Caderno Pedagógico Educação de Jovens E Adultos
Caderno Pedagógico Educação de Jovens E Adultos
Caderno Pedagógico Educação de Jovens E Adultos
SECRETARIA MUNICIPAL
DE EDUCAÇÃO
SETOR PEDAGÓGICO
2017-2018
São José/SC, Brasil
CADERNO PEDAGÓGICO
EDUCAÇÃO
DE JOVENS E ADULTOS
Coleção:
CADERNOS PEDAGÓGICOS DA REDE MUNICIPAL
DE EDUCAÇÃO DE SÃO JOSÉ NUP/CED/UFSC
Volume 1
2019
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
SETOR PEDAGÓGICO
CADERNO PEDAGÓGICO
EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS
Volume 1
Organização
Maria Hermínia Lage Fernandes Laffin - UFSC
NUP/CED/UFSC
1ª Edição
Florianópolis, 2019
2
PREFEITA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
Adeliana Dal Pont
DIRETORA DE ENSINO
Lílian Sandin Boeing (2012-2017)
Claudia Macário (2018- )
CONSULTORIA GERAL
Maria Hermínia Lage Fernandes Laffin
CORREÇÃO ORTOGRÁFICA
Sabatha Catoia
Eloara Tomazoni
Suziane da Silva Mossmann
REVISÃO
Ana Paola Sganderla
Rodrigo Mafalda
CAPA/DIAGRAMAÇÃO
Rodrigo Mafalda
(Casa do educador)
Organização
Maria Hermínia Lage Fernandes Laffin
4
APRESENTAÇÃO
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................. 8
1.1 A COMISSÃO DA EJA E A ELABORAÇÃO DO CADERNO PEDAGÓGICO ....................................................... 8
2 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) EM SÃO JOSÉ.......................................................10
2.1 A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ .........................................................10
2.2 O DESAFIO DAS TURMAS DE ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS ...................................................................13
2.3 ENSINO FUNDAMENTAL DE 6ª A 9ª SÉRIE/ANO: O CONTEXTO DA PARTICIPAÇÃO ......................................16
2.4 ENSINO MÉDIO: APRIMORAMENTO DAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES .................................................17
2.5 EXAMES SUPLETIVOS: CERTIFICAÇÃO DE CONHECIMENTOS E COMPETÊNCIAS.........................................18
2.6 A PROPOSTA CURRICULAR E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE EJA.....................................................19
2.7 DADOS ESTATÍSTICOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM SÃO JOVENS ......................................25
3 PROPOSTA CURRICULAR DE SÃO JOSÉ - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.............................................28
3.1 SUJEITOS, MOVIMENTOS, CENÁRIOS E AÇÕES .........................................................................................28
3.2 QUEM É O SUJEITO QUE PROCURA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS? .................................................30
3.2.1 A Educação das Relações Étnico-Raciais na Educação de Jovens e Adultos .....................................33
3.3 O CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.............................................................................35
4 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: SABERES E SIGNIFICADOS ....................................................................39
4.1 REFERÊNCIAS PARA OS ANOS INICIAIS DE ESCOLARIZAÇÃO ....................................................................39
4.1.2 O processo de apropriação da Língua Portuguesa .............................................................................39
4.1.3 O PROCESSO DE APROPRIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS .................................................44
4.1.4 O processo de apropriação dos conhecimentos de História e Geografia ...........................................45
4.1.5 O processo de apropriação dos conhecimentos de Ciências ..............................................................46
4.1.6 O PROCESSO DE APROPRIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS DE ARTES ..........................................................47
4.1.7 O processo de apropriação dos conhecimentos de Educação Física ..................................................48
5. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: CAMINHOS E POSSIBILIDADES ...........................................................51
5.1 POSSIBILIDADES PRÁTICAS DE ORGANIZAÇÃO DO ENSINO COM PROJETOS DE TRABALHO ........................52
5.2 POSSIBILIDADES DE ORGANIZAÇÃO INTERDISCIPLINAR E A NOVA MATRIZ
CURRICULAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS/SÃO JOSÉ/SC? ........................................59
6. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DOS ANOS FINAIS E ENSINO MÉDIO DE ESCOLARIZAÇÃO .......................66
6.1.1 LÍNGUA PORTUGUESA ..........................................................................................................................66
6.1.2 LÍNGUA ESTRANGEIRA - INGLÊS ...........................................................................................................72
6.1.3 ARTES ...................................................................................................................................................77
6.1.4 BIOLOGIA .............................................................................................................................................80
6.1.5 FÍSICA ..................................................................................................................................................99
6.1.6 FILOSOFIA ...........................................................................................................................................105
6.1.7 GEOGRAFIA ........................................................................................................................................109
6.1.8 HISTÓRIA ............................................................................................................................................113
6.1.9 MATEMÁTICA........................................................................................................................................................118
6.1.10 QUÍMICA ...............................................................................................................................................................126
6.1.11 SOCIOLOGIA .....................................................................................................................................129
A AVALIAÇÃO DO PROCESSO-ENSINO APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM SÃO
JOSÉ- ANOS INICIAIS -FASES I E II: ............................................................................................................................132
AVALIAÇÃO INDIVIDUAL DO ALUNO - FASE I.......................................................................................................136
AVALIAÇÃO INDIVIDUAL DO ALUNO - FASE II .....................................................................................................139
AVALIAÇÃO DO ALUNO – 6ª A 9 ª SÉRIE/ANO E ENSINO MÉDIO ........................................................................142
ANEXOS ...........................................................................................................................................................................143
1 INTRODUÇÃO
8
trabalho feito até então.
No ano de 2008/2009 efetivou-se a conclusão do documento do Caderno de EJA,
embora revestido de provisoriedade, para que se possa mediatizar efetivamente ações na
pratica pedagógica. O documento não foi publicado nessa época, e foi atualizado e debatido
no processo de formação docente da EJA no ano de 2017.
Desse modo o presente caderno é resultado dos debates desenvolvidos na formação
docente e incorpora a contribuição de docentes da rede.
2 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) EM
SÃO JOSÉ
10
reflexões sobre auto-estima dos educandos, buscando alternativas e estratégias de trabalho
em sala de aula que proporcionassem uma melhora na qualidade de vida dos mesmos; 20
horas para discutir as possibilidades pedagógicas que englobam o estudo geral sobre
conteúdos e temas a serem abordados em sala de aula e 20 horas para estudos a respeito do
processo de aquisição da escrita e da leitura do adulto.
Até este momento não havia sido definido a linha de pensamento que se queria ou
se considerava melhor seguir. O grupo ainda estava realizando as primeiras tentativas e
iniciativas buscando a implantação da Educação de Jovens e Adultos. Desta forma, a
fundamentação teórica apresentada na Proposta Curricular posteriormente, ainda não estava
delineada.
Para dar início aos trabalhos, a Secretaria Municipal da Educação organizou no mês
de Julho do mesmo ano um processo seletivo interno para educadores interessados em atuar
nessa modalidade de ensino. Aproximadamente 40 educadores realizaram a inscrição, dos
quais 20 foram imediatamente admitidos em caráter temporário e participaram da formação
continuada. Estes educadores faziam parte da Secretaria de Educação e pertenciam ao quadro
de funcionários do ensino fundamental – séries/anos iniciais, sendo que a formação inicial
exigida para essa contratação foi o curso de magistério.
As turmas de educandos foram organizadas conforme a necessidade dos bairros, por
meio de uma pré-matrícula que serviria de parâmetro para a distribuição dos pólos e dos
educadores. Inicialmente 17 turmas foram criadas e distribuídas entre as escolas municipais
e alguns centros comunitários, com o objetivo de atender os seus moradores, o que foi
prontamente aceito pelo Secretário Municipal de Educação.
Ao término de um ano do início do programa, aproximadamente no mês de
novembro 1999, 309 (trezentos e nove) educandos puderam concluir a fase de Alfabetização
do Ensino Fundamental. Daí em diante, a Educação de Jovens e Adultos passou a fazer parte
das prioridades da Secretaria Municipal de Educação.
Com o término do período de alfabetização, correspondente aos anos iniciais (1ª a
5ª anos), fez-se imprescindível a partir de 1999, a oferta da continuidade para estes alunos.
Desse período em diante, passou-se a ofertar o segundo segmento do Ensino Fundamental
(6a. a 9a. série/ano), sendo que o município arcou com o financiamento do projeto com de
recursos próprios.
A partir do segundo semestre do ano de 2000, percebendo-se a necessidade e o
aumento da demanda, passou-se a oferecer o Ensino Médio, dando início à última etapa para
a formação dos educandos, os quais iniciaram a escolarização passando pelo Ensino
Fundamental e encontravam-se, então, prontos para mais uma etapa.
Em função disto, a matriz curricular foi cuidadosamente pensada com a intenção de
proporcionar aos educandos uma variedade de disciplinas que pudessem contribuir com os
seus interesses, possibilitando um tipo de conhecimento cada vez mais interdisciplinar (anexo
I).
Conforme Santos (2004), a Educação de Jovens e Adultos de São José teve início
por meio de um convênio entre a Prefeitura Municipal de São José e o Governo Federal,
oferecendo inicialmente turmas de Alfabetização de Adultos, no ano de 1998, que, na época,
correspondia a 17 turmas, cada qual com 25 alunos, distribuídos em vários bairros do
município.
Durante estes dois anos (1999 e 2000) o programa de Educação de Jovens e Adultos
foi-se tornando imprescindível no que se refere à atenção do poder público, inserindo-se de
tal forma no contexto educacional do município, que hoje é responsável por 40% da folha
de pagamento dos professores. De um total de 30.000 alunos de toda a rede municipal de
ensino, a Educação de Jovens e Adultos tem, atualmente, 4.500 alunos distribuídos nos três
níveis: Alfabetização, Ensino Fundamental e Ensino Médio (Secretaria Municipal de
Educação, SME, 2006).
No que se refere à Legislação, os direitos relacionados à Educação de Jovens e
Adultos estão assegurados na Constituição Federal de 1988, Capítulo III, Seção I, Artigo 208,
inciso I, que garante a provisão pública de “ensino fundamental obrigatório e gratuito,
assegurada, inclusive, sua oferta para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria”;
na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB nº 9.394/96, constam no Título V,
Capítulo II, Seção V, dois artigos relacionados, especificamente, à Educação de Jovens e
Adultos; Resoluções nº 02 e 03/ 98 do Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação
Básica (CNE/CEB); Resolução nº 004/99 do Conselho Municipal de Educação de São José;
Parecer 058/2003 do Conselho Municipal de Educação de São José – COMESJ.
Durante os anos de 2001 e 2002 o município continuou oferecendo as modalidades
já citadas anteriormente, Alfabetização, 6ª a 9ª série/ano do Ensino Fundamental e Ensino
Médio. Contudo, a partir do término deste ano e início do ano de 2003, por meio de um ofício
enviado pela Empresa “Frigoríficos Macedo” ao Secretário de Educação, constava que um
dos fatores que mais estimulavam os funcionários da empresa era o programa de EJA
oferecido por intermédio da parceria Empresa/Prefeitura. Isso demonstra que o programa não
estava preocupado apenas com o conhecimento, mas também com o movimento das relações
interpessoais que se faziam presente em todos os momentos, seja na família, no local de
12
trabalho ou na sala de aula.
Atualmente a Educação de Jovens e Adultos de São José está presente em 18 escolas
da rede municipal, atendendo a alunos entre 15 e 70 anos, desde o nível da Alfabetização (1º
segmento), passando pelo 2º segmento do Ensino Fundamental até o Ensino Médio e
pretende, a cada ano, ampliar a oferta para suprir a demanda existente no município, se assim
for necessário.
Vale destacar ainda que os cursos oferecidos no município são freqüenciais,
permitindo um acompanhamento maior dos alunos, com avaliação do processo como também
uma participação maior dos mesmos no que se refere às atividades desenvolvidas no espaço
escolar, propiciando uma interação entre os educandos de diversas faixas etárias.
A freqüência mínima exigida dos alunos é de 75% (setenta e cinco por cento) para
Ensino Fundamental e Médio, sendo que a aprovação fica condicionada ao aproveitamento,
nota ou conceito mínimo correspondente a 05 (cinco) na escala de 0 a 10 (zero a dez). No
entanto, a Secretaria Municipal da Educação, com o Setor Pedagógico, responsável pela
Educação de Jovens e Adultos, orienta as equipes pedagógicas das escolas quanto à exceção
do aluno trabalhador, o qual possui amparo legal no que diz respeito à freqüência obrigatória,
ou seja, se o educando comprovar que está trabalhando e que o turno de trabalho
comprometerá a chegada no horário estabelecido pela escola, este será devidamente
orientado para que consiga acompanhar os conteúdos trabalhados em sala de aula e não seja
prejudicado por causa disso.
O aluno trabalhador não será dispensado das aulas e obterá autorização para entrada
tardia, o que não deverá prejudicá-lo quanto à aquisição de conteúdos, sendo que a sugestão
é de que o professor desenvolva uma metodologia diferenciada para ele em função dessa
necessidade. As Unidades Escolares municipais oferecem esta facilidade aos alunos
trabalhadores que geralmente têm carência de 15 minutos para início da aula.
14
matemáticas. Para aprofundar e sistematizar esse conhecimento, o trabalho
escolar deve propiciar atividades que os ajudem a estabelecer as relações
entre as suas idéias e estratégias pessoais e o conhecimento geral, complexo
e formal.
Desta forma, assim como no ensino da linguagem matemática, da mesma forma o
aluno adulto está informalmente convivendo com as outras disciplinas, como no caso do
Português por meio das conversas familiares, no local de trabalho, na hora de realização de
aquisições, compras, etc. No presente a intenção foi de possibilitar ao adulto não escolarizado
as condições para que estivesse apto a utilizar-se da linguagem matemática, assim como das
outras áreas, assumindo com autonomia os êxitos ou fracassos desse uso.
A posição adotada encontra eco em Freire (1984, p.24), que ao tratar da
alfabetização de adultos, diz que sempre viu "[...] a alfabetização de adultos como um ato
político e um ato de conhecimento, por isso mesmo como um ato criador”. Assim,
gradativamente, os adultos foram se apropriando dessa nova forma de trabalho, que lhes
permitiu ser protagonistas do “feito educativo”, passando a discutir suas idéias e a defender
seus pontos de vista. Isso lhes possibilitou questionar e criticar, fazer e refazer aquilo que
tinham necessidade e desejo de aprender.
A sala de aula é um lugar privilegiado em que pode se dar a interlocução dos
múltiplos saberes, a articulação das diferentes linguagens, as relações interpessoais,
permitindo a inserção de novos recursos, estratégias metodológicas e ambientes que podem
tornar o processo pedagógico favorecedor de aquisição do código escrito pelo adulto, assim
como informações mais abrangentes. Marques (1999, p.182) afirma que “[...] na experiência
real pode ocorrer o inesperado que leve a repensar os caminhos andados e os enforques
adotados, onde se fundamentem a sabedoria dos limites e a riqueza dos imprevistos”.
Sentimos as pessoas a quem acompanhamos se mostrarem motivadas a conhecer
cada vez mais, pois, como manifestaram, não esperavam que esse conhecimento pudesse ser
adquirido ao longo de suas vidas.
De acordo com Mortari (2001, p. 105):
16
política. Não significa que a cidadania esteja atrelada ao poder político, mas sim ao direito
de escolha e a compreensão e consciência dessa escolha, assim como exercício de direitos e
deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, demonstrados por meio de atitudes
de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o
mesmo respeito.
Os alunos jovens e adultos que participam da vida em sociedade por meio do seu
trabalho, da família e das relações que são estabelecidas no seu cotidiano esperam obter da
EJA a ampliação de espaços de participação, facilitando o acesso aos meios de comunicação,
à tecnologia e demais ações voltadas à vida em sociedade.
Usufruem a oportunidade de desenvolver um pensamento mais crítico que venha a
demonstrar a importância de sua contribuição no desenvolvimento de uma coletividade mais
justa social e economicamente (MEC, 1997).
18
modalidade para conclusão dos seus estudos em São José, alcançando em 2004, um total de
12 mil inscrições.
A partir do ano de 2005, percebeu-se uma diminuição na procura, tendo em vista
que muitas pessoas já concluíram o Ensino Fundamental ou Médio, melhorando ainda mais
os números referentes à escolarização dos munícipes e também das pessoas de outras cidades
que buscam os Exames Supletivos de São José.
A procura constante durante todo o ano por uma modalidade que favorecesse os
trabalhadores, pais e mães de família que não tinham condições de freqüentar as salas de
aula, levou a SME a investir nos Exames Supletivos por se tratar de mais uma possibilidade
de conclusão dos estudos mais conveniente aos moradores do município.
Em 2006 será realizada a 13ª etapa dos Exames Supletivos, sendo que, desde a sua
primeira realização, em 2001, já passaram por eles mais de 20 mil alunos e destes, cerca de
5 mil já concluíram seus estudos nos níveis fundamental e médio.
Os Exames proporcionam acesso às Universidades, além de contribuir para ascensão
funcional de trabalhadores, favorecendo uma melhor qualidade de vida, sendo que mais de
10mil pessoas já passaram por esta modalidade de ensino no município (Secretaria Municipal
de Educação – SME, 2006). Tais exames na atualidade são ofertados via Exame Nacional
para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA1).
1
Para maiores informações: http://enccejanacional.inep.gov.br/encceja/#!/inicial. Acesso em: jul. 2019.
como fundamentação teórica de cada disciplina, concepções de educação, encaminhamentos
metodológicos para as escolas, entre outros.
Durante dois anos, 1998 e 1999, a formação continuada representou todos os
investimentos de caráter pedagógico da rede municipal, tendo como objetivo geral a
elaboração, a médio prazo, de uma proposta curricular que atendesse as necessidades dos
educadores e que representasse um documento norteador das atividades pedagógicas
desenvolvidas no município de São José.
Após o término da formação continuada, iniciou-se a elaboração do projeto para a
construção da proposta curricular da rede municipal, passando por aspectos legais,
administrativos e pedagógicos. A partir dessa iniciativa de reunir profissionais renomados e
que estivessem dentro dos objetivos propostos pela Secretaria, todos os educadores foram
contemplados com consultores habilitados para cada disciplina específica, que auxiliaram e
coordenaram a elaboração de uma proposta curricular para a rede de ensino. Os professores
que atuavam naquele momento na rede municipal de ensino e que foram escolhidos como
grupo responsável de cada disciplina, puderam participar efetivamente da elaboração,
produção e discussão sobre a proposta curricular municipal. O trabalho foi realizado ao longo
do ano de 2000, perfazendo um total de 100 horas de efetivo trabalho.
A Educação de Jovens e Adultos que, durante o ano de 2000, era representada
somente pela Alfabetização de Adultos, também foi contemplada e desenvolveu uma
proposta curricular específica para o projeto que estava em andamento, possibilitando cada
vez mais o aprimoramento pedagógico.
No ano de 2000, a partir da escolha de alguns educadores de cada disciplina feita
pelos próprios colegas, iniciou-se a produção escrita daquele que seria o fundamento das
ações pedagógicas daquele momento em diante. Desde então, os educadores que
participavam do programa de EJA puderam freqüentar as paradas pedagógicas para
discussões e aperfeiçoamento curricular e metodológico referente a Alfabetização, o que
contribuiu muito com o bom desenvolvimento do ensino.
Contudo, vale ressaltar que a proposta curricular contemplou todos os segmentos
oferecidos pela educação, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.
20
1998, p.25).
Após a edição e distribuição da proposta curricular aos educadores que participaram
da elaboração da proposta, foram distribuídos 1000 volumes para toda a rede de ensino. A
partir dessa etapa, retomou-se a formação continuada e iniciou-se o que chamamos de
materialização da proposta curricular, em que novos encontros foram organizados com o
intuito de socializar as produções e de aprofundar a fundamentação teórica.
