimento, para dar inicio à reforma estrutural de suas instalações físicas, sem
previsão, ainda, de retorno das suas atividades. Os adolescentes que se
encontravam internados na unidade, quando do inicio das obras, foram transferidos
para as CASEs Zilda Arns (Feira de Santana) e IRMÃ DULCE (Camaçari), conforme
determinação judicial.
provisórias dos adolescentes acusados de cometer ato infracional, que ainda não
tiveram decisão quanto às suas situações.
As unidades que deverão ter os seus serviços transferidos para uma organização
social mediante a publicização estão localizadas nas cidades de Salvador (CASEs
SSA, CIA e SSA FEMININA), Camaçari (CASE IRMÃ DULCE) e Feira de Santana
(CASEs JUIZ MELO MATOS e ZILDA ARNS).
Pretende-se com essa iniciativa traçar uma nova funcionalidade organizacional para
o funcionamento das Comunidades de Atendimento Socioeducativo, conferindo
maior autonomia e flexibilidade administrativa e financeira na gestão dos serviços.
Preceitua, ainda, que as unidades devem propiciar, aos mesmos, acesso a direitos,
oportunidades de superação de sua dinâmica de vida e ressignificação de valores,
através de uma prática pedagógica sustentável e garantista.
57
A FUNDAC tem enfrentado problemas no tocante aos espaços físicos das unidades,
que não dispõem de estrutura totalmente adequada para a prática socioeducativa,
no entanto tem buscado suporte financeiro para a resolução desta problemática.
pelos demais membros do quadro funcional de suas unidades, que ofertam serviços
das mais diversas áreas (saúde, educação formal, cultura, esporte, lazer, atividades
laborativas e profissionalizantes, etc.).
A fim de vencer entraves críticos da prática foram criados os projetos “Uma Escola
na Vida”, para a escolarização de adolescentes em situação de internação
provisória; “Medida Afetiva”, que garante o direito à visita intima nas Comunidades
de Atendimento Socioeducativos (CASEs); e “Aprendizagem na Medida”, que atua
na linha da formação profissional através da aprendizagem.
Um dos graves entraves á convivência harmônica nas unidades diz respeito à forma
como a questão de gênero foi construída e internalizada socialmente. Isto gera
sérios problemas quando é necessário colocar para coabitar no mesmo espaço
adolescentes com as mais diversas orientações sexuais e valores. Convive-se com
posturas homofóbicas, expressas através de atitudes preconceituosas,
demonstradas não somente na ação indireta como, principalmente na forma de
violências verbais e físicas.
2.3.3 Educação
Nos incisos I e V do artigo 208 da CF/88 há indicação de que o dever do Estado com
a educação será efetivado mediante a garantia da educação básica obrigatória e
gratuita, assegurada de forma franqueada, inclusive para todos os que a ela não
tiveram acesso na idade própria, bem como aos “níveis mais elevados do ensino, da
pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”.
O artigo 227 da mesma Carta Magna dispõe, ainda, que “é dever da família, da
sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Nessas reuniões, a partir dos depoimentos dos professores sobre sua prática
pedagógica, foram discutidas as concepções de educação, de currículo e de
avaliação, tendo como base as características dos alunos e as condições de vida
peculiares do espaço educacional em questão, incluindo neste contexto as normas
de segurança, o papel do Socioeducador e as outras medidas que fortalecem o
caráter punitivo das instituições, em contrapartida com a proposta educacional que
busca o desenvolvimento humano.
Cada uma dessas etapas possui suas próprias especificidades, estágios e metas,
porém um processo único de aprendizagem e crescimento biopsicossocial.
Existem, porém, alguns entraves para a execução desta ação, tais como as
dificuldades com o espaço físico-arquitetônico, com o quadro funcional da rede de
ensino, com o fornecimento de material didático e, notadamente, com a
possibilidade de liberação do educando a qualquer momento, interrompendo o
processo educativo iniciado.
Nas CASEs SSA e ZILDA ARNS, unidades que atendem as internações provisória e
definitiva, a superlotação (vide Tabela 07) potencializa os aspectos acima referidos,
de modo que a oferta de atividades esportivas, culturais e de lazer, não consegue
atender integralmente a demanda de adolescentes internados.
74
Vale ressaltar que as CASEs CIA, IRMÃ DULCE e ZILDA ARNS possuem espaço de
leitura favorecido através de parceira com a Fundação Pedro Calmon, que
disponibiliza acervo e treinamento de profissional para atender às demandas no
local. A CASE SSA e a CASE SSA FEMININA não possuem biblioteca instalada no
momento, já estando planejada a reativação e a implantação do espaço,
respectivamente.
75
2.3.5 Saúde
Nesta perspectiva, foi lançada, pelo Ministério da Saúde (MS), a Portaria nº.
1.082/2014, que trata das diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde de Adolescentes em Conflito com a Lei, em Regime de Internação e
Internação Provisória (PNAISARI), estabelecendo novos critérios e fluxos para
adesão e operacionalização da atenção integral à saúde de adolescentes em
situação de privação de liberdade.
Uma das vertentes mais importantes do trabalho socioeducativo diz respeito aos
núcleos familiar e comunitário, uma vez que são deles que o adolescente emerge e
a eles que retorna após a privação e/ou restrição de liberdade. Trabalhar o presente
é fundamental, porém isto não pode ser realizado sem conhecer e intervir nas
dinâmicas e realidades do passado deste adolescente, onde provavelmente ele será
reinserido no futuro.
