Gestão Democrática E Interfaces Com Os Espaços Educativos: Aprendizagem em Foco

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 44

WBA0172_v2.

APRENDIZAGEM EM FOCO

GESTÃO DEMOCRÁTICA E
INTERFACES COM OS ESPAÇOS
EDUCATIVOS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Neide Rodriguez Barea
Leitura crítica: Maria Cecília Cerminaro Derisso

Você sabia que a gestão escolar atravessou processos históricos


em sua evolução? E que, inicialmente, não havia preocupação
com os resultados da aprendizagem, mas apenas com a execução
administrativa de uma escola? Ou seja, o horário tinha que estar
certinho, os materiais tinham que estar disponíveis e a gestão não
participava das decisões pedagógicas? Isso mudou radicalmente nos
últimos anos e, também, trouxe novos desafios!

Essa disciplina é dividida em quatro temas, o primeiro trata da


Gestão democrática: princípios e possibilidades, que apresenta as
características da gestão participativa e democrática, o que é e como
se constrói a autonomia escolar a partir da gestão democrática e como
todos esses aspectos influenciam o exercício do trabalho docente.

O segundo tema aborda as dimensões da gestão pedagógica e


da gestão da comunidade, enquanto o terceiro tema enfoca a
gestão administrativa. Ambos levantam os princípios éticos e a
humanização da gestão escolar democrática.

Por fim, o quarto tema trata dos desafios da gestão do século XXI
e discute o papel do gestor frente às demandas que impactam a
escola, como:

• Novas tecnologias educacionais e novas metodologias


didáticas.

• A Educação 4.0.

• A gestão de pessoas no ambiente escolar.

2
Um dos aspectos mais significativos do estudo é a estruturação de
processos cada vez mais refinados, eficientes e eficazes no ambiente
escolar. Nesse sentido, o quarto tema traz uma reflexão bastante
aprofundada sobre a complexidade do papel dos gestores escolares,
que precisam articular todas as demandas, produzir resultados e
avaliá-los.

A disciplina também traz exercícios reflexivos que colocam você


em situações comuns do cotidiano escolar, levando à aplicação dos
estudos teóricos, estamos falando do Teoria em Prática.

Bons estudos!

INTRODUÇÃO

Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira


direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática
profissional. Vem conosco!

3
INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 1

Gestão escolar democrática:


princípios e possibilidades
______________________________________________________________
Autoria: Neide Rodriguez Barea
Leitura crítica: Maria Cecília Cerminaro Derisso
DIRETO AO PONTO

Após 21 anos vivendo sob o regime ditatorial, em 1985, o Brasil


adotou a democracia como nova organização sociopolítico-
econômica. A transição de um regime para o outro trouxe a
necessidade de reorganização de todos os setores públicos e
instituições sociais. Na escola, não foi diferente.

Não se trata de apenas virar uma chave e estabelecer um novo


regime. A democracia precisou ser reconstruída no país. Por esse
motivo, novas leis, incluindo as educacionais, foram promulgadas e,
somente a partir delas, é que se propõe um novo modelo de gestão
escolar, modelo que também precisa ser reconstruído.

Figura 1 – Sistemas de governo na história recente do Brasil

Fonte: elaborada pela autora.

A escola passa a ter uma nova perspectiva, seu papel não é mais
apenas ensinar os conhecimentos construídos ao longo do tempo,
mas atender as necessidades e interesses da comunidade, pois é
ela que sabe o que é melhor para si própria. Para que as demandas
da comunidade escolar sejam ouvidas, acolhidas e atendidas
pela escola, é preciso que pais, mães e alunos tenham espaço de
participação e deliberação garantidos. Por esse motivo, a gestão
passa a ser democrática.

5
Figura 2 – Modelos de gestão escolar

Fonte: elaborada pela autora.

Os órgãos colegiados e as instituições auxiliares possuem princípios


e finalidades específicas, como se observa no quadro a seguir.

Quadro 1 – Funções dos órgãos colegiados e das instituições


auxiliares da escola
Função deliberativa é o órgão colegiado de maior
responsabilidade na escola, pois monitora a ação dos dirigentes
Conselho escolares (diretores), visando a qualidade do ensino, e zela
de escola pela manutenção escolar. Fiscaliza a aplicação dos recursos
financeiros e discute o Projeto Político Pedagógico.

Tem função deliberativa associada à avaliação da aprendizagem


dos alunos, buscando prevenir e corrigir ações problemáticas
Conselho em torno do rendimento escolar do discente; discute também
de classe o comportamento escolar; delibera sobre aprovações e
retenções e tudo o mais que envolve as questões pedagógicas.

Colabora diretamente com a direção da escola, sendo


organizada em torno de um conselho deliberativo e um
Associação de
conselho executivo. Representa os interesses dos pais e dos
Pais e Mestres professores em processos pedagógicos e para melhoria da
(APM) educação escolar, é uma instituição sem fins lucrativos.

Representação dos estudantes de uma escola, com


a finalidade de discutir e apresentar propostas que
Grêmio
sejam de seu interesse à gestão e aos docentes,
estudantil desde que voltadas para o âmbito pedagógico.

Fonte: elaborado pela autora.

6
No modelo de gestão democrática, o aspecto mais importante e
desafiador é promover e sustentar a participação da comunidade.
Essa é uma tarefa de responsabilidade da própria equipe de gestão,
executada prioritariamente pelo diretor escolar, pois é ele que
precisa e deve abrir espaço para a participação da comunidade.

