R C M T C C H, P I D, V P S: C E V: Mourão Carrera Cardoso Junior
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R C M T C C H, P I D, V P S: C E V: Mourão Carrera Cardoso Junior
Setembro de 2019
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
Departamento de Engenharia Civil
Reabilitação de coberturas de
madeira e telha cerâmica nos
centros históricos, numa perspetiva
integrada de desempenho, valor
patrimonial e sustentabilidade: caso
de estudo em Viseu
Dissertação no âmbito do Mestrado em Reabilitação de Edifícios, no ramo de Reabilitação Não Estrutural de Edifícios,
orientada pelas Professora Doutora Ana Teresa Vaz Ferreira e Professora Doutora Maria Isabel Morais Torres,
apresentada ao Departamento de Engenharia Civil da FCTUC
Esta Dissertação é da exclusiva responsabilidade do seu autor. O Departamento de Engenharia Civil da FCTUC
declina qualquer responsabilidade, legal ou outra, em relação a erros ou omissões que possa conter.
Setembro de 2019
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Ana e José Euclides, por toda dedicação, esforço e por serem meus exemplos a
seguir.
Às Prof. Dra. Isabel Torres e Dra. Ana Ferreira pela sua disponibilidade, apoio científico e pela
flexibilidade em entender os percalços na etapa final desta dissertação.
Ao Prof. Dr. José António Raimundo Mendes da Silva pelo apoio, flexibilidade e capacidade
brilhante de transmitir o seu conhecimento.
Ao Dr. Edmilson Lobato Junior, Diretor Geral do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves,
por apoiar e acreditar na importância do constante aprimoramento profissional, liberando-me
para mais esse desafio na vida.
A minha avó, Ana Iria dos Santos Pereira, por ser responsável por parte da minha criação, por
ter cuidado de mim sempre quando necessário, In Memoriam.
ii
RESUMO
iii
ABSTRACT
iv
Sumário
1-INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
1.1-Enquadramento do tema……………………………………………………………… 1
1.2-Objetivos………………………………………………………………………………1
1.3-Organização da dissertação………………………………………………………… ... 3
2-REABILITAÇÃO URBANA: ENQUADRAMENTO E COMPORTAMENTO,
VALOR PATRIMONIAL, DESEMPENHO E SUTENTABILIDADE.............................. 5
2.1- Enquadramento……………………………………………………………………… 5
2.2-Práticas em Centros Históricos………………………………………………………..6
2.2.1- Estratégias definidas em Guimarães, Lisboa e Porto…………………………. …...8
2.2.2-Desenvolvimento Sustentável……………………………………………………...13
2.2.3-Método de avaliação da sustentabilidade………………………………………… . 14
2.2.3.1- Enquadramento…………………………………………………………………. 14
2.2.3.2- Ferramentas de avaliação da sustentabilidade …................................................. 14
2.2.3.2.1-LEED v4 – USA ................................................................................................ 15
2.2.3.2.2- MARS – Modelo de Avaliação da Reabilitação Sustentável ............................ 15
3- SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE COBERTURAS INCLINADAS COM TELHAS
CERÂMICAS EM CENTROS HISTÓRICOS EM PORTUGAL .................................... 19
3.1-Enquadramento……………………………………………………………………...19
3.2-Caracterização das coberturas inclinadas em telha cerâmica……………………….19
3.3- Exigências Funcionais das Coberturas……………………………………………..20
3.4- Principais Anomalias……………………………………………………………….23
4-INSPEÇÃO, REGISTRO E DIAGNÓSTICO DE COBERTURAS CERÂMICAS -
PRAÇA DOM DUARTE NO CENTRO ANTIGO DE VISEU ......................................... 25
4.1-Enquadramento……………………………………………………………………… 25
4.2-Inspeção, registo e diagnóstico das coberturas analisadas…………………………...25
4.3-Fichas de inspeção, registro e diagnóstico utilizados para o estudo do centro antigo de
Viseu…………………………………………………………………………………….. 26
4.4- Condicionantes……………………………………………………………………... 28
4.5- Estruturação da informação………………………………………………………… 28
4.6-Descrição dos resultados……………………………………………………………. 29
4.6.1- Caracterização ......................................................................................................... 29
4.6.2- Estado de Conservação ........................................................................................... 37
v
4.7-Análise dos resultados………………………………………………………………. 41
ANEXOS
vi
ÍNDICE DE FIGURAS
Capítulo 1-INTRODUÇÃO
Figura 1 – Visão geral do Centro Antigo de Viseu – Pt (Instituto Pedro Nunes, 2016)
Figura2. Quarteirões a serem estudados no Centro Antigo de Viseu
vii
Figura 26 – Anomalias das coberturas referente ao revestimento
Figura 27 – Anomalias encontradas nas coberturas em relação a argamassa
Figura 28 - Anomalias encontradas nas coberturas em relação a rufagem
Figura 29 - Anomalias encontradas nas coberturas em relação a caleira
Figura 30 - Fotos de patologias encontradas
5-CASOS DE ESTUDO
viii
Figura 61 – Lacunas provocadas por deslocamento de telhas e vista de uma das madres da
estrutura
Figura 62 – Detalhe de uma asna da estrutura da cobertura
Figura 63 – Vista das varas que já foram substituídas em intervenções anteriores
Figura 64 – Trapeira com deficiência de revestimento cerâmico
ix
ÍNDICE DE TABELAS
5-CASOS DE ESTUDO
x
ABREVIATURAS
xi
Reabilitação de coberturas de madeira e telha cerâmica
INTRODUÇÃO
nos centros históricos, numa perspetiva integrada de
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de
estudo em Viseu.
1-INTRODUÇÃO
1.1-Enquadramento do tema
1.2-Objetivos
Este trabalho de inspeção, tem como base uma ficha de inspeção de caracterização e
diagnóstico existente, e filmagens através de drones, que integraram o projeto Viseu
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Reabilitação de coberturas de madeira e telha cerâmica
INTRODUÇÃO
nos centros históricos, numa perspetiva integrada de
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de
estudo em Viseu.
Figura 1 – Visão geral do Centro Antigo de Viseu – Pt (Instituto Pedro Nunes, 2016)
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Reabilitação de coberturas de madeira e telha cerâmica
INTRODUÇÃO
nos centros históricos, numa perspetiva integrada de
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de
estudo em Viseu.
Q9
Q13
Q8
Q12
1.3-Organização da dissertação
3
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Reabilitação de coberturas de madeira e telha cerâmica
INTRODUÇÃO
nos centros históricos, numa perspetiva integrada de
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de
estudo em Viseu.
No capítulo 4, é apresentado o resultado da análise do material dos acervos do IPN e das visitas
in loco, apresentando os sistemas construtivos identificados, o seu estado de conservação e
anomalias das edificações analisadas.
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nos centros históricos, numa perspetiva integrada de COMPORTAMENTO, VALOR PATRIMONIAL,
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de DESEMPENHO E SUTENTABILIDADE
estudo em Viseu.
2.1- Enquadramento
Em 2017, o PIB português cresceu 2,7%, facto que foi amplamente destacado e reconhecido
como muito positivo. Note-se, no entanto, que o investimento em construção e imobiliário foi
responsável por praticamente mais de um quarto (26,5%) desse crescimento [Ingenium, 2018].
Efetivamente, em 2017 o setor retomou uma trajetória de recuperação. O investimento em
construção registou, no ano passado, uma variação positiva de 9,2%, sendo este crescimento o
reflexo de uma evolução positiva em todos os segmentos de atividade [Ingenium, 2018].
A produção cresceu 5,9%, em resultado de variações positivas de 8% na construção de edifícios
residenciais, 3,7% na construção de edifícios não residenciais.
Efetivamente, o setor da construção e do imobiliário, no seu conjunto, representa, em Portugal,
17,4% do PIB, 50,5% do investimento total da economia, 16,5% do pessoal ao serviço das
empresas [Ingenium, 2018].
Este setor evoluiu para novas áreas e técnicas construtivas e, sobretudo, sofreu uma alteração
estrutural. Os números da produção da construção espelham bem essa nova realidade.
Em 2001, 46% da produção do setor estava associada ao segmento da construção de edifícios
residenciais. O segmento de construção de edifícios não residenciais representava apenas 18%.
Em 2017, o segmento dos edifícios residenciais representou 27% da produção do setor. O
segmento não residencial pesa, agora, 26% do total [Ingenium, 2018]. Entre os anos de 2001 e
2011, pode-se perceber o decréscimo na construção de fogos novos, sendo que esta redução é
mais marcada após 2007, com a crise que marcou o setor (Figura 3).
5
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nos centros históricos, numa perspetiva integrada de COMPORTAMENTO, VALOR PATRIMONIAL,
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de DESEMPENHO E SUTENTABILIDADE
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A História, a Cultura e o Património são valores coletivos que marcam a identidade dos povos
e de qualquer país e que, cada vez mais, constituem valores de partilha universal.
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desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de DESEMPENHO E SUTENTABILIDADE
estudo em Viseu.
Uma parte significativa dos proprietários de imóveis em centros antigos opta pelo alojamento
local, muito mais rentável, o que está a pôr em causa o mercado de arrendamento tradicional e,
por consequência, o acesso à habitação pelos mais jovens e por quem tem mais fracos recursos,
sendo que o restante entra no mercado com valores altamente especulativos.
Esta questão esbarra diretamente nas políticas e nas agendas locais das cidades, que
inicialmente pareciam apontar para a inversão do caminho que provocou o envelhecimento e o
abandono dos centros antigos , incentivando os jovens a habitar essas zonas, o que rapidamente
se inverteu para soluções socialmente desequilibradas, pautadas por ocupações
descaracterizadas ou com alta rotatividade, mas com rentabilidade muito mais elevada.
Apesar desta situação, os investimentos e a atividade da reabilitação urbana vieram permitir
animar o mercado, a economia, gerar empregos e riqueza. O programa de apoio criado pelo
Governo, e incentivos às ações de reabilitação urbana, deram prioridade à reabilitação em
detrimento da construção nova e à eficiência energética e hídrica, porém algumas incertezas
surgem com essa “moda” de reabilitar, uma vez que, as intervenções realizadas poderão não
estar de acordo com exigências e critérios técnicos [Ingenium,2018].
Dentro do enquadramento do “Ano OE das Alterações Climáticas”, recordamos que a eficiência
material pode assumir uma elevada expressão no contexto da reabilitação urbana, recorrendo à
reutilização de materiais, incorporando na atividade uma nova economia circular.
Porém, mesmo com todos os benefícios que a reabilitação traz, deve-se ter o cuidado para a não
desqualificação de centros históricos, não permitindo a sua descaracterização quanto ao uso,
história e volumetria.
É inquestionável a necessidade e o gradual processo de reabilitação pelo qual Portugal está a
passar, mesmo que ainda em números menores que alguns países da Europa, quer em seus
edificados com valor patrimonial e histórico, quer no patrimônio corrente. Como exemplos de
processo de reabilitação em centro históricos, podemos citar os centros de Lisboa, Porto e
Guimarães, que podem servir como base para reflexões e aprendizagens, merecendo uma breve
apresentação de suas concepções, conceitos e estratégias.
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Lisboa
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A primeira grande dinâmica surgiu após a data de 1 de novembro de 1755, quando Lisboa sofreu
um violento sismo, que levou à destruição de parte considerável da zona da baixa, resultando
em cerca de dez mil mortos, dois mil fogos destruídos e mais de doze mil casas com graves
estragos. Com o centro político, económico e comercial da cidade destruído, foi urgente
estipular e aplicar medidas para controlo imediato da situação em que a cidade se encontrava.
Estas medidas consistiram no levantamento com descrições exatas de várias casas, ruas e
praças, nivelamentos topográficos e uma proibição por decreto que impedia qualquer
construção nova antes de ser apresentado um novo plano [Moura et al, 2005].
O plano pombalino veio ordenar a cidade, urbanizá-la, conferindo-lhe uma nova condição de
modernidade. A intenção foi resolver uma série de problemas que se colocavam à reconstrução
da Baixa face à cidade antiga destruída, através de uma abordagem abrangente, desde as
questões globais aos mais minuciosos pormenores.
