Este documento discute a anatomia e fisiologia do cristalino, a patologia da catarata e seu tratamento cirúrgico. O cristalino é uma lente transparente localizada no olho médio que permite a acomodação visual através da contração do músculo ciliar. A catarata causa a opacificação do cristalino levando à perda da visão, sendo seu único tratamento a cirurgia de remoção do cristalino opaco e implante de lente intraocular.
Este documento discute a anatomia e fisiologia do cristalino, a patologia da catarata e seu tratamento cirúrgico. O cristalino é uma lente transparente localizada no olho médio que permite a acomodação visual através da contração do músculo ciliar. A catarata causa a opacificação do cristalino levando à perda da visão, sendo seu único tratamento a cirurgia de remoção do cristalino opaco e implante de lente intraocular.
Este documento discute a anatomia e fisiologia do cristalino, a patologia da catarata e seu tratamento cirúrgico. O cristalino é uma lente transparente localizada no olho médio que permite a acomodação visual através da contração do músculo ciliar. A catarata causa a opacificação do cristalino levando à perda da visão, sendo seu único tratamento a cirurgia de remoção do cristalino opaco e implante de lente intraocular.
Este documento discute a anatomia e fisiologia do cristalino, a patologia da catarata e seu tratamento cirúrgico. O cristalino é uma lente transparente localizada no olho médio que permite a acomodação visual através da contração do músculo ciliar. A catarata causa a opacificação do cristalino levando à perda da visão, sendo seu único tratamento a cirurgia de remoção do cristalino opaco e implante de lente intraocular.
Baixe no formato PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 11
CATARATA
OFTALMOLOGIA - JAMES MARCHIORI E CÉSAR SILVEIRA
GABRIEL ALMEIDA GODOLPHIM – ATM 2023/1 B REVISÃO ANATÔMICA - CRISTALINO • O cristalino é uma lente transparente biconvexa com alto poder de refração que se localiza na região média do olho, dividindo o globo ocular em segmentos anterior e posterior; • Rico em proteínas, não tem inervação ou vascularização, o que possibilita sua transparência. É envolto por uma cápsula elástica e, por meio das fibras zonulares, conecta-se com o músculo ciliar; • É a contração da musculatura ciliar que possibilita a realização da principal função do cristalino = a acomodação visual. A contração do músculo relaxa as Cristalino tem papel passivo na acomodação visual (a fibras zonulares, aumento o cristalino em contração do músculo ciliar é o participante ativo, visto seu diâmetro ântero-posterior (torna-se que possibilita o aumento do diâmetro AP do cristalino). mais convergente). REVISÃO ANATÔMICA - CRISTALINO • O segmento anterior do olho é dividido pela íris em câmaras anterior e posterior (onde há a produção do humor aquoso pelos processos ciliares e a drenagem dele pela malha trabecular no ângulo camerular); • O cristalino é a única estrutura ocular que cresce até o fim da vida. Tal característica pode contribuir para a fisiopatologia de outras doenças, como o glaucoma, uma vez que o aumento do diâmetro ântero-posterior do cristalino pode comprimir o diafragma (íris) e reduzir o ângulo camerular, dificultando o escoamento do humor aquoso e aumentando a pressão intraocular; • O cristalino é uma estrutura hermeticamente fechada desde a embriogênese (não entra em contato com nenhuma estrutura ocular ou sistêmica desde sua origem). Assim, suas proteínas são consideradas extremamente antigênicas – lesões com ruptura do cristalino levam a excessivas reações inflamatórias; REVISÃO ANATÔMICA - CRISTALINO • Microscopia: dividido em quatro camadas (epitélio, cápsula, córtex e núcleo). O epitélio se localiza somente na porção anterior e é responsável pelo crescimento do cristalino – nas extremidades equatoriais, suas células sofrem diferenciação e sintetizam as proteínas e fibras do córtex; • A cápsula molda o cristalino durante o processo de acomodação. O interior do cristalino é formado pelo córtex (estrutura em constante crescimento pela síntese de fibras das células epiteliais) e núcleo (porção central mais antiga – a mesma desde a embriogênese). CATARATA - DEFINIÇÃO • A catarata é o processo de opacificação/perda de transparência do cristalino, impedindo que os feixes de luz cheguem de maneira adequada à retina, onde são percebidos pelos fotorreceptores; • Além disso, há diminuição progressiva da elasticidade do cristalino e da sua capacidade de acomodação visual (focalização das imagens sobre a retina). Na maioria dos casos, acredita-se que a catarata está relacionada com estresse oxidativo; • O principal sintoma da catarata é diminuição da visão; no entanto, o comprometimento visual depende do tipo e severidade da catarata (nem todos os pacientes percebem ou apresentam comprometimento visual). CATARATA – EPIDEMIOLOGIA • A catarata é a principal causa de cegueira reversível no mundo (no entanto, o sucesso do tratamento cirúrgico nos dias de hoje está relacionado com o aumento significativo na qualidade de vida dos idosos). A incidência da catarata é de cerca de 20% da população mundial (pode chegar a 50% em indivíduos