Tania Marques Relatorio e Monografia Final PDF
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Estudo
Farmácia comparativo entre asoborganização interna daJoão Farmácia
Relatório de estágio e Monografia intitulada “Estudo comparativo entre a organização interna da Farmácia Comunitária e da
Hospitalar” referentes à Unidade Curricular “Estágio” orientação, respetivamente, do Dr. Jorge Aperta, do Dr. Margato
e do Professor Doutor João Rui Pita e apresentados à Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra,
Comunitária e da Farmácia Hospitalar
para apreciação na prestação de provas públicas de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Junho 2018
Relatório de estágio e Monografia no âmbito da unidade curricular “estágio” do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, sob
orientação de
Professor Doutor João Rui Pita e apresentado à Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
Junho 2018
Relatório de estágio e Monografia intitulada “Estudo comparativo entre a organização interna da Farmácia
Comunitária e da Farmácia Hospitalar” referentes à Unidade Curricular “Estágio” sob orientação,
respetivamente, do Dr. Jorge Aperta, do Dr. João Margato e do Professor Doutor João Rui Pita e apresentados
à Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, para apreciação na prestação de provas públicas de
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Junho 2018
Agradecimentos
Quero agradecer:
Aos meus pais, que me possibilitaram esta experiência e sem os quais não teria
conseguido chegar até ao fim.
Ao meu namorado pela paciência de santo e pelo apoio dado nas alturas em que mais
precisava.
Ao meu orientador Professor Doutor Rui Pita por todo o apoio e dedicação
prestados.
SF – Serviços Farmacêuticos
TF – Técnico de farmácia
Abstract: Community and hospital pharmacy are both pharmaceutical activities, conducted to users
and medicines. This study’s aim is to compare internal’s organization of these two health institutions,
which have so much in common as in different. For that, nine technical features were selected and
include: these places definitions, opening conditions, facilities and equipment, health care
management, human resources, manipulated drugs, medicines supply , special use authorizations
and pharmacovigilance. The research focused on the legislation aspects and the recommended best
practices for these places, allowing a general overview of the aspects they have in common and
which basis ensures the services provision to patients. In the second part of this study, a SWOT
analysis was conducted concerning internship activities which were carried out from January to
February at Hospital Sousa Martins pharmaceutical services and from March to June at Margato
Pereira Pharmacy.
Key words: Hospital pharmacy; community pharmacy; pharmacist; legislation; facilities and
equipment; health care management; medicine’s distribution; internship; cytotoxic drugs; outpatient;
pharmacovigilance; medical prescription; invoicing.
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................................ 2
4. Instalações e Equipamentos.............................................................................................................. 5
1. Introdução .......................................................................................................................................... 25
Quadro III – Divisões e seções obrigatórias para a farmácia comunitária e para a farmácia
hospitalar, respetivamente.
Sendo um dos espaços mais acessíveis à população, a farmácia comunitária deve estar
preparada para responder às necessidades desta, não só a nível de pessoal qualificado mas,
também, a nível de instalações e equipamentos. Já a farmácia hospitalar deve ter uma
logística que permita o adequado fluxo de medicamentos e pessoas, não só dentro dos
vários setores que a constituem, como também com os respetivos serviços clínicos que
auxilia. No entanto, em ambos os casos está presente a cedência de medicamentos com as
informações necessárias para a sua utilização racional e segura, quer seja na dispensa ao
público pela farmácia comunitária, na dispensa em ambulatório hospitalar ou na dispensa
para os serviços de enfermagem posteriormente administrarem aos doentes internados.
O presente estudo surge com o objetivo de fazer uma comparação entre a organização
interna destas duas instituições de saúde, uma vez que têm tanto em comum como de
diferente. Mais especificamente pretende-se comparar as diferentes exigências ao nível de
abertura, instalações e equipamentos, tipo de gestão que se pode realizar em cada uma
delas, recursos humanos, bem como na cedência e distribuição de medicamentos. Também
se pretende evidenciar os aspetos que têm em comum como por exemplo a presença e o
papel ativo do farmacêutico e, mais especificamente, no caso dos manipulados em que as
exigências do seu fabrico são idênticas quer seja numa ou noutra.
2
2. Farmácia Comunitária versus Farmácia Hospitalar
Podemos então constatar que ambas realizam atividades dirigidas não só para o
medicamento como também para o doente, mas a nível hospitalar o contato com o público
faz-se num ambiente mais restrito e sem a vertente comercial que envolve a farmácia
comunitária.[5,6]
3
Quadro I – Requisitos necessários para abertura de nova farmácia comunitária.
Capitação mínima de 3500 habitantes por farmácia no respetivo município, a não ser que se
instale a mais de 2 Km da farmácia mais próxima;
Distância mínima de 350 m entre farmácias, contados, em linha reta, a partir dos limites
exteriores;
Distância mínima de 100 m entre a farmácia e uma extensão de saúde, centro de saúde ou
estabelecimento hospitalar contados, em linha reta, dos respetivos limites exteriores, a não ser
que a localidade tenha menos de 4000 habitantes.
