A Páscoa e Jesus
A Páscoa e Jesus
A Páscoa e Jesus
A Páscoa marcou o começo de uma nova era para o povo de Deus. Somente a
partir da redenção, a vida de Israel passa a ter real significado, pelo fato de andar com
Deus: "E falou o Senhor a Moisés e a Arão no Egito: Este mês será para vós o começo
"Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois de fato, sem
fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado" (1 Coríntios 5.7).
a toda a comunidade de Israel, dizendo: No dia dez deste mês cada um tome um animal
por família, para cada casa. Devereis guardá-lo fechado até o dia catorze deste mês,
quando toda a comunidade de Israel reunida o imolará" (vv. 3 e 6). Jesus, cumprindo
Páscoa.
ser perfeito: "O animal será sem defeito, um macho de um ano. Podereis escolher tanto
deveria ser repartido com os vizinhos: "Se a família for pequena demais para um
comensais por animal" (v.4). - Estamos nós também repartindo Cristo, o Cordeiro de
Deus, com os nossos vizinhos? Quando os discípulos levaram ao seu Senhor o problema
da multidão faminta, sugerindo-lhe que a despedisse, Ele lhes disse: "Não precisam
retirar-se, dai-lhes vós mesmos de comer" (Mateus 14.16). O Cordeiro deveria ser
entregue por toda a Congregação, isto é, em favor de todo o povo. Jesus foi entregue por
Deus para ser o Salvador de todo aquele que nele crê (João 3.16).
um pouco do sangue e untarão a moldura da porta das casas onde comerem" (v.7). Para
aqueles que não se apropriam do sangue de Jesus, de nada vale o sacrifício expiatório do
Calvário. A salvação é para todos, mas é necessário que cada um se aproprie dela
"Comerão a carne nesta mesma noite. Deverão comê-la assada ao fogo, com pães sem
fermento e ervas amargas" (v.8). Este texto fala do arrependimento, da tristeza pelo
pecado, da lembrança dos sofrimentos de Jesus na cruz. A carne assada ao fogo fala das
suas provações, de como Ele foi provado por Deus. Os pães sem levedura falam de
Jesus como o verdadeiro Pão do Céu, sem pecado, sem mancha, sem hipocrisia.
do cordeiro crua: "Não deveis comer dessa carne nada de cru, ou cozido em água, mas
assado ao fogo, inteiro, com cabeça, pernas e vísceras" (v.9). A fé só tem valor quando
posta no Cristo crucificado, morto e ressuscitado: "Assim, que, nós, daqui por diante, a
carne, agora já não o conhecemos deste modo" (2 Coríntios 5.16). A cabeça indica a
mente de Cristo e fala dos pensamentos puros: "Pensai nas coisas lá do alto, não nas que
são aqui da terra" (Colossenses 3.2). "Pois, quem conheceu a mente do Senhor, que o
possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo" (1 Coríntios 2.16). Os pés indicam
a vida exemplar e santa de Jesus, e a fressura (ou entranhas) fala do afeto, do seu amor.
deixareis nada para o dia seguinte. O que sobrar, devereis queimá-lo no fogo". O tempo
para nos apropriarmos da plenitude de Cristo é esta vida presente: "Porque todos nós
temos recebido da sua plenitude, e graça sobre graça" (João 1.16). "Até que todos
"o dia seguinte" fala do retorno de Cristo - um novo dia. "Assim como também eu
recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã. Eu, Jesus, enviei o meu anjo para
vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou araiz e a geração de Davi, a brilhante estrela
da manhã" (Apocalipse 2.28; 22.16). "O que sobrar, devereis queimá-lo", indica que só
tenham morrido na primeira Páscoa, em Êxodo 12 a palavra "cordeiro" não aparece uma
só vez no plural, mas sempre no singular. Nos versos 3,4 e 5 de Êxodo 12 Moody
um Salvador - Êxodo 12.3 e Lucas 2.11; o cordeiro, o Salvador - Êxodo 12.4 e João
A PRIMEIRA PÁSCOA
1. Com os lombos cingidos (Êxodo 12.11). Ora, os crentes devem celebrar a sua
"Páscoa" tendo os lombos cingidos com a Verdade, prontos para partir como estavam os
bordão na mão; e comereis às pressas, pois é a Páscoa do Senhor" (v.l 1). "Estai, pois,
vossas candeias. Sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar
ele das festas de casamento, para que quando vier a bater à porta, logo lha abram"
(Lucas 12.35,36).