A segunda grande dinâmica aconteceu devido ao grande incêndio no Chiado a 25 de agosto de
1988, que atingiu cerca de 17 edifícios entre as Ruas do Carmo, Nova do Almada e Garrett. A
destruição deixa visíveis “ruínas, fachadas descarnadas e buracos que libertam muros de suporte
antiquíssimos (...) um esqueleto belíssimo e incompleto” que exigem, naturalmente, que seja
elaborado um plano de reconstrução para toda a área [Byrne,2014].
O incêndio foi encarado como a oportunidade de fazer mudanças radicais nesta zona da cidade,
ainda com grande interesse e charme. O plano foi um resultado do esforço conjunto entre a
Câmara Municipal de Lisboa, que estabeleceu princípios orientadores para a nova intervenção,
o Gabinete de Recuperação do Chiado, que efetuou a coordenação geral e a assessoria técnica,
e o arquiteto Siza Vieira, que elaborou o plano de recuperação [Marta, 2015]. Os princípios
definidos pela Câmara foram:
• Revitalizar a zona sinistrada, mas também a zona imediatamente envolvente abrangendo
inclusive a Baixa, merecedora de igual atenção;
• Respeitar as características físicas do edificado, valorizando as suas valências histórico-
monumentais;
• Restituir as características originais dos pátios e logradouros, demolindo todas as
construções ilegais existentes;
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• Elaborar uma estratégia viável para a criação de estacionamento que servisse os serviços
e habitação propostos, assim como a redução do congestionamento e integração do
acesso ao metro;
• Criar diferentes usos: comércio, habitação variada e equipamentos.
O Plano seguinte, que abrangeu uma área maior que a danificada pelo incêndio, foi aprovado
em 1990 e teve as seguintes linhas orientadoras de desenvolvimento com base nos princípios
descritos atrás:
• Abertura de percursos pedonais;
• Reestruturação viária;
• Nos edifícios de traçado pombalina foram recuperadas as fachadas existentes, mantendo
as características arquitetónicas originais;
• Melhoria das condições de salubridade, nomeadamente pela redução de profundidade
dos edifícios e pelo saneamento do interior de quarteirões e saguões.
A terceira grande dinâmica foi com um grande incremento do investimento imobiliário, que
começou sobretudo no ano de 2012 e, já associado a um intenso processo de reabilitação de
edifícios, nomeadamente com a chegada de fluxos turísticos e investimento neste setor, que se
acentuou a partir de 2014.
Ressalta-se que, o aprofundamento deste cenário tendencial, sem a introdução de medidas de
controlo dos efeitos locais, configura múltiplos riscos [Marta, 2015], como:
1- Descaracterização e perda de identidade, de cultura, de património (perda de elementos vivos
que não conseguem resistir à nova “concorrência”, seja pelos preços, seja pela falta de
utilizadores-clientes que “transportavam” os valores identitários).
2- Perda de valor, o que pode conduzir a uma futura situação de recessão (económica, social e
urbana) no centro antigo (a perda de atratividade, a sobrevalorização no mercado imobiliário e
a vulnerabilidade à procura externa ou a qualquer crise económica global são fatores
potenciadores deste risco).
3- Agravamento de fenómenos de exclusão social (idosos, imigrantes, famílias de menores
recursos económicos) e espacial (alguns bairros ou setores urbanos), com perda de mix
socioeconómico e quebra demográfica estrutural.
4- Perda de qualidade de vida dos residentes, resultante do ruído, da insegurança dentro dos
edifícios ou da degradação do espaço público, mas também da sobrecarga dos sistemas e
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desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de DESEMPENHO E SUTENTABILIDADE
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serviços e no ambiente e funcionalidade urbanos (p. ex. transportes públicos), devido à procura
turística, concentrada em determinadas áreas e períodos (aspeto agravado pela menor
capacidade de resposta das autoridades locais, resultante da diminuição de recursos orçamentais
que acompanha a perda de residentes permanentes).
5- Redução da qualidade da construção, especialmente no que se refere à resistência sísmica
das estruturas reabilitadas, comprometendo a segurança individual e coletiva.
6- Aumento da vulnerabilidade em situações de acidente/catástrofe pela intensificação das
dinâmicas em curso e densificação (morfologia urbana, estrutura dos edifícios e sobrecarga de
utilizadores).
Ou seja, as dinâmicas em curso, se não reguladas e melhor controladas, gerarão as condições
para uma futura inversão de ciclo, entrando-se numa nova fase recessiva em termos urbanos,
com perda, eventualmente irreversível, dos elementos que (hoje e sempre) valorizam o centro
antigo , a sua identidade cultural, o seu tecido social, as suas especificidades construtivas e o
seu padrão urbano e funcional.
Objetivando a gestão de operações de reabilitação urbana, através da promoção, manutenção,
conservação de infraestruturas urbanísticas e gestão do património edificado, o município de
Lisboa, por meio do Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, criou a Sociedade de
Reabilitação Urbana Lisboa Ocidental – SRU.
Porto
Sem intervenções de manutenção regulares, ou de operações de reabilitação profundas, os
edifícios vão perdendo as suas características, ficando naturalmente degradados. Isto leva a que
a população procure outras zonas, mais periféricas.
Estes factos levaram à necessidade da criação de uma entidade que ajude na promoção da
reabilitação desses imóveis. Com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 104/2004, houve a
oportunidade de criação dessas entidades, que na cidade do Porto se concretizou na estruturação
da Porto Vivo, SRU.
A Porto Vivo, SRU tem como principal objetivo a reabilitação urbana da baixa portuense, ou
seja, pretende intervir nas mais diversas áreas de forma a recuperar o património edificado que
se encontre degradado e combater a desertificação populacional que tem ocorrido nos últimos
anos no centro do Porto. Esta missão é feita apoiando os proprietários nos processos de
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desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de DESEMPENHO E SUTENTABILIDADE
estudo em Viseu.
Nos últimos anos, resultado de inúmeras conferências, relatórios, cartas e acordos, o conceito
de sustentabilidade tornou-se uma prioridade, e atualmente encontra-se assente em três
dimensões fundamentais e indissociáveis: económica, social e ambiental. Neste contexto, as
sociedades atuais reconhecem cada vez mais a necessidade de equilibrar e ajustar estas
dimensões, com vista à criação de comunidades humanas ecologicamente corretas,
economicamente viáveis, socialmente justas e culturalmente diversas.
A preocupação com a forma de desenvolvimento das cidades é importante quando se procuram
atingir os objetivos ligados ao desenvolvimento sustentável, uma vez que é ali que
crescentemente se tende a fixar a população. Existe, nesta óptica, um conjunto de oportunidades
que poderão favorecer um desenvolvimento mais sustentável [Elliot, 2006].
Os impactos ambientais causados pelo sector da construção civil devem ser minimizados, o
papel da tecnologia construtiva pode ser importante para limitar os impactos [Huovila &
Koskela, 1998]. Enquanto a construção tradicional se centra no custo, no desempenho e na
qualidade, a construção sustentável acrescenta a estes critérios a minimização do esgotamento
dos recursos, a minimização da degradação ambiental e a criação de um ambiente construído
saudável [Kibert, 1994]. Estes princípios valorizam a eliminação e a prevenção de resíduos na
origem e defendem a exploração sustentável de fontes de matérias-primas, a economia de água
e energia e o uso de outros indicadores ambientais para a indústria; estabelecem ainda os
compromissos para precaução (não utilização de matérias-primas nem criação de produtos com
indícios de geração de prejuízos ambientais), avaliação do ciclo de vida e controlo democrático
(direito de acesso público a informações sobre riscos ambientais de processos e produtos);
igualmente limita o uso de aterros sanitários e desaprova a incineração indiscriminada como
estratégia de eliminação de lixo e resíduos [Florim & Quelhas, 2004].
A reabilitação do património cultural (público ou privado) exige uma visão de futuro, portanto,
refletir sobre alguns aspectos é de fundamental importância, nomeadamente: a) os prazos de
execução curtos podem comprometer as obras de reabilitação levando ao consequente risco na
sua qualidade final e durabilidade das intervenções; b) intervenções que não respeitam o valor
patrimonial das construções existentes; c) adoção de soluções construtivas que não são
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2.2.3.1- Enquadramento
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2.2.3.2.1-LEED v4 – USA
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• Espaços sustentáveis: pontua projetos nos chamados “terrenos de alta prioridade”, que
contempla o desenvolvimento social frente à necessidade de determinada região,
definida por planos diretores ou identificada por meio de um conjunto de fatores sociais.
• Nova categoria “localização e transporte”, com o objetivo de estimular o
aproveitamento máximo das práticas relacionada à mitigação ao impacto no transporte.
Também pontua projetos que privilegiem o acesso a pé e ao transporte
público/alternativo (bicicletas, etc).
• Uso eficiente da água: pontuação que pode ser atingida com o gerenciamento de água
da chuva, sem contar a obrigatoriedade da medição do consumo da água nas edificações.
• Energia e Atmosfera: pré-requisito de eficiência energética, ainda mais exigente que a
versão anterior. Isso sem contar que considera não só o consumo energético da
edificação, mas também o cumprimento das recomendações da concessionária perante
a escala urbana de consumo.
• Materiais e recursos: foco no ciclo de vida dos materiais, com novos créditos que
premiam produtos com Declaração Ambiental de Produtos (DAPs). Aumento nos
requerimentos de informes para matéria-prima, incluindo lugares de extração e
compromissos ambientais por parte dos fornecedores.
Alinhado com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o LEED v4 exige a apresentação de um
Planeamento de Gerenciamento de Resíduos e estimula o uso de reuso de materiais.
• Sinergia: crédito específico para pontuar os projetos nos quais a equipe responsável
pela conceção do projeto demonstra conhecer profundamente acerca do processo
integrado na conceção do projeto.
A aplicação do LEED para novas construções (LEED New Construction), utilização e
manutenção, permite medir o desempenho do edifício durante a sua utilização e não de acordo
com as expectativas geradas em fase de projeto. A análise de cada critério, devidamente
justificado pelos sistemas utilizados, permite a atribuição de créditos que revertem num total
que reflete o desempenho global do edifício [Yudelson, 2008; USGBC, 2008].
O LEED para edifícios existentes (LEED for Existing Buildings) deve ser utilizado como
ferramenta de avaliação de processos de operação e manutenção de edifícios existentes, que
não envolvam uma fase de projeto significante. De uma forma geral, as operações de
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nos centros históricos, numa perspetiva integrada de COMPORTAMENTO, VALOR PATRIMONIAL,
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estudo em Viseu.
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nos centros históricos, numa perspetiva integrada de COMPORTAMENTO, VALOR PATRIMONIAL,
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de DESEMPENHO E SUTENTABILIDADE
estudo em Viseu.
Para a construção deste sistema foram definidas as seguintes áreas: sustentabilidade local, no
transporte, na gestão dos recursos – água, na gestão dos recursos – energia, na gestão dos
recursos – materiais, do ambiente exterior, do ambiente interior, na utilização e, finalmente, a
sustentabilidade cultural, económica e social [Ramos,2009].
A partir dos vários aspetos que compõem os sistemas mencionados, a eficiência energética, o
reaproveitamento de materiais e a preservação de valores históricos, são fatores importantes
para a avaliação de intervenções em coberturas.
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Reabilitação de coberturas de madeira e telha cerâmica SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE COBERTURAS
nos centros históricos, numa perspetiva integrada de INCLINADAS COM TELHAS CERÂMICAS EM
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de CENTROS HISTÓRICOS.
estudo em Viseu.
3.1-Enquadramento
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Reabilitação de coberturas de madeira e telha cerâmica SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE COBERTURAS
nos centros históricos, numa perspetiva integrada de INCLINADAS COM TELHAS CERÂMICAS EM
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de CENTROS HISTÓRICOS.
estudo em Viseu.
é garantir a sua eficácia, para além das anomalias associadas ao desempenho das coberturas em
zona corrente, o mais comum é que as patologias surjam, em primeiro lugar, nas zonas
singulares da cobertura (rincões, larós, remates em paredes emergentes, ligações a caleiras e
algerozes) [Appleton, 2011].
As asnas obtidas pela triangulação de elementos simplesmente ligados entre si, são os tipos de
estruturas mais comuns, adaptando-se bem às geometrias variáveis das coberturas.
