Dyenny
Dyenny
Dyenny
Belém
Dezembro de 2013
ESTUDO DO PROCESSO DE CRAQUEAMENTO TERMOCATALÍTICO DO
ÓLEO DE PALMA (Elaeis guineensis) E DO ÓLEO DE BURITI (Mauritia
flexuosa L.) PARA PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEL
Aprovada por:
_____________________________________________________
Prof. Nélio Teixeira Machado, Dr.Ing.
(FEQ/UFPA-Orientador)
_____________________________________________________
Prof. Luiz Eduardo Pizarro Borges, D.Sc.
(Seção de Química/IME – Co-orientador)
_____________________________________________________
Profa. Wilma Araújo Gonzalez, D.Sc.
(Seção de Química/ IME – Membro)
_____________________________________________________
Profa. Marilena Emmi Araújo, Dr.Eng.
(FEQ/UFPA-Membro)
_____________________________________________________
Prof. José Antônio da Silva Souza, D.Eng.
(FEQ/UFPA-Membro)
_____________________________________________________
Prof. Marcos Augusto Eger da Cunha, Dr.Eng.
(CCNT/UEPA-Membro)
BELÉM, PA –BRASIL
DEZEMBRO DE 2013
Dedico este trabalho:
iv
AGRADECIMENTOS
A DEUS que esta sempre ao meu lado, me fortalecendo e conduzindo nas horas mais
difíceis da minha vida.
Aos meus pais Dilson Ramos Lhamas e Maria de Lourdes Lima Lhamas, as razões da
minha vida. A eles toda a minha gratidão por todo amor, que sempre me dedicaram.
Ao meu marido Edson da Silva Maia por sempre estar ao meu lado nas minhas
caminhadas, me apoiando e acima de tudo pela sua paciência e por todo seu amor.
Aos meus irmãos Silvio Júnior e Roberto Lima pelo amor, apoio, alegrias e
credibilidade.
Ao meu orientador Prof. Dr. Ing. Nélio Teixeira Machado pela orientação,
oportunidade,liberdade, apoio e pelos conhecimentos transmitidos durante a realização
deste trabalho.
Aos professores Dra. Wilma Araújo Gonzalez, Dra. Marilena Emmi Araújo, Dr. José
Antônio da Silva Souza e Dr. Marcos Augusto Eger da Cunhapela participação na
Banca Examinadora.
Aos meus orientados de IC “Querido Grupo” Elton Lima, Danniele, Maira, Felipe,
Izadora eNúbia,agradeço imensamente a colaboração na parte analítica deste trabalho, a
qual gerou frutos, como as publicações em congressos.
Aos meus orientados de TCCs que se tornaram amigos, os mestres Deise Hellen e
Romero Santos.
v
“A persistência é o caminho do êxito.”
(CharlesChaplin).
vi
Resumo da Tese apresentada ao PRODERNA/UFPA como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Doutor em Engenharia de Recursos Naturais
(D.Eng.)
Dezembro/2013
vii
Abstract of Thesis presented to PRODERNA/UFPA as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Natural Resources Engineering (D.Eng.)
December/2013
The present work aims to study the process of thermal-catalytic cracking of palm
oil and Buriti oil for biofuel production.For this study tests with Buriti oil in bench
scales and semi-pilot and experiments with palm oil in bench scales, semi-pilot and
pilot were performed.Initially tests with acid catalysts (silica doped with phosphoric
acid and HZSM-5) and calcium carbonate (CaCO3) in bench scale using burity oil were
conducted.The results showed that the HZSM-5 catalyst showed the best performance,
however, calcium carbonate showed better physicochemical quality, especially the low
level of acidity. Thus, we opted for the use of calcium carbonate catalyst in most
experiments, testing only the calcium oxide in the semi-pilot scale with palm oil.The
experiment of cracking termcatalytic in semi-pilot scale showed a reduction of process
parameters and acidity index with respect to the thermal cracking experiments,
demonstrating the efficiency of the basic catalyst employee.In pilot scale, it was
observed that the yields of liquid products increased with increasing operating
temperature and percentage of catalyst.Part of the products obtained in pilot scale was
subjected to distillation in a bench scale, to obtain fractions similar to petroleum
fractions, corresponding to the tracks of gasoline, kerosene, light diesel and heavy diesel
engines.The results of the chromatographic analysis of the liquid product and the
distilled fractions confirmed the presence of hydrocarbons corresponding to the main oil
derivatives.
viii
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1-INTRODUÇÃO ..................................................................................... 1
1.1OBJETIVOS ................................................................................................................ 3
1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................... 4
CAPÍTULO 2-REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................. 5
2.1 ÓLEOS VEGETAIS ................................................................................................... 5
2.2 REFINO DE ÓLEOS VEGETAIS ............................................................................. 7
2.2.1 Processo de Neutralização ....................................................................................... 8
ix
3.2.5 Índice de refração .................................................................................................. 53
x
4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS CATALISADORES ................................................... 78
4.2.1 Catalisadores Ácidos ............................................................................................. 78
4.7.2 Estudo comparativo dos processos em escala semi-piloto e piloto. .................... 134
xi
CAPÍTULO 5-CONCLUSÕES E SUGESTÕES ..................................................... 176
REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 180
ANEXOS...................................................................................................................... 193
xii
LISTA DE FIGURAS
xiii
Figura 3.3-Unidade Semi-Piloto de Craqueamento (a) e Reator de Craqueamento
termocatalítico de 2 L de capacidade (b) ......................................................................... 62
Figura 3.4-Unidade em Escala Semi-Piloto ................................................................... 63
Figura 3.5-Planta Piloto de Craqueamento ..................................................................... 64
Figura 3.6-Tanque com óleo de palma bruto.................................................................. 64
Figura 3.7-Controle digital da unidade piloto ................................................................ 65
Figura 3.8-Reator de craqueamento de aço inoxidável .................................................. 65
Figura 3.9-Tanques de gás GLP ..................................................................................... 66
Figura 3.10-Planta Piloto de Craqueamento Termocatalítico ........................................ 68
Figura 3.11-Aparato experimental utilizado no processo de destilação do tipo Vigreux73
Figura 3.12-Pré-tratamento do produto líquido orgânico ............................................... 74
Figura 4.1- Espectros de Infravermelho dos óleos de palma e buriti ............................. 77
Figura 4.2- Cromatograma do óleo de palma bruto ....................................................... 78
Figura 4.3-Espectro de infravermelho do ácido fosfórico sobre sílica (H3PO4/SiO2) .... 79
Figura 4.4-Espectro de infravermelho da HZSM-5 (PP1099) (OTZ, 2010) .................. 80
Figura 4.5-Difratograma de Raios X da sílica. ............................................................... 81
Figura 4.6-Difratograma de Raios X de amostra de H3PO4/SiO2 entre 13 e 72 % p/p
(MAKI et al., 1998) ......................................................................................................... 82
Figura 4.7-Difratograma de Raios X da HZSM-5 (PP1099) (OTZ, 2010). ................... 82
Figura 4.8-Espectro de Infravermelho do carbonato de cálcio utilizado em escala de
laboratório e escala semi-piloto ....................................................................................... 83
Figura 4.9-Espectro de Infravermelho do carbonato de cálcio utilizado em escala
piloto ................................................................................................................................ 84
Figura 4.10- Espectro de infravermelho do óxido de cálcio (CaO) (SILVA, 2010) ..... 85
Figura 4.11-Análise termogravimétrica do carbonato de cálcio utilizado em escala de
laboratório e semi-piloto .................................................................................................. 86
Figura 4.12- Análise termogravimétrica do carbonato de cálcio utilizado em Escala
Piloto. ............................................................................................................................... 87
Figura 4.13- Difratograma de Raio X do carbonato de cálcio utilizado em escala de
laboratório e semi-piloto (SILVA,2010) ......................................................................... 88
Figura 4.14-Resultados do índice de acidez dos produtos líquidos orgânicos ............... 91
Figura 4.15-Infravermelho do óleo de buriti e dos produtos líquidos ............................ 93
Figura 4.16- Infravermelho do óleo de palma e dos produtos craqueados ..................... 94
xiv
Figura 4.17- Rendimento das reações de craqueamento utilizando óleo de buriti em
escala semi-piloto ............................................................................................................ 97
Figura 4.18-Infravermelho do craqueamento térmico e catalítico (CaCO3) utilizando
óleo de buriti .................................................................................................................. 100
Figura 4.19-Rendimento das reações de craqueamento. 1 - Palma bruto Térmico; 2 –
Palma bruto CaCO3; 3 – Palma neutro Térmico; 4-Palma neutro CaCO3;.5- Palma bruto
CaO e 6- Palma neutro CaO. ......................................................................................... 102
Figura 4.20-Infravermelho do craqueamento térmico, catalítico (CaCO3) e catalítico
(CaO) do óleo de palma bruto. ...................................................................................... 106
Figura 4.21-Infravermelho do craqueamento térmico, catalítico (CaCO3) e catalítico
(CaO) do óleo de palma neutralizado. ........................................................................... 107
Figura 4.22-Rendimento em PLO em função do tempo de reação (contado a partir do
início do craqueamento) ................................................................................................ 108
Figura 4.23-Gráfico do comportamento reacional da temperatura em função do tempo
de coleta dos produtos ................................................................................................... 109
Figura 4.24-Infravermelho do óleo de palma bruto e dos produtos craqueados líquidos115
Figura 4.25-Influência da porcentagem do catalisador carbonato de cálcio sobre os
rendimentos do craqueamento. ...................................................................................... 117
Figura 4.26-Espectro de Infravermelho dos produtos líquidos com variação da
porcentagem de catalisador ........................................................................................... 121
Figura 4.27-Índice de acidez e temperatura em função do tempo ao longo da reação de
craqueamento do PLO com 10 % CaCO3 ...................................................................... 124
Figura 4.28-Infravermelhos das amostras coletadas durante o craqueamento
termocatalítico com 10 % de CaCO3 ............................................................................. 125
Figura 4.29-Índice de acidez e temperatura em função do tempo ao longo da reação de
craqueamento do PLO com 7,5 % CaCO3 .................................................................... 127
Figura 4.30-Infravermelhos das amostras coletadas durante o craqueamento
termocatalítico com 7,5% de CaCO3 ............................................................................ 128
Figura 4.31-Índice de acidez e massa de PLO coletada ao longo da reação de
craqueamento com 5 % CaCO3..................................................................................... 130
Figura 4.32-Índice de acidez e temperatura em função do tempo ao longo da reação de
craqueamento do PLO com 5% CaCO3 ......................................................................... 130
Figura 4.33-Índice de acidez em função do tempo para os três experimentos ............. 131
Figura 4.34-Frações Destiladas nas faixas de (40-400 ºC) ........................................... 135
xv
Figura 4.35-Rendimento das frações destiladas para os experimentos em escala
piloto .............................................................................................................................. 136
Figura 4.36-Infravermelho para a frações destiladas do Experimento do experimento
(T=430 ºC; 10 % CaCO3) ............................................................................................. 140
Figura 4.37-Infravermelho das frações nas faixas de temperatura de (40-400 °C) ...... 143
Figura 4.38-Comparação das frações do diesel leve e pesado com o diesel de petróleo144
Figura 4.39-Cromatograma do Experimento com 10% de CaCO3 em escala piloto ... 145
Figura 4.40-Cromatograma do Experimento 7,5% CaCO3 ......................................... 149
Figura 4.41-Cromatograma do Experimento 5% CaCO3 ............................................. 150
Figura 4.42-Compostos presentes no PLO com 5; 7,5 e 10% de CaCO3 .................... 153
Figura 4.43-Distribuição do número de Carbonos presentes nos Produtos Líquidos .. 154
Figura 4.44-Cromatograma para a fração de (40 – 175 ºC) ......................................... 155
Figura 4.45-Comparação da Distribuição do número de Carbonos da faixa de (40-
175ºC) com uma biogasolina e gasolina comercial. ...................................................... 157
Figura 4.46-Percentagem do número de carbonos para amostras de gasolina ............. 158
Figura 4.47-Cromatograma referente à Faixa de 175 - 235 ºC .................................... 159
Figura 4.48-Cromatograma do biocombustível referente à Faixa de 235 – 305 ºC ..... 162
Figura 4.49-Cromatograma do biocombustível referente à Faixa de 305 – 400 ºC. .... 165
Figura 4.50-Distribuição do número de carbonos e compostos oxigenados para as
frações destiladas. .......................................................................................................... 168
Figura 4.51-Cromatograma do biocombustível referente à Faixa de 235- 305 ºC obtido
do PLO com 10% de CaCO3 na temperatura de 430ºC ................................................ 169
Figura 4.52-Cromatograma do biocombustível referente à Faixa de 305-400 ºC obtido
do PLO com 10% de CaCO3 na temperatura de 430ºC ................................................ 173
xvi
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1-Nomenclatura dos ácidos graxos mais comuns .............................................. 6
Tabela 2.2-Concentrações de hidróxido de sódio na neutralização .................................. 9
Tabela 2.3-Composição típica em ácidos graxos do óleo de Palma ............................... 12
Tabela 2.4-Características Físico-Químicas do Óleo de Palma...................................... 12
Tabela 2.5-Composição dos ácidos graxos constituintes do óleo de buriti .................... 14
Tabela 2.6-Concentração de ß-caroteno nos óleos de palma e de buriti. ....................... 15
Tabela 2.7-Principais propriedades físico-químicas do óleo de buriti. .......................... 15
Tabela 2.8-Resultados do craqueamento do óleo de soja e pinhão manso no reator
contínuo. .......................................................................................................................... 20
Tabela 2.9-Resultados das reações de craqueamento catalítico com Na2CO3 e CaO. ... 34
Tabela 2.10-Rendimentos e índice de acidez dos produtos líquidos do craqueamento do
óleo de palma bruto e do óleo de soja com catalisadores básicos ................................... 35
Tabela 2.11-Resultados das reações de craqueamento utilizando diferentes
catalisadores..................................................................................................................... 43
Tabela 2.12-Propriedades físico-químicas do diesel de petróleo ................................... 48
Tabela 3.1-Massa de amostra utilizada de acordo o Índice de acidez ............................ 51
Tabela 3.2-Experimentos na Unidade em escala de laboratório..................................... 69
Tabela 3.3-Experimentos na Unidade em escala semi-piloto ......................................... 70
Tabela 3.4-Experimentos na unidade em escala piloto .................................................. 71
Tabela 3.5-Frações Típicas do petróleo .......................................................................... 72
Tabela 4.1-Características físico-químicas do óleo de palma bruto e neutralizado ....... 75
Tabela 4.2-Caracterização físico-química do óleo de buriti bruto e neutralizado .......... 76
Tabela 4.3-Composição em ácidos graxos do óleo de palma bruto comparado com a
literatura. .......................................................................................................................... 78
Tabela 4.4-Resultado da perda de massa dos catalisadores ............................................ 80
Tabela 4.5-Vibrações fundamentais do ânion carbonato observadas nos espectros no
infravermelho de calcita e aragonita (valores em cm-1) .................................................. 85
Tabela 4.6-Decomposição térmica de carbonatos básicos ............................................. 87
Tabela 4.7-Parâmetros operacionais dos experimentos de craqueamento termocatalítico
em escala de bancada utilizando óleo de buriti e óleo de palma. .................................... 89
Tabela 4.8-Características físico-químicas dos produtos líquidos obtidos em escala de
bancada. ........................................................................................................................... 90
Tabela 4.9-Comparação dos experimentos com a literatura. .......................................... 92
xvii
Tabela 4.10-Parâmetros operacionais adotados e resultados obtidos referente aos
experimentos de craqueamento em escala semi-piloto utilizando óleo de buriti ............ 96
Tabela 4.11-Dados obtidos após craqueamento termocatalitico com óleo de buriti ...... 98
Tabela 4.12-Parâmetros operacionais adotados e obtidos referente aos experimentos de
craqueamento em escala semi-piloto utilizando óleo de palma bruto. .......................... 101
Tabela 4.13- Parâmetros operacionais adotados e obtidos referente aos experimentos de
craqueamento em escala semi-piloto utilizando óleo de palma neutro ......................... 101
Tabela 4.14-Resultados das Características físico químicas dos experimentos em Escala
Semi-Piloto. ................................................................................................................... 104
Tabela 4.15-Parâmetros operacionais dos experimentos em escala piloto. .................. 110
Tabela 4.16-Influência da temperatura de reação nos rendimentos dos processos ...... 111
Tabela 4.17-Características do processo do craqueamento .......................................... 111
Tabela 4.18-Influência da temperatura de reação nas características físico-químicas do
produto líquido craqueado. ............................................................................................ 113
Tabela 4.19-Influência da porcentagem do catalisador nos rendimentos dos processos116
Tabela 4.20-Parâmetros operacionais para os experimentos com variação da
porcentagem de catalisador em escala piloto. ............................................................... 118
Tabela 4.21-Influência da porcentagem de catalisador nas características físico-
químicas dos produtos craqueados. ............................................................................... 119
Tabela 4.22-Características físico químicas das amostras coletadas para o experimento
com 10 % de CaCO3. ..................................................................................................... 123
Tabela 4.23-Características físico químicas das amostras coletadas para o experimento
com 7,5 % de CaCO3 .................................................................................................... 126
Tabela 4.24-Características físico químicas das amostras coletadas para o experimento
com 5 % de CaCO3. ...................................................................................................... 129
Tabela 4.25- Parâmetros Operacionais do Craqueamento utilizando óleo de palma em
escala de bancada e semi-piloto..................................................................................... 132
Tabela 4.26-Parâmetros Operacionais do Craqueamento termocatalítico utilizando óleo
de buriti em escala de bancada e semi-piloto. ............................................................... 133
Tabela 4.27-Parâmetros Operacionais do Craqueamento em escala Semi-Piloto e
piloto .............................................................................................................................. 135
Tabela 4.28-Balanço de massa para as frações destiladas do experimento com 10 %
CaCO3 na temperatura de 430 ºC .................................................................................. 137
xviii
Tabela 4.29-Balanço de massa das frações destiladas para o experimento com 10 %
CaCO3 na temperatura de 440 ºC .................................................................................. 137
Tabela 4.30-Temperatura de saída das frações destiladas ............................................ 138
Tabela 4.31-Características físico-químicas das frações destiladas para o experimento
com 10 % CaCO3 na temperatura de 430 ºC ................................................................ 139
Tabela 4.32-Resultados das características físico-químicas das frações destiladas do
experimento com 10 % CaCO3 na temperatura de 440 ºC. .......................................... 142
Tabela 4.33-Tempos de retenção e identificação dos picos no PLO com 10% de
CaCO3 ............................................................................................................................ 146
Tabela 4.34-Composição (%) dos produtos presentes no PLO com 10% de CaCO3 .. 147
Tabela 4.35-Tempos de retenção e identificação dos picos no PLO com 7,5% de
CaCO3 ........................................................................................................................... 148
Tabela 4.36-Composição (%) dos produtos presentes no PLO com 7,5% de CaCO3 . 149
Tabela 4.37-Tempos de retenção e identificação dos picos no PLO com 5% de
CaCO3 ........................................................................................................................... 151
Tabela 4.38-Composição (%) dos produtos presentes no PLO. ................................... 152
Tabela 4.39-Tempos de retenção e a composição dos compostos identificados na faixa
de (40 – 175 ºC). ............................................................................................................ 156
Tabela 4.40-Composição (%) dos produtos presentes na faixa de (40-175ºC) ............ 159
Tabela 4.41-Tempos de retenção e a composição dos compostos identificados na faixa
de (175-235 ºC). ............................................................................................................ 160
Tabela 4.42-Composição (%) dos produtos presentes na faixa de (175-235ºC) .......... 161
Tabela 4.43-Tempos de retenção e composição dos compostos identificados na faixa de
(235-305 ºC). ................................................................................................................. 163
Tabela 4.44-Composição (%) presentes nos biocombustiveis nas faixas de
(235-305ºC) ................................................................................................................... 164
Tabela 4.45-Tempos de retenção e a composição dos compostos identificados na faixa
de (305-400 ºC) ............................................................................................................. 166
Tabela 4.46-Composição (%) presentes nos biocombustiveis nas faixas de (235-305ºC)
e (305-400ºC) ................................................................................................................ 167
Tabela 4.47-Tempos de retenção e a composição dos compostos identificados na faixa
de (235-305 ºC) para o PLO (10% CaCO3; T=430ºC). ................................................. 170
Tabela 4.48-Composição (%) presentes nos biocombustiveis nas faixas de (235-305ºC)
obtido da destilação do PLO com 10% de CaCO3 na temperatura de 430ºC ............... 171
xix
Tabela 4.49-Tempos de retenção e a composição dos compostos identificados na faixa
de (305-400 ºC) para o PLO (10% CaCO3; T=430ºC). ................................................ 172
Tabela 4.50-Composição (%) presentes nos biocombustiveis nas faixas de (305-400ºC)
obtido da destilação do PLO com 10% de CaCO3 na temperatura de 430ºC ................ 173
Tabela 4.51-Comparação das frações de diesel leve e diesel pesado obtidas do
fracionamento de experimentos diferentes .................................................................... 174
Tabela 4.52-Resultados do índice de acidez após os processos de purificação............ 175
xx
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1
obtidos são constituídos de carbono e hidrogênio, semelhantes aos hidrocarbonetos e
olefinas presentes nos derivados de petróleo, com frações nas faixas do diesel, gasolina,
e querosene. A escolha do catalisador desempenha um papel importante na quebra de
triglicerídeos, diminuindo consideravelmente a energia para o rompimento das
moléculas. Além disso, os catalisadores podem atuar seletivamente na desoxigenação do
produto líquido obtido, reduzindo assim sua acidez.