Informática 01 20 / 05
Fevereiro.14
CASE CIA
Serviço Nacional de
Reparador de Móveis
01 ----- 20 / 10
CASE CIA
Auxiliar de Padeiro e Confeiteiro Agosto.14 /
01 25 / Em Curso
CASE CIA Abril.15
Rotinas Administrativas Agosto.13 /
01 20 / 12
CASE ZILDA ARNS Agosto.14
Auxiliar de Padeiro e Confeiteiro Agosto.13 /
01 20 / 17
CASE ZILDA ARNS Agosto.14
Assistente Administrativo Serviço Março.15 /
01 24 / Em Curso
CASE ZILDA ARNS Nacional Março.16
Auxiliar de Padeiro e Confeiteiro de Agosto.14 /
01 20 / Em Curso
CASE SSA Aprendizage Abril.15
Edificações de Obras m Industrial Março.15 /
01 24 / Em Curso
CASE SSA (SENAI) Março.16
Fonte: GERSE/FUNDAC - Data: Maio/2015
83
2.3.8 Segurança
Embora prevista no Código de Menores, afirma Luiz Antonio M. Ferreira (2006) que
a liberdade assistida é tratada de forma mais adequada no ECA, ao ser
estabelecida, em seu artigo 118, como finalidade dessa medida acompanhar,
auxiliar e orientar o adolescente infrator, com o objetivo de promovê-lo em todos os
aspectos, ou seja, nos âmbitos familiar, social, comunitário, educacional e
profissionalizante.
Art. 5.
I – formular, instituir, coordenar e manter o Sistema Municipal de
Atendimento Socioeducativo, respeitadas as diretrizes fixadas pela
União e pelo respectivo Estado;
II – elaborar o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, em
conformidade com o Plano Nacional e o respectivo Plano Estadual;
III - criar e manter programas de atendimento para a execução das
medidas socioeducativas de meio aberto.
A Política de Assistência Social, ao ser instituída como direito, nos moldes da CF/88
e da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), representou um avanço significativo
na construção da proteção social, principalmente para a grande parcela da
população, que não tem condições mínimas para garantir a sua sobrevivência sem a
intervenção do Estado.
2014 106 85 79
Fonte: Censo SUAS/CREAS (2012-2014)
Atualmente, dos 196 (cento e noventa e seis) municípios com CREAS, 106 (cento e
seis) ofertam o serviço de medida socioeducativa em meio aberto, o que
corresponde a 54% (cinqüenta e quatro por cento) de cobertura, onde 64 (sessenta
e quatro) são cofinanciados pelo Estado e União, correspondendo a 67,84%
(sessenta e sete vírgula oitenta e quatro por cento) do total de municípios que
ofertam o serviço de medidas de LA e PSC.
Serviço
de Média Complexidade
no Relatório
CREAS
Piso Fixo
Proteção social a
adolescentes em
1760 adolescentes/jovens
cumprimento de
64 municípios
medidas
2.200,00
1.540,00
socioeducativas de Grupo de 20
Liberdade adolescentes
Assistida e de
Prestação de
Serviços á
Comunidade
Valor Repasse Federal Valor Repasse Estadual
Total Repasse Anual
R$ 1.927.200,00 R$ 2.022.240,00
Fonte: MDS/CNAS – Resolução nº. 18/2014
93
• Rotatividade das equipes, com grande maioria dos técnicos trabalhando através
de contratação temporária, o que causa precariedade dos vínculos de trabalho;
A maior parte dos profissionais que laboram nas unidades finalísticas da FUNDAC
são terceirizados, contratados pela Fundação José Silveira (FJS). Inicialmente este
serviço foi ajustado através da modalidade de convênio, a partir de justificativa de
cooperação técnica, sendo que, hodiernamente, por conta de apontamentos dos
órgãos de controle do Estado, passou-se a estabelecer o vínculo por meio de
contratação, o que tem sido realizado, nos últimos anos, de forma emergencial.
Através do contrato celebrado com a organização social para a gestão dos serviços
de atendimento ao adolescente em cumprimento de internação provisória e medidas
socioeducativas, deverá ser observada a necessidade de seleção criteriosa para
contratação dos profissionais que irão atuar no sistema socioeducativo, haja vista a
complexidade da prática, que precisa ser, concomitantemente, educativa e restritiva
da liberdade. Estes profissionais necessitam atuar de forma ética e comprometida
com a formação continuada, atentando para os parâmetros definidos no SINASE.
O servidor público, titular de cargo efetivo, que estiver lotado no local do serviço a
ser publicizado pode ser colocado à disposição da organização social, mantendo o
vínculo com o Estado, sem interrupção do tempo de serviço, para todos os efeitos
legais, inclusive promoção por antiguidade e aposentadoria, ficando, entretanto,
sujeito às normas internas da organização social. Poderá, também, ser relotado,
com o respectivo cargo, com ou sem mudança de sede, para outro órgão ou
entidade do mesmo poder e natureza jurídica ou ser posto em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao respectivo tempo de serviço, até o seu regular e
obrigatório aproveitamento.
Importante ressaltar que este programa faz parte, também, das ações da Secretaria
Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, que normatizou o
serviço em âmbito nacional, através da criação da Escola Nacional de
100
Para garantir a correta utilização do programa, foi criada uma coordenação, com
objetivo de acompanhar, cadastrar, realizar treinamentos e fornecer apoio técnico
aos usuários, além de fornecer informações estatísticas, quando necessário.
Atualmente, as unidades coordenadas pela FUNDAC contam com computadores
para uso exclusivo do Sistema, fornecidos pela SDH/PR, entretanto faz-se
necessário ampliar a velocidade da internet, para promover a otimização do uso da
ferramenta.
102
É sentida, ainda, a ausência dos dados alusivos aos aspectos policiais e judiciais,
uma vez que estes campos deveriam ser preenchidos pelo Poder Judiciário que, no
momento, utiliza o Cadastro Nacional de Adolescentes em Conflito com a Lei
(CNACL) para esta finalidade, não registrando informações no SIPIA, o que
ocasiona cadastros incompletos.
com ele, toma maior visibilidade, uma vez que possibilita avaliar as contribuições
destas e de outras atividades para o atendimento do adolescente
Atualmente o armazenamento de dados do atendimento realizado no Sistema
Socioeducativo encontra-se com:
• Ausência de dados policiais e judiciais, que deveriam ser inseridos pelo Poder
Judiciário, bem como dificuldade de integração do SIPIA SINASE com a
ferramenta atualmente utilizada nas varas judiciais, atuantes na execução de
medidas socioeducativas;
O modelo de gestão ora proposto estabelece uma coordenação nos três níveis do
poder executivo, responsável por articular e implantar todas as medidas
socioeducativas, qualquer que seja sua natureza. A Comissão Estadual Intersetorial
de Implementação e Acompanhamento do SINASE objetiva manter permanente
articulação interinstitucional nestas três instâncias, com a participação direta de
todas as políticas setoriais pertinentes. A intersetorialidade é um eixo estruturante da
organização dos serviços e possibilita processos decisórios organizados e coletivos,
que culminam em ações capazes de impactar positivamente as políticas
socioeducativas.