As diferenças essenciais entre as asnas correntemente utilizadas consistem na geometria, quer
dos elementos principais, quer das triangulações, e nos diferentes materiais utilizados.
As ligações entre diferentes peças que constituem a estrutura, devem ser feitas através de
ligações pregadas, coladas ou recorrendo a peças auxiliares de ferro, além de vários sistemas
de encaixes e ensambladuras.
Além das ligações, é importante a forma como as asnas de cobertura se fixa aos seus apoios,
geralmente na zona corrente de paredes de alvenaria ou em elementos específicos (consolas ou
mísulas).
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Reabilitação de coberturas de madeira e telha cerâmica SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE COBERTURAS
nos centros históricos, numa perspetiva integrada de INCLINADAS COM TELHAS CERÂMICAS EM
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de CENTROS HISTÓRICOS.
estudo em Viseu.
.
Figura 4 - telha passadeira / ventilação
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desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de CENTROS HISTÓRICOS.
estudo em Viseu.
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nos centros históricos, numa perspetiva integrada de INCLINADAS COM TELHAS CERÂMICAS EM
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de CENTROS HISTÓRICOS.
estudo em Viseu.
entanto esta solução não é tão eficaz como a referida anteriormente. A Figura 5
apresenta o esquema de aplicação do isolamento térmico nas vertentes de um desvão
habitável.
Figura 5 - Cobertura inclinada - Isolamento térmico das vertentes de um desvão habitável [Jardim, 2009]
Reacção ao fogo: Como refere [Appleton, 2011], para que se evite a destruição geral da
cobertura, são necessários certos materiais para a proteção da mesma, como a pintura com
vernizes e tintas intumescentes e que sejam constituídas por sistemas compostos por materiais
compatíveis entre si.
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Reabilitação de coberturas de madeira e telha cerâmica SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE COBERTURAS
nos centros históricos, numa perspetiva integrada de INCLINADAS COM TELHAS CERÂMICAS EM
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de CENTROS HISTÓRICOS.
estudo em Viseu.
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Reabilitação de coberturas de madeira e telha cerâmica INSPEÇÃO, REGISTRO E DIAGNÓSTICO DE
nos centros históricos, numa perspetiva integrada de COBERTURAS CERÂMICAS - PRAÇA DOM
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de DUARTE NO CENTRO ANTIGO DE VISEU.
estudo em Viseu.
4.1-Enquadramento
A caracterização de parte do edificado do centro antigo de Viseu foi realizada através das fichas
apresentadas na Secção 4.3. Esta caracterização consistiu na identificação dos materiais, das
soluções construtivas e da geometria, tendo sido realizado o levantamento das anomalias das
coberturas por meio de ficha de inspeção para o estado de conservação. As fichas auxiliam a
inspeção e diagnóstico dos elementos construtivos (coberturas).
A base de dados, os resultados e análises expostas nesta dissertação, foram utilizados para
organizar toda a informação recolhida, que foi reavaliada, para também subsidiar as propostas
de intervenção, nos casos de estudo propostos no capítulo seguinte.
A inspeção dos edifícios foi realizada apenas ao nível do seu exterior, através de observação
visual, levantamento fotográfico, por meio de drones e registo em fichas de inspeção.
A metodologia aplicada para esta fase partiu de uma pesquisa e revisão bibliográfica
relacionadas com a temática em estudo, com o objetivo de obter as bases teóricas necessárias
referentes aos tipos de coberturas correntes, métodos construtivos, materiais, patologias e
soluções técnicas, de modo a fundamentar a elaboração dos princípios a serem propostos para
uma reabilitação sustentável. Posteriormente, fez-se a análise dos documentos em vídeos e
fotografias que estão no acervo do Instituto Pedro Nunes, visando uma primeira identificação
e caracterização das coberturas estudadas do Centro antigo de Viseu.
Num segundo momento, procedeu-se a inspeções in loco, com o auxílio de fichas de inspeção
e de registro fotográfico. Foi então realizado o levantamento e a caracterização dos sistemas
construtivos das coberturas e seu estado de conservação, principais problemas, identificando
suas anomalias e permitindo desenvolver uma base de dados do conjunto edificado, de forma a
apoiar a compreensão do sistema construtivo, seus problemas e propostas de intervenção.
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desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de DUARTE NO CENTRO ANTIGO DE VISEU.
estudo em Viseu.
A observação e registo das soluções construtivas e das atuais anomalias dos edifícios estudados
permite obter a representatividade das condições do universo inspecionado no que se refere ao
estado de conservação das coberturas das edificações do centro histórico, favorecendo uma
escolha das melhores ferramentas técnicas para intervenções. Permite ainda, um apoio aos
projetos individuais ou coletivos de reabilitação e ao processo de licenciamento. Por último,
permite um registro e memória, datado, das situações globais e pontuais do espaço em estudo.
As fichas, apresentadas no Anexo I, são as que foram utilizadas para gerar os gráficos que
representam a consolidação dos dados levantados.
As fichas possuem colunas identificando a numeração atribuída a cada edifício, sendo que as
iniciais correspondem à rua a qual pertencem. Para cada edifício, foram registados diversos
elementos relacionados com os sistemas construtivos identificados, o estado de conservação,
as anomalias observadas, sendo esta informação representadas pelas linhas das fichas.
As Figuras 6 e 7 apresentam exemplos parciais das fichas de inspeção, pertencentes à base de
dados utilizadas.
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4.4- Condicionantes
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Neste capítulo apresenta-se a base de dados desenvolvida no âmbito desta dissertação, que
inclui as características físicas das coberturas.
4.6.1- Caracterização
A geometria da maioria das coberturas não é complexa. As coberturas inclinadas com duas
águas são as mais vulgares (ver Figura 8). A maior complexidade da cobertura, isto é, um maior
número de vertentes/águas implica sempre mais pontos singulares e remates susceptíveis de
originar problemas.
As coberturas inspecionadas, possuem características similares como, por exemplo, possuírem
beirados lineares e inclinações semelhantes das águas, o que pode ser um bom indicador, uma
vez que diminuem a necessidade de larós e remates de paredes, pontos estes que favorecem
também o surgimento de problemas (ver Figura 9)
QUANTIDADE DE ÁGUAS
72
NÚMERO DE OCORRÊNCIAS
64
56
48
40 37
32
24
16 13 12
4 6
8
0
1 2 3 4 >4
NÚMERO DE ÁGUAS DO TELHADO
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GEOMETRIA DO TELHADO
72 69
62
64
56
49 49
Número de ocorrências
48
40
32 29
23
24 20
18 19
16
11
8 9 8
7 7
8 5 4
2
0
0
30
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O material de revestimento das coberturas, na sua grande maioria, são telhas cerâmicas,
nomeadamente telha tipo lusa em 50% dos casos, seguida do tipo marselha em 25% e telha
canudo em 16% (ver Figura 10). Através dos vídeos e fotografias, notou-se que a solução em
telha lusa foi geralmente usada nas recuperações e execução de telhados novos, o que parece
ser uma tendência nas reabilitações identificadas. As telhas em vidro, são usados isoladamente
nas coberturas, claramente apenas como forma de iluminar o sótão.
TIPOS DE REVESTIMENTOS
70
60
NÚMERO DE OCORRÊNCIAS
50
40 37
30
19
20 13
12
10 7
3 4
0 0 1 0
0
Telha cerâmica Canudo
Telha de vidro
Chapa metálica
Painel Poliuretano
Não observável
Chapa de fibrocimento
Telha cerâmica Marselha
Telha de betão
Telha cerâmica Lusa (aba e
outro
capa sobre sub-telha)
(capa e canal)
canudo)
As caleiras observadas, em grande maioria, cerca de 78% (Figura 11) dos casos são exteriores,
o que facilita a manutenção, porém, estas também ficam mais expostas a intempéries.
Observou-se uma variabilidade nas singularidades quanto a iluminação das coberturas, sendo
predominante as aberturas com janelas metálicas, do tipo Velux, 24%, há também elementos
com funções de iluminação e ventilação, identificadas em semelhantes quantidades de
ocorrências, as trapeiras e mansardas, ambas com 13,50% (Figura 12).
Verificou-se ainda, a ocorrência de outros elementos proeminentes nas coberturas, como os
blocos autônomos que somam 62% (Figura 13) e chaminés em 50% dos casos (Figura 14).
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CALEIRA SINGULARIDADES
72
72
64 58 64
56 56
48 48
40 40
32 32
22
24 24 18
16 16 10 10
8
8 2 1 8 1
0
0 0
Interior Interior Interior Não visível Exterior Trapeiras Mansarda Clarabóia Abertura Outro tipo de
com janela iluminação
com entre duas
metálica natural
platibanda águas
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Revestimento: Telhão de
Geometria: complexa
Outro
0
plástica/metál…
Cumeeira
Telha específica
Não visível
Argamassa
Tamanco ou
agueiro
Banda
Figura 15 – Tipos de cumeeira
Figura 16 – Tipos de junta cumeeira
JUNTA RINCÃO-TELHA
72
64
56
48
40
32
24 20
16
7
8
0
0
Argamassa Banda Não visível
plástica/metálica
Verifica-se também, em 64%| dos casos, a presença de um beiral simples, em que o tipo de
revestimento desta extensão final da cobertura é o mesmo daquele utilizado na zona inclinada.
Em menor número, observou-se também que 24%| dos edifícios possuem beirais à portuguesa
e 9% outros tipos, dentre eles incluem-se os terraços (Figura 18).
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A maior parte das coberturas estudadas são de duas águas, consequentemente foram
encontradas poucas ocorrências de laró, em torno de 12% (Figura 19), e rincão em cerca de
23% dos casos, este revestido de telhão de cumeeira, em 17% e telha canudo em 13% (Figura
20).
LARÓ RINCÃO
72 72
64
64 56
48
56
40
48 32
24 17
40 13
16
8 0 1 3
32
0
24
Revestimento: outro
Abatido
Revestimento: Telhão
Revestimento: Telha
bissetriz do telhado
Desalinhado com
16
de Cumeeira
5
canudo
8 1 1 2
0
Rufo Caleira em Sem Regular
metálico material material….
sintético
Nos resultados em relação aos remates e transição entre telhados, observou-se que os remates
com paredes não emergente foram executados em 40% dos casos com sistema de rufagem
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(Figura 21) e em 19% com beiral. Já com parede-emergente, encontraram-se 13% com
penetração no tosco da parede (Figura 22).
A transição entre telhados confinantes usualmente é feita com empena (56%), ou perpendicular
à fachada (42%), como se pode verificar na Figura 23.
de rufagem
Beiral
Beirado
mureta
Não visível
Telas ou
Sistemas
Com
Não visível
vedação por masticagem
Penetração no tosco da
impermeabilização…
parede de tela de um
Aparafusamento com
sistema de
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72
64
56
48 42
40
32 25
24
16 9 11
6 5
8 2 1 1
0
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No âmbito da presente dissertação, foram realizadas inspeções com objetivo de avaliar o estado
de conservação das coberturas dos edifícios pertencentes aos quatro quarteirões estudados, e a
partir dessas amostras, foram escolhidos três casos de estudo.
Tal como efetuado na caracterização das coberturas, foram analisados vídeos, realizados com
recurso a drones, do estado de conservação de 74 coberturas de edifícios do Centro Histórico.
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Algumas coberturas podem apresentar mais do que uma patologia, pelo que as percentagens
nos gráficos de barras são relativas ao total de patologias encontradas.
No que diz respeito ao levantamento das anomalias das coberturas, diversos são os problemas
que se observaram, desde patologias relacionadas com a degradação de elementos, geometria
inadequada, envelhecimento dos materiais, erros de concepção, negligência na execução,
fissuração e fratura do revestimento.
Os problemas de reparação anteriores desajustadas atingem 25% dos casos, o que demonstra
que ainda falta um conhecimento técnico eficiente para as ações de reabilitação ou mesmo
manutenção (Figura 25). Verificou-se que a ventilação inadequada das coberturas atingiu 25%,
esse aspeto influência na secagem das telhas, dificultando a eliminação do vapor de água, o que
também dificulta a dissipação do calor quando em dias de elevada temperatura, (Figura 25).