Fonte – Elaborado pela autora com base na Portaria n.º 352/2012 de 30 de Outubro de 2012
4
abertura é autorizada.[4] A qualquer momento, poderá ser retirada a autorização, no caso de
não conformidade com as condições de funcionamento afixadas.[4]
4. Instalações e Equipamentos
O aspeto exterior de uma farmácia comunitária deve permitir uma fácil identificação,
possuir a inscrição “FARMÁCIA” e o símbolo “cruz verde” e uma placa identificativa do
nome da farmácia e do diretor técnico.[6,8] A acessibilidade deve ser garantida para todos os
potenciais utentes incluindo portadores de deficiência, idosos e crianças pelo que deve haver
uma porta alternativa ou uma rampa de acesso que facilite o acesso por parte destes, no
caso de haver obstáculos à entrada.[6,8]
5
Quadro II – Serviços farmacêuticos que se podem realizar em farmácia comunitária.
Serviços farmacêuticos
Apoio domiciliário
Administração de primeiros socorros
Administração de medicamentos
Utilização de meios auxiliares de diagnóstico e terapêutica
Administração de vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação
Programas de cuidados farmacêuticos
Campanhas de informação
Programas de educação para a saúde
Consultas de nutrição
Programas de adesão e reconciliação terapêutica bem como preparação
individualizada da medicação
Educação sobre a utilização de dispositivos médicos
Testes rápidos de rastreio de VIH, VHC e VHB – aconselhamentos antes e
após o teste e orientação para instituições hospitalares nos casos necessários
Serviços simples de enfermagem
Cuidados de nível I na prevenção e tratamento do pé diabético
Fonte – Elaborado pela autora com base na Portaria n.º97/2018 de 9 de Abril de 2018
6
A zona de receção dos produtos farmacêuticos deve ter acesso direto ao exterior e
fácil acesso ao armazém dos medicamentos sendo, no entanto, separada deste.[11] A porta de
entrada deve permitir a entrada de volumes grandes e proteger as encomendas das
condições atmosféricas.[11]
Quadro III – Divisões e seções obrigatórias para a farmácia comunitária e para a farmácia hospitalar, respetivamente.
Fonte – Elaborado pela autora com base nos Decretos-Lei n.º307/2007 de 31 de Agosto e n.º44 204 de 2 de
Fevereiro de 1962
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5. Gestão de Cuidados de Saúde
A gestão das entidades prestadoras de cuidados de saúde requer uma certa sensibilidade
e preparação por parte dos responsáveis, devido à complexidade e dinâmica dos serviços
prestados.[9,12] O principal foco das decisões tomadas é o utente, de modo a assegurar que é
prestado o melhor serviço possível mas não se pode descurar das metas estabelecidas para
melhorar a performance da organização.[9,12]
De acordo com as boas práticas de gestão na farmácia são quatro as principais funções
que a tarefa de gestão implica nomeadamente planear, organizar, direcionar e controlar os
esforços realizados em todos os níveis da empresa para atingir os objetivos propostos.[13] O
planeamento estabelece a forma como a empresa se irá desenvolver no futuro, a
organização tem como objetivo garantir as condições para que os objetivos propostos sejam
cumpridos, a direção envolve a capacidade de comunicar, motivar e liderar e, por último, o
controlo permite comparar o desempenho atual com o desejado, de modo a poderem ser
implementadas correções.[13]
8
importa ou não realizar as negociações propriamente ditas e preparar muito bem os limites
de aceitação para os produtos que interessa adquirir.[9,13] Por último, interessa medir em
termos quantitativos e qualitativos os resultados das decisões tomadas de modo a fazer uma
análise dos resultados obtidos.[13]
Em primeiro lugar temos de ter em conta que para o financiamento dos hospitais
pertencentes ao SNS é assinado um contrato-programa com a duração de 3 anos, mas que
pode ser sujeito a revisões anuais consoante o desempenho efetivo e o previsto de cada
hospital.[14,15] Uma fração deste orçamento depende do nível de atividade dos hospitais
consoante a classificação de doentes por grupos de diagnóstico homogéneo e o número de
doentes atendidos e existe, também, um pagamento adicional no caso de procedimentos ou
doentes específicos como por exemplo os doentes em diálise, novos doentes VIH,
diagnósticos pré-natal ou tratamento ambulatório de doentes crónicos.[14,16] Este contrato-
programa financia, ainda, qualquer despesa com os medicamentos utilizados nos hospitais ou
dispensados pelos mesmos consoante regras de financiamento.[14] Em segundo lugar, a
definição de critérios de prescrição de medicamentos e a monitorização da sua utilização
impôs a criação de uma comissão nacional de farmácia e terapêutica à qual compete a
elaboração do formulário nacional de medicamentos.[17,18,19] A utilização deste formulário é
obrigatória para todos os serviços do SNS.[17,18,19]
9
aprovisionamento do hospital e a adjudicação é da responsabilidade do conselho de
administração.[21]
Apesar dos recursos económicos terem cada vez mais um elevado peso na gestão, a
principal base de uma gestão com qualidade assenta nos recursos humanos.[21]
10
6. Recursos Humanos
A carreira do farmacêutico hospitalar, até 2017, estava incluída na carreira dos Técnicos
Superiores de Saúde, reservada a habilitação profissional adequada com a obtenção do grau
de especialista em farmácia hospitalar conferido pela Ordem dos Farmacêuticos, segundo o
despacho normativo n.º 29/2005.[24] Foi, então, criada uma carreira especial farmacêutica na
administração pública, através de Decreto-Lei n.º 109/2017.[25] Esta carreira estrutura-se em
três categorias: a de farmacêutico assistente, farmacêutico assessor e farmacêutico assessor
sénior, refletindo a diferenciação e qualificação profissionais que, inerentes ao exercício do
ato farmacêutico, enquadram profissionais detentores do título de especialista.[25]
7. Medicamentos Manipulados
11
serviços farmacêuticos hospitalares, a preparação de manipulados só pode ser realizada pelo
próprio ou sob a sua supervisão e controlo.[26,27] Cabe a este atribuir funções ao pessoal que
selecionou com competência técnica e experiência, promover a formação e a reciclagem
periódica do pessoal que intervém na preparação e controlo destes, bem como estabelecer
as normas básicas de higiene, podendo, ainda, delegar a supervisão das operações a um
farmacêutico-adjunto.[26,27]
12
Quadro V – Dados que devem constar na ficha de preparação de medicamentos manipulados.