Execução da Meta
Objetivo Meta Período
Responsável
1º. 2º. 3º. 4º.
Comissão Estadual
1.1 Efetivação de 100% (cem por cento) das
Intersetorial de
atividades da Comissão Estadual Intersetorial
X X X X Implementação e
1 Assegurar a de Implementação e Acompanhamento do
Acompanhamento do
implementação do SINASE na Bahia
SINASE
Sistema Estadual de
Avaliação e
1.2 Promoção de ações de incentivo à criação
Acompanhamento do
e funcionamento das Comissões Municipais Comissão Estadual
Atendimento
Intersetoriais de Implementação e Intersetorial de
Socioeducativo da
Acompanhamento do SINASE, X X X X Implementação e
Bahia
especialmente nos municípios que Acompanhamento do
concentrem parcela significativa do SINASE
atendimento socioeducativo
110
Execução da Meta
Objetivo Meta Período
Responsável
1º. 2º. 3º. 4º.
1 Assegurar a
implementação do • SJDHDS
1.3 Adequação de 80% (oitenta por cento)
Sistema Estadual de (FUNDAC e SAS)
dos programas de medidas socioeducativas,
Avaliação e
de internação provisória e de atendimento X X X X • Secretarias
Acompanhamento do
inicial, à legislação em vigor e às diretrizes Municipais de
Atendimento
deste Plano Assistência Social
Socioeducativo da
Bahia (continuação)
• SJDHDS
(FUNDAC e SAS)
Execução da Meta
Objetivo Meta Período
Responsável
1º. 2º. 3º. 4º.
• SJDHDS (SAS)
4.1 Acompanhamento e orientação de 100%
• CECA
(cem por cento) dos municípios que
executam as medidas socioeducativas em • Comissão Estadual
meio aberto, na formulação dos respectivos X X X X Intersetorial de
Planos Municipais de Atendimento Implementação e
Socioeducativo, em conformidade com o Acompanhamento do
4 Promover a integração Plano Nacional e este Plano Estadual SINASE
dos órgãos executores • SGD
de medidas
socioeducativas e dos
programas de egressos • SJDHDS
do Sistema (FUNDAC e SAS)
Socioeducativo 4.2 Articulação entre Estado e Municípios
visando proporcionar o fortalecimento da • CECA
implantação e implementação das medidas • Comissão Estadual
socioeducativas nos equipamentos de X X X X Intersetorial de
assistência social, para uma melhor Implementação e
efetivação da política de atendimento Acompanhamento do
socioeducativo SINASE
• SGD
Execução da Meta
Objetivo Meta Período
Responsável
1º. 2º. 3º. 4º.
• SJDHDS (SAS)
7 Instituir e/ou 7.2 Implantação de programas de
regulamentar programas acompanhamento a egressos do sistema X X --- --- • Secretarias
de acompanhamento socioeducativo no meio aberto Municipais de
posteriores à execução Assistência Social
das medidas
socioeducativas
• MDS
7.3 Implantação e/ou implementação do
• SJDHDS (SAS)
Serviço de Convivência e Fortalecimento de
X X X X
Vínculos (SCFV) destinado aos adolescentes • Secretarias
egressos, como grupo prioritário Municipais de
Assistência Social
• SJDHDS
(FUNDAC)
8.1 Ampliação e adequação da frota de
--- X X --- • Secretarias
veículos do sistema socioeducativo
8 Aparelhamento do Municipais de
Sistema Assistência Social
Socioeducativo, a fim
de garantir a prestação
dos serviços com a 8.2 Aquisição de equipamentos e materiais • SJDHDS
qualidade e o respeito da área tecnológica, tais como computadores, (FUNDAC)
necessários impressoras, scanners, projetor multimídia,
--- X X --- • Secretarias
máquinas fotográficas digitais, programas
informáticos, rádios, aparelho raios-X e Municipais de
detectores de metais Assistência Social
113
Execução da Meta
Objetivo Meta Período
Responsável
1º. 2º. 3º. 4º.
• SDH/PR
• SJDHDS
(FUNDAC)
1.1 Desativação da CASE SSA --- X --- ---
• Superintendência
de Patrimônio
(SUPAT)
• SJDHDS
1.4 Reforma e manutenção da sede (FUNDAC)
--- X X ---
administrativa da FUNDAC.
• SUPAT
114
Execução da Meta
Objetivo Meta Período
Responsável
1º. 2º. 3º. 4º.
Execução da Meta
Objetivo Meta Período
Responsável
1º. 2º. 3º. 4º.
1 Regionalizar e
territorializar o
atendimento 1.10 Implantação e/ou implementação da • SJDHDS (SAS)
socioeducativo na municipalização das medidas em meio aberto • Secretarias
--- X X ---
Bahia, seguindo as em, no mínimo, 80% (oitenta por cento) dos Municipais de
legislações e municípios da Bahia Assistência Social
orientações vigentes
(continuação)
• SJDHDS
(FUNDAC e SAS)
2.1 Criação de 01(um) Fórum Estadual do
Sistema Socioeducativo, garantindo a • Comissão Estadual
X X X X Intersetorial de
participação de todos os setores que compõe o
SGD Implementação e
Acompanhamento do
SINASE
• SJDHDS
(FUNDAC e SAS)
• Núcleo Estadual da
2.2 Criação de, no mínimo, 01 (um) fórum
Escola do SINASE da
permanente de discussão entre técnicos dos
Bahia
programas/entidades executoras de medidas X X X X
socioeducativas, internação provisória e • Comissão Estadual
atendimento inicial Intersetorial de
2 Implementar e Implementação e
qualificar o Acompanhamento do
atendimento SINASE
socioeducativo na
Bahia
• MS
2.3 Implantação e implementação dos Planos • SJDHDS
Operativos e de Ações Municipais do (FUNDAC)
PNAISARI em 100% (cem por cento) dos
X X X X • Secretaria Estadual
municípios que possuem unidades de
privação e/ou restrição de liberdade no da Saúde (SESAB)
Estado da Bahia • Secretarias
Municipais da Saúde
• SJDHDS
2.4 Produção gráfica de 500 (quinhentas)
(FUNDAC)
exemplares das Orientações Gerais para
Elaboração e Monitoramento dos Planos X --- --- --- • SESAB
Operativos e de Ação Municipais do
• Secretarias
PNAISARI no Estado da Bahia.
