Geologia
Geologia
Geologia
Limites divergentes
➔ Pode iniciar-se como um rifte intracontinental e levar à fragmentação dos
continentes, devido à atuação de forças distensivas;
➔ Nos estádios mais avançados ocorre formação de placa oceânica ao nível dos riftes
que se encontram nas dorsais oceânicas:
➔ A nova litosfera oceânica vai empurrando a mais antiga para os lados provocando a
expansão dos fundos oceânicos;
➔ Formam-se bacias oceânicas profundas;
➔ Os riftes são classificados como limites construtivos;
➔ Se ocorre expansão dos fundos oceânicos, por que não aumenta a Terra de
volume? Não aumenta de volume, porque as fossas oceânicas não deixam,
destruindo a litosfera.
Limites convergentes
➔ Ocorre colisão de placas litosféricas, sendo limites destrutivos;
➔ As forças são compressivas;
➔ Continente-Oceano:
- Subducção da placa oceânica mais densa.
- Forma-se uma fossa oceânica no contacto da placa oceânica com a
continental.
- Intensa atividade sísmica em ambas as placas.
- Intensa atividade vulcânica na placa continental e formação de cadeias
montanhosas (orogenia).
- Exemplo: Andes
➔ Oceano-Oceano:
- Subducção da placa oceânica mais antiga (mais densa e mais fria);
- Colisão de dois continentes, que não sofrem subducção, pois são ambos
pouco densos.
Datação Absoluta
➔ Baseia-se na desintegração de isótopos radioativos que existem nas rochas e
também em restos de seres vivos.
➔ A idade absoluta ou radiométrica determina-se com recurso a estudos laboratoriais e
requer meios técnicos específicos.
➔ Isótopos são átomos que possuem o mesmo número atómico, mas diferente
número de massa.
➔ Alguns isótopos de um determinado elemento são estáveis e outros são instáveis.
➔ Nos isótopos instáveis, os núcleos decompõem-se, ou seja, há lugar à sua
desintegração e este processo espontâneo designa-se radioatividade.
➔ Uma rocha, quando se forma, adquire sempre uma certa quantidade de isótopos
radioativos, que são formas instáveis de elementos químicos (U, K, C...). Com o
passar do tempo esses isótopos vão-se desintegrando, transformando-se em
átomos estáveis.
➔ Os isótopos instáveis são chamados isótopos pai (ou átomos pai).
➔ Os isótopos estáveis que resultam da desintegração são designados isótopos
filho (ou átomos filho)
➔ A velocidade a que se dá essa desintegração é constante e independente das
condições ambientais.
➔ O tempo que demora a que metade do isótopo-pai sofra decaimento designa-se
por tempo de semivida e é constante para cada par isótopo-pai/isótopo-filho.
➔ É possível calcular a idade de um mineral, determinando o teor de isótopo-pai e de
isótopo-filho.
➔ Quando a razão isótopo-pai /isótopo-filho é igual a 1, ocorreu 50% de decaimento e
o mineral possui uma idade igual à semivida.
➔ Limitações:
- Tecnologicamente complexa.
- Depende da incorporação de isótopos radioativos instáveis em minerais.
- Menos fiável para rochas sedimentares e metamórficas porque não fornece
a idade da sua génese, pois os seus minerais provêm de rochas
preexistentes; durante o metamorfismo pode ocorrer perda de isótopo-pai.
➔ Vantagens:
- Permite obter uma idade numérica.
- Bastante fiável em rochas magmáticas (quando o magma inicia o processo
de cristalização transfere para os seus cristais uma certa quantidade de
isótopos radioativos; a quantidade de isótopos filho é nula).
Vulcanismo
➔ Vulcão: Abertura na crusta terrestre que permite a libertação de materiais sólidos
(piroclastos), líquidos (lava) e gasosos que compõem o magma.