De 2001 a 2005 mantiveram-se os procedimentos administrativos e pedagógicos
concernentes à formação continuada, buscando uma maior abrangência a cada ano,
possibilitando aos educadores uma constante discussão e reflexão acerca da prática
pedagógica. Contudo, a cada ano, sentia-se a necessidade de um recomeço, tendo em vista a
grande rotatividade de profissionais que fazem parte do projeto da EJA. Conforme citado
anteriormente, não existe professor efetivo atuantes nessa modalidade, dificultando a
compreensão e continuidade do trabalho.
Retomando o foco especificamente para a EJA, a formação continuada sempre foi
um dos princípios de trabalho do programa e permanece na lista das prioridades estabelecidas
anualmente pela equipe pedagógica da Secretaria Municipal de Educação.
Muito se discute, atualmente, sobre a formação do professor de jovens e adultos,
pois ele deve ter consciência de sua força e do seu papel na formação do educando. A
educação de jovens e adultos requer do educador conhecimentos específicos no que diz
respeito ao conteúdo, metodologia, relação professor-aluno, avaliação, atendimento, entre
outros, para trabalhar com essa clientela heterogênea e tão diversificada culturalmente
(ARBACHE, 2001).
Para Paiva (1973), as instituições de ensino, públicas e particulares, têm se
preocupado muito com a formação de seu corpo docente, pois sabem que a qualidade do
ensino depende muito da relação professor-aluno. A educação de jovens e adultos é toda
educação destinada àqueles que não tiveram oportunidades educacionais em idade própria
ou que a tiveram de forma insuficiente, não conseguindo alfabetizar-se e obter os
conhecimentos básicos necessários. Esse conceito nos faz perceber que o professor que vai
atuar com jovens e adultos deve ter uma formação especial, que lhe permita compreender os
anseios e necessidades dessas pessoas, além de saber lidar com os sentimentos delas.
O professor da EJA deve compreender a necessidade de respeitar a pluralidade
cultural, as identidades, as questões que envolvem classe, raça, saber a linguagem dos seus
alunos. Caso contrário, o ensino ficará limitado à imposição de um padrão, um modelo pronto
e acabado em que se objetiva apenas ensinar a ler e escrever, de forma mecânica. Enfim, o
que se pretende com a educação de jovens e adultos é dar oportunidade de valorização a todos
que de certa forma foram marginalizados ao longo do seu tempo de formação.
Danyluk (2001, p. 107), ressalta que:
[...] muitas pessoas acham que o aluno adulto tem mais dificuldade para
aprender. Na realidade, o que tenho constatado é que esse educando não
quer somente decorar, mas ele questiona até realmente compreender. Logo,
é preciso que nós professores trabalhemos com eles de várias formas,
explicando de outro modo numa abordagem de ensino voltada para a
compreensão.
Novo enfoque está sendo dado à educação de jovens e adultos, ou seja, é necessário
superar a idéia de que a EJA se esgota na alfabetização, desligada da escolarização básica de
qualidade, superando também a descontinuidade das ações institucionais e o surgimento de
medidas isoladas e pontuais, fragmentando e impedindo a compreensão da problemática.
É preciso desafiar o encaminhamento de possíveis resoluções que levem à
simplificação do fenômeno do analfabetismo e do processo de alfabetização, reduzindo o
problema a uma mera exposição de números e indicadores descritivos. Visualizar a educação
de jovens e adultos levando em conta a especificidade e a diversidade cultural dos envolvidos
que a ela recorrem, torna-se, pois, um caminho renovado e transformador nessa área
educacional (ARBACHE, 2001).
Educar jovens e adultos, hoje, não é apenas ensiná-los a ler e escrever seu próprio
nome é também lhes oferecer uma escolarização ampla e com mais qualidade. E isso requer
atividades contínuas e não projetos isolados que, na primeira dificuldade, são deixados de
lado para o início de outro. Além disso, a educação de jovens e adultos não deve se preocupar
apenas em reduzir números e índices de analfabetismo. Deve ocupar-se de fato com a cultura
do educando, com sua preparação para trabalho e como previsto nas diretrizes curriculares
da EJA a mesma tem como funções: reparar, qualificar e equalizar o ensino, tendo como
objetivo primordial, a educação.
A formação continuada do educador se faz, assim, por duas vias. A via externa,
representada por cursos de capacitação, aperfeiçoamento, seminários, leitura de periódicos
especializados etc., quando lhe é proporcionado e a via interior, que é a atitude ética que cada
professor deve ter, indagando sobre seu papel na sociedade e se, de fato, o está cumprindo,
mantendo o exemplo frente aos educandos.
Um dos grandes problemas na formação docente é a auto-suficiência, ou seja, julgar-
se saber tudo, pois a condição para o constante aperfeiçoamento do educador não é somente
a sensibilidade aos estímulos intelectuais, mas é fundamentalmente a consciência de sua
22
natureza inconclusa como sabedor.
Muitas vezes não são os negligentes e sim os auto-suficientes que estacionam em
seu caminho de formação profissional, julgando-se sabedores de tudo e considerando que seu
papel na educação nada mais exige deles. Esta é uma noção que paralisa o educador e o torna
incapaz de progredir.
No entanto, progredir não significa apenas adquirir conhecimentos, mas também
abrir a própria consciência para a acolhida do novo, que surge diariamente, repensando
constantemente o próprio conhecimento.
O professor que realmente quer estar atualizado deve repensar constantemente a
didática que está sendo utilizada na educação de jovens e adultos, na tentativa de melhor
adequá-la às necessidades dos mesmos, mudando-a sempre que necessário. Precisa ver o
educando como um ser pensante, cheio de capacidades e portador de idéias que se apresentam
quando problematizada, em uma conversação simples e em suas críticas aos fatos do dia-a-
dia. O mesmo deve apresentar-se como um aliado do educando e não como um “doutor”,
arrogante, pois nesse caso o educando vai se sentir inferiorizado, discriminado de sua parte,
o educando, especialmente o adulto, ao perceber que está sendo tratado como uma pessoa
participante do processo de aprendizagem, vai se sentir mais interessado e mais responsável.
A responsabilidade é tão superior nessa concepção, que o educando passa a compreender que
poderá contribuir para a mudança da sociedade, sua realidade e a essência de seu país pelo
fato de estar mudando a si mesmo.
A consultoria foi realizada por profissionais com formação na área específica,
contemplando todas as disciplinas componentes da matriz curricular do município além da
Educação de Jovens e Adultos.
Além dos consultores das várias disciplinas, a equipe pedagógica contratou uma
consultoria geral, a qual deu todo o suporte pedagógico e encaminhou os trabalhos de
produção realizados pelos demais consultores que, por sua vez, passavam para os professores,
conduzindo todo o encaminhamento dos trabalhos.
A Secretaria de Educação buscou uma proposta curricular pautada numa concepção
de escola que tivesse como função social o compromisso de garantir a cada educando que
por ela passasse a apropriação do conhecimento, que tornasse possível a cada educando a
apropriação tanto das Ciências, como da Filosofia, da Arte e da técnica, como condição para
a compreensão do mundo em que vive e nele intervir e agir (SÃO JOSÉ, 2000).
Foi a partir dessa Proposta Curricular que os educadores de São José conseguiram
avançar em seus planejamentos e ações, de forma a compreender melhor a realidade dos
alunos da rede municipal e, dessa forma, interagir melhor com eles, o que antes era um pouco
limitado devido a falta de unificação do método de trabalho e da linha filosófica a ser seguida.
A partir desta fase determinou-se qual seria o encaminhamento dado a construção da
proposta, assim como de todo o trabalho a ser seguido posteriormente.
O método de trabalho passou a ser baseado nos mesmos encaminhamentos, nas
mesmas diretrizes, dando, contudo, liberdade para que o professor possa se interar quanto às
realidades de cada escola e de cada comunidade onde trabalhava, buscando ficar o mais
próximo possível da realidade do educando.
Com a construção da proposta e da delimitação destas diretrizes a serem seguidas
pelos professores e toda equipe pedagógica, pôde-se melhorar alguns aspectos referentes às
metodologias e materiais utilizados, assim como trabalhar de uma maneira homogênea, pois
até então não existia um documento que propiciasse a elaboração de um plano pedagógico
que pudesse direcionar e possibilitar uma ação coletiva relacionada ao currículo.
É importante destacar que tal iniciativa não indica uma mudança clara e objetiva de
atitude, mas fortalece o desejo dos professores de inovar constantemente a prática, passando,
então, a pensar coletivamente e discutir internamente nos espaços das escolas que
trabalhavam as questões mais sérias a respeito do processo de ensino e aprendizagem.
A partir desse momento optou-se por buscar fundamentação teórica na perspectiva
sócio-histórica, considerando que:
- Seria apropriada por que a rede já assumia encaminhamentos referentes a essa
filosofia de trabalho;
- Apresentar-se como possibilidade para a compreensão da concepção de educação
de jovens e adultos.
24
2.7 Dados Estatísticos da Educação de Jovens e Adultos em São Jovens
Número de alunos matriculados
1º semestre
Morar Bem
Vilson Kleinubing
450 426
Marista
400 359
Mª Iracema
340 Mª luiza
350 Santana
300 256
Albertina
244 238 247 Sta. Terezinha
250 219 227
Ant. Fco
182
200 176 Osv. Cabral
Araucária
50 Altino
0 Renascer
Mª Hortência
Marista
450 Mª Iracema
402 409
Mª luiza
400
359 Santana
350 Albertina
300 264
Sta. Terezinha
256
Ant. Fco
250 220 227
Osv. Cabral
200 177 183 180 182 176 São Luiz
142 150
150 Luar
104 103
Interativo
100 71
51 Araucária
50 Altino
0 Renascer
Mª Hortência
8000 7650
6902
6919 2001
7000 6503 6326
2002
6000
5113 2003
5000
3818 2004
4000
2005
3000
2006
2000
104
2007
1000
2008
0
Fonte:
SME/São José, 2008.
Número de formandos por ano:
Alfabetização, Ensino Fundamental e Médio
2001
1762
1800 1720
1469
1657
2002
1600 1505
1400 2003
1200
2004
1000
743
800 2005
104
600 503
2006
400
200 2007
0
2008
26
ÍNDICES DE APROVAÇÃO, REPROVAÇÃO E EVASÃO - 2007
100,00% 90,90%
87,40%
80,00%
Reprovação
40,00% 32,20%
Evasão
20,00% 13,40%
8,70%
0,00%
Médio Fundamental
2SÃO JOSÉ, Documento de Educação de Jovens e Adultos. In: Proposta Curricular de Rede Municipal
de São José. Prefeitura Municipal de São José, 2000.
Este texto já foi publicado na Proposta Curricular de São José, no ano 2000, mas apresenta-se neste caderno
em versão revista e formulada pelo conjunto de professores da Comissão de 5ª a 8ª e de Ensino Médio em
2008.
28
adultos configurado no Plano Nacional de Educação No entanto, apenas na década seguinte,
a Educação de Adultos define sua identidade tomando forma de uma Campanha Nacional.
Já no início da década de cinqüenta esse projeto entra em decadência, emergindo
dele apenas o Ensino Supletivo. Nesta época, a concepção de Educação de Adultos era
marcada por uma visão do analfabetismo como causa e não como efeito da situação
econômica. Assim, o adulto analfabeto era visto como um ser incapaz e marginal. Mais tarde
os debates sobre a questão foram ampliados e aos poucos o sujeito 'dito analfabeto' passou a
ser visto como um ser produtivo capaz de raciocinar e resolver os seus problemas.
O que mais marcou a Educação de adultos entre nós, foram as experiências vividas
por Paulo Freire no nordeste, no início da década de sessenta. Experiências estas que se
multiplicaram e foram disseminadas pelo Brasil por vários movimentos adeptos da teoria
conscientizadora e libertadora de Paulo Freire.
Baseado na sua proposta, em 1964 foi aprovado o Plano Nacional de Alfabetização,
em que o analfabetismo passou a ser visto como efeito da situação sócio-econômica e não
como causa. O ser 'dito analfabeto' passou a ser visto como sujeito capaz. Com o golpe militar
essas idéias foram reprimidas, assim como qualquer movimento de oposição, sendo que a
ditadura apoiou apenas as formas de trabalho assistencialista na Educação de adultos.
Em 1967 é lançada a grande campanha do MOBRAL - movimento em que a
concepção de alfabetização presente caracterizou-se por uma mera técnica mecânica de
decodificação e de reprodução da ideologia dominante.
Apesar de silenciado no Brasil, durante os quinze anos que esteve no exílio, as idéias
de Paulo Freire se espalharam pelo mundo e se ampliam as referências para as suas reflexões,
no tocante à Educação de Adultos. Paulo Freire elaborou uma proposta de alfabetização de
adultos que era vista como conscientizadora, que possibilita que o educando se assuma como
sujeito de sua aprendizagem. A realidade vivenciada pelos educandos adultos não é apenas
referenciada, mas problematizada numa perspectiva em busca de soluções e de transformação
da sociedade. Seu princípio básico pode ser traduzido numa frase sua que ficou célebre: a
leitura do mundo precede a leitura da palavra.
Na década de setenta a Educação de Jovens e Adultos continua quase como
exclusividade do governo autoritário. O MOBRAL se expandiu por todo o território nacional
derivando dele o Programa de Educação Integral, abrindo possibilidades de continuidade de
estudo para os recém-alfabetizados.
Já a década de oitenta é marcada pela emergência dos movimentos sociais e o início
da abertura política. Em 1985 o MOBRAL foi extinto e surge a Fundação Educar a qual não
se constitui enquanto programa, mas como instituição que apóia pedagogicamente outros
projetos. Nos anos Collor a Fundação Educar foi extinta, deixando uma grande carência em
termos de políticas para a Educação de Jovens e Adultos.
Com a Constituição Federal de 1988, ficou assegurado o direito a Educação para
todos, porém na atual LDB a EJA vem caracterizada enquanto direito de todos, mas não como
dever do estado, o que se torna contraditório.
Alguns Estados e Municípios, assim como algumas organizações da Sociedade
Civil, têm assumido a responsabilidade de oferecer programas de Educação de Jovens e
Adultos, mas a oferta ainda está longe de satisfazer a demanda. Nesse contexto, também em
Santa Catarina constituíram-se no final dos anos noventa grupos para realizar estudos e
desenvolver projetos para alfabetização, ensino fundamental e médio de EJA no âmbito
estadual e municipal.
30
No estudo realizado, muitos indivíduos eram migrantes e sofriam as conseqüências
das contradições e dicotomias entre cidade grande e zona rural; principalmente porque essas
pessoas orientam suas vidas para atividades conjuntas e interações sociais e, não para projetos
individuais. Outra característica é a instabilidade constante em sua situação, independente da
sua própria vontade ou de seus atos, mas, marcada pelas condições sócio-econômicas.
Estes elementos fazem-se presentes em muitos dos nossos alunos sendo que, os
sujeitos ao viverem num mundo que exige conhecimentos sistematizados para a sua inserção
no mundo do trabalho, como necessidade básica de produção do próprio sustento, acabam
tendo menos condições para o acesso ao mundo que valoriza o letramento, o conhecimento
sistematizado e a tecnologia.
Muito embora, nem sempre dominem a lógica do mundo letrado estas pessoas
trazem consigo uma grande bagagem de conhecimentos adquiridos ao longo da história de
suas vidas. Possuem também, alguns conhecimentos sobre o mundo letrado que se
apropriaram em passagens pela escolarização ou na realização de suas atividades cotidianas.
Outra questão que não podemos desconsiderar é o fato de que muitos de nossos(as) alunos(as)
se apropriam de conhecimentos nas suas atividades profissionais.
Muitas vezes o aluno(a) de EJA já esteve inserido no ambiente escolar, no qual se
deparava com situações que não favoreciam o processo de seu aprendizado. Alguns desses
aspectos caracterizam-se por um modo de funcionamento escolar em que há uma organização
linear do conhecimento cujos conteúdos são apresentados de forma fragmentada o que não
os torna significativos.
Esses conteúdos ao serem trabalhados de forma descontextualizada tornam a prática
pedagógica não atrativa e dificultam a apropriação do conhecimento. Isto contribui para
aumentar a baixa estima do sujeito.
Outro aspecto refere-se à supervalorização de algumas áreas do conhecimento e a
práticas avaliativas que focalizam o que o aluno não faz e não domina e, não o que ele já sabe
fazer e já consegue efetivar.
Precisamos considerar também a concepção de sujeito presente em muitas práticas
pedagógicas e nos materiais didáticos utilizados que visualizam o jovem e o adulto como um
sujeito acabado, universal, abstrato e padronizado ou, adotam um modo infantilizado de lidar
com estes sujeitos.
Perante tal situação, assumimos uma concepção de Educação de Jovens e Adultos,
baseada no pensamento de Vygotsky, em que as relações do homem com o mundo são
fundamentalmente mediadas por instrumentos e signos. O sujeito humano em suas ações cria
instrumentos e signos para transformar a natureza e a si mesmo, construindo a cultura.
O desenvolvimento das funções humanas acontece por meio do processo de interação
do indivíduo com o mundo e com outros sujeitos por sistemas simbólicos construídos
socialmente. Os processos de desenvolvimento estão relacionados às circunstâncias
históricas e sociais e às experiências particulares de cada sujeito. Desenvolvimento e
aprendizagem são processos distintos e inter-relacionados sendo que a aprendizagem gera o
desenvolvimento humano.
A aprendizagem escolar, como categoria do processo sócio-histórico de educação, está
diretamente ligada com à elaboração de conceitos científicos que subsidiam o
desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Tais conceitos permitem ao sujeito
uma mudança qualitativa, ou seja, condições mais ampliadas de relacionar-se com os outros
e com o mundo, possibilitando ações conscientemente controladas e intencionais executadas
no momento em que se fizerem necessárias, mesmo que ocorram temporariamente e
espacialmente distantes do momento de ensino-aprendizagem.
A interação social com o outro como portador de vários conhecimentos é de suma
importância para a reflexão sobre o desenvolvimento e aprendizagem de adultos não
alfabetizados ou pouco escolarizados. Pois, o desenvolvimento e a aprendizagem estão
diretamente relacionados às interações realizadas pelos sujeitos no seu contexto sócio-
cultural, que se constitui como um espaço coletivo de aprendizagens.
É fundamental analisar esses aspectos para o trabalho com o adulto não alfabetizado
ou pouco escolarizado, pois:
32
com o real, mesmo na ausência da linguagem escrita e de conhecimentos sistematizados.
É na escola que o sujeito, ao interagir com os conhecimentos das diferentes áreas,
aprende a se relacionar com o conhecimento que para ele é novo, a refletir com e sobre a
organização desse saber em um sistema conceitual, instrumentalizando-o para o modo
intelectual típico da sociedade letrada.
34
e valorização de identidade, na busca de consolidação da democracia
brasileira.
Importante salientar que não se trata de mudar o foco etnocêntrico europeu por um
africano ou indígena, mas de ampliar o foco dos currículos escolares para a diversidade
cultural, racial, social e econômica brasileira.
Cumprir a lei é um compromisso de todos que exige um comprometimento solidário
de todos os segmentos do sistema de ensino brasileiro, tendo como princípio norteador à
igualdade básica de pessoa humana como sujeito de direitos.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Parecer CNE/CP 3/ 2004.
BRASIL. Lei 10.639 de 09 de Janeiro de 2003.
BRASIL. Lei 11.645 de 10 de Março de 2008.
CAVALLEIRO, Eliane dos Santos (org.). Racismo e anti-racismo na educação: repensando
nossa escola. SP: Summus, 2001.
MUNANGA, Kabengele e GOMES, Nilma Lino. Para entender o negro no Brasil:
Histórias, Realidades, Problemas e Caminhos. SP: Global Editora, 2004.
PAIXÃO, Marcelo. Desenvolvimento humano e Relações Raciais. RJ: DP&A, 2003.
[...] designando uma condição a que ascendem pessoas ou grupos que lêem
e escrevem; e que não depende somente do uso restrito do domínio do
sistema de representação, mas sim dos usos que o sujeito faz dessa
competência (RIBEIRO, 1997, p. 226).
