A Cidade Uma Reflexao Biblico Teologica
A Cidade Uma Reflexao Biblico Teologica
A Cidade Uma Reflexao Biblico Teologica
ISSN 2526-2300
RESUMO
O objetivo deste artigo é discorrer sobre a missão da Igreja no contexto urbano. O
mundo atual é cada vez mais urbano e globalizado. Tal condição é um desafio para
o cumprimento da missão da igreja. A igreja precisa ter uma visão bíblico-teológica
da cidade para poder responder aos clamores e demandas de seus habitantes. A res-
posta da igreja implica na contextualização da mensagem do evangelho para a ci-
dade.
PALAVRAS-CHAVES
ABSTRACT
The purpose of this article is to discuss the mission of the church in the urban con-
text. The world today is increasingly urban and globalized. This condition is a chal-
lenge to the fulfillment of mission of church. The church needs to have a biblical
and theological view about the city in order to respond to the claims and demands
of its inhabitants. The church’s response implies in a contextualization of gospel
message to the city.
KEYWORDS
INTRODUÇÃO
Desde a origem do cristianismo, a Igreja tem buscado cumprir a Grande Co-
missão de seu Senhor (Mt 28.19,20). Alcançar os indivíduos com o Evangelho da
*
Doutor em Ministério (D.Min.) pelo Reformed Theological Seminary/Centro de Presbite-
riano de Pós-graduação Andrew Jumper. Mestrado em Teologia (Th.M) pelo Centro de
Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper. Graduado em Teologia pela Universi-
dade Presbiteriana Mackenzie (UPM).
E-mail: gcunha@ipb.org.br
Graça e fazer deles verdadeiros discípulos de Cristo têm sido um trabalho que en-
volve dedicação e compromisso. Neste propósito, a cidade surge como um desafio
e uma oportunidade. Não é possível pensar no ministério de Paulo sem mencionar
seu forte apelo urbano. Mas, e hoje? Como a Igreja deve agir hoje em relação à
cidade?
O objetivo deste trabalho é discorrer sobre a missão da Igreja no contexto
urbano, a partir de uma reflexão bíblico-teológica acerca da cidade. Contudo, a ci-
dade que hoje existe é influenciada por um processo complexo denominado globa-
lização. Sendo assim, torna-se necessário uma conceituação do processo da globa-
lização, utilizando para isso autores ligados às ciências sociais e que abordam esse
fenômeno.
Para atingir o objetivo proposto, a presente reflexão será dividida em quatro
partes. A primeira parte conceituará a cidade, levantado argumentos que demons-
trem como ela se tornou o que é, e, apontando os fatores que contribuíram para a
sua formação. Também, neste capítulo, serão consideradas as diferentes visões que
pensadores cristãos e não-cristãos ofereceram acerca da cidade, enquanto constru-
ção humana. Já a segunda parte desenvolver a temática urbana a partir da reflexão
bíblico-teológica, propriamente dita, a fim de visualizar biblicamente o apareci-
mento e desenvolvimento da cidade. Para essa visualização e posterior discussão,
serão utilizadas as categorias bíblicas da criação e da queda. O objetivo é compre-
ender biblicamente como a cidade se tornou o que é, e como o cristão deve concebê-
la e relacionar-se com ela. A terceira parte, por sua vez, abordará o fenômeno da
globalização. Entre os autores que serão consultados com parâmetro de argumenta-
ção, é possível nomear Anthony Giddens e Malcolm Waters. Na sequência, as con-
sequências da globalização para a cidade serão abordadas, com o objetivo de des-
tacar aquelas consequências que se tornam desafios para a Igreja contemporânea.
Por fim, a última parte abordará a categoria da redenção, a fim de demonstrar como
a Igreja deve agir no contexto urbano, respondendo aos desafios impostos pela glo-
balização, como agente transformador da cidade.
Considerando a extensão deste trabalho, alguns pontos não poderão ser trata-
dos de forma mais ampla. Logo, esta reflexão não tem pretensão de ser exaustiva
1
DELLA TORRE, Maria Benedita Lima. O homem e a sociedade – uma introdução à socio-
logia. 11 ed. São Paulo. Companhia Editora Nacional. 1983. p.44,45.
e que a cidade deixa subsistir”.2 É neste sentido que, numa cidade, há certo nível
de identificação e solidariedade, embora não haja uniformidade.
A busca por uniformidade nas cidades é ao impossível de se pensar. Isso se
dá por uma razão simples: a cidade permite a existência, quase sempre pacífica, das
diferenças. Há um certo grau de respeito e de liberdade no contexto urbano, o que
permite que pensamentos diferentes e, até excludentes, compartilhem um espaço.