Na China, combustíveis líquidos gerados pelo craqueamento de óleo de tungue
foram usados como substitutos à gasolina e ao diesel de petróleo durante a Segunda
Guerra (CHANG e WAN, 1947), sendo esta provavelmente a primeira aplicação mais
relevante que se tem notícia na literatura especializada.
Uma desvantagem do processo de craqueamento de óleos vegetais é a acidez do
produto líquido obtido, devido principalmente à presença dos ácidos carboxílicos na
mistura. A fim de resolver este problema, a equipe do Laboratório de Separações
Térmicas (THERMTEK) da Universidade Federal do Pará vem estudando alternativas
para reduzir a acidez, tais como: a neutralização, extração liquido-liquido e a separação
de misturas por destilação. Estas metodologias podem reduzir de forma significativa a
presença de ácidos graxos livres no biocombustível produzido via craqueamento
termocatalítico.
Na produção de biocombustíveis por esta via, deve-se considerar a grande
diversidade de matérias primas oleaginosas; dentre estas, elegeu-se o óleo de palma
(Elaeis guineensis) e óleo de buriti (Mauritia flexuosa L.) para estudo. O óleo de palma,
também conhecido como óleo de dendê é proveniente do dendezeiro, uma palmeira
originária da África e trazida para o Brasil na época do tráfico de escravos. O dendê é a
única oleaginosa de onde se extraem dois tipos de óleo vegetal, o óleo de dendê (da
polpa do fruto) e o óleo de palmiste (da semente). A grande vantagem de se ter o óleo
de dendê como matéria prima básica, é que além de ser produzido em larga escala e alta
produção de óleo, cerca de 4,4t/ha/ano (com déficit hídrico de 250 a 350
mm/ano)(FILHO et al., 2010) muito superior se comparada com outros óleos
explorados comercialmente,como a soja que produz cerca de 500kg/ha. Nestas
condições a taxa de extração de óleo esta compreendida entre 24 e 34% (FILHO et al.,
2010).
O buriti (Mauritia flexuosa L.) palmeira nativa, muito frequente e abundante na
Amazônia, predominante em área de várzea, em igarapés no interior da floresta de terra
firme e alguns remanescentes natural nos centros urbanos (RABELO e MIRANDA,
2
2008). Também são encontradas no nordeste e centro-oeste brasileiro.A proporção do
óleo contido na polpa é de 18,19% e na amêndoa é 7, 40% (MIRANDA et al.,2001).
Assim, como a soja o óleo de buriti apresenta cerca de 90% de ácidos graxos
insaturados, dos quais cerca de 80% ácido graxo com apenas uma insaturação. De
acordo com a literatura estes óleos possuem distribuição da cadeia de ácidos graxos na
mesma faixa do diesel, indicando a possibilidade de utilizar esta oleaginosa como
matéria prima para obtenção de biocombustíveis pelo processo de craqueamento
catalítico (ALBUQUERQUE et al., 2003).
Neste trabalho será investigado de forma sistemática o processo de
craqueamento térmico-catalítico dos óleos de palma e de buriti. Foram realizados testes
iniciais com óleo de buriti nas escalas de bancada e semi-piloto e posteriormente
experimentos com óleo de palma nas escalas de bancada, semi-piloto e piloto. Além
disso, foi realizada a destilação do produto líquido obtido em escala piloto, visando
separar as diferentes frações e compará-las com as frações do petróleo correspondentes
às faixas da gasolina, querosene, diesel leve e diesel pesado. Foi feita ainda a
caracterização físico-química dos produtos líquidos obtidos.
1.1 OBJETIVOS
-Objetivo Geral
-Objetivos Específicos
3
- Colocar em operação e otimizara Unidade de piloto de craqueamento termocatalítico
de óleos vegetais;
- Obteros parâmetros operacionais do processo de craqueamento termocatalítico do óleo
de palma (Elaeis guineensis) e do óleo de buriti (Mauritia flexuosa L.);
- Realizar o processo de destilação em escala de bancada do produto obtido do
craqueamento termocatalítico, visando obter frações similares às frações do petróleo;
- Realizar a caracterização físico-química dos produtos obtidos do craqueamento
termocatalítico e das frações destiladas;
- Avaliar os processos de tratamento do produto obtido do craqueamento
termocatalítico.
O Capítulo 2 traz uma revisão sobre os óleos vegetais, bem como o estado da
arte do craqueamento termocatalítico destes materiais.
4
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
CH2 O C R'
O
CH O C R''
O
CH2 O C R'''
5
insaturações. Os ácidos graxos livres são responsáveis pela acidez dos óleos e podem
ser neutralizados durante o refino com a adição de soluções aquosas de álcalis
(neutralização).
Os óleos vegetais são classificados segundo a composição em termo dos
principais ácidos graxos, como mostra a Tabela 2.1. Os três principais ácidos graxos
presentes no reino vegetal são o palmítico, o oléico e o linoléico, acompanhados
algumas vezes do ácido esteárico e linolênico (GUNSTONE, 2005).
6
respectivamente, 64 e 100 vezes maior que o ácido oléico (com uma dupla ligação)
(OETTERER, REGITANO-D’ARCE, SPOTO, 2006).
As etapas de refino dos óleos vegetais têm como objetivos melhorar aparência,
odor e sabor através da remoção de substâncias indesejáveis do óleo bruto (FENNEMA,
2008). As impurezas nos óleos vegetais consistem de fosfolipídios, complexos
metálicos (nomeadamente ferro, cálcio e magnésio), ácidos graxos livres, peróxidos.
Essas impurezas estão presentes em solução pura e como suspensão coloidal e sua
remoção é necessária para atingir os padrões de qualidade do óleo acabado para o sabor,
aparência, consistência e estabilidade requerida até o fim da utilização e as aplicações
do produto. O sistema de processamento primário usado para purificar os óleos vegetais
brutos é uma combinação de degomagem e refino cáustico (O’BRIEN, 2008).
Dentre as impurezas, é desejável que algumas permaneçam, pois a sua
presença pode valorizar o produto, como as vitaminas lipossolúveis e os tocoferóis que,
como substâncias antioxidantes, protegem os óleos contra a deterioração oxidativa
(ranço). Outras substâncias são os esterídeos ou esteróis que, sob o ponto de vista
tecnológico, a presença é indiferente, pois em nada alteram o aspecto ou as propriedades
das gorduras e/ou óleos. Contudo, todas as substâncias que comprometem a
apresentação do óleo devem ser eliminadas, o que constitui o objeto da refinação. No
entanto, a intensidade da refinação varia com inúmeros fatores, principalmente com a
preferência do público consumidor.
O processo convencional de refino de óleos vegetais divide-se em diversas
etapas como a degomagem, neutralização, branqueamento, desodorização, como
apresentado na Figura 2.2 as quais dependem da aplicação que se deseja do produto
final, do tipo de óleo, variedade da oleaginosa e da qualidade do óleo bruto.
7
Óleo Bruto
Degomagem
H3 PO4, H2 0, 70-80 ºC
Centrifugação Lecitina bruta
Óleo Degomado
Neutralização
Solução Alcalina
Centrifugação Borra
Óleo Neutralizado
Lavagem
Com água Quente
Centrifugação Borra
Óleo Lavado
Branqueamento
Terra Clarificante
Carvão ativado Filtração Resíduo
Óleo Clarificado
Desodorização
Vapor- Vácuo
Condensado
Óleo Refinado
8
A neutralização requer uma agitação eficiente para promover o contato entre as
fases, desta forma, quanto melhor for o contato menor será o tempo necessário para a
obtenção de um óleo neutro. O valor comercial do óleo neutro é muito superior ao do
sabão obtido com a neutralização dos ácidos graxos. Assim sendo, sob o ponto de vista
econômico, é muito importante que se obtenha a maior quantidade possível do óleo
neutro, isto é que os ácidos graxos livres sejam neutralizados com a menor perda
possível de óleo neutro. Após o processo de neutralização o óleo é lavado com água
quente visando à remoção de sabões, sendo em seguida submetido à centrifugação
(FRÉ, 2009).
A neutralização ocorre na interface do óleo e da solução alcalina, sendo essas
fases não miscíveis. Existem dois métodos principais de neutralização: o descontínuo,
mais antigo, e o contínuo, mais moderno (MANDARINO e ROESSING, 2001). De
acordo com o conteúdo de ácidos graxos livres no óleo bruto, aplicam-se diferentes
concentrações de solução alcalina e condições de processo apropriadas. A Tabela 2.2
mostra valores típicos para as concentrações de hidróxido de sódio e outros parâmetros
da neutralização.
9
terceiro produtor de óleo de dendê da América Latina, onde se destacam a Colômbia,
em primeiro e o Equador, em segundo lugar. A participação do Brasil na produção
mundial de óleo de dendê tem sido de apenas 0,53% (BELTRÃO e OLIVEIRA, 2008).
Entre as oleaginosas, a cultura do dendê é a de maior produtividade com um
rendimento anual de 4 a 6 toneladas de óleo/ha. A produção do óleo de dendê exige
longos tempos de maturação para colheita, mínimo de três anos, necessidade de
extração do óleo dentro de 24 horas após sua colheita e a mecanização de colheita é
bastante difícil (SUFRAMA, 2003).
Na Região Amazônica, a introdução do dendê ocorreu no início da década de
50, no Estado do Pará, por meio do Instituto Agronômico do Norte (IAN), precursor da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA Amazônia Oriental), que
importou algumas linhagens do continente africano com o intuito de levantar
informações básicas para avaliar as possibilidades de cultivo na região (PANDOLFO,
1981).
O Estado do Pará destaca-se como maior produtor nacional de óleo de dendê,
concentrando quase 90 % das áreas plantadas no Brasil (67.453 hectares).
Aproximadamente 75 % deste total são produzidos pelo Grupo AGROPALMA que
possui 39.543 hectares plantados. O grupo é, atualmente, líder na produção e extração
destes produtos na América Latina, dominando toda a cadeia de produção (da produção
de sementes até a comercialização de gorduras vegetais para o setor de alimentos). O
Grupo AGROPALMA iniciou suas operações em 1982, no município de Tailândia no
estado do Pará, através do plantio de dendê e extração simplificada de seus principais
produtos: os óleos de palma e palmiste (SANTOS, 2008).
Segundo a ANVISA (2005), órgão que regulamenta a comercialização e uso
dos óleos e gorduras vegetais no país, define através da Resolução Nº 270 de setembro
de 2005, o óleo de palma é “o óleo ou gordura comestível obtido do mesocarpo de
frutos da Elaeis guineensis (palmeira) através de processos tecnológicos adequados”.
Os produtos primários do fruto do dendezeiro são dois tipos de óleo e uma
torta.Da polpa do fruto (mesocarpo), é extraído o óleo de dendê, conhecido nomercado
internacional como óleo de dendê ou de palma ("palm oil"). Daamêndoa (endosperma) é
extraído o óleo de palmiste ("palm kernel oil"). Arelação entre as quantidades desses
óleos é de aproximadamente nove partes deóleo de dendê para uma de palmiste. A torta
resulta do processo de extração doóleo da amêndoa e contém de 17 a 19% de proteína
(RODRIGUESet al., 2007).
10
Os frutos, nozes pequenas e duras, possuem polpa (mesocarpo) fibrosa que
envolve o endocarpo pétreo, nascem negros e quando estão maduros alcançam cor que
varia do amarelo forte ao vermelho rosado passando por matrizes de cor alaranjada e
ferrugem. Ovóides (angulosos e alongados) nascem em cachos onde, por abundância,
acabam se comprimindo e se deformando. A polpa produz o óleo de dendê, de cor
amarela ou avermelhada (por presença de carotenóides), de sabor adocicado e cheiro
característico. A semente ocupa totalmente a cavidade do fruto e contém o óleo de
palmiste que é esbranquiçado e quase sem cheiro e sabor (SEAGRI, 2007). A Figura 2.3
mostra os cachos do dendezeiro.
11
Tabela 2.3-Composição típica em ácidos graxos do óleo de Palma
Ácido Graxo Nomenclatura g/100g
C 12:0 Láurico < 0,4
C 14:0 Mirístico 0,5 – 2,0
C 16:0 Palmítico 35,0 – 47,0
C 16:1 Palmitoléico < 0,6
C 18:0 Esteárico 3,5 – 6,5
C 18:1 Oléico 36,0 – 47,0
C 18:2 Linoléico 6,5 – 15,0
C 18:3 Linolênico < 0,5
C 20:0 Araquídico < 1,0
Fonte - RDC Nº 270, de 22/09/2005, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.
12
2.4 ÓLEO DE BURITI(Mauritia flexuosa L.)
13
pode ter de 2 a 8 inflorescências e consequentemente de 2 a 8 cachos de frutos por safra
(DONADIO et al., 2002).
14
Tabela 2.6-Concentração de ß-caroteno nos óleos de palma e de buriti.
Fonte ß -caroteno (µg/ 100g)
Óleo de buriti 304.000
Óleo de palma 30.000
Fonte:MARIATHet al.,(1989)
15
2.5 ÓLEOS VEGETAIS PARA PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEL
A biomassa tem atraído muita atenção nos últimos tempos, por se tratar de uma
fonte de energia renovável e sua utilização de forma sustentável provocar menos danos
ao meio ambiente do que os combustíveis fósseis. Dentre as fontes de biomassa
prontamente disponíveis, os óleos vegetais têm sido largamente investigados como
matérias-primas para a produção de biocombustíveis. Os óleos possibilitam uma
geração descentralizada de energia e um apoio à agricultura familiar, criando melhores
condições de vida em regiões carentes, valorizando potencialidades regionais e
oferecendo alternativas a problemas econômicos e sócio ambientais de difícil solução
(RAMOS et al., 2003).
O histórico do uso de óleos vegetais puros em motores de combustão interna
remonta ao início da operação dos próprios motores diesel, em fins do século XIX, pelo
engenheiro Rudolph Diesel. O inventor projetou em 1896 seu primeiro motor, com
eficiência da ordem de 26%, e testou-o com petróleo, álcool e, em 1900, com óleos
vegetais. Razões de natureza econômica, principalmente o maior custo e menor
disponibilidade frente aos derivados de petróleo, levaram ao completo abandono dos
óleos vegetais como combustíveis (FERRARI et. al., 2004; SUAREZ, MENEGHETTI,
2007; MA, HANNA, 1999). Desde então, diversos estudos foram realizados para
aplicação de óleos vegetais in natura ou de misturas ao óleo diesel de petróleo em
motores de ignição por compressão (GONZALEZ, 2003).
Apesar de energeticamente favorável, o uso direto de óleos vegetais como
combustível para motores do ciclo diesel é problemático, devido principalmente à alta
viscosidade (aproximadamente 11 a 17 vezes maior que a do óleo diesel), a propriedade
mais crítica, causando depósitos em pistões, anéis e canaletas. Tais depósitos se devem,
principalmente, à combinação da viscosidade elevada dos óleos com sua baixa
volatilidade, que impede a pulverização do combustível de forma satisfatória, resultando
em combustão incompleta, comprometendo a durabilidade do motor.
Para contornar esses problemas pesquisadores vem desenvolvendo
metodologias de transformações químicas do óleo, a fim de que suas propriedades se
tornem mais adequadas ao seu uso como combustível, destacando-se duas rotas
tecnológicas: a transesterificação e o craqueamento termocatalítico. A técnica mais
comum é a transesterificação usada na produção de biodiesel, transformando os
triacilglicerídeos presentes no óleo vegetal em monoésteres metílicos ou etílicos, em
16
presença de um catalisador básico ou ácido. Entretanto, esta rota apresenta como
desvantagens, o consumo elevado de álcool etílico ou metílico e a geração de uma
quantidade elevada do subproduto glicerina.
A outra rota tecnológica é o processo de craqueamento termocatalítico que
consiste na transformação do óleo ou gordura em uma mistura de hidrocarbonetos,
através da degradação térmica e/ou catalítica dos triacilglicerídeos. Os produtos finais
são similares aos presentes na composição do óleo diesel de petróleo (JUNMING et al.,
2010). Este processo tem vantagens significativas sobre a transesterificação, incluindo
os baixos custos de processamento, a compatibilidade com os motores e os padrões de
combustível e flexibilidade de matérias-primas, desde óleos in natura, gorduras, óleos
residuais e subprodutos. Além disso, o processo é uma alternativa interessante e
promissora para implantação em regiões isoladas de difícil acesso, onde, por exemplo, o
custo de transporte do álcool e dos insumos requeridos para a produção de biodiesel
seria proibitivo (SILVA, 2010).
17
produzidos pelo processo de craqueamento a partir de diferentes matérias-primas
derivadas da biomassa. São relatados na literatura trabalhos utilizando oleaginosas tais
como soja (SCHWAB et al., 1988), babaçu e dendê (ALENCAR et. al., 1983), canola
(IDEM et. al., 1996), entre outros.
No Brasil, no final da década de quarenta, Vivacqua (1949) também conduziu
ensaios sobre a obtenção de biocombustíveis a partir de oleaginosas, além do coque.
Após um abandono quase completo dos estudos, a nível mundial, diversas empresas e
instituições brasileiras, após 1976, retomaram as pesquisas, dentro do contexto de
alternativas energéticas (CARIOCA e ARORA, 1983). Destacando-se o Núcleo de
Fontes Não Convencionais de Energia da UFC, o CEPED- Centro de Pesquisas e
Desenvolvimento da Bahia, o IME - Instituto Militar de Engenharia, e a Petrobrás
(CARIOCA,1980). Atualmente, outras instituições vêm conduzindo ensaios de
craqueamento de óleos vegetais, como o Grupo de Separações Térmicas (THERMTEK)
da Universidade Federal do Pará, o qual investiga o craqueamento de oleaginosas de
origem amazônica.
No Instituto Militar de Engenharia diversos trabalhos vêm sendo
desenvolvidos, visando o uso de óleos vegetais como fonte renovável de energia, tais
como: (ANJOS, 1981) (PASTURA, 1982); (FERNANDEZ, 1982); (JUNIOR, 1989);
(REGUERA, 2001), (SILVA, 2010), entre outros.
As pesquisas sobre o craqueamento de óleos vegetais no IME foram iniciadas
na década de 1970 com o óleo de sojarefinado, bruto e hidrogenado, em um reator
batelada (Figura 2.4), onde os vapores formados de sua degradação térmica no interior
de um balão de vidro ascendiam por uma coluna vertical contendo um leito catalítico,
seguido de um condensador. Neste trabalho, Anjos (1981) utilizou o óleo de soja cru
com índice de iodo de 120 g I2 / 100 g e óleos parcialmente hidrogenados com índices
de iodo de 60 e 10 g I2 / 100 g em presença de catalisadores ácidos como alumina e
sílica-alumina e básicos como o MgO, em temperaturas entre 300 e 500 oC. Os
resultados mostraram que o óleo mais hidrogenado proporcionou um maior rendimento
em hidrocarbonetos saturados lineares com distribuição semelhante ao óleo diesel do
petróleo.
18
Figura 2.4-Primeiro reator para degradação de óleos vegetais utilizado no IME
(ANJOS, 1981)
19
Tabela 2.8-Resultados do craqueamento do óleo de soja e pinhão manso no reator
contínuo.
Óleo Catalisador Produto Índice de Hidrocarbonetos
Líquido (%) acidez saturados (%)
Soja ----- 85 91,4 <10
Soja Mo/Al2O3γ, 68 24,7 39
Pinhão ----- 69 52,7 <10
-manso
Pinhão Mo/Al2O3γ, 50 14,0 51
-manso
Fonte: (FERNANDEZ, 1982)
20
Os resultados com o sistema de ácido fosfórico sobre sílica mostraram uma
rápida desativação do catalisador, que após uma hora tende a se comportar como o
suporte. A análise dos produtos líquidos indica que no início dos testes realizados com
H3PO4/SiO2 os principais produtos são hidrocarbonetos com sete átomos de carbono,
água e 8-pentadecanona. A análise dos compostos gasosos obtidos nos testes indicou
que os componentes principais são CO, CO2, água e hidrocarbonetos saturados e
insaturados com cadeia carbônica de até quatro átomos de carbono. Os sistemas
H3PO4/SiO2e SiO2 apresentaram a mesma distribuição de produtos, porém com o
suporte há maior produção de CO e CO2 e água. O comportamento catalítico do
H3PO4/SiO2 usando os ácidos caprílico, capróico e butírico foram semelhantes, no
entanto a desativação deste catalisador com o acido butírico é mais lenta que a
observada com o caprílico.
21
dos produtos que depende de diversos fatores como temperatura, atmosfera, presença de
catalisador, etc. (BARRETO, 2009).
No estudo do craqueamento de triglicerídeos, distinguem-se dois processos
baseados no mesmo princípio, mas com características diferentes: o craqueamento
térmico, que ocorre na ausência de catalisadores, sendo, portanto o aquecimento o único
efeito responsável pela quebra das ligações químicas e o craqueamento catalítico, o qual
é caracterizado pela presença de catalisadores, podendo proporcionar um melhor
controle dos produtos obtidos, favorecendo determinadas rotas reacionais e
conseqüentemente alterando a composição final dos produtos.
22
H R
O H OH
O H O H2C CH2 R
O H R' OH
O
O
O
O
23
O
R'' R''
R H H
O O O
O
H H
O H H O
H O H
O O
O R' O H + R
O OH
O R' O R'
R'' R O
O (B)
(A)
R'' R''
H H
O O
O C CH R'' H O
H
(C) + R'
O O H OH
O
H (B)
H
(D) (A')
O R
O
O O O
R''
O
24
duas rotas distintas: a descarboxilação(A) que fornece dióxido de carbono e alcanos
linearese a descarbonilação(B), que fornece monóxido de carbono, água e alcenos
terminais, como observado na Figura 2.9.
O
R CO2 + RH (A)
OH
H O
R C CH2 C CO + H2O + R CH CH2 (B)
H OH
25
Figura 2.10-Curvas TG e DTG para o óleo de pinhão manso em diferentes taxas de
reações.