Pensar a escrita e seus usos sociais: repercute nas orientações e escolhas curriculares
de EJA, uma vez que a visualizamos não somente enquanto possibilidade de apropriação do
conhecimento pelo sujeito, mas de produção deste e de leitura de mundo em que está inserido.
Mundo este permeado pelas novas tecnologias que geram a existência de novos símbolos,
significações e instrumentos utilizados socialmente, o que nos leva a concluir que:
[...] o currículo pode promover: tanto pelo que ele claramente revela,
quanto pelas formas sutis pelas quais ele se oculta. O que o currículo
revela diz respeito ao conhecimento escolar que o constitui,
selecionado, particular e arbitrariamente, em um universo muito mais
amplo de possibilidades (PAIVA, 1997, p. 4).
Deve-se buscar o conhecimento que prepare o homem para o seu tempo, ampliando
a sua capacidade de agir na construção do novo, compreendendo e criticando o que vem
sendo produzido. Os conteúdos do currículo de EJA deverão trazer as temáticas sociais para
a sala de aula, como conteúdos sistematizados, capazes de favorecer a visão interdisciplinar
que permita a compreensão da totalidade concreta. O currículo será organizado e selecionará
conteúdos que possam portanto, desvendar o papel que os conhecimentos das várias áreas, a
ciência e a tecnologia cumprem na sociedade.
Desta forma, estaremos possibilitando o desenvolvimento de conceitos. Para que os
conceitos sejam trabalhados, o professor deve diferenciar os dois tipos de conceitos: os
cotidianos e os científicos ou sistematizados.
Para Vygotsky, os conceitos apropriados pelas crianças/jovens/adultos, nas suas
experiências do dia-a-dia na relação com adultos e colegas mais experientes são denominados
de cotidianos e os conceitos formados a partir da sistematização dos conhecimentos das
diferentes áreas de estudo são denominados científicos.
A apropriação dos conceitos cotidianos acontece a partir das interações que o
sujeito estabelece na sua história individual e sócio-cultural porém, neste caso, não enquanto
formulações sistematizadas.
Já os conceitos científicos ou sistematizados são aqueles que se constituem de
formulações sistematizadas, definições científicas elaboradas histórica e culturalmente pelo
sujeito humano num processo de generalização e abstração, mediados por outros conceitos
ou palavras. Tais conceitos também podem se desenvolver no dia-a-dia, mas dependem da
intervenção intencional do outro. Para Vygotsky (1993, p. 46), [...] “o conceito não é uma
formulação isolada, fossilizada e imutável, mas sim uma parte ativa do processo intelectual,
constantemente a serviço da comunicação, do entendimento e da solução de problemas”.
Estes dois tipos de conceitos, embora diferentes estão intimamente ligados pois, à
medida que o sujeito se apropria dos conceitos científicos, seus conceitos cotidianos vão
sendo reelaborados, atingindo um nível mais aprofundado de compreensão, abstração e
generalização.
No processo ensino-aprendizagem deve-se trabalhar com uma série de mecanismos
e procedimentos que permitam ao sujeito a apropriação dos conceitos sistematizados,
oportunizando uma melhor forma de lidar com o real. Ou seja, a educação de jovens e adultos
deve organizar ações que promovam a internalização dos conceitos sistematizados
possibilitando formas mais elaboradas de pensamento na resolução de tarefas.
Muitas vezes, no ato de ensinar, trabalha-se apenas com definições, quando na
realidade, as definições são apenas um dos elementos do processo de apropriação do cultural.
Os conceitos sistematizados ampliam nosso conhecimento do real e nos permitem melhor
entender, lidar e interferir significativamente nesse real, no cotidiano.
É importante, que nós educadores e educadoras da EJA saibamos que é necessário
que nas nossas práticas pedagógicas sejam apresentadas novas exigências aos alunos,
oportunizando novos conhecimentos, considerando a formação de conceitos como uma
função primordial no crescimento social e cultural do sujeito, não apenas na apropriação de
conteúdos, mas também na forma de raciocinar e agir frente a esse contexto, pois “
[...]aprender a direcionar os próprios processos mentais com a ajuda de palavras ou signos é
uma parte integrante do processo de formação de conceitos” (VYGOTSKY, 1993, p. 51).
Comecei no projeto este ano. O meu desejo é saber ler e escrever. Quando
comecei só sabia matemática. Agora já sei mais um pouco ler e escrever.
Quero ler e escrever para trabalhar e ter dinheiro (Aluno Maicon - 17 anos).
Comecei no projeto no ano de 1998. O melhor, de tudo, é aprender. (Aluna
Paulina - 65 anos).
Eu tinha dificuldades no 1ª ano eu aprendi algumas coisa, mas no 2ª eu
comecei a entender as operações dividir, multiplicar e somar. Hoje melhorei
muito (Aluna Vânia da Rosa David - 17anos).
38
4 Educação de jovens e adultos: saberes e significados
Buscar o reconhecimento e valorização da Educação de Jovens e Adultos, na
construção de uma identidade própria e o um espaço de direito do sujeito nos fez perceber
que existe o fato, equivocado a nosso ver, de que muitas pessoas têm a ideia de que basta
superficializar os conteúdos para “resgatar” assim, a escolaridade perdida.
Este fato exige-nos pontuar os conteúdos desenvolvidos na prática pedagógica da
EJA, nos estudos correspondentes ao ensino fundamental e ao ensino médio, mesmo que
possamos omitir alguns elementos. Os itens elencados na seqüência têm sua origem na
análise de várias propostas curriculares, assim como, da nossa prática pedagógica enquanto
professoras e professores de EJA. As reflexões aqui tecidas caracterizam-se como
possibilidades para este momento histórico e local e não pretendem se constituir como únicas
e acabadas, que ao serem pensadas na pluralidade de vozes, de professoras, professores,
alunos e teóricos estão marcados pela provisoriedade e buscam a visualização de perspectivas
futuras.
Nesse sentido, assumindo os pressupostos teórico-metodológicos das diversas áreas
da Proposta Curricular do município de São José, buscamos aqui fazer algumas reflexões
sobre as áreas de conhecimento no projeto de EJA. Questões especificas e mais aprofundadas,
assim como os indicadores bibliográficos de cada área de conhecimento poderão ser
encontradas nos documentos correspondentes desta Proposta Curricular.
Quando eu vim eu não sabia quase nada. Hoje, então eu me sinto sabida.
Sei escrever mais e ler. Por que a pessoa que não sabe ler e um rio sem água
(Aluna Josefa Pereira Faria - 50 anos).
No começo não sabia nada. Agora já sei um pouco ler e escrever. Quem
não sabe ler é cego (Aluna Olívia - 65 anos).
Ao pensar o processo de apropriação da linguagem escrita na Educação de Jovens e
Adultos compartilhamos a concepção de língua assumida nesta proposta curricular de São
José, como uma atividade humana complexa que permite ao homem representar a realidade.
Mantendo estreita relação com o pensamento, enquanto constitutiva do sujeito caracteriza-se
como um processo histórico e social.
É preciso salientar que nesse processo recebemos alunos que mesmo não tendo
freqüentado a escola ou quando pouco escolarizados participam de atividades interativas com
o mundo letrado, o que os torna portadores de conhecimentos sobre a escrita, apresentando
às vezes na linguagem oral características da linguagem escrita.
Portanto, os adultos não alfabetizados não desconhecem o sistema da escrita e sua
função. Suas concepções sobre o sistema da escrita são decorrentes das condições de vida
adulta. Não são processos lineares, mas determinados pelas possibilidades diferenciadas de
interação com a língua escrita.
É por meio deste processo de interação com a sociedade letrada que adultos pouco
escolarizados podem produzir e reconhecer o sistema de escrita e os diferentes tipos de textos.
Estas considerações nos remetem à necessidade de situar o que entendemos por letramento e
analfabetismo.
Numa sociedade que valoriza a cultura letrada o termo “analfabeto” acabou
assumindo um significado eminentemente pejorativo, definindo o sujeito pelo que carece e
não pelos conhecimentos de que é portador. Hoje, no entanto novos significados vêm sendo
relacionados a esse termo sendo que analfabeto não é quem não sabe ler e escrever, mas
também aquele que sabendo, é incapaz de compreender ou redigir um texto com
determinadas características.
À medida que a sociedade vai se tornando cada vez mais centrada na escrita, não
basta apenas aprender a ler e escrever, é necessário incorporar a prática da leitura e da escrita.
Para nomear esse novo fenômeno surgiu a palavra letramento.
O termo letramento surge de “literacy” que significa a condição de ser letrado. É,
pois, o adjetivo que caracteriza a pessoa que domina a leitura e a escrita e designa o estado
ou a condição daquele que sabe ler e escrever e faz uso competente e freqüente da leitura e
da escrita. Ser letrado é ir além de ser alfabetizado, é tornar-se cognitivamente diferente, ou
seja o sujeito se apropria de novas formas de pensar.
Entendendo o letramento como um conjunto de práticas sociais que se utiliza da
escrita, ampliam-se as agências de letramento para além da escola, abrangendo a família, a
igreja, o trabalho, as organizações populares, entre outras.
O processo de letramento tem de considerar a sua dimensão social, o significado que
a escrita tem para determinado grupo social e em que tipo de instituição foi adquirida. As
mudanças pretendidas por meio do processo de letramento visam a formação de um indivíduo
consciente, crítico e transformador, que questione e participe do “poder da língua” na
sociedade letrada.
Nesse contexto, para Foucambert (1994) o analfabetismo é o desconhecimento das
técnicas de utilização da escrita e iletrismo caracteriza-se pela falta de familiaridade com o
40
mundo de utilização da escrita, uma exclusão em relação ao todo ou a parte desse modo de
comunicação. Assim, cada um de nós é iletrado em diversos campos. Quando esses campos
são muitos observa-se até mesmo entre aqueles que foram alfabetizados uma volta ao
analfabetismo e ao esquecimento das técnicas básicas que permitem utilizar a escrita.
42
apenas para o educando demonstrar o que sabe ou não e para a professor(a) corrigir. Nesse
sentido, a organização dos conteúdos de língua deverá ser realizada de modo a possibilitar
uma aprendizagem contextualizada e significativa e, o seu ensino deve centrar-se no uso, na
análise e na reflexão constante da linguagem.
Conceitos básicos
1. Linguagem oral e gestual: seus usos e grafemas e fonemas
formas letras, sílabas e palavras
2. Linguagem escrita: usos e formas e sua segmentação e espaçamento das
historicidade palavras
2.1. Leitura e escritura de texto: os diferentes pontuação
gêneros discursivos: sentido e posicionamento da
a funcionalidade da escrita escrita
textos literários, prosa; poesia, textos acentuação
jornalísticos, textos instrucionais, campos semânticos e léxicos
(receitas, manuais, regulamentos, flexão de palavras
normas, etc.), textos epistolares (cartas), concordância verbal e nominal
textos publicitários, textos informativos elementos de coesão
(científicos e históricos) e outros. Análise e reflexão da
sistema alfabético linguagem.
o alfabeto
relações ortográficas
4.1.3 O processo de apropriação dos conhecimentos Matemáticos
Eu tinha dificuldades no 1ª ano eu aprendi algumas coisas mas no 2ª eu
comecei a entender as operações dividir, multiplicar e somar. Hoje melhorei
muito (Aluna Vânia da Rosa David - 17anos).
Eu sou borracheiro, antes quando ia cobrar o meu serviço, eu dizia para as
pessoas que estava com as mãos sujas e pedia para elas fazerem as contas.
Agora eu já sei fazer sozinho! È bem mais fácil agora! (Aluno João Gonçalves
- 35-anos).
A matemática é uma disciplina de fundamental importância para o desenvolvimento
do sujeito. Precisa estar ao alcance de todos, para que se apropriem dos conhecimentos
científicos e tecnológicos e por meio destes possam compreender e transformar sua realidade.
Só há aprendizagem matemática quando há compreensão e esta deverá ser trabalhada
de forma interdisciplinar estabelecendo relação ente os conhecimentos sistematizados e o
cotidiano do sujeito. Deste modo, estaremos colaborando para o desenvolvimento conceitual
do sujeito.
Todos os conteúdos deverão ser trabalhados, problematizando situações que façam
parte da realidade do aluno, e mediando aqueles que estão mais distantes deles, de modo que se
evidencie a importância do uso da mesma.
Conceitos
44
4.1.4 O processo de apropriação dos conhecimentos de História e Geografia
48
origens, preferências, profissões, anseios, hábitos de vida, condições de saúde, peso, altura etc.
As análises feitas após todas as atividades aplicadas, seu desenvolvimento e resultados,
principalmente pelo feedback fornecido pelos alunos e também na literatura disponível
especialmente sobre saúde e qualidade de vida, que é o que pretendemos enfatizar no nosso
trabalho.
A análise e compreensão desses fatores nos possibilitaram o desenvolvimento desta
proposta de trabalho, que julgamos neste momento ser interessante, importante e adequada para
as turmas de educação de jovens e adultos.
Existem alguns pontos extremamente importantes a serem considerados durante o
processo de planejamento de um programa de educação física para jovens e adultos. Primeiro,
a heterogeneidade é uma característica presente em todas as turmas, em que facilmente são
detectadas diferenças como, por exemplo, a idade, em uma única turma ela pode variar entre
14 e 80 anos, as condições de saúde dos alunos também são as mais variadas possíveis assim
como a composição corporal.
Outro fator a ser considerado é a falta de cultura da atividade física, apesar de todas as
informações de que dispomos atualmente sobre o tema, o povo brasileiro, principalmente nas
camadas economicamente mais baixas da sociedade, ainda não incorporou a prática de
atividade física no seu dia a dia, por não ter plena consciência de sua importância e benefícios.
Essas questões acima citadas obrigam o professor de educação física que se propor a
trabalhar no projeto EJA, uma intervenção prudente e científica, sob pena de não alcançar os
objetivos propostos e até por em risco a saúde física dos seus alunos.
Assumindo os pressupostos teórico-metodológicos do documento de educação física
da proposta curricular do município de São José, buscamos aqui fazer algumas reflexões sobre
esta área de ensino no projeto de educação de jovens e adultos.
Entendemos neste momento que a educação física na educação de jovens e adultos
tem como objetivos desenvolver ações que contribuam no desenvolvimento consciente dos
alunos, de modo que eles possam entender melhor as variáveis que atuam e atuaram durante
todo o seu processo evolutivo, vendo-se não como um ser isolado mas como parte integrante
de um todo, e principalmente; proporcionar a eles uma maior conscientização acerca da
importância da atividade física no seu dia a dia, possibilitando assim um acréscimo na sua
qualidade de vida em geral, e consequentemente um aumento na auto estima, que é muito baixa
na maioria dos casos.
Sendo assim, não podemos nos prender muito a questão do desenvolvimento motor,
pois o adulto em geral já possui padrões de movimento bem definidos e desenvolvidos, e além
disso cada turma possui apenas uma hora aula semanal, o que dificulta um pouco as ações do
professor nesse sentido. Porém, é claro que o professor pode e deve ajudar o aluno na
apropriação de novas habilidades motoras e no aprimoramento das já adquiridas.
No entanto, o que pretendemos priorizar é a aquisição ou melhora da saúde física e
mental, e consequentemente o aumento da qualidade de vida dos nossos alunos, dentro dessa
busca podemos trabalhar variados temas tais como: motivação, auto estima, socialização por
meio do exercício e do esporte, alimentação, higiene, corporeidade, lazer, bem estar, ética,
cidadania, meio ambiente e pluralidade cultural por meio do esporte.
As metodologias utilizadas para a aplicação destes temas interdisciplinares podem ser
as mais variadas possíveis como: aulas teóricas e práticas, vídeos, palestras, debates, passeios,
jogos, brincadeiras, dinâmicas de grupo, sessões de alongamento, relaxamento, ginástica,
caminhadas , etc.
O professor, por sua vez, deve assumir uma postura que o torne não só o líder mas
também um integrante daquele grupo durante a aula. Deve ouvir, discutir, debater com os
alunos, abrindo espaço para que eles coloquem suas idéias e sugestões, nunca subestimando os
alunos respondendo algo que não tenha certeza, nunca agindo com subterfúgios, achando que
é superior aos alunos.
O professor agindo como um observador atento, paciente, amigo, como um sujeito que
propõe trocas de conhecimento e que antes de sua aula expõe seus objetivos e conteúdos a serem
trabalhados estará contribuindo para o sucesso do seu trabalho e investindo muito na qualidade
da relação professor-aluno e da interação de todas as partes envolvidas no processo.
50
5. Educação de jovens e adultos: caminhos e possibilidades
Quando falamos de projetos supomos que podem ser um meio que nos ajude
a repensar e a recriar a escola. Entre outros motivos, porque por meio deles
estamos tentando reorganizar o tempo, a relação entre os docentes e os alunos
e, principalmente, porque permite-nos redefinir o discurso sobre o
conhecimento escolar (aquilo que regulamenta o que deve ser ensinado e
como fazê-lo) (HERNÁNDEZ, 1998, p. 29).
Os projetos de trabalho pretendem, nesse sentido, constituir-se em recursos de
mediação instrumental para a organização, sistematização e avaliação do trabalho pedagógico,
partindo de conceitos mediadores para a realização de atividades de análise, síntese e reflexão
do conhecimento científico, considerando os conhecimentos já apropriados pelos alunos no seu
contexto sociocultural.
O planejamento por projetos surge como uma possibilidade de enfocar diferentes áreas
do conhecimento e trabalhar tendo em vista a execução de tarefas reais, inseridas na vida
cotidiana dos alunos. Opta por uma visão de currículo que busca a interdisiplinariedade no
sentido de articulação entre as diferentes áreas do conhecimento, de forma a tentar constituir
uma unidade interpretativa na explicação da realidade, sem parcelamentos. Esta abordagem
vem sendo focalizada como "aprendizagem integrada que se realiza em torno de temas, idéias
ou problemas, relacionando-se contribuições provenientes de especialidades ou cadeiras
diversas" (SACRISTÁN, 1998, p. 192).
É importante ter em vista que os projetos são procedimentos metódicos de média e/ou
longa duração. A função do educador, neste processo, é de exercer o papel de mediador,
realizando um planejamento e tendo o fio organizativo desse processo.
Essa forma de trabalho propõe a re-significação dos conteúdos, ou seja, estes são vistos
como seleção de saberes culturais. Por meio deles, introduz-se a aprendizagem não só de
conceitos, como também de fatos, procedimentos, atitudes, normas, valores, sentimentos,
linguagens, crenças, interesses.
52
Cabe ao professor(a)
Articular o tema com os interesses, os conhecimentos dos sujeitos e os objetivos gerais
previstos para o período letivo, integrando as diferentes áreas do conhecimentos, realizando
uma previsão dos conteúdos que podem vir a ser trabalhados, assim como buscar novos
conhecimentos com relação ao tema.
Discutir e trocar experiências com os professores envolvidos no projeto sugerindo
novos trabalhos.
Socializar os conhecimentos desenvolvidos no projeto com os demais profissionais da
unidade escolar, assim como com a comunidade.
Na apropriação de conhecimentos o grupo de jovens e adultos poderá buscar
informações externas em diferentes tipos de fontes: conversas, entrevistas, passeios, visitas,
entrevistas, observações, exploração de materiais, experiências concretas, pesquisas
bibliográficas, internet...
A biblioteca da escola e a sala de informática deverão constituir-se em um espaço
organizado para os estudos e pesquisas dos alunos, assim como em um espaço de mediações
com outros jovens e adultos.
A parceria com as famílias, a atividade profissional e a comunidade – são ótimos
elementos de informação para os alunos e professores (as).