Sendo assim, tanto na cidade antiga quanto na cidade contemporânea, há a permis-
são para a subsistência de subculturas que formam a sua cultura característica. Esta
é uma segunda constatação útil para a conceituação que este trabalho pretende ofe-
recer.
Se for fato que há tal permissão para a existência de pensamentos diversos,
em certo grau de coexistência pacífica na cidade, é fato, também, que existe um
grau de afastamento ou distanciamento entre eles. Della Torre3 fala deste distanci-
amento como sendo motivado por atitudes sociais específicas, entre elas o etnocen-
trismo e o preconceito.4 Exemplos de tais atitudes são frequentes nas páginas poli-
ciais dos jornais de grandes cidades. Isto revela a tênue permissividade social que
determinados grupos urbanos possuem. Mas, também, revelam um problema com
a alteridade. Compreender e respeitar o outro, suas experiências e sua cultura são o
desafio do contexto urbano contemporâneo. Tzvetan Todorov, citando Emmanuel
Lévinas, trata acerca da definição da época atual não a partir da tecnologia e da arte,
mas pela compreensão do outro. Então, ele escreve: “a superação de si que requer
a epifania do outro”.5 Encontra-se aqui, uma terceira constatação para o conceito
de cidade: A alteridade, ou seja, como as pessoas relacionam-se e compreendem-se
no contexto urbano.
2
COULANGES, Numa Denis Fustel De. A cidade antiga. São Paulo. Hemus. 1975. p.102
3
DELLA TORRE. Op.Cit., p.52
4
Segundo Guimarães Rocha: “Etnocentrismo é uma visão de mundo onde o nosso pró-
prio grupo é tomado como o centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos
através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é existência”. Cf.
ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo? 5ªed. – Coleção Primeiros Pas-
sos, vol.124. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988, p.7.
5
LÉVINAS, Emmanuel. L’humanisme de l’autre homme apud TODOROV, Tzvetan. A con-
quista da América – a questão do outro. São Paulo. Martins Fontes. 1999. p.303.
6
ARTIGAS, João Batista Vilanova. Caminhos da Arquitetura. São Paulo. Editora Cosac
Naify. 2004. p.71.
... a Cidade, a maior ilusão!... E a mais amarga, porque o homem pensa ter na Cidade a base
de toda a sua grandeza e só nela tem a fonte de toda a sua miséria... Na Cidade perdeu ele a
força e beleza harmoniosa do corpo, e se tornou esse ser ressequido e escanifrado ou obeso e
afogado em unto, de ossos moles como trapos, de nervos trêmulos como arames, com can-
galhas, com chinós, com dentaduras de chumbo, sem sangue, sem fibra, sem viço, torto, cor-
cunda – esse ser em que Deus, espantado, mal pode reconhecer o seu esbelto e rijo e nobre
Adão! Na Cidade findou a sua liberdade moral... Os sentimentos mais genuinamente huma-
nos logo na Cidade se desumanizam!... Mas o que a cidade mais deteriora no homem é a
Inteligência, porque ou lha arregimenta dentro da banalidade ou lha empurra para a extrava-
gância.9
7
SANTOS, José Luiz. O que é cultura. 14 ed. São Paulo. Brasiliense. 1996. p.23
8
TYLOR, Edward Burnett. Primitive Culture. v.1, 2ª ed. Londres: John Murray, Albemarle
Street, 1873, p.1.
9
QUEIROS, José Maria de Eça de. A cidade e as serras. São Paulo. Hedra. 2006.
p.125,126,127.
dos problemas urbanos, como o saneamento básico, educação, segurança, entre ou-
tros.
Contudo, a cidade sempre teve seus defensores e entusiastas. Ely Chinoy, fa-
zendo uma análise entre os conceitos e sentimentos antagônicos quanto à cidade,
argumentou que era comum estabelecer paralelos entre o que era negativo no mo-
delo rural e o que era positivo no modelo urbano e vice-versa. Chinoy argumenta
que “as imagens que têm os homens do que é ou devia ser a cidade também influem
nas maneiras por que procuravam construir ou reconstruir suas comunidades ur-
banas”10. Sendo assim, há uma tendência de se descrever ou argumentar sobre a
cidade a partir das experiências e impressões pessoais.
Isso, também, acontece no meio cristão. Não há entre os pensadores cristãos
uma unanimidade acerca do papel que a cidade desempenha sobre a humanidade.
