O documento discute o conceito de externalidades, que ocorrem quando as ações de um agente econômico afetam o bem-estar de outros de forma não compensada. Apresenta externalidades positivas e negativas e formas do governo intervir para internalizar essas externalidades, como por meio de subsídios, impostos e regulamentações.
O documento discute o conceito de externalidades, que ocorrem quando as ações de um agente econômico afetam o bem-estar de outros de forma não compensada. Apresenta externalidades positivas e negativas e formas do governo intervir para internalizar essas externalidades, como por meio de subsídios, impostos e regulamentações.
Descrição original:
Materiais para estudo de economia do setor público.
O documento discute o conceito de externalidades, que ocorrem quando as ações de um agente econômico afetam o bem-estar de outros de forma não compensada. Apresenta externalidades positivas e negativas e formas do governo intervir para internalizar essas externalidades, como por meio de subsídios, impostos e regulamentações.
O documento discute o conceito de externalidades, que ocorrem quando as ações de um agente econômico afetam o bem-estar de outros de forma não compensada. Apresenta externalidades positivas e negativas e formas do governo intervir para internalizar essas externalidades, como por meio de subsídios, impostos e regulamentações.
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Externalidades
Prof.: Waldemir Luiz de Quadros
wdequadros@gmail.com Externalidades
• Existem externalidades quando o comportamento de
alguns agentes econômicos (consumo ou produção) afeta o bem estar de outros e esse efeito não é compensado, mesmo sob competição perfeita. • O sistema de preços de mercado não sinaliza adequadamente o nível a ser produzido ou consumido do bem ou serviço. • Existem custos ou benefícios externos que não são considerados. Internalização das externalidades
• A externalidade ocorre porque os agentes econômicos
não incorporam integralmente os benefícios ou custos das suas ações. • Uma possível solução para esse problema é internalizar a externalidade, ou seja, fazer com que os indivíduos assumam integralmente a responsabilidade dos seus atos. Internalização das externalidades
• É possível que ao intervir, o governo seja capaz de
influenciar os incentivos privados dos indivíduos ou empresas de forma que passem a levar em consideração o impacto das suas ações, negativos ou positivos, sobre os outros agentes econômicos. • O governo visa encontrar um mecanismo que faça os agentes econômicos internalizarem a externalidade. • As suas formas principais de intervenção são a introdução de subsídios, para externalidades positivas, e a colocação de impostos corretivos (ou multa) e a venda de direitos de poluição, para externalidades negativas. Externalidades positivas
• No caso de existência de externalidades positivas no
provimento de um bem ou serviço, existem não apenas benefícios privados, mas também benefícios externos, de forma que os benefícios sociais diferem dos benefícios privados. • Benefício social = benefício privado + benefício externo. • Benefício privado do consumidor (firma): Equivale ao que é usufruído pelo consumidor (firma) quando este consome (produz) o bem ou serviço. • Benefício social: Equivale ao benefício que afeta toda a sociedade, inclusive daqueles que não estão envolvidos diretamente no consumo (produção) do bem ou serviço. Externalidades positivas
• Externalidades positivas: Quando o benefício social
(para todos os indivíduos afetados) é superior ao benefício privado associado à produção ou consumo de um dado bem. • Nesse caso, o equilíbrio de mercado competitivo pode induzir sub-produção e consumo do bem. Externalidades positivas
• Exemplos de externalidades positivas:
• Serviços de infraestrutura; • Promoção de saúde; • Educação; • Vacinação (saúde pública); • Saneamento básico; • Restauração de locais históricos; • Pesquisa de novas tecnologias; etc. Externalidades positivas
• Bens meritórios (ou bens semi-públicos):
• Caso intermediário entre os bens privados e os bens públicos. • Apesar de serem excludentes, portanto passíveis da exploração pelo setor privado, os bens meritórios geram altos benefícios sociais e externalidades positivas, o que justifica a interferência do setor público na sua produção total ou parcial. • Principais exemplos: educação, saúde e saneamento básico. Externalidades positivas
• Formas de intervenção do governo no caso de
externalidades positivas: • Produção e oferta direta dos bens meritórios. Questão: Oferta universal ou discricionária? • Subsídio para estimular a oferta privada. Questão: Como financiar o subsídio? Equilíbrio com externalidade positiva Externalidades negativas
• Externalidades negativas: Quando o custo social (todos
os afetados) é superior ao custo individual resultante da produção/consumo de um bem. • Como o custo social não é repassado na forma de preços mais altos para os produtos, o equilíbrio de mercado competitivo pode induzir produção e consumo excessivos. Externalidades negativas
• No caso de existência de externalidades negativas no
provimento de um bem ou serviço, existem não apenas custos privados, mas também custos externos, de forma que os custos sociais diferem dos custos privados. • Custo social = custo privado + custo externo. • Custo privado do produtor: Equivale ao custo pago pela firma que produz (vende) o bem ou serviço. • Custo social: Equivale ao custo que afeta toda a sociedade, inclusive daqueles que não estão envolvidos diretamente na produção do bem ou serviço. Externalidades negativas