O registro das atividades é um momento muito importante, pois é necessário escolher
o que deve ser registrado, selecionar e reelaborar as partes mais significativas. Estes materiais
constituem-se em instrumentos de acompanhamento da aprendizagem e poderão ser: trabalhos
dos alunos, textos coletivos organizados pelo (a) professor (a) e o grupo, montagem de painéis,
registros, gráficos e outros. Á medida que as informações são organizadas, vai-se avaliando o
que os alunos já sabem e a previsão de novos encaminhamentos. O registro também permite
que os sujeitos valorizem o uso social da linguagem.
A organização das informações - os jovens e os adultos juntamente com os seus
professores(as) elaboram e apresentam o material coletado e participam da organização. Assim,
o grupo avalia e organiza as informações. A partir desse momento o grupo propõe novos
encaminhamentos com trabalhos individuais, de pequenos ou de grandes grupos.
Para essa organização poderão ser utilizadas diferentes linguagens como: jogos,
atividades dramáticas, experiências científicas, desenhos, escultura, marcenaria, música,
números, cálculos, seriações, textos coletivos, histórias orais e escritas, de acordo com as
temáticas trabalhadas.
Depois de organizados e realizados os trabalhos podem ser realizadas exposições, por
meio de diferentes linguagens. A avaliação do trabalho desenvolvido é feita a partir do
reencontro com a situação-problema levantada inicialmente, com os comentários feitos sobre o
proposto e o realizado.
É importante que o grupo divulgue o que está fazendo e que os próprios alunos(as)
tenham oportunidades de fazê-lo.
Cada final de projeto propõe novas perguntas que poderão encaminhar novos projetos.
Referências
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ZABALA, Antoni. A Prática Educativa – Como Ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
58
5.2 POSSIBILIDADES DE ORGANIZAÇÃO INTERDISCIPLINAR E A
NOVA MATRIZ CURRICULAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS/SÃO JOSÉ/SC?3
3
Texto adaptado de: LAFFIN, Mª Hermínia Lage Fernandes. “Conversas de Escola”. NUP, 2006 e atualizado em
2015 para fins didáticos.
4
Professora do Departamento de Metodologia de Ensino e do Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: herminialaffin@gmail.com
que possamos ter maior consistência no ensino na perspectiva dos projetos, estamos
desenvolvendo atividades teóricas e práticas, articuladas com os projetos de trabalho.
Os projetos de trabalho, que preveem uma organização interdisciplinar vêm se
mostrando como possibilidade de nos aproximarmos da identidade dos alunos, de revisarmos a
organização do currículo por disciplinas no tempo e espaço escolares e de resgatarmos, de
maneira crítica, o que acontece fora da escola, diante das transformações derivadas da imensa
produção de informação que caracteriza a sociedade atual, como nos aponta Fernando
Hernández:
60
-Multidisciplinar: é a mais tradicional, não aparecem explícitas as relações que podem
existir entre as disciplinas. É uma organização somativa.
-Interdisciplinar: na qual há intencionalmente a interação entre duas ou mais
disciplinas. Desde a comunicação de ideias até a integração recíproca dos conceitos
fundamentais, da teoria do conhecimento, da metodologia e dos dados da realidade.
-Transdisciplinares: é o grau máximo de relações entre a disciplinas, supõe uma
integração mais global e favorece uma unidade interpretativa com o objetivo de constituir uma
ciência que explique a realidade sem parcelamento. Determina certas relações de conteúdos
com pretensões integradoras. Segundo Zabala essa relação transdisciplinar se estabelece muito
mais como desejo do que efetivamente uma prática concreta.
Sobre esta questão surgem no âmbito dos encontros de formação com professores5,
elementos fundamentais para podermos pensar não só a possibilidade de mostrar as alternativas
e alcances possível para a prática pedagógica no ensino fundamental, mas também, as
interrogações e dúvidas que vão permeando esse processo, uma vez que reconhecemos a
complexidade que marca as práticas escolares. Assim, temos na fala da professora Joseane
Pinto de Arruda (Colégio de Aplicação/UFSC), uma série de indagações que nos fazem refletir,
estudar, produzir novas práticas e nos interrogar constantemente:
5
Exemplos disso foram apresentados no seminário de dezembro de 2014 do GT de Currículo.
Possibilidades de Integração Curricular
Com isso, este autor nos dá alguns indicativos para aquelas famosas perguntas “Por
onde eu começo”? Como escolho um tema de um projeto? Que princípios me orientam na
perspectiva dos projetos de trabalho na sua organização?
Compreendemos esta perspectiva dos projetos de trabalho como um modo de
organização do conhecimento que nos possibilita lidar com a ideia de projetos de estudos com
compreensão e em profundidade em uma base contínua. Ou seja, um projeto inicia com algumas
ideias e vai avançando por um período para um estudo longo e complexo, no qual são
62
observados e considerados os interesses, as questões e ideias dos alunos e o conhecimento
científico. No entanto, gostaríamos de destacar também que um projeto pode ser disciplinar,
entretanto, buscado sempre a relação entre conceitos de uma mesma área, buscando sua
contextualização histórica, pois trabalhar disciplinarmente é diferente de ser meramente
conteudista. Os projetos podem ser organizados por conceitos das áreas de conhecimento em
cada fase, por temáticas relacionadas à questão social ou de interesse de estudantes e
professores.
Nesse sentido, relembra-se que nossos estudantes precisam cumprir no conjunto do
curso 300 horas de atividades complementares da parte diversificada da Matriz Curricular e
m ed i a nt e o Art. 3° da Resolução N° 51/2014/COMESJ/SC:
As atividades complementares da parte diversificada da Matriz Curricular
deverão ser definidas coletivamente na Unidade de Ensino no início do
semestre, em conformidade com a Proposta Curricular do Município, para
que todas as turmas compartilhem do mesmo trabalho. (SÃO JOSÉ, 2014)
Já os Art. 4° e 5 ° i n d i c a m q u e a ç õ e s p o d e m s e r c o n s i d e r a d a s p a r a
computo das 300 horas:
Art. 4°. Farão parte das atividades complementares da parte diversificada
da Matriz Curricular, além dos projetos interdisciplinares, todas as atividades
realizadas em período contraturno como festa junina, desfile cívico, mostra
cultural, seminários, entre outras que compõem o calendário letivo6. Art.. 5°
Os professores deverão planejar a partir do contexto da comunidade
escolar, todas as atividades a serem realizadas no decorrer do semestre
letivo, contemplando os conteúdos mínimos necessários ao
desenvolvimento cie ntífico, cultural e social dos estudantes.
Desse modo será possível aprofundar conhecimentos específicos das áreas e articulá-
los aos projetos de trabalho. Desse modo o sujeito poderá desenvolver também a capacidade de
6
Na Educação de Jovens e Adultos em Florianópolis/SC está prevista a realização de atividades de produção
externa às aulas para computo de parte da carga horária: “Diariamente, a avaliação é realizada por meio das horas
de produção”. Considerando-se que uma noite de trabalho corresponda a 4 horas de produção, os estudantes serão
avaliados com indicadores de 1 a 4 horas de produção, conforme o envolvimento dos mesmos nas atividades
propostas. [...] Além da avaliação das aprendizagens por horas de produção, os núcleos deverão prever situações
de aprendizagem por meio de atividades de produção externas, como oportunidade para o reconhecimento de
saberes não tangenciados pelas pesquisas. FLORIANÓPOLIS (2012). Fonte FLORIANÓPOLIS. Diretrizes Para
a Implantação do Plano de Curso da Educação de Jovens e Adultos da Rede Municipal de Ensino de
Florianópolis, Secretaria Municipal de Educação. 2012. Disponível em:
http://www.pmf.sc.gov.br/entidades/educa/index.php?cms=educacao+de+jovens+e+adultos+++eja&menu=7
refletir com e sobre a organização curricular desses conhecimentos em um sistema conceitual,
instrumentalizando-se para o modo típico do pensar valorizado pela sociedade letrada.
Estas são algumas ideias iniciais para subsidiar os trabalhos de professores no
desenvolvimento dessa nova proposta que merece ser documentada, estudada, registrada, para
que possa subsidiar a rede na continuidade do processo. Tal processo será objeto de trabalho
nos encontros coletivos destinados a parte das horas atividades no contexto da escola e da
formação.
Referências
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Alegre/RS: Arte-Educação e Identidades Étnico raciais Afro-Brasileiras. Dissertação De
Mestrado. Faculdade E Educação Programa De Pós-Graduação Em Educação. Porto Alegre,
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alunos. In: http//www.tvebrasil.com.be/SALTO/bletins2001/eja/ejatxt3.htm
PORTO ALEGRA. SEJA, Serviço de Educação de Jovens e Adultos. Em busca da unidade
perdida, totalidades de conhecimento: um currículo em Educação Popular. Cadernos
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SANTOMÉ, J. T. Globalização e Interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre:
Artes Médicas Sul, 1998.
64
SÃO JOSÉ, Secretaria de Educação. Resolução N° 51/2014/COMESJ/SC:
Regulamenta a Matriz Curricular do Ensino Fundamental e Médio da Educação de
Jovens e Adultos da Rede Municipal de Ensino de São José a partir do ano letivo
de 2015, São José/SC, 2015.
66
em qualquer momento para qualquer pessoa. Algumas formas discursivas são muito restritivas,
como ofícios, por exemplo.
No entanto “sair dos limites”, muitas vezes, é o que dá originalidade e reconhecimento.
Estas situações devem ser encaradas no ambiente escolar. Dessa forma é que se chega à idéia
de que o que se faz com a língua é um trabalho diversificado.
Outra questão para debater é a necessidade de que as idéias sejam expressas
claramente. Segundo Vygotsky (1995, p.108):
A relação entre o pensamento e a palavra não é uma coisa mas um processo,
um movimento contínuo de vaivém do pensamento para a palavra, e vice
versa. Nesse processo, a relação entre o pensamento e a palavra passa por
transformações que, em si mesmas, podem ser consideradas um
desenvolvimento no sentido funcional. O pensamento não é simplesmente
expresso em palavras; é por meio delas que ele passa a existir.
Então é através do domínio da língua, comprovado pela eficiência do uso dos diversos
níveis de linguagem, adaptados cada um ao seu contexto, é que será possível que os alunos
aprendam a redigir diversos gêneros textuais.
Objetivo Geral
Valorizar e desenvolver habilidades de ouvir, falar, ler, interpretar, escrever, criticar e
apresentar soluções, tomando, como base, motivos que envolvam diferentes épocas, lugares e
seres, integrando o indivíduo ao social, exercendo, assim, a sua cidadania e apresentando o
domínio da língua. Assim sendo, ampliar as possibilidades de utilização da língua como
instrumento para aquisição de novas experiências, desenvolvendo a capacidade criadora,
valorativa e crítica dos alunos dos ensinos fundamental e médio.
Objetivos específicos
- Enfatizar a importância da assimilação dos aspectos lingüísticos relativos ao
funcionamento da Língua, visando à ampliação de informações, a partir da leitura,
pesquisa, escrita, criação de textos, debates, seminários, entre outros;
- Capacitar para a aplicação, identificação e crítica de informações lingüísticas e
Literárias visando à auto-avaliação, a auto-correção e a interação verbal e intelectual;
Estabelecer comparações entre as linguagens do texto do outro e as suas (do aluno),
aproveitando o resultado para ampliar e aprimorar conhecimentos;
Identificar características dos gêneros e estilos de época (literários), situando-os no
espaço e no tempo, visando a sua compreensão dialética do fenômeno literário brasileiro, em
seu processo evolutivo e em suas especificidades;
A partir do estudo das questões relativas à Literatura, aprofundar informações
referentes à linguagem, tais como: estilística, finalidade de arte, gêneros literários, funções da
linguagem, entre outros;
Valorizar vocabulário, pontuação, estilo, grafia, mas, acima de tudo, o universo
pessoal e cultural posto em comum a partir da Fala, da Leitura e da Escrita (produção textual);
Através de projetos proporcionar ao aluno os conteúdos fundamentais referentes à
Língua Portuguesa envolvidos em uma atmosfera de aprendizagem significativa;
Desenvolver a comunicação através de diferentes linguagens (normativa, coloquial,
verbal e não-verbal);
Sensibilizar o aluno para os assuntos a serem trabalhados, tentando trazer para a sala
de aula um rico universo de significados, por meio de perguntas, histórias, depoimentos entre
outros;
Despertar no aluno o interesse pelo conhecimento em si, criando o hábito de pesquisar
em fontes variadas os mais diversos assuntos, permitindo que acompanhe as rápidas
transformações socioculturais de nosso tempo;
Promover o trabalho em grupo, com o objetivo de capacitar o aluno para viver em
sociedade, respeitando o outro, aprendendo a ser crítico, trocando idéias para chegar a um
consenso;
Despertar a produção textual (textos diversos - poesias, contos, histórias, fábulas,
crônicas, cartas - e o que ele mais desejar) nos alunos, para que eles possam desenvolver sua
capacidade criativa;
Reconhecer e entender o significado das Classes Gramaticais, referentes aos conteúdos
dos ensinos fundamental e médio;
Motivar a aprendizagem para que o aluno saiba falar e escrever de acordo com a norma
culta. Sem deixar de mostrar a ele que existe o oposto, a linguagem coloquial. Alertando-o de
que há situações de uso para essas duas modalidades de linguagem.
68
Quadro de distribuição de conceitos
ENFÂSE NO
DESENVOLVIMENTO DOS
ANOS FINAIS ENSINO MÉDIO
CONCEITOS POR
FASE/SÉRIE/ANO
6ª 7ª 8ª 9ª 1ª 2ª 3ª
PRÁTICAS DE LEITURA
1 - Enumerativos: dicionários,
Gráfico;
X X X X X X X
Informático: notícias, relatos de
experiências, reportagens.
1.2 - Publicitário: anúncio,
X X X X X X X
classificados, folhetos, avisos.
1.3 - Institucionais: cartazes,
instruções de uso, regulamentos, X X X X X X X
receitas, regras de jogo, manuais.
1.4 - Informação Cientifica:
definições, relatos históricos resumos,
X X X X X X X
trabalhos científicos,, artigos
enciclopédicos, Internet.
1.5 - Lúdicos: palavras cruzadas, letras
de música, charges, histórias em X X X X X X X
quadrinhos, tirinhas, piadas.
1.6 - Literários: crônicas, poemas
X X X X X X X
fábulas, contos, lendas, romances.
1.7 - Epistolares: bilhetes e cartas
familiares, cartão postal, carta
X X X X X X X
comercial, requerimento, oficio
curriculum vitae.
GRAMÁTICA:
1 - Elementos da comunicação:
X X
Emissor, Receptor, Código,
Mensagem, Meio.
2 – Fonologia e Fonética
(Contextualizado): Som, Fonema,
X X
Letra, Encontro Consonantal e
Vocálico, Dígrafo.
3- Classe das palavras: substantivo,
adjetivo, artigo, numeral, verbo,
pronome, advérbio, preposição, X X X X X X X
conjunção, interjeição.
PRÁTICA DE ESCRITURA:
X X X
1 - História da escrita (origem)
2 - Funções sociais da escrita X X X
3 – Leitura e Produção de diferentes
gêneros: narrativo, dissertativo, X X X X X X X
descritivo.
LEGENDA: O número de X indica a necessidade de maior aprofundamento em determinada fase.
Metodologia de trabalho
Como metodologia de ensino de Língua Portuguesa, utilizar-se-ão vários recursos que
possam favorecer uma aprendizagem significativa ao educando para que este possa relacionar
o conteúdo do cotidiano com o científico.
Dessa maneira serão feitos trabalhos em duplas, grupos e individuais, levando o
educando compartilhar os seus saberes na elaboração de textos – proporcionando-lhes a leitura
de diversos textos literários, para que possam usar a sua criatividade para dar seqüência às
histórias -, questionários, maquetes, confecções de cartazes com figuras, redações – narração,
dissertação e discrição -, pesquisas, avaliações, entrevistas, entre outros que forem surgindo no
contexto escolar, sendo motivadores às tarefas propostas.
70
Utilização de vídeos – contextualizados com o conteúdo estudado e de acordo com a
série/ano em curso -, Internet – como fonte de pesquisa -, retroprojetor -, data show, entre outros
meios que a Unidade Escolar oferece.
Avaliação
A avaliação será contínua e permanente durante todo o processo, baseado na
observação, participação, interesse, iniciativa, afetividade, disciplina, considerando a
construção do conhecimento e o desenvolvimento global do aluno.
Referências
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proposta de Produção textual a partir de gêneros e projetos –Atual Editora – São Paulo, 2002.
MAIA, João Domingues. Português – volume único– 2ª edição, editora Ática, São Paulo,
2005.
6.1.2 Língua Estrangeira - Inglês
Professores Elaboradores:
Ana Rute da Silva C. Oliveira
Flávia Walter
Iolanda Pereira de Oliveira
José Otavio Olinger
Kátia Lenfers
Leonardo Padilha
Rebeca P. Pereira
Rui Andrade
Sandra Stahlhofer
Silvana Silva
Vera Lucia Castilho de Lins
Introdução
Com a difusão de meios de comunicação como a internet e a televisão a cabo, a
importação de produtos e a vinda de visitantes de outros países, o contato com outras línguas
tem se tornado cada vez mais freqüente em nosso país. Além disso, o processo de globalização
que vivenciamos na atualidade torna a aprendizagem de línguas estrangeiras indispensável uma
vez que por meio de outras línguas podemos ter acesso mais facilmente às informações, à
ciência, à tecnologia e aos acontecimentos no mundo.
Os princípios aqui contemplados orientam para o ensino de LE como forma de
socialização de conhecimento e de cultura de outras nações voltado para os interesses do
aprendiz.
Objetivos Gerais
Os objetivos de ensino de LE foram elencados considerando-se o desenvolvimento de
capacidades, em função das necessidades sociais, intelectuais, profissionais, e interesses dos
aprendizes. Os objetivos decorrem do papel formativo e da função social da LE e das limitações
das condições de ensino e aprendizagem.
Os objetivos gerais estão orientados para a sensibilização do aprendiz em relação à LE
pelos seguintes focos:
1) “O mundo multilíngue e multicultural em que vive;
2) A compreensão global (escrita e oral)
3) O empenho na negociação do significado e não na correção” (PCNs/LE, p. 66).
Espera-se que com o ensino de LE o aprendiz seja capaz de:
a) “Identificar no universo que o cerca as LEs que cooperam nos sistemas de
comunicação, percebendo-se como parte integrante de um mundo plurilíngüe e
compreendendo o papel hegemônico que algumas LEs desempenham em
determinado momento histórico;
b) Vivenciar uma experiência de comunicação humana, pelo uso de uma LE, no que se
refere às novas maneiras de se expressar e de ver o mundo, refletindo sobre os
costumes ou maneiras de agir e interagir e as visões de seu próprio mundo,
possibilitando maior entendimento de um mundo plural e de seu próprio papel como
cidadão de seu país e do mundo;
c) Reconhecer que o aprendizado de uma ou mais LEs lhe possibilita o acesso a bens
culturais da humanidade construídos em outras partes de mundo;
d) Construir conhecimento sistêmico, sobre a organização textual e sobre como e
quando utilizar a linguagem nas situações de comunicação, tendo como base os
conhecimentos da língua materna;
e) Construir consciência lingüística e consciência crítica dos usos que se fazem da LE
que está aprendendo;
f) Ler e valorizar a leitura como fonte de informação e prazer, utilizando-a como meio
de acesso ao mundo do trabalho e dos estudos avançados;
g) Utilizar outras habilidades comunicativas de modo a poder atuar em situações
diversas”(Ibid, p. 66-67).
Metodologia de trabalho
O ponto de partida, dentro da proposta aqui apresentada deve ser o texto oral ou
escrito e sua abordagem deve ser interativa. Cabe explicitar que nesta proposta, texto oral ou
escrito, refere-se a toda produção lingüística significativa falada ou escrita, amostras reais das
mais diversificadas formas de comunicação tais como: anúncios, cartões, cartas, jornais,
reportagens, receitas, bulas de remédios, manuais, folhetos, charges, panfletos, anedotas,
poemas, músicas, vídeos, narrativas, filmes, pequenas histórias, instruções de jogos, trava
língua, rótulos, cartazes, canções, entrevistas; programas de TV, verbetes de dicionário, entre
outras.