Por exemplo, Jacques Ellul vê a cidade é a representação do mal, tendo como alvo
tornar a Igreja cativa de seus engodos e malefícios, assim como Israel se tornou
cativo da Babilônia. A cidade deve ser vista pela Igreja como uma inimiga a ser
destruída e que o juízo de Deus implica na destruição das cidades. Daí ele afirmar:
“nós devemos lutar contra a cidade, destruí-la e revertê-la numa civilização rústica
e agrícola. Se é verdade que há mais virtudes na vida no campo, nós devemos trazer
os juízos de Deus com as nossas próprias mãos”11. Declarações como a de Ellul
levantam uma questão: Até que ponto este pensamento arredio e negativo acerca da
cidade está presente na mentalidade cristã contemporânea? Percebe-se, não de ma-
neira conclusiva, que há uma tendência em ver os centros urbanos com certa sus-
peita e de ter uma preferência pelo trabalho interiorano. Se isso não é uma realidade
no aspecto teórico, possivelmente, o é no aspecto prático. É comum ver comunidade
nos grandes centros que tentam manter um modus operandi similar ao de cidades
interioranas. Outro aspecto prático diz respeito à formação pastoral. Há pouca ou
nenhuma preparação quanto à perspectiva ministerial em espaços urbanos.
Contrariando Elull, Raymond J. Bakke entende que o contexto urbano não é
neutro, mas, também não é um inimigo. Ele entende que a cidade está sujeita a uma
10
CHINOY, Ely. Sociedade – uma introdução à sociologia. São Paulo. Cultrix. 2008. p.387.
11
ELLUL, Jacques. The meaning of the city. Grand Rapids. Wm. B. Eerdmans Publishing,
1970. p.73.
série de variáveis que a modificam tanto para o bem quanto para o mal. Seguindo
esta mesma visão, Robert Linthicum afirma: “A cidade é o local de uma grande e
contínua batalha entre o Deus de Israel e/ou a igreja contra o deus deste mundo”12.
Tal batalha não deve ser entendida como a luta entre forças antagônicas, mas como
as últimas investidas do império parasita satânico diante da ação conquistadora do
Reino de Deus (Mt 16.18).
Este tipo de visão não entrega o controle total das cidades nas mãos do Diabo
e não convoca a Igreja a uma reação contra tudo o que é urbano. Ao contrário, de
maneira comedida, reconhece que a presença da Igreja na cidade manifesta a pre-
sença e o interesse de Deus em restaurar a cidade e conquistá-la para si.
A cosmovisão cristã, portanto, reconhece que há elementos malignos presen-
tes na cidade, mas também deve compreender o desejo de Deus em redimi-la. Com
isto em mente, Linthicum escreve: “Porque só ao compreendermos tanto a natu-
reza da bondade presente numa cidade como o seu mal poderemos verdadeira-
mente esperar entender a cidade para a qual Deus nos chamou, e as pessoas a
quem devemos ministrar”.13
Mas, como a cidade chegou a ser o que é hoje? Existem três perspectivas
possíveis para responder essa pergunta: sociologia, antropológica e teológica. Con-
siderando a extensão deste trabalho, a perspectiva a ser utilizada será a teológica.
Então, a pergunta pode ser reescrita da seguinte forma: Como as Escrituras descre-
vem o desenvolvimento da cidade até os dias de hoje? Esta é a resposta a que se
pretende chegar no próximo capítulo.
12
LINTHICUM, Robert. Cidade de Deus, cidade de Satanás . 2 ed. Belo Horizonte. Missão
Editora. 1995. p..25
13
LINTHICUM. Op.Cit., p.46
o tema cidade dentro destas categorias. Neste momento, porém, levar-se-á em con-
sideração apenas as categorias acerca da criação e da queda. A categoria da reden-
ção ganhará um capítulo a parte.
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;
tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésti-
cos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o
homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os
abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a...
14
GRONINGEN, Gerard van. Criação e Consumação. São Paulo. Editora Cultura Cristã.
2002. p.90.
mulher. Como disse van Groningen: “este mandato provê a base divinamente or-
denada para o casamento, para a família restrita e a família extensiva - os clãs, as
nações e a comunidade da humanidade de todo o mundo”.15
O fiel cumprimento de ambos os mandatos teria como conclusão lógica a
formação de uma sociedade cada vez mais complexa até a constituição de cidades,
cuja base seria a glória de Deus. Deste modo, o mundo seria uma extensão do jardim
de Deus, vivendo amplamente os propósitos originais do Criador. Em resumo, a
cidade estava nos planos do Deus Criador, através do desenvolvimento do reino
cósmico.