26
Sem e Kar (2011) realizaram o processo de pirólise em escala de laboratório na
faixa de temperatura de 300 a 800 ºC, utilizando como matéria prima a torta de semente
de cominho preto. Os resultados mostraram que o rendimento do bio-óleo aumentou
com a temperatura, atingindo um valor máximo de 48,21% na temperatura de 450 ºC,
decrescendo gradualmente com o aumento da temperatura de pirólise (Figura 2.12),
evidenciando que acima dessa temperatura o efeito do craqueamento secundário deve
ser considerado. Como mencionado por diferentes pesquisadores (SENSOZ e ANGIN,
2008; WILLIAMS e REED, 2003; ERTAS e ALMA, 2010) a redução no rendimento do
bio-óleo e também o aumento do rendimento do gás, após a temperatura de 450 ºC é
resultado da maior formação de compostos orgânicos leves gerados pelas reações de
craqueamento secundário.
27
infravermelho identificaram uma grande variedade de grupos funcionais de fenóis,
álcoois, cetonas, aldeídos e ácidos carboxílicos. A mesma tendência foi observada nos
estudos de pirólise de Yorgun et al., (2001) e Acikgoz e Kockar., (2007) com a torta do
óleo de girassol e de sementes de linhaça, respectivamente.
28
temperatura ambiente até 900 °C com taxas de aquecimento de 5, 10, 20 ºC min-1 com o
objetivo de avaliar os parâmetros cinéticos, como a energia de ativação. As curvas
TG/DTG mostraram o perfil térmico de decomposição dos triglicerídeos. Os resultados
obtidos mostraram que o óleo de girassol apresentou uma etapa principal de
decomposição térmica iniciada a 350 °C, a qual pode ser relacionada ao início da
Rodrigues (2007) estudou as reações de craqueamento térmico em três
temperaturas diferentes: 390, 405 e 420°C, utilizando óleo de soja refinado. O
equipamento utilizado nos experimentos consistiu em um reator de craqueamento de
óleos vegetais acoplado a uma torre de fracionamento dos produtos com nove pratos de
destilação. As frações obtidas eram coletadas e posteriormente submetidas às análises
físico-químicas de destilação automática, viscosidade, ponto de Fulgor, índice de
cetano, corrosão ao cobre, densidade, Resíduo de Carbono e Índice de acidez, de acordo
com as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) para óleo diesel
automotivo.O biocombustível produzido a partir de óleo de soja a 390 °C não
apresentou boa qualidade porque a esta temperatura não foi fornecido energia suficiente
para promover o craqueamento secundário das moléculas, resultando em muitos
compostos oxigenados. Tal fato acarretou um aumento na densidade e viscosidade, além
de um alto índice de acidez nas amostras.
Na temperatura de 420°C, muitos compostos pesados foram identificados,
havendo possivelmente produtos de elevada massa molecular resultantes de reações
radicalares entre duas ou mais moléculas craqueadas no interior do reator. Quando o
craqueamento do óleo de soja se fez a 405 °C, a formação dos compostos foi mais
heterogênea, resultando em produtos com características mais próximas às do diesel de
petróleo.O autor observou que o índice de acidez dos produtos obtidos decresce com o
aumento da temperatura, mostrado na Figura 2.14. Isso pode ser explicado porque o
craqueamento em temperaturas mais altas é mais severo, provocando uma quebra dos
produtos oxigenados e fazendo com que o craqueamento secundário das moléculas
aumente, levando à redução do teor de oxigênio nos produtos e da acidez livre da
amostra, o que foi ratificado pelos resultados dos cromatogramas.
29
Figura 2.14-Índice de acidez dos produtos obtidos em
diferentestemperaturas(RODRIGUES, 2007)
30
e temperatura variando entre 300 e 500 °C. Os componentes dos produtos obtidos das
reações de pirólise foram identificados por meio de cromatografia. Também foi
sugerido um mecanismo de decomposição térmica dos ácidos graxos saturados. Os
principais produtos do craqueamento dos óleos foram misturas de n-alcanos e 1-alcenos,
com uma pequena quantidade de hidrocarbonetos cíclicos. O somatório do percentual
dos alcanos e alcenos foi respectivamente de 94,46% para o óleo de babaçu, 68,20%
para o óleo de piqui e 95,55% para o óleo de palma. De acordo com os resultados, os
autores concluíram que as diferenças na composição química dos produtos obtidos para
cada óleo deve estar associada ao teor de ácido graxo insaturado (principalmente o
ácido oléico) presente no óleo original, o qual é provável gerar mais moléculas voláteis
do que os saturados. Além disso, afirmam que é possível fazer uma associação entre o
principal ácido graxo saturado presente no óleo original e o principal hidrocarboneto
saturado do produto da pirólise.
Sadramelie Green (2007) reportaram a modelagem da reação de craqueamento
térmico do óleo de canola baseada nos resultados de Idem et al. (1996). O artigo
apresenta a composição dos produtos obtidos no craqueamento em função da variação
da temperatura de reação, de acordo com Figura 2.15. Segundo a descrição dos autores
o aumento de temperatura tem um papel determinante na diminuição dos produtos
líquidos e consequentemente no aumento do total de gases formados. Acima de 400 °C
ocorre uma redução considerável no percentual de produtos líquidos e acima de
temperaturas de 600ºC, esses valores são abaixo de 10 %.
31
2.7.2 Craqueamento Catalítico
O H3C
CH3
R C O CH2
O H3C
Alta temperatura/ CH2
Catalisador
R C O CH
H3C
O CH3
O
R C O CH2 H3C C
OH
O
H2O CO2 CO H2C CH C
H
Figura 2.16-Craqueamento termocatalítico de triglicerídeos
32
craqueamento a presença do catalisador, proporciona aumento na conversão do óleo,
diminuição dos produtos oxigenados no produto líquido e elevação da quantidade de
gases, em detrimento da fase líquida (WILLIAMS e HORNE, 1995; IDEM et al., 1997,
QUIRINO, 2006; RIBEIRO, 2006).Tais resultados estão associados à dificuldade de
difusão das grandes moléculas pelos poros dos citados sólidos e à adsorção dessas
moléculas nos sítios ativos superficiais (WILLIAMS e HORNE, 1995; IDEM et al.,
1997).
33
20% levou a uma forte redução do índice de acidez dos produtos líquidos. No entanto,
no caso do carbonato de sódio, o aumento da quantidade de catalisador levou também a
uma redução do rendimento em produtos líquidos. A redução da taxa de aquecimento de
10 para 5 °C/mim levou à produção de produtos líquidos de menor acidez. Apesar de
índices de acidez um pouco mais elevados, os resultados obtidos com o óxido de cálcio
foram mais interessantes por permitir a obtenção simultânea de um bom rendimento e
de uma baixa acidez. Além disso, o óxido de cálcio apresenta a vantagem de ser mais
barato que o carbonato de sódio.
Índice de
Catalisador Taxa Rendimento Resíduo Gases
Óleo Acidez(mg
(%) (°C/mim) (%) (%) (%)
KOH/g)
Buriti 10 %
10 80,23 1,13 18,62 32,52
Neutro Na2CO3
Buriti 10 %
5 78,78 1,22 19,99 16,04
Neutro Na2CO3
Buriti 20 %
10 57,32 0,97 41,69 1,17
Neutro Na2CO3
Buriti
por 20 % CaO 10 82,82 5,85 11,32 6,94
solvente
Buriti
por 20 % CaO 5 82,44 6,69 10,85 4,32
solvente
Buriti
por 10 % CaO 10 80,56 6,74 12,68 30,96
solvente
Buriti
10 % CaO 10 91,69 0,84 7,46 10,14
Bruto
34
catalisador, o índice acidez e os rendimentos nos produtos, de acordo com os resultados
indicados na Tabela 2.10. Os melhores resultados em rendimento de produto líquido e
índice de acidez foram obtidos com carbonato de sódio, tanto para o óleo de palma
bruto como para o óleo de soja.
35
e a temperatura de reação influenciam na conversão do ácido oléico. Ao utilizar os
teores de 63% e 70% de MgOa 400ºC as conversões foram superiores a 90% de ácido
oleico, conforme representado na Figura 2.17. Em temperaturas mais baixas, a 300 ºC, e
com um teor de MgO de 30%, a conversão do ácido oléico quase não ocorreu.
36
comprimento da coluna aumentou a quantidade de gás e coque residual, diminuindo a
quantidade de hidrocarbonetos líquidos. Os produtos da pirólise consistiram de gás,
hidrocarbonetos líquidos, ácidos carboxílicos, CO, CO2, água, olefinas, parafinas e
aromáticos.
Konweret et al. (1989) avaliaram a utilização do carbonato de sódio como
catalisador da reação em testes de craqueamento termo-catalítico, utilizando o óleo da
semente da Penaga, sendo o óleo composto principalmente pelos ácidos linoléico,
oléico, palmítico e esteárico. Para fins de comparação, além do óleo, estes ácidos graxos
foram avaliados separadamente. Os testes foram conduzidos em reatores de vidro e o
aquecimento era feito por forno elétrico cilíndrico com um sistema medidor de
temperatura. Antes do início dos experimentos o sistema era purgado com nitrogênio e
então aquecido gradualmente, sendo os produtos líquidos e gasosos coletados em
frascos. Os autores obtiveram hidrocarbonetos a partir dos experimentos utilizando os
ácidos linoléico e oléico, com a quantidade de carbonato de sódio variando entre 1 e
20% e temperaturas superiores a 500°C. Os testes com os ácidos esteárico e palmítico
foram realizados utilizando temperatura de 650°C. Os produtos líquidos na faixa de
destilação de 60 a 320°C foram analisados por CG-MS. Os hidrocarbonetos aromáticos
apareceram em maior proporção nas amostras de bio-óleo oriundos do craqueamento
dos ácidos graxos insaturados e as análises de CG e CG-MS demonstraram que em
geral a faixa da cadeia hidrocarbônica obtida variava entre 6 e 17 átomos. Por exemplo,
os produtos obtidos pelo craqueamento do óleo da semente de Penaga usando 1% de
carbonato de sódio e temperatura de 500 ºC foram aromáticos (21,3%), olefinas (46,9%)
e saturados (31,8%).
37
As zeólitas são sílico aluminatos cristalinos porosos cuja estrutura tetraédrica
oferece vantagens significativas como, por exemplo, excelente seletividade
dimensional. Além disso, as regiões de campos eletrostáticos do catalisador, que são
associados à presença de cátions, são altamente reativas, aumentando sua atividade
catalítica no processo do craqueamento (MAHER et al., 2006).
O uso de zeólitas ácidas em craqueamento de óleos vegetais é objeto de estudo
por décadas, no sentido de observar seu efeito de desoxigenação na reação. Vários tipos
de zeólitas foram empregados (SHARMA e BAKHASHI, 1991; SANTOS e
FERREIRA, 1998) e foi relatado que sólidos com elevado número de sítios ácidos de
Brønsted, principalmente grupos hidroxila (-OH) no interior dos poros tendem a
favorecer a formação preferencial de hidrocarbonetos aromáticos, alifáticos cíclicos e
lineares, com tamanho de cadeia próximo à faixa da gasolina (8-10 carbonos).
Através de experimentos de craqueamento de óleo de girassol usado, em
regime batelada, foi verificado que a quantidade de produtos aromáticos formados é
proporcional à quantidade de zeólita presente e que o aumento no diâmetro das
partículas da zeólita aumenta os efeitos de transferência de massa, diminuindo a
eficiência do processo (IDEM, 1997).
Dentre as zeólitas, a mais estudada no craqueamento de óleos vegetais é a
ZSM-5. Ela possui uma estrutura básica que consiste em camadas de cadeias de
pentágonos de sílica-alumina ligadas a átomos de oxigênio. Foi em 1972 que MILNE
descobriu a HZSM-5 e, desde então, ela vem se mostrando altamente eficaz na
conversão de uma grande gama de materiais em hidrocarbonetos de cadeia longa,
aromáticos e produtos do tipo gasolina. Buzetzki, et al.,(2011) demonstrou em um de
seus trabalhos que o uso da zeólita HZSM-5 no craqueamento de óleo de colza a uma
temperatura de a 436 ºC resultava em uma desoxigenação parcial do material, podendo
então influenciar na acidez de seus produtos.
As aluminas constituem outra importante classe de catalisadores ácidos, as
quais podem existir em diversas formas dependendo do método de preparação e
tratamento que são submetidas, sendo usadas na catálise como suporte ou catalisador
propriamente dito. A estrutura cristalográfica da alumina determina as propriedades de
sua superfície. Assim, a γ-Al2O3 é, por exemplo, predominantemente utilizada na
reforma e nos processos de hidrotratamento e a δ-Al2O3 ou θ-Al2O3 como catalisadores
automotivos (CARREet al, 2010). As propriedades texturais apresentadas pelas
38
aluminas têm possibilitado a diversificação do seu uso também no craqueamento de
materiais graxos.
Vonghia (1995) estudou o catalisador acido alumina, em processos de
craqueamento catalítico de matérias orgânicas. O autor comprovou que a alumina
ativada (ácida) é um catalisador eficiente para a descarboxilação de ácidos graxos em
pressões atmosféricas e temperaturas na ordem de 450 ºC.
Boococket al., (1992) utilizou a alumina para uma série de pesquisas
envolvendo a produção de alcanos, alcenos provenientes de triacilglicerídeos de lodo de
esgoto. Um de seus estudos mostrava que o craqueamento a 723 K de óleo de canola e
de óleo de coco na presença da alumina ativada apresentava rendimentos em produtos
líquidos de 65 a 79%, sendo os produtos compostos por hidrocarbonetos como n-
alcanos e n-alcenos. O grupo de pesquisadores de Vonghia e Boocok comprovou que a
alumina ativada possui habilidade de converter ácidos graxos e triglicerídeos em
produtos com pouco ou nenhum oxigênio, concluindo que a alumina é extremamente
eficiente na descarboxilação de ácidos graxos a temperaturas altas, na faixa de 723 K
(MAHER et al., 2006).
Quirino (2006) estudou a otimização da pirólise de óleo de soja, utilizando
como catalisador TiO2e ZrO2. As reações de pirólise de óleo de soja refinado na
presença de catalisadores foram realizadas em um balão de vidro de fundo redondo com
três bocas. Os experimentos foram realizados em duplicatas com 100 g de óleo de soja
refinado e 1 g de catalisador a cada corrida. A mistura reacional foi aquecida por meio
de uma resistência elétrica, até uma temperatura de 400°C, medida por meio de
termopar introduzido no balão (em contato com o óleo). As reações tiveram início a
uma temperatura de 350°C; os gases formados deixavam o sistema e eram condensados
em um condensador de vidro acoplado. A massa de produto condensado obtida era
composta por duas fases líquidas – fase aquosa e fase orgânica. A fase orgânica foi
analisada por diferentes técnicas e destilada segundo a norma ASTM-D86. Foi
constatado que o produto do craqueamento catalítico apresentou índice de acidez
consideravelmente menor que aquele determinado para a mesma reação sem catalisador.
39
2.8 PRODUTO LÍQUIDO ORGÂNICO
40
2.8 FRACIONAMENTO DO PRODUTO LÍQUIDO ORGÂNICO
41
de serem praticamente isentos de nitrogênio e enxofre, principais elementos formadores
dos óxidos responsáveis pelo efeito estufa e a chuva ácida (MAHER e BRESSLER,
2007, LIMA et al., 2007).
Vários estudos (VONGHIA et al., 1995; TAMUNAIDU e BHATIA, 2007;
OOI et al., 2004c; LI et al., 2007; SANTOS et al., 1998; ADJAYE et al., 1996; IDEM
et al., 1997; TWAIQ et al., 1999; WILLIAMS e HORNE, 1995; TWAIQ et al., 2004;
OOI et al., 2004a; OOI et al., 2004b; OOI et al., 2007; TWAIQ et al., 2003a; TWAIQ
et al., 2003b; LIMA et al., 2004; QUIRINO, 2006; RIBEIRO, 2006; PRADO e
ANTONIOSI FILHO, 2009; CHEW e BHATIA, 2009; LI et al., 2009b) foram
realizados no sentido de melhorar a seletividade do processo para obtenção de gasolina
ou diesel. Observa-se nestes, que a fração gasolina é favorecida quando o craqueamento
é realizado entre 400 e 450 ºC na presença de uma zeólita ou um material mesoporoso.
A zeólita mais estudada até o momento e a que apresenta os melhores resultados é a H-
ZSM-5 (WILLIAMS e HORNE et al., 1995; OOI et al., 2004c; ADJAYE et al., 1996;
TWAIQ et al., 1999; DANDIK et al., 1998; LIMA et al., 2004; SANTOS et al., 1998;
DUPAIN et al., 2007; TWAIQ et al., 2004; CHEW e BHATIA, 2009). A zeólita
favorece a obtenção de uma gasolina com grande quantidade de aromáticos C7-C9.
A fração diesel é favorecida por catalisadores mesoporosos e quando o
craqueamento é realizado a temperaturas entre 300 e 450 ºC (LIMA et al., 2004;
QUIRINO, 2006; RIBEIRO, 2006). Os materiais mesoporosos estudados até o
momento foram a MCM-41, pura e com diferentes quantidades de alumínio incorporado
(OOI et al., 2004a; TWAIQ et al., 2003a; TWAIQ et al., 2003b); e ,mais recentemente,
a SBA-15 (OOI et al., 2004b; OOI et al., 2007; CHEW e BHATIA, 2009), com os
mesmos tratamentos da MCM-41. Em virtude da menor acidez, quando comparado com
as zeólitas, estes sólidos mesoporosos são mais seletivos para hidrocarbonetos alifáticos
em detrimento dos aromáticos.
Outro fator que influencia, principalmente, na composição da fração líquida
orgânica é a composição da matéria prima a ser craqueada. Óleos e gorduras com
elevada quantidade de ácidos graxos insaturados e com cadeias carbônicas
relativamente pequenas favorecem a obtenção da fração gasolina com elevado teor de
aromáticos (IDEM et al., 1996). As insaturações facilitam o craqueamento da cadeia
carbônica e as reações de ciclização e posterior aromatização (IDEM et al., 1996). Já
aqueles com elevado teor de ácidos graxos saturados e com cadeias carbônicas grandes
favorecem a obtenção da fração diesel com menor quantidade de aromáticos.
42
Junming et al. (2010) estudaram oefeito de diferentes tipos de
catalisadoressobreo valor do rendimentoeacidezdas fraçõesde dieselegasolina, obtidas a
partir do craqueamento do óleo de soja em temperaturasvariando de 480 a 520
°Cusando um reator de vidro250ml. As faixas de temperatura de destilação (DT)
adotadas foram: a) DT < 160 °C (fração de gasolina); (b) 160 °C < DT < 340 ºC (fração
de diesel).Atemperatura foimedidaemduasposições(temperatura da colunaetemperatura
do fundo), utilizandotermoparescalibrados. De acordo com os resultados mostrados na
Tabela 2.11, os catalisadores básicos forneceram frações destiladas com índice de
acidezrelativamente baixo. Os autores também aplicaram o processo de esterificação
utilizando um catalisador sólido ácido(NaHSO4) nas frações de diesel e gasolina
objetivando reduzir a acidez. Os resultadosmostraram que para a fração diesel a acidez
reduziu de 36,9 para 3,2 mg KOH/g e para a fração da gasolina de 30,1 para 3,3 mg
KOH/g.
43
acidez muito elevado (> 200 mg KOH/g) decorrente da rápida destilação desta fração no
sistema de destilação simples. Além disso, a primeira fração apresentou-se mais fluída
que a segunda, muito provavelmente, em decorrência de ter sido coletada em uma
temperatura menor (< 190 ºC) e, consequentemente, apresentar compostos mais leves
que aqueles presentes na segunda fração. Acredita-se que o líquido orgânico da primeira
fração apresenta hidrocarbonetos na faixa da gasolina e do querosene, além de uma
elevada quantidade de compostos oxigenados leves (principalmente ácidos). Por outro
lado, as segundas frações, denominadas de diesel verde (DV), apresentaram baixo
índice de acidez, particularmente aquela obtido nos processos realizados sobre as
amostras La/SBA. Em decorrência disto, acredita-se que os catalisadores não atuaram
significativamente sobre a primeira fração líquida em virtude da sua rápida destilação,
já que tal fração começou a ser destilada logo após o início do processo de
craqueamento.
Na Figura 2.17 apresentam-se as curvas de destilação da segunda fração líquida
denominada de diesel verde (DV) e a de uma amostra de diesel mineral do tipo B. A
sobreposição quase total das duas curvas de destilação, além de evidenciar a semelhança
entre as propriedades químicas dos dois líquidos combustíveis, indica a semelhança
entre a composição dos mesmos. O fato da curva do DV ter ficado abaixo da curva do
diesel mineral no início da destilação reflete a considerável concentração de
hidrocarbonetos na faixa C7 a C9 nesta amostra de DV, como indicado pelas análises
cromatográficas, justificando os valores limites do ponto de fulgor e do índice de cetano
desta amostra. De forma semelhante, mas com menor intensidade, a curva de destilação
da amostra de DV ficou abaixo da curva do diesel mineral no final da destilação. Tal
fato também reflete a composição dos hidrocarbonetos presentes no DV. De acordo com
as análises cromatográficas não houve formação significativa de hidrocarbonetos com
mais de 17 átomos de carbono; fato que pode ser decorrente da composição em ácidos
graxos do óleo usado como carga.
44
Figura 2.18-Curvas de destilação de uma amostra de diesel mineral e diesel verde (DV)
oriundo do craqueamento termocatalílico do óleo de buriti(LUZ JÚNIOR, 2010).