Fonte – Elaborado pela autora com base na Portaria n.º594/2004 de 2 de Junho de 2004
Devem estar disponíveis para venda, no mínimo, três medicamentos com a mesma
substância ativa, forma farmacêutica e dosagem, de entre os cinco preços mais baixos de
cada grupo homogéneo.[30] Aquando da dispensa da medicação, deve-se informar o doente
da existência, na farmácia, de medicamentos com a mesma substância ativa, dosagem,
apresentação e forma farmacêutica do medicamento prescrito, mesmo sobre aqueles que
são comparticipados pelo SNS e sobre o medicamento que tem o preço mais baixo que está
disponível no mercado.[30] A menos que seja outra a opção do doente, deve ser dispensado o
medicamento de menor preço.[30] O doente só não poderá optar no caso de não existir
medicamento genérico do medicamento prescrito ou no caso de haver justificação técnica
da insusceptibilidade da substituição do medicamento, por parte do prescritor.[30] São três as
justificações técnicas admissíveis e dizem respeito a medicamentos com margem ou índice
terapêutico estreito, a suspeita fundada de intolerância ou reação adversa a medicamentos
com a mesma substância ativa mas com outra denominação comercial e a continuidade de
um tratamento com duração superior a 28 dias.[30] No caso de continuidade do tratamento,
o doente poderá optar apenas por um medicamento de preço inferior ao do prescrito.[30]
14
por um período de 24h.[11] Além de haver uma menor possibilidade de erros de medicação,
permite a redução de custos com os medicamentos pois, os que não forem consumidos, são
devolvidos intactos à farmácia, constituindo as revertências.[31] Em cada embalagem unitária
deve constar obrigatoriamente o nome genérico, a dosagem, o prazo de validade e o lote de
fabrico e seria desejável que ainda constasse o nome comercial, o lote de reembalagem e o
código de barras.[21]
Sempre que possível a preparação da medicação deverá ser efetuada com o apoio de
equipamentos semiautomáticos que possibilitam a redução do tempo despendido na tarefa e,
também, a redução de erros que, por sua vez, podem levar a reações medicamentosas
adversas.[11,31] Além de melhorarem a qualidade do trabalho executado e racionalizarem os
stocks das unidades de distribuição, apresentam um custo significativo que pode, ainda, ser
determinante na sua implementação.[11,31]
A venda de medicamentos que não sejam de uso exclusivo hospitalar ao público não é
permitida, a não ser que não haja farmácia particular naquela localidade ou quando se apure
que no mercado local não haja acesso aos medicamentos ou, ainda, quando as farmácias
pertençam a Santas Casas da Misericórdia que já possuem alvará de venda ao
público.[4]Como o preço de venda não está regulamentado para estes casos, deve ser
cobrado ao doente o preço de custo do medicamento.[4]
Quadro VI – Patologias legisladas para a cedência de medicamentos em regime de ambulatório pela farmácia
hospitalar.
16
de justificação clínica, seja necessário para dar resposta à eventual ou potencial propagação
de patogénios, toxinas, agentes químicos ou radiações nucleares que possam causar efeitos
nocivos e, em casos excecionais, em que sejam adquiridos pela farmácia comunitária ou
pelos serviços farmacêuticos hospitalares para dispensa a um doente em específico”.[28]
10. Farmacovigilância
17
11. Conclusão
É ao nível da gestão de cuidados de saúde que se observa uma grande discrepância entre
estas duas instituições. As boas práticas de gestão na farmácia comunitária indicam seis
pilares a ter em conta mas são meramente identificativos, ficando ao critério do proprietário
e/ou do diretor técnico a escolha do melhor modelo de gestão para o seu negócio. O
mesmo já não acontece com a gestão dos serviços farmacêuticos hospitalares na qual se têm
de respeitar orçamentos estabelecidos, a utilização de medicamentos que constem no
formulário nacional de medicamentos e providenciar a cooperação/coordenação com
diferentes setores, nomeadamente o conselho de administração, o serviço de
aprovisionamento e comissão de farmácia e terapêutica, entre outros.