15
IBID., 91.
16
Breve Catecismo de Westminster. São Paulo. Editora Cultura Cristã. 1999. P/R 13.
Todo o desenvolvimento social, cultural e tecnológico hoje existente não seria pos-
sível sem a ação destas personagens.
Quanto à descendência de Adão, percebe-se que ela também se envolveu no
processo de elaboração dos propósitos divinos contidos no mandato social e sua
execução por sua parte. A ordem do trabalho após a Queda aponta para o uso siste-
mático da terra na agricultura (Gn 3.17-19). Mais adiante, no texto bíblico, encon-
tra-se uma declaração de um descendente de Adão chamado Lameque, quando do
nascimento de seu filho Noé. Ele disse: “O SENHOR Deus amaldiçoou a terra, e
por isso o nosso trabalho é pesado; mas este menino vai trazer descanso para nós”
(Gn 5.29 – NTLH). Tal declaração apresenta-se como evidência de uma agricultura
familiar de subsistência, baseada no desenvolvimento de técnicas de manejo e pre-
paração da terra, semente, mudas, além de ferramentas e outros elementos necessá-
rios para o plantio, o cuidado, a colheita e o armazenamento da safra.
Todos os elementos apresentados acima foram necessários para a constitui-
ção das primeiras cidades: produção de alimentos, manufatura de instrumentos para
o trabalho agropecuário e para a defesa pessoal e patrimonial, além do desenvolvi-
mento de moradias fixas ou semifixas e a sistematização de elementos de entrete-
nimento e conforto pessoal. Sobre isso, van Groningen escreveu: “o mandato cul-
tural foi cumprido por ambas as linhagens da humanidade. O reino cósmico conti-
nuou como palco para isto (...)”17.
O ser humano, ainda que caído, foi capaz de levar a sociedade humana a um
desenvolvimento do mandato cultural. É fato que este desenvolvimento também é
marcado pelo pecado. Daí os problemas típicos que assolam a humanidade como a
riqueza dos donos dos meios de produção em detrimento da pobreza dos trabalha-
dores, a exploração exagerada dos recursos naturais não-renováveis e o crescimento
desordenado dos centros urbanos e suas implicações ecológicas.
Contudo, o mandato social não teve o mesmo êxito. Van Groningen, a partir
das Escrituras, descreve uma série de incidentes e comportamentos que comprome-
teram a sociedade humana, a saber: vingança (Gn 4.24), revolta social (Gn 6.1),
17
GRONINGEN, Op. Cit., p.167.
violência (Gn 6.11) e casamentos que não honravam a Deus (Gn 6.1,2)18. Estes
mesmos comportamentos podem ser vistos ao longo da história da humanidade,
sendo elementos significativos para a perversão do mandato social. Nesta mesma
perspectiva, Timothy Carriker, discorrendo acerca das implicações missiológicas
da criação e da queda do homem, reconhece o ser humano como um pecador que
carece da ação graciosa de Deus. Ele reconhece a sua incapacidade de cumprir os
mandatos. Carriker afirmou que “O homem caído é inclinado para a infidelidade
no casamento, irresponsabilidade para com os filhos, falta de cuidado e preguiça
no trabalho, e tratamento injusto para com o seu próximo. Não pode cumprir sua
função de administrador da criação. Não pode aperfeiçoar a sociedade humana”19.
Esta incapacidade humana devido ao pecado gerou uma cidade marcada pelo
pecado e pela rebeldia a Deus. Um exemplo bíblico é Babel e a sua torre, uma ci-
dade arquitetada e edificada para ser um monumento à glória e ao poder da huma-
nidade e à rebeldia a Deus (Gn 11.1-9).
Esta caminhada pelo texto bíblico apresenta o desenvolvimento sociocultural
da humanidade e, consequentemente, da cidade. Tal desenvolvimento reflete a de-
gradação do mandato espiritual e uma constante alienação dos propósitos iniciais
de Deus, para a humanidade. A cidade contemporânea é, em certa medida, o reflexo
dos modelos de ajuntamento humano aqui citados. Elas são o centro do desenvol-
vimento humano caído, debaixo de uma influência real do pecado individual e co-
letivo.
Porém, mesmo assim, a cidade ainda está no contexto do reino cósmico criado
por Deus. Quanto a isso, Michael Horton diz algo que dá a dimensão exata daquilo
que deve ocupar a mente cristã sobre esta temática. Ele diz: “contra aqueles que
dizem que o mundo [e a cidade] pertence a satanás ou às forças do mal, o próprio
Deus anuncia: ‘o mundo é meu, e quanto nele se contém’(Sl 50,12)”20.