Municipais da Saúde
116
Execução da Meta
Objetivo Meta Período
Responsável
1º. 2º. 3º. 4º.
• SJDHDS
(FUNDAC)
2.5 Implantação e/ou implementação da
Caderneta de Saúde de 100% (cem por • SESAB
X X X X
cento) dos adolescentes custodiados nas
• Secretarias
unidades de privação e restrição de liberdade
Municipais da
Saúde
• SJDHDS
2.6 Implementação de 100% (cem por cento) (FUNDAC)
das disposições contidas nas propostas • Secretarias
--- X X X
pedagógicas da FUNDAC, em todas as Estadual e
unidades socioeducativas Municipais da
Educação
Execução da Meta
Objetivo Meta Período
Responsável
1º. 2º. 3º. 4º.
2.11 Criação de espaços específicos em 100%
(cem por cento) das unidades de privação e
• SDH/PR
restrição de liberdade do Estado, destinados a
adolescentes em situação de risco pessoal, a • SJDHDS
X X X X
fim de assegurar a integridade física, moral e (FUNDAC)
psíquica destes, garantindo, no entanto, a
• SUPAT
participação dos mesmos em todas as ações
desenvolvidas nas instituições
• SJDHDS
2.13 Adequação de 100% (cem por cento) das
(FUNDAC)
estruturas física e organizacional das unidades
em funcionamento no Estado, para garantia • SUPAT
de acessibilidade aos adolescentes, ---- X X X
• Secretarias
funcionários e visitantes com deficiências,
Estadual e
conforme especificado no Decreto nº.
Municipais da
3.298/99
2 Implementar e Educação
qualificar o
atendimento 2.14 Cumprimento de 100% (cem por cento)
socioeducativo na das normativas do SINASE referente à gestão
Bahia e garantia do acompanhamento técnico nos
(continuação) programas de atendimento socioeducativo,
em todo o território Estadual, destacando-se
as recomendações alusivas a (ao): SJDHDS
X X X X (FUNDAC e SAS)
• relação entre quantitativo de
profissionais e adolescentes, assim como
especificidades de categorias profissionais;
• acompanhamento técnico;
Execução da Meta
Objetivo Meta Período
Responsável
1º. 2º. 3º. 4º.
• SDH/PR
• SDH/PR
• SJDHDS
3.2 Formalização de parcerias com (FUNDAC e SAS)
universidades para formações Lato Sensu e • Núcleo Estadual da
--- X X ---
3 Qualificar os recursos Stricto Sensu Escola do SINASE
humanos do sistema da Bahia
socioeducativo e
• Instituições de
parceiros externos
ensino superior
envolvidos na
socioeducação (saúde,
educação, cultura,
• SDH/PR
segurança e justiça) 3.3 Realização de formação inicial dirigida a
100% (cem por cento) dos profissionais que • SJDHDS
ingressarem no sistema socioeducativo e (FUNDAC e SAS)
X X X X
continuada na proporção progressiva de
• Núcleo Estadual da
acréscimo de 10% (dez por cento) ao ano, do
Escola do SINASE
total de profissionais do referido Sistema
da Bahia
Execução da Meta
Objetivo Meta Período
Responsável
1º. 2º. 3º. 4º.
• SJDHDS
5 Efetivar e humanizar (FUNDAC)
a segurança 5.3 Revisão de 100% (cem por cento) dos
socioeducativa interna Programas de Atendimento das unidades • Comissão Estadual
X X --- --- Intersetorial de
das unidades socioeducativas, objetivando efetivar e
socioeducativas humanizar a segurança socioeducativa interna Implementação e
(continuação) Acompanhamento do
SINASE
• SJDHDS
7.4 Garantia de inclusão de 100% (cem por (FUNDAC e SAS)
cento) dos adolescentes em cumprimento de • Secretarias
X X X X
medidas socioeducativas na escolarização Estadual e
formal Municipais da
Educação
120
Execução da Meta
Objetivo Meta Período
Responsável
1º. 2º. 3º. 4º.
• MEC
• SJDHDS
7.5 Redefinição de 100% (cem por cento) dos
(FUNDAC)
currículos escolares, contemplando
--- X X X
metodologias diversificados de ensino- • Secretarias
aprendizagem Estadual e
Municipais da
Educação
• SJDHDS
(FUNDAC)
• Secretarias
7.6 Regulamentação da proposta “Uma
Estadual e
Escola na Vida”, planejada para adolescentes X X --- ---
Municipais da
internos das unidades da FUNDAC
Educação
• Conselho Estadual
de Educação
• SJDHDS
7.7 Garantia de inserção de 100% (cem por (FUNDAC)
7 Articular, fortalecer e cento) dos adolescentes em cumprimento de
efetivar as redes do internação provisória em programa X X X X • Secretarias
Sistema de Garantia de educacional diferenciado, com certificação Estadual e
Direitos (continuação) pelo período estudado Municipais da
Educação
• SJDHDS
7.8 Garantia de acesso de 100% (cem por (FUNDAC)
cento) dos adolescentes/jovens egressos do • Secretarias
X X X X
sistema socioeducativo nas instituições Estadual e
estaduais e municipais da educação Municipais da
Educação
• Instituto Nacional
de Estudo e Pesquisa
Educacionais Anísio
7.9 Garantia do acesso de 100% (cem por
Teixeira (INEP)
cento) dos adolescentes, com perfil
específico, nos programas de Exame Nacional • SJDHDS
X X X X
do Ensino Médio (ENEM) e Exame Nacional (FUNDAC)
para Certificação de Competências de Jovens
• Secretarias
e Adultos (ENCCEJA)
Estadual e
Municipais da
Educação
121
Execução da Meta
Objetivo Meta Período
Responsável
1º. 2º. 3º. 4º.