18
Os recursos humanos são uma mais valia para estas instituições, devendo apostar-se na
sua formação e qualificação. A presença do farmacêutico é dotada de uma importância fulcral
para garantir a qualidade dos serviços prestados. É, no entanto, notável a diferença entre a
organização/progressão de carreiras do mesmo profissional nestes ramos distintos. Salienta-
se, ainda, que na farmácia comunitária há uma abertura para a contratação de outros
profissionais, que não farmacêuticos nem técnicos de farmácia, e que se dizem devidamente
habilitados mas que pode comprometer a qualidade dos serviços prestados, na minha
opinião.
20
12. Referências Bibliográficas
2. PITA R., PEREIRA A., BELL V. – Pharmacy in Portugal (1950-2010) and the Pharmacist
Profession. Acta Medicorum Polonorum 4 (2014) 29-52 [Acedido a 6 de junho de 2018].
Disponível na Internet: http://bazhum.muzhp.pl/media//files/Acta_Medicorum_Polonorum.
3. AGUIAR, A., PITA, R., MARTINS, A., CASTRO, F., SÉRIO, H., NORTE, J., CRUZ, J.P.,
GARCIA, M., LOPES, N.V., REBELO, P.B., FREIRE, P., GOMES, P., SIMOES, S., COSTA, S. -
Farmacêuticos 2020: Os desafios da próxima década. 1ª Edição, Hollyfar, Farmácia
Distribuição, Lisboa, 2012, ISBN 978–989–96318–2–3.
5. PITA, R.,;BELL, V. – A farmácia em Portugal nos últimos 30 anos: algumas reflexões sobre
a farmácia de oficina ou comunitária. Debater a Europa nº15 (2016) 197-215.
6. Boas Práticas Farmacêuticas para a farmácia comunitária. 3ª Edição. Lisboa: Ordem dos
Farmacêuticos, 2009.
7. Portaria n.º 352/2012. Diário da República, 1ª série – N.º 210 – 30 de Outubro de 2012.
9. DUARTE A., NUNES F., MARTINS L. – Responsabilidade social no setor das farmácias em
portugal. Ordem dos Farmacêuticos, Lisboa [Acedido a 6 de junho de 2018]. Disponível na
Internet: https://www.ordemfarmaceuticos.pt.
10. Portaria n.º97/2018. Diário da República, 1.ª série – N.º 69 de 9 de abril de 2018.
11. BROU M., FEIO J., MESQUITA E., RIBEIRO R., BRITO M., CRAVO C., PINHEIRO E. –
Manual da Farmácia Hospitalar. Gráfica Maiadouro (2005) ISBN 972-8425-63-5.
12. STEFL, M. E. – Common competencies for all healthcare managers: the healthcare
leadership alliance model. Estados Unidos: Journal of Healthcare Management. Vol.53, nº6
(2008) p.360-373.
21
13. AGUIAR, A. H. – Boas Práticas de Gestão na Farmácia: Guia de ação para tempos
modernos. 2ª Edição. Lisboa: Hollyfar – Marcas e Comunicação Lda., 2012. ISBN 978–989–
96318–4–7.
15. Termos de Referência para contratualização de cuidados de saúde no SNS para 2018.
Lisboa (2017).
16. BARROS P., MACHADO S., SIMÕES J. – Portugal: Health system review. European
Observatory on Health Systems and Policies. 13:4 (2011) 1-156 ISSN 1817-6127.
17. Despacho n.º 2061-C/2013. Diário da República, 2.ª série - N.º24 1º suplemento de 4 de
Fevereiro de 2013.
18. Despacho n.º2061-C/2013. Diário da República, 2.ª série – N.º 24, 1º suplemento de 4 de
Fevereiro de 2013.
19. Deliberação n.º690/2013. Diário da República, 2.ª série – N.º 44 de 4 de Março de 2013.
20. Deliberação n.º1772/2006. Diário da República, 2.ª série – N.º 244 de 21 de Dezembro
de 2006.
21. Boas Práticas de Farmácia Hospitalar. Lisboa: Ordem dos Farmacêuticos 1999 ISBN 972-
96555-2-9.
22. Despacho n.º 1571-B/2016. Diário da República, 2.ª série – N.º21 de 1 de Fevereiro de
2016.
24. Despacho normativo n.º 29/2005. Diário da república, 1ª série – B – N.º87 de 5 de Maio
de 2015.
25. Decreto-Lei n.º 109/2017. Diário da República, 1.ª série – N.º167 de 30 de Agosto de
2017.
26. Portaria n.º 594/2004. Diário da República, 1.ª série - N.º129 de 2 de Junho de 2004.
22
27. “Medicamentos manipulados” Nsolutions, design e imagem, Lda. Lisboa (2005) ISBN 972-
8425-66-X.