Sob a perspectiva da Queda, a cidade, como propósito divino para a sociali-
zação da humanidade, foi maculada pelo pecado, assim como todas as realizações
18
GRONINGEN, Op. Cit., p.167.
19
CARRIKER, Charles Timothy. Missão Integral – Uma Teologia Bíblica de Missão. São
Paulo. SEPAL. 1992. p.31.
20
HORTON, Op. Cit.,176.
do homem desde a desobediência dos nossos primeiros pais. Afinal, todas as ambi-
ções e realizações humanas partem de uma natureza criada à imagem e semelhança
de Deus e que, com o pecado, está borrada pelo mal. Não se pode afirmar que a
cidade é inerentemente má ou boa, nem sequer, que ela é neutra.
O desenvolvimento da humanidade continua sendo o palco da ação de Deus,
o desenvolvimento da humanidade traz o mal, mas também traz o bem! Em suas
maquinações, o homem tem se afastado de Deus e criado para si uma gama de sis-
temas, ideologias e filosofias que construíram um contexto anti-Deus. Em cada pe-
ríodo da história, isso se manifesta de maneira peculiar.
Por isso, antes de examinar a cidade a partir da categoria bíblica da redenção,
é pertinente avaliar o momento atual que tem modificado a cidade. Este momento
específico da história tem sido denominado de globalização. O próximo capítulo
tratará acerca da globalização e de suas consequências para a cidade e a humani-
dade, apontando os desafios que a Igreja deverá enfrentar no contexto urbano de
sua missão.
21
DEÁK, Csaba. Globalização ou crise global? In: SCHIFFER, Sueli. Globalização e Estrutura
Urbana. São Paulo. Editora Hucitec/FAPESP. 2004. p.21.
22
BAUMAN, Zygmunt. Globalização – as consequências humanas. Rio de Janeiro. Jorge
Zahar Editor. 1999. P.67
23
WATERS, Malcolm. Globalização. Oeiras: Celta Editora.1999. p.3.
24
WATERS, Op. Cit., p.3.
25
GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo. Editora
UNESP.1991. p.69
26
WATERS Op. Cit., p.7.
mas têm que tratar de questões internacionais, até mesmo na defesa de interesses
frente a outras nações. E, a cultura, na mesma tendência tornasse influenciada e
influenciadora, moldando gerações numa cultura cada vez mais hibridizada.
27
GIDDENS, Anthony. O mundo na era da globalização. Lisboa. Editorial Presença. 2000.
p.23
28
TAHER, Abul. Revealed: UK’ first official sharia courts . Disponível em: <http://www.ti-
mesonline. co.uk/tol/news/uk/crime/article4749183.ece>. Acessado em 08 de outubro de
2010.
29
FRIEDLANDER, David; MARTINS, Ivan; MOON, Peter; MENDONÇA, Martha e MEN-
DONÇA, Ricardo. A nova classe média do Brasil. Disponível em:
<http://www3.fgv.br/ibrecps /m3/midia/kc1219.pdf>. Acessado em 08 de outubro de
2010.
30
Classe Alta cresce 37%. Disponível em: <http://www3.fgv.br/ibrecps/Clippings/lc2315.
pdf>. Acessado em 08 de outubro de 2010.
31
SCHREITER, Robert J. A nova catolicidade. São Paulo. Edições Loyola. 1998. p.10
32
Ibid., p.10.
33
MODIA, Esther Cabado; VASCONCELLOS, Esdras Guerreiro. A globalização e a barbárie
suave da civilização. eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios. Universidade Ca-
tólica de Santos. Disponível em: < http://www.unisantos.br/mestrado/gestao/egesta/ar-
tigos/31.pdf>. Acessado em 02 de outubro de 2010.
34
Uma discussão sobre esta temática encontra-se em: MENDONÇA, Antônio Gouvêa. O
celeste porvir, 3ª ed. São Paulo. EDUSP. 2008.
no céu e na terra debaixo de Cristo como seu cabeça original”.35 Isto posto, per-
cebe-se que Deus deseja redimir a sua criação e colocar toda esta criação novamente
na perfeita ordem na qual foi criada. A redenção, portanto, não fala apenas sobre a
salvação individual de pessoas, mas se estende a coletividade humana e a partir dela
para todo o Cosmos. Logo, tanto o Cosmos, como criação divina, como as constru-
ções socioculturais humanas, que é a resposta da espécie humana aos divinos man-
datos da criação serão redimidos por Deus, através da obra de Cristo.