• SJDHDS
(FUNDAC e SAS)
• Secretaria Estadual
do Trabalho,
Emprego, Renda e
Esporte (SETRE /
7.10 Promoção e/ou inserção de, no mínimo, SINEBAHIA)
60% (sessenta por cento) dos adolescentes em
• Sistema S
cumprimento de medidas socioeducativas e
X X X X
egressos do sistema socioeducativo em cursos • PRONATEC
de iniciação e educação profissional, SINASE
ampliando esta oferta gradativamente
• IFBA
• Fórum Baiano de
Aprendizagem
Profissional
(FOBAP)
• MP
• DPE
• SRTE/BA
• Sistema S
• ONGs (Parceiras)
• Conselhos
Nacionais e Estaduais
de Direitos
122
Execução da Meta
Objetivo Meta Período
Responsável
1º. 2º. 3º. 4º.
• SJDHDS
(FUNDAC)
• Sistemas S
7.12 Ampliação e diversificação de, no
mínimo, 60% (sessenta por cento) dos cursos • PRONATEC
de qualificação profissional ofertadas pelas --- X X --- SINASE
unidades de privação de liberdade, seguindo • Serviço Brasileiro
as determinações das legislações em vigor de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas
(SEBRAE)
• ONGs
• SJDHDS
(FUNDAC/SAS)
7.13 Inserção de, no mínimo, 50% (cinquenta
• SETRE
por cento) dos adolescentes/jovens em
(SINEBAHIA)
cumprimento das medidas socioeducativas de --- X X X
semiliberdade e em meio aberto e egressos do • Sistema S
sistema socioeducativo em postos de trabalho
• IFBA
7 Articular, fortalecer e
efetivar as redes do • FOBAP
Sistema de Garantia de
Direitos (continuação)
• SJDHDS
(FUNDAC e SAS)
• SETRE
7.14 Realização de seminários (SINEBAHIA)
interinstitucionais anuais, para discutir as
educações formal e profissional e a inclusão • Secretarias
no mundo do trabalho de adolescentes e Estadual e
--- X X X Municipais da
egressos do sistema socioeducativo, gerando
propostas de otimização da prática Educação
profissional • Sistema S
• IFBA
• Empresas parceiras
• SJDHDS
7.15 Formalização de parcerias voltadas à
(FUNDAC)
promoção e prevenção à saúde com, no
X X --- ---
mínimo, 03(três) instituições, a exemplo do • SESAB
CEDAP, CETAD e CEPARH
• UFBA
123
Execução da Meta
Objetivo Meta Período
Responsável
1º. 2º. 3º. 4º.
• SJDHDS
1.2 Garantia da participação de 100% (cem
1 Implantar e (FUNDAC/SAS)
por cento) dos adolescentes em cumprimento
implementar ações que
de medidas socioeducativas nas discussões • Conselhos Estadual e
viabilizem a
visando à elaboração de políticas públicas na Municipais do Direito
participação político-
área da adolescência e juventude, definindo a X X X X da Criança e do
cidadã dos adolescentes
representação dos mesmos, com 5% (cinco Adolescente
em cumprimento de
por cento) deste público, para participação
medidas • Conselhos Estadual e
nas instâncias de acompanhamento e de
socioeducativas Municipais da
decisão
Juventude
• SJDHDS (FUNDAC)
• Tribunal de Justiça da
3.5 Incremento da fiscalização do Poder
Bahia
Judiciário com relação ao cumprimento de
X X X X
100% (cem por cento) das medidas de • SJDHDS (FUNDAC)
semiliberdade e em meio aberto impostas
• CREAS
3 Articular, e fortalecer
as Redes de Justiça e
Segurança (continuação) 3.6 Atuação do Poder Judiciário e da • Tribunal de Justiça da
Defensoria Pública in loco, no Centro Bahia
Integrado de Atendimento ao Adolescente, em
X X X X • DPE
100% (cem por cento) dos finais de semana e
feriados, complementando o grupo de órgãos • SSP
em plantão nestes dias
5 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
Vale salientar que a Portaria n°. 266/2014, exarada pela FUNDAC, instituiu o Núcleo
Estadual da Escola Nacional do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
no Estado da Bahia, “com a finalidade de promover e garantir de forma colegiada,
articulada, integrada e continuada o planejamento, execução, monitoramento e
avaliação dos processos formativos” (BAHIA, 2014).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Levando em consideração que as metas planejadas para este Plano são para
execução em períodos de curto, médio e longos prazos, é importante observar que
as instâncias do Sistema de Garantia de Direitos, através dos instrumentos legais,
devam garantir que estas metas sejam efetivadas de acordo com o cronograma
proposto.
Nesse sentido, é importante destacar que um dos maiores desafios para a execução
deste Plano, bem como para os demais planos setoriais voltados ao atendimento
socioeducativo, é o monitoramento e avaliação pelos órgãos competentes,
representados pelo CECA e pela Comissão Estadual Intersetorial de Implementação
e Acompanhamento do SINASE da Bahia, que têm como um dos seus objetivos a
manutenção de permanente articulação interinstitucional das políticas setoriais.
7 REFERÊNCIAS
COSTA, Antonio Carlos Gomes da. O mundo, o trabalho e você. In: Instituto Airton
Senna (Org.). São Paulo: Instituto Airton Senna, 2009
FILHO, Valter Fraga. Mendigos, moleques e vadios na Bahia do século XIX. São
Paulo: Hucitec-Edufba, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1987.
MUNIZ, Jacqueline de Oliveira. “Ser Policial é, sobretudo, uma razão de ser”: cultura
e cotidiano da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Tese de Doutorado. Rio
de Janeiro: Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), 1999.
SARAIVA, João Batista Costa. SINASE, LOAS, SUAS, MDS, CREAS, CRAS, SEDH,
MSE, LA, PSC, o glossário e o calvário do adolescente autor de ato infracional: os
riscos da revivência da doutrina da situação irregular sob novo rótulo. (xerox), [20--?]