Propõe-se que o ensino de LE seja abordado por meio de tópicos temáticos
privilegiando os temas transversais listados nos PCNs, os temas abordados por outras
disciplinas da grade escolar, e, caso seja possível, uma abordagem de ensino interdisciplinar,
e/ou temas de interesse do grupo de aprendizes, porém sempre adequados ao nível de
conhecimento, a idade e ao meio social no qual vive o aprendiz.
ENSINO
ÊNFASE CONCEITOS POR FASE/SÉRIE ANOS FINAIS
MÉDIO
1 -PRÁTICAS DE LEITURA 6ª 7ª 8ª 9ª 1ª 2ª 3ª
1.1 – Enumerativos: dicionários, índices, sumários, gráfico,
X X X X X X X
guia telefônico.
1.2 – Publicitários: anúncios, classificados, folhetos, avisos. X X X X X X X
1.3 – Institucionais: cartazes, instruções de uso,
X X X X X X X
regulamentos, receitas, regras de jogo, manuais.
1.4 – Informação científica: definições, relatos históricos, X X X X X X X
74
resumos, artigos enciclopédicos.
1.5 – Lúdicos: palavras cruzadas, letras de música, charges,
X X X X X X X
histórias em quadrinhos, piadas.
1.6 – Literários: crônicas, poemas, fábulas, contos, lendas,
X X X X X X X
romances.
1.7 – Epistolares: bilhetes, cartas, cartão postal, curriculum
X X X X X X X
vitae.
2 – GRAMÁTICA
2.1 – Elementos da Abordagem Comunicativa: competência
X X X X X X X
gramatical, sociolingüística, discursiva e estratégica.
2.2 –Morfologia: classe das palavras: substantivo, adjetivo,
artigo, numeral, verbo, pronome, advérbio, preposição, X X X X X X X
conjunção, interjeição.
2.3 – Estrutura e formação das palavras X X X X X X X
2.4 – Tipos de frases X X X X X X X
2.5 – Termos da oração X X X X X X X
2.6 – Colocação pronominal X X X X X X X
2.7 – Pontuação X X X X X X X
2.8 – Semântica X X X X X X X
3 - LITERATURA
3.1 – Conceito, origem X X X X X X X
3.2 – Gêneros literários X X X X X X X
4 – PRÁTICA DE ESCRITURA
4.1 – Funções sociais da escrita X X X X X X X
4.2 – Produção de diferentes gêneros: narrativo, dissertativo,
descritivo, diálogos, bilhetes, cartas, propagandas, X X X X X X X
manchetes, notícias, confecção de pôsteres, dentre outros.
LEGENDA: O número de X indica a necessidade de maior aprofundamento em determinada fase.
Avaliação
Se partirmos do texto como pretexto para o desenvolvimento das diversas habilidades,
ao avaliarmos o desempenho do aprendiz, também devemos fazê-lo por meio de textos.
Em relação à forma de avaliar, concordamos com a proposta curricular de LE de São
José anterior a esta, a qual sugere que a avaliação da aprendizagem seja: “processual,
diagnóstica, dinâmica, participativa, qualitativa, inclusiva e emancipatória” (p. 305).
Destaca-se, ainda, a necessidade constante de acompanhamento do aprendiz, de forma
que possa ser continuamente orientado, num esforço ininterrupto de superar a cultura do
fracasso. Ainda, em relação à forma de avaliar, os PCNs/LE ressaltam que a mesma deve:
“Envolver o aprendiz na construção social de significado e não apenas verificar o domínio de
conhecimento sistêmico por meio de formas tradicionais de compreensão escrita, que só fazem
o aprendiz procurar no texto a resposta usando estratégias de decodificação” (p. 82)
Por fim, é importante ressaltar que a avaliação não só deve ser conseqüência do que
foi trabalhado durante todo o processo de ensino e aprendizagem no bi/tri/semestre, mas
também o ponto de partida para o planejamento de novas ações pedagógicas.
Importante:
Tanto o quadro de distribuição de conceitos quanto a sugestão de avaliação de
Língua Estrangeira, que constam acima foram elaborados em parceria com as professoras
colaboradoras: Marimar da Silva, Saionara Greggio, Maria Aparecida Rita Moreira, Raquel
D’Ely e os educadores participantes do Curso de Formação Continuada de 2007, do Município
de São José.
Referências.
CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar – Texto e Interação – Uma
proposta de Produção textual a partir de gêneros e projetos –Atual Editora – São Paulo, 2002.
MAIA, João Domingues. Português – volume único– 2ª edição, editora Ática, São Paulo,
2005.
SÃO JOSÉ, Educação de Jovens e Adultos -Proposta Curricularm, 2000.
SILVA, Antônio de Siqueira. Novo Ensino Médio. Vol. único. Ed. Ibep.
SIQUEIRA e Silva; BERTOLIN, Antônio de Rafael. Língua Portuguesa. Novo Ensino Médio.
Apostila -Volume Único -Curso Completo de. São Paulo, 2008.,
ZIGMUND, Luciane Cristine. Educação de Jovens e Adultos – Ensino Fundamental. 5ª a
8ª séries. Vol. único. Ed. Educarte, 2003.
76
6.1.3 Artes
Professores Elaboradores:
Ana Lúcia
Anatoly Protocevich Neto
Andréa
Antônia de Cássia Ayres
Bruno de Freitas
Cristina Aparecida da Silva
Deisi A. B. de Carvalho
Dionei Santos Reis
Lucimoni dos Santos
Luiz Coelho
Luiza Maria Graeff
Marcelo
Ensinar um “saber” sobre o mundo e o “sabor” deste mesmo mundo, sabor que jaz
oculto aos sentidos do ser humano. Deste modo, possibilitar o homem “ser” sujeito da própria
história, mostrando que Arte é conhecimento e que constitui uma necessidade do homem,
desmistificando a Arte como um fazer dissociado de saber ou ainda um saber para poucos.
O enfoque será principalmente nas Artes Visuais, Sonora e Cênica como forma de
comunicação cuja leitura exija uma boa aprendizagem.
78
Obra.
Além dos conteúdos citados acima, inserir história da arte, estabelecendo relação do
antigo com o moderno, trabalhando a Arte Catarinense e a Arte Josefense.
Conteúdos para Ensino Médio
1° ano
- Produção Artística na humanidade
- Pré-história à Arte Cristã
2° ano
- Arte Cristã ao Realismo
3° ano
- Século XVIII ao século XXI
- Arte Catarinense e Arte Local
Referências
Professores Elaboradores:
Daniela Flávia Orísia Ribeiro
Sérgio Luiz de Almeida
6.1.4.1 Concepção de Biologia
A Biologia tem como função social contribuir para ampliar o entendimento que os
indivíduos têm em sua própria organização biológica, do lugar que ocupa na natureza e na
sociedade e das possibilidades de interferir na dinamicidade dos mesmos por meio de uma ação
mais coletiva, visando a melhoria da qualidade de vida.
Objetivos da Biologia
- Conceituar a biologia como ciência que conectada a outras áreas do conhecimento
pode dar ao ser humano a chave de sua sobrevivência e das demais espécies. Relacionar o
conhecimento com o cotidiano fazendo o aluno entender a dimensão do mundo e sua própria
dimensão.
- Desenvolver a observação e a descrição dos fenômenos biológicos e a capacidade de
questionar os processos naturais e tecnológicos, apresentando interpretação e provando
evoluções.
- Formular questões a partir de situações reais e compreender aquelas já enunciadas.
Sistematizar o conhecimento já existente. Trabalhar o conhecimento a partir das inter-
relações entre os seres vivos e nunca a partir de uma visão antropocêntrica do mundo.
Desenvolver a observação e a descrição dos fenômenos biológicos e acima de tudo desenvolver
uma postura ativa e crítica em relação aos dados e as informações, evitando a sua aceitação de
forma passiva e incondicional.
Distribuição de conceitos
1ª fase (EM)
Unidade I – Introdução à Biologia
Capítulo 1 – Características dos seres vivos
Capítulo 2 – Bioquímica celular
80
Unidade II – Citologia
Capítulo 3 – Célula: * Membrana plasmática,
* Citoplasma
* Núcleo
Unidade III – Embriologia
Capítulo 4 – Reprodução: * Assexuada,
* Sexuada
2ª fase (EM)
Unidade I – Sistemática ou Taxonomia
Capítulo 1 – Sistema de Lineu
Capítulo 2 – Sistemas modernos de classificação
3ª fase (EM)
Unidade I – Ecologia
Capítulo 1 – Introdução à ecologia
Capítulo 2 – Cadeias e teias alimentares
Capítulo 3 – Relações ecológicas
Capítulo 4 – Desequilíbrios ecológicos
Unidade II – Genética
Capítulo 1 – Introdução à genética
Capítulo 2 – 1ª Lei de Mendel
Capítulo 3 – Polialelia e Grupos sanguíneos
Capítulo 4 – Herança do sexo
82
Genética X
LEGENDA: O número de X indica a necessidade de maior
aprofundamento em determinada fase.
METODOLOGIA
Aulas expositivas e dialogadas;
Quadro e giz; retroprojetor e data show;
Atividades individuais e em grupos, em sala de aula;
Textos alternativos de periódicos atualizados;
Exercícios sobre os assuntos estudados;
Atividades de pesquisa extraclasse.
AVALIAÇÃO
A avaliação será contínua e qualitativa, totalizando 10 pontos (frequência, interesse,
participação, responsabilidade, respeito, criticidade e criatividade);
Quantitativa valendo para cada avaliação realizada 10 pontos (avaliações orais e
escritas, leituras e interpretações de textos, respostas a questionamentos, elaboração de
relatórios, resolução de problemas e exercícios, pesquisas em livros, revistas, jornais, internet).
Referências
AUGUSTO, A.; CROZETTA; M. Lago, S. Biologia. Volume Único. IBEP, 2004.
CARVALHO, W. Biologia em foco. Volume Único. Editora FTD, 2002.
FONSECA, Albino. Biologia. Volume Único. IBEP, 2000.
GAINOTTI, Alba e MODELLI, Alessandra. Biologia para o Ensino Médio. Volume Único.
Editora Scipione, 2002.
LAURENCE, J. Biologia. Volume Único. Editora Nova Geração, 2006.
LINHARES, S.; GEWANDSZNAJDER, F. Biologia. Volume Único. Editora Ática, 2006.
LOPES, Sonia. Biologia, Volume Único. Editora Saraiva, 2002.
MACHADO, S. Biologia de olho no mundo do trabalho. Volume Único. Editora Scipione,
2003.
PAULINO, Wilson Roberto. Biologia. Volume Único. Editora Ática, 2000.
Revistas:
Ciência Hoje, Superinteressante, Galileu.
Sites da Internet.
Videoteca da escola
84
Reinos
Monera
Protista
Fungi
Animália
Plantae
Animália
Vertebrados
Invertebrados
Os vegetais
Características gerais
Tecidos vegetais
Órgãos vegetais
Fisiologia da água e dos sais minerais
Objetivos
Compreender a classificação biológica para a organização dos seres vivos
Fundamentar a nomenclatura binominal e conhecer suas regras
Ordenar, hierarquizar, as categorias taxionômicas
Identificar e explicar as principais características dos vírus
Enumerar as principais doenças virais humanas, assim como suas formas de
contaminação e prevenção
Citar, caracterizar, diferenciar e exemplificar cada um dos cinco reinos
Compreender as principais características anatômicas, fisiológicas e classificação das
classes dos invertebrados e vertebrados.
Classificação
Conhecer as principais características dos tecidos vegetais (permanentes e
peristemáticos) e suas funções
Identificar e caracterizar os órgãos vegetais (raiz, caule, folha, fruto e semente)
Explicar como a água e os sais minerais são reabsorvidos pela planta.
Explicar como ocorre a condução da seiva bruta e seiva elaborada pelo xilema e pelo
floema.
Citar os fatores que influenciam na transpiração e descorrer gutação ou sudação
Avaliação
Tudo que o aluno fizer em sala ou fora será avaliado assim como o cumprimento de
todo o trabalho, prova e principalmente a produtividade.
Metodologia
Aulas teóricas expositivas, participação coletiva, conhecimento prévio do aluno,
atividades dentro e fora de classe, exercícios, compreensão de textos, pesquisas e desafios.
Referências
CHEIDA, Luiz Eduardo. Biologia integrada. Vol. 1. Ed. FDT, 2002.
FAVARETTO & MERCADANTE. José Arnaldo & Clarinda. Biologia. Vol. Único. Ed:
Moderna, 1999.
GOWDAK & MATTOS. Demetrio & Neide S. de. Biologia. Vol. Único. Ed: FDT, 1991.
LINHARES, Sergio.Fernando G. Biologia Hoje. Vol. 1. Ed. Ática, 1998.
LOPES, Sônia. Bio. Vol. 1. Ed. Saraiva, 1998.
86
12 – Discorrer a atuação da adrenalina e a acetilcolina na regulação dos batimentos cardíacos
13 – Descrever e esquematizar a pequena e grande circulação
14 – Descorrer a circulação linfática
15 – Briófitas – classificação e ciclo reprodutivo
16 – Pteridófitos – classificação e ciclo reprodutivo
Número de alunos: individual ou grupo de dois
3º Ano
Ecologia
Conceitos
Simbiose
Ciclos da matéria
Objetivos
Conhecer brevemente as leis de mendel
Conceituar e diferenciar genótipo e fenótipo
Diferenciar alelo dominante e recessivo
Diferenciar herança ligada ao sexo, restrita ao sexo e influenciada pelo sexo
Conceituar alelos múltiplos
Conhecer os mecanismos genéticos envolvidos na determinação do sistema abo
Compreender o que é eritroblastose fetal
Caracterizar os tipos de mutações numéricas e compreender suas implicações
Conhecer e relacionar as teorias que procuram explicar a origem da vida
Comparar os princípios lamarckistas e darwinistas e apontar as principais
características de cada teoria
Conceituar e exemplificar seleção natural
Compreender que a recombinação gênica e as mutações são responsáveis pela variação
genética, que está sujeita às pressões da seleção natural
Conceituar e diferenciar ambientes bióticos e abióticos
Conceituar e identificar níveis tróficos e a relação estabelecida por eles nas cadeias e
nas teias alimentares
Reconhecer produtores, consumidores e decompositores
Diferenciar fluxo da matéria e fluxo de energia nos ecossistemas
Definir habitat e nicho ecológico
Conceituar simbiose
Compreender e exemplificar as relações simbióticas intra-específica e as
interespecíficas
Compreender a natureza cíclica dos elementos químicos
Descrever o ciclo da água, do oxigênio, do carbono e do nitrogênio
Relacionar o ciclo do oxigênio.
Avaliação
Tudo que o aluno fizer em sala ou fora será avaliado assim como o cumprimento de
todo o trabalho prova e principalmente a produtividade.
88
Metodologia
Aulas teóricas expositivas, participação coletiva, conhecimento prévio do aluno,
atividades dentro e fora de classe, exercícios, compreensão de textos, pesquisas e desafios.
Referências
CHEIDA, Luiz Eduardo. Biologia integrada. Vol. 1. Ed. FDT, 2002.
FAVARETTO & MERCADANTE. José Arnaldo & Clarinda. Biologia. Vol. Único. Ed:
Moderna, 1999.
GOWDAK & MATTOS. Demetrio & Neide S. de. Biologia. Vol. único. Ed: FDT, 1991.
LINHARES, Sergio.Fernando G. Biologia Hoje. Vol. 1. Ed. Ática, 1998.
LOPES, Sônia. Bio. Vol. 1. Ed. Saraiva, 1998.
Concepção de Biologia
90
ENSINO FUNDAMENTAL
6ª Série/Ano
2. Litosfera
Tipo de solos
Contaminação (doenças)
Degradação
Produtos biodegradáveis e não degradáveis
Manutenção do ambiente e importância dos vegetais
3. Hidrosfera
Distribuição da água no planeta
Manutenção dos mananciais e importância da mata ciliar
Poluição das águas
Uso racional da água
Usinas hidroelétricas
Doenças causadas pela água
4. Atmosfera
Camada da atmosfera
Efeito estufa (importância dos vegetais, equilíbrio o2 e co2)
Poluição e doenças do ar
Chuvas ácidas
Composição do ar
Objetivos
Conceituar e diferenciar ambientes bióticos e abióticos
Conceituar e identificar níveis tróficos e a relação estabelecida por eles nas cadeias e
nas teias alimentares
Reconhecer produtores, consumidores e decompositores
Diferenciar cadeia e teia alimentar
Definir habitat e nicho ecológico
Reconhecer as partes da Terra, litosfera, hidrosfera e atmosfera, citar suas
características relevantes e compreender a interação destas com os seres vivos
Compreender como e de que forma a atividade humana interfere e afeta a atmosfera
Avaliação
Tudo o que o aluno fizer em sala ou fora, será avaliado, assim como o cumprimento
de todo o trabalho, prova e principalmente produtividade.
Metodologia
Aulas teóricas expositivas, participação coletivas, conhecimento prévio do aluno,
atividades dentro e fora de classe, exercícios, compreensão de textos, pesquisas e desafios.
Referências
PROJETO ARARIBA. Ciências 5º. Ensino Fundamental. Ed. Moderna, 2003.
CANTO, Eduardo L. Ciências Naturais. 5º. Ed. Moderna, 2000.
GOWDAK, Demetrio. Ciências novo pensar. 5º. Ed. FDT, 2002.
92
7ª Série/Ano
Conteúdo Programático ou Eixos Temáticos
1. Seres vivos e o ambiente
Características dos seres vivos
Classificação
2. Vírus
Importância médica
3. Reino Monera
importância ecológica e econômica
doenças
4. Reino Protista
Doença e importância ecológica
5. Reino Fungi
Importância econômica e ecológica
6. Reino Animália
Invertebrados e vertebrados
Características gerais
Papel ecológico
7. Reino Plantae
Produção de alimentos
Equilíbrio ambiental
Classificação
Objetivos
Identificar as características dos seres vivos e compreender a classificação biológica
para a organização dos seres vivos
Conhecer os cinco reinos, suas principais características e seus representantes
Anotar as características dos organismos e separá-lo, por meio da organização de tais
informações, utilizando as categorias taxionômicas
Descobrir a importância da observação do meio ambiente como forma de revelar
conhecimento
Descobrir a importância do microorganismo, tanto a nível ecológico como médico.
Avaliação
Tudo o que o aluno fizer em sala ou fora, será avaliado, assim como o cumprimento
de todo o trabalho, prova e principalmente produtividade.
Metodologia
Aulas teóricas expositivas, participação coletivas, conhecimento prévio do aluno,
atividades dentro e fora de classe, exercícios, compreensão de textos, pesquisas e desafios.
Referências
PROJETO ARARIBÁ. Ciências 6º. Ensino Fundamental. Ed. Moderna, 2003.
CANTO, Eduardo L. Ciências Naturais 6º. Ed. Moderna, 2000.
GOWDAK, Demétrio. Ciências novo pensar 6º. Ed. FDT, 2002.
8ª Série/Ano
Conceitos ou eixos temáticos
Evolução do homem
Sistema reprodutor
Feminino
Masculino
Gravidez
Parto
DST/AIDS
Anticoncepcionais
Nutrição
Sistema digestório
Nutrientes, transgênicos e aditivos químicos
Órgãos e funções do sistema digestório
Metabolismo
Sistema respiratório
94
Órgãos e funções do sistema respiratório
Doenças e entorpecentes: drogas
Função do oxigênio e gás carbônico
Sistema nervoso, endócrino e sentidos
Sustentação
Sistema ósseo
Sistema muscular (proteção)
Objetivos
Conhecer a teoria que procuram explicar a evolução do homem
Comparar os princípios Lamarckistas e Darwinistas e apontar as principais
características de cada teoria
Discorrer sobre a função da reprodução
Compreender a fisiologia da reprodução
Conhecer as DST/AIDS, como são transmitidas e evitadas
Definir nutrientes e classificá-los quanto à sua composição química
Compreender como os transgênicos são produzidos
Citar as principais características e funções dos carboidratos, lipídeos, proteínas, sais
minerais e vitaminas
Conhecer os métodos para a conservação dos alimentos
Diferenciar e conceituar as quatro etapas da digestão
Discorrer sobre a função da respiração e integração com o sistema circulatório
Avaliação
Tudo o que o aluno fizer em sala ou fora, será avaliado, assim como o cumprimento
de todo o trabalho, prova e principalmente produtividade.