Em relação à falta de estanqueidade das coberturas, a ação da água é problemática, pois
contribui para infiltração e tem consequências diretas sobre os elementos da cobertura. As
infiltrações surgem sempre associadas a outros problemas e são potenciadas por diferentes
situações como a inclinação insuficiente, o que ocorre em 10% das ocorrências encontradas
(Figura 25) e degradação de elementos singulares 9% (Figura 25).
Na Figura 25, podemos observar algumas anomalias que podem gerar potenciais causas de
infiltração.
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Patologias associadas à aplicação excessiva de argamassa são frequentes, muitas vezes usada
para resolução de problemas de encaixe e remates. As argamassas sob a ação da humidade
comportam-se de modo diferente que os materiais cerâmicos, pois sofrem umidificação
prolongada facilitando o aparecimento de musgos e surgimento de fissuras, o que resulta em
pontos de infiltração. Estas patologias foram identificadas em 45% das cumeeiras e juntas das
telhas observadas e 47% dos beirais (Figura 27).
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No beiral 47
Na cumeeira 45
0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72
A rufagem pode não existir ou ser deficiente em alguns pontos relevantes da cobertura:
trapeiras, claraboias, chaminés, empenas, encontros e remates. Relativamente a esses
elementos, observa-se um percentual de inexistência de rufagem em 27% dos casos (Figura 28)
e, apesar de apresentarem alguns problemas nos remates e chaminés, encontram-se na sua
maioria, em bom estado.
0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72
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Observaram-se muitos casos de vegetação pioneira, fraturas e obstrução na caleira (em torno
de 60%) como apresentado na Figura 29, o que poderá originar o entupimento do escoamento
da água, infiltração pelas fraturas e tubagens danificadas.
É importante sublinhar que, muitas caleiras não são observáveis pelas filmagens, e foi realizada
inspeção in loco pelo exterior, os problemas observados atualmente nos sistemas de drenagem
podem ser evitados se estes sofrerem ações de manutenção pontuais e se os materiais que os
constituem forem devidamente protegidos ou substituídos quando necessário.
Inexistente 0
Fracturas 48
Vegetação pioneira 48
0 6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72
A maior parte dos edifícios analisados são de propriedade privada, o que reflete que a
intervenção no edificado terá de resultar da colaboração entre o município e os proprietários.
Registaram-se frequentemente elementos distintos com determinadas características funcionais
na cobertura, como trapeiras, janelas, blocos autônomos e claraboias, alguns em boas
condições, outros que são pontos de infiltrações. Relativamente ao sistema de drenagem
imperam soluções em que tanto a caleira como o tubo de queda são exteriores e constituídos
por materiais metálicos e plásticos, destacando-se na maioria dos casos uma descarga das águas
pluviais para a rede de drenagem.
Identificou-se, em algumas situações, a alteração da geometria da cobertura, nomeadamente
para uso como terraço. Através da observação exterior foi possível concluir que muitos edifícios
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se apresentam, de uma forma geral, em bom estado, apesar de em todos os quarteirões termos
edifícios abandonados e em processo de ruína.
A geometria das coberturas é, na maior parte das situações inclinada e com beirais lineares,
apresentam em grande maioria águas com a mesma inclinação e geometria tradicional,
existindo poucos casos de coberturas com inclinação muito distinta da envolvente e com
geometrias complexas. A grande maioria, possui duas águas, devido à reduzida largura dos
edifícios. As anomalias encontradas nas coberturas inclinadas, em geral deve-se à deficiência
na concepção e execução. Nos processos de reabilitação, a ausência ou insuficiência de projeto,
utilização de novos materiais complementares com desconhecimento do seu comportamento e
princípios de utilização, poderão constituir causas principais de anomalias.
Nos casos de coberturas com maior número de águas, em geral são edificações que possuem
coberturas com diferentes alturas ou ainda edificações com comprimento considerável.
Os revestimentos cerâmicos representam a maioria das soluções, nomeadamente as telhas Lusa
e Marselha, com predominância da primeira, e compõem quase que a totalidade das cumeeiras,
beirais e rincão.
A grande maioria dos beirais são simples, ou seja, acompanham a mesma inclinação da
cobertura, porém um beirado específico denominado de “à portuguesa”, é observado em alguns
edificados, esse beirado têm uma quebra de inclinação obtida através de um elemento de
madeira.
Na reabilitação de coberturas, incluindo a sua substituição, preocupações como a colocação de
isolamento térmico, ventilação e a definição do sistema adequado de recolha de águas, fazem
com que muitas destas intervenções prolonguem a vida útil destas construções, quando
devidamente enquadradas e compatibilizadas com a estrutura existente. Nesse sentido, como
não tivemos acesso ao interior das coberturas, não foi possível identificar a existência de
isolamento térmico, porém percebe-se que nas coberturas praticamente não há telhas com
sistema de ventilação, e o excesso de uso de argamassa nos pontos singulares e sobretudo nas
cumeeiras, podem prejudicar a ventilação da face interior da telha. A seguir apresentamos
catálogo de fotos a demonstrar algumas patologias encontradas (Figura 30).
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Edificado em ruína
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estudo em Viseu.
As soluções de cobertura deverão manter-se eficazes ao longo do tempo, evitando que seja a
cobertura a principal razão de degradação dos edifícios. A reabilitação destas coberturas
dificilmente pode ser parcial e implica, em geral, uma intervenção global do telhado, sua
reparação, reforço ou substituição dos elementos estruturais (incluindo tratamentos de
preservação das madeiras), substituição e realinhamento da estrutura secundária de apoio,
colocação de subtelha, limpeza e escolha das telhas a reutilizar, aquisição de telhas para
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Reabilitação de coberturas de madeira e telha cerâmica CASOS DE ESTUDO
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5-CASOS DE ESTUDO
Inseridos na “Zona Especial de Proteção ao Edifício do Antigo Seminário”, os três edifícios
que são objeto de caso de estudo, estão situados na área de Recuperação Urbanística. São
edifícios com valor arquitetónico, tanto pelos materiais utilizados como pelas características
estéticas e arquitetónicas. Com uma localização privilegiada, estão numa das principais vias de
acesso ao centro histórico, ligando dois dos principais pontos do local, a Rua Formosa e a Praça
D. Duarte.
As inspeções foram apenas visuais, não tendo sido realizados ensaios de caracterização dos
materiais.
5.1-CASO DE ESTUDO 1- Edificado localizado à rua Doutor Luiz Ferreira, antiga Rua
do Comércio (número 94)
Foi mandado contruir pelo Dr. José Marques Loureiro, que nele habitou com a sua esposa. no
século XIX, após a abertura da Rua do Comércio.
Este imóvel foi passando de geração em geração, ficando na posse de Fernando Jorge
Loureiro de Roboredo Seara que, após a morte dos seus pais, acabou por vendê-lo à Câmara
Municipal em março de 2015. Pela informação recolhida, o edifício teve sempre ocupação
mista comércio e habitação (Figura 31).
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5.1.1-Descrição do Imóvel
Localizado na Rua Doutor Luiz Ferreira (Rua do Comércio), como é mais conhecida, este
edifício tem uma área de implantação de cerca de 267m², e uma área bruta de cerca de 1138m²;
tem cinco pisos, entre eles uma cave e um piso de águas furtadas. Da Rua do Comércio são
visíveis apenas três pisos, sendo visíveis os cinco pisos na Rua D. Duarte. O piso -1 é uma cave,
apenas com acesso direto pela Rua D. Duarte, a sua organização espacial é muito simples,
contendo apenas dois compartimentos, sendo que estes não têm ligação interior entre eles. Pelo
que se conseguiu apurar, este piso era destinado ao comércio, estando atualmente ao abandono.
O piso 0 tem acesso apenas pela Rua do Comércio, sendo o primeiro piso visível nesta rua, é
um piso amplo sem qualquer divisão, destinado a comércio.
Adjacente a esta área encontra-se o acesso vertical principal ao edifício. É um compartimento
independente dos restantes. O piso 1 possui uma parte voltada para a fachada principal e uma
segunda voltada para a fachada posterior. Todas as divisões deste piso contêm janelas, o que os
torna arejados e iluminados naturalmente.
Ligeiramente mais recuado na fachada posterior que os restantes, o piso 2, assemelha-se
bastante ao piso 1 a nível de organização espacial. Saindo do núcleo principal de acesso vertical,
encontra-se um pequeno corredor que nos guia ao acesso vertical para o piso de águas furtadas
e ao corredor central, que como no piso anterior, o divide 2 partes.
Acedido por uma escadaria de pequenas dimensões, o piso 3, de águas furtadas, é o último e o
menor piso deste edifício, com uma área de 174m². Possui uma área de “receção” com 19,60m²,
ligada ao acesso vertical, seguindo-se um corredor que, como nos pisos inferiores, o divide em
duas partes. O lado voltado para a fachada posterior contém quatro divisões.
As Figuras a seguir apresentam a organização em planta do edifício.
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Reabilitação de coberturas de madeira e telha cerâmica CASOS DE ESTUDO
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B) Planta do piso 0
C) Planta do piso 1
D) Planta do piso 2
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E) Planta do piso 3
Toda a estrutura do edifício é em madeira, apoiando-se nas paredes de pedra exteriores. A sua
fachada principal é uma fachada bastante trabalhada, com vários pormenores em pedra em torno
das janelas e portas e com vários painéis de azulejo. Contém ainda varandas com gradeamento
em ferro bastante trabalhado e com vários ornamentos. No entanto a sua fachada posterior é
muito simples, sem qualquer elemento decorativo, de janelas simples, com paredes revestidas
com argamassa de cal.
A cobertura é inclinada com duas águas, possui revestimento em telha marselha e é apoiada
numa estrutura em madeira com beiral saliente. A sua inclinação decorre do local onde o
edifício está localizado e está condicionada pelo fato do sótão ser habitável. A estrutura da
cobertura é constituída por um conjunto de asnas dispostas paralelamente, o empeno das águas
é revestido externamente com telha metálica pintada, possui geometria regular e tradicional,
com cumeeira horizontal, beirado linear e junta cumeeira-telha em tamanco. O sistema de
caleiras é exterior, sendo que estas são metálicas e coletam as águas pluviais que são conduzidas
através de tubos de queda para a rede de drenagem. Identificaram-se quatro trapeiras: duas de
menores dimensões na água posterior e uma claraboia e duas trapeiras maiores, uma em cada
extremidade da água voltada a fachada principal. Existem ainda duas chaminés na água da
fachada posterior, uma em cada extremidade.
O Laró de interseção entre as trapeiras e o telhado é constituído por chapa metálica, em ambos
os lados (Figura 34), e a transição entre telhados foi realizada com empenas, com sistema de
rufagem executado com telhas em canal que recebem águas pluviais através das telhas e chapas
metálicas que revestem a parede (Figura 35). A Figura 36 apresenta a vista em planta da
cobertura.
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nos centros históricos, numa perspetiva integrada de
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de
estudo em Viseu.
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nos centros históricos, numa perspetiva integrada de
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de
estudo em Viseu.
No geral a cobertura encontra-se num bom estado de conservação, verificando-se que o chão
da cozinha do piso 1 apresenta o estado em ruína e o último piso em mau estado, devido a
algumas infiltrações que degradaram algumas paredes e partes do revestimento da cobertura.
Observou-se que a geometria é adequada, sem inclinações excessivas. Algumas telhas
encontram-se desalinhadas com lacunas pontuais, provocando áreas de entrada de águas da
chuva, que pode ter provocado desabamento de uma parte pontual do forro do piso abaixo
(Figura 36 -A).
Os beirais laterais apresentam fechamentos em ripas de madeira, porém com afastamentos entre
si, permitindo ventilação inferior da cobertura, apesar de não apresentar elementos de ventilação
na parte superior da cobertura para dissipação do ar quente. O beiral frontal possui telhas canudo
na linha final, destoando do resto do telhado e do beiral posterior que são em telha marselha. A
cumeeira é em telha canudo assente com argamassa, apesar de não aparentar uso excessivo do
material, sendo que as telhas já se apresentam envelhecidas e trincadas.
Alguns pontos singulares como o acabamento entre a claraboia-telhado e laró-telhado estão
bastante danificados, provocando pontos de possíveis infiltrações. O revestimento em telha
marselha apresenta-se com bastante sujidade, formação de musgos, fissurado, com
destacamento, e apresenta risco de queda (Figura 36–B).