30. Lei n.º 11/2012. Diário da República, 1.ª série – N.º49 de 8 de Março de 2012.
31. Hospital Pharmacy management. Part III: Management support systems – Organization
and management – N.º45 (2012) 45.4-45.7 [Acedido a 13 de março de 2018]. Disponível na
Internet em: http://apps.who.int/medicinedocs.
33. Decreto-Lei n.º 206/2000. Diário da República, 1.ª série – A – N.º202 de 1 de Setembro
de 2000.
34. Decreto-Lei n.º 13/2009 de 12 de Janeiro. Diário da República, 1.ª série- N.º 7 de 12 de
Janeiro de 2009.
35. Pharmacovigilance: ensuring the safe use of medicines. WHO Policy Perspectives on
Medicines. (2004), p.1-6.
23
Parte II – Estágio Curricular
1. Introdução
A formação académica do futuro farmacêutico tem como objetivo dotar o aluno das
ferramentas essenciais para poder desempenhar da melhor forma o seu trabalho, seja qual
for a área escolhida. Nesse sentido, o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas prevê
a realização de um estágio curricular obrigatório em Farmácia Comunitária, pois é o setor
onde se encontra um grande número de profissionais, e opcional em Farmácia Hospitalar,
Indústria, Assuntos regulamentares, consoante o interesse do aluno.
Este relatório pretende abordar, sob a forma de uma análise SWOT, as atividades
realizadas durante os meus estágios curriculares, que se distribuíram da seguinte maneira: de
janeiro a fevereiro nos Serviços Farmacêuticos do Hospital Sousa Martins e de março a
junho na Farmácia Margato Pereira. Nesta análise relativa às atividades que desempenhei
durante o estágio curricular pretendo identificar, a nível interno, os pontos fortes (Strenghts)
e os pontos fracos (Weaknesses) do meu desempenho e das ferramentas que tive à minha
disposição. A nível externo, pretendo identificar as oportunidades (Opportunities) e ameaças
(Threats), no sentido de fazer uma reflecção dos aspetos aos quais é necessário prestar mais
atenção para poder melhorar o meu desempenho como futura farmacêutica.
25
2. A história do Hospital Sousa Martins
Em 1881, o Doutor Sousa Martins fez uma expedição à Serra da Estrela considerando-a
um ótimo local para o tratamento da tuberculose.[2] A rainha Dona Amélia, sensibilizada
pelos problemas da tuberculose em Portugal, permitiu e patrocinou a criação de um
sanatório na Guarda e, a 18 de Maio de 1907, foi inaugurado o primeiro sanatório de
Portugal, em altitude.[2] Foi lhe atribuído o nome de Sousa Martins, em honra deste, pela sua
dedicação à causa e, para a época, este era considerado uma moderna unidade de saúde,
tendo-se equiparado às famosas estâncias de cura da tuberculose pulmonar da Europa.[2]
Nas últimas décadas o hospital Sousa Martins tem funcionado como hospital distrital e,
em 2008, foi constituída a ULS Guarda tendo como principal atividade a prestação de
cuidados de saúde primários, diferenciados e continuados à população.[2] Esta nova estrutura
tutela, ainda, o Hospital Nossa Senhora de Assunção, em Seia, e todos os Centros de Saúde
do Distrito, com exceção do de Aguiar da Beira.[2]
26
- Armazéns: os medicamentos estão armazenados em prateleiras por ordem alfabética de
DCI, devidamente identificados e segundo a norma “First Expired, First Out”; existem, ainda,
medicamentos com necessidades próprias de armazenamento como é o caso dos
inflamáveis, gases medicinais, citotóxicos e medicamentos que necessitam de refrigeração
que estão separados dos restantes, de modo a ter os seus requisitos de armazenamento e
conservação satisfeitos;
- Unidade central de preparação de citotóxicos: constituída por uma sala de apoio onde o
farmacêutico valida a prescrição médica, imprime os rótulos de identificação e onde se
preparam os tabuleiros com o material necessário para cada preparação; um vestuário onde
se podem deixar os bens pessoais; uma antecâmara onde o farmacêutico e o técnico de
farmácia se equipam com o vestuário adequado antes de entrar para a área limpa e, por fim,
a área limpa onde se encontra a câmara de fluxo laminar vertical, no interior da qual ocorre
a manipulação dos citotóxicos;
27
2.3. Análise SWOT
2.3.1. A nível interno
2.3.1.1. Pontos Fortes
Identificação dos medicamentos LASA para uma maior segurança
28
Estudos de farmacocinética
Dentro deste setor destaco que me foi dada a possibilidade de observar a validação das
prescrições médicas e a oportunidade de me equipar e entrar para a área limpa. Verifiquei
que o farmacêutico adota uma atitude crítica no sentido de confirmar se foram seguidos os
protocolos existentes, se as doses a administrar estão corretas e, além disso, observei de
perto a manipulação com técnica assética dos citotóxicos.