• Exemplos de externalidades negativas:
• Poluição do meio ambiente; • Consumo de álcool e tabaco; • Congestionamentos de trânsito; • Acidentes de trânsitos: • Escapamento do automóvel; • Latido de cachorros (animais de estimação barulhentos); • Som alto num prédio de apartamentos; etc. Externalidades negativas
• Formas de intervenção do governo no caso de
externalidades negativas: • Regulamentação: Limitar o nível de produção e consumo. • Impostos (“pigouvianos”) (ou multas): Igualar os custos sociais e os custos privados, de forma a aumentar o preço para os consumidores como forma de induzir a redução do consumo. Questão: como melhor utilizar esse receita? Equilíbrio com externalidade negativa Efeito de um imposto quando existe externalidade negativa Teorema de Coase
• Mesmo na presença de externalidades negativas, o
equilíbrio competitivo pode ser eficiente se os direitos de propriedade forem bem definidos, não importando quem tenha esse direito. • O Teorema de Coase afirma que se as partes privadas puderem negociar sem custos a alocação dos recursos, então o próprio mercado resolverá sempre o problema das externalidades e alocará eficientemente os recursos. Teorema de Coase
• O direito de propriedade pode não garantir um resultado
economicamente eficiente na presença de: • Custos de transação elevados; • Informação incompleta. • Custos de transação são os custos nos quais as partes incorrem para negociar um acordo e para cumprir o que foi negociado. Teorema de Coase
• Licenças negociáveis para poluir permitem a transferência
voluntária do direito de poluir de uma firma para outra. • Em algum momento surgirá um mercado para estas licenças. • Uma firma que pode reduzir a poluição a um baixo custo pode preferir vender suas licenças para uma firma que somente consegue reduzir a poluição a um custo alto. Tragédia dos comuns
• Um caso clássico de externalidade negativa está
relacionado com o uso indiscriminado e exagerado, além do nível ótimo, de um determinado recurso produtivo que pertence à sociedade como um todo e a nenhum indivíduo em particular. • Os recursos comuns, assim como os bens públicos, não são excluíveis. São disponíveis gratuitamente para qualquer um que desejar usá-los. • Mas os recursos comuns, ao contrário dos bens públicos, são bens rivais porque o seu uso por uma pessoa reduz o uso para as demais. Tragédia dos comuns
• A tragédia dos comuns é uma história com uma lição:
Quando uma pessoa usa um bem comum, diminui o aproveitamento do bem pelas outras pessoas. • Os recursos comuns tendem a ser usados em excesso quando os indivíduos não têm que pagar pelo seu uso. Isso cria uma externalidade negativa. • O mercado não consegue alocar eficientemente os recursos quando os direitos de propriedade não são bem definidos (ou seja, quando algo de valor não tem um proprietário com autoridade legal para controlá-lo). Tragédia dos comuns
• Exemplos de recursos comuns:
– Ar puro e água limpa; – Bacias petrolíferas; – Estradas congestionadas; – Peixes, baleias e demais formas de vida selvagem. Free-rider
• Nenhum indivíduo paga por um produto que
necessariamente o beneficia, pois espera que os outros paguem e ele acabe se beneficiando por tabela. • Pode ser extremamente difícil, ou até mesmo impossível, monitorar o correto cumprimento das regras inerentes ao direito de propriedade ou até mesmo cobrar pelo uso de certos direitos. • Por exemplo, monitorar quem está poluindo o ar e cobrar por isso, ou descobrir quem está se beneficiando de ideias desenvolvidas por outras pessoas, que possuem o direito de receber royalties sobre o uso da sua descoberta. Regulamentação
• O governo pode intervir no mercado através de diferentes
regulamentações (“comando-controle”) para amenizar ou resolver os problemas gerados pela externalidade negativas. • Em relação à opção do imposto, a regulamentação é uma alternativa menos atrativa, pois não gera nenhuma receita para o governo. Com as receitas provenientes da colocação do imposto, o governo, em tese, pode reduzir outros impostos que geram peso morto ou, se preferir, reduzir o seu endividamento. • Por outro lado, somente com a regulamentação, uma empresa que descubra um novo método de produção menos poluente não tem tanto incentivo para adotá-lo. No caso deter de comprar os direitos de poluir, esse incentivo existe, pois passa a precisar gastar menos com a compra dos certificados de poluição. Referências bibliográficas
ARVATE, Paulo – “Economia do Setor Público no Brasil”. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, Cap 2. • MANKIW, N. Gregory – “Introdução à Economia”. São Paulo: Cengage Learning, 2013, 6ª ed., cap. 10. • ORTIZ, Ramon & FERREIRA, Sandro de Freitas – “O papel do governo na preservação do meio ambiente”. In: BIDERMAN, Ciro & ARVATE, Paulo – “Economia do Setor Público no Brasil”. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, Cap 3. • PINDICK, Robert S. & RUBINFELD, Daniel – “Microeconomia”. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005, 6ª ed, cap. 18. • STIGLITZ, Joseph E. – “Economics of the Public Sector”. New York: W. W. Norton & Company, 2000, 3rd ed., chapter 9. • STIGLITZ, Joseph & WALSH, Carl E. – “Introdução à Microeconomia”. Rio de Janeiro: Campus, 2003, 3ª ed., cap. 11 e 21.