O sistema de drenagem apresenta bastante deterioração (Figura 36-C), a caleira é em chapa
metálica, com vários pontos danificados (oxidação, perfurações) e em vários trechos já
inexistente (figura 36 – D). As tubagens apresentam vários vazamentos, com fugas de água,
provocando manchas e infiltrações ao longo da fachada (Figura 36 – E). Alguns desvios das
tubagens para despejo na rede de drenagem, foram executados de forma improvisada.
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5.1.4.-Proposta de intervenção
Para o caso 1, a proposta de intervenção deverá ter o nível inicial, ‘ligeira’, pois a cobertura
apresenta um bom estado de conservação. Tendo em consideração cada uma das exigências que
assumem um caráter importante de desempenho das coberturas, como a estanquidade de água,
isolamento térmico, resistência ao fogo e durabilidade, serão sugeridas soluções de reabilitação
adequadas, aplicando-se posteriormente um modelo que pretende inferir qual a relevância e
desempenho destas soluções relativamente a valores de património e sustentabilidade.
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Isolamento Como o caso 1 tem uma proposta para alojamento local -Assegurar a existência de
térmico (hostel), o piso de águas furtadas poderá ser habitável, uma lâmina de ar entre o
sugere-se: isolamento e o revestimento
Aplicação de isolamento térmico nas vertentes da cobertura. exterior de modo a evitar a
De um ponto de vista energético, a solução preferível para degradação dos materiais
estes casos é a aplicação do isolamento térmico sobre a (contra-ripas);
estrutura da cobertura (placas rígidas de lã de vidro ou de -Execução de uma camada que
rocha, poliestireno expandido, espuma de poliuretano). impeça a passagem da água e
Para o caso em que não seja possível remover o que, simultaneamente, não
revestimento exterior para a aplicação do isolamento, este origine condensações internas;
pode ser instalado na face interior da estrutura da cobertura -Melhoria do conforto no
(mantas de lã mineral, aglomerado negro de cortiça). No inverno, redução do consumo
entanto esta solução não é tão eficaz como a referida energético no aquecimento
anteriormente. interior dos espaços.
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5.2.1-Descrição do Imóvel
O imóvel apresenta planta poligonal irregular, com três fachadas, quatro pisos e duas coberturas
contíguas. As fachadas são compostas por portas, no piso térreo, e janelas, nos pisos superiores.
algumas das sacadas com varandim de ferro que se dispõem alternadamente. O edifício tem
uma área bruta de 1400 metros quadrados.
Atualmente, o prédio encontra-se devoluto e em estado de degradação avançada, porém o rés
do chão está ocupado com a função de comércio. A parte do edificado com a fachada voltada à
rua Doutor Luís Ferreira, confinante com a travessa são Domingos, é independente da parte
posterior com fachada voltada à rua Dom Duarte, confinante com a Travessa São Domingos.
O edificado voltado à rua Dr. Luís Ferreira, possui o piso 0 com quatro divisões, uma instalação
sanitária e um entre piso. Os pisos 1, 2 e 3 possuem 8 divisões e são acedidos por uma escada
que termina num corredor.
O edificado voltado para a rua Dom Duarte possui o piso 0 com quatro divisões independentes
entre si, e ainda um acesso independente para os pisos 1, 2 e 3. Com exceção de um pequeno
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arrumo no final do corredor do piso 1, este tem a mesma disposição, porém com dimensões
diferentes; o piso 3 possui uma sacada que contorna toda a fachada lateral e posterior.
Nas figuras seguintes apresentam-se as plantas do edifício.
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5.2.2-Sistema construtivo
Não foi possível o acesso ao interior do edifício pois possui os pisos e a cobertura em iminente
risco de desabamento.
Externamente, verifica-se que as fachadas possuem cantaria aparente com algumas partes
rebocadas e pintadas, janelas retilíneas com a parte superior em arco e ângulos cortados, sendo
algumas de sacada e outras formando varandins, com guardas vazadas de ferro pintado de
castanho.
Através das janelas, observou-se que os pisos remanescentes, são em tábuas de madeira,
apoiadas em barrotes e as paredes internas são, aparentemente, em tabique.
A cobertura tem estrutura em madeira com padrão de construção tradicional, ou seja, ripas sobre
varas e estas apoiadas em madres, com revestimento cerâmico.
A cobertura possui várias águas, com rincão abatido, telhado biselado e complexo (Figura 42).
Figura 42 – Cobertura
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A) Telhado em ruína
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D) Trapeiras
5.2.4.-Proposta de intervenção
Para o caso de estudo 2, a proposta de intervenção será ao nível ‘Profundo’, pois a cobertura
encontra-se em ruína, como observado na (Figura 43-A). À semelhança do caso anterior e
considerando-se que as exigências que assumem um caráter importante de desempenho das
coberturas são a estanquidade de água, isolamento térmico, resistência ao fogo e
durabilidade, serão sugeridos parâmetros e recomendações para uma nova cobertura, porém
havendo material em bom estado de conservação, este será preferencialmente reaproveitado.
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5.3 - CASO DE ESTUDO 3 – Edificado localizado à rua Doutor Luiz Ferreira, antiga Rua
do Comércio (número 116)
Construído no século XIX, após a abertura da Rua do Comércio, o edifico está localizado
próximo à praça D. Duarte e tem fachada também para a rua D. Duarte, esta com o número 59.
O imóvel é de propriedade particular e, segundo informação do atual proprietário, a sua última
utilização foi como comércio (sapataria). Atualmente, o edifício encontra-se desocupado,
porém possui projeto de reabilitação para fins comerciais no rés do chão e alojamento para
estudantes no piso 1 e sótão (Figura 44).
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5.3.1-Descrição do Imóvel
O edifício tem uma área de implantação de cerca de 178,52m², com uma área bruta de cerca de
714m² e possui quatro pisos. Da Rua do Comércio são apenas visíveis três pisos, sendo visível
a semicave apenas pela Rua D. Duarte.
A semicave possui 5 divisões, tendo uma instalação sanitária ligada a duas amplas salas e outro
espaço ligado à zona das escadas que dão acesso aos demais pisos do edifício. O rés do chão
possui nove divisões interligadas entre si, com uma instalação sanitária e uma área reservada à
continuidade da escada que leva ao piso superior, sendo que este possui 12 divisões, com um
corredor que divide as salas voltadas para a fachada posterior e as salas voltadas para a fachada
principal e, novamente, a área destinada à escada que dá acesso ao último andar. Este encontra-
se ligeiramente recuado em relação aos demais, com nove subdivisões e uma varanda na
fachada posterior (Figuras 45).
A) Semi-Cave
B) Rés do Chão
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C) Primeiro andar
D) Segundo andar
5.3.2-Sistema construtivo
Toda a estrutura da cobertura do edifício é em madeira, apoiando-se nas paredes de pedra
exteriores. A fachada principal possui três conjuntos de janelas iguais e duas portas com uma
pequena projeção, estas com guarda-corpo em ferro. O rés do chão, com uma ocupação
essencialmente comercial, possui os vãos com fechamento em vidro.
A cobertura é inclinada com três águas, com revestimento em telha marselha e apoiada numa
estrutura em madeira. A sua inclinação decorre do local onde o edifício está localizado e está
condicionada pelo fato do sótão ser habitável. A estrutura da cobertura é constituída por um
conjunto de asnas dispostas paralelamente, possui geometria regular e tradicional, porém a
menor água tem origem na empena da parede do imóvel adjacente, formando um pequeno laró
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Figura 46 - Cobertura
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apresenta envelhecida e com bastante sujidade. Não foram identificados elementos que possam
promover a ventilação das telhas.
O sistema de drenagem da fachada principal está em boas condições, porém a caleira da fachada
posterior apresenta deficiência no encaminhamento das águas, ocasionando infiltrações junto
as paredes externas.
O laró apresenta furos e desalinhamento, ocasionando infiltração de água. Identificam-se,
consequentemente, algumas deformações na estrutura de madeira, nomeadamente nas ripas,
varas e parte de uma madre. O remate da cobertura na parede emergente é por penetração no
tosco da parede e já apresenta fissuração com a consequente penetração de águas da chuva.
No geral, a cobertura encontra-se em 'razoável’ estado de conservação, identificando-se trechos
que já foram intervencionados, nomeadamente na estrutura de madeira (Figura 47-D e E).
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-Garantir o correto
escoamento de águas
Presença de pluviais;
musgo e Limpeza e recolocação dos elementos e substituição das -A caleira e tubagens serão
vegetação telhas degradadas, desobstrução e/ou substituição de mantidas externas ao
caleiras e tubos de queda.
pioneira edificado.
Refazer totalmente a caleira e tubos de queda da fachada
Caleira posterior - Eliminar a infiltração junto
deficiente as paredes, devido a
deficiência das caleiras e
tubagens
-É vantajosa a realização dos
remates das chaminés
através de bandas flexíveis
autocolantes de materiais
sintéticos, eventualmente
reforçadas com metais.
Remates Na Chaminé, laró e mansardas, colocação de remates -Necessário retirar parte da
inadequados utilizando chapas metálicas ou de materiais sintéticos, cobertura para instalação
- Particular cuidado na linha
de ataque da água (a
montante) nas chaminés;
- As mansardas exigem
remates periféricos
adequados
A cobertura apresenta pontos de degradação, sobretudo por
ação de infiltração, as varas e ripas degradadas devem ser
-Mantém as características
substituídas por peças de dimensões e espécie de madeira
do telhado (geométricas e de
Degradação da identicas.
material)
madeira Para peças com função estrutural afetadas, será necessário
-Necessário destelhamento
substituí-las. Nas ligações entre a peça nova e a existente
parcial
recomenda-se a utilização de ligações metálicas e ou resinas
epoxídicas.
Proteção contra- Limpeza com produto adequado e aplicação de -Controlo de ataques as
ataque de hidrofugante diretamente nos elementos de madeira. madeiras da cobertura
insetos -Preservação da estrutura
Xilófagos existente
Como o caso 3 tem uma proposta de comércio para o rés do
-Assegurar a existência de
chão e alojamento local de estudantes no piso superior, o
uma lâmina de ar entre o
piso de águas furtadas será habitável, pelo que se sugere:
isolamento e o revestimento
Aplicação de isolamento térmico nas vertentes da cobertura.
exterior de modo a evitar a
De um ponto de vista energético, a solução preferível para
degradação dos materiais
Isolamento estes casos é a aplicação do isolamento térmico sobre a
(contra-ripas);
térmico estrutura da cobertura (placas rígidas de lã de vidro e de
-Execução uma camada que
rocha, poliestireno expandido).
impeça a passagem da água
No caso de não ser possível remover o revestimento exterior
e que, simultaneamente, não
para a aplicação do isolamento, este pode ser instalado na
origine condensações
face interior da estrutura da cobertura (mantas de lã mineral,
internas em razão de
aglomerado negro de cortiça). No entanto esta solução não
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A Tabela 7 apresenta os critérios definidos, assim como uma breve descrição dos elementos
avaliados. Os elementos analisados no critério ‘legislação local’ não carecem de
esclarecimentos visto que decorrem da aplicação direta dos artigos mencionados.
Tabela 7 – Descrição de critérios de desempenho, sustentabilidade e património
Critério Descrição do critério Avaliação das soluções
Definição de
Contributo no desempenho global face às
níveis de Desempenho para as soluções
necessidades para alcançar os padrões mínimos de
desempenho propostas
conforto dos ocupantes.
mínimos
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Reutilização dos
Reabilitação da cobertura no sentido de promover a Materiais de cobertura
elementos
sua manutenção. reaproveitados
existentes
Temperatura e Conforto necessário aos utentes para que o Propostas para controlo da
humidade relativa ambiente se mantenha em condições agradáveis. temperatura e humidade
Valorização
Garantir o valor patrimonial cultural do edifício Avaliar condições de intervenção
patrimonial
através da preservação das técnicas e características e preservação dos elementos
cultural do
de construção da época. existentes.
edifício
Risco de Vapor de água em contacto com superfícies frias,
Risco de condensação
condensação dando origem a condensações na superfície
Volume de resíduos não recicláveis resultantes de
Produção de
operações de reabilitação ou manutenção. Quantidade de resíduos
resíduos
Despesas associadas à produção, instalação e
Custos Custos da solução
manutenção da solução.