acima de 65 anos); • FATORES DE RISCO: a catarata pode surgir em qualquer etapa da vida, sendo mais comum na vida senil (senilidade é a principal causa de catarata). Os casos infantis costumam se relacionar com infecções congênitas (rubéola e toxoplasmose) e síndromes genéticas, enquanto, na vida adulta, relaciona-se com exposição à radiações (principalmente UV), tabagismo, diabetes, traumatismos, infecções intraoculares (uveítes e endoftalmites) e drogas (corticoides são as mais comuns). A IDADE É O PRINCIPAL FATOR DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE CATARATA CATARATA – MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • O principal sintoma é a diminuição progressiva da visão, para longe e para perto, não melhorando com a correção Simulação refracional adequada. Além de uma perda da visão quantitativa, há perda qualitativa: de paciente embaçamento e distorção dos objetos e com diminuição da percepção de brilhos, catarata contrastes e cores; • Outro sintoma comum é a dificuldade de enxergar contra a luz, em geral quando a Diagnóstico: associação da anamnese (queixa de catarata atinge a porção central do cristalino diminuição da visão, embaçamento e dificuldade em (a queixa do paciente costuma ser medo de perceber cores e detalhes) com o exame físico (teste dirigir à noite por visão dificultada); da acuidade visual e avaliação do cristalino – em casos de miopização da catarata ou cataratas que • O sintomas podem se manifestar de acometem apenas o eixo visual, o teste de visão maneira aguda ou insidiosa. pode estar normal). Leucocoria associada à irregularidade CATARATA – LEUCOCORIA pupilar e esclera SEM hiperemia é sugestivo de infecção intraocular prévia (como uveíte) • Uma manifestação da catarata no exame que deixou como sequela a catarata físico pode ser a leucocoria (reflexo pupilar branco). No entanto, são muitas as causas de leucocoria além da catarata, como: retinoblastoma, persistência do vítreo primário hiperplásico, doença de Coats etc; • A principal causa de leucocoria em crianças é a catarata congênita, que pode ser idiopática, relacionada com infecções no período fetal (rubéola e toxoplasmose), induzida por drogas, associada com doenças metabólicas (hipercalcemia, diabetes) ou traumatismos; • Além disso, deve-se sempre avaliar a possibilidade de retinoblastoma na criança, visto que é uma neoplasia maligna que se A ausência de leucocoria não exclui a possibilidade projeta à cavidade vítrea com altas taxas de dessas doenças – às vezes, estrabismo pode ser a mortalidade. manifestação inicial (sempre investigar) RETINOPATIA DA PREMATURIDADE • Ao realizar o exame oftalmológico no recém- nascido, deve-se atentar, principalmente em prematuros, à retinopatia da prematuridade; • É uma retinopatia proliferativa associada à exposição de oxigênio hiperbárico em crianças pré-termo. Por mais que auxilie na ventilação, o efeito retiniano pode ser deletério: a retina precisa de um ambiente hipoxêmico para se desenvolver normalmente – grandes quantidades de oxigênio podem resultar em fibrose e involução da retina, o que desencadeia um processo de descolamento em funil – o tratamento é feito com laser (involução dos microvasos que se proliferaram em uma RETINA EM FUNIL tentativa de evitar o descolamento de retina). CATARATA - TRATAMENTO • O único tratamento existente para a catarata é cirúrgico! A indicação absoluta para a realização da cirurgia é o risco potencial e irreversível para a visão (como é o caso dos glaucomas secundários ao aumento do cristalino ou de liberação de partículas cristalinianas no humor aquoso – risco de inflamação); • Nos outros casos, a indicação não é absoluta – dependerá do grau de comprometimento visual relacionado com as necessidades individuais e estilo de vida do paciente; • Independente da técnica, o processo constitui na remoção do cristalino e substituição por uma lente artificial intraocular (LIO) – importante lembrar que a lente artificial não realiza a acomodação visual; A acomodação não é possível após a portanto, a distância de foco deve ser avaliada em cirurgia, pois a LIO é uma lente estática conjunto com o paciente no pré-operatório (incapaz de relaxar ou contrair para (normalmente, escolhe-se manter uma leve miopia que focalizar objetos em diferentes será corrigida com lentes no pós-operatório). distâncias) CATARATA - TRATAMENTO • CIRURGIA INTRACAPSULAR: técnica mais rudimentar realizada até os anos 1980 (atualmente, reservada para casos especiais em que a facoemulsificação não será suficiente, como em traumas extensos do cristalino). Alto risco de descolamento de retina. Consiste na retirada total do cristalino e substituição por uma lente intraocular; • FACOEMULSIFICAÇÃO: preserva-se o envelope capsular, que servirá de estrutura pra sustentar a lente implantada. Após a abertura da cápsula anterior, um facoemulsificador tritura e absorve o córtex e núcleo do cristalino em um processo dividido CUIDADO: não romper o folheto posterior da em quatro partes (maior segurança), cápsula – extravasamento de humor vítreo e mantendo a cápsula íntegra e implantando a lente intraocular artificial. risco aumentado de descolamento de retina.