Metodologia
Aulas teóricas expositivas, participação coletivas, conhecimento prévio do aluno,
atividades dentro e fora de classe, exercícios, compreensão de textos, pesquisas e desafios.
Referências
PROJETO ARARIBÁ. Ciências 7º. Ensino Fundamental. Ed. Moderna, 2003.
CANTO, Eduardo L. Ciências naturais 7º. Ed. Moderna, 2000.
GOWDAK, Demétrio. Ciências novo pensar 7º. Ed. FDT, 2002.
9ª Série/Ano
Conceitos ou eixos temáticos
Química
Propriedades da matéria (geral e específico)
Introdução ao estudo da química
Fenômenos químicos
Átomos e estrutura atômica
Distribuição eletrônica
Elemento químico
Tabela periódica
Física
Fenômenos físicos
Transformação de energia
Massa e peso
Mecânica
Leis de newton
Tipos de energia
Objetivos
Definir substância química
Identificar as propriedades da matéria
Compreender os fenômenos químicos
Conhecer o átomo e a distribuição eletrônica dos elementos
Saber identificar os elementos na tabela e seus respectivos números atômicos
Conhecer os principais fenômenos físicos
Conceituar calor e temperatura
Conhecer as unidades de massa e volume
96
Identificar as formas de transformação de energia
Conhecer as leis de Newton
Avaliação
Tudo o que o aluno fizer em sala ou fora, será avaliado, assim como o cumprimento
de todo o trabalho, prova e principalmente produtividade.
Metodologia
Aulas teóricas expositivas, participação coletivas, conhecimento prévio do aluno,
atividades dentro e fora de classe, exercícios, compreensão de textos, pesquisas e desafios.
Referências
CANTO, Eduardo L. Ciências naturais 8º. Ed. Moderna, 2000.
CHEIDA, Luiz Eduardo. Biologia integrada. Vol. 1. FDT, 2002.
FAVARETTO & MERCADANTE, José Arnaldo; Clarinda. Biologia. Vol. Único. Ed:
Moderna, 1999.
GOWDAK, Demétrio. Ciências novo pensar 8º. Ed. FDT, 2002.
LINHARES, Sergio; Fernando G. Biologia Hoje. Vol. 1. Ed. Ática, 1998.
LOPES, Sônia. Bio. Vol. 1. Ed. Saraiva, 1998.
PROJETO ARARIBÁ. Ciências 8ª. Ensino Fundamental. Ed. Moderna, 2003.
Avaliação
A avaliação será um processo sistemático, contínuo e integral, que permita
acompanhar, registrar e analisar o desenvolvimento do aluno em todas os seus aspectos,
fornecendo subsídios ao professor para avaliar o processo ensino-aprendizagem dosa alunos,
os conhecimentos por eles trazidos para a sala de aula, suas reais necessidade cientificas e
tecnológicas, superando o sendo comum, avaliando o educando como um todo.
98
6.1.5 Física
Professores Elaboradores:
Adriane Schneider Falck Pinho
André Ary Leonel
Dilma maria Correa
Everton Luiz Silva
Fabiane Aparecida de Souza Soares da Silva
Humbert Luiz Oliveira
Luiz Wagner S. Floriano
Marcos Araquém Scopel
Nilza Cleia Monteiro de Azevedo Costa
Rodrigo Pereira
Sebastião Ribeiro
Silésio dos Santos
Vera Lúcia Medeiros
A Física, enquanto área de conhecimento construída tem uma história e uma estrutura
que, uma vez apreendida, permite uma compreensão da natureza e dos processos tecnológicos
que permeiam a sociedade. Qualquer cidadão que detenha um mínimo de conhecimento
científico pode ter condições de utilizá-lo para as suas interpretações de situações de relevância
social, reais e concretas, bem como aplica-los nessas e em outras situações.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacional para o Ensino Médio espera-se que
o ensino de Física, na escola média, contribua para a formação de uma cultura científica efetiva,
que permita ao indivíduo a interpretação dos fatos, fenômenos e processos naturais, situando e
dimensionando a interação do ser humano com a natureza como parte da própria natureza em
transformação.
Dessa forma o Ensino de Física deve incluir a História da Ciência para mudar a
concepção da maioria dos alunos de que a ciência e particularmente a Física é construída
linearmente, é uma verdade absoluta e que os cientistas são seres perfeitos e neutros, só visam
o bem social. Assumindo o conhecimento de Física como a-histórico, nega-se qualquer tentativa
de inseri-lo dentro de um contexto de construção, onde a estrutura atualmente aceita das teorias
seja fruto de um processo lento de maturação e adequação aos fenômenos naturais estudados.
O ensino de Física também deve incluir tópicos de Física Moderna e Contemporânea (FMC),
os quais vêm sendo desenvolvidos desde o inicio do século passado e ainda não são incluídos
nesse nível de escolaridade. A FMC é essencial para que o aluno entenda parte dos instrumentos
tecnológicos que utiliza no seu dia-a-dia. Além disso, o professor deve está atento à realidade
dos alunos e nas concepções que esses trazem do seu dia-a-dia procurando sempre fazer uma
boa contextualização dos conceitos trabalhados e uma boa conexão entre a Física ensinada e o
cotidiano do aluno.
Objetivo Geral
Permitir que o aluno construa a partir de sua vivência um senso crítico do universo
científico, oferecendo condições de utilizá-lo para as suas interpretações de situações de
relevância social, reais e concretas, bem como aplica-los nessas e em outras situações.
Neste contexto a física se mostrará como um veículo que lhe trará respostas sobre os
atos de sua vida e como parte integrante no meio, bem como contribuir na compreensão das
relações entre Ciência, tecnologia e Sociedade.
Contextualização de Física X
Segmentos de história, importância e
X
aplicação da Física
Noções de Cinemática X
Movimento Uniforme X
Movimento Uniformemente Variado X
Noções de Dinâmica X
1º Lei de Newton X
2 ª Lei de Newton X
3 ª Lei de Newton X
Energia Mecânica X
Noções de Hidrostática X
Quantidade de Movimentos X
Termologia X
100
Temperatura X
Escola Termométricas X
Dilatação térmica X
Quantidade de calor X
Propagação de calor X
Termodinâmica X
1ª lei da termodinâmica X
1ª lei da termodinâmica X
Noções de ótica geométrica X
Ondas mecânicas X
Noções de teoria cinemática dos gases X
Noções de eletrostática X
Carga elétrica X
Campo elétrico X
Força elétrica X
Potencial elétrico X
Noções de eletrodinâmica X
Corrente elétrica X
Circuito elétrico X
Elementos de um circuito X
Efeito joule X
Noções de magnetismo X
Força magnético X
Campo magnético X
Física moderna X
LEGENDA: O número de X indica a necessidade de maior aprofundamento em determinada fase.
Ensino Médio
1ª Série/Ano
Visão Geral da Física;
Grandezas Físicas;
Noções de cinemática (MRU, MRUV);
Noções de dinâmica;
Gravitação universal;
Energia mecânica (princípio da conservação);
Quantidade de movimento;
Noções de Hidrostática.
2ª Série/Ano
Termologia (temperatura, escalas termométricas, dilatação térmica);
Termodinâmica (calor sensível, calor latente, propagação e transferência de calor,
Leis da Termodinâmica e máquinas térmicas);
Noções de ótica geométrica e ótica física;
Ondas (características de uma onda e classificação das ondas);
Comportamento dos Gases.
3ª Série/Ano
Noção de Eletrostática e campo elétrico;
Eletrodinâmica (corrente, potência elétrica, resistência, efeito joule e circuitos);
Eletromagnetismo;
Campo magnético
Física moderna
OBS: Lembramos que os tópicos de Física Moderna e Contemporânea podem ser abordados
ao longo das três fases, respeitando os limites da Física Clássica. Vale lembrar ainda que:
102
Avaliação
Segundo Hernández (1998) essa é uma das questões mais controversas, mas, ao mesmo
tempo, mais presentes quando se fala em mudar a relação da Escola com os conhecimentos e
com as formas de ensiná-los e aprendê-los. De acordo com este autor o papel da avaliação deve
fazer parte do próprio processo de aprendizagem, e não é um apêndice que estabelece e qualifica
o grau de ajuste dos alunos com a “resposta única” que o docente define. Dessa forma a
avaliação não pode ser vista como um fim, mas sim como parte do processo de ensino e
aprendizagem, que visa observar o processo e constatar o que ainda precisa ser trabalhado e
como deve ser trabalhado, entendendo a educação como um processo de construção histórica.
Os instrumentos utilizados na avaliação serão os seguintes: Resenha de vídeos,
Pesquisas e trabalhos individuais ou em grupo, Listas de Exercícios, Provas: individuais, dupla,
sem e com consulta, Participação em classe, Apresentação de seminários e Relatório de
experimentos.
Metodologia sugerida
Ao iniciar cada assunto o professor poderá fazer uma problematização adequada para
motivar o aluno ao aprendizado deste assunto e despertar sua curiosidade. O professor também
deve instigar os alunos para saber o que eles já sabem sobre o assunto, se o que eles sabem está
de acordo com o conhecimento da Física e pensar em situações que podem reforçar ou falsear
as concepções dos alunos caso estas não coincidem com o conhecimento científico.
O professor deve estar ciente que no processo de ensino e aprendizagem de Física,
deve-se estimular as perguntas e não somente dar respostas, as quais na maioria das vezes não
fazem muito sentido para os alunos, pois não advêm de um processo de construção.
Ao ser solicitado por um aluno, ou pela classe, perante uma dúvida, o professor deverá
resolver o problema junto com o aluno e não para o aluno.
Para despertar a curiosidade dos alunos o professor também poderá trabalhar com
pesquisas em livros, em grupo, na sala de aula; trabalhos que tragam questões desafio, a fim de
mediar o sentimento de competência dos alunos, aumentando a sua auto-estima e seminários.
Acreditamos que esse tipo de atividade contribui com a organização da fala (comunicação oral),
perante um público, como também sugere posturas convenientes ao falar com grupos de pessoas
que não pertencem ao seu círculo de convivência.
Não existe uma receita para se ensinar Física. Acreditamos que cada professor deverá
optar por uma metodologia que melhor viabilize o processo de ensino e aprendizagem,
pensando na mais adequada para o estilo e predileção da sua turma.
Apoio digital
www.portaldoprofessor.mec.org.br
www.novafisica.net
www.fisica.net
http://homer.nuted.edu.ufrgs.br/tekton/sala_fisica.php
http://www.pion.sbfisica.org.br/pdc/index.php/por
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/
OBS: Esses endereços possuem recursos que podem ser utilizados tanto com os alunos em sala,
como podem ser sugeridos para pesquisas extraclasse, já que grande parte de nossos alunos têm
acesso à rede, e/ou contribuir para a formação continuada do professor.
Referências
ALVARENGA, Beatriz. Física. Vol. 1,2 e 3. Ed. Scipione, São Paulo, 2003
BONJORNO, José Roberto. Temas de Física. Vol.1,2 e 3. Ed. FDI, São Paulo, 2000.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio, 1999.
GASPAR, Alberto. Física. Vol. 1,2 e 3. Ed. Ática, São Paulo, 2003.
GREF. Física. Vol. 1,2 e 3. Ed. Edusp, São Paulo, 1999.
PENTEADO, Paulo César et al. Física, Ciência e Tecnologia. Ed. Moderna, São Paulo, 2001.
SANTA CATARINA, Secretaria de Educação. Proposta Curricular - Física, 2003.
104
6.1.6 Filosofia
Professores Elaboradores
José Emílio de Medeiros Filho
Adilson Rodrigues Moraes
Objetivo Geral: Possibilitar ao educando subsídios para que ele possa desenvolver um
pensar crítico e criativo, visando uma formação integral, numa perspectiva emancipadora, na
busca constante de sua autonomia e independência.
Objetivos Específicos:
Subsidiar o educando na arte do pensar e do agir para compreensão da realidade em
seu processo histórico;
Propiciar competências para que o educando crie, inove e busque soluções;
Pensar por si mesmo;
Adquirir senso crítico.
Avaliação
O que se entende por avaliar? Avaliar é um contínuo processo de verificação da
construção do conhecimento do aluno. Contextualizar as questões.
O que avaliar?
Formas de avaliação:
Objetivas V ou F;
Completar;
Pedir desenhos;
Síntese;
Modelos;
Pesquisa;
Maquete;
106
Relatórios;
Grupos;
Dramatizações;
Associar;
Formar frases;
Experiências;
Provas questões contextualizadas.
Teoria do conhecimento:
Tipos de conhecimento;
Identidade e gênero;
Correntes filosóficas: Idealismo, Marxismo, Existencialismo, Realismo;
1º: Ética: ética x moral, ideologia e alienação, ter e ser;
2º: verdadeiro, relações de poder , silogismo, argumentos, homem;
3º: liberdade, política: formas de governo, Lógica: sofismos, Antropologia: cultura,
religião.
Professor
O professor de filosofia deve ter presente que:
É um facilitador;
O promotor da cultura do pensar não só na classe como na Unidade Escolar;
É o grande incentivador do questionamento, do senso crítico e da consciência dos
argumentos;
Pedagogicamente um perseguidor da assimilação e das relações de conteúdos;
Intransigente na construção do conhecimento;
É o mestre que se põe a ensinar.
108
6.1.7 Geografia
Professores Elaboradores:
Alessandro M. Pereira
Angela Maria S. Peixer
Antonia Núbia Oliveira
Clarice da Silva
Fabiana de Oliveira
Gerson L. Caldeira
Ivonete M. Sarmento
Luciano João Luzes
Madalena G. Conceição
Margarete Nascimento
Margarete Nascimento
Marilda S. Beal
Nilton Santos Azevedo
Nívea Correa
Osvaldo R. Silva
Ramiro Domingos
Sérgio Valdir da Silva
Objetivo Geral
O estudo do espaço geográfico e a relação do homem neste espaço são conceitos
fundamentais da ciência geográfica. Sendo assim, torna-se essência compreender a organização
e as transformações sofridas por este espaço para a formação do cidadão consciente e crítico.
Desta forma, o aluno é visto como agente atuante e modificador do espaço geográfico. No qual
se deve proporcionar o desenvolvimento amplo mediante as dimensões conceituais,
procedimentos e atitudinais de forma complexa e integrada.
Ensino Fundamental
6ª Série/Ano
Paisagens: Espaço Geográfico
Os meios de Orientação: Sol, Cruzeiro do Sul, GPS (Sistema de Posicionamento
Global)
Localização: Município, Estado, País, Continente e Universo
Sociedade e Trabalho Humano: Desigualdades Sociais
7ª Série/Ano
Paisagens: Espaço Geográfico
Sociedade e Trabalho Humano: Desigualdades Sociais
Localização do Brasil no Globo
Regionalização do Brasil segundo o IBGE
As regiões Geoeconômicas
Setores da Economia em transição
População Brasileira
8ª Série/Ano
Paisagens: Espaço Geográfico
Sociedade e Trabalho Humano: Desigualdades Sociais
Regionalização do mundo: continentes, economicamente
Divisão Norte e Sul
Continente Americano: América Latina e Anglo-Saxônica: fatores socioeconômicos e
políticos
Mercosul e Alca
9ª Série/Ano
110
Paisagens: Espaço Geográfico
Sociedade e Trabalho Humano: Desigualdades Sociais
1ª Revolução Industrial e a expansão do capitalismo
Socialismo: origem e expansão (Guerra Fria)
Globalização e Blocos Econômicos
Ensino Médio
1º Ano
Espaço geográfico: orientação, localização, coordenadas geográficas, cartografia,
movimentos da Terra.
Sistemas socioeconômicos: socialismo e capitalismo.
As Revoluções Industriais
Impactos Ambientais
Destruição da natureza: atividades humanas, desenvolvimento sustentável
2º Ano
Impactos Ambientais
Destruição da natureza: atividades humanas, desenvolvimento sustentável
População Brasileira
3º Ano
Geografia de Santa Catarina: aspectos físicos, econômicos e políticos.
Geografia Mundial.
Conflitos Mundiais.
Questão fundiária brasileira
Obs.: Os conceitos foram reavaliados pela equipe, não se observou necessidade de
mudança, apenas acrescentar em todas as fases, séries ou anos que os professores façam
abordagens que retratem a atualidade, ou seja, conversar com alunos sobre a geopolítica atual.
Avaliação
A avaliação deve ser contínua, diagnóstica, formativa e somativa.
Neste sistema de ensino-aprendizagem (na EJA) os métodos avaliativos devem ser
diversificados abrangendo o todo do educando: comportamento, assiduidade, organização nas
atividades propostas, participação ativa frente aos conceitos trabalhos dando ênfase à
responsabilidade do educando.
112
6.1.8 História
Professores Elaboradores
Abigail Machado Simas Mahkowski
Clari Nair Dróppa Pereira
Clerbes Ramos Santos
Eufrásia Maria de Sousa
Ivonete Klock
João Vianey Moreira Costa
José Carlos Gonçalves
Karla Andrezza Vieira
Kelly K. da Costa Martins
Mabel de Souza Mello
Marcos Aurélio Espíndola
Maria Aparecida Correa Nunes
Maria Aparecida Silveira Colonia
Maria da Graça F. Conegatto
Maria José Castro Parucker
Rosemari de Oliveira Letti Rodrigues
Objetivos Geral:
Possibilitar aos alunos condições de compreender o processo de construção histórico
da sociedade, fazendo-os perceber, também, o caráter historicamente contingente deste
último.
Específicos:
Aproximar o estudante da produção científica na área da história, dando-lhe
também condições de analisá-la criticamente.
Incentivar novas leituras das fontes relevantes e diversificadas para a
compreensão da disciplina.
Conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos, em diversos tempos e
espaços de lutas com vistas a um efetivo fortalecimento da democracia, mantendo-se o respeito
às diferenças e, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, reconhecendo
semelhanças e diferenças entre eles, continuidades e descontinuidades, conflitos e contradições
sociais.
É de grande relevância que o aluno da Educação de Jovens e Adultos, tanto no Ensino
Fundamental quanto no Médio, ao longo do processo de aprendizagem domine as categorias
do ensino da história:
114
Tempo
Espaço
Relações de Produção
Relações Sociais
Relações de Poder
Cotidiano
Memória e Identidade
Análise de Discursos
CONCEITOS
Ensino Fundamental
6ª série/Ano
- Conceito de história
- As fontes históricas
- O tempo e o calendário
- Periodização histórica
- Pré-história Geral, Brasileira e de Santa Catarina (os sambaquis e os tupi)
- Antiguidade: Egito, Grécia e Roma
- Sociedade medieval (poder, servidão e religião)
7ª série/Ano
- Expansão marítima
- Renascimento
- Reforma Religiosa
- Brasil Colonial (colonização, administração, economia, sociedade e escravidão)
- A Colonização em Santa Catarina e São José
8ª série/Ano
- Revolução Francesa
- Revolução Industrial
- Brasil Império (da Independência ao II Reinado)
9ª série/Ano
Brasil República:
- República Velha
- Era Vargas
- Período Democrático
- Ditadura Militar
- Redemocratização
- História de Santa Catarina e São José
Ensino Médio
1ª Série/Ano
A conquista e a colonização do Brasil
- Os autóctones
- Indígenas catarinenses
- Economia canavieira e administração colonial
- O Brasil Espanhol: Expansão Bandeirante
- A mineração
- Reformas
2ª série/Ano
- Iº Império
- IIº Império
- Processo abolicionista
- A imigração
3ª série/Ano
Brasil Contemporâneo
- Primeira República
- A sociedade, economia, política e cultura na 1ª República
- Revolução de trinta
- Era Vargas (populismo). Ascensão e colapso
- O Regime militar
- A nova República
- Atualidades Santa Catarina e São José
116
Referências
CARVALHO, M. Cecília M. de (org.).Construindo Saber. São Paulo: 4. ed. Papirus, 1994.