Solução genuína com valor autêntico acrescentado
Autenticidade Grau de autenticidade
ao edifício.
Aspeto visual Enquadramento urbano e arquitetónico da solução e
Grau Integração urbanística
externo da cobertura na envolvente.
Apresentam-se na tabela 8, de forma resumida, as considerações na análise do atendimento ou
não dos critérios, segundo as propostas sugeridas.
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desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de
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A análise das soluções em relação aos critérios definidos é apresentada na Tabela 9, sendo que
a resposta de cada intervenção sugerida ao critério definido é classificada de acordo com 3
níveis: Bom, médio e mau.
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Reabilitação de coberturas de madeira e telha cerâmica CONCLUSÕES E PERSPETIVA
nos centros históricos, numa perspetiva integrada de DE TRABALHOS FUTUROS
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Reabilitação de coberturas de madeira e telha cerâmica REFERERÊNCIAS
nos centros históricos, numa perspetiva integrada de BIBLIOGRÁFICAS
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de
estudo em Viseu.
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- J. A. R. Mendes da Silva | Vitor Abrantes | Romeu Vicente Pedro Gonçalves | Marta Silva |
Isabel Torres | Carla Maurício. CADERNOS DE APOIO AO ENSINO DA TECNOLOGIA.
DA CONSTRUÇÃO E DA REABILITAÇÃO. DE ANOMALIAS NÃO ESTRUTURAIS EM
EDIFÍCIOS. Departamento de engenharia civil / Faculdade de ciências e tecnologia. Coimbra
2009.
- MOURA, Gonçalo Ilharco de, ed. lit. | Silva, Marta, ed. lit. | Sousa, Augusto Vaz Serra e, ed.
lit. | Centro Tecnológico de Cerâmica e do Vidro. “Manual de aplicação de telhas
cerâmicas”. Associação Portuguesa da Industriais de Cerâmica e Construção. Coimbra (1998).
- Pedro, J., Vilhena, A., Paiva, J., Pinho, A. (2011). Método de Avaliação do Estado de
Conservação dos Edifícios: A Atividade Recente do LNEC. Laboratório Nacional de
Engenharia Civil – Lisboa.
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Mourão Carrera Cardoso Junior
Reabilitação de coberturas de madeira e telha cerâmica REFERERÊNCIAS
nos centros históricos, numa perspetiva integrada de BIBLIOGRÁFICAS
desempenho, valor patrimonial e sustentabilidade: caso de
estudo em Viseu.
- Quaternaire Portugal (2017). Novas Dinâmicas Urbanas no Centro histórico de Lisboa. Junta
de Freguesia de Misericórdia, Junta de Freguesia Sta Maria maior, Junta de Freguesia São
Vicente.
- ROCHA, Hugo André Mota (2011). “Reabilitação do Centro Histórico do Porto – Estudo de
Caso”. Dissertação para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil. Porto: Faculdade
de Engenharia do Porto.
- Viseu Viva. (2014). Plano de Ação para a Revitalização do Centro Histórico de Viseu.
Município de Viseu.
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Mourão Carrera Cardoso Junior
ANEXO I
1 (NºQUARTEIRÃO):08
2 Caracterização - (Vista exterior de drone) 74
3 Quant. Porcent. 12 PDD 10PDD 7PDD 4PDD 2RDD 104RDD 98RDD 92RDD 78RDD 70RDD 78RDD 70RDD 17RSP 23RSP 25RSP 29RSP 35RSP (SN) RAH 35RAH 49RAH 45RAH 55RAH 61RAH
Geometria
4 Inclinada 21 28,38% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
5 Diferent. "blocos" autónomos 7 9,46% 1 1 2 1 1 1
6 Plana/Terraço [dicotomia novo vs. Antigo] 3 4,05% 1 1 1
7 Águas com plano único 3 4,05% 1 1 1
8 Águas com concordância curva no beirado 2 2,70% 1 1
9 Águas com transição angular no beirado 9 12,16% 1 1 1 1 1 1 1 1 1
10 Água com empeno 9 12,16% 1 1 1 1 1 1 1 1 1
11 Águas descontínuas não-complanares 4 5,41% 1 1 1 1
12 Águas com mais do que um tipo de revestimento 5 6,76% 1 1 1 1 1
13 Águas opostas com inclinação muito distinta 1 1,35% 1
14 Águas com inclinação muito distinta da envolvente 1 1,35% 1
15 Não observável 2 2,70% 1 1
16 Águas com aproximadamente a mesma inclinação 15 20,27% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
17 Geometria Tradicional Regular 15 20,27% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
18 Geometria Tradicional Regular com ponto singular 3 4,05% 1 1 1
19 Geometria Tradicional Não Convencional 8 10,81% 1 1 1 1 1 1 1 1
20 beirado linear 16 21,62% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
21 beirado de esquina biselada 2 2,70% 1 1
22 beirado em arco de círculo 0 0,00%
23 Número de águas
24 1 1 1,35% 1
25 2 9 12,16% 1 1 1 1 1 1 1 1 1
26 3 7 9,46% 1 1 1 1 1 1 1
27 4 2 2,70% 1 1
28 >4 3 4,05% 1 1 1
29 Número de blocos autónomos
30 1 4 5,41% 1 1 1 1
31 2 6 8,11% 1 1 2 1 1
32 3 1 1,35% 1
33 4 0 0,00%
34 >4 0 0,00%
35 Revestimento
36 Telha cerâmica Canudo (capa e canal) 2 2,70% 1 1
37 Telha cerâmica Canudo (só capa sobre sub-telha) 1 1,35% 1
38 Telha cerâmica Lusa (aba e canudo) 11 14,86% 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1
39 Telha cerâmica Marselha 6 8,11% 1 1 1 1 1 1
40 Chapa metálica 2 2,70% 1 1
41 Painel Poliuretano 0 0,00%
42 Telha de betão 0 0,00%
43 Chapa de fibrocimento 4 5,41% 1 2 1
44 Telha de vidro 3 4,05% 1 1 1
45 outro 0 0,00%
46 Não observável 0 0,00%
47 Caleira
48 Interior 0 0,00%
49 Interior com platibanda 0 0,00%
50 Interior entre duas águas 0 0,00%
51 Não visível 2 2,70% 1 1
52 Exterior 19 25,68% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
57 Singularidades
58 Trapeiras 2 2,70% 1 1
59 Mansarda 2 2,70%
60 Clarabóia 0 0,00% 1 1 1 1
61 Abertura com janela metálica 7 9,46% 1 1 1 1 1 1 1
62 Outro tipo de iluminação natural 5 6,76% 1 1 1 1 1
63 Beirado: Face Superior
64 Simples 12 16,22% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
65 À portuguesa 7 9,46% 1 1 1 1 1 1 1
66 Revestimento diferente do restante telhado 0 0,00%
82 Outros elementos
83 Chaminé de ventilação 5 6,76% 1 1 1 1 1
84 Chaminé 6 8,11% 1 1 1 1 1 1 \\
85 PONTOS SINGULARES e REMATES
86 Cumeeira
87 Geometria: Cumeeira horizontal 19 25,68% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
88 Geometria: Cumeeira inclinada 1 1,35% 1
89 Geometria: complexa 2 2,70% 1 1
90 Geometria: linear 18 24,32% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
91 Revestimento: Telhão de Cumeeira 10 13,51% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
92 Revestimento: Telha canudo 10 13,51% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
93 Outro 1 1,35% 1
94 Junta Cumeeira-Telha
95 Argamassa 0 0,00%
96 Tamanco ou agueiro 8 10,81% 1 1 1 1 1 1 1 1
97 Telha específica 3 4,05% 1 1 1
98 Banda plástica/metálica 1 1,35% 1
99 Não visível 8 10,81% 1 1 1 1 1 1 1 1
100 Junta Rincão-Telha
101 Argamassa 0 0,00%
102 Banda plástica/metálica 0 0,00%
103 Não visível 11 14,86% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
104 Rincão
105 Revestimento: Telhão de Cumeeira 5 6,76% 1 1 1 1 1
106 Revestimento: Telha canudo 5 6,76% 1 1 1 1 1
107 Revestimento: outro 0 0,00%
108 Desalinhado com bissetriz do telhado 0 0,00%
109 Abatido 1 1,35% 1
110 Laró
111 Rufo metálico 3 4,05% 1 1 1
112 Caleira em material sintético 0 0,00%
113 Sem material…. 1 1,35% 1
114 Regular 1 1,35% 1
115 Imperfeito 1 1,35% 1
116 Remate Cobertura-Parede emergente
117 Aparafusamento com vedação por masticagem 2 2,70% 2
Penetração no tosco da parede de tela de um sistema de
118
impermeabilização adequado 3 4,05%
1 1 1
119 Outro 4 5,41% 1 2 1
120 Não visível 4 5,41% 2 1 1
121 Remate Cobertura-Parede não emergente (bordo)
122 Cumeeiras 0 0,00%
123 Sistemas de rufagem 15 20,27% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1
124 Telas ou equivalente 1 1,35% 1
125 Outro 4 5,41% 1 2 1
126 Beiral 6 8,11% 1 1 1 1 1 1
127 Beirado 1 1,35% 1
128 Com mureta 0 0,00%
129 Não visível 0 0,00%
130 Transição entre telhados confinantes
131 Perpendicular à fachada 7 9,46% 1 1 1 1 1 1 1
132 Enviesada 2 2,70% 1 1
133 Irregular 3 4,05% 2 1
134 Em rincão abatido 1 1,35% 1
135 Com elemento separador 0 0,00%
136 Beirado 1 1,35% 1
137 Beiral 1 1,35% 1
138 Com empena 15 20,27% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
139 Com sist. Rufagem/similar 8 10,81% 1 1 1 2 1 1 1
140 Com tipos de telha distintos 0 0,00%
(NºQUARTEIRÃO):09
Caracterização - (Vista exterior de drone) 74
Quant. Porcent.