Tipos de vulcanismo
➔ Primário: corresponde à ocorrência de uma erupção vulcânica, com libertação de
magma ou materiais associados.
➔ Efusiva
- A atividade efusiva é muito comum no vulcanismo fissural.
- Quando ocorre no vulcanismo central, tende a originar cones vulcânicos
com elevadas dimensões, baixos e com declives suaves (ex.: vulcão Mauna
Loa, Havaí).
- Tende a formar escoadas de lava, acumulando-se sob a forma de mantos
de lava (ex.: Fagradalsfjall, Islândia, em 2021).
- Em erupções subaéreas, podem formar-se:
. Lava encordoada (pahoehoe): tem origem em magmas menos viscosos,
que se encontram a temperaturas mais elevadas. Durante a escorrência
dessas lavas, a parte superficial, em contacto com o ar, solidifica mais
depressa do que a lava que continua a escoar por baixo.
. Lava escoriácea (aa): a classificação das escoadas lávicas, frequentes nas
erupções efusivas, é feita em função das formas e texturas que a lava
adquire quando arrefece. Quando a lava é mais viscosa, a sua solidificação
originam superfícies irregulares e rugosas.
. Lavas em almofada: no caso de erupções submarinas, as lavas arrefecem
bruscamente debaixo de água, adquirindo o aspecto arredondado que lhes
dá nome.
- O arrefecimento dos mantos de lava pode originar a formação da disjunção
prismática ou colunar.
➔ Explosiva
- A atividade explosiva é menos comum no vulcanismo fissural.
- Quando ocorre no vulcanismo central, tende a originar cones vulcânicos altos
e com elevados declives (ex.: vulcão Koryaksky, Rússia). Os cones
vulcânicos são formados pela acumulação de elevadas quantidades de
piroclastos, sendo a acumulação de lava reduzida.
- Formam-se piroclastos - fragmentos de diferentes dimensões que resultado
➔ Mista
- Alternância de episódios efusivos com explosivos ou ocorrência em
simultâneo da libertação de grandes quantidades de piroclastos e de lava
(ex.: Etna, Itália).
- Tende a formar vulcões com declives acentuados, formados pela
acumulação de lavas e de piroclastos.
- A lava pode ter uma composição intermédia ou interagir com a água,
aumentando o caráter explosivo do vulcão.(ex.: Havai, EUA).
- A água em contacto com o magma transforma-se quase instantaneamente
em vapor sobreaquecido, que ao expandir-se, faz aumentar a pressão, além
disso faz diminuir a temperatura tornando o magma mais viscoso,
aumentando o caráter explosivo do vulcão.
Vulcanismo Residual
Nas regiões vulcânicas ativas, no tempo que se segue a uma erupção há sinais de atividade
vulcânica, como saída de água quente ou de gases, através do solo ou de fissuras nas
rochas.
➔ Vulcanismo intraplacas: ocorre no interior das placas (não nos limites). Associado
a pontos quentes (hotspots).
- Pontos quentes oceânicos: resultam de magmas com origem no manto que
podem atingir a superfície na região da crusta oceânica (atividade vulcânica
efusiva, pois o magma proveniente do manto é básico, pobre em sílica e
pouco viscoso);
- Pontos quentes continentais: o material do manto tem dificuldade em atingir a
superfície e sofre modificações químicas, tornando-se mais ácido e com um
estilo mais explosivo (atividade vulcânica mista, pois o magma proveniente
do manto é básico, mas ao atravessar a crusta continental que é mais
espessa sofre modificações).
- Como se explica a ocorrência de vulcanismo nestes locais?
- Existe uma pluma térmica - coluna de material quente, sólido e pouco
denso em ascensão, proveniente de perto da transição manto /núcleo. A
elevada temperatura torna esta rocha plástica, podendo mover-se lentamente
(menos de 5 cm/ano).
- Quando o material da pluma térmica atinge a base da litosfera, devido à
diminuição da pressão, funde, constituindo-se um ponto quente.