PARA SABER MAIS

A participação da comunidade na gestão escolar se dá a partir da


representatividade, ou seja, a partir das pessoas que são indicadas
ou se candidatam a fazer parte de uma instituição colegiada ou de
uma instituição auxiliar.

Cada instituição possui uma composição diferente:

• Conselho de Escola: normalmente, o grupo possui entre


20 e 40 participantes e é composto por diretores da escola
(membros natos), membros da comunidade (é possível que
participem, mas nem sempre há obrigatoriedade), funcionários
da escola (5%), especialistas em educação (5%, não se
contabilizam os diretores escolares), professores (40%), pais/
mães (25%) e alunos (25%). A formação do Conselho de Escola
se dá a cada dois anos.

• Conselho de Classe: não há um número específico de


participantes, mas, entre eles, existem diretores escolares
(membros natos), coordenadores pedagógicos, orientadores
escolares, professores dos diversos componentes curriculares,
dois representantes dos pais e dois representantes de alunos
por turma, não sendo obrigatória a participação de pais e
alunos. Apenas pais e alunos são eleitos. O Conselho de
Classe se reúne periodicamente a cada bimestre, trimestre ou
semestre.

7
• Associação de Pais e Mestres: possui em torno de 23
membros que se reúne uma vez por mês. É composta por
diretoria (em torno de 9 membros), um conselho deliberativo
(em torno de 11 membros: diretor da unidade, presidente da
APM, 40% pais ou responsáveis de alunos, 30% professores e
20% de alunos maiores de 18 anos) e um conselho fiscal (em
torno de 3 membros: 2 pais ou responsáveis por alunos e um
profissional ou docente da escola) que se reúne uma vez por
mês. O mandato é de um ano e os integrantes podem ser
reconduzidos por mais um ano.

• Grêmio Estudantil: normalmente composto por dois


representantes eleitos por classe, é realizada uma nova
eleição a cada ano escolar. Organizam-se em Presidente, Vice-
Presidente, Diretores e Tesoureiros. O Grêmio Estudantil se
reúne semanalmente ou mensalmente e, também, se reúne
uma vez por mês com a equipe gestora da escola.

O Grêmio Estudantil é a instituição menos mencionada em


uma escola, mas talvez seja a mais importante, pois é a voz dos
estudantes, é quem consegue, efetivamente, perceber, compreender
e dar espaço a detalhes que passam despercebidos por pais e
professores.

TEORIA EM PRÁTICA

Não é possível se pensar em uma genuína gestão democrática


escolar sem a existência de um Grêmio Estudantil.

Então, imagine a seguinte situação: você trabalha há bastante


tempo em uma escola e foi indicada por seus pares para integrar o
Conselho de Escola (CE). Acontece que os demais órgãos já estão em

8
funcionamento (Conselho de Classe e APM), mas a escola não possui
o Grêmio Estudantil.

Você conhece a importância dessa instituição auxiliar e, como uma


das pessoas responsáveis pela gestão democrática e participativa,
decide explanar para o CE a necessidade de implantação do
Grêmio Estudantil como mais um mecanismo de participação da
comunidade escolar.

Quais argumentos você apresentaria para instituir o Grêmio


Estudantil e como faria para organizar o primeiro grupo de alunos a
conduzir o Grêmio?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,

9
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

Neste capítulo, a autora apresenta as competências da gestão


democrática sobre a articulação entre direitos e deveres, sobre a
gestão colegiada e a liderança. Trata-se de uma leitura essencial
para quem já é ou pretende atuar no campo da gestão escolar.

LÜCK, Heloísa. Dimensões de gestão escolar e suas competências.


Curitiba: Positivo, 2009. p. 69-80.

Indicação 2

Este artigo apresenta a origem histórica e sociológica da gestão


democrática e participativa, embasando-se em documentos legais
e discussões acerca da importância deste modelo de gestão em
nossas unidades escolares. Ele busca identificar quais são as
situações desafiantes e limitantes para a implementação da gestão
democrática escolar.

CÁRIA, Neide Pena; SANTOS, Mileide Pereira. Gestão e democracia


na escola: limites e desafios. Regae, Santa Maria, v. 3, n. 6, p. 27-41,
jul./dez. 2014.

10
QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. A gestão democrática tem como um de seus princípios:

a. O Projeto Político Pedagógico.


b. A participação.
c. O Conselho de Escola.
d. A centralização.
e. O regime militar.

2. Tem função deliberativa e monitora a ação dos dirigentes


escolares (diretores), visando a qualidade do ensino e,
também, zela pela manutenção escolar. Nesse sentido,
fiscaliza a aplicação dos recursos financeiros e discute o
Projeto Político Pedagógico.

a. APM.
b. Diretoria.
c. Conselho de Classe.
d. Conselho de Escola.
e. Grêmio Estudantil.

11
GABARITO

Questão 1 - Resposta B
Resolução: São princípios da gestão democrática: a
transparência, a descentralização (e não a centralização) e a
participação. O Projeto Político Pedagógico é um documento da
escola, o Conselho de Escola é um órgão colegiado e o Regime
Militar é um sistema de governo.
Questão 2 - Resposta D
Resolução: Trata-se do Conselho de Escola, pois é o órgão
colegiado de maior responsabilidade na escola. A APM, o
Conselho de Escola e o Grêmio também são instituições da
escola, porém com funções diferentes. A diretoria é um cargo
dentro da escola.