45
de destilação simples visando à obtenção de produtos purificados nas faixas da gasolina
e diesel. Os produtos líquidos e as amostras de gasolina e diesel foram analisados por
GC-FID, GC-MS e por destilação através de um ponto de ebulição verdadeiro (TPB) e
ASTM D86, para comparação.TPB é um método de destilação descontínua utilizada
para analisar as características de destilação através da representação gráfica da fração
volumétrica de destilação em relação ao aumento da temperatura. Os resultados
evidenciaram que os biocombustíveis obtidos apresentaram compostos semelhantes às
frações de gasolina e de diesel do petróleo.
Santos (2007) destilou os produtos líquidos orgânicos obtidos do craqueamento
termocatalítico do sebo de boi, borra de soja e gordura de frango em quatro diferentes
frações com as seguintes faixas de temperatura de destilação: DT < 80 °C; 80 °C ≤ DT
< 140°C; 140°C ≤ DT < 200°C e acima de 200°C (fração pesada, diesel). O rendimento
na fração semelhante ao diesel para o produto obtido do craqueamento da borra de soja
foi de 56%. Ademais, apesar de não explicitado neste trabalho, as frações com DT
abaixo de 200 °C assemelham-se a misturas de hidrocarbonetos mais leves, como
querosene e gasolina, confirmando dados da literatura (CHANG e WANG, 1947). Os
resultados obtidos para os rendimentos estão na Tabela 2.12.
46
que podem ser isoladas por uma escolha adequada de temperaturas de destilação. As
frações isoladas na temperatura de destilação acima de 200 ºC para os produtos da
pirólise de soja e palma apresentaram propriedades físico-químicas comparáveis às
especificadas para o óleo diesel de petróleo no Brasil. De acordo com os resultados
(Tabela 2.13) os óleos de soja e de mamona apresentaram um comportamento
semelhante na faixa de temperatura de pirólise e nos rendimentos das frações destiladas.
Por outro lado, o óleo de palma reagiu em uma menor temperatura com um rendimento
superior na fração pesada. Este comportamento diferente pode ser devido a diferenças
na composição do óleo, especialmente para o alto conteúdo cadeia alquil-saturada do
óleo de palma.
47
Tabela 2.12-Propriedades físico-químicas do diesel de petróleo
Propriedades Métodos (ASTM) Unidade Especificação ANP
Destilação T95 % D 86 °C 282 – 338
Viscosidade a 40°C D 445 mm2/s 2-5
Resíduo de
Carbono, dos 10% D 524 % massa 0,35
finais, Max.
N° de Cetano, mín. D 976-80 % massa 40
Ponto de Fulgor,
D 92 °C 38
mín.
Cinzas, max. D 482 % massa 0,01
Corrosividade ao
cobre, 3h a 50°C, D 130 - 1
Max.
Água e Sedimentos D 2709 % volume 0,05
Enxofre total, Max. D 129 mg/Kg (ppm) 10
Ponto de
entupimento de D 6371 °C 0 a 12
filtro a frio, máx.
Estabilidade à
D 2274 mg/100mL 2,5
oxidação, max.
Condutividade
D 2624 pS/m 25
elétrica, mim.
Fonte: Resolução ° 65, DE 9.12.2011 – DOU 12/12/2011.
48
CAPÍTULO 3
MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MATERIAIS
3.1.1 ÓleosVegetais
49
3.1.3 Catalisadores Ácidos
50
Tabela 3.1-Massa de amostra utilizada de acordo o Índice de acidez
Índice de acidez Massa da amostra (+- 10%) Precisão (+-)g
g
0–1 20 0,05
1–4 10 0,02
4 – 15 2,5 0,01
15 – 75 0,5 0,001
=< 75 0,1 0,0002
Fonte: Método oficial da AOCS Cd 3d-63
(Va − Vb ).N.56,1
Índice de Acidez = (3.1)
ma
Sendo:
Va – volume de KOH usado na titulação da amostra, mL;
Vb – volume de KOH usado na titulação do branco, mL;
N – normalidade da solução de KOH;
ma – massa da amostra, g.
51
foi desligada e esperou-se o resfriamento do erlenmeyer e do condensador para estes
fossem desacoplados. Depois que o erlenmeyer foi desacoplado, adicionou-se nele
aproximadamente 1 mL de fenolftaleína (1% em álcool etílico 95%) e então foi feita a
sua titulação com solução de HCL 0,5N até que a cor rosa desaparecesse. Por fim,
anotou-se o volume de HCL gasto na titulação. O mesmo procedimento realizado para a
amostra também foi realizado para a determinação do branco, que ocorreu de forma
simultânea.O Índice de Saponificação, em mg de KOH/g de amostra, foi calculado pela
Eq. (3.2):
(Vb − Va ).N.56,1
Índice de Saponificação = (3.2)
ma
Sendo:
Vb – volume de ácido clorídrico gasto na titulação do branco, mL;
Va – volume de ácido clorídrico gasto na titulação da amostra, mL;
N – normalidade da solução do ácido clorídrico;
ma – massa da amostra, g.
3.2.3 Viscosidade
v = K(t − e) (3.3)
Sendo:
v – viscosidade cinemática (mm2/s);
K – constante característica do viscosímetro= 0,25;
t – tempo de escoamento da amostra (s);
e – correção da energia cinética (s)= 0,02
52
3.2.4 Densidade
A densidade dos óleos foi determinada segundo o método oficial AOCS Cc 10c-
95 (1997), a qual estabelece a massa por unidade de volume de óleos e gorduras
contidas em um picnômetro calibrado em uma determinada temperatura. Este método é
aplicável para gorduras animais e vegetais e óleos que não depositam cristais na
temperatura de determinação, a qual pode ser feita diretamente sobre as amostras de
teste (líquidos à temperatura ambiente).
Para a realização do procedimento experimental, utilizou-se uma balança de
precisão (QUIMIS, Q – 500L210C) e um picnômetro de 10 mL do qual se obteve de
imediato os seguintes dados: volume vazio (estabelecido pelo fabricante) e as massas
quando vazio e cheio de amostra. A análise foi realizada em duplicata e depois se tirou
uma média aritmética para a determinação do resultado.
A densidade absoluta (massa específica) foi calculada pela Eq. (3.4), cuja
unidade é dada em g/cm³.
(m2 − m1 )
ρt = (3.4)
V
Sendo:
ρt: massa especifica do fluido na temperatura de trabalho;
m2: massa do picnômetro cheio de óleo, cuja densidade relativa deseja-se
determinar;
m1: massa do picnômetro vazio;
V: volume do picnômetro.
53
medições práticas, as escalas de instrumentos padrões indicam índices de refração em
relação ao ar, em vez de vácuo.
O procedimento experimental realizado na análise partiu de um ajuste prévio
do Refratômetro de Abbé com água destilada (IR a 20 ºC = 1,333). Após este ajuste
prévio e seco os prismas com um papel absorvente, fez-se circular uma corrente de água
de 40 ºC pelo aparelho e se esperou a estabilização da temperatura. Depois de constatar
que os prismas estavam completamente limpos e secos, colocou-se duas gotas da
amostra no prisma inferior e abaixou-se o prisma superior até o travamento total. A
amostra ficou de 1 a 2 minutos entre os prismas, até ser lida, para que atingisse a
temperatura do aparelho. Em seguida, o refratômetro foi ajustado para a direção da luz
com o objetivo de obter a leitura mais distinta possível do IR da amostra sendo
realizadas leituras em triplicata para se obter uma melhor precisão dos resultados.
54
3.2.7 Ponto de Fulgor
3.2.9 Rendimento
!
ηProduto Líquido Orgânico % = ! !! ×100 (3.5)
!"
55
Onde: mOD é a massa de entrada no sistema, ou seja, a massa de óleo usada no
craqueamento e mEE: é a massa de saída que expressa à massa do produto craqueado.
3.4ANÁLISE CROMATOGRÁFICA
56
foi registrada a sua intensidade, tempo de retenção e a identificação do composto de
acordo com a biblioteca do software. Baseando-se na similaridade do pico obtido com
picos padrões do banco de dados da biblioteca inclusa no software. Os teores de todos
os compostos oxigenados identificados presentes em cada amostra e os teores de
hidrocarbonetos identificados presentes foram separados e estimada a composição
química de cada experimento.
57
2θna faixa de 10º até 90º, com passo de 0,05º e um tempo por passo de 4 s. O
equipamento utilizado foi da marca PANalytical, o modelo é X'Pert PRO. O
instrumento era equipado com um tubo com alvo de cobre (Cu), Kα1= 1,54056, tensão
de 40kV e corrente de 40 mA, fenda incidente e divergente de 1º, com a fenda
programável de 3 mm.
3.6.1 Neutralização
58
3.000 mL, acoplado a um banho termostático (Quimis, Modelo: Q-214M2) com
controle digital de temperatura e um agitador mecânico (Fisatom, Modelo: 713 D),
como ilustrado na Figura3.1. Inicialmente, transferiu-se a carga do óleo para o reator.
Estabilizou-se a temperatura em 50°C (323 K) e a rotação em 600 rpm. Em seguida,
gotejou-se com auxilio de uma bureta uma solução aquosa de NaOH por um período de
aproximadamente 10 minutos. Após os 10 minutos, a mistura foi aquecida até uma
temperatura de aproximadamente 60°C (333 K) seguida da diminuição da rotação para
90 rpm, objetivando-se a quebra da emulsão formada, permanecendo assim por 5
minutos. Após o término da neutralização o produto obtido foi transferido para um funil
de decantação para separar as fases coexistentes líquidas (óleo) – líquida dispersa
(emulsão), objetivando-se a separação do produto desejado do sabão gerado. Em
seguida, foram realizadas, as operações de filtração e centrifugação seguidas do
armazenamento do produto tratado.
59
3.7.1 Equipamento Experimental
60
(a) (b)
Figura 3.2-Reator de Craqueamento Termocatalítico (a) e Sistema de Craqueamento
Termocatalítico em Escala de Bancada (b).
61
(a) (b)
Figura 3.3-Unidade Semi-Piloto de Craqueamento (a) e Reator de Craqueamento
termocatalítico de 2 L de capacidade (b)
62
6. Agitador Vertical AG01: impelidor tipo turbina 4 pás a 450, diâmetro do
impelidor 35, motor elétrico 0,06 Kw polos 8, rotação até 810 rpm.
Motor do
Caixa de
Agitador
Controle
AG01
Saída de
Água Saída de
Água
E01
Entrada
Condensador M de Água
Controlador de
Vazão de N2
Termopar M
Saída Entrada de
de N2 Água Entrada
de N2
Manta R01
Térmica
C01
63
Figura 3.5-Planta Piloto de Craqueamento
64
Figura 3.7-Controle digital da unidade piloto
65
2. Tanques de gás GLP: Tanques de 108 L (Figura 3.9), pressão de serviço 1,70 Mpa
com válvula de redução de pressão, acoplado a controlador de vazão do gás GLP.
66
5. Agitador Vertical AG01:impelidor tipo turbina 4 pás a 450, 2 pás a 45 °,
diâmetro do impelidor 350/200/144, motor de 0,75 KW 4 polos, rotação de entrada até
1750 rpm.
67
Alimentação de Água
ÁGUA ÁGUA
VGA
VGA
Alimentação do
R-02
Motor do
R-02 agitador BC VGA ÁGUA VGA ÁGUA
Co
nd
Saída en
sa
de do
r VGA BC
Produto
VG
V-01
V-02 V-03 TQ
Cilindro de
VGA
R-01
Gás de
Queima VGA
T
Queimador
ST Saída de
VG
Agitador Condensado
BC
VA VG
BD VR TC Saída de Rejeito
68
Na escala de bancada foram realizados 3 (três) testes preliminares de
craqueamento termocatalítico para o óleo de buriti neutralizado, sendo um com
catalisador carbonato de cálcio e dois com catalisadores ácidos, todos na temperatura de
420 ºC. Em virtude dosresultados com o catalisador básico foram realizados mais dois
experimentos com o óleo de palma neutralizado variando a concentração de massa do
catalisador carbonato de cálcio (10 e 20 %), na temperatura de 430 º C, de acordo com a
Tabela 3.2.
69
Os produtos líquidos obtidos foram devidamente armazenados para posterior realização
de análises físico-químicas e de espectroscopia do infravermelho.
De acordo com os resultados obtidos com o catalisador básico CaCO3 em
escala de bancada, realizou-se dois experimentos térmicos e um termocatalítico para o
óleo de buriti em escala semi-piloto, ambos na temperatura de 420 ºC. Para o óleo de
palma foram realizados dois térmicos e 2 dois termocatalíticos com o carbonato de
cálcio, na temperatura de operação de 430 ºC, sendo utilizado nos experimentos o óleo
de palma bruto e neutralizado. Tendo em vista a eficiência dos catalisadores básicos,
testou-se ainda o óxido de cálcio (CaO) em dois experimentos utilizando óleo de palma
bruto e neutralizado. Na Tabela 3.3 estão resumidas as condições dos nove
experimentos realizados na escala semi-piloto.
70
Terminada as pesagens, ligou-se à chave geral elétrica da unidade piloto,
seguida do acionamento da chave geral do painel de controle. Posteriormente, foram
fixados os parâmetros operacionais para a execução dos experimentos, tais como a
temperatura de craqueamento e velocidade de agitação.
O óleo de palma contido no tanque foi bombeado por uma bomba dosadora
pelo um trocador de calor, para aquecer o óleo até a temperatura de 200 °C. O óleo pré-
aquecido foi direcionado para o reator de craqueamento. Após o acondicionamento do
óleo pré-aquecido no reator, ligou-se os sistemas de aquecimento, agitação e de
refrigeração.
Após o inicio do craqueamento termocatalítico, os produtos craqueados sob a
forma gasosa foram condensados utilizando o condensador multitubular acoplado à
saída do reator de craqueamento. Os gases não condensáveis formados durante a reação
foram conduzidos numa tubulação de aço para serem queimados numa tocha. Vale
ressaltar que em um projeto futuro os produtos gasosos formados durante a reação
podem ser utilizados no próprio sistema de aquecimento, fornecendo energia para o
processo.
A Tabela 3.4 indica as condições dos cinco experimentos de craqueamento
termocatalítico realizados com óleo de palma bruto. Avaliou-se a influência dos
parâmetros temperatura (400, 430 e 440 ºC), utilizando 10 % de carbonato de cálcio, e
porcentagem de catalisador (5, 7,5 e 10 %), na temperatura de 440 ºC.
71
em um vaso coletor com capacidade de 30 L, sendo em seguida armazenado em tanque
de polietileno com capacidade de 50 L. As amostras foram submetidas às análises físico
químicas, além de análises de espectroscopia de infravermelho.
72
comcapacidade de 500 mL (Figura 3.11). Após a montagem do aparato, iniciou-se o
procedimento experimental que consistiu inicialmente em ligar o aquecimento da manta
térmica, estabilizando-se a temperatura nas faixas correspondentes das frações de
gasolina, querosene, diesel leve e diesel pesado, coletando-se as respectivas frações.
73
neutralização foi de 800,84 g. Ao final do processo o produto foi retirado do reator e
iniciaram-se às operações de decantação, centrifugação e filtração simples.
O processo de destilação esta descrito no item 3.9. Na Figura 3.12 está
esquematizado o pré-tratamento aplicado ao produto líquido orgânico.
Produto Líquido
orgânico
Decantação
Filtração a vácuo
Extração líquido-líquido
Lavagem com água
(com água a T= 70°C)
Determinação do
Índice de Acidez
Análises do biodiesel
Desidratação
Determinação do
Índice de Acidez
Análises do biodiesel
Figura 3.12-Pré-tratamento do produto líquido orgânico
74
CAPÍTULO 4
RESULTADOS E DISCUSSÕES
75
A Tabela 4.2 apresenta os resultados obtidos nas análises físico-químicas do
óleo buriti bruto e neutralizado. Observou-se que a neutralização do óleo de buriti
bruto,diminuiu o índice de acidez de 32,95 para 0,53 mg NaOH/g de óleo. Analisando
os resultados do óleo de buriticonstatou-se que estes apresentaram valores consoantes
com a literatura para os parâmetros de viscosidade, índice de saponificação, índice de
refração e densidade, de Cunha et al., (2009) e Distrion, (2009), mostradosna Tabela 4.2.
76
100
721,29
1375,48
50
1466,45
1156,67
2842,58 1745,16
0 2927,74
Palma Bruto
100
50
T ra n s m itâ n c ia
(% )
721,29
1365,80
1464,61
0 2927,74 2848,38 1745,16 1162,58
721,29
50
1361,93
1 4 6 0 ,8 3
1162,58
0 2856,12 1745,16
2927,74
Buriti Bruto
100
721,29
1375,48
50
1460,64
1166,45
2852,25 1745,16
0 2923,87
Buriti Neutro
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
−1 -‐1
λ (
c m )
Figura 4.1- Espectros de Infravermelho dos óleos de palma e buriti
77
Figura 4.2-Cromatograma do óleo de palma bruto
78
4.2.1.1 Espectro de Infravermelho
100
80
(%) Transmitância
2369
60
40
1638
20
800
3428
0 507
H3PO4/SiO2
79
estruturado aluminossilicato, indicando à presença de anéis de cinco membros que
permite determinar o grau de cristalinidade, típicos da HZSM-5 (OTZ, 2010).
100
80
1633,70715
1633
792,74338
792
60 3190
1402
%Transmitância
3650
3452,58064
3452
40
20 545
0
1068,56406
1068
80
4.2.1.3 Difração de Raio X
22,3
Intensidade/u.a
44,5
20 40 60 80 100
0
2θ/
81
Figura 4.6-Difratograma de Raios X de amostra de H3PO4/SiO2 entre 13 e 72 %
p/p(MAKI et al., 1998)
82
4.2.2 Catalisadores básicos
100
80
T ra n s m itâ n c ia
(
% )
2515
712
60 3445
40
20
874
0
C aC O 3 1464
-‐20
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
−1 -‐1
λ (
( c m )
83
60
C a C O 3
50
40
T ra n s m itâ n c ia (% ) 30
2978,09
2877,79
3445,22
20
2507,46
3642
10
1791,87 713,66
0
1455,80 875,78
84
Tabela 4.5-Vibrações fundamentais do ânion carbonato observadas nos espectros no
-1
infravermelho de
100 calcita e aragonita(valores em cm )
CO32- em
(%) Transmitância
Denominação
80
das Simetria Calcita Aragonita
vibrações
60 3447
2569 solução
1753 692 υ1 – Estiramento A1 ’ --- --- 1083
40
simétricoυs(CO)
854 υ2- Deformação
20 A2 ” 880 876 864 857
angular fora0 do plano Li2CO3
1429
1450
γ(CO3)
00 1500 1000
υ
500 3– Estiramento
-20
4000
anti-
3500 3000
E’ 2500 1451
2000 1500
14201000 1474
500
a (cm )
-1 simétricoυas(CO) Número de Onda (cm
-1
)
100
υ4 - Deformação E’ 701 712 712/700
angular no plano δd(OCO)
(%) Transmitância
80
2361
Fonte: (BESSLER
60
e RODRIGUES, 2008)
866 594 669
1653
40
1454 Ao comparar as bandas 875 e 713 cm-1encontradas
1395
nos espectros de
20
infravermelhos do carbonatoKde
COcálcio com os dados da Tabela 4.5, verifica-se que as
0 2 3
80
A Figura 4.10 apresenta o espectro
2515 de infravermelho do óxido
712
de cálcio,
60 3445
caracterizado por Silva, (2010). A banda intensa que aparece em 3642 cm-1 é
40
característica da vibração de estiramento de ligação OH no Ca(OH)2. No entanto, as
20
CaCO
bandas presentes0 nas regiões de número de onda de 1427 e de 876 cm-1874
indicam a rápida
3
1423 1464
formação de carbonato,
-20
proveniente da quimissorção de CO2 do ar na superfície do
00 1500 1000 500 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
-a Ca(OH)2(PEREIRA et al ,2009). -1
a (cm ) Número de Onda (cm )
100
80 2371
3441 876
(%) Transmitância
60
1427
40
3642
20
-20
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
-1
Número de Onda (cm )
85
4.2.2.2 Análise Termogravimétrica
0,000
-0,002
TGA (mg)
DTGA
6 -0,004
-0,006
-0,008
737
4
200 400 600 800
0
Temperatura ( C)
86
Tabela 4.6-Decomposição térmica de carbonatos básicos
87
4.2.2.3 Difração de Raio X
29,5
Itensidade/u.a
39,5 48,6
43,2
23,1 36
57,4
64,6
20 40 60 80
0
2θ/
88
A Tabela 4.7 mostra os parâmetros operacionais adotados e os resultados
obtidos para os três testes preliminares de craqueamento termocatalítico utilizando óleo
de buriti neutralizado e os dois experimentos com óleo de palma neutralizado. Ao
analisar osexperimentos com óleo de buriti pode-se verificar que o catalisador HZSM-5
comparado com oscatalisadorescarbonato de cálcio e sílica dopada em acido fosfórico
apresentou um período menor para o inicio do craqueamento, além do melhor
rendimento em produto líquido orgânico, aproximadamente 79 % e a formação mínima
de resíduo sólido.No entanto ao utilizar o óleo de palma neutralizado com 10% de
CaCO3observa-seuma melhor eficiência quanto ao tempo e a temperatura inicial de
craqueamento.
Os experimentos com o catalisador carbonato de cálcio apresentaram melhores
resultados com a utilização do óleo de palma do que com o óleo de buriti. Destaca-se
ainda que os experimentos com o carbonato de cálcio apresentaram um fluxo de gás
maior em relação aos experimentos com catalisadores ácidos, o que provavelmente foi
ocasionado pela falta de um sistema de condensação mais eficiente tais como o emprego
de condensadores com comprimento adequado e presença de um banho ultra
termostático, os quais permitissem uma melhor condensação, o que contribuiria para
aumentar o rendimento em produto líquido dos testes.