da paz: "Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que
diz a Sião: o teu Deus reina!" (Isaías 52.7). "Calçai os pés com apreparação do
3. Com o cajado nas mãos. Todo crente é estrangeiro e peregrino aqui na terra.
toda a fidelidade que tens usado para com o teu servo; pois com apenas o meu cajado
atravessei este Jordão; já agora sou dois bandos" (Gênesis 32.10).
119.19). Ao enviar seus discípulos, Jesus "ordenou-lhes que nada levassem para o
caminho, exceto um bordão: nem pão, nem alforge, nem dinheiro" (Marcos 6.8).
Temos, ainda, o testemunho do autor da carta aos Hebreus: "Todos estes morreram na
confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra" (Hebreus 11.13). E mais
adiante: "Pela fé Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José,
a palavra de Pedro: "Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos
absterdes das paixões carnais que fazem guerra contra a alma" (1 Pedro 2.11).
João Bunyan fala dos peregrinos a caminho da pátria celestial assediados por
comerciantes ávidos por vender seus produtos. "O que mais assombrava os mercadores,
porém, era o fato de os peregrinos fazerem pouco caso das mercadorias, não se dando
(Salmo 119.37). E olhavam para cima, dando a entender que os seus negócios estavam
perguntou-lhes com insolência: - Que quereis comprar? E eles, encarando-o com muita
escravidão e o juízo: "O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes: quando
eu vir o sangue, passarei por vós e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu
ferir a terra do Egito" (Êxodo 12.13). O sangue de Jesus nos livra da escravidão de
"Nada mais era necessário, senão a aspersão do sangue, para se desfrutar de paz
na passagem do anjo destruidor, quando a morte devia fazer a sua obra em todas as
casas do Egito. Aos homens está ordenado morrerem uma só vez (Hebreus 9.27).
Israel, sobre quem foi executada a sentença de morte. Assim, as exigências de Deus e a
necessidade de Israel foram satisfeitas por uma mesma exigência: o sangue do cordeiro.
O sangue fora das portas era prova de que tudo estava divinamente arrumado; e,
portanto, dentro reinava perfeita paz. Uma sombra de dúvida no coração dum israelita
teria sido uma desonra para o fundamento divino da paz - o sangue da expiação...
"Note-se que o israelita não descansava sobre os seus próprios pensamentos, nos
seus sentimentos ou na sua experiência a respeito do sangue. Isto teria sido descansar
podiam ser profundos ou superficiais; mas que fossem profundos ou superficiais, nada
tinham a ver com o fundamento da sua paz. - Deus não havia dito: vendo vós o sangue,
e avaliando-o como ele deve ser avaliado, eu passarei por cima de vósl Isto teria
bastado para lançar um israelita em profundo desespero quanto a si próprio, visto que é
Deus. O que dava paz era a certeza de que os olhos do Senhor estavam postos sobre o
sangue, e que Ele apreciava o seu valor. Isto tranqüilizava o coração. O sangue estava
de fora da porta, e o israelita encontrava-se dentro da casa, de modo que não podia ver
"A aplicação deste fato à questão da paz do pecador é bem clara. O Senhor Jesus
Cristo, havendo derramado o seu precioso sangue em expiação perfeita pelo pecado,
levou esse sangue à presença de Deus, e fez ali aspersão dele; e o testemunho de Deus
assegura ao crente que as coisas estão liquidadas a seu favor -liquidadas, não pelo
apreço que ele dá ao sangue, mas, sim, pelo próprio sangue, que tem um tão grande
valor para Deus, que, por causa desse sangue, sem mais um jota ou um til, Deus pode
perdoar com justiça todo o pecado e aceitar o pecador como um ser perfeitamente justo
em Cristo. - Como poderia alguém desfrutar paz segura se a sua paz dependesse da sua
humano possa formar do sangue estará sempre infinitamente abaixo do seu valor divino;
e, portanto, se a nossa paz dependesse da apreciação que lhe devíamos dar, nós jamais
poderíamos gozar de uma paz segura. O mesmo se daria se a buscássemos pelas obras
da Lei (Romanos 9.32; Gálatas 2.16; 3.10). O fundamento da paz ou há de ser somente
o sangue, ou então nunca teremos paz. Juntar-lhe o valor que nós lhe damos, é derrubar
todo o edifício do cristianismo, precisamente como se conduzíssemos o pecador ao pé
suficiente ou não é. - Se é suficiente» por que essas dúvidas e temores? As palavras dos
nossos lábios confessam que a obra está cumprida, mas as dúvidas e temores do coração
declaram que não. Todo aquele que duvida do seu perdão perfeito e eterno, nega, tanto
quanto lhe diz respeito, o cumprimento do sacrifício de Cristo" (Ob. cit., pp. 106-108).