12
INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 2

A atuação do gestor escolar: gestões


pedagógica e da comunidade
______________________________________________________________
Autoria: Neide Rodriguez Barea
Leitura crítica: Maria Cecília Cerminaro Derisso
DIRETO AO PONTO

É verdade que a escola tem atravessado transformações sucessivas


ao longo dos últimos anos, principalmente a figura do diretor
escolar, que antes era o único responsável pela gestão de uma
escola.

Atualmente, com a proposta da gestão democrática, a liderança


escolar é dividida em alguns cargos e conta com a participação da
comunidade.

Figura 1 – Atores da gestão escolar

Fonte: elaborada pelo autor.

A gestão escolar perpassa três grandes dimensões: a pedagógica, a


administrativa e a gestão da comunidade.

A gestão pedagógica enfoca o desenvolvimento do trabalho docente,


a aprendizagem dos alunos, a elaboração, a implementação, o
monitoramento e a avaliação do Projeto Político Pedagógico (PPP),
a formação continuada dos professores e a pesquisa e inserção
de metodologias didáticas atualizadas, inovadoras e adequadas ao
processo de ensino e aprendizagem.

14
Outro aspecto da gestão pedagógica diz respeito a entender e
implementar ações que visem o atendimento das necessidades,
interesses e demandas educacionais da comunidade escolar.

A gestão de uma escola é realizada no modelo democrático, que


consiste na participação ativa da comunidade escolar na tomada de
decisões e realização das ações decorrentes dessas decisões.

A participação da comunidade se dá por representatividades em


órgãos que dividem a responsabilidade sobre a gestão escolar. Esses
órgãos são:

• Colegiados:

• Conselho de Escola.

• Conselho de Classe.

• Instituições Auxiliares:

• Associação de Pais e Mestres (APM).

• Grêmio Estudantil.

A demanda mais complexa dos gestores escolares se dá em garantir


a participação da comunidade escolar nas tomadas de decisão e,
para isso, precisa engendrar esforços para abrir caminhos para essa
participação, criando espaço adequado e momentos oportunos,
bem como garantindo que a comunidade será ouvida e respeitada,
favorecendo a participação nos órgãos colegiados e nas instituições
escolares, mantendo a abertura e respeito às decisões coletivas.

A gestão democrática é indicada na Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional (LDB nº 9394/96) e, apesar de já estar em vigor
há quase trinta anos, ainda não está funcionando em sua plenitude,

15
pois a comunidade escolar, até o momento, não ocupou plenamente
o espaço que lhe é de direito.

Referências bibliográficas
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes
e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, [1996].
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em:
20 ago. 2021.

PARA SABER MAIS

À primeira vista, pode parecer que a participação da comunidade


escolar na gestão da escola seja simples de acontecer, bastando
que o gestor abra a oportunidade para tal situação. No entanto, há
obstáculos de ordem interna e externa, que Vitor Paro (2016) chama
de condicionantes.

Os condicionantes à participação da comunidade de ordem interna


(que ocorrem na escola) são:

a. As condições de trabalho ou materiais da participação:


tratam da ausência de materiais e/ou de recursos humanos
para que a comunidade possa participar, por exemplo: não
há colaboradores suficientes que possam ajudar ou apoiar
as ações que favorecem a participação da comunidade (não
há segurança, não há disponibilidade de tempo diferenciado,
não há colaboradores que possam se responsabilizar por
acompanhar reuniões e criar atas, bem como organizar
eleições).
b. Os condicionantes institucionais: ocorrem quando a
gestão escolar não considera o Conselho de Escola e a APM
como órgãos de participação da comunidade escolar, ou

16
seja, tais órgãos existem apenas de forma burocrática, sem
funcionalidade na instituição escolar.
c. Os condicionantes político-sociais: ocorrem quando os
colaboradores não possuem uma relação harmoniosa e
compassiva, pelo contrário, colocam interesses pessoais
acima dos ideais pedagógicos e democráticos (por exemplo:
quando os colaboradores da escola entendem que gestar a
comunidade dá muito trabalho e se recusam a participar).
d. Os condicionantes ideológicos da participação: ocorrem
quando os colaboradores entendem que a comunidade
escolar não deve participar dos processos de gestão,
revelando concepções e crenças pessoais que não se alinham
com a democracia.

Já os condicionantes à participação da comunidade de ordem


externa (ocorrem entre os membros da comunidade escolar) são:

a. As condições objetivas de vida e a participação: os


membros da comunidade escolar não possuem tempo de
participar da escola, devido às demandas do dia a dia.
b. Os condicionantes culturais: os membros não possuem
conhecimento suficiente para entender a importância de sua
participação na gestão escolar.
c. Os condicionantes institucionais da comunidade: embora a
comunidade se preocupe com a aprendizagem de seus filhos,
ela não se sente pertencente à instituição escolar e acredita
que suas propostas não serão consideradas.

Como o texto apresenta, o papel da gestão da comunidade escolar


não se limita apenas a abrir espaço e ter boa vontade em relação
à participação da comunidade na gestão escolar: é preciso vencer
desafios estruturantes internos da escola e externos da própria
comunidade.