29
Distribuição em ambulatório
Neste setor, o meu estágio começou com a elaboração de uma lista dos medicamentos
existentes, o que me permitiu perceber quais os principais tipos de patologias crónicas que
exigem vigilância como, por exemplo, a artrite reumatoide, a hepatite C e as doenças
oncológicas. Acompanhei, também, a dispensa dos medicamentos aos doentes verificando
que eram dadas todas as informações relativas à terapêutica de modo a promover a adesão
e o uso racional da mesma. Esta dispensa é feita de forma mensal, a não ser para algumas
exceções aprovadas pelo conselho de administração, devido ao baixo custo dos
medicamentos e/ou atendendo à dificuldade de transporte de alguns utentes.
Este é um dos poucos setores que nos permite, enquanto farmacêuticos hospitalares, ter
contato com o doente o que, muitas vezes, é gratificante.
30
que não se encontre no formulário e que tenha AIM válida em Portugal, o prescritor deve
preencher uma autorização de medicamentos extra-formulário, de modo a justificar a
necessidade desse medicamento. Este pedido terá de ser avaliado pelo diretor clínico e pela
CFT que podem ou não autorizar a sua utilização.
No caso de o medicamento não ter AIM em Portugal ou ter a AIM mas não a avaliação
farmacoeconómica, faz-se um pedido de autorização de utilização especial. Esta autorização
tem de ser aprovada pelo diretor clínico e com conhecimento da CFT para posteriormente
ser pedida ao INFARMED.
Formação complementar
Foram realizadas duas formações durante o meu período de estágio, às quais tive a
possibilidade de assistir. Uma dizia respeito ao medicamento Trevicta® e a outra à gestão da
comunicação com o utente. Estas formações, além de terem objetivos diferentes,
demonstram a exigência da multidisciplinaridade do trabalho do farmacêutico.
Para colmatar as necessidades nutricionais dos seus doentes, os SF possuem uma grande
variedade de suplementos alimentares. Estes são adequados para diversas condições entre as
quais destaco os suplementos desenvolvidos especialmente para diabéticos, os enriquecidos
com arginina para doentes com úlceras de pressão e os hiperproteicos e hipercalóricos para
idosos com perda involuntária de peso.
Apesar da via entérica ser a mais fisiológica e estar associada a um menor número de
complicações, por vezes, é necessário recorrer-se à via endovenosa para a administração de
nutrientes. Para este efeito os SF têm disponíveis bolsas de nutrição parentérica
tricompartimentadas, preparadas pela indústria farmacêutica, uma vez que estes não
possuem nas suas instalações câmara de fluxo laminar horizontal para a realização de
manipulados estéreis. Estas bolsas podem ser aditivadas, consoante o perfil do doente, e são
reconstituídas de forma sequencial nos serviços de enfermagem, o que considero uma
desvantagem pois não estão garantidas as condições ideais.
31
Preparação de manipulados não estéreis
Setor da farmacovigilância
Durante o meu estágio não acompanhei nenhuma notificação de reação adversa mas foi-
me dado um caso prático para fazer a sua identificação e preenchi o formulário de
notificação de RAM para profissionais de saúde, o que me permitiu ficar sensibilizada quanto
à importância da intervenção do farmacêutico.
No caso de haver rotura de stocks pode-se recorrer ao hospital mais próximo para fazer
um empréstimo da medicação de uso exclusivo hospitalar ou a uma farmácia comunitária, de
modo a fazer face a situações de urgência.
A minha permanência neste setor foi muito curta, o que considero um dos pontos fracos
do meu estágio, além de achar que a nível académico falta uma unidade curricular orientada
para a parte da gestão financeira.
33
Tive a oportunidade de participar nas visitas médicas da ortopedia e da medicina B. Estas
visitas permitem-nos conhecer o percurso do doente no hospital, acompanhando a sua
evolução em vez de apenas estarmos na farmácia a validar a medicação “para simples
nomes”. Além disso, permite-nos interagir com outros profissionais de saúde para podermos
esclarecer dúvidas sobre o porquê da aplicação daquele regime terapêutico e exprimirmos a
nossa opinião relativamente a qual seria a melhor alternativa. Considero vantajoso para os
outros profissionais de saúde uma vez que também estamos presentes para esclarecer, na
hora, quaisquer dúvidas que possam surgir sobre a terapêutica.
Considero vantajosa a minha passagem por esta área uma vez que nem todos os serviços
farmacêuticos hospitalares têm a seu cargo os cuidados primários. A título de curiosidade
foram-me explicadas as principais atualizações implementadas no PNV em 2017 entre as
quais destaco: a vacinação contra a tuberculose apenas para grupos de risco, quando
anteriormente era dada à nascença a todas as pessoas, e a alteração da periodicidade da
vacina contra o tétano, sendo a primeira dose aos 10 anos e depois os reforços aos 25, 45 e
65 anos e posteriormente de 10 em 10 anos, quando anteriormente era sempre dada de 10
em 10 anos.
Foi-me dada a possibilidade de assistir a uma reunião da CFT na qual foram abordados
vários temas entre os quais destaco a introdução de paracetamol efervescente no stock da
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farmácia para utilização nos doentes com dificuldades de deglutição; a introdução do
medicamento Trevicta®, que é uma formulação trimestral de palmitato de paliperidona, para
substituir a formulação mensal existente nos doentes já controlados, implicando a redução
de custos com as visitas domiciliárias para a sua administração; e, por último, o facto de a
cianocobalamina ter deixado de estar disponível para farmácias comunitárias, tendo os SF
que se passar a responsabilizar pela sua aquisição e envio para os centros de saúde do local
de residência dos doentes que precisam.