Geometria 36RAC 16RAC 22RAC 28RAC 32RAC 34RAC 23RCM 19RCM SN 1 RCM SN2 RCM 19LPG 22LPG 23LPG 26 LPG 29 RGV 17RGV 15RGV 7RGV 31 RGV 34 RGV
Inclinada 18 24,32% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Diferent. "blocos" autónomos 9 12,16% 1 1 1 2 1 1 1 1
Plana/Terraço [dicotomia novo vs. Antigo] 1 1,35% 1
Águas com plano único 4 5,41% 1 1 1 1
Águas com concordância curva no beirado 2 2,70% 1 1
Águas com transição angular no beirado 2 2,70% 1 1
Água com empeno 6 8,11% 1 1 1 1 1 1
Águas descontínuas não-complanares 0 0,00%
Águas com mais do que um tipo de revestimento 6 8,11% 1 1 1 1 1 1
Águas opostas com inclinação muito distinta 1 1,35% 1
Águas com inclinação muito distinta da envolvente 1 1,35% 1
Não observável 2 2,70% 1 1
Águas com aproximadamente a mesma inclinação 13 17,57% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Geometria Tradicional Regular 11 14,86% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Geometria Tradicional Regular com ponto singular 2 2,70% 1 1
Geometria Tradicional Não Convencional 5 6,76% 1 1 1 1 1
beirado linear 18 24,32% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
beirado de esquina biselada 0 0,00%
beirado em arco de círculo 0 0,00%
Número de águas
1 2 2,70% 1 1
2 15 20,27% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
3 2 2,70% 1 1
4 1 1,35% 1
>4 0 0,00%
Número de blocos autónomos
1 9 12,16% 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 6 8,11% 1 1 1 1 1 1
3 1 1,35% 1
4 0 0,00%
>4 0 0,00%
Revestimento
Telha cerâmica Canudo (capa e canal) 0 0,00%
Telha cerâmica Canudo (só capa sobre sub-telha) 2 2,70% 1 1
Telha cerâmica Lusa (aba e canudo) 13 17,57% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Telha cerâmica Marselha 6 8,11% 1 1 1 1 1 1
Chapa metálica 2 2,70% 1 1
Painel Poliuretano 0 0,00%
Telha de betão 0 0,00%
Chapa de fibrocimento 0 0,00%
Telha de vidro 2 2,70% 1 1
outro 0 0,00%
Não observável 0 0,00%
Caleira
Interior 0 0,00%
Interior com platibanda 0 0,00%
Interior entre duas águas 0 0,00%
Não visível 2 2,70% 1 1
Exterior 16 21,62% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Singularidades
Trapeiras 2 2,70% 1 1
Mansarda 2 2,70% 1
Clarabóia 1 1,35% 1 1 1 1 1
Abertura com janela metálica 5 6,76% 1 1 1 1 1
Outro tipo de iluminação natural 5 6,76% 1 1 1 1 1
Beirado: Face Superior
Simples 16 21,62% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
À portuguesa 2 2,70% 1 1
Revestimento diferente do restante telhado 0 0,00%
Outros elementos
Chaminé de ventilação 3 4,05% 1 1 1
Chaminé 8 10,81% 1 1 1 1 1 1 1 1
PONTOS SINGULARES e REMATES
Cumeeira
Geometria: Cumeeira horizontal 17 22,97% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Geometria: Cumeeira inclinada 0 0,00%
Geometria: complexa 4 5,41% 1 1 1 1
Geometria: linear 13 17,57% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Revestimento: Telhão de Cumeeira 12 16,22% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Revestimento: Telha canudo 9 12,16% 2 2 2 2 1
Outro 0 0,00%
Junta Cumeeira-Telha
Argamassa 2 2,70% 1 1
Tamanco ou agueiro 5 6,76% 1 1 1 1 1
Telha específica 0 0,00%
Banda plástica/metálica 0 0,00%
Não visível 10 13,51% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Junta Rincão-Telha
Argamassa 1 1,35% 1
Banda plástica/metálica 0 0,00%
Não visível 3 4,05% 1 1 1
Rincão
Revestimento: Telhão de Cumeeira 4 5,41% 1 1 1 1
Revestimento: Telha canudo 0 0,00%
Revestimento: outro 0 0,00%
Desalinhado com bissetriz do telhado 0 0,00%
Abatido 0 0,00%
Laró
Rufo metálico 0 0,00%
Caleira em material sintético 0 0,00%
Sem material…. 0 0,00% \
Regular 0 0,00%
Imperfeito 0 0,00%
Remate Cobertura-Parede emergente
Aparafusamento com vedação por masticagem 0 0,00%
Penetração no tosco da parede de tela de um sistema de
impermeabilização adequado 1 1,35%
1
Outro 1 1,35% 1
Não visível 6 8,11% 1 1 1 1 1 1
Remate Cobertura-Parede não emergente (bordo)
Cumeeiras 0 0,00%
Sistemas de rufagem 6 8,11% 1 1 1 1 1 1
Telas ou equivalente 2 2,70% 1 1
Outro 0 0,00%
Beiral 4 5,41% 1 1 1 1
Beirado 0 0,00%
Com mureta 0 0,00%
Não visível 0 0,00%
Transição entre telhados confinantes
Perpendicular à fachada 12 16,22% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Enviesada 4 5,41% 1 1 1 1
Irregular 4 5,41% 1 1 1 1
Em rincão abatido 2 2,70% 1 1
Com elemento separador 0 0,00%
Beirado 0 0,00%
Beiral 0 0,00%
Com empena 9 12,16% 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Com sist. Rufagem/similar 6 8,11% 1 1 1 1 1 1
Com tipos de telha distintos 1 1,35% 1
(NºQUARTEIRÃO):12
Caracterização - (Vista exterior de drone) 74
Quant. Porcent. 15 PDDU 06 RAME 12 RAME 18 RAME 32 RAME 05 RSBM 09 RSBM 15 RSBM 21 RSBM 23 RSBM 28 RAHI 34 RAHI 38 RAHI 48 RAHI 50 RAHI 54 RAHI
Geometria
Inclinada 16 21,62% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Diferent. "blocos" autónomos 4 5,41% 1 1 1 1
Plana/Terraço [dicotomia novo vs. Antigo] 1 1,35% 1
Águas com plano único 4 5,41% 1 1 1 1
Águas com concordância curva no beirado 3 4,05% 1 1 1
Águas com transição angular no beirado 2 2,70% 1 1
Água com empeno 10 13,51% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Águas descontínuas não-complanares 0 0,00%
Águas com mais do que um tipo de revestimento 9 12,16% 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Águas opostas com inclinação muito distinta 4 5,41% 1 1 1 1
Águas com inclinação muito distinta da envolvente 4 5,41% 1 1 1 1
Não observável 0 0,00%
Águas com aproximadamente a mesma inclinação 12 16,22% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Geometria Tradicional Regular 13 17,57% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Geometria Tradicional Regular com ponto singular 0 0,00%
Geometria Tradicional Não Convencional 3 4,05% 1 1 1
beirado linear 15 20,27% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
beirado de esquina biselada 0 0,00%
beirado em arco de círculo 0 0,00%
Número de águas
1 1 1,35% 1
2 11 14,86% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
3 1 1,35% 1
4 3 4,05% 1 1 1
>4 0 0,00%
Número de blocos autónomos
1 11 14,86% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 3 4,05% 1 1 1
3 2 2,70% 1 1
4 0 0,00%
>4 0 0,00%
Revestimento
Telha cerâmica Canudo (capa e canal) 4 5,41% 1 1 1 1
Telha cerâmica Canudo (só capa sobre sub-telha) 0 0,00%
Telha cerâmica Lusa (aba e canudo) 7 9,46% 1 1 1 1 1 1 1
Telha cerâmica Marselha 6 8,11% 1 1 1 1 1 1
Chapa metálica 2 2,70% 1 1
Painel Poliuretano 0 0,00%
Telha de betão 0 0,00%
Chapa de fibrocimento 0 0,00%
Telha de vidro 8 10,81% 1 1 1 1 1 1 1 1
outro 1 1,35% 1
Não observável 0 0,00%
Caleira
Interior 0 0,00%
Interior com platibanda 0 0,00%
Interior entre duas águas 0 0,00%
Não visível 4 5,41% 1 1 1 1
Exterior 12 16,22% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Singularidades
Trapeiras 2 2,70% 1 1
Mansarda 2 2,70%
Clarabóia 0 0,00% 1 1 1
Abertura com janela metálica 3 4,05% 1 1 1
Outro tipo de iluminação natural 8 10,81% 1 1 1 1 1 1 1 1
Beirado: Face Superior
Simples 11 14,86% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
À portuguesa 5 6,76% 1 1 1 1 1
Revestimento diferente do restante telhado 7 9,46% 1 1 1 1 1 1 1
Outros elementos
Chaminé de ventilação 0 0,00%
Chaminé 9 12,16% 1 1 1 1 1 1 1 1 1
PONTOS SINGULARES e REMATES
Cumeeira
Geometria: Cumeeira horizontal 15 20,27% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Geometria: Cumeeira inclinada 1 1,35% 1
Geometria: complexa 1 1,35% 1
Geometria: linear 15 20,27% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Revestimento: Telhão de Cumeeira 11 14,86% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Revestimento: Telha canudo 4 5,41% 1 1 1 1
Outro 1 1,35% 1
Junta Cumeeira-Telha
Argamassa 3 4,05% 1 1 1
Tamanco ou agueiro 6 8,11% 1 1 1 1 1 1
Telha específica 0 0,00%
Banda plástica/metálica 1 1,35% 1
Não visível 7 9,46% 1 1 1 1 1 1 1
Junta Rincão-Telha
Argamassa 1 1,35% 1
Banda plástica/metálica 0 0,00%
Não visível 4 5,41% 1 1 1 1
Rincão
Revestimento: Telhão de Cumeeira 5 6,76% 1 1 1 1 1
Revestimento: Telha canudo 0 0,00%
Revestimento: outro 0 0,00%
Desalinhado com bissetriz do telhado 1 1,35% 1
Abatido 1 1,35% 1
Laró
Rufo metálico 0 0,00%
Caleira em material sintético 0 0,00%
Sem material…. 0 0,00%
Regular 0 0,00%
Imperfeito 3 4,05% 1 1 1
Remate Cobertura-Parede emergente
Aparafusamento com vedação por masticagem 0 0,00%
Penetração no tosco da parede de tela de um sistema de impermeabilização
adequado 1 1,35%
1
Outro 4 5,41% 1 1 1 1
Não visível 7 9,46% 1 1 1 1 1 1 1
Remate Cobertura-Parede não emergente (bordo)
Cumeeiras 2 2,70% 1 1
Sistemas de rufagem 4 5,41% 1 1 1 1
Telas ou equivalente 3 4,05% 1 1 1
Outro 2 2,70% 1 1
Beiral 4 5,41% 1 1 1 1
Beirado 0 0,00%
Com mureta 0 0,00%
Não visível 0 0,00%
Transição entre telhados confinantes
Perpendicular à fachada 11 14,86% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Enviesada 3 4,05% 1 1 1
Irregular 4 5,41% 1 1 1 1
Em rincão abatido 1 1,35% 1
Com elemento separador 1 1,35% 1
Beirado 0 0,00%
Beiral 4 5,41% 1 1 1 1
Com empena 10 13,51% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Com sist. Rufagem/similar 9 12,16% 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Com tipos de telha distintos 0 0,00%
(NºQUARTEIRÃO):13
Caracterização - (Vista exterior de drone) 74
Quant. Porcent.