17
Referências bibliográficas
PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. 4.ed. São
Paulo: Ática, 2016.

TEORIA EM PRÁTICA

Parabéns! Depois de um longo período de estudo e avaliações, você


vai finalmente assumir o cargo de diretor escolar.

Logo que inicia suas atividades, depara-se com situações


problemáticas na dimensão pedagógica da escola:

• Muitas ausências dos professores.

• Descompromisso com o horário de início e término da aula por


parte dos professores.

• Professores não acompanham o processo de aprendizagem de


seus alunos, não realizando as intervenções necessárias.

• Alunos que não cumprem com suas responsabilidades


recebem concessões.

• Os exercícios realizados em casa não são retomados em sala


de aula.

• Os alunos que tiram nota maior ou igual à média são


dispensados da frequência, sem o cumprimento dos 200 dias
letivos e das 800 horas de aula.

• As avaliações geram apenas notas, sem reflexão sobre


a retomada da aprendizagem nos casos em que isso é
necessário.

18
Como você enfrentaria essas situações a partir da gestão pedagógica
da escola?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

Este artigo traz, de forma precisa e contextualizada, o papel do


professor coordenador (ou coordenador pedagógico) frente às
demandas da gestão pedagógica da escola. Ele resgata a figura do

19
pedagogo gestor, alçando uma posição estratégica para a gestão
escolar.

FRACARO, Marcos Antonio; PRADO, Eliane Mimesse. A gestão do


trabalho pedagógico: reflexões acerca da atuação do professor
pedagogo. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – EDUCERE,
12., 2015, Porto Alegre. Anais [...]. Porto Alegre: PUCPR, 2015.

Indicação 2

Este trabalho discute a participação da comunidade na gestão


escolar, apontando os mecanismos viáveis para realização desse
processo. Ele aponta as origens da gestão democrática, as limitações
e as possibilidades de ação do gestor escolar.

SILVA, Michele Pereira. A participação da comunidade escolar na


gestão democrática: os mecanismos de participação. Monografia
(Especialização em Gestão Escolar)–Universidade de Brasília/Escola
de Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação, Brasília, 2014.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.
20
1. A aprendizagem dos alunos, a formação continuada e em
serviço de professores e a adequação curricular aos interesses,
demandas e necessidades da comunidade escolar são focos da:

a. Gestão da comunidade escolar.


b. Gestão pedagógica.
c. Gestão administrativa.
d. Gestão política.
e. Gestão financeira.

2. A participação da comunidade se dá por


representatividades em órgãos que dividem a
responsabilidade sobre a gestão escolar. Assinale a
alternativa que apresenta esses órgãos:

a. Conselho de Escola, Conselho de Pais, Associação de Pais e


Mestres e Grêmio Estudantil.
b. Conselho de Gestão, Conselho de Classe, Associação de Pais e
Mestres e Grêmio Estudantil.
c. Conselho de Escola, Conselho de Classe, Associação de
Profissionais e Mestres e Grêmio Estudantil.
d. Conselho de Escola, Conselho de Classe, Associação de Pais e
Mestres e Grêmio Especial.
e. Conselho de Escola, Conselho de Classe, Associação de Pais e
Mestres e Grêmio Estudantil.

GABARITO

Questão 1 - Resposta B
Resolução: A gestão pedagógica enfoca o desenvolvimento do
trabalho docente, a aprendizagem dos alunos, a elaboração,
21
a implementação, o monitoramento e a avaliação do Projeto
Político Pedagógico (PPP), bem como a formação continuada
dos professores e a pesquisa e inserção de metodologias
didáticas atualizadas, inovadoras e adequadas ao processo
de ensino e aprendizagem. A gestão da comunidade escolar
enfoca a participação de seus membros, entre outros aspectos,
a gestão administrativa visa caminhos de organização e
otimização dos processos organizacionais da escola, a gestão
política está inserida na perspectiva de democratização escolar
e a gestão financeira tem foco na aplicação correta e adequada
dos recursos monetários.
Questão 2 - Resposta E
Resolução: Os órgãos colegiados e auxiliares que dividem a
responsabilidade acerca da gestão escolar e contam com a
participação da comunidade escolar são: Conselho de Escola,
Conselho de Classe, Associação de Pais e Mestres e Grêmio
Estudantil. Conselho de Pais, Conselho de Gestão, Associação
de Profissionais e Mestres e Grêmio Especial não existem como
órgãos escolares.

22
INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 3

A atuação do gestor escolar: gestão


administrativa
______________________________________________________________
Autoria: Neide Rodriguez Barea
Leitura crítica: Maria Cecília Cerminaro Derisso
DIRETO AO PONTO

Os primeiros estudos sobre a gestão administrativa de uma escola


tiveram início no começo do século XX e se basearam nas escolas
clássicas da administração de empresas.

Os teóricos brasileiros que deram início às reflexões sobre a


administração escolar estão mencionados na figura a seguir.

Figura 1 – Primeiros estudiosos brasileiros da administração


escolar

Fonte: adaptada de Souza (2017).

A partir dos meados da década de 1980, com a transição da


ditadura militar para o regime democrático, novas perspectivas
sobre a gestão escolar, conhecidas como teorias críticas, foram
apresentadas.

Segundo Souza (2017), Miguel Arroyo, em 1979, critica o


papel meramente técnico do diretor escolar e aponta que é
necessário discutir os reais problemas educacionais e conhecer o
funcionamento pedagógico da escola.