A OFERTA QUEIMADA
oferta queimada como um ato tríplice: 1) De adoração, devoção e dedicação a Deus: "Se
a oferta for um holocausto de gado bovino, deverá oferecer um macho sem defeito, que
levará até a entrada da tenda de reunião, para ser agradável ao Senhor" (Levítico 1.3). 2)
De propiciação, porque o homem não tem prazer nas coisas de Deus; 3) De expiação,
aparecem em Hebreus 9.11-14: "Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos
bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos,
quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo
seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna
de Cristo que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus,
finalidade da oferta queimada era para que o povo fosse aceito. "Por isso, ao entrar no
mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, antes corpo me formaste; não te deleitaste
com holocaustos e ofertas pelo pecado. Então eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro
está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade" (Hebreus 10.5-7). Era
também uma expiação voluntária: "A si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até
a morte, e morte de cruz" (Filipenses 2.8) - O adorador não buscava as bênçãos para si.
3. A plena santidade de Cristo. Os versículos 9 a 13 do primeiro capítulo de
holocausto, um sacrifício pelo fogo, de suave odor para o Senhor" (v.13). As "vísceras"
plenitude, tanto íntima como externa. Considerando que a vítima era sacrificada em
lugar do ofertante, era como se o próprio ofertante estivesse oferecendo a Deus uma
vida santa em toda a maneira de viver (pernas, ou patas) e um coração puro (vísceras ou
fressura).
mansidão, paciência, abnegação e trabalho de Cristo. Esta figura aponta Isaías 52.13-15:
"Eis que o meu servo procederá com prudência: será exaltado e elevado, e será sublime.
Como pasmaram muitos à vista dele, pois o seu aspecto estava mui desfigurado, mais do
que o de outro qualquer, e a sua aparência mais do que a dos outros filhos dos homens,
assim causará admiração às nações, e os reis fecharão as suas bocas por causa dele,
porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que não ouviram entenderão".
O autor da carta aos Hebreus mostra como Cristo cumpriu perfeitamente as profecias a
esse respeito: "Olhando firmemente para o autor e consumador da fé, Jesus, o qual, em
troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da
aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não
voluntária à morte de cruz: "Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como
cordeiro foi levado ao matadouro e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele
não abriu a sua boca" (Isaías 53.7). O cabrito, tipo do pecador, aponta para Jesus
contado com os transgressores, conforme Isaías 53.12: "Por isso eu lhe darei muitos
como a sua parte e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua
alma na morte; foi contado com os transgressores, contudo levou sobre si o pecado de
A finalidade da oferta queimada era para que o povo fosse aceito
bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda" (Lucas 23.33). A entrega
tinha de ser total: "Dividirá a vítima em pedaços, que os sacerdotes colocarão sobre a
lenha acesa no altar, junto com a cabeça e a gordura. As vísceras e as patas deverá lavá-
holocausto, um sacrifício pelo fogo, de suave odor para o Senhor". Até o mais pobre
podia oferecer a Deus o seu sacrifício, como umpombinho, animal muito fácil de ser
adquirido: "Se a sua oferta ao Senhor for holocausto de aves, trará a sua oferta de rolas