DE CERTEAU, M. A invenção do Cotidiano: Artes de Fazer. Rio de Janeiro: Vozes, 1994.
de Janeiro: Marco Zero, 1984.
DIAS, Maria O L. da S. Quotidiano do Poder em São Paulo no Séc. XIX. 2. ed. São Paulo:
Brasiliense. 1995.
FABREGAT, H e FABREGAT,M. H. Como Reparar Uma Aula de História. 2. ed.
Rio Tinto/Portugal : Edições Asas, 1991.
FELGUEIRAS, Margarida L. Pensar a História e pensar seu Ensino. Porto: Editora Porto,
1994.
CHARTIER, Roger. A História Hoje: Dúvidas, Desafios e Propostas. Revista Estudos
Históricos. Rio de Janeiro v. 7. nº13, 1994.
LEITE, Míriam M. Retratos de Família. São Paulo: EDUSP 1994.
LEMOS, Carlos A . O que é Patrimônio Histórico. 5.ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
LUENA, Célia T. Memória e História Local: ensino e pesquisa. In: Tópicos Educacionais,
Recife, Vol. 12, 1 e 2, 1994.
MARSON, Adalberto. Reflexões Sobre Procedimento Histórico . In: SILVA, M. A (org)
Repensando a História. Rio
MENEZES, Ulpiono B. de. A História é Cativa da Memória? Revista do Instituto de Estudos
Brasileiros, nº 34, 1992, pp. 9-23.
PESAVENTO, Sandra Jatahy.In Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol.8, n.16, 1995, p. 279-
290.
SANTA CATARINA, Proposta Curricular de Santa Catarina, 1991.
SANTA CATARINA, Proposta Curricular de Santa Catarina, 1998.
SANTA CATARINA, Proposta Curricular de São José, 2000.
www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/178.pdf 04/11/2008.
6.1.9 Matemática
Professores Elaboradores:
Adão Régis
Valdemar Morsoleto
118
Espera-se que essas atitudes contribuam para que o aluno cuide melhor de si, de sua
família, de seus amigos e de sua comunidade, estando atento ao uso responsável da energia
elétrica, dos recursos hídricos, da aplicação dos tributos, e de todas as outras questões que estão
presentes no seu dia-a-dia. Acredita-se que por meio de estudos, pesquisas, painéis, debates,
apresentação de trabalhos, a Matemática da EJA poderá contribuir para que os jovens e adultos
a prendam a perceber, observar, questionar, intervir e ser parte da solução dos problemas de sua
comunidade.
Objetivo Geral
A disciplina de Matemática tem como objetivo oportunizar ao educando condições de
interpretar e identificar variáveis relevantes para que ele possa desenvolver estratégias na
resolução de situações problemas que a sociedade coloca, como desafio, no seu cotidiano.
Objetivos Específicos
Para adquirir um conhecimento que faz parte de nossa vida é preciso sistematizar ao
longo dos conteúdos desenvolvidos, a compreensão em cada totalidade, relacionando sempre
com a prática social dos homens.
Em cada tópico relacionado neste planejamento fez-se como intuito principal, levar ao
aluno a compreensão dos conceitos, a partir da relação entre o conceito matemático escolar e a
experiência matemática vivenciada em seu cotidiano.
O sistema de avaliação não consiste apenas em notas, tem como prioridade o progresso
de cada aluno num contexto geral e a sua participação em todas as relações presentes no meio
social em que está inserido.
Demonstrar o raciocínio lógico e a teoria fundamental da matemática de acordo com
os métodos científicos.
Ensino Fundamental
6ª série/Ano
Unidade 1: Sistema de numeração
Números naturais
Operações:
Adição
Subtração
Multiplicação
Divisão
Potenciação
Radiciação
Expressões Numéricas
Mínimo Múltiplo Comum
Divisores
Fatoração
Unidade 2: Números Racionais
Idéia de Fração
Comparação de Frações
Operações
Números decimais
7ª Série/Ano
Números inteiros:
Introdução
Operações com números inteiros
Resolução de problemas
Números Racionais:
Introdução
Operações com números racionais
Resolução de problemas
Equações de 1º grau:
Introdução
Técnicas de resolução
Resolução de problemas
Regra de três simples
120
8ª Série/Ano
Porcentagem
Expressões Algébricas:
Introdução
Valor numérico
Monômios e Polinômios
Operações
Produtos notáveis
Resolução de problemas que envolvem sistemas de equação com duas variáveis
Geometria:
Áreas e Perímetros de figuras planas
Ângulos e Polígonos (triângulos e quadriláteros)
9ª Série/Ano
Equação do 2º grau:
Equações incompletas
Equações completas
Fórmula geral
Problemas
Geometria:
Razão e Proporção
Teorema de Tales
Teorema de Pitágoras
Sistema de numeração métrica:
Sistema de medida
Notação científica
Base 10
Ensino Médio
1ª Série/Ano
Conjuntos:
Simbologia
Conjuntos numéricos
Função: Conceito:
Noções de domínio, Imagem, Contra-domínio
Tipos de função
Função do 1ª grau
Revisão de equação do 1º grau
Definição
Raiz
Gráfico
Função do 2º grau
Revisão da equação do 2º grau
Definição
Fórmula de Báskara
Gráfico
Fundamentos trigonométricos no triângulo:
Seno
Cosseno
Tangente
2ª Série/Ano
Função logarítmica
Progressões:
Sequências
P. A
P. G
Matrizes
Determinante
3ª Série/Ano
Matemática Financeira
Juros simples
122
Juros compostos
Análise Combinatória
Permutação
Arranjos
Combinações
Probabilidade
Geometria Plana:
Ponto, reta, plano
Polígonos regulares
Áreas das figuras
Noções de Estatística
Interpretação de gráficos e tabelas
Metodologia
Na metodologia de ensino considerar-seá:
Trabalhos em duplas
Realização das tarefas
Participação nas aulas
Avaliação escrita individual
Colaboração e cooperação com colegas e professores
Avaliação
A avaliação será processual, continuada e diversificada, levando em conta não somente
uma formação matemática dirigida para o desenvolvimento social e intelectual do aluno, como
também o seu esforço individual, a sua cooperação com os colegas e a construção da sua
responsabilidade.
A avaliação se dará durante todos os momentos do processo ensino-aprendizagem,
valorizando o crescimento do aluno qualitativa e quantitativamente. Serão feitos em equipe, em
sala de aula. Avaliação individual da participação, interesse e assiduidade.
Haverá recuperação paralela de conteúdos e avaliações.
ANEXO:
POESIA MATEMÁTICA
Às folhas tantas
Do livro matemática
Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.
Olhou-a com o seu olhar inumerável
E viu-a do ápice à base
Uma figura ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
Paralela à dela
Até que se encontraram
no infinito.
“Quem és tu?,” o indagou
em ânsia radical.
“Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa.”
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas,curvas,círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
124
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduzi-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como alias em qualquer
sociedade.
Millôr Fernandes
Texto extraído do livro “Tempo e Contratempo”, Edições O Cruzeiro, Rio de janeiro, 1954,
pág. Sem número, publicado com o pseudônimo de Vão Gogo.
6.1.10 Química
Professores Elaboradores
Adriana Lopes Leal
Benícia Maria Ternus
Ilana Seifriz
Itamar Corrêa
Karina Zaia Machado
Lizete Silveira Cesar
Silvia Regina Citadin
Sinara Antunes
Concepção da disciplina
A química é uma ciência que está estruturada na concepção física do estudo da matéria,
focando sua atenção na transformação desta em produtos que se destinam a evolução da
sociedade, permitindo a acessibilidade a inovação tecnológica em diversos setores da indústria,
mantendo-se em equilíbrio com a natureza de modo a minimizar o impacto ambiental sobre ela.
Objetivo da Disciplina
Estabelecer as relações existentes entre os conceitos dados pela química e o dia-a-dia
do aluno, explorando os aspectos da vivência do aluno, motivando a reflexão e a adoção de uma
postura necessária em busca de uma sociedade mais igualitária na qual se busque assegurar a
preservação do ambiente em todas as escalas, bem como focar a real importância da química
na vida de cada aluno.
Questões teórico-metodológicas
Estabelecer elos entre os conceitos teóricos e a prática do cotidiano do aluno,
permitindo a este assimilar os conteúdos.
Trabalhar uma linguagem química de fácil entendimento para o aluno, correlacionando
com fatos do seu cotidiano.
Objetivos Específicos
Estimular o interesse pela ciência e suas evoluções;
Mostrar ao aluno dados sobre questões ambientais, políticas de conservação e
utilização dos recursos naturais não-renováveis;
Possibilitar ao aluno a compreensão de alguns conceitos técnicos que estão inseridos
no seu mercado de trabalho.
126
Principais conceitos-conteúdos:
1ª Fase
- Conceito de química
- A ciência, os materiais e o lixo
- Poluição atmosférica
- Misturas e métodos de separação
- Química como ciência experimental no cotidiano
- O átomo e suas partículas
- Os elementos químicos
- As ligações químicas
- Funções químicas
2ª Fase
- Tabela periódica
- Ligações químicas
- Funções químicas
- Cálculos químicos
- Soluções
3ª Fase
- Introdução a química orgânica
- Funções orgânicas
Hidrocarbonetos
Álcoois
Aldeídos
Cetonas
Éteres
Ácido Carboxílico
Ésteres
Aminas
Amidas
Metodologia
Avaliação:
Referências
FONSECA, Martha Reis Marques da. Química Integral. Volume Único, Editora FTD, 1993.
SARDELLA, Antônio. Curso Completo de Química. Volume Único, Editora Ática, 2002.
USBERCO E SALVADOR. Química Essencial. Editora Saraiva, 2003.
TITO E CANTO. Química na abordagem do cotidiano 2 – Físico-Química. Editora
Moderna, 2004.
128
6.1.11 Sociologia
Professores Elaboradores:
Angélica Analu Espíndola
Edna Ramos Montedo
Margarete da Rosa Vieira
Maria do Carmo Koerich Schmitt
Maria Elena Silva Wiel
Newton Martendal Gentil
Níveia Correa
Paulo César Pires
Teresinha Regina Ganjione
Estudo das relações sociais e das formas de associação, considerando as interações que
ocorrem na vida em sociedade. Sua função básica é a de possibilitar ao estudante o acesso a
instrumentos que o estimule a agir de forma crítica e transformadora no seu cotidiano. Nossa
disciplina pressupõe a garantia de um espaço democrático para discussões e reflexões que
apontem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Concepção da disciplina
Estudo das relações sociais e das formas de associação. Considerando as interações que
ocorrem na vida em sociedade. Sua função básica é a de possibilitar ao estudante o acesso a
instrumentos que o estimule a agir de forma crítica e transformadora no seu cotidiano. A
disciplina pressupõe a garantia de um espaço democrático para discussões e reflexões que
apontem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Objetivo da disciplina
Possibilitar reflexões sobre a especificidade da Sociologia, visando um novo olhar
acerca da realidade nas esferas social, cultural e política, considerando as contribuições das
Ciências Sociais.
Quadro de distribuição dos conceitos
ENFÂSE NO DESENVOLVIMENTO DOS ENSINO MÉDIO
CONCEITOS POR FASE/SÉRIE/ANO 1º Ano 2º Ano 3º Ano
* Sociologia
Histórico
Ciência e Senso Comum X X X
Ciências Sociais
Correntes Filosóficas
* Sociedade
Modos de organização social
X X X
Indivíduo e sociedade
Instituições sociais
* Cultura
X X X
Diferenças culturais na sociedade brasileira
* Trabalho
Histórico X X X
Organização do trabalho
LEGENDA: O número de X indica a necessidade de maior aprofundamento em
determinada fase.
Ensino Médio
1ª Série/Ano
1 – Conceito de sociologia
1.1 Ciência e Senso Comum
1.2 Ciências Sociais
2 - Sociedade
3 - Cultura
3.1 Diferenças culturais na sociedade brasileira
4 – Identidade Social
2ª Série/Ano
1 – Conceito de Sociologia
2 – Contextualização histórica
3 – Modos de organização social
4 – Indivíduo e Sociedade
4.1 Cultura
3ª Série/Ano
1 – Trabalho
1.1 Histórico
1.2 Organização do trabalho
2 – Correntes Sociológicas
130
2.1 Os clássicos (Marx, Durkheim, Weber)
2.2 Alguns conceitos (modos de produção, estratificação social, burocracia)
3 – Instituições Sociais
4 – Tema Livre
Avaliação
Avaliar a apropriação dos conceitos científicos e verificar a percepção subjetivada do
estudante, por meio de:
Produções individuais e em grupo;
Debates;
Participação/Freqüência
Referências
BERGER, Peter. A construção social da realidade. Petrópolis. Ed. Vozes, 1973.
FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Ed. Graal, Rio de Janeiro, 1979.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Ed. Zahar, Rio de Janeiro, 1978.
HEILBORN, Maria Luiza. Dilemas de construção de identidade social. In: Sexualidades
Brasileiras, 1996.
QUINTANEIRA, Tânia. Um toque de clássicos. Durkheim, Marx e Weber. Ed. UFMG, Belo
Horizonte, 1995.
A AVALIAÇÃO DO PROCESSO-ENSINO APRENDIZAGEM NA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM SÃO JOSÉ- ANOS
INICIAIS -FASES I E II:
Os alunos do EJA são Jovens e Adultos que não tiveram acesso em frequentar a escola
no período em que o tinham como direito, mas que hoje buscam esse direito e fazem parte do
mundo do trabalho formal e informal.
A Educação de Jovens e Adultos do município de São José busca possibilitar condições
de acesso ao conhecimento, para que se sintam cidadãos conscientes e participantes da
sociedade, atuando como sujeitos construtores e transformadores de sua história.
Nesse sentido, é importante repensar as ações desenvolvidas no processo ensino-
aprendizagem, pois estas podem ser marcadas por concepções tanto de exclusão como de
emancipação.
Uma das questões que mais preocupa os educadores é o processo avaliativo. A
avaliação que queremos, deverá ser feita por meio do ato intencional, ou seja, avaliar para
melhor observar o processo e constatar o que ainda precisa ser trabalhado. Logo, a avaliação
deve ser dinâmica processual e contínua, entendendo a educação como um processo de
construção histórica.
Ao pensarmos as funções da avaliação, identificamos três modalidades: diagnóstica,
formativa e somativa. Estas modalidades são inter-relacionadas e poderão ocorrer
simultaneamente. Desse modo, entende-se que
A avaliação diagnóstica é aquela realizada no início de um curso, período
letivo ou unidade de ensino, com a intenção de constatar se os alunos
apresentam ou não o domínio dos conhecimentos e habilidades
imprescindíveis para as novas aprendizagens. É também utilizada para
caracterizar eventuais problemas de aprendizagem e identificar suas possíveis
causas, numa tentativa de saná-los.
A avaliação formativa com função de acompanhamento, é realizada durante
todo o decorrer do período letivo, com o propósito de verificar se os alunos
estão atingindo os objetivos previstos nas atividades. E assim colaborar com
o processo de construção de conhecimento do aluno.
A avaliação somativa, com função classificatória, realiza-se ao final de um
curso, período letivo ou unidade de ensino, e consiste em classificar os alunos
de acordo com níveis de aproveitamento previamente estabelecidos,
geralmente tendo em vista sua promoção de uma série para outra, ou de um
grau para outro. (LAFFIN, BITTENCOURT, LUNARDI E SANTOS,
132
2002)
Conselho de classe
Todo o processo de ensino-aprendizagem e avaliação do percurso deverão ser
debatidos no conselho de classe organizado pelo respectivo pólo.
Quanto aos instrumentos de registro da avaliação:
Com relação aos instrumentos de avaliação, os professores do EJA, trabalham
mediante registros diários, do professor e dos alunos, fotos e documentação de atividades,
produção de texto individual e coletivo, painel, pesquisas de campo, vídeos, auto-avaliação,
trabalhos em grupo, dinâmicas. Dependendo da diversidade dos grupos, os instrumentos podem
e devem ser adaptados. Tais possibilidades de registro possibilitam que o trabalho pedagógico
seja norteador do processo de avaliação do ensino-aprendizagem e vice-versa.
O registro do processo avaliativo no final do semestre dar-se-á de forma semi-
descritiva (conforme roteiro em anexo), considerando assim, o conhecimento adquirido durante
o processo escolar e aquele que ainda precisa ser trabalhado com a mediação do professor.
Nesse parecer o professor indicará, além do percurso do aluno na apropriação do
conhecimento, a possibilidade do aluno seguir no semestre para a 6ª série/ano.
Referências
DAVIS, Cláudia & SPOSITO, Yara L. Papel e Função do Erro na Avaliação Escolar. In:
Cadernos de Pesquisa. Agosto de 1990 (74): 71-75, São Paulo, 1990.
ESTEBAN, Maria Teresa (Org.) Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. 2ª Ed.
Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
ESTRELA, Albano & NOVOA, António (0rg.). Avaliações em Educação: Novas
perspectivas. Porto Editora Ltda., 1993.
GIMENO, José. e GÓMEZ, A. I. PÉREZ. Compreender e Transformar o Ensino. Porto
Alegre, RS: ARTMED, 1998.
GIMENO, José. O Currículo – uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre, Artes Médicas,
1998.
GÓES, Maria Cecília R. As relações intersubjetivas na construção de Conhecimento. In:
1998.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora. Porto Alegre, RS, 1995.
LAFFIN, M. Hermínia L. F., BITTENCOURT, Jane., LUNARDI, Geovana. Mendonça,
SANTOS, Rejane dos. Didática Geral. 1ª ed. Florianópolis: Laboratório de Educação a
Distância/UFSC, 2002.
SAMPAIO, Maria das Mercês Ferreira. Um gosto amargo de escola: relações entre currículo,
134
ensino e fracasso escolar. São Paulo: EDUC, 1998.
SILVA, Luiz Heron da. A Escola Cidadã no contexto da Globalização. Petrópolis, RJ:
Vozes, 1998. Pp. 172 - 177.
WEFFORT, Madalena Freire. Observação, Registro e Reflexão. São Paulo: Espaço
Pedagógico, 1996.
ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE SÃO JOSÉ/SC
SETOR DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
I SEGMENTO DE ESCOLARIZAÇÃO:
136
Reconhece/domina noções de
geometria..
138
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE SÃO JOSÉ/SC
SETOR DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
I SEGMENTO DE ESCOLARIZAÇÃO:
ALUNO(A):
__________________________________________________TURMA:_______
DATA: _________
PROFESSOR(A):________________________________________________
140
Reconhece os diferentes modos de ser e de
viver, tanto na sociedade em que vivemos
quanto em outras culturas.
ALUNO(A): ______________________________TURMA:_________
DATA: _________PROFESSOR(A):______________________
DISCIPLINA:_____________________________________________________
AINDA
DOMINA DOMINA E/OU
CONHECIMENTOS PRECISAMOS
E/OU REALIZA
TRABALHADOS REALIZA PARCIALMENTE
TRABALHAR
MAIS
Professor elaborar este quadro com os
principais conceitos/conhecimentos
trabalhados durante o semestre na sua área
na turma.
142
ANEXOS
LEGISLAÇÃO VIGENTE
As leis que regulamentam a Educação de Jovens e Adultos em São José são:
Anexo 1 - Lei n º 9.394/92 -Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, de 20 de dezembro
de 1996.
Anexo 2 - Resolução n º 004/99 do Conselho Municipal de Educação de São José.