Considero bastante vantajoso ter assistido a esta reunião para contextualizar o papel da
comissão na prática pois apercebi-me da importância e do impacto da escolha e autorização
dos medicamentos a utilizar.
2.3.2.2. Ameaças
Ausência de reconciliação terapêutica
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Prévia frequência de uma licenciatura e ausência de guias práticos
3.1. Caraterização
O meu estágio curricular decorreu na Farmácia Margato Pereira, entre março e junho de
2018, sob a orientação do Dr. João Margato, Diretor Técnico e Proprietário da mesma. O
facto da farmácia se situar numa estrada nacional faz com que alguns utentes estejam apenas
de passagem, não sendo possível fazer um acompanhamento da evolução da sua saúde mas,
em contrapartida, os utentes da localidade já fidelizados possibilitam-nos a realização de um
acompanhamento mais próximo e personalizado.
Durante os dias úteis a farmácia está aberta das 9h às 21h, sem interrupção para o
horário de almoço e aos Sábados das 9h às 13h e das 14h às 20h. Aos Domingos e Feriados
encontra-se encerrada. Além disto, não realiza turnos de serviço permanentes pois localiza-
se num município sem serviço de urgência do SNS, estando apenas em regime de
disponibilidade.[12]
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A equipa da farmácia é constituída por três farmacêuticos e dois técnicos de farmácia,
cumprindo a legislação no que diz respeito à constituição do quadro do pessoal e
possibilitando, desta forma, um atendimento eficaz e de qualidade, realizado por profissionais
com conhecimentos técnicos e científicos.[13]
- Pequeno laboratório: equipado apenas com o material básico uma vez que não se realizam
manipulados;
Além destas divisões existe o gabinete do diretor técnico, onde se encontra arquivada
toda a documentação da farmácia e uma área de lazer para os funcionários. Saliento, ainda,
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que estas áreas se encontram ligadas de forma lógica possibilitando uma rápida deslocação
pela farmácia e, consequentemente, o profissional “ganha” tempo para um atendimento
personalizado ao balcão.
Atendimento ao público
A título de exemplo saliento um caso de oxiuríase que fui capaz de identificar, sobretudo
pela descrição de prurido anal noturno. Como medidas de prevenção e controlo sugeri a
lavagem da roupa da cama, da roupa de dormir e roupa interior com água bem quente, a
troca diária das toalhas da casa de banho e a prática de boa higiene pessoal com a lavagem
das mão depois de usar a casa de banho e antes e depois de mexer nos alimentos.[15] Como
suspeitei de uma reinfestação, sugeri ainda o tratamento farmacológico alargado a toda a
família com Fluvermal® pois existe na forma de comprimidos para os adultos e suspensão
oral para as crianças, apenas necessitando de uma toma única e aconselhei a repetição entre
2 a 4 semanas depois.[16]
Produtos veterinários
A farmácia Margato Pereira encontra-se num meio rural e, como tal, possui uma oferta
bastante variada de produtos veterinários. Além dos usuais desparasitantes internos e
externos, possui uma vasta gama de medicamentos para animais de exploração com que tive
oportunidade de contatar e entre os quais destaco: os variados antibióticos de utilização
exclusiva animal, injeções para a lactação, cremes para úbere e rações suplementares.
A título de curiosidade constatei que são os próprios donos dos animais que fazem a
administração dos antibióticos cuja principal via de administração é a intramuscular. São
bastante atentos, não só aos recursos que precisam para fazerem a administração, como
também ao intervalo de segurança da carne, no caso de venda do animal.
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3.3.1.2. Pontos Fracos
Realização de manipulados
Receituário e faturação
A diversidade de serviços prestados pela farmácia exige cada vez mais que o
farmacêutico tenha uma formação de valência multidisciplinar e, pessoalmente, considero
que obtive essa formação na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.
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Formação complementar
Durante o estágio foi também possível ter formações sobre os produtos Glucosamina
Duplo® e Vitamina D® da Bioactivo, Regeneris® e soluções nutricionais da Meritene. Este
tipo de formação reveste-se de extrema importância pois há uma grande variedade de
produtos existentes no mercado. Além disso, a interação com os formadores permite a
colocação de dúvidas sobre a melhor maneira de abordar os utentes no sentido de sugerir
os produtos bem como de possíveis interações e/ou cuidados a ter na dispensa de
suplementos alimentares. A partilha de conhecimentos torna estes momentos bem mais
interessantes do que o estudo por iniciativa própria.
Programa informático
O sistema informático é uma ferramenta essencial para a realização de uma gestão eficaz
e racional dos produtos da farmácia. Além disto, também permite a realização do
acompanhamento farmacoterapêutico do utente, o que se pode traduzir numa diminuição de
possíveis erros de medicação e interações medicamentosas.