89
A Tabela 4.8 mostra os resultados das análises físico-químicas dos
experimentos de craqueamento termocatalítico em escala de bancada. O catalisador
básico carbonato de cálcio apresentou melhor qualidade dos produtos líquidos orgânicos
produzidos, independente da matéria prima utilizada (óleo de palma ou óleo de buriti),
destacando-se um menor índice de acidez, conforme indicado na Figura 4.14. Além
disso, o produto obtido com o carbonato de cálcio apresentou viscosidade cinemática e
índice de saponificação relativamente baixo quando comparados com os resultados dos
catalisadores ácidos (sílica impregnada com ácido fosfórico e HZSM-5).
Ao analisar os experimentos utilizando óleo de palma com diferentes
porcentagens de carbonato de cálcio, verifica-se que o índice de acidez, índice de
saponificação e a viscosidade diminuíram com o aumento da porcentagem de
catalisador. A elevação da quantidade do catalisador favorece a desoxigenação dos
ácidos carboxílicos produzidos no craqueamento primário, reduzindo a quantidade de
espécies ácidas no produto líquido. Ao comparar os resultados de viscosidade com as
especificações da ANP Nº 65 para diesel de petróleoobservou-se que os experimentos
estão acima do valor especificado de 5 cSt, provavelmente devido à presença ainda de
pequena quantidade de ácidos graxos livres nos produtos. É importante ressaltar que a
norma supracitada não estabelece limites para o índice de acidez, índice de refração e
índice de saponificação.
90
B uriti
N e utro
140
P a lm a
N e utro
120
80
60
40
20
0
C aC O 3 Z S M-‐5 S iO 2/H 3P O 4 10
%
C a C O 3 20
%
C a C O 3
Produto líquido Orgãnico
91
Tabela 4.9-Comparação dos experimentos com a literatura.
Experimentos Índice de Produto Resíduos
de Catalisador Acidez líquido(%) (sólido+gás)
Craqueamento (mgKOH/g) (%)
Palma neutro 10 % CaCO3 52,07 79,96 20
430 ºC
Palma neutro 20 % CaCO3 28,27 66,94 33
430 ºC
Buriti neutro 10 % CaCO3 58,55 58,8 41,19
420ºC
Buriti neutro 10% HZSM-5 120,32 79 20,96
420ºC
Buriti bruto 10% PP1381 128,64 78,05 21,96
(SILVA, 2011)
Buriti neutro 10% CaO 30,96 80,56 19,42
(SILVA, 2011)
Palma Refinado 10 % PP1381 102,23 75,34 26,58
(SILVA, 2011)
Óleo de Soja(SILVA, 10 % CaCO3 18,18 72,28 27,72
2010)
92
20% CaCO3
100
866,45
50 730,96
1162,58
0 1737,48
1460,64
2929,67 2840,64
10% CaCO3
T ra n s m itâ n c ia
(% )
100
120
ZSM-5
943,87 730,96
50
90 1298,06
1452,90
0 60 2929,67 2840,64
1710,32 720,40
932,40
60 30
Óleo de palma neutro 1296,36
1461,89
1500 2864,29
40 2929,87 1710,85
H PO /SiO
3 4 2
100 3463,87 719,35
20
721,29
50 1468,38
1162,58 1460,64
0 2929,67
2844,51 1743,22 1166,45
0 2852,25 1745,16
2923,87
Buriti Neutro
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
4000 3500 3000
−1 -‐1 2500 2000 1500 1000 500
λ (c m )
−1 1
λ ( cm- )
Figura 4.15-Infravermelho do óleo de buriti e dos produtos líquidos
93
20% CaCO3
100
866,45
50 730,96
1 5 6 7 ,0 9
1162,58
0 1737,48
1460,64
2929,67 2840,64
10% CaCO3
T ra n s m itâ n c ia
(% )
100
943,87 730,96
50
1298,06
1452,90
0 2929,67 2840,64
1710,32
40
3463,87 719,35
20
1468,38
1162,58
2844,51 1743,22
0 2929,67
94
4.4 CRAQUEAMENTO TERMOCATALÍTICO EM ESCALA SEMI-PILOTO
95
parâmetros da reação de craqueamento térmico, bem como no rendimento em produto
líquido.
Uma possível explicação para as diferenças observadas podeestar relacionada
com o alto índice de acidez do óleo de buriti bruto. A maior quantidade de ácidos
graxos livres presentes no óleo bruto talvez tenha interferido na transferência de calor
dentro do sistema reacional, ocasionando um aumento no tempo inicial da reação de
craqueamento.
96
120
água Gás Resíduo Produto Líquido
110
100
90
Rendimento do Processo ( %)
80
70
60
50
40
30
20
10
0
B uriti
B ruto
T é rmic o B uriti
N e utro
T é rmic o B uriti
B ruto
C a C O 3
Experimentos de Craqueamento
97
de partida. Em outras palavras, produtos com elevado índice de saponificação são
produtos formados basicamente pelo craqueamento primário do triglicerídeo.
Em relação ao parâmetro da viscosidade, observou-se que os valores
encontrados para os produtos obtidos do processo de craqueamento térmico e catalítico
não estão consoantes com a norma para diesel de petróleo. No entanto, os resultados da
viscosidade para o craqueamento térmico apresentaram valores mais elevados que o
craqueamento catalítico,fato que provavelmente pode estar relacionado com a maior
presença de ácidos graxos nos produtos obtidos com craqueamento térmico. É
importante destacar que os valores das características que não estão consoantes com a
norma podem ser melhorados com uma destilação dos produtos antes do seu uso como
combustível.
O parâmetro de índice de refração dos produtos líquidos obtidos do
craqueamento não apresentaram mudanças significativas quando comparado com o óleo
bruto e neutralizado, mostrando que o processo de craqueamento não alterou esse
parâmetro. Com relação ao parâmetro da densidade, observou-se que os experimentos
com craqueamento térmico apresentaram valores dentro dos limites especificados pela
ANP. No entanto, no processo de craqueamento catalítico, a densidade apresentou um
valor abaixo do especificado pela ANP. Os parâmetros ponto de fulgor e corrosividade
encontraram-se de acordo com a norma da ANP para diesel de petróleo.
98
A Figura 4.18 apresenta o espectro de infravermelho dos produtos líquidos do
processo de craqueamento térmico do óleo de buriti bruto e neutralizado, além do
catalítico (CaCO3) com buriti bruto.Ao analisar comparativamente as bandas do
craqueamento catalítico em 1.712, cm-1com as bandas do craqueamento térmico em
1.710,86 cm-1, as quais correspondemao estiramento da ligação C=O características de
ácidos carboxílicos pode-se visualizar a menor intensidade para a amostra obtida do
craqueamento catalítico, o qualé corroborado pelo baixo índice de acidez. Outro fato
que ratifica a acidez elevada dos produtos obtidos no craqueamento térmico é absorção
de deformação axial de O-H dos dímeros dos ácidos carboxílicos, a qual é representada
por uma banda intensa e muito larga entre 3300 cm-1 e 2500cm-1.
Os espectros referentes aos biocombustíveis produzidos em escala semi-piloto
apresentam bandas características de grupos funcionais, como a vibração de deformação
axial de C-H na região de 3.000 a 2.840 cm-1 correspondente a função de
hidrocarbonetos, referentes ao estiramento C–H de CH3 e CH2, sobrepostos à larga
banda de estiramento O–H (PAVIA et al., 1996; ALBUQUERQUE et al., 2003;
JUNMING et al., 2009), bandas de deformação angular simétrica no plano CH2em
aproximadamente 1460 cm-1, bandas de 1290,56 e 1284,59 cm-1 correspondentes à
banda de ésteres de deformação axial de C-O que aparecem compreendidas entre 1050 e
1300 cm-1, bandas entre 900 a 675 cm-1 referente à deformação angular fora do plano de
C-H.
Com relação aos espectros do produto líquido do craqueamento térmico do
óleo de buriti bruto e neutralizado,verificou-se que não existem diferenças significativas
nos produtos formados, apresentando apenas uma indicação da redução de algumas
bandas como, por exemplo, a banda 1.460,11 cm-1 referente à deformação angular no
plano CH2, CH3e as bandas723,31 cm-1 e 939,33 cm-1.
99
120
Catalítico CaCO3 Buriti Bruto
100
723,31
80 910,40
60 1458,18
1712,79
40
20 2854,65
2920,22
0
Térmico Buriti Bruto
T ra n s m itâ n c ia
(% )
100
723,31
939,33
1290,56
50
1460,11
2844,65 1710,86
0 2914,44
50
723,31
958,62
1284,59
0 1460,11
2958,42 2858,50 1710,86
-‐1 -‐1
λ
(c m )
100
Tabela 4.12-Parâmetros operacionais adotados e obtidos referente aos experimentos de
craqueamento em escala semi-piloto utilizando óleo de palma bruto.
Características Térmico Catalítico Catalítico
do Palma bruto /CaCO3 CaO
Craqueamento Palma bruto Palma bruto
Temperatura de 430 430 430
craqueamento (°C)
Temperatura inicial (ºC) 410 333 322
Tempo inicial (min) 38 30 33
Tempo de Craqueamento 58 50 50
(min)
Tempo total do 1h 7 min 55min 1h24min
processo(min)
resíduo sólido (%) 10,50 23,36 17,58
Gás gerado (%) 18,17 6,00 16,39
Agua (%) 0,39 2,16 4,76
PLO ( %) 70,94 68,48 61,27
101
Em relação a influencia da neutralização do óleo de palma no craqueamento
térmico e termocatalítico com carbonato de cálcio, verifica-se que não houve diferenças
significativas nos parâmetros operacionais, como observado no craqueamento com óleo
de buriti. No entanto, observou-se uma diferença com o óxido de cálcio, uma vez que,
os resultados dos parâmetros do processo correspondentes à temperatura e tempo inicial
de craqueamento, além do rendimento em produto líquido, foram menores para o
experimento de craqueamento com óleo de palma neutralizado.
Os resultados mostraram que o maior rendimento de PLO foi obtido no
experimento de craqueamento térmico com palma neutro com valor de 76,83%, seguido
do craqueamento térmico com óleo bruto e craqueamento catalítico (CaO) com óleo
neutro, com valores de 70,94 e 71,62%, respectivamente (Figura 4.19). É importante
ressaltar que apesar do alto rendimento em produto líquido no craqueamento térmico,
este processo apresenta a desvantagem de propiciar um produto rico em ácidos graxos
livres, corroborado pelo alto índice de acidez.
110
Água Gás Resíduo Produto Líquido
100
90
80
Rendimento ( %)
70
60
50
40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6
Experimentos de Craqueamento
102
catalítico, evidenciando a eficiência dos catalisadores básicos carbonato de cálcio e
óxido de cálcio no que tange aos parâmetros do processo.
Em relação ao rendimento em produto líquido, observa-se que o craqueamento
catalítico com óleo de buriti apresentou resultado superior ao craqueamento térmico. No
entanto, ao comparar os experimentos de craqueamento térmico com palma bruto com
os catalíticos com palma bruto utilizando carbonato de cálcio e óxido de cálcio, torna-se
evidente que os rendimentos em PLO foram mais elevados nos experimentos de
craqueamento térmico, o mesmo pode ser observado com os experimentos com óleo de
palma neutralizado.
Os resultados indicam que o tipo de matéria prima pode influenciar no
comportamento reacional e que o óleo de buriti bruto, provavelmente devido a sua
composição, apresentou um tempo menor de 25 minutos para iniciar o craqueamento
catalítico (CaCO3), com um rendimento em produto líquido superior ao craqueamento
térmico.Para o óleo de palma verificou-se que o tempo menor para iniciar o
craqueamento catalítico (CaCO3 e CaO) foi de 28 minutos e o rendimento em PLO foi
maior com o craqueamento térmico. Resultado semelhante foi observado por Santos
(2013) que ao realizar o craqueamento termocatalítico do óleo de fritura obteve um
rendimento de 73,32% para o craqueamento térmico e de 55,41% para o craqueamento
catalítico.
A Tabela 4.14 apresenta os resultados obtidos das análises físico-químicas para
os produtos obtidos do craqueamento termocatalítico em escala semi-piloto. Com
relação ao índice de acidez ocorreu uma redução no craqueamento catalítico em relação
ao térmico, demonstrando a eficiência do uso dos catalisadores básicos CaO e CaCO3,
em acordo com os resultados de Silva (2010). Pode-se ressaltar que, assim como o
ocorrido com o óleo de buriti, a neutralização do óleo de palma não influenciou nos
parâmetros físico-químicos do craqueamento térmico, pois os resultados de índice de
acidez para o PLO utilizando óleo de palma bruto e neutralizado apresentaram valores
elevados, corroborando a informação que independente da matéria-prima utilizada, no
craqueamento térmico ocorre à formação de espécies acidas, gerando um produto com
elevada acidez, como observado na literatura (SANTOS, 2013; RIBEIRO, 2006 e
SILVA, 2010).
O parâmetro viscosidade mostrou-se acima do especificado pela ANP Nº 65
para os processos de craqueamento térmicos e catalíticos utilizando CaO (palma
neutro), provavelmente causado pela quantidade de ácidos graxos livres. No
103
craqueamento catalítico, a quantidade de espécies ácidas foi menor em relação ao
processo térmico, levando a um menor valor da viscosidade, fato este também
observado por Oliveira (2010).
Quanto ao parâmetro ponto de fulgor, os experimentos de craqueamento
térmico e o catalítico utilizando CaO (palma bruto) apresentaram valores de 32 °C,
abaixo do mínimo especificado pela ANP que é de 38 °C, provavelmente explicado pela
presença de hidrocarbonetos leves C5-C7. O ponto de fulgor dos experimentos catalíticos
(CaCO3, palma bruto;CaCO3,palma neutralizado e CaO, palma neutralizado)
apresentaram resultados de 92, 108 e 90,6 °C, respectivamente, evidenciando a ausência
de produtos mais leves nestas frações.
Os parâmetros de corrosividade a lamina de cobre e densidade se mantiveram
dentro das normas da ANP. Com relação ao índice de refração não houve mudanças
significativas quando se compara o óleo neutralizado e bruto com os produtos obtidos
do craqueamento termocatalítico, mostrando que o processo de craqueamento não altera
este parâmetro. Ao analisar o índice de saponificação verificou-se a diminuição deste
parâmetro com o processo de craqueamento catalítico, evidenciando a eficiência do
catalisador na remoção da carbonila (das funções éster e ácido).
104
Nas Figuras 4.20 e 4.21 estão representados os espectros de infravermelho dos
produtos líquidos dos craqueamentos térmico e catalítico do óleo de palma bruto e
neutralizado, respectivamente. Os infravermelhos apresentam bandas característica de
carbonilas de ácidos graxos livres em 1710,85, 1712,25 e 1713,57 cm-1. Estes dados
evidenciam a ocorrência do craqueamento primário do óleo, no qual houve conversão
dos ésteres de ácidos graxos em ácidos carboxílicos e outros oxigenados.
As bandas características de ácidos carboxílicos dos experimentos de
craqueamento catalítico apresentam menor intensidade que as amostras dos
experimentos térmicos, fato coerente com os baixos índices de acidez dos produtos
catalíticos, evidenciando mais uma vez a ação dos catalisadores (CaCO3 e CaO) na
degradação dos ácidos carboxílicos.
Nos espectros de infravermelhos dos processos de craqueamento térmico e
catalítico foram observadas bandas em 1473,61 e 1460,28 cm-1, características das
deformações angulares em CH2,bandas na faixa de900 a 675 cm-1 referente vibrações de
deformação angular fora do plano de C-H e bandas de deformação axial de C-H na faixa
entre 2500 e 3500 cm-1, correspondente a função de hidrocarbonetos. Segundo
Silverstein et al. (2007), o estreitamento nesta faixa do espectro evidencia a diminuição
de compostos oxigenados e a formação de hidrocarbonetos.
105
727,09
912,90
1381,29
50
1460,28
1712,25
2848,38
0 2922,84
912,90
1367,74 727,09
50
1712,25 1473,61
0 2848,38
2926,01
Térmico Palma bruto
100
50 717,48
956,69
1296,73
1460,28
0 2929,67 2848,38 1710,86
−1 -‐1
λ (
c m )
Figura 4.20-Infravermelho do craqueamento térmico, catalítico (CaCO3) e catalítico
(CaO) do óleo de palma bruto.
106
906,26 720,40
50
1713,57 1456,09
0 2925,81 2854,85
908,47
720,48
50
1461,89
1712,78
0 2852,72
2922,16
50 723,31
941,26
1282,66
0 1462,04
2927,94 2850,79 1710,85
−1 −1
λ (c m )
Figura 4.21-Infravermelho do craqueamento térmico, catalítico (CaCO3) e catalítico
(CaO) do óleo de palma neutralizado.
107
O craqueamento térmico apresentou também uma maior produção acumulada
de PLO, sendo que a produção praticamente cessou a partir do 20 minutos. Tal
comportamento não foi verificado para os experimentos de craqueamento catalítico
utilizando carbonato de cálcio e óxido de cálcio, os quais apresentaram um
comportamento similar ao longo do tempo reacional, com a massa de produto líquido
crescente ao longo do tempo reacional.
600
Massa de Produto Líquido ( g)
500
400
300
200
P a lm a
N e utro
T é rm ic o
P a lm a
N e utro
C a C O 3
100
P a lm a
B ruto
C a C O 3
P a lm a
B ruto
C a O
0
P a lm a
N e utro
C a O
10 20 30 40 50
Tempo( minutos)
108
450
440
430
Temperatura ( ºC)
420
410
400
P a lm a
N e utro
C a C O 3
390
P a lm a
B ruto
C a C O 3
P a lm a
B ruto
C a O
P a lm a
N e utro
C a O
380
10 20 30 40 50
Tempo ( minutos)
109
Tabela 4.15-Parâmetros operacionais dos experimentos em escala piloto.
Exp 1 Exp 2 Exp 3 Exp.4 Exp.5
Características 10 % 10 % 10 % 5% CaCO3 7,5%
Dos Processos CaCO3 CaCO3 CaCO3 440 °C CaCO3
430 °C 400 °C 440 °C 440 °C
Temperatura inicial 35 30 56 54 36
R01
Temperatura inicial 34 32 79 82 41
Chaminé R01
Temperatura inicial 317 308 344 356 360
de Craqueamento
Temperatura 260 258 275 271 248
Chaminé * R01
Temp. entrada 59 43 75 67 54
condensador
Temp. saída 88 128 120 39 44
condensador
Tempo inicial de 1h 50min 1h:59 min 2h 14min 2h 37min 2h 40 min
Craqueamento
Tempo total do 3h 50min 3h:10min 4h 35min 3h 33min 4h
processo
*Temperatura durante a temperatura inicial de craqueamento.
110
Tabela 4.16-Influência da temperatura de reação nos rendimentos dos processos
Rendimentos Produto Produto Produto
dos 10 % CaCO3 10 % 10 % CaCO3
111
A Tabela 4.18 apresenta os resultados das análises físico-químicas dos
produtos líquidos orgânicos com variação da temperatura em comparação com as
especificações da ANP para o diesel de petróleo. Ao analisar o índice de acidez, nota-se
uma redução deste parâmetro com a elevação da temperatura, no entanto a diferença é
menos significativa entre os experimentos a 430 e 440ºC. Na temperatura de 400 ºC a
degradação das espécies ácidas, principalmente os ácidos carboxílicos, não foi eficiente
elevando o índice de acidez para 64 mg KOH/g. Entretanto, em comparação com o
craqueamento térmico, o resultado encontrado já é cerca de 50% mais baixo.
Os resultados encontrados para o índice de acidez estão de acordo com Bakar
et al, (2009), que realizaram o craqueamento nas temperaturas de 400, 500 e 600 °C e
obtiveram valores de 81,81; 75,62 e 67,75 mgKOH/g, respectivamente. Abreu (2013)
realizou o craqueamento termocatalítico da borra de neutralização do óleo de palma nas
temperaturas de 420 e 440°C e obteve valores de 9,14 e 0,25 mgKOH/g,
respectivamente. Desta forma, provavelmente a elevação da temperatura contribui para
o craqueamento secundário das moléculas, originando produtos mais ricos em
hidrocarbonetos e apresentando uma menor formação de compostos oxigenados,
principalmente os ácidos carboxílicos.
Como observado anteriormente, produtos com elevado índice de saponificação
são produtos formados basicamente pelo craqueamento primário do triglicerídeo.
Assim, quanto maior a acidez maior será o índice de saponificação, fato este observado
nos resultados obtidos.
Com relação ao índice de refração para efeito de comparação com óleo bruto
pode-se perceber que após o craqueamento não ocorreu variação no mesmo. Ainda é
possível notar que à variação da temperatura de operação não apresentou influencia em
relação ao índice de refração.
A viscosidade do experimento a 400 ºC apresentou um valor de 11,74 cSt, bem
acima do especificado pela ANP para o óleo diesel. Este fato está provavelmente
relacionado com a quantidade de espécies ácidas presentes no produto. Com relação os
resultados nas temperaturas de 430 e 440ºC, as viscosidades foram bem próximas, no
entanto, apenas o produto da temperatura de 430ºC se enquadrou na especificação da
ANP.
De acordo com trabalhos da literatura o aumento da temperatura de
craqueamento favorece a diminuição da viscosidade. Abreu (2013) realizou o
craqueamento catalítico nas temperaturas de 420 e 440 °C, obtendo valores de 3,88 e
112
2,61 cSt, respectivamente. Rodrigues (2007) utilizou óleo de soja nas temperaturas de
390 e 420 °C e obteve valores de 25,16 e 12,54 cSt, respectivamente.
Verificou-se que os resultados da densidade e corrosividade estão consoantes
com as especificações estabelecidas pela ANP, não apresentando qualquer restrição
quanto a estes parâmetros para a sua utilização em motores diesel.