UNICEF. Fundo das Nações Unidas para a Infância. A infância brasileira nos anos
90. Brasília, 1998.
VALADARES, Lícia Prado. Cem anos pensando a pobreza urbana no Brasil. In:
BOSCHI, Renato (Org.). Corporativismo e desigualdade a construção do espaço
público no Brasil. Rio Fundo: Editora RJ, 1991.
139
ANEXO A – Resolução nº. 03, de 12 de junho de 2015, do CECA, que dispõe sobre
a Comissão responsável pela coordenação do processo de elaboração deste Plano
Estadual de Atendimento Socioeducativo da Bahia
140
ANEXO B – Ata da 196ª. Reunião Ordinária do CECA, onde foi aprovado este Plano
Estadual de Atendimento Socioeducativo
141
142
143
144
145
146
CONFERÊNCIAS LIVRES:
CONFERÊNCIAS LIVRES:
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO 04
2 INTRODUÇÃO 05
3 METODOLOGIA 07
4 DESENVOLVIMENTO 11
4.1 DIAGNÓSTICO 11
5 AVALIAÇÃO 21
6 CONSIDERAÇÕES 22
149
1. APRESENTAÇÃO
2. INTRODUÇÃO
Nesse sentido, a FUNDAC fomenta o atendimento para adolescentes em conflito com a lei a
partir do Pronto Atendimento (PA), realizando o atendimento inicial como membro partícipe do
Centro Integrado de Atendimento; durante todo o período de cumprimento de medida
socioeducativa, através das Comunidades de Atendimento Socioeducativo – CASEs e Unidades de
Semiliberdade, localizadas na capital e demais municípios do Estado; até o pós medida, caso haja
demandas específicas, quando promove o acompanhamento de egressos e seus familiares através da
Coordenação de Apoio à Família e ao Egresso - CAFE.
QUANTITA % DE % DE
CAPACIDA
CAPACIDADE QUANTITATIVO TIVO OCUPAÇÃ SUPERL
UNIDADE TIPO DE MEDIDA DE REAL
REAL ATUAL ATUAL O OTAÇÃ
TOTAL
TOTAL O
IP MASCULINO 45 87
CASE SSA
125 297 238% 138%
MASCULINO
MSEI MASCULINO 80 210
IP FEMININA 10 03
CASE SSA FEMININA 35 17 49% -51%
MSEI FEMININA 25 14
IP MASCULINO 00 00
CASE CIA 90 97 108% 8%
MSEI MASCULINO 90 97
IP MASCULINO 37 31
CASE ZILDA ARNS 90 94 104% 4%
MSEI MASCULINO 53 63
151
IP MASCULINO 40 11
IP MASCULINO** 18 00
CASE IRMÃ DULCE 72 12 17% -83%
MSEI MASCULINO 54 12
T O T A L 492 563
CAPACIDAD QUANTITAT % DE % DE
CAPACIDADE QUANTITATIVO OCUPA
UNIDADE TIPO DE MEDIDA E REAL IVO ATUAL SUPERL
REAL ATUAL ÇÃO
TOTAL TOTAL OTAÇÃO
CASE BROTAS
SEMILIBERDADE
20 14
(1ª MEDIDA)
(SALVADOR)
COLIBRI SEMILIBERDADE
20 19
(FEIRA DE (1ª MED. E
SANTANA) PROGRESSÃO)
NAVARANDA SEMILIBERDADE
20 10
(VITÓRIA DA (1ª MED. E
CONQUISTA) PROGRESSÃO)
SEMILIBERDADE
120 58 48% -52%
GEY ESPINHEIRA
20 06
(JUAZEIRO) (1ª MED. E
PROGRESSÃO)
SEMILIBERDADE
ESTAÇÃO VIDA I
20 03
(1ª MED. E
(PORTO SEGURO)
PROGRESSÃO)
T O T A L 120 58
Apesar dos avanços em relação às políticas setoriais de garantia de direitos humanos, nas
últimas décadas, persistem sérias e recorrentes violações no que se refere às políticas de
atendimento socioeducativo. Superar a negação dos direitos ao segmento adolescente juvenil é
atribuição dos Estados e Municípios brasileiros.
“A sociedade civil é importante para criar leis e ninguém melhor do que nós adolescentes
onde estamos privados de liberdade para tentar criar leis com intuito de garantir
Dessa forma, as propostas apresentadas pela FUNDAC neste documento visam a articulação
de ações com a Rede do Sistema de Garantia de Direitos, especialmente à luz do princípio norteador
da incompletude institucional, que visa à utilização do máximo possível de serviços na comunidade,
através do acesso a políticas e serviços públicos que venham minimizar os danos oriundos da
histórica desigualdade social que atinge essa população. Desta maneira, articular essas Redes
Parceiras Externas é de extrema importância para conhecer o contexto sociocultural e econômico
que o adolescente está inserido, garantir direitos, além de potencializar o acompanhamento do
adolescente e de sua família durante a medida e principalmente no pós-medida.
153
3. METODOLOGIA
Metodologia Base
Discussão na escola e nos alojamentos sobre a Sociedade Atual (Educação, Saúde, Assistência Social,
Trabalho, Cultura, Segurança, Justiça) em diálogo com:
• Constituição Federal
• Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA
• Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE
• Regimento Interno da FUNDAC
Responsáveis: Adolescentes, Educadores de Medida, Socioeducadores, Pedagogos, Professores e
Técnicos.
MATERIAL DE SUPORTE
DIAGNÓSTICO/UTOPIA
Educação
Saúde
Assistência Social
Cultura
Trabalho
Justiça
Segurança
155
AÇÕES TRANSFORMADORAS
Criação, Ampliação, Articulação e Integração das políticas sociais de atendimento à violação dos
direitos fundamentais de crianças; Ampliação e fortalecimento das instâncias de defesa dos direitos
da criança e do adolescente e do sistema de justiça;
CRONOGRAMA
Datas 23 27 a 31 3a7 10 a 14 17 a 21 24 a 28 1 a 5 08 10
Sistematização /Gerse O
Encaminhamento p/ CMDCA
Esse cronograma foi acordado na primeira reunião com a presença das Unidades, porém
devido às dificuldades no que diz respeito à rotina da Unidade alguns ajustes foram feitos em
algumas Unidades. Com relação ao Instrumento 2, somente as ações por área e a prioridade foram
feitas, não sendo possível um aprofundamento sobre a governabilidade das ações e a temporalidade,
itens que compõe o Plano Decenal. Sobre a separação nos cinco Eixos determinados pelo CONANDA,
a sistematização ficou a cargo da GERSE.