Anexo 3 - Resolução 42/03
Anexo 4 - Sistema Municipal de Ensino – Lei nº 3.472/99
Anexo 5 - Resolução 01/2000 CNE/CEB
Anexo 6 Resolução 03/2010 – Diretrizes Operacioanais da Educação de Jovens e Adultos.
Anexo 7- RESOLUÇÃO N° 51/2014/COMESJ/SC - Regulamenta a Matriz Curricular do Ensino
Fundamental e Médio da Educação de Jovens e Adultos da Rede Municipal de Ensino de São José
a partir do ano letivo de 2015
RESOLVE:
CAPÍTULO I
144
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º - A Educação de Jovens e Adultos, proporcionada em estabelecimentos de ensino
mantidos pelo Poder Público, tem por objetivos:
I. a continuidade de estudos para aqueles que não tiveram acesso à escola ou continuidade
de estudos do Ensino Fundamental ou Médio, na idade própria; e,
II. o nivelamento de estudos ao Ensino Fundamental e Médio.
Art. 2º - A Educação de Jovens e Adultos será realizada mediante cursos e exames supletivos
no nível do Ensino Fundamental e Médio e será organizada em estabelecimentos de ensino vinculados
ao Sistema Municipal de Educação, em obediência às disposições desta Resolução.
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DOS CURSOS SUPLETIVOS
Art. 4º - A organização de cursos supletivos, com avaliação no processo e com freqüência
obrigatória e que se destinam a conclusão do Ensino Fundamental e/ou Médio, terão, respectivamente,
a duração:
I. no Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série, a carga horária mínima de 1.064 (hum mil e
sessenta e quatro) horas de efetivo trabalho escolar;
II. no Ensino Médio, a carga horária mínima de 800 (oitocentas) horas de efetivo trabalho
escolar;
Parágrafo único. A jornada escolar diária não poderá ultrapassar a 04 (quatro) horas de
trabalho escolar efetivo, para o cômputo do total do curso.
Art 5º - O ingresso em cursos supletivos destinados à Educação de Jovens e Adultos, no nível
do Ensino Fundamental e do Médio, está condicionado:
I. a idade mínima de 14 (quatorze) anos completos, para ingresso no Ensino Fundamental;
e,
II. a idade mínima de 18 (dezoito) anos completos, para o ingresso no Ensino Médio e desde
que comprove a conclusão do Ensino Fundamental.
Art. 6º - Os processos de avaliação, promoção e correspondente expedição de documentação
são da competência dos respectivos estabelecimentos de ensino, sob a responsabilidade das entidades
mantenedoras.
Art. 7º - A aprovação de qualquer aluno dos cursos supletivos de Ensino Fundamental e de
Ensino Médio, com freqüência obrigatória e avaliação no processo está condicionada à freqüência
mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do cômputo global da carga horária do respectivo curso.
Parágrafo único. A aprovação de qualquer aluno fica condicionada ao aproveitamento, nota
ou conceito mínimo, correspondente a 05 (cinco), na escala de 0 a 10 (zero a dez).
Art. 8º - Comprovada a promoção do estudante, é competência dos respectivos
estabelecimentos de ensino, uma vez credenciados ou reconhecidos, expedir a competente titulação,
mediante certificados ou diplomas.
§ 1º - As instituições educacionais poderão expedir declaração de conclusão de série ou
período, lavrando o respectivo registro, garantida sua guarda e condição de arquivo.
§ 2º - A autenticidade da documentação escolar expedida é de estrita responsabilidade da
direção dos estabelecimentos de ensino.
Art. 9º - A organização do ano ou período letivo dos cursos supletivos para o Ensino
Fundamental e Médio é de Competência dos estabelecimentos de ensino.
Parágrafo único. A fixação do início e término dos cursos supletivos do Ensino Fundamental
e Médio, para o ano ou período letivos, em que forem desenvolvidos, fica a critério das instituições
educacionais, sem vínculo obrigatório ao ano civil.
Art. 10 – As entidades mantenedoras que instituem cursos supletivos em seus estabelecimentos
de ensino, poderão propor formas e currículos alternativos correspondentes ao Ensino Fundamental,
com estrutura e duração apropriadas a esse nível e grau de aprendizagem, respeitada, sempre, a idade
mínima de 14 (quatorze) anos completos da clientela, para o respectivo ingresso.
Parágrafo único. Os processos próprios para o desenvolvimento dessas formas e currículos
alternativos não tem regras comuns a não ser os mínimos curriculares nacionais e a idade mínima para
o seu ingresso.
146
previsto.
Art. 16 – Os processos de reconhecimento dos Cursos Supletivos para Jovens e Adultos
deverão ser encaminhados ao Conselho Municipal de Educação, a quem compete decidir a respeito do
respectivo ato de reconhecimento.
Parágrafo único. O prazo para o encaminhamento dos processos previstos neste artigo é o
tempo da última série ou período escolar dos respectivos cursos, porém, antes dos 06 (seis) últimos
meses da conclusão da primeira turma.
CAPÍTULO III
Parágrafo único. A matrícula ou inscrição aos exames supletivos, observada a idade prescrita,
independe de qualquer comprovação de documentação escolar anterior.
Art. 18 – Os Exames Supletivos terão como conteúdos mínimos, sobre os quais os alunos serão
avaliados, os mesmos dos cursos supletivos com base nas diretrizes curriculares fixadas pelo Conselho
Nacional de Educação.
Art. 19 – A fixação da época dos exames supletivos é de competência da Secretaria Municipal
da Educação e Cultura.
CAPÍTULO V
DOS ESTUDOS SUPLETIVOS MODULARIZADOS
Art. 26 - Entende-se, para os efeitos desta Resolução, como estudos modularizados aqueles
realizados em estabelecimentos de Educação para Jovens e Adultos, com características especiais:
I. os conteúdos programáticos e curriculares correspondentes aos mínimos fixados pelo
Conselho Nacional de Educação, poderão ser distribuídos em módulos, para estudos presenciais, em
forma de acompanhamento a distância;
II. com dispensa de freqüência;
III. com matrícula e avaliação dos respectivos módulos em Centros de Educação de Jovens e
Adultos; e,
IV. com observância da idade mínima, conforme o disposto na Lei n. 9.394/96 e nesta
Resolução.
Art. 27 - Os Centros de Educação para Jovens e Adultos, para poderem funcionar na forma de
estudos supletivos modularizados, deverão ter aprovados seus projetos pelo Conselho Municipal de
Educação.
Art.28 - A aprovação em estudos supletivos modularizados fica condicionada ao
aproveitamento mínimo correspondente a nota 05 (cinco) ou ao conceito correspondente, na escala de
0-10 (zero a dez).
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art.29 - Os estudos realizados em Cursos para a Educação de Jovens e Adultos, uma vez
comprovados pelos respectivos certificados e/ou diplomas, terão validade nacional, garantindo o
prosseguimento de estudos.
Art.30 - Os estabelecimentos de ensino vinculados ao Sistema Municipal de Educação, para
que possam realizar cursos e/ou exames supletivos, para atender à Educação de Jovens e Adulto, deverão
ser credenciados por ato do Poder Público Municipal.
Art. 31 - No tocante às normas gerais para o Sistema Municipal de Educação e tendo em vista
o disposto no artigo 92, da Lei n. 9.394/96.
Art.32 - As dúvidas e os casos omissos nesta Resolução serão apreciados e resolvidos pelo
Conselho Municipal de Educação.
Art.33 - Estudos visando a profissionalização em cursos destinados à Educação de Jovens e
Adultos, serão previstos, tanto em sua organização, quanto nos seus aspectos formativos em Resolução
específica da Educação Profissional, conforme o disposto no Capítulo III, do Título V, da Lei n.
9.394/96.
Art.34 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as
disposições em contrário.
São José (SC), 09 de dezembro de 1999.
148
FERNANDO MELQUÍADES ELIAS
Presidente do Conselho Municipal de Educação de São José
RESOLVE:
Art. 1º - fica alterado o Art. 5º e os incisos I e II da Resolução 004 de 09 de dezembro de 1999,
que passa a ter a seguinte redação:
Art. 5º - Os cursos supletivos destinados à Educação de Jovens e Adultos, no nível de Ensino
Fundamental e Médio, estão condicionados:
Inciso I: no nível de conclusão de Ensino Fundamental, para igual ou maiores de quinze anos.
Inciso II: no nível de conclusão de Ensino Médio para igual ou maior de dezoito anos,
comprovado a conclusão do Ensino Fundamental.
Art. 2º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se todas as disposições
em contrário.
Art. 27 – A Educação de Jovens e Adultos será destinada àqueles que não tiverem acesso ou
continuidade de estudos no Ensino Fundamental na idade própria.
Art. 28 – A Secretaria Municipal da Educação e Cultura desenvolverá uma política de
divulgação para o ingresso no Ensino de Jovens a Adultos.
Art. 29 – As turmas serão formadas após avaliação pela coordenadoria de Educação de Jovens
e Adultos, nas unidades escolares municipais ou estaduais, nas empresas interessadas ou em lugares
sugeridos pelas comunidades.
Art. 30 – A idade mínima para o ingresso na Educação de Jovens a Adultos será de 15 anos.
150
assistência de crianças e de adolescentes da faixa etária compreendida na escolaridade universal
obrigatória, ou seja, de sete a quatorze anos completos.
Art. 8º Observado o disposto no Art. 4º, VII da LDB, a idade mínima para a inscrição e
realização de exames supletivos de conclusão do ensino médio é a de 18 anos completos.
§ 1º O direito dos menores emancipados para os atos da vida civil não se aplica para o da
prestação de exames supletivos.
§ 2º Semelhantemente ao disposto no parágrafo único do Art. 7º, os cursos de Educação de
Jovens e Adultos de nível médio deverão ser voltados especificamente para alunos de faixa etária
superior à própria para a conclusão deste nível de ensino ou seja, 17 anos completos.
Art. 9º Cabe aos sistemas de ensino regulamentar, além dos cursos, os procedimentos para a
estrutura e a organização dos exames supletivos, em regime de colaboração e de acordo com suas
competências.
Parágrafo único. As instituições ofertantes informarão aos interessados, antes de cada início de
curso, os programas e demais componentes curriculares, sua duração, requisitos, qualificação dos
professores, recursos didáticos disponíveis e critérios de avaliação, obrigando-se a cumprir as
respectivas condições.
Art. 10. No caso de cursos semipresenciais e a distância, os alunos só poderão ser avaliados,
para fins de certificados de conclusão, em exames supletivos presenciais oferecidos por instituições
especificamente autorizadas, credenciadas e avaliadas pelo poder público, dentro das competências dos
respectivos sistemas, conforme a norma própria sobre o assunto e sob o princípio do regime de
colaboração.
Art. 11. No caso de circulação entre as diferentes modalidades de ensino, a matrícula em
qualquer ano das etapas do curso ou do ensino está subordinada às normas do respectivo sistema e de
cada modalidade.
Art. 12. Os estudos de Educação de Jovens e Adultos realizados em instituições estrangeiras
poderão ser aproveitados junto às instituições nacionais, mediante a avaliação dos estudos e
reclassificação dos alunos jovens e adultos, de acordo com as normas vigentes, respeitados os requisitos
diplomáticos de acordos culturais e as competências próprias da autonomia dos sistemas.
Art. 13. Os certificados de conclusão dos cursos a distância de alunos jovens e adultos emitidos
por instituições estrangeiras, mesmo quando realizados em cooperação com instituições sediadas no
Brasil, deverão ser revalidados para gerarem efeitos legais, de acordo com as normas vigentes para o
ensino presencial, respeitados os requisitos diplomáticos de acordos culturais.
Art. 14. A competência para a validação de cursos com avaliação no processo e a realização de
exames supletivos fora do território nacional é privativa da União, ouvido o Conselho Nacional de
Educação.
Art. 15. Os sistemas de ensino, nas respectivas áreas de competência, são co-responsáveis pelos
cursos e pelas formas de exames supletivos por eles regulados e autorizados.
Parágrafo único. Cabe aos poderes públicos, de acordo com o princípio de publicidade:
a) divulgar a relação dos cursos e dos estabelecimentos autorizados à aplicação de exames
supletivos, bem como das datas de validade dos seus respectivos atos autorizadores.
b) acompanhar, controlar e fiscalizar os estabelecimentos que ofertarem esta modalidade de
educação básica, bem como no caso de exames supletivos.
Art. 16. As unidades ofertantes desta modalidade de educação, quando da autorização dos seus
cursos, apresentarão aos órgãos responsáveis dos sistemas o regimento escolar para efeito de análise e
avaliação.
Parágrafo único. A proposta pedagógica deve ser apresentada para efeito de registro e arquivo
histórico.
Art. 17 – A formação inicial e continuada de profissionais para a Educação de Jovens e Adultos
terá como referência as diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental e para o ensino médio
e as diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores, apoiada em:
I – ambiente institucional com organização adequada à proposta pedagógica;
II – investigação dos problemas desta modalidade de educação, buscando oferecer soluções
teoricamente fundamentadas e socialmente contextuadas;
III – desenvolvimento de práticas educativas que correlacionem teoria e prática;
IV – utilização de métodos e técnicas que contemplem códigos e linguagens apropriados às
situações específicas de aprendizagem.
Art. 18. Respeitado o Art. 5º desta Resolução, os cursos de Educação de Jovens e Adultos que
se destinam ao ensino fundamental deverão obedecer em seus componentes curriculares aos Art. 26, 27,
28 e 32 da LDB e às diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental.
Parágrafo único. Na organização curricular, competência dos sistemas, a língua estrangeira é de
oferta obrigatória nos anos finais do ensino fundamental.
Art. 19. Respeitado o Art. 5º desta Resolução, os cursos de Educação de Jovens e Adultos que
se destinam ao ensino médio deverão obedecer em seus componentes curriculares aos Art. 26, 27, 28,
35 e 36 da LDB e às diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio.
Art. 20. Os exames supletivos, para efeito de certificado formal de conclusão do ensino
fundamental, quando autorizados e reconhecidos pelos respectivos sistemas de ensino, deverão seguir o
Art. 26 da LDB e as diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental.
§ 1º A explicitação desses componentes curriculares nos exames será definida pelos respectivos
sistemas, respeitadas as especificidades da educação de jovens e adultos.
§ 2º A Língua Estrangeira, nesta etapa do ensino, é de oferta obrigatória e de prestação
facultativa por parte do aluno.
§ 3º Os sistemas deverão prever exames supletivos que considerem as peculiaridades dos
portadores de necessidades especiais.
Art. 21. Os exames supletivos, para efeito de certificado formal de conclusão do ensino médio,
quando autorizados e reconhecidos pelos respectivos sistemas de ensino, deverão observar os Art. 26 e
36 da LDB e as diretrizes curriculares nacionais do ensino médio.
§ 1º Os conteúdos e as competências assinalados nas áreas definidas nas diretrizes curriculares
nacionais do ensino médio serão explicitados pelos respectivos sistemas, observadas as especificidades
da educação de jovens e adultos.
§ 2º A língua estrangeira é componente obrigatório na oferta e prestação de exames supletivos.
§ 3º Os sistemas deverão prever exames supletivos que considerem as peculiaridades dos
portadores de necessidades especiais.
Art. 22. Os estabelecimentos poderão aferir e reconhecer, mediante avaliação, conhecimentos
e habilidades obtidos em processos formativos extra-escolares, de acordo com as normas dos respectivos
sistemas e no âmbito de suas competências, inclusive para a educação profissional de nível técnico,
obedecidas as respectivas diretrizes curriculares nacionais.
Art. 23. Os estabelecimentos, sob sua responsabilidade e dos sistemas que os autorizaram,
expedirão históricos escolares e declarações de conclusão, e registrarão os respectivos certificados,
ressalvados os casos dos certificados de conclusão emitidos por instituições estrangeiras, a serem
revalidados pelos órgãos oficiais competentes dos sistemas.
Parágrafo único. Na sua divulgação publicitária e nos documentos emitidos, os cursos e os
estabelecimentos capacitados para prestação de exames deverão registrar o número, o local e a data do
ato autorizador.
Art. 24. As escolas indígenas dispõem de norma específica contida na Resolução CNE/CEB
3/99, anexa ao Parecer CNE/CEB 14/99.
Parágrafo único. Aos egressos das escolas indígenas e postulantes de ingresso em cursos de
educação de jovens e adultos, será admitido o aproveitamento destes estudos, de acordo com as normas
fixadas pelos sistemas de ensino.
Art. 25. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as
disposições em contrário.
FRANCISCO APARECIDO CORDÃO
Presidente da Câmara de Educação Básica
152
Anexo 6:
Resolve:
Art . 1° Alterar a Matriz Curricular do Ensino Fundamental e Médio da Educação de Jovens e Adultos
da Rede Municipal de Ensino de São José, a partir do ano letivo de 2015 , a ser obrigatoriamente
cumprida da seguinte forma:
Art. 2° As atividades complementares da parte diversificada da Matriz Curricular serão realizadas
no decorrer da semana e organizadas através de projetos interdisciplinares .
Art. 3° As atividades complementares da parte diversificada da Matriz Curricular deverão ser
definidas coletivamente na Unidade de Ensino no início do semestre, em conformidade com a Proposta
Curricular do Município, para que todas as turmas compartilhem do mesmo trabalho .
Art. 4° Farão parte das atividades complementares da parte diversificada da Matriz Curricular, além
dos projetos interdisciplinares , todas as atividades realizadas em período contraturno como festa
junina, desfile cívico, mostra cultural , seminários , entre outras que compõem o calendário letivo.
Art . 5° Os professores deverão planejar a partir do contexto da comunidade escolar, todas as
atividades a serem realizadas no decorrer do semestre letivo, contemplando os conteúdos mínimos
necessários ao desenvolvimento ci ntífico, cultural e social dos estudantes.
Art. 6° Ao final do semestre, as atividades complementares da parte diversificada da Matriz Curricular deverão
compor a avaliação de desempenho dos estudantes , para fins de fechamento das médias.
Art. 7° A carga horária destinada às atividades complementares será acompanhada pela equipe pedagógica e
administrativa da escola , para que seja garantida a realização dessas, bem como o cômputo da totalidade das
horas.
Ensino Fundamental
Dias de efetivo trabalho escolar por ano/fase: 100(cem) dias
Dias letivos por ano/fase: 100(cem) dias (vide calendário escolar) Semanas letivas por fase: 20(vinte) semanas
Duração hora/aula: 40(quarenta) minutos Número de aulas por turno : 5(cinco) aulas
Número de dias letivos semanais: 4(quatro) dias
Turno: Noturno Duração do curso: 4(quatro) fases semestrais Modalidade de ensino: presencial
AREA DE COMPONENTES SERIE CARGA
CONHECIMENTO CURRICULARES 60 70 ao go HORÁRIA
NACIONAL
COUMUM
BASE
154
CIENCIAS DA MATEMÁTICA 4 4 4 4 320
NATUREZA,
MATEMÁTICA E
SUAS CIÊNCIAS 2 2 2 2 160
TECNOLOGIAS
5 5 5 5 400
FICADA
PARTE
DIVERSIFICADA COMPLEMÉ:NTARES
Ensino Médio
Dias de efetivo trabalho escolar por ano/fase : 100(cem) dias
Dias letivos por ano/fase : 100(cem) dias (vide calendário escolar)
Semanas letivas por fase : 20(vinte) semanas
Duração hora/aula: 40(quarenta) minutos
Número de aulas por turno : 5(cinco) aulas
Número de dias letivos semanais: 4(quatro)
dias Turno : Noturno
Duração do curso : 3(três) fases semestrais
Modalidade de ensino : presencial
DIVERSIFICADA COMPLEMENTARES
DIVER
CADA
SIFI-
Art . 8° - Os casos omissos nesta Resolução serão resolvidos pelo Conselho Municipal de
Educação de São José.
Art. 9° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-
se disposições em contrário e em especial o Parecer n° 32/2008/ COMESJ.
São José (SC), 26 de novembro de 2014.