O resultado sobre o ponto de fulgor dos biocombustíveis obtidos na
temperatura de 400 °C apresentou valores dentro dos limites estabelecidos pela ANP.
Nas temperaturas de 430 e 440 °C os produtos estão fora da norma, evidenciando que o
aumento da temperatura influenciou na diminuição do ponto de fulgor. Este resultado é
devido a maior quantidade de frações leves presentes.
Para o resíduo de carbono nota-se que somente o produto de 430°C está dentro
da especificação estabelecida pela ANP. É importante relatar que combustíveis ricos em
carbono como os observados nas temperaturas de 400 e 440°C são mais difíceis de
queimar e levam à formação de fuligem e depósitos de carbono. Além dos sabões e de
glicerídeos residuais, contribuem para os valores elevados de resíduo de carbono a água
livre, os ácidos graxos livres, o resíduo de catalisadores e os insaponificáveis oriundos
da matéria-prima.
Os valores que não estão consoantes com a norma podem ser melhorados com
uma destilação dos produtos antes do seu uso como combustível, de forma a isolar uma
fração com propriedades mais próximas do óleo diesel.
113
A Figura 4.24 mostra os espectros de infravermelho do óleo de palma bruto
com os espectros de infravermelho dos produtos líquidos nas temperaturas de 400 °C,
430 °C e 440°C. Os espectros apresentam vibração na região de 3300 cm-1 e 2500 cm-1
que é atribuída ao estiramento (deformação axial) do grupo hidroxila O-H. Verifica-se
também a presença de bandas na região 2845 cm-1 a 2931,80 cm-1 associadasàs
deformações axiais de alifáticos referentes aos estiramentos C-H de CH2 e CH3. Há
também ocorrência das bandas próximas de 1465 cm-1 e 1375 cm-1, referentes à
presença de alcanos CH2 e CH3e das bandas entre1667-1640 cm-1 referentes à
alcenosC=C, além das bandas entre 970- 960 cm-1 referentes à deformação axial da
ligação C=C, presença das bandas nas faixas de 900 a 675 cm-1,referente vibrações de
deformação angular fora do plano de C-H correspondente a hidrocarbonetos
mononucleares e polinucleares.Observa-se a presença de bandas entre 1300 a1100cm-1
características de álcoois e fenóis e a banda em aproximadamente 720 cm-1referente à
deformação angular assimétrica no plano, CH2. O pico de 2360,87 cm-¹, provavelmente,
correspondente ao CO2 proveniente do ambiente.
114
60
40
2362,79
1649,42
3419,79
964,40
1166,89
903,52
719,44
20
1375,24
1712,61
1466,94
0
2852,71
2922,15
80
(10 % CaCo3 430 °C)
60
2360,87
40
3414,00
T ran s m itân c ia
(% )
1640,95
970,00
1160,31
898,81
721,38
1375,95
20
1466,94
1713,38
0
2846,93
2927,94
80
( 10 % CaCO 3 400 °C )
60
40
2360,87
1643,77
3462,62
908,22
20
964,40
719,44
1373,31
1161,14
1462,04
1713,38
0
2931,80
2845,00
150
Óleo de palma bruto
100
711,73
50
1452,39
1149,57
0 2927,94 2852,21 1743,04
115
Os espectros de infravermelho dos produtos líquidos orgânicos (PLO)
apresentam bandas com número de onda, praticamente nas mesmas regiões do espectro,
com intensidades variadas, indicandoà formação dos mesmos compostos majoritários
(C-H,CH2, CH3,C=C e C=O), mas em diferentes proporções. Podem-se observar
também nos espectros a formação de hidrocarbonetos, tais como alcanos (parafinas),
alquenos (olefinas), aromáticos e cetonas, aldeídos.
116
rendimento final do produto. A quantidade de gás formada foi maior para o experimento
com a menor quantidade de catalisador como ilustrado no Gráfico abaixo. Os resultados
de rendimento em produto líquido estão de acordo com os dados apresentados na
literatura (DANDIK e AKSOY, 1998; SILVA, 2010, ABREU, 2013), onde os autores
verificaram que o rendimento em produtos líquidos aumenta com a quantidade do
catalisador.
90
Produto Líquido Orgânico
Resíduo
80
Gás
70
Rendimento ( %)
60
50
40
30
20
10
10% C a C O 3 7,5% C a C O 3 5% C a C O 3
117
de carbonato de cálcio e para os experimentos com 5 e 7,5 de CaCO3obteve-se os
menores tempos de operação de 3horas e 33minutos e 4horas, respectivamente, no
entanto, apesar do menor tempo de operação estes experimentos apresentaram a maior
formação de espécies ácidas, contribuindo para à formação de compostos
oxigenados,corroborado pelas analises cromatográficas e de índice de acidez.
118
(2007), obteve índices de acidez de 134,38 e 104,13 mgKOH/ g de óleo para um
craqueamento térmico.
A viscosidade para os três experimentos apresentaram valores acima do
especificado pela ANP provavelmente relacionado com a quantidade espécies ácidas
presentes nos produtos, principalmente com as porcentagem de 5 e 7,5% de catalisador.
O ponto de fulgor para os experimentos com 5 e 10 % de catalisador apresentaram
valores inferiores ao especificado pela ANP, provavelmente explicado pela presença de
hidrocarbonetos leves C5-C9, como observado no estudo de Lappi e Alén, (2011) que
identificaram nos produtos obtidos no craqueamento do óleo de palma, compostos
altamente voláteis.
Com relação ao índice de saponificação verifica-se a relação analítica com o
índice de acidez, como observado anteriormente. O índice de refração não apresentou
variaçãocomà porcentagem de catalisador. Destacando-se novamente que anorma da
ANP não estabelece limites para o índice de acidez, índice de refração e índice de
saponificação.De acordo com os dados de corrosividade observou-se que os produtos
obtidos estão consoantes com as especificações estabelecidas pela ANP.
119
relação aos experimentos com 5 e 7,5% de CaCO3,o qual écorroborado pelo
alargamento da banda muito larga e intensa entre 3300 cm-1 e 2500 cm-1 referente
àabsorção de deformação axial de O-H dos dímeros dos ácidos carboxílicos, a qual foi
observada nas menores porcentagens de catalisador. É importante ressaltar que a
vibração de deformação axial de C=O corresponde a cetonas, aldeídos, ácidos e ésteres
carboxílicos, sendo as bandas de C=O dos ácidos carboxílicos mais intensas do que as
bandas de cetonas.
Os espectros de infravermelho dos produtos líquidos orgânicos (PLO)
apresentam bandas em praticamente as mesmas regiões do espectro, com intensidades
variadas, ocorrendo à formação dos mesmos compostos majoritários, mas em diferentes
proporções. Pode-se observar também que nos espectros obtidos houve a formação de
hidrocarbonetos, tais como alcanos, alquenos, aromáticos e compostos oxigenados
como cetonas, ácidos carboxílicos aldeídos, ratificados pelas análises cromatográficas.
120
10%
C aC O 3
60
40 2372,79
1 6 4 9 ,4 2
9 6 4 ,4 0
719,44
20 1375,24
1712,61 1466,94
2922,15 2852,71
0
7,5%
C aC O 3
60
Transmitância( %)
40
20
945,95
0 2837,42 713,63
1 2 7 6 ,0 4
2962,30 1712,71
1472,54
60
5%
C aC O 3
40
20
713,63
1276,04
0 2854,85 1464,51
2943,90 1712,61
−1 -‐1
λ
(c m )
121
importante ressaltar que a maioria dos experimentos verificados na literatura sobre
craqueamento termocatalítico de óleos vegetais são desenvolvidos em escala de bancada
ou semi-piloto, sendo importante a realização dos experimentos obtidos em escala
piloto.
122
Tabela 4.22-Características físico químicas das amostras coletadas para o experimento
com 10 % de CaCO3.
Tempo (minutos)
Características 10 20 30 40 50 60 70 80
Índice de acidez 16,0 26,6 72,16 98,61 135,8 126,8 116,7 79,44
(mg KOH/g)
Índice de 1,46 1,46 1,45 1,45 1,45 1,45 1,45 1,45
Refração
Índice de 176,6 166,0 116,3 122,9 156,5 149,4 128,8 91,70
saponificação
(mg KOH/g)
Viscosidade 31,85 27,45 7,27 7,26 8,61 9,08 8,41 6,19
(cSt)
Densidade 0,89 0,89 0,85 0,84 0,86 0,86 0,85 0,86
(g/cm³)
Corrosividade * * 1a 1a * 1a * 1a
Ponto de Fulgor * * 42 171 * 60 * 73
mín(ºC)
* A quantidade de amostra foi insuficiente para a realização das análises.
123
primário, a qual corresponde à quebra molecular e não a reação secundária, a qual
corresponde à desoxigenação destas novas moléculas.
Com relação aoíndice de saponificação observa-se uma variação com relação
ao tempo, evidenciando o comportamento instável deste parâmetro durante o processo
de craqueamento. Quanto ao ponto de fulgor nota-se que as amostras as quais foram
realizadas esta análise ficaram de acordo com a norma para diesel de petróleo. Os
parâmetros de índice de refração e corrosividade permaneceram constantes com o
tempo, o mesmo verificado em Mâncio et al., (2012).De acordo com os resultados
verifica-se que no decorrer do processo de craqueamento ocorre uma variação de
algumas características físico-químicas do produto líquido orgânico.
400
Índice de acidez
140 Temperatura
390
120
Índice de acidez ( mgKOH/g)
100 380
Temperatura ( °C)
80
370
60
360
40
350
20
0 340
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Tempo ( minutos)
124
também que em cada espectro obtido das oito cinéticas reacionais docraqueamento
termocatalítico ocorre variação da intensidade relativa do pico referente às bandas
1722,43 e 1714,71cm-1 relacionada à quantidade de ácidos carboxílicos, referente ao
estiramento C=O. Analisando osespectros da cinética reacional do processo de
craqueamento termocatalítico verificou-se a vibração na região de2850 a 2930 cm-1,
correspondente a formação de alcanos, banda de 723,21 cm-1 referente à presença de
alquenose aromáticos. Segundo Oliveira (2011), o estreitamento na faixa do espectro
entre 2500 e 3500 cm-1, evidencia adiminuição de compostos oxigenados e a formação
de hidrocarbonetos.
60
60
4 0
m inutos
8 0
m inutos
40 40
2355,36
2328,26
7 2 2 ,3 4
9 7 2 ,0 8
20
20 1436,73
954,76 1712,61
0 713,63 2935,19 2854,85
2943,90 2863,56 1712,61 1454,15
60 80
0
7 0
m inutos
3 0
m inutos
60
40
Transmitância (
%)
2336,97 40
963,37
7 2 2 ,3 4
Transmitância ( %)
722,34
1168,59 1276,04
20 20
1445,44 1436,73
1712,61
1712,61
2943,90 2837,42 0 2952,62 2837,42
0
2 0
m inutos
6 0
m inutos
60 60
2346,65
40 40 722,34
918,34 937,24
713,63
20 20 1284,75
1445,44
1712,61 1454,15
0 2971,01 2863,56 0 2935,19 2827,74 1712,61
60
1 0
m inutos
5 0
m inutos
60
40
40 2355,36
6 3 8 ,1 2
722,34 20
20 1182,36 936,27
1462,86 1288,62 718,47
2837,42 1722,43 0 2945,84 2848,07
2935,19 1716,48 1461,89
0
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
-‐1 -‐1 -‐1 -‐1
λ (c m ) λ (c m )
125
(2012), Abreu, (2013) e Santos (2013). Com relação à densidade os resultados foram
praticamente constantes ao longo do processo, ressaltando-se apenas o resultado de 0,91
g/ cm3 nos 10 minutos iniciais, o mesmo ocorrido em Eid et al., (2012). Observou-se
que somente as densidades das amostras coletadas no final do processo (70 e 80
minutos) se enquadraram a norma da ANP Nº 65 para diesel de petróleo.Quanto ao
ponto de fulgor observou-se que os resultados das amostras estão consoantes com a
norma para diesel de petróleo, evidenciando a ausência de frações leves, indicando que
as amostras apresentam baixa inflamabilidade. Os resultados da viscosidade
apresentaram um decréscimo significativo a partir dos 50 minutos variando de 11,91 a
5,01 cSt.Na Tabela verifica-se claramente que o índice de saponificação e o índice de
acidez estão correlacionados, pois ambos apresentam o mesmo comportamento ao longo
do processo.O índice de acidez apresentou um descrecimo, a partir dos 20 minutos de
reação,no entanto, apenas nos tempos de 70 e 80 minutos houve uma redução significativa
da acidez de 23,31 e 5,88 mgKOH/g, respectivamente, provavelmente, devido a quebras dos
acidos graxos por meio da descarboxilação e da descarbonilação.
126
entretanto, a partir dos 30 minutos ocorreu um decréscimo destes parâmetros ao longo
do tempo do processo de craqueamento. O parâmetro índice de acidez apresentou um
valor de 154,98 mgKOH/g nos 10 minutos da cinética reacional, apresentando uma
redução nos 20 minutos ( 128,89 mgKOH/g) e nos 30 minutos aumentou para 132,28
mgKOH/g. O decréscimo do índice de acidez ocorreu de 132,28 mgKOH/g ( 30
minutos) a 5,88 mgKOH/g ( 80 minutos). Este fato expressa a redução da quantidade de
espécies acidas durante a quebra das moléculas de triglicerídeos, evidenciando a
eficiência do catalisador carbonato de cálcio noprocesso de desoxigenação ao longo do
processo de craqueamento termocatalítico.
140
430
Índice de acidez ( mgKOH/g)
120
Temperatura ( ºC)
420
100
80 410
60
400
40
390
20
380
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Tempo ( minutos)
127
Outro fato que evidencia os ácidos carboxílicos é a banda muito larga e intensa entre
3300 cm-1 e 2500 cm-1 referente àabsorção de deformação axial de O-H dos dímeros dos
ácidos carboxílicos, a qual foi observada nas amostras de 10 a 60 minutos, ratificando a
quantidade de ácidos graxos encontrados com o índice de acidez. Em contrapartida, o
estreitamento na faixa do espectro entre 2500 e 3500 cm-1, foram observados nas
amostras coletadas em 70 e 80 minutos, corroborando a diminuição de compostos
oxigenados. Nos espectros foram verificadas bandas aproximadamente na região de
2850 a 2930 cm-1, correspondentes à formação de alcanos, bandas entre 1448,88 e
1465,32 cm-1 referente à presença de CH2 e bandas entre 708,87 e 735,21 cm-1referentes
à presença de alquenose aromáticos.
40 40 2364,28
902,68 729,56
1375
1715,59
20 20
1465,32
722,04 2857,79
1292,20
0 0 2927,41
2953,76 2840,86 1711,88 1452,15
70
m inutos
60 60
(
30
m inutos )
(% )
2364,78
40 40
T ra n s m itâ n c ia
(% )
902,68 725,82
T ra n s m itâ n c ia
20 20 1375
1711,82 1465,32
716,39
0 2854,03 1711,06 1448,381282,79 942,20 0
2936,82 2844,62
60 60
60
m inutos
(
20
m inutos )
40 40
2351,61
609,13
20 20
716,39 968,54
1269,72 929,03 1318,54 722,04
0 2921,77 2840,86 1711,82
1465,32 0 1711,82 1461,55
2931,18 2837,09
40 40
603,49
2361,02
20 20
708,87
929,03 735,21
1279,03 959,13
0 2848,38 1711,82 1461,55 0 2936,82 2840,86 1711,82 1465,32
2927,41
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
-‐1 -‐1
λ (
c m
) λ ( cm )
128
reator de leito agitado, o comportamento no que tange as propriedades físico-químicas
de índice de acidez e índice de saponificação sofre um decréscimo a partir dos 30
minutos, evidenciando uma ação catalítica do carbonato de cálcio após este tempo, no
que tange a desoxigenação das novas moléculas formadas após o craqueamento
primário.
Osparâmetros de viscosidade, densidade, índice de refração e corrosividade
não sofreram modificações significativas durante o tempo de residência dentro do
reator. Quanto ao ponto de fulgor os resultados se enquadraram dentro das
especificações da ANP (2011), que estipula o mínimo de 38ºC para o ponto de fulgor,
desta forma, as amostras coletadas apresentaram hidrocarbonetos de cadeias longas.
129
160
Índide
ac idez
Mas s a
de
P L O 22
140 20
12
80
10
60 8
6
40
4
20
2
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Tempo ( minutos)
160 430
Índic e
de
A c idez
T em peratura
140 420
Índice de Acidez ( mgKOH/g)
120 410
80 390
60 380
40 370
20 360
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Tempo ( minutos)
130
uma redução a partir dos 60 minutos, provavelmente o catalisador com 10 % não foi
eficiente nos tempos iniciais, demostrando que nesse intervalo de tempo à
predominância do craqueamento primário, o qual pode ter ocorrido devido a maior
quantidade de material no reator, reduzindo o tempo de contato dos produtos gerados na
primeira etapa do craqueamento com o catalisador, visto que os gases gerados eram
imediatamente destinados ao condensador.
160
10 % CaCO3
7,5 % CaCO3
140
5 % CaCO3
Índide de acidez ( mgKOH/g)
120
100
80
60
40
20
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Tempo ( minutos)
131
Tabela 4.25- Parâmetros Operacionais do Craqueamento utilizando óleo de palma em
escala de bancada e semi-piloto
Parâmetros Escala de Escala
do Craqueamento Bancada Semi-Piloto
Óleo Palma neutralizada Palma neutralizada
Catalisador 10 % CaCO3 10 % CaCO3
Temperatura do processo (ºC) 430 430
Índice de Acidez (mgKOH/g) 52,07 28,45
Temperatura inicial de Craq.(ºC) 337 336
Tempo inicial de Craqueamento (min) 24 28
Tempo total do processo 1h 28 min 1h 26min
Produto líquido (%) 79,96 68,34
Resíduo (%) 6,67 22,06
Gás ( %) 13,36 6,86
Água residual (%) - 2,74
132
Ao analisar os dados obtidos nas escalas de bancada e semi-pilotoquanto à
geração de subprodutos como os resíduos sólidos e os resíduos gasosos, nota-se que o
experimento na unidade de bancada gerou um percentual maior de resíduo sólido e gás,
correspondendo a 28,57% e 12,62 % quando comparado com o experimento em escala
semi-pilotoque apresentou resultados de 22,05e5,42 %, para resíduo e gás, evidenciando
que a quantidade de resíduo influencia no rendimento final do produto, visto que o
maior rendimento em PLO apresentou a menor quantidade de resíduo.
Quanto aos resultados dos parâmetros de processo, temperatura e tempo
inicialde craqueamento, verifica-se que na escala semi-piloto os resultados foram
melhores que na escala de bancada, apesar da geometria mais complexa da escala semi-
piloto.De um modo geral os resultados experimentais obtidos em escala semi-piloto
apresentaram uma boa reprodutibilidadedos dados em escala de bancada, seja em
termos dos parâmetros do processo, como em quantidade de produto líquido produzido,
principalmente com a utilização do óleo de buriti com matéria-prima no processo de
craqueamento termocatalítico.
133
4.7.2 Estudo comparativo dos processos em escala semi-piloto e piloto.
134
Tabela 4.27-Parâmetros Operacionais do Craqueamento em escala Semi-Piloto e piloto
Parâmetros Escala Escala
do Craqueamento Semi-Piloto Piloto
Óleo Palma bruto Palma bruto
Catalisador (10 %) CaCO3 CaCO3
Temperatura do processo (ºC) 430 430
Índice de Acidez (mgKOH/g) 12,67 23,30
Temperatura inicial de Craq.(ºC) 333 317
Tempo inicial de Craq. (min) 30 2h 23min
Tempo total do processo 55min 4h 35min
Produto líquido (%) 68,48 56,14
Gás (%) 17,33 23,54
Resíduo (%) 14,19 20,32
135
Como observado graficamente à faixa correspondente à gasolina e querosene
apresentaram menores rendimentos, no entanto poderiam ser utilizadas como fonte de
energiaem pequenos reatores de craqueamento em propriedades agrícolas, diminuindo o
consumo de energia do processo. Estas frações também evidenciaram a presença de
hidrocarbonetos leves, o qual foi corroborado pelas analises cromatográficas. As faixas
correspondentes ao diesel leve e pesado apresentaram maiores rendimentos, fato que
valida oobjetivo inicial deste trabalho de utilizar o PLOcomo substituto ao óleo diesel
derivado do petróleo, o qual se encontra de acordo com resultados da literatura tais
como (RODRIGUES, 2007; SANTOS, 2013; ABREU, 2013 e MOTA, 2013).
30
10% de CaCO3, 430 ºC
10% CaCO3, 440ºC
25 7,5% CaCO3, 440 ºC
5% CaCO3, 440ºC
20
Rendimento ( %)
15
10
Frações Destiladas
136
Tabela 4.28-Balanço de massa para as frações destiladas do experimento com 10 %
CaCO3 na temperatura de 430 ºC
Produto10 % CaCO3 Rendimento (%)
Amostras (430 ºC)
Craqueado líquido (g) 650 -
Frações líquidas totais 312,87 48,13
Gasolina (40 175 ºC) 9,58 1,47
Querosene (175-235 ºC) 34,52 5,31
Diesel leve (235-305 ºC) 99,33 15,28
Diesel Pesado (305-405 ºC) 169,44 26,06
Resíduo líquido 269,35 41,43
Gases não condensáveis 67,83 10,43
137
Tabela 4.30-Temperatura de saída das frações destiladas
10 % 5% 7,5 % 10 %
Características CaCO3 CaCO3 CaCO3 CaCO3
(430 ºC) (440 ºC) (440 ºC) (440 ºC)
Temperatura saída 160 156 177 171
Gasolina
Temperatura saída 195 195 180 187
Querosene
Temperatura saída 245 249 240 246
Diesel leve
Temperatura saída 307 311 310 310
Diesel pesado
Temperatura saída - 354 360 -
parafina
Temperatura final do 389 360 365 385
processo
Tempo total de 2h 30 min 2 h 10 min 1h 36 min 2 h 8 min
destilação
138
Com relação aos parâmetros de corrosividade e ponto de fulgor verifica-se que
às frações nas faixas semelhantes ao óleo diesel e o resíduo da destilação apresentaram
resultados consoantes com o estabelecido pela norma para diesel de petróleo. A retirada
dos hidrocarbonetos leves promoveu o aumento do ponto de fulgor nas faixas mais
pesadas, evidenciando menores quantidades de compostos voláteis nessas frações. Nas
frações da gasolina (40-175ºC) e do querosene (40-175ºC) não foi possível realizar a
análise de ponto de fulgor em virtude da quantidade mínima de amostra.