Maria de Fátima Félix explica, por volta de 1984, que a escola não
está isolada da situação econômica, política e social do momento
e os gestores precisam ter uma posição política, combatendo os
mecanismos de opressão e reprodução social (SOUZA, 2017).

24
Já Vitor Henrique Paro (1988) defende que a escola precisa atender
os interesses, as necessidades, as demandas e as expectativas de
seus estudantes (comunidade escolar), oportunizando condições de
transformação social a partir da formação educacional dos alunos e
que a escola possui propósitos diferentes de uma empresa.

Essa última perspectiva se alinha perfeitamente com os ideais da


gestão democrática e seus preceitos básicos de:

• Descentralização: tomada de decisão, monitoramento das


ações e avaliação realizados por uma equipe gestora, na qual
participam representantes de todos os segmentos da escola,
incluindo a comunidade escolar e os professores;

• Participação: implementação de mecanismos que estimulem


e favoreçam a participação da comunidade escolar nos
processos de gestão e

• Autonomia: construção de soluções criativas e


particularizadas para solução dos problemas e das demandas
da unidade escolar.

O Projeto Político Pedagógico é a expressão máxima da gestão


democrática e encerra os princípios da descentralização (na medida
em que é construído, implementado, monitorado e avaliado por
representantes de vários segmentos da comunidade escolar,
funcionários e professores), da participação (na medida em que
os membros da comunidade escolar apontam suas demandas, as
necessidades, os interesses e as expectativas e orientam propostas
de ação) e da autonomia (na medida em que os processos e
soluções enfocam de forma criativa e única as especificidades da
própria comunidade escolar).

A gestão administrativa não se limita ao estabelecimento de


processos organizacionais e execução de tarefas cotidianas de forma

25
eficaz. É responsabilidade do gestor educacional realizar a gestão de
pessoas.

Uma escola é formada por pessoas, sejam elas os funcionários


(incluindo os professores), os alunos ou seus familiares. Nesse
sentido, é fundamental que os participantes da escola sejam
capazes de superar os conflitos e unir esforços em prol da realização
da missão, da visão e dos valores da escola e isso ocorre a partir de
uma gestão de pessoas humanizada e acolhedora.

A gestão da dimensão administrativa necessita de uma liderança


humanizada, marcada por características específicas de liderança,
tais como as apresentadas na figura a seguir.

Figura 2 – Características da gestão humanizada de pessoas

Fonte: elaborada pela autora.

26
Referências bibliográficas
PARO, Vitor Henrique. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo:
Cortez; Autores Associados, 1988.
SOUZA, Ângelo Ricardo de. As teorias da gestão escolar e sua influência nas
escolas públicas brasileiras. Revista de Estudios Teóricos y Epistemológicos
en Política Educativa, [s. l.], v. 2, p. 1-19, 2017. Disponível em: https://revistas.
uepg.br/index.php/retepe/article/view/10692. Acesso em: 3 set. 2021.

PARA SABER MAIS

A administração escolar é uma dimensão importante e de


responsabilidade dos gestores escolares, ainda que a gestão seja
democrática.

Em uma escola, há diversos procedimentos administrativos que


precisam ser executados. Na gestão da escola, os documentos
principais são: documentos de fundação e abertura da escola,
Regimento Escolar e Projeto Político Pedagógico (enviados à diretoria
de ensino sempre que ocorre alteração), calendário escolar e plano
anual (enviados anualmente à diretoria de ensino para aprovação
da supervisão escolar). Laudo de bombeiro, documento de reforma,
comprovantes de recolhimento de impostos, comprovação de gasto
de verbas também fazem parte da documentação da escola. Nesse
quesito, se faz a gestão dos documentos pedagógicos (planos de
ensino, planos de aula e diários).

Também é necessário escrever atas em relação às ações e reuniões,


tais como: eleições e reuniões do Conselho de Escola, eleição e
reunião dos Conselhos de Classe, eleição e reuniões da APM e
eleição e reuniões do Grêmio Escolar.

27
A gestão da vida escolar do aluno é mais complexa, pois é um
acompanhamento mais próximo e frequente. Inicia-se com a
matrícula do aluno na instituição:

a. Matrícula e conferência dos documentos (certidão de


nascimento, RG, CPF, carteirinha de vacinação, residência etc.).
b. Em caso de transferência, recepção e conferência do histórico
escolar.
c. Acompanhamento da frequência escolar e ação competente
em caso de excesso de faltas.
d. Acompanhamento da aprendizagem do aluno (por meio
dos boletins de notas) e intervenção para melhoria
da aprendizagem, caso necessário (programas de
acompanhamento, adaptação e recuperação).
e. Notificação formal à família em caso de evasão e problemas
disciplinares.
f. Acompanhamento da saúde física e mental e intervenção em
casos de bullying e outras violências.

Também se faz a gestão do vínculo empregatício dos profissionais,


incluindo os gestores e os professores. Nesse caso, considera-se:

a. Abertura de ficha do novo funcionário, recepção e avaliação


dos documentos comprobatórios de acordo com a legislação
em vigor.
b. Acompanhamento das presenças e ausências, bem como
horas-extras.
c. Emissão da folha de pagamento.
d. Documentação de licenças-prêmio, certificados de cursos,
licenças médicas e progressão na carreira.