4. DESENVOLVIMENTO
4.1 DIAGNÓSTICO
Levando em consideração o que foi exposto pelos adolescentes nas Unidades Finalísticas da
FUNDAC, durante o processo de realização das Conferências Livres, seguem os pontos resultantes da
reflexão sobre a sociedade atual subdivido por área:
EDUCAÇÃO
(adolescentes S7)
SAÚDE
(adolescentes S5)
ASSISTÊNCIA SOCIAL
159
(adolescentes IP1)
CULTURA
eu nunca fui no cinema não sei nem como é. É bom distrair a mente.
(adolescentes S6)
TRABALHO
(adolescentes IP1)
JUSTIÇA
(adolescentes S7)
• Demora na avaliação dos relatórios e nas respostas dos processos dos adolescentes em
privação de liberdade;
• Não cumprimento dos prazos de internação provisória dos educandos das CASES;
• Desconhecimento do ECA por profissionais da justiça, inclusive juízes dos interiores;
• Falta de juízes no interior do Estado voltados para o atendimento da criança e do
adolescente;
• Aplicação da Internação como primeira medida, sem avaliação do ato infracional e de outras
medidas socioeducativas;
• Justiça punitiva para pobres e negros;
• Impunidade para punir classe média e alta;
• Insuficiência de atendimento jurídico nas unidades para os adolescentes (Defensor Público);
• Ausência do Juiz nas unidades para diálogo com os (as) adolescentes;
• Juízes com experiência anterior em Vara Criminal, que muitas vezes não consideram o
desenvolvimento do adolescente na medida socioeducativa, condicionando o tempo da
medida ao ato infracional.
SEGURANÇA
“O que vemos aqui é tudo errado. Aqui temos que dividir o espaço
(adolescentes IP2).
A partir da reflexão sobre a realidade dos adolescentes tanto dentro da FUNDAC como
também em seus locais de moradia, foram estruturadas ações descritas a seguir. Para organização de
tais propostas foi seguida a orientação do CONANDA, sendo estas separadas por Eixos. Ressalta-se
que os adolescentes definem como prioritárias as ações referentes à Educação, Trabalho e Saúde.
AÇÕES TRANSFORMADORAS
Criação, Ampliação e Integração das políticas sociais básicas e a intersetorialidade de ações (Educação,
Saúde, Segurança, Assistência Social, Cultura)
Educação
Criar ou ampliar bibliotecas e/ou acervos contextualizando às necessidades dos adolescentes quanto à
diversidade de temas, nas escolas e nas Unidade Socioeducativas;
Fortalecer a Rede de Educação e FUNDAC a fim de garantir informações e inserção nos cursos
profissionalizantes durante e após o cumprimento de Medida Socioeducativa;
Ampliar a quantidade de escolas nos bairros para atender as demandas das comunidades urbanas e
rurais;
Ampliar as Escolas em tempo integral com melhor estrutura física, alimentar, transporte, materiais
didáticos, equipamentos tecnológicos e acessibilidade para deficientes;
Melhorar a qualidade de ensino no que tange à metodologia utilizada pelos professores, nas Escolas
Municipais e Estaduais;
Promover espaços de educação para a cidadania abordando temas transversais como: Ética, Filosofia,
Política, Direitos Humanos, Diversidade, Meio Ambiente;
Aprovar a Lei que garante a contratação de Assistente Social e Psicólogo na equipe mínima das Escolas;
Efetivar o princípio do trabalho conforme preconiza a LDB (fortalecimento das relações entre Educação
Formal e dos postos de trabalho);
Promover informação sobre as Medidas Socioeducativas para a sociedade com o intuito de minimizar
preconceitos e discriminações (Escola do SINASE FUNDAC);
Ampliar o prazo de validade do ENEM para ingresso em faculdade/universidades dos egressos do sistema
socioeducativo, garantindo o acesso às instituições de ensino superior após o cumprimento da medida
socioeducativa.
Trabalho
Promover a adequação dos Cursos Profissionalizantes conforme a LDB, no que diz respeito a educação
integral, ampliando a formação para além do fazer profissional;
Ampliar a oferta de Educação Profissional em áreas que possuem mais postos de trabalho, para o público
de entre 14 e 17 anos e investir na qualificação de seus profissionais;
Criar programas de parcerias com empresas e faculdades para inserção profissional (observação, estágio
e trabalho) dos adolescentes da FUNDAC;
Cultura
Ampliar ações culturais visibilizando as habilidades artísticas dos educandos da FUNDAC, em parcerias
com instituições públicas e privadas;
Proporcionar saídas para lazer (clube, cinemas, teatros, museus e praias), que contemple maior número
de adolescentes das Unidades;
164
Ampliar as atividades de lazer na Unidade, investindo em sala de vídeo, teatro, sala de jogos;
Criar um política cultural, tendo como referência a Tarifa Social (aplicada pelas companhia de Energia e
Água), cujo valor do ingresso seja proporcional ao seu poder aquisitivo, valorizando e incentivando o
acesso à Cultura;
Ampliar e fortalecer as bibliotecas públicas diversificando seu acervo voltado para as demandas dos
adolescentes;
Ampliar o acesso gratuito de crianças e adolescentes em ambientes culturais (circos, teatros, cinemas,
museus e parques);
Descentralizar as Programações Culturais potencializando às ações nos bairros que não possuem
equipamentos ou programações culturais freqüentes;
Saúde
Promover ações preventivas nas áreas de saúde bucal, higiene pessoal, nutrição e de doenças infecto
contagiosas e DST´s;
Assistência Social
Disponibilizar passagens rodoviárias para as famílias do interior por um período máximo de um mês com
ajuda da Unidade ou da prefeitura de cada cidade;
Justiça
Utilizar medidas socioeducativas como PSC, Semi Liberdade, L.A, precedendo a internação como prevê o
ECA;
Garantir a presença dos profissionais da justiça (Defensor Público, Juiz) dentro das Unidades
Socioeducativas para diálogo com o adolescente.