139
al, 2006).As fraçõesapresentarambandas em aproximadamente 2350 cm-1 e
características do CO2na fase gasosa. Os alquenos foram identificados na banda de 906
cm-1 referentes aos estiramentos C–H de alcenos monossubstituídos.Nos espectros das
frações destiladas também foi identificada a banda em 725,80 cm-1, a qualesta
compreendida entre 675-900 cm-1correspondendo a deformação angular fora do plano
de C-H, ressaltando que a presença de bandas fortes nesta região indica geralmente que
a estrutura contém anéis aromáticos.
80
(
305-‐
400
ºC)
60 2364,78
906,45 725,80
40 1375,00
1711,82 1452,15
20
2848,38
2921,77
80
0
( 235-‐
305
º C )
60
725,80
2355,37
40 1375,76
906,45
1711,82
20 1452,15
T ra n s m itâ n c ia
(
% )
80
0 2921,77 2848,38
(175-‐235
º
C )
60
725,80
2364,28
40
1375,60
906,45
1452,15
20 1711,82
2844,62
2927,41
080
(
40-‐175
º C)
60 2342,20
725,80
1375 906,45
40 1711,82 1452,15
2848,38
2927,41
20
0
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
-‐1
λ ( c m )
140
para as frações nas faixas de (40-175 °C) e (175-235 °C), em relação às faixas de (235-
305 °C) e (305-400 °C), provavelmente o processo de destilação em temperaturas mais
elevadas ocasionou o arraste em maiores quantidades dos ácidos graxos livres presentes
no PLO, fato observado no resíduo obtido da destilação.
O parâmetro viscosidade mostrou-se baixo para as faixas iniciais de
temperatura (40-175 °C); (175-235 °C) e (235-305 °C), não concordante com a norma
da ANP para diesel de petróleo, entretanto é importante ressaltar que a norma refere-se
ao diesel de petróleo, logo as faixas de (235-305 °C) e (305-400 °C) são as faixas que
mais se aproximam ao diesel. Desta forma, a faixa de (305-400 °C) provavelmente
correspondente a faixa de diesel pesado enquadrou-se melhor no parâmetro viscosidade
com um valor de 3,49 cSt, consoantes com o intervalo da ANP de 2-5 cSt. O resíduo da
destilação apresentou um valor elevado para a viscosidade de 24,12 cSt, provavelmente
causado pela quantidade de ácidos graxos livres presentes.
Os valores de corrosividade das frações destiladas e do resíduo da destilação
estão consoantes com os parâmetros estabelecidos pela ANP para diesel de petróleo.
Com relação ao ponto de fulgor observou-se que após o fracionamento do PLO nas
faixas de (235-305 °C), (305-400 °C) e o resíduo da destilação apresentaram um
aumento neste parâmetro,justificado pela menor presença de compostos voláteis em
relação ao produto craqueado. No entanto, apenas o resíduo da destilação ficou de
acordo com a norma supramencionada. Nasfaixas de destilação de (40-175ºC) e (175-
235 °C) não foram realizadas a análise de ponto de fulgor, em virtude da quantidade
mínima da amostra. Em termos de rendimento, as frações de diesel leve e diesel pesado
se mostraram mais satisfatórias.
141
Tabela 4.32-Resultados das características físico-químicas das frações destiladas do
experimento com 10 % CaCO3 na temperatura de 440 ºC.
Faixas de Destilação (°C) ANP
Características Resíduo da N° 65**
40-175 175-235 235-305 305-400
Destilação
Índice de 18,81 18, 95 22,95 25,33 22,70 -
Acidez
(mgKOH/g)
Índice de 1,36 1,402 1,435 1,454 1,531 -
Refração
Índice de 19,72 26.45 36,31 34,69 39,60 -
saponificação
(mgKOH/g)
Viscosidade 0,602 0,6155 1,34 3,49 24,12 2–5
(cSt)
Densidade 0,72 0,72 0,79 0,84 0,91 0,82-
(g/cm3)
0,88
Corrosividade * 1ª 1a 1a 1a 1a
Ponto de * * 36 32 46 ≥ 38
Fulgor ( °C)
Rendimento 0,32 2,23 15,30 16,88 - -
(%)
* Não foi possível a realização das analises devido à quantidade da amostra. ** Especificações
de acordo com a resolução ANP N° 65, DE 9.12.2011 – DOU 12.12.2011.
142
frações destiladas observou-se a banda entre 2351,61 e 2377,95 cm-¹ provavelmente
correspondente ao CO2 proveniente do ambiente, sendo esta banda menos acentuada nas
frações pesadas (235-305 ºC) e (305- 400 °C).As bandas de 1459,67- 1452,15 cm-1
correspondem à deformação angular de CH2, as quaisestão situadas entre a faixa de
1470-1430 cm-1. As bandas entre 1390-1370 cm-1 correspondem à deformação angular
doCH3. Os picos identificados em 712, 63 e 716,39 cm-1 podem ser verificados para as
amostras destiladas nas faixas de (235-305 °C) e (305-400 °C) que estão no intervalo de
675-900 cm-1correspondendo à deformação angular fora do plano de C-H. Os alquenos
foram identificados na banda de 906 cm-1 referentes aos estiramentos C–H de alcenos
monossubstituídos. Por último, a banda de 665,59 cm-1, correspondente à vibração de
deformação angular de C-H, a qual foi visualizada para as amostras destiladas nas faixas
de (40-175 °C) e (175-235 °C).
80
(305-‐
400
º C
)
60
906,45 712,63
40 1375
1711,82 1455,91
20
2840,86
2927,41
60
0
(
235
-‐305
º
C )
40 2377,95
T ra n s m itâ n c ia
(% )
716,39
1632,79
20 1369,35 906,45
1711,82 1455,91
80
0 2921,77 2844,62
(175-‐
235
º C )
906,54 665,59
60
1713,70 1459,67
40 2848,38 2355,37
2921,77
20
80
(40-‐
175
º C )
60 665,59
1375 906,45
1711,82 1452,15
2351,61
40
2857,79
2927,41
20
0
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
-‐1
λ
(
c m )
143
A Figura 4.38 mostra os espectros de infravermelho das frações correspondentes
ao diesel leve (235-305 ºC) e diesel pesado (305-400 ºC) obtidas do fracionamento de
diferentes experimentos (430 e 440 ºC) comparados com espectro do diesel de petróleo.
Observa-se a presença de bandas comuns para os destilados nas faixas do diesel leve e
pesado com o diesel de petróleo, tais como as bandas referentes à formação de
hidrocarbonetos, como alcanos, correspondendo à deformação de C-H, os quais foram
identificados em todas as frações,a banda por volta de 1460 cm-1 característica de
deformações angulares CH2. Nos espectros de infravermelho das frações destiladas e do
diesel de petróleo verificou-se a banda em aproximadamente 2350 cm-¹ provavelmente
correspondente ao CO2 proveniente do ambiente. Uma banda importante a ser
observada é a banda de 1746 cm-1 presente no espectro do diesel de petróleo, a qual esta
diretamente envolvida com a adição de 5% de biodiesel ao diesel de petróleo.
DIESEL DE PETRÓLEO
300
2344 1746 1377 750
440ºC; 305-400ºC 1460
2855
2956
712,63
T ra n s m itâ n c ia
(% )
906,45
1711,82 1455,91
200 440ºC; 235-305 ºC 2840,86
2377,95
716,39
1455,91 906,45
2844.62 1711,82
430ºC;( 305-400ºC)
100
906,45
1711,82
430ºC;( 235-305 ºC )
2355,37
1711,82 906,45
1452,15
0 2921,77
2848,38
-‐1
λ
(c m -‐1)
Figura 4.38-Comparação das frações do diesel leve e pesado com o diesel de petróleo
144
carbonato de cálcio (5, 10 e 7,5 %). As análises cromatográficas acopladas a um
espectro de massaspermitiram a identificação da composição dos produtos líquidos
orgânicos, através de um banco de dados do software. A lista obtida em CG-MS foi
cruzada com a lista obtida em CG-FID para a mesma amostra, permitindo assim a
identificação e composição em porcentagem de cada amostra.
O cromatograma do produto obtido no processo de craqueamento
termocatalítico com 10% de CaCO3 esta apresentado na Figura 4.39, indicando um
número elevado de substâncias presentes. O resultado do cromatograma confirma a
presença de hidrocarbonetos, tais como parafinas, olefinas e naftenicos, além da
presença de ácidos carboxílicos e outros compostos oxigenados, como álcoois e cetonas.
A Tabela 4.33 mostra os picos que puderam ser identificados de acordo com o
banco de dados do software, com tempo de retenção variando de3,431 a
25,165minutos.Observou-se que no PLO houve a formação de hidrocarbonetos na faixa
de C9-C24, onde o percentual de carbonos na faixa de C9-C12 foi de 9,536 % e de C13-C24
de 53,804 %.
145
Tabela 4.33-Tempos de retenção e identificação dos picos no PLO com 10% de CaCO3
Picos Tempo de Composto Fórmula Composição
Retenção (min) (%)
1 3,431 Nonano C9H20 1,295
2 3,931 Decano C10H22 1,235
3 4,640 Undecano C11H24 1,909
4 5,038 5-Undeceno C11H22 1,432
5 5,522 Dodecano C12H26 2,339
6 5,981 Ciclododecano C12H24 1,326
7 6,507 Tridecano C13H28 4,193
8 6,990 1-Trideceno C13H26 2,711
9 7,519 Tetradecano C14H30 4,597
10 8,009 2-Tetradeceno C14H28 6,245
11 8,525 Pentadecano C15H22 8,454
12 9,001 1-Pentadeceno C15H30 5,159
13 9,483 Hexadecano C16H34 3,116
14 9,720 Heptylcyclohexano C13H26 2,440
15 9,952 1-Heptadeceno C17H34 4,096
16 10,412 Heptadecano C17H36 3,969
17 10,631 8-Heptadeceno C17H34 3,052
18 10,862 1-Heptadeceno C17H36 1,830
19 14,905 2-Heptadecanone C17H34O 12,156
20 15,458 3-Octadecanone C18H36O 3,767
21 16,389 Cyclotetracosane C24H48 3,942
22 16,792 2-Nonadecanone C19H38O 2,683
23 17,076 9-Octadecen-1-ol, (Z)- C18H36O 4,783
24 18,213 1-Methylcyclooctanol - C9H18O 1,430
25 19,645 7-Octadecanone C18H36O 1,898
26 25,165 n-Hexadecanoic acid C16H32O2 9,944
146
obtenção direta de hidrocarbonetos C15 a partir da sua desoxigenação. Segundo Alencar
et al., (1988) a presença de hidrocarbonetos naftênicos na composição dos
biocombustíveis ocorrem devido à presença de insaturações dos acilglicerídeos que
possibilitam reações de ciclização.
A Tabela 4.34 apresenta a composição percentual em hidrocarbonetos e
compostos oxigenados para o PLO com 10 % de CaCO3, de acordo com os picos
identificados no cromatograma da Figura 4.39 e a determinação quantitativa dos
compostos (Tabela 4.33).Dentre os compostos identificados e quantificados estão, os
parafínicos, naftênicos, olefínicos, ácidos carboxílicos, cetonas e álcoois, os quais são
os principais componentes presentes no diesel de petróleo, segundo Szklo (2008) e
Farah, (2012).Analisando os resultados dos compostos presentes no PLO, verificaram-
se maiores porcentagens de hidrocarbonetos (63,34%) e menores porcentagens de
compostos oxigenados (36,66%).Portanto, o resultado da composição do PLO
utilizando 10 % de CaCO3apresentou resultados promissores no que concerne a
desoxigenação do produto do craqueamento. Desta forma, pode-se constatar que
ocorreu uma maior decomposição das espécies ácidas formadas na primeira etapa do
craqueamento, o que é feito via reações de descarboxilação e descarbonilação
(VONGHIA et al., 1995).
Tabela 4.34-Composição (%) dos produtos presentes no PLO com 10% de CaCO3
Compostos Composição (%)
PLO 10% CaCO3
Parafinas 31,107
Olefinas 24,525
Naftênicos 7,708
Total de Hidrocarbonetos 63,34
Acidos graxos 9,944
alcoois 6,213
cetonas 20,504
Total de Compostos oxigenados 36,66
A Tabela 4.35 mostra os compostos que foram identificados no PLO com 7,5%
de CaCO3, observando o tempo de retenção de cada composto, os quais foram
detectados no espectrômetro de massa e identificados de acordo com a similaridade no
banco de dados do softwareutilizado na análise cromatográfica.
147
Tabela 4.35-Tempos de retenção e identificação dos picos no PLO com 7,5% de CaCO3
Picos Tempo de Composto Fórmula Composição
Retenção (min) (%)
1 3.115 octane C7H14 0,457
2 3.429 nonane C9H20 0,713
3 3.929 decane C9H20 0,684
4 4.639 undecane C11H24 0,848
5 5.038 5-Undecene C11H22 0,703
6 5.523 Dodecane C12H26 1,339
7 5.981 Cyclododecane C12H24 0,733
8 6.509 tridecane C13H28 2,421
9 6.991 1-Tridecene C13H26 1,808
10 7.524 Tetradecane C14H30 3,668
11 8.011 1-Tetradecene C14H28 3,219
12 8.530 Pentadecane C15H22 5,787
13 9.002 1-Pentadecene C15H30 2,396
14 9.486 Hexadecane C16H34 1,811
15 9.722 2-Tetradecene, (E)- C14H28 1,327
16 9.955 1-Nonadecene C19H38 1,803
17 10.415 Heptadecane C17H36 2,249
18 10.635 8-Heptadecene C17H34 2,023
19 10.866 Acetic acid, chloro-, 0,952
C18H35ClO2
hexadecyl ester
20 10.971 8-Heptadecene C17H34 0,847
21 11.501 5-Octadecene, (E)- C18H36 0,955
22 14.574 Nonanoic acid C9H18O2 1,623
23 14.902 2-Heptadecanone C17H34O 4,188
24 15.363 n-Decanoic acid C10H20O2 5,091
25 15.464 3-Octadecanone C18H36O 3,142
26 16.407 Cyclotetracosane C24H48 8,065
27 16.795 2-Nonadecanone C19H38O 0,872
28 17.076 9-Octadecen-1-ol, (Z)- C18H36O 1,165
29 18.731 6-Octadecenoic acid C18H34O2 14,516
30 19.112 1,19-Eicosadiene C20H38 5,615
148
Figura 4.40-Cromatograma do Experimento 7,5% CaCO3
Tabela 4.36-Composição (%) dos produtos presentes no PLO com 7,5% de CaCO3
Compostos Composição (%)
PLO 7,5%CaCO3
Parafinas 19,977
Olefinas 20,696
Naftênicos 8,798
Total de Hidrocarbonetos 49,471
Acidos graxos 41,163
alcoois 1,165
cetonas 8,202
Total de Compostos oxigenados 50,53
149
O cromatograma do PLO com 5% de CaCO3 (Figura 4.41), indica um número
elevado de substâncias presentes, os quais foram identificados por 60 picos, sendo que a
Tabela 4.37 apresenta a identificação de 43 destes picos. O cromatograma mostra que o
tempo de retenção variou de 3,115 até 26,553 minutos, com faixa de hidrocarbonetos
entre C7 a C23, onde o percentual de carbonos na faixa de C7-C12foi de 14,327 % e de
C13-C23 de 43,631%. Os resultados do CG-MS confirmaram a presença de
hidrocarbonetos, tais como parafinas, olefinas e naftenicos, além da presença de ácidos
carboxílicos e outros compostos oxigenados.
150
Tabela 4.37-Tempos de retenção e identificação dos picos no PLO com 5% de CaCO3
Picos Tempo de Composto Fórmula Composição
Retenção (min) (%)
1 3,115 Octano C7H14 0,404
2 3,241 1-Octeno C8H16 0,411
3 3,429 Nonane C9H20 0,525
4 3,637 1-Nonene C9H18 0,349
5 3,929 Decane C9H20 0,571
6 4,236 1-Decene C10H20 0,434
7 4,639 Undecane C11H24 0,707
8 5,038 5-Undecene C11H22 0,659
9 5,165 5-Undecene C11H22 0,653
10 5,294 5-Undecene C11H22 0,259
11 5,525 Dodecane C12H26 1,138
12 5,982 Cyclopropane, nonyl- C12H24 0,648
13 6,513 Tridecane C13H28 2,122
14 6,994 1-Tridecene C13H26 1,477
15 7,530 Tetradecane C14H30 3,225
16 8,017 1-Tetradecene C14H28 2,774
17 8,540 Pentadecane C15H22 4,789
18 8,624 Cyclopentane, decyl- C15H30 0,605
19 8,803 7-Hexadecene, (Z)- C16H32 1,224
20 9,008 1-Pentadecene C15H30 2,430
21 9,170 Cyclopentene, 1-octyl- C13H24 0,510
22 9,492 Hexadecane C16H34 1,877
23 9,644 2-Undecanone C11H220 0,850
24 9,727 Cyclohexane, 1,1'-(1,3- C15H28 1,683
propanediyl)bis-
25 9,959 1-Nonadecene C19H38 1,930
26 10,145 1,6-Octadiene, 2,6- C10H18 0,702
dimethyl
27 10,219 Cyclododecene C12H22 1,131
28 10,423 Heptadecane C17H36 2,294
29 10,641 8-Heptadecene C17H34 2,575
30 10,871 1-Heptadecene C17H34 1,081
31 10,871 8-heptadecene C17H34 0,894
32 11,098 cyclododecene C12H22 1,408
33 11,299 tridecane C13H28 0,615
34 11,505 9-Octadecene, (E)- C18H36 1,214
35 11,751 5-Octadecene, (E)- C18H36 0,656
36 12,144 Nonadecane C19H40 0,599
37 12,774 Benzene, decyl- C16H26 0,385
38 12,902 Heptanoic acid C7H14O2 1,397
39 13,742 Octanoic acid C8H16O2 1,371
40 13,967 Behenic alcohol C22H44O2 1,020
41 14,086 2-Pentadecanone C15H30O 0,407
42 14,564 Nonanoic acid C9H18O2 1,386
43 14,711 1-Nonadecene C19H38 1,021
151
A Tabela 4.38 mostra o percentual em hidrocarbonetos parafínicos, naftenicos
e olefinicos e dos compostos oxigenados do PLO com 5% de CaCO3, sendo os
percentuais totais de hidrocarbonetos e oxigenados de 57,958e 42,042%,
respectivamente. Observou-se que este experimento apresentou uma porcentagem de
26,187% de ácidos carboxílicos, evidenciando que a porcentagem de 5% de catalisador
não se mostrou eficiente no que tange a desoxigenação, uma vez que houve uma
formação elevada de compostos oxigenados.
152
cromatogramas dos experimentos obtidos com 5 e 7,5 % de CaCO3.Os resultados
reforçam as evidências de que a quantidade de catalisador com maior atividade para a
desoxigenação dos produtos foi de 10% de CaCO3, ou seja, o craqueamento secundário
foi mais eficiente neste experimento,ocorrendo uma maior decomposição das espécies
ácidas, principalmente os ácidos carboxílicos, formados na primeira etapa do
craqueamento, o qual é feito via reações de descarboxilação e descarbonização
(VONGHIA et. al., 1995; CHANG, WAN, 1947; ALENCAR et. al., 1983; IDEM et.
al., 1996).
É importante ressaltar que a quantidade de aromáticos encontrada foi baixa,
sendo observada apenas no experimento com 5% de CaCO3,o que pode ser explicado
pela utilização do óleo de palma, devido aquantidade significativa de ácido palmítico
saturado, C16, o qual foi verificado por Lappie Alén (2011) que estudaram o
comportamento de sais de sódio derivados dos óleos de palma, canola, oliva e mamona,
resultando em um menor valor relativo de compostos aromáticos para o sabão de óleo
de palma. Os autores constataram que a formação dos produtos depende do grau de
insaturação nas cadeias dos ácidos graxos.
5 % CaCO3
50
7,5 % CaCO3
10 % CaCO3
40
Composição ( %)
30
20
10
0
P a ra fina s O le fina s N a ftê nic os A rom a tic os ox ig e na dos
153
do óleo de girassol com 1; 5 e 10% de carbonato de sódio, verificaram maiores
rendimentos de hidrocarbonetos utilizando 10% de Na2CO3. Destaforma, os autores
constataram que a conversão e a quantidade de hidrocarbonetos foram favorecidas pelo
aumento do teor do catalisador, enquanto as quantidades de espécies ácidas diminuíram
com o aumento do teor de catalisador.
A Figura 4.43 apresenta a distribuição do numero de carbonos para os
experimentos analisados, verificando que os hidrocarbonetos identificados estão
distribuídos entre C7 e C24,compatíveis com os resultados da literatura. Observou-se
que o percentual de carbonos na faixa de C13-C24apresenta índices mais expressivos para
o experimento com 10% de CaCO3 correspondendo a53,804 % de hidrocarbonetos,
enquanto que o experimento com 5% de CaCO3apresentou o maior percentual na faixa
de C7-C12 com valor de 14,327 %. Segundo Farah (2012) a faixa entre C4-C12 representa
a gasolina automotiva, desta forma esta faixa representa hidrocarbonetos com teores de
carbonos com característica de combustíveis mais leves, de maior volatilidade e
menores temperaturas de ebulição.