- O magma resultante atravessa a litosfera e surge à superfície criando um
vulcão.
- Ao longo do tempo o movimento da placa afasta o vulcão do ponto quente
(que é fixo, estacionário), tornando-se o vulcão extinto. Uma nova coluna vertical de
material sobe diretamente da pluma.
- À medida que aumenta a idade dos vulcões extintos aumenta a distância a
que se encontram do ponto quente.
- Se se tratar de um ponto quente oceânico, a ilha por cima do ponto quente
é a mais recente. Alguns dos vulcões mais antigos podem mesmo ficar submersos devido à
erosão.
- Forma-se um alinhamento de vulcões / ilhas.
- Devido à erosão, os cones vulcânicos formados podem ficar totalmente
submersos – Guyot, ou parcialmente submersos – Atol.
Vulcanismo em Portugal
➔ Existe vulcanismo ativo nos Açores, associado a magma gerado num limite
divergente ao longo da dorsal médio oceânica e do rifte da Terceira (Corvo, Flores,
Pico,Faial, São Jorge, Graciosa, Terceira, São Miguel, Santa Maria).
➔ Existem vestígios de atividade vulcânica com menos de 10 000 anos no
arquipélago da Madeira, podendo ser considerado como vulcanismo não extinto.
Muitos geólogos defendem que o vulcanismo foi causado por um ponto quente (São
Vicente, Porto Santo).
➔ Existem vestígios de atividade vulcânica com dezenas de milhões de anos em
Portugal Continental, sendo considerado vulcanismo extinto, mas fornece
importantes evidências da história geológica nacional (Peniche, Mafra, Sines).
➔ Vulcanismo ativo:existe atividade eruptiva na atualidade ou existiu nos últimos 11700
anos;
➔ Vulcanismo inativo: não apresenta atividade atual mas poderá vir a ter;
➔ Vulcanismo extinto: não existem registos de atividade nos últimos 11700 anos.
Sismos
➔ Movimentos vibratórios da superfície terrestre, que ocorrem bruscamente devido a
uma libertação súbita de energia no interior da Terra.
Formação de tsunamis
● Quando os sismos se geram no fundo marinho, em resultado de movimentos de
abatimento (deslocamento vertical) do fundo oceânico, ocorrem perturbações da
coluna de água, podendo gerar-se tsunamis.
● Estas ondas gigantes apresentam elevado poder destruidor devido à sua elevada
velocidade e amplitude.
● À medida que se aproximam das zonas costeiras (menos profundas), as ondas
diminuem o seu comprimento, mas ao mesmo tempo, aumentam a sua amplitude
(altura).
● Ondas L (superficiais)
- Propagam-se apenas na superfície da Terra;
- São as mais lentas e as últimas a serem registadas;
- Provocam deformação intensa dos materiais, devido à sua elevada
amplitude, sendo as mais destrutivas.
● Ondas de Rayleigh
- As partículas descrevem um movimento elítico num plano perpendicular à
direção de propagação das ondas;
- Propagam-se em meios sólidos e líquidos.
● Ondas de Love
- As partículas vibram num plano horizontal e perpendicular à direção de
propagação das ondas;
- Propagam-se apenas em meios sólidos.
Registo sísmico
● Sismógrafo: instrumento que regista os movimentos da superfície terrestre.
● Sismograma: registo efetuado pelo sismógrafo.
● O sismograma permite determinar o desfasamento de chegada das ondas P e S
(intervalo S-P).
● Quanto mais distante do epicentro se encontrar a estação, maior é o intervalo de
tempo entre as chegada das ondas P e S, porque as ondas P têm maior velocidade
do que as S, por isso quanto maior for a distância percorrida maior é o atraso das
ondas S em relação às P.
● Com base no desfasamento, é possível determinar a distância epicentral.
● Usando três estações sísmicas, consegue-se localizar graficamente o epicentro.