28
A gestão escolar também é responsável pelo cuidado com o
patrimônio, o que inclui: equipamentos de tecnologia, equipamentos
esportivos, carteiras, lousas, equipamentos de laboratórios e acervo
da biblioteca, bem como qualquer outro patrimônio histórico e
cultural, como bandeiras.

Por fim, é preciso um olhar especial para a gestão da alimentação


da escola: controle de estoque, acompanhamento da qualidade da
alimentação e da confecção do cardápio semanal.

TEORIA EM PRÁTICA

Neste bloco, você irá aprofundar sua reflexão sobre os aspectos


administrativos de uma escola. É bem provável que você trabalhe
em uma escola de educação básica e, até mesmo, ocupe um cargo
de gestão. Nesse caso, foque na gestão da dimensão administrativa
desta escola. Caso contrário, visite seu passado de estudante ao
longo da educação básica e atente para os aspectos da gestão
administrativa.

Em quais aspectos a gestão desta escola analisada se assemelha


com as teorias clássicas da gestão escolar? E em quais aspectos
se assemelha às teorias críticas? A gestão democrática já foi
amplamente estabelecida? Como isso se deu? O que precisa
acontecer para que a gestão democrática seja implementada? Você
conhecia os detalhes da gestão administrativa? Conte os detalhes e
partilhe com seus colegas.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

29
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

Artigo precioso que resgata os princípios da gestão escolar pautada


nos estudos clássicos da administração de empresas e que traça sua
evolução histórica até os dias atuais. Ele apresenta também uma
pesquisa realizada sobre o perfil do diretor escolar, figura central
responsável pela gestão democrática da escola e traz os amparos
legais para seu trabalho.

HOJAS, Viviani Fernanda; ABDIAN, Graziela Zambão. O perfil do


diretor da escola pública estadual paulista. Educação, Santa Maria,
v. 40, n. 1, p. 201-214, jan./abr. 2015.

30
Indicação 2

Este trabalho relaciona a qualidade da educação com a formação


dos gestores escolares, apontando que apenas os profissionais com
a qualificação necessária são capazes de enfrentar o sistema de
validação do status quo e superar as profundas rupturas políticas e
sociais que existem dentro da escola.

OLIVEIRA, Luiz Carlos Carvalho de. A formação do diretor escolar e


a qualidade na educação pública. In: CONGRESSO NORDESTINO DE
PROFESSORES DE ESPANHOL, 5., 2014, [s.l.]. Anais [...] [S.l.]: Dialnet,
2014. p. 67-74.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. Dois teóricos, Miguel Arroyo e Vitor Henrique Paro, criticam o


empego das teorias clássicas da administração de empresas
no âmbito escolar. Suas críticas apontam que:

31
a. A gestão escolar possui especificidades diferentes da
administração de empresas, pois não visam o lucro
empresarial, mas a qualidade educacional.
b. A divisão do trabalho proposta pelas teorias clássicas não
funciona.
c. Administrar uma escola é muito mais fácil que administrar
uma empresa.
d. Administrar uma empresa é muito mais fácil que administrar
uma escola.
e. As teorias clássicas já foram totalmente superadas.

2. O que significa a descentralização das instâncias de tomada


de decisões no âmbito escolar?

a. É a ampliação do poder de decisão que envolve os gestores, os


professores e funcionários da escola.
b. É a retirada da responsabilidade do diretor sobre a
administração da escola.
c. É a ampliação do poder de decisão que envolve os familiares
dos estudantes da escola.
d. É a mesma coisa que participação e autonomia escolar.
e. É a tomada de decisão de forma democrática e a
corresponsabilidade pelas decisões tomadas.

GABARITO

Questão 1 - Resposta A
Resolução: Em alguns segmentos empresariais, a divisão do
trabalho é fundamental e as teorias clássicas da administração
de empresas coexistem com as teorias críticas.

32
Administrar uma escola é tão complexo quanto administrar
uma empresa, porém cada qual possui suas especificidades,
de forma que uma não é mais simples do que a outra. A gestão
escolar visa a qualidade da educação.

Questão 2 - Resposta E
Resolução: A descentralização não envolve apenas a
comunidade intraescolar, mas também a comunidade escolar
como um todo, incluindo alunos e familiares na tomada de
decisões e na responsabilidade pela implementação das
ações necessárias para realização das decisões estabelecidas.
O diretor não deixa de ter suas responsabilidades frente à
administração de uma escola.

33
INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 4

Desafios da gestão escolar do século


XXI
______________________________________________________________
Autoria: Neide Rodriguez Barea
Leitura crítica: Maria Cecília Cerminaro Derisso
DIRETO AO PONTO

Mesmo em processos de gestão escolar democrática, os gestores


possuem suas próprias responsabilidades. Nesse sentido, o
século XXII trouxe novos desafios, obrigando os gestores a se
atualizarem e proporcionarem inovações no cotidiano escolar.

Um trabalho específico – mas não exclusivo – do gestor escolar


é cuidar e gerenciar os próprios processos de gestão, ou seja,
depois que as decisões são tomadas e as metas estabelecidas
é preciso estruturar os processos para atingir as metas. Em
seguida, é preciso fazer tudo funcionar de forma coerente,
eficaz e eficiente e os gestores precisam supervisionar, orientar,
chamar a atenção para os pontos delicados e que estão fugindo
aos propósitos da proposta escolar. O acompanhamento e
a avaliação ficam a cargo do gestor, que pode ter auxílio de
outros participantes da escola, mas não pode deixar de ser o
responsável por eles.