A possibilidade de contatar com o programa 4DigitalCare foi um desafio pois era uma
plataforma completamente desconhecida para mim, uma vez que estava mais familiarizada
com o Sifarma 2000®. É um programa bastante intuitivo e fácil de utilizar pelo que considero
uma mais-valia o meu contato com esta ferramenta de trabalho.
Justamente pela facilidade da sua utilização foi-me permitido realizar o pedido das
encomendas diárias no final do dia. Deste modo, foi-me possibilitado o contato com a parte
de gestão da farmácia pois tive autonomia para não incluir certos produtos, sugeridos pelo
programa, no pedido bem como de selecionar o fornecedor com as melhores condições
para determinados produtos.
Por norma a prescrição é feita por DCI, tendo o farmacêutico que dispensar um
medicamento que cumpra a prescrição médica e o mais barato para o utente, a menos que
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este exerça o seu direito de opção.[18] No entanto, a prescrição também pode vir por nome
comercial ou do titular, tendo de estar presente uma das seguintes exceções, sob a pena de
se fazer a dispensa como se se tratasse de uma prescrição por DCI:
No meu estágio tive a oportunidade de contatar com estes três tipos de receitas,
podendo constatar que houve uma evolução, neste processo. Desde a incerteza ao
interpretar a caligrafia do médico até à dispensa de medicamentos sem que permaneça um
registo físico na farmácia, considero que o trabalho do farmacêutico ficou mais facilitado.
Com a desmaterialização da receita, não é preciso de dedicar tanto tempo à conferência do
receituário pelo que podemos gerir melhor o tempo à volta de quem realmente precisa da
nossa atenção: o utente.
Durante o meu estágio tive a oportunidade de fazer a dispensa deste tipo de substâncias,
sempre sob supervisão, e atendendo ao facto do programa informático e das receitas
desmaterializadas simplificarem bastante a execução do processo do registo obrigatório.
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3.3.2.2. Ameaças
Desvalorização do papel do farmacêutico
O facto de ser uma farmácia de passagem leva a que, por vezes, os utentes
menosprezem o papel do farmacêutico. A dispensa ou não de um medicamento é muitas
vezes precedida de uma recolha de informação que ajuda o profissional a perceber qual o
problema em causa, no sentido de selecionar a melhor intervenção a realizar. [11] No entanto,
esta intervenção, pode não ir de encontro ao que o utente julga o mais acertado, pelo que é
necessário demonstrar alguma compreensão e empatia de modo a tentar minimizar um
possível conflito.
Por outro lado, surge aqui uma oportunidade e simultaneamente um desafio para tentar
mostrar a relevância que o farmacêutico tem no aconselhamento de hábitos saudáveis e na
educação para a saúde no pouco tempo que o utente está no estabelecimento.
Constante atualização
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aumento do tempo dedicado à elaboração da monografia, além de formar profissionais ainda
mais competentes. Não obstante que esta pequena alteração poderia ter implicações a nível
da organização das épocas de avaliação que, possivelmente teriam de decorrer de forma
mais contínua durante o semestre, de modo a deixar espaço para os estágios, considero que
vale a pena uma reflexão sobre o atual modelo de ensino e possíveis modificações, no
sentido de melhorar cada vez mais a formação académia dos futuros farmacêuticos.
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4. Considerações Finais
O estágio curricular confere um pouco mais de sentido a toda a formação académica que
tive ao longo do curso, sendo o momento onde é possível consolidar os conhecimentos
adquiridos.
Como futura farmacêutica considero que temos de ser profissionais de saúde pró-ativos
e de melhorar continuamente as nossas capacidades, em prol do doente e do papel que
temos na sociedade.
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5. Referências Bibliográficas
1. Artigo 78.º - Princípios Gerais de Conduta Profissional. Diário da República, 1.ª série
N.º173 de 4 de Setembro de 2015.
5. BROU M., FEIO J., MESQUITA E., RIBEIRO R., BRITO M., CRAVO C., PINHEIRO E. –
Manual da Farmácia Hospitalar. Gráfica Maiadouro 2005 ISBN 972-8425-63-5.
6. Organização mundial da saúde; Hospital pharmacy management; Part III chapter 45; 2012.
[Acedido a 16 de fevereiro de 2018]. Disponível na Internet: http://apps.who.int/
medicinedocs/documents/s19622en/s19622en.pdf.
7. Boas Práticas de Farmácia Hospitalar. Lisboa: Ordem dos Farmacêuticos 1999 ISBN 972-
96555-2-9.
11. Boas Práticas Farmacêuticas para a farmácia comunitária. 3ª Edição. Lisboa: Ordem dos
Farmacêuticos, 2009.
12. Decreto-Lei n.º 172/2012. Diário da República, 1.ª Série N.º148 de Agosto de 2012.
13. Decreto-Lei n.º 171/2012. Diário da República, 1.ª Série N.º148 de 1 de Agosto 2012.
14. Deliberação n.º 1502/2014. Diário da República, 2.ª Série N.º145 de 30 de Julho de 2014.
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15. SOARES, M. A. – Manual Medicamentos Não Prescritos. 2ª Edição. Lisboa: Publicações
Farmácias Portuguesas, Associação Nacional das Farmácias, Vol.1 2002.
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