Mas, o que seria redenção? Esse termo ocorre 12 vezes em toda a Escritura
Sagrada, sendo que a maioria se encontra no Novo Testamento, principalmente, e
nos escritos de Paulo. Do que se observa no meio cristão, há uma identificação o
termo redenção com o termo salvação. Não é incomum o uso intercambiável destes
termos, bem como o seu uso como sinônimos. Segundo o argumento de E.F. Har-
rison, o termo redenção é mais especifico, uma vez que tem em si a apresentação
dos meios pelo qual a salvação se concretiza, ou seja, “o pagamento de um res-
gate”36. Continuando sua argumentação, Harrison afirma que em Paulo há um uso
duplo do termo redenção, falando acerca de experiência presente e futura do crente
com Cristo. Segundo ele, no presente, o homem é perdoado de seus pecados pelo
pagamento realizado por Cristo que, no futuro, libertará para sempre o homem das
debilidades e das corrupções atuais.37
O termo redenção é usado, basicamente, para traduzir os termos hebraicos
pāda e gā’al, e o termo grego lytron e derivados. A ênfase destes termos está na
ideia de um pagamento com vista ao resgate de algo ou alguém (Ex 13.13,15; 30.13-
16; Nm 35.19, Rt 4.6; Rm 8.23; Ef 1.7). Esta mesma ideia encontra-se presente
quando o apóstolo Paulo escreve: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo
as Escrituras” (1 Co 15.3). Isso significa que, a redenção é o ato realizado por Jesus
Cristo para libertar a humanidade e o mundo do domínio do pecado, restaurando
seu supremo senhorio sobre todas as coisas (Rm 8.20-24; 1 Pe 1.17-21; 1 Co
15.27,28).
35
KUYPER, Abraham. Calvinismo. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2002. p.126.
36
HARRISON, E.F. Redentor, Redenção. In: ELWELL, Water A. Enciclopédia Histórico-Teo-
lógica da Igreja Cristã. vol. 3. São Paulo. Vida Nova. 1990. p.246.
37
Ibid., p.247.
38
EDWARDS, Jonathan. The Works of President Edwards. Vol. 2 . Worcester: Isaiah
Thomas. 1808. p.12.
39
Ibid., p.17,18.
Os reformadores tiveram várias perspectivas nessa área, dependendo da extensão como acre-
ditam que a transformação seja possível. Mas, no geral, concordam com duas coisas. Pri-
meira, nós somos chamados para estar no mundo e não para nos afastarmos dele. Isso separa
os reformadores crentes do monasticismo. Segunda, nós devemos alimentar os famintos, ves-
tir os despidos e visitar os prisioneiros. Mas as principais necessidades das pessoas são espi-
rituais, e a obra social não é substituto adequado para a evangelização. 42
É fato que a Igreja está no mundo. E, é neste mundo que ela deve cumprir sua
missão. A fidelidade à missão e ao Senhor da missão sempre conduzirá a Igreja à
compreender o seu papel na sociedade. Logo, as palavras de Jesus dão um peso
expressivo neste aspecto: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes
do mal” (Jo 17.15). Os reformadores perceberam essa realidade e envolveram-se
com o mundo ao seu redor, não um envolvimento com um fim em si mesmo, mas
com um fim maior, a demonstração visível do evangelho da graça de Deus. Um
40
LINTHICUM, Op. Cit., p.43.
41
SNYDER, Howard A. A Igreja no plano de Deus. In: WINTER, Ralph D. HAWTHORNE,
Steven C; BRADFORD, Kevin D. Perspectivas no movimento cristão mundial . São Paulo.
Vida Nova. 2009. p.157
42
BOICE, James Montegomery. Teologia Reformada. In: Bíblia de Genebra. Barueri e São
Paulo: SSB e Editora Cultura Cristã, 1999.
exemplo disso é a ação diaconal da Igreja em Genebra, nos dias de João Calvino43.
Tal transformação não deve ser compreendida como atingir a perfeição total, mas
como a promoção de valores que glorificam a Deus. Deste modo, Horton clarificou
esta ideia ao afirmar: “nenhuma cidade terrena pode ser confundida com uma civi-
lização piedosa ou com o Reino de Deus”44. De maneira prática, a ação transforma-
dora de Deus através da Igreja, manifesta-se como a restrição da maldade no con-
texto da sociedade.