Segurança
Combater as situações de Abuso de Poder, violência, discriminação, corrupção e impunidade no que diz
respeito aos serviços de segurança internos e externos voltados à criança e ao adolescente.
Readequar os espaços físicos das Instituições socioeducativas e de segurança (DAI, DERCCA e Delegacias
comuns) a fim de garantir a integridade física e psicológica das crianças e adolescentes, além de melhorar
a convivência dos mesmos nos ambientes coletivos.
Aumentar o número de policiais nas ruas, além de disponibilizar material de segurança para os mesmos.
Criação, Ampliação, Articulação e Integração das políticas sociais de atendimento à violação dos direitos
fundamentais de crianças; Ampliação e fortalecimento das instâncias de defesa dos direitos da criança e
do adolescente e do sistema de justiça;
166
Educação
Equiparar quantidade de disciplinas, professores e horas-aula nas Escolas Públicas do socioeducativo com
as das escolas externas
Aproximar as prefeituras das escolas, para orientar os jovens sobre programas e cursos disponibilizados à
este público pelo governo;
Trabalho
Aumentar a oportunidade de vagas nos postos de trabalho para adolescentes e jovens do sexo feminino;
Saúde
Assistência Social
Ampliar as Políticas públicas e programas de assistência social nos bairros como, por exemplo, serviço de
proteção para crianças e adolescentes vítimas de qualquer forma de abuso;
Justiça
Efetivar as leis punitivas para todos e não apenas com os menos favorecidos, garantindo a proteção e
equidade;
Segurança
Cumprir a Lei SINASE quanto ao quantitativo de adolescentes, extinguindo a superlotação nas Unidades
de Internação;
Educação
Cultura
Assistência Social
Conferências
Garantir a realização das Conferências Municipais, Territoriais, Estaduais e Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente e da Juventude potencializando o exercício cidadão;
Educação
Trabalho
Cultura
Saúde
Implementar a PNAISARI - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde dos Adolescentes em conflito
com a lei em Regime de Internação, internação provisória e semiliberdade;
Assistência Social
Justiça
Manter e fortalecer a representações das Instituições que compõem do Centro Integrado (2ª e 5ª Varas
da Infância e Juventude, Defensoria Pública, Ministério Público, Delegacia do Adolescente Infrator e
FUNDAC) na Comissão Intersetorial do SINASE.
Segurança
Outros
Manter e fortalecer a representação da FUNDAC nos CMDCA’s – Conselhos Municipais dos Direitos da
Criança e do Adolescente e CECA - Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente;
Educação
Desenvolver um Programa Intersetorial que tenha equipe multiprofissional para avaliar as demandas de
cada Comunidade contextualizando as ações e metodologias desenvolvidas;
Trabalho
Cultura
Construir e adequar Equipamentos Culturais como a Cidade do Saber - Camaçari nas cidades do interior;
Saúde
Garantir e qualificar a assistência medica nas Unidades de Privação de Liberdade, em conformidade com
o ECA/SINASE considerando as propostas do Eixo 1;
Assistência Social
Garantir e qualificar a Assistência Social nas Unidades de Privação de Liberdade em conformidade com o
ECA/SINASE considerando as propostas do Eixo 1;
170
Justiça
Garantir, ampliar e qualificar os profissionais que atuam nas Varas da Infância e Juventude em
conformidade com o ECA/SINASE, considerando as propostas do Eixo 1;
Segurança
Garantir, ampliar e qualificar os profissionais que atuam na Segurança Pública em conformidade com o
ECA/SINASE, considerando as propostas do Eixo 1;
Outros
5. AVALIAÇÃO
A ocorrência das Conferências Livres nas unidades finalísticas da FUNDAC, oportunizou
reflexões, comentários, exposições orais, explosão de ideias, escritas e atividades manuais, que
potencializaram a análise crítica quanto à atual situação do Sistema Socioeducativo e das Políticas
Públicas de Saúde, Educação, Assistência Social, Trabalho, Cultura, Lazer, Justiça e Segurança
incluindo seus contextos sociais nas discussões.
Além da análise do contexto atual, houve o momento de organizar ações, que possibilitasse a
transformação das realidades de dificuldades e violações listadas. Os socioeducandos, ao
perceberem-se dentro do contexto, tornaram as discussões e a criação das metas a serem alcançadas
mais simples e rápidas. Todas as discussões foram pautadas no que temos e o que queremos, sob
esse olhar, foi percebido que o objetivo primordial foi alcançado pelas opiniões expostas de forma
contundente, entendendo que para melhorar uma situação é necessário pensar o que é preciso, e
assim foram desenvolvidas as ações transformadoras.
Desta maneira, observa-se que as atividades possibilitaram aos adolescentes um novo olhar
sobre as Leis que regem o Sistema Socioeducativo oportunizando discussão e debates significativos
para suas vidas. Considera-se assim, que houve um aproveitamento bastante significativo, uma vez
que houve uma participação satisfatória dos educandos e profissionais das referidas unidades. Com a
oportunidade de debater temas tão importantes para a sociedade, os educandos em situação de
Cumprimento de Medida Socioeducativa, se sentiram realmente envolvidos na construção da
171
6. CONSIDERAÇÕES
Após a sistematização das propostas verifica-se não apenas a demanda de qualificação do
atendimento socioeducativo, mas principalmente a necessidade recorrente de acesso ao Sistema de
Garantia de Direitos fundamentais relacionados à Educação, Saúde, Assistência Social, Cultura,
Trabalho, Justiça e Segurança, dentre os quais os dois primeiros são sinalizados pelos adolescentes
como prioritários. Consequentemente, constata-se que sozinha a FUNDAC não poderá dar conta de
todo o pleito apresentado pelos jovens em cumprimento de medida socioeducativa, tendo em vista
que as políticas públicas propostas requerem um esforço intersetorial do Estado para garantir o
acesso e o fomento à direitos básicos.