Geometria 14LEMS 22LEMS 28LEMS 36LEMS 13RA 5RA 24PDD 2RGV 18RGV 20RGRV 28RGV 03LPIG 05LPIG
Inclinada 13 17,57% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Diferent. "blocos" autónomos 3 4,05% 1 1 1
Plana/Terraço [dicotomia novo vs. Antigo] 0 0,00%
Águas com plano único 0 0,00%
Águas com concordância curva no beirado 0 0,00%
Águas com transição angular no beirado 5 6,76% 1 1 1 1 1
Água com empeno 3 4,05% 1 1 1
Águas descontínuas não-complanares 4 5,41% 1 1 1 1
Águas com mais do que um tipo de revestimento 0 0,00%
Águas opostas com inclinação muito distinta 2 2,70% 1 1
Águas com inclinação muito distinta da envolvente 0 0,00%
Não observável 0 0,00%
Águas com aproximadamente a mesma inclinação 9 12,16% 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Geometria Tradicional Regular 9 12,16% 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Geometria Tradicional Regular com ponto singular 3 4,05% 1 1 1
Geometria Tradicional Não Convencional 3 4,05% 1 1 1
beirado linear 13 17,57% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
beirado de esquina biselada 0 0,00%
beirado em arco de círculo 0 0,00%
Número de águas
1 0 0,00%
2 1 1,35% 1
3 3 4,05% 1 1 1
4 6 8,11% 1 1 1 1 1 1
>4 3 4,05% 1 1 1
Número de blocos autónomos 1
1 2 2,70% 1 1
2 0 0,00%
3 0 0,00%
4 0 0,00%
>4 0 0,00%
Revestimento
Telha cerâmica Canudo (capa e canal) 6 8,11% 1 1 1 1 1 1
Telha cerâmica Canudo (só capa sobre sub-telha) 0 0,00%
Telha cerâmica Lusa (aba e canudo) 5 6,76% 1 1 1 1 1
Telha cerâmica Marselha 1 1,35% 1
Chapa metálica 1 1,35% 1
Painel Poliuretano 0 0,00%
Telha de betão 0 0,00%
Chapa de fibrocimento 0 0,00%
Telha de vidro 0 0,00%
outro 0 0,00%
Não observável 0 0,00%
Caleira
Interior 0 0,00%
Interior com platibanda 2 2,70% 1 1
Interior entre duas águas 1 1,35% 1
Não visível 0 0,00%
Exterior 10 13,51% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Singularidades
Trapeiras 3 4,05% 1 1 1
Mansarda 3 4,05%
Clarabóia 0 0,00% 1 1
Abertura com janela metálica 2 2,70% 1 1
Outro tipo de iluminação natural 4 5,41% 1 1 1 1
Beirado: Face Superior
Simples 8 10,81% 1 1 1 1 1 1 1 1
À portuguesa 4 5,41% 1 1 1 1
Revestimento diferente do restante telhado 0 0,00%
Outros elementos
Chaminé de ventilação 4 5,41% 1 1 1 1
Chaminé 1 1,35% 1
PONTOS SINGULARES e REMATES
Cumeeira
Geometria: Cumeeira horizontal 12 16,22% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Geometria: Cumeeira inclinada 0 0,00%
Geometria: complexa 1 1,35% 1
Geometria: linear 11 14,86% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Revestimento: Telhão de Cumeeira 2 2,70% 1 1
Revestimento: Telha canudo 5 6,76% 1 1 1 1 1
Outro 0 0,00%
Junta Cumeeira-Telha
Argamassa 9 12,16% 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Tamanco ou agueiro 1 1,35% 1
Telha específica 1 1,35% 1
Banda plástica/metálica 0 0,00%
Não visível 0 0,00%
Junta Rincão-Telha
Argamassa 5 6,76% 1 1 1 1 1
Banda plástica/metálica 0 0,00%
Não visível 1 1,35% 1
Rincão
Revestimento: Telhão de Cumeeira 2 2,70% 1 1
Revestimento: Telha canudo 8 10,81% 1 1 1 1 1 1 1 1
Revestimento: outro 0 0,00%
Desalinhado com bissetriz do telhado 0 0,00%
Abatido 1 1,35% 1
Laró
Rufo metálico 2 2,70% 1 1
Caleira em material sintético 0 0,00%
Sem material…. 0 0,00%
Regular 0 0,00%
Imperfeito 0 0,00%
Remate Cobertura-Parede emergente
Aparafusamento com vedação por masticagem 0 0,00%
Penetração no tosco da parede de tela de um sistema de impermeabilização
adequado 5 6,76%
1 1 1 1 1
Outro 0 0,00%
Não visível 4 5,41% 1 1 1 1
Remate Cobertura-Parede não emergente (bordo)
Cumeeiras 0 0,00%
Sistemas de rufagem 5 6,76% 1 1 1 1 1
Telas ou equivalente 0 0,00%
Outro 0 0,00%
Beiral 0 0,00%
Beirado 0 0,00%
Com mureta 0 0,00%
Não visível 0 0,00%
Transição entre telhados confinantes
Perpendicular à fachada 0 0,00%
Enviesada 0 0,00%
Irregular 0 0,00%
Em rincão abatido 2 2,70% 1 1
Com elemento separador 0 0,00%
Beirado 0 0,00%
Beiral 0 0,00%
Com empena 7 9,46% 1 1 1 1 1 1 1
Com sist. Rufagem/similar 1 1,35% 1
Com tipos de telha distintos 0 0,00%
ANEXO II
1 TELHADOS Estado de conservação 8
2 Patologias - Nível 1 PDDU 012 PDDU 010 PDDU 007 PDDU 004 PDDU 002 RDDU 104 RDDU 098 RDDU 092 RDDU 078 RSPI 017 RSPI 023 RSPI 025 RSPI 029 RSPI 035 RAHI 035 RAHI 049 RAHI 045 (SN) RAH 70RDD 78RDD 70RDD RAHI 055 RAHI 061
3 Geral
4 Inclinação insuficiente da cobertura 1
5 Inclinação excessiva da cobertura 1 1
6 Geometria inadequada 3
7 Ventilação (telhas de ventilação insuficientes ou inexistentes, para águas extensas) 1 1 1 1 1 1 1 1
8 Situação de ruína 3 1
9 Deformações ligeiras a moderadas da estrutura de suporte 1
10 Graves deformações da estrutura de suporte
11 (asnas)
12 (madres)
13 (cumieiras)
14 (rincões)
15 Degradação ligeira de elementos singulares
16 Degradação profunda de elementos singulares 1
17 Deficiente vedação ou fixação de apoios de equipamentos
18 Reparações anteriores desajustadas 1
19 Revestimento
20 Encaixe deficiente das telhas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
21 Sobreposição excessiva das telhas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
22 Sobreposição insuficiente das telhas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
23 Desalinhamento das fiadas de telhas 1 1 1 1
24 Lacunas de telha pontuais 1
25 em zona corrente 1
26 em pontos singulares
27 Elementos soltos em risco de queda 3
28 Lacunas de telha significativa 3
29 Fracturas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
30 Vegetação pioneira
31 Musgos e líquenes 3 1 1
32 Acumulação de detritos 1
33 Descasque por acção do gelo 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
34 Diferenças de tonalidade 1 1
35 Deslocamento das telhas 3
36 Envelhecimento e degradação 1
37 Argamassa excessiva
38 Entre juntas das telhas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
39 Na cumeeira 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
40 No beiral 1 4 4 4 4
41 Rufagem
42 Inexistente 1 1 1 1
43 Deficiente: chaminés
44 Deficiente: clarabóias
45 Deficiente: encontros 1
46 Deficiente: empenas
47 Deficiente: remates
48 Deficiente: trapeiras
49 Caleira
50 Vegetação pioneira 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
51 Entupimento com detritos 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
52 Fracturas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
53 Inexistente
LEGENDA:
1 GERAL
2 PARCIAL
3 PONTUAL
4 NÃO VISÍVEL
5 NÃO APLICÁVEL
TELHADOS Estado de conservação 9
Patologias - Nível 1 PDDU 036 PDDU 034 PDDU 031 RAUC 016 RAUC 022 RAUC 028 RAUC 032 RAUC 034 RCHM 023 RCHM 019 RCHM 009 LPIG 019 LPIG 022 LPIG 023 LPIG 026 RGRV 029 RGRV 017 RGRV 015 RGRV 007
36RAC 31 RGV 34 RGV
Geral
Inclinação insuficiente da cobertura 3 1 2 3
Inclinação excessiva da cobertura 3 1 3 3 2 1
Geometria inadequada 3 3 3 2
Ventilação (telhas de ventilação insuficientes ou inexistentes, para águas extensas) 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1
Situação de ruína
Deformações ligeiras a moderadas da estrutura de suporte 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1
Graves deformações da estrutura de suporte 3 3 2 1
(asnas)
(madres)
(cumieiras) 1 1
(rincões)
Degradação ligeira de elementos singulares 3 1 3
Degradação profunda de elementos singulares
Deficiente vedação ou fixação de apoios de equipamentos 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4
Reparações anteriores desajustadas 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
Revestimento
Encaixe deficiente das telhas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Sobreposição excessiva das telhas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Sobreposição insuficiente das telhas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Desalinhamento das fiadas de telhas 3 3 3 3 4 4 1 2
Lacunas de telha pontuais 3 3 3 3
em zona corrente 3 3
em pontos singulares 3 3
Elementos soltos em risco de queda 3 3 3 3 3 2
Lacunas de telha significativa
Fracturas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Vegetação pioneira
Musgos e líquenes 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 3 3 1 1
Acumulação de detritos
Descasque por acção do gelo 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Diferenças de tonalidade 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Deslocamento das telhas 3 3 3 3 3
Envelhecimento e degradação 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1
Argamassa excessiva
Entre juntas das telhas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Na cumeeira 4 4 4 4 4 4 4 4 4 1 4 4 4 4 4 4 4 1 1 4 4
No beiral 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Rufagem
Inexistente 1 1 1 1 1 1 1 1
Deficiente: chaminés 1 1 1 1 3
Deficiente: clarabóias 3 1 1 3
Deficiente: encontros 3 1 1 3
Deficiente: empenas 1 1
Deficiente: remates 3 3 1 1 1
Deficiente: trapeiras 3 3 1
Caleira
Vegetação pioneira 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Entupimento com detritos 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Fracturas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Inexistente
LEGENDA:
1 GERAL
2 PARCIAL
3 PONTUAL
4 NÃO VISÍVEL
5 NÃO APLICÁVEL
TELHADOS Estado de conservação 12
Patologias - Nível 1 PDDU 015 RAHI 054 RAHI 050 RAHI 048 RAHI 038 RAHI 034 RAHI 028 RAME 006 RAME 012 RAME 018 RAME 032 RSBM 005 RSBM 009 RSBM 015 RSBM 021 RSBM 023
Geral
Inclinação insuficiente da cobertura 2 2
Inclinação excessiva da cobertura 2 3
Geometria inadequada
Ventilação (telhas de ventilação insuficientes ou inexistentes, para águas extensas) 1 1 1 1 1 1 1 1
Situação de ruína
Deformações ligeiras a moderadas da estrutura de suporte 1 1 2 1 1 3 1 3
Graves deformações da estrutura de suporte 1
(asnas)
(madres)
(cumieiras)
(rincões)
Degradação ligeira de elementos singulares 1 1 1 3
Degradação profunda de elementos singulares 1
Deficiente vedação ou fixação de apoios de equipamentos 1 1 3
Reparações anteriores desajustadas 1 1 3 1 3 1 3 1 3
Revestimento
Encaixe deficiente das telhas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Sobreposição excessiva das telhas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Sobreposição insuficiente das telhas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Desalinhamento das fiadas de telhas 3 3 3
Lacunas de telha pontuais 3 3
em zona corrente
em pontos singulares 3 3
Elementos soltos em risco de queda 3 3 1 3
Lacunas de telha significativa 3
Fracturas 3 3 3 4 4
Vegetação pioneira
Musgos e líquenes 1 1 1 1 1 3 1 1 1 1 1 1 2
Acumulação de detritos
Descasque por acção do gelo 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Diferenças de tonalidade 1 1 1 1 1 1 1 1 2
Deslocamento das telhas 1 3 1 3 3
Envelhecimento e degradação 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Argamassa excessiva
Entre juntas das telhas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Na cumeeira 4 4 4 4 4 4 4 4 3 4 1 4 4 4 1 1
No beiral 4 4 1 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 1 1
Rufagem
Inexistente 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Deficiente: chaminés 3 1
Deficiente: clarabóias
Deficiente: encontros 1 1
Deficiente: empenas 1 1 1
Deficiente: remates 3 1 1 1
Deficiente: trapeiras
Caleira
Vegetação pioneira 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Entupimento com detritos 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Fracturas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Inexistente
LEGENDA:
1 GERAL
2 PARCIAL
3 PONTUAL
4 NÃO VISÍVEL
5 NÃO APLICÁVEL
TELHADOS Estado de conservação 13
Patologias - Nível 1 LMIS 036 LMIS 028 LMIS 022 LMIS 014 LPIG 005 LPIG 003 RGRV 020
13RA 5RA 24PDD 2RGV 18RGV 28RGV
Geral
Inclinação insuficiente da cobertura 3 3 3 3 4
Inclinação excessiva da cobertura 1
Geometria inadequada 1 1
Ventilação (telhas de ventilação insuficientes ou inexistentes, para águas extensas) 1 1
Situação de ruína
Deformações ligeiras a moderadas da estrutura de suporte 1 3 1 2 3
Graves deformações da estrutura de suporte
(asnas)
(madres)
(cumieiras)
(rincões)
Degradação ligeira de elementos singulares 1 3
Degradação profunda de elementos singulares 3
Deficiente vedação ou fixação de apoios de equipamentos 3 4 4 3 3 4
Reparações anteriores desajustadas 3 3 3 3 3 3
Revestimento
Encaixe deficiente das telhas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Sobreposição excessiva das telhas 4 4 4 4 4 4 4
Sobreposição insuficiente das telhas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Desalinhamento das fiadas de telhas 3
Lacunas de telha pontuais 3 3 3 3
em zona corrente 3 3 3
em pontos singulares 3
Elementos soltos em risco de queda 3 3 3
Lacunas de telha significativa
Fracturas 4 4 4 4 4 4 4 4
Vegetação pioneira
Musgos e líquenes 1 1 1 1 1 1 3
Acumulação de detritos
Descasque por acção do gelo 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Diferenças de tonalidade 1 1 1 1 1
Deslocamento das telhas 3
Envelhecimento e degradação 1 1 1 1 1
Argamassa excessiva
Entre juntas das telhas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Na cumeeira 3 1 4 4 3 4 4 4 4 4 4 4 4
No beiral 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Rufagem
Inexistente 1 1 1 1 1
Deficiente: chaminés 3
Deficiente: clarabóias
Deficiente: encontros 3 3
Deficiente: empenas 1
Deficiente: remates 3
Deficiente: trapeiras
Caleira
Vegetação pioneira 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Entupimento com detritos 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Fracturas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Inexistente
LEGENDA:
1 GERAL
2 PARCIAL
3 PONTUAL
4 NÃO VISÍVEL
5 NÃO APLICÁVEL