Considerando os desafios que uma cidade globalizada apresenta diante da
Igreja contemporânea, é possível traçar algumas diretrizes de ação. Estes desafios
foram apresentados anteriormente e são: o individualismo, as questões sociais e a
cultura. Quanto ao individualismo, como a Igreja deve agir?
Falando acerca da missão integral da Igreja, René Padilha afirma: “Nesta era
de individualismo, é preciso recuperar esta perspectiva comunitária e missioló-
gica”.45 Num contexto urbano no qual o indivíduo fica cada vez mais enclausurado
em seu mundo, a Igreja precisa tratar com muita atenção os relacionamentos. Re-
cuperar a perspectiva comunitária é reviver o modelo eclesiástico vivido em At
2.42-47, principalmente, salientando o relacionamento interpessoal como meio de
se cumprir a missão.
A globalização que exige da pessoa produtividade, responsabilidade e sucesso
pessoal, é a mesma que o transforma num indivíduo que troca seus valores pessoais
pelo sistema de valores imposto pela sociedade. Como disse Schreiter, “enquanto
os processos globalizantes homogeneízam o mundo, eles criam, ao mesmo tempo,
um sentido intensificado do particular”46. Este sentido intensificado e extremado
do particular isola as pessoas em sua interioridade. Os relacionamentos de natureza
profunda são desestimulados em nome de uma projeção social e ou funcional mais
rápida. Em nome de remunerações e gratificações, os relacionamentos existentes
são sacrificados, gerando crises familiares e a destruição de famílias. Também, há
43
Para uma melhor abordagem do tema ver: MATOS, Alderi Souza. Amando a Deus e ao
próximo: João Calvino e o diaconato em Genebra . In: Fides Reformata. Vol.2. p. Julho-
Dezembro de 1997.
44
HORTON, Op.Cit., p.184.
45
PADILLA, C. René. O que é missão integral. Viçosa. Ultimato. 2009. p.57
46
SCHREITER, Robert J. A nova catolicidade. São Paulo. Edições Loyola. 1998. p.23
47
VANIER, Jean. Comunidade: Lugar do perdão e da festa. 3 ed. São Paulo. Paulinas.
1982. p.12.
48
HOFFMANN, Arzemiro. A cidade na missão de Deus. Curitiba. Encontro. 2007.p. 72.
49
CARRIKER, C. Timóteo. Proclamando boas-novas. Brasília. Editora Palavra. 2008.
p.132,133
50
Ibid., p.133.
51
LINTHICUM. Op.Cit., p.53
Isso se torna um problema para a Igreja, no contexto urbano. Ela não sabe
trabalhar transculturalmente no ambiente urbano. Logo, erros que foram comuns
nos campos missionários durante os séculos passados, agora são repetidos nos cen-
tros urbanos. O resultado disso é que a Igreja se torna incapaz de comunicar o Evan-
gelho de maneira relevante dentro dos seus limites territoriais.
Esta subestimação é uma herança do modelo missiológico moderno, influ-
enciado pelo iluminismo. Tal modelo ainda parece nortear algumas estratégias uti-
lizadas por Igrejas locais. Ela se baseia em considerar a cultura alheia como inferior,
a ponto de impor ao outro a sua própria cultura como sendo o modelo cultural re-
comendado pelo Evangelho. Argumentando sobre este modelo missiológico, David
Bosch, aponta para seus pressupostos, suas falhas e reconhecendo que em meio a
toda a confusão conceitual, havia quem se compreende que o cristianismo e a cul-
tura ocidental não eram sinônimos54. Isso, de certa forma, demonstra como a Igreja
52
BAKKE, Raymond J. Urbanization and evangelism: a global view. In: CONN, Harvie M.
at alli. The urban face of mission. New Jersey. P&R Publishing. 2002. p.39.
53
NICHOLLS, Bruce. Contextualização: Uma teologia do Evangelho e Cultura . São Paulo,
SP: Edições Vida Nova.1983. p. 8
54
BOSCH, David. Missão Transformadora. 2 ed. São Leopoldo. Sinodal. 2007. p.353-362.
55
ROSALDO, Renato. Culture and Truth: The Remaking of Social Analysis . apud DRISCOLL,
Mark. Reformissão. Niterói. Tempo de Colheita. 2009. p.93.
56
LIDÓRIO, Ronaldo de Almeida. Comunicação Missionária: Comparando a Cultura Oci-
dental com a Cosmovisão Konkomba. São Paulo: Junta de Missões Estrangeiras/Igreja
Presbiteriana do Brasil, 1998, p.33.