A gestão de pessoas é uma das atribuições fundamentais e


das mais desafiantes do gestor escolar. Além de entender que
o colaborador é um ser biopsicossocial, o gestor precisa estar
atento para delegar tarefas, indicar formações e reconhecer os
avanços de sua equipe.

35
Figura 1 – Complexo biopsicossocial

Fonte: elaborada pela autora.

O gestor escolar também precisa se preocupar com as novas


tendências educacionais e se apropriar delas, refletindo criticamente
sobre suas potencialidades. Atualmente, pode-se pensar em cinco
grandes transformações educacionais:

1. As metodologias ativas de ensino e aprendizagem


(aprendizagem baseada em problemas, aprendizagem
baseada em projetos, gamificação, sala de aula invertida e
aprendizagem em pares).
2. Ensino híbrido: permeado pelo uso das tecnologias, propõem
o trabalho em grupo que rodiziam estações de trabalho,
laboratório rotacional, flex, sala de aula invertida e ensino à la
carte.
3. Competências socioemocionais: além do desenvolvimento das
habilidades e competências acadêmicas, o ser humano precisa
desenvolver outros cinco aspectos de ordem socioemocionais
(autogestão, engajamento com outras pessoas, amabilidade,

36
resiliência e abertura ao novo) e esse desenvolvimento se
inicia na escola.
4. Novas tecnologias: uso do celular, dos ambientes virtuais
de aprendizagem, dos simuladores, da cultura maker, da
realidade ampliada são apenas alguns exemplos de novas
tecnologias que têm emprego educacional.
5. Educação 4.0: tem como objetivo formar os futuros cidadãos
preparados para enfrentar contextos em mudança, incertos e
multidimensionais, com alto emprego da tecnologia em todos
os setores da vida.

Os desafios da gestão escolar não se limitam apenas a identificar


as novas tendências da educação, mas também em incluir estas
tendências no cotidiano escolar e, para isso, precisa viabilizar que
os colaboradores, em especial os professores, tenham acesso,
conhecimento e implementem transformações nos processos de
ensino e aprendizagem que viabilizem o atendimento das demandas
propostas no Projeto Político Pedagógico.

A formação continuada e em serviço é a melhor forma de propiciar


que os colaboradores e professores se apropriem das novas
tendências em educação. Esse tipo de formação ocorre no interior
da escola, no horário de trabalho dos professores e é voltada
aos objetivos educacionais específicos da instituição, ou seja,
relacionam-se aos objetivos educacionais decididos coletivamente e
orientados para a formação da comunidade escolar.

PARA SABER MAIS


Aponta-se que a Educação 4.0 exigirá uma profunda transformação
nas relações sociais de todos os tipos. Schwab (2016) aponta a
existência de megatendências da Indústria 4.0 que afetarão a forma
como a educação será conduzida no futuro próximo:
37
Quadro 1 – Megatendências da Indústria 4.0
Sistemas ciber- Capacidade cibernética associada ao mundo real, ou
físicos (CPS – seja, sistemas capazes de operar em função de dados
Cyber-Physical colhidos no mundo físico são empregados na aeronáutica,
Systems) na saúde, na engenharia e em transportes.
Internet das Possibilidade de controlar equipamentos e serviços (controle
Coisas da energia, do ar-condicionado, de eletrodomésticos, incluindo
serviços de segurança e acionamento de robôs etc.) através da
internet, a partir de conexões entre empresa-residência-veículo.
Internet de A Internet das Coisas propiciou o surgimento dos
Serviços Serviços de Internet, ou seja, processos que analisam
o impacto da Internet das Coisas e é capaz de sugerir
melhorias e economia de recursos, por exemplo.
Veículos auto Drones, trens, carros são alguns exemplos de veículos podem
dirigíveis ser dirigidos por equipamentos – são mais eficientes e
seguros, mas ainda não estão empregados em ampla escala.
Impressoras 3D Esse tipo de impressora é capaz de reproduzir fisicamente
um objeto digital em 3D no computador; a impressão
é feita camada sobre camada e, ao final, entrega-
se um objeto real; já existe tecnologia para imprimir
casas, por exemplo, além de objetos menores.
Robôs avançados São capazes de compreender o ambiente (através de sensores
especializados) e desempenhar tarefas variadas, como, por
exemplo, conseguir controlar a força e os movimentos em
cirurgias complexas (os robôs foram criados, inicialmente, para
realizar as tarefas repetitivas executadas por seres humanos e,
agora, são capazes de desempenhar diversas outras funções).
Inteligência Sistema semelhante à inteligência humana, capaz
Artificial (IA) de tomar decisões considerando as informações
captadas no ambiente – muitas ligações telefônicas
atualmente já contam com sistemas de IA.
Big Data Análise, armazenamento, compartilhamento, junção,
interpretação, transferência, compreensão, visualização
e informações sobre dados grandes demais para
serem tratados por sistemas convencionais.
Nanomateriais São metais mais leves e mais fortes que revolucionarão
a indústria e os equipamentos eletrônicos no futuro; o
grafeno, por exemplo, é 200 vezes mais forte que o aço e é
muito mais fino que um fio de cabelo, sendo extremamente
eficiente na condução de calor e eletricidade; são materiais
recicláveis e adaptáveis às necessidades humanas.
Nanosensores São sensores capazes de monitorar qualquer coisa, são
conectados à internet, gerando enorme quantidade de
dados; são utilizados para monitoramento do ambiente.