57
Ver BAKKE, Op. Cit., p.38,39.
cultura’. Ele afirma: “os que aderem às duas posições precisam uns dos outros,
porque este mundo é do Senhor, e no entanto, aqui não é o meu lar”58.
Tal perspectiva corrobora com a missão da Igreja urbana ao compreender
que, ao mesmo tempo em que Cristo condena os elementos demoníacos da cultura,
não aceitando qualquer tipo de mistura ou hibridação, mas, também, se apresenta
como o transformador e o redentor dessa cultura.
Assim, para o desenvolvimento de uma missão urbana, Igreja contemporânea
precisa atentar-se para o evangelismo e buscar paradigmas que sejam eficazes do
ponto de vista da apresentação do evangelho ao indivíduo urbano do séc. XXI.
Neste sentido, Paul Hiebert apresenta a sua colaboração ao desenvolver seis temas
que, segundo ele, deveriam ser tomados como paradigmas globais para a evangeli-
zação:
1) Um foco no evangelismo como, antes de tudo, a missão de Deus;
2) O centro da mensagem é a vinda do Reino de Deus;
3) Devemos rejeitar o individualismo extremo do passado que define sal-
vação apenas em termos pessoais;
4) Devemos contextualizar a mensagem e os métodos de evangelismo para
que as pessoas possam ouvir o evangelho de maneira que entendam;
5) Devemos rejeitar a fé em nossa habilidade humana para construir um
mundo melhor através de nossos esforços;
6) Devemos evitar a arrogância, a manipulação e a coerção no evange-
lismo59.
58
HORTON, Michael S. O Cristão e a Cultura. São Paulo. Cultura Cristã. 1998. p.51.
59
HIEBERT, Paul. Globalization as Evangelism. In: EVANS, Alice Frazer, et alli. The Global-
ization of Theological Education. Maryknoll: Orbis Books. 1993. p.73-75.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desta reflexão, reconheceu-se que perspectiva cristã acerca da ci-
dade deve ser tal, que não menospreze o fato de que Deus tem um propósito para
ela. O fato de a cidade, enquanto aglomeração humana sistemática, ter surgido no
contexto da Queda, não faz dela um terreno do Diabo ou do mal. Pelo contrário, ela
é um lugar para a manifestação da graça de Deus. Como parte do reino cósmico, a
cidade está debaixo do governo, cuidado e preservação de divina. Nem mesmo a
globalização e seus efeitos, quer os positivos quer os negativos, são capazes de di-
minuir o poder e o alcance do Evangelho. Em suma, Deus tem um propósito reden-
tivo para a cidade e seus habitantes, em qualquer tempo ou era.
A urbanidade que caracterizava dos dias de Paulo, em alguns aspectos, não
lembra em nada as metrópoles atuais. Apesar disso, era um desafio para o ministério
particular do apóstolo, bem como, para o ministério da Igreja primitiva. Conside-
rando os registros bíblicos de Atos dos Apóstolos e das epístolas paulinas, bem
como a história do cristianismo dos primeiros séculos, é possível afirmar que a
Igreja obteve o sucesso no seu papel transformador da sociedade. Em contrapartida,
outros aspectos da urbanidade dos dias apostólicos estão presentes na atualidade.
Provavelmente numa proporção maior e mais degradados pelo pecado. Guardadas
as devidas proporções, se no passado foi possível para a Igreja cristã contextualizar
a sua mensagem e influenciar o seu contexto, também, é possível para a Igreja con-
temporânea.
O que se percebe é que os desafios do mundo globalizado também criam
possibilidades ou oportunidades para proclamação do Evangelho de Cristo. Se o
individualismo é um desafio e o seu resultado é a solidão, a mensagem cristã torna-
60
LINTHICUM. Op. Cit., p. 20
2) Dialogar com o seu tempo, não numa atitude leviana, mas apresen-
tando suas considerações sem parcialidades, sobre os temas que afli-
gem a humanidade, demonstrando uma preocupação legítima e ver-
dadeira com a sua realidade;
3) Ser criativa nas suas ações, agindo na vanguarda do seu tempo, assim
como foram os cristãos dos primeiros séculos, tornando-se o refe-
rencial para a construção de uma sociedade melhor.
Atitudes como estas tendem a criar espaços para a apresentação do Evange-
lho, quer direta ou indiretamente. Elas podem ou não surtir efeitos num espaço curto
ou longo de tempo. Porém, é certo, que demonstrarão o interesse de Deus e da Igreja
por este mundo e suas instituições, além de reforçar o papel da Igreja como agência
do Reino de Deus no mundo e na cidade.
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