Fonte: adaptado de Schwab (2016).

38
A verdade é que a 4ª Revolução Industrial não está modificando
apenas os meios de produção, mas, a forma com a qual as pessoas
se relacionam e, em uma visão a longo prazo, a própria identidade
humana se interrelaciona com a tecnologia. Schwab (2016) aponta
que, no futuro, teremos tecnologias vestíveis (roupas tecnológicas,
capazes de monitorar o corpo físico e se adaptar – aquecer ou
resfriar, por exemplo), dispositivos implantados no corpo para
monitoramento da saúde (em grande escala), óculos, lentes e
fones de ouvidos capazes de levar olhos e orelhas à conexão com
a internet, nuvem de dados com espaço infinito e gratuito para
qualquer usuário, cidades inteligentes e cidades conectadas.

Referências bibliográficas
SCHWAB, K. A quarta revolução industrial. São Paulo: Edipro, 2016.

TEORIA EM PRÁTICA

Um movimento que vem crescendo no Brasil é a prestação


de serviços para escolas, que traz desde consultorias
pedagógicas (ensino híbrido, desenvolvimento das competências
socioemocionais, desenvolvimento de projetos, entre outros) até
fornecimento de equipamentos diferenciados, tais como os robôs,
realidade aumentada e realidade virtual, entre outros. Pois bem: a
empresa na qual você trabalha é uma fornecedora de consultoria
pedagógica e foi contratada para fazer uma palestra para os
gestores de uma rede escolar, com a temática: “Principais tendências
da Educação para o século XXI”. A empresa decidiu que você é a
melhor pessoa para preparar essa palestra. Logo, você precisa
elencar três aspectos que considera muito importantes que são
compreendidos, atualmente, como grandes tendências educacionais
e precisa relacioná-los com a gestão escolar.

39
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

Este capítulo apresenta alguns aspectos inerentes ao processo


de gestão escolar e que são, ao mesmo tempo, seus principais
desafios do exercício da deste tipo gestão, na perspectiva do autor.
São abordadas, portanto, a gestão democrática, a participação
da comunidade nos processos decisórios, a necessidade de

40
comunicação clara e objetiva, bem como a necessidade de mediação
do gestor ao identificar conflitos.

SILVEIRA, Jader Luís da. Gestão escolar democrática na educação


atual: participação, comunicação e mediação. In: SILVEIRA, Jader Luís
da. Os caminhos da educação: das metodologias de aprendizagem
a gestão escolar. Formiga (MG): MultiAtual, 2021. p. 35-45.

Indicação 2

Neste fascinante artigo, a autora apresenta os desafios que


uma mulher enfrenta no papel de gestora escolar. Será que ela
é respeitada, compreendida e apoiada da mesma forma que os
demais gestores? A autora aponta que a capacidade de liderança
e a competência gestora não está relacionada ao gênero, mas o
preconceito pode ser um grande desafio em relação à gestão escolar
exercida por uma mulher.

CARVALHO, Elisabeth Souto de. Os desafios de uma mulher


vivenciando o cargo de gestão escolar. 2020. Trabalho de
Conclusão de Curso (Pós-Graduação em Gestão, Coordenação e
Supervisão Escolar)–Faculdade Três Marias, João Pessoa, 2020.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
41
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. Este tipo de formação na escola é voltada aos objetivos


educacionais específicos da instituição, ou seja, relacionam-
se aos objetivos educacionais decididos coletivamente e
orientados para a formação educacional da comunidade
escolar. A formação à qual o trecho se refere a:

a. Formação inicial.
b. Formação continuada e em serviço.
c. Formação final.
d. Formação continuada.
e. Formação acadêmico-escolar.

2. Considerando que a Educação 4.0 tem como objetivo formar


o cidadão do futuro, que possa viver, intervir e trabalhar
em contextos permeados massivamente por tecnologia
e nos quais a interação e a comunicação também se dará
desta forma, pode-se entender como um grande desafio
educacional:

a. Formar cientistas que utilizarão os recursos robóticos,


tecnológicos e de conectividade.
b. Formar empreendedores que serão responsáveis por gerar
empregos no futuro.
c. Formar indivíduos felizes e saudáveis.
d. Formar profissionais bem-sucedidos.
e. Formar indivíduos que vão atuar em contextos em constante
transformação.

42
GABARITO

Questão 1 - Resposta B
Resolução: A formação continuada e em serviço é a melhor
forma de propiciar que os colaboradores e professores se
apropriem das novas tendências em educação e saibam aplicá-
las me favor das metas do Projeto Político Pedagógico, visando
trazer cada vez mais qualidade à formação educacional dos
estudantes.
Questão 2 - Resposta E
Resolução: A grande revolução proporcionada pela Indústria
4.0 traz indícios de que o futuro é bastante incerto, ou seja, não
é possível fazer previsões. O homem do futuro precisará ser
hábil em se adaptar a diversas situações ainda não previstas. O
grande desafio da Educação 4.0 é formar um cidadão capaz de
se adaptar e conseguir intervir em contextos futuros que ainda
não foram previstos.

43
BONS ESTUDOS!

Você também pode gostar