14
5%
C aC O 3
7,5%
C aC O 3
10%
C aC O 3
12
10
Composição ( %)
8
0
C7 C8 C 9 C 10 C 11 C 12 C 13 C 14 C 15 C 16 C 17 C 18 C 19 C 20 C 23 C 24
154
tipo vigreux comtrês estágios em escala de bancada, cujas faixas de corte
corresponderam a40 – 175 ºC visando um produto similar à gasolina, de 175 – 235 ºC
para a obtenção de um produto similar ao querosene, de 235 – 305 ºC para um produto
similar ao gasóleo leveou diesel leve e de 305 – 400 ºC para um produto similar ao
gasóleo pesado ou dieselpesado, segundo Thomas (2001) e Szklo e Uller(2008). Os
cromatogramas indicaram a presença de vários picos com um numero elevadode
substâncias presentes em cada fração.
O cromatograma resultante da análise de GC-MS referente à faixa de
destilação de 40-175 ºC (Figura 4.39) indicou a presença de vários picos e seus
respectivostempos de retenção variando de 2,835 a 12,575 minutos,sendo
predominantes os hidrocarbonetos de cadeias curtas. O tempo de retenção para a faixa
similar à gasolina foi comparado com uma gasolina comercial com tempo de retenção
variando de 1,695 a 13,011 minutos e para a biogasolina obtida do craqueamento
termocatalítico utilizando a zeólita ZSM-5 com tempo de retenção entre 1,707 a 12,96
minutos, os quais foram encontrados no trabalho de Hew et al., (2010). Observou-se
que a diferença entreo tempo de retenção da gasolina comercial e da biogasolina com a
gasolina produzida foram semelhantes.Desta forma, pode-se constatar que a fração
similar à gasolina pode sercomparável à gasolina comercial.
Na Tabela 4.39 são mostrados os compostos presentes na faixa de (40 – 175
ºC), os quais foram detectados no espectro de massa e identificadosde acordo com o
banco de dados do software utilizado para análise, verificando cada tempo de retenção.
155
Tabela 4.39-Tempos de retenção e a composição dos compostos identificados na faixa
de (40 – 175 ºC).
Picos Tempo de Composto Fórmula Composição
Retenção (min) (%)
1 2,835 n-Hexano C6H14 7,668
2 2,932 Heptano C7H16 12,756
3 3,007 1-Hepteno C7H14 11,284
4 3,118 Octano C8H18 16,833
5 3,246 1-Octeno C8H16 13,083
6 3,298 2-Octeno C8H16 2,095
7 3,347 Cyclopentane, C7H12 2,222
ethylidene-
8 3,436 Nonano C9H20 10,917
9 3,643 1-Noneno C9H18 8,482
10 3,930 Decano C10H22 3,320
11 4,237 1-Deceno C10H20 1,644
12 4,379 Tolueno C7H8 2,448
13 4,629 2-Hexanone C6H12O 1,290
14 5,092 Ethylbenzeno C8H10 0,900
15 5,170 Benzene, 1,3-dimethyl- C8H10 0,451
16 5,230 Benzene, 1,3-dimethyl- C8H10 0,742
17 5,521 2-Heptanone C7H14O 0,846
18 5,660 Benzene, 1,3-dimethyl- C8H10 0,826
19 6,534 2-Octanone C8H16O 0,278
20 9,943 2-Cyclohexen-1-one, C7H10O 0,463
3-methyl-
21 10,920 3-Hexen-2-one, 5- C7H12O 0,517
methyl-
22 11,994 Cyclohexanecarboxylic C7H12O2 0,415
acid,
23 12,575 1,2-Cyclohexanediol, C7H14O2 0,518
1-methyl-, trans
156
Ao compararmos os resultados obtidos para a fração similar a gasolina com os
trabalhos da literatura sobre fracionamento do produto líquido orgânico do
craqueamento de óleos vegetais, verifica-se a similaridade dos resultados, tais como os
de Botton et al., (2012) que ao realizara analise cromatográfica para a fração leve
(similar à gasolina) cuja faixa de corte adotada foi de (30-180 ºC),mostrou a presença de
hidrocarbonetos na faixa de C4-C10 e Prado, (2009) que ao fracionar o PLO obtido do
craqueamento termocatalítico de óleos vegetais, constatou que os hidrocarbonetos
presentes nas fraçõesleves foram compostos por moléculas de cadeia carbônica com 4 a
14 átomosde carbono.
40
( 40-175ºC) Biogasolina Gasolina Comercial
35
30
Composição ( %)
25
20
15
10
0
C4 C5 C6 C7 C8 C9 C 10 C 11 C 12 C 13 C 14 C 15 C 17 C 19
157
Figura 4.46-Percentagem do número de carbonos para amostras de gasolina
(Fonte: SILVA, 2011)
158
uma porcentagem máxima de 45% para aromáticos, porém a quantidade de olefínicos
apresentou-se acima do máximo estipulado de 30 %. No entanto, faz-se importante
ressaltar que os teores máximos de hidrocarbonetos aromáticos e olefínicos devem ser
atendidos após a adição de etanol anidro combustível à gasolina automotiva, no teor de
um ponto percentualabaixo do valor em vigor na data da produção da gasolina(ANP,
2011).
159
Na Tabela 4.41 podem-se verificar os compostos presentes no biocombustível
obtido na faixa de 175 – 235 ºC, de acordo com cada pico identificado segundo o banco
de dados do software utilizado na análise cromatográfica, além das respectivas fórmulas
moleculares e seustempos de retenção, assim como a composição de cada composto.
160
houve um maior percentual de parafinicos,cerca de 50,898% em relação aos olefinicos
(43,834%), Naftênicos (3,347%) e aromáticos (0,841%). A composição do
combustívelreflete em suas propriedades, tais como o ponto de fuligem, o teor de
aromáticos, a estabilidade e o teor de enxofre.
Segundo Farah (2012) o querosene de aviação (QAV) é definido como um
derivado de petróleo, classificado em dois tipos de combustível, sendo um para aviação
civil denominado (QAV-1) e outro para a aviação militar denominado (JP -5). O QAV
apresenta predominância de hidrocarbonetos parafínicos, cujo máximo corresponde a
56% e o mínimo de 34%, sendo que os parafínicos são os compostos mais desejáveis
para se obter chamas limpas, sem fuligem, entretanto, os aromáticos são os que
apresentam as piores características de combustão para o QAV-1, pois provocam
aumento da radiação na câmara de combustão, assim como a formação de fuligem,
sendo necessária a remoção dos mesmos.
Ao comparar os resultados do biocombustível similar ao querosene com o
querosene derivado de petróleo, observa-se que a quantidade de parafínicos esta dentro
da faixa estipulada por Farah (2012) e os aromáticos estão presentes em uma
concentração baixa, o qual se faz favorável, visto as desvantagens destes
compostos.Com relação aos oxigenadosa faixa similar ao querosene apresentoucetona e
éteres, o qual não contribuiu para elevação da acidez, como acontece com a presença de
ácidos carboxílicos, desta forma, a destilação do PLO na faixa de (40-175ºC),
apresentou resultados satisfatórios em hidrocarbonetos, no que tange a reação de
desoxigenação, uma vez que a quantidade de compostos oxigenados reduziu
expressivamente.
161
O cromatograma referente ao biocombustível obtido na faixa de destilação de
235-305 ºC esta apresentado na Figura 4.48, indicandoa presença dos principais picos e
seus respectivos tempos de retenção, os quais estão presentes no intervalo entre 3,113
e14,89 minutos com faixas de hidrocarbonetos entre C7-C19, sendo predominantes os
compostos de cadeia longa. Observa-se que o biocombustível produzido apresenta-se
dentro da faixa de hidrocarbonetos presentes no diesel derivado do petróleo, apesar de
ainda apresentar percentual de hidrocarbonetosde cadeias curtas, característicos da
gasolina e querosene.
162
Tabela 4.43-Tempos de retenção e composição dos compostos identificados na faixa de
(235-305 ºC).
Picos Tempo de Composto Fórmula Composição
Retenção (min) Molecular (%)
1 3.113 Octano C7H14 0.286
2 3.240 1-Octeno C8H16 0.240
3 3.428 Nonano C9H20 0,403
4 3.636 Cyclopropane, 1- C9H18 0,334
methyl-2-pentyl-
5 3.930 Decane C9H20 0,782
6 4.238 1-Decene C10H20 0,597
7 4.341 2-Decene, (E)- C10H20 0,235
8 4.653 Undecane C11H24 2,418
9 5.052 5-Undecene C11H22 2,214
10 5.178 4-Undecene, (E)- C11H22 1,802
11 5.303 2-Undecene, (Z)- C11H22 0,869
12 5.564 Dodecane C12H26 5.285
13 5.655 Cyclopentane, 1-butyl- C9H18 0,331
2-propyl
14 5.853 5-Dodeceno, (Z)- C12H24 0.897
15 6.011 1-Dodecene C12H24 3.917
16 6.138 2-Dodecene, (Z)- C11H24 1,755
17 6.279 2-Dodecene, (Z)- C11H24 0,696
18 6.349 Cyclohexene, 1-pentyl- C9H18 0,649
19 6.578 Tridecano C13H28 9.691
20 6.862 5-Tridecene, (E)- C13H26 1.211
21 7.046 1-Tridecene C13H26 6.734
22 7.155 3-Tridecene, (E)- C13H26 1.671
23 7.306 3-Tridecene, (E)- C13H26 1.002
24 7.415 Cyclododecene C12H22 0.679
25 7.595 Tetradecane C14H30 8.095
26 7.668 5-Octen-1-ol, (Z)- C8H16O 1.003
27 7.871 5-Tetradecene, (E)- C14H28 1.382
28 7.947 Benzene, pentyl- C11H16 0,672
29 8.079 1-Tetradecene C14H28 8.973
30 8.179 5-Tetradecene, (E)- C14H28 1.833
31 8.329 7-Tetradecene C14H28 1.104
32 8.451 1-Heptylcyclohexene C13H24 0.425
33 8.593 Pentadecane C15H22 7.164
34 8.651 Cyclopentane, nonyl- C14H28 2.041
35 8.860 Cyclopentadecane C15H30 1.678
36 8.909 Cyclopentane, decyl- C14H28 0.634
37 9.049 1-Pentadecene C15H30 4.846
38 9.193 Cyclopentene, 1-octyl- C13H24 1.882
39 9.307 Cyclododecene, (E)- C12H22 0.803
40 9.514 Hexadecane C16H34 2.101
41 9.655 02-Undecanone C11H22O 1.393
42 9.743 n-Nonylcyclohexane C15H30 1.518
163
Ao analisar os resultados da Tabela 4.44 referente à fração de 235-305 ºC
verifica-se que o biocombustível produzido apresentou uma mistura rica em
hidrocarbonetos, principalmente os parafínicos e olefínicos representando 37,634% e
43,469%, respectivamente,sendo constituído ainda por 10,549% em naftênicos e
1,029% de aromáticos,além de uma baixa concentração de compostos oxigenados,
sendo os percentuais totais em hidrocarbonetos e oxigenados correspondentes a
92,681% e 7,437%, respectivamente.
Segundo Farah (2012) para um motor do ciclo diesel os hidrocarbonetos
parafínicos são considerados os compostos com maior facilidade de craqueamento, visto
que o combustível ideal é aquele que produz o menor retardo de ignição, pois quanto
menor for o retardo de ignição, melhor será a qualidade de ignição do combustível,
portanto, observa-se que a faixa de 235-305 ºC, similar ao dieselapresenta uma
concentração considerável em compostos parafínicos, o que torna este biocombustível
de boa qualidade. Outro fator positivo em relação ao biocombustível produzido deve-se
as quantidades mínimas de oxigenados, já que estes compostos contribuem para uma
elevada acidez e corrosividade, contribuindo para a instabilidade termo-oxidativa.
164
Figura 4.49-Cromatograma do biocombustível referente à Faixa de 305 – 400 ºC.
165
Tabela 4.45-Tempos de retenção e a composição dos compostos identificados na faixa
de (305-400 ºC)
Picos Tempo de Composto Fórmula Composição
Retenção (min) Molecular (%)
1 3.116 Octano C7H14 0,310
2 3.244 1-Octeno C8H16 0,271
3 3.430 Nonano C9H20 0,300
4 3.639 Cyclopropane, 1- C9H18 0,252
methyl-2-pentyl-
5 3.930 Decane C9H20 0,240
6 4.640 Undecane C11H24 0,456
7 5.038 1-Undecene C11H22 0,419
8 5.166 5-Undecene C11H22 0,319
9 5.528 Dodecane C12H26 1,191
10 5.983 Cyclododecano C12H24 0,692
11 6.525 Tridecane C13H28 3,495
12 7.001 1-Tridecene C13H26 2,245
13 7.129 6-Tridecene, (Z)- C13H26 0,402
14 7.553 Tetradecane C14H30 5,472
15 7.849 7-Tetradecene, (E)- C14H28 0,631
16 8.037 1-Tetradecene C14H28 5,581
17 8.151 3-Tetradecene, (Z)- C14H28 0,862
18 8.307 3-Tetradecene, (Z)- C14H28 0,526
19 8.583 Pentadecane C15H22 11,806
20 8.710 Cyclohexano, octyl- C14H28 0,627
21 8.846 Cyclopentadecano C15H30 2,907
22 9.036 1-Pentadeceno C15H30 5,201
23 9.143 Cyclopentadecano C15H30 1,732
24 9.297 1-Hexadecanol C16H34O 0,840
25 9.522 Hexadecane C16H34 4,681
26 9.646 Cyclopentane, decyl- C15H30 1,279
27 9.745 n-Nonylcyclohexane C15H30 3,608
28 9.847 n-Nonadecanol-1 C19H40O 1,648
29 9.984 1-Hexadecanol C16H34O 3,610
30 10.093 Z-8-Hexadecene C16H32 0,922
31 10.160 (Z)6-Pentadecen-1-ol 0,980
32 10.233 1,10-Undecadiene C11H20 2,428
olefinicos
33 10.452 Heptadecane C17H36 5,333
34 10.585 1-Nonadecene C19H38 1,518
35 10.665 8-Heptadecene C17H34 4,219
36 10.801 8-Heptadecene C17H34 1,145
37 10.890 1-Heptadecene C17H34 2,417
38 10.992 8-Heptadecene C17H34 2,342
39 11.112 1,13-Tetradecadiene C14H26 2,582
40 11.312 Octadecane C18H38 1,378
41 11.390 Cyclohexene, 1-decyl- C9H18 0,643
42 11.518 9-Octadecene, (E)- C18H36 1,626
166
Na Tabela 4.46verificam-se os principais compostos identificados na faixa de
(305-400 ºC), correspondente ao diesel pesado derivado do petróleo. Ao analisar os
resultados pode-se notar que o diesel pesado, corresponde a uma mistura rica em
hidrocarbonetos com um total de 86,272%, além de 13,727% de compostos
oxigenados.As quantidades de hidrocarbonetos presentes apresentaram uma
concentração elevada de compostos olefínicos, além de compostos parafínicos,
naftênicos e aromáticos, correspondentes a 38,705;35,425; 11,74 e 0,402%
respectivamente.
Ao comparar a composição da faixa correspondente ao diesel pesado com o
diesel de petróleo, verifica-se a presença de uma concentração considerável em
compostos parafínicos, os quais contribuem para uma boa qualidade do diesel segundo
Farah (2012). Com relação à presença de compostos oxigenados pode-se enfatizar que a
fração correspondente ao diesel pesado apresentou uma elevação destes compostos em
relação as outras frações destiladas, fato este ratificado pelas análises físico-químicas.
167
coerentes com o querosene derivado de petróleo. A distribuição de carbonos para o
diesel leve e pesado foi coerente com a distribuição para diesel de petróleo, apesar de
apresentar percentual de hidrocarbonetos de cadeias curtas, característicos da gasolina e
querosene, o qual pode ter sido ocasionado pelo aparato experimental de destilação
utilizado.
Com relação à quantidade de oxigenados as frações similares ao diesel leve e
pesado, apresentaram maiores quantidade do que as frações correspondentes à gasolina
e o querosene, os quais foram corroborados pelas analises físico-químicas e de espectro
de infravermelho. No entanto, de um modo geral pode-se verificar que a destilação do
PLO com 10% de CaCO3produziufrações destiladas ricas em hidrocarbonetos e uma
redução de compostos oxigenados, obtendo uma excelente eficiência, no que tange a
reação de desoxigenação, pois a quantidade de compostos oxigenados foi reduzida de
forma significativa.
( 40-175ºC)
35 ( 175-235ºC)
( 235-305ºC)
30 ( 305-400ºC)
25
Composição ( %)
20
15
10
0
C 6 C 7 C 8 C 9 C 10 C 11 C 12 C 13 C 14 C 15 C 16 C 17 C 18 C 19 O
Número de Carbonos
168
do experimento de craqueamento termocatalítico com 10% de carbonato de cálcio, na
temperatura de operação de 430ºC.
A Figura 4.51apresenta o cromatograma para a fração destilada na faixa de
235-305ºC, apresentando tempos de retenção de 3,435 a 15,009 minutos. Na Tabela
4.47 estão representados 40 compostos dos 51 identificados.As faixas de
hidrocarbonetos presentes corresponderam à C9-C24, sendo os hidrocarbonetos de cadeia
longa os compostos majoritários na composição. Considerando os picos identificados no
cromatograma foram determinados quantitativamente os compostos presentes na fração
similar ao diesel pesado, tais como hidrocarbonetos parafínicos, naftênicos, aromáticos
e olefínicos, os quais também são verificados no diesel de petróleo, segundo Farah,
(2012).
169
Tabela 4.47-Tempos de retenção e a composição dos compostos identificados na faixa
de (235-305 ºC) para o PLO (10% CaCO3; T=430ºC).
Picos Tempo de Composto Fórmula Composição
Retenção (min) Molecular (%)
1 3,435 Nonane C9H20 0,608
2 3.645 1-Nonene C9H18 0,436
3 3.938 Decane C10H22 1,520
4 4.247 1-Decene C10H20 1,174
5 4.349 2-Decene, (E)- C10H20 0,399
6 4.656 Undecane C11H24 3,331
7 5.056 1-Undecene C11H22 3,002
8 5.181 2-Undecene, (Z)- C11H22 2,286
9 5.310 5-Undecene C11H22 1,068
10 5.402 Cyclohexene, 1-butyl- C10H18 0,348
11 5.554 Dodecane C12H26 5,847
12 5.847 4-Dodecene C12H24 0,526
13 5.943 3-Dodecene, (Z)- C12H24 0,471
14 6.006 Cyclopropane, nonyl- C12H24 3,705
15 6.138 2-Dodecene, (Z)- C12H24 1,717
16 6.281 2-Dodecene, (Z)- C12H24 0,657
17 6.354 Cyclohexene, 1-pentyl- C11H20 0,578
18 6.552 Tridecane C13H28 9,341
19 6.643 Carbonic acid, ethyl C10H18O3 0,530
cyclohexylmethyl ester
20 6.855 5-Tridecene, (E)- C13H26 0,962
21 7.025 1-Tridecene C13H26 6,055
22 7.146 3-Tridecene, (E)- C13H26 1,412
23 7.302 5-Tridecene, (E)- C13H26 0,721
24 7.565 Tetradecane C14H30 8,779
25 7.865 5-Tetradecene, (E)- C14H28 1,208
26 7.955 Benzene, pentyl- : C11H16 0,805
27 8.052 2-Tetradecene, (E)- C14H28 8,482
28 8.167 5-Tetradecene, (E)- C14H28 1,583
29 8.322 7-Tetradecene C14H28 0,915
30 8.446 1-Heptylcyclohexene : C13H24 0,358
31 8.565 Pentadecane C15H22 6,831
32 8.647 Cyclotetradecane C14H28 1,529
33 8.716 Cyclohexane, octyl- C14H28 0,621
34 8.821 Cyclopentadecane C15H30 1,910
35 9.033 1-Pentadecene C15H30 4,864
36 9.148 Cyclopentadecane C15H30 0,422
37 9.190 Cyclopentene, 1-octyl- C13H24 1,170
38 9.303 Cyclopentadecane C15H30 0,750
39 9.507 Hexadecane C16H34 1,999
40 9.664 2-Undecanone C11H22O 1,505
170
parafínicos e olefínicos representando 39,208% e 39,422%, respectivamente, sendo
constituído ainda por 16,962% em naftênicos e 0,805% de aromáticos, além de uma
baixa concentração de compostos oxigenados, sendo os percentuais totais em
hidrocarbonetos e oxigenados correspondentes a 96,397% e 3,603% respectivamente.
Vale ressaltar a quantidade mínima de compostos oxigenados, uma vez que estes
compostos contribuem para uma elevada acidez e corrosividade.
171
Tabela 4.49-Tempos de retenção e a composição dos compostos identificados na faixa
de (305-400 ºC) para o PLO (10% CaCO3; T=430ºC).
Picos Tempo de Composto Fórmula Composição
Retenção (min) Molecular (%)
1 3.561 Ethanol C2H6O 0,427
2 4.642 Undecane C11H24 0,242
3 5.042 1-Undecene C11H22 0,188
4 5.170 5-Undecene C11H22 0,163
5 5.530 Dodecane C12H26 0,664
6 5.988 Cyclopropane, nonyl- C12H24 0,465
7 6.124 2-Dodecene, (Z)- C12H24 0,174
8 6.526 Tridecane C13H28 2,198
9 7.004 1-Tridecene C13H26 1,421
10 7.133 n-Tridecan-1-ol C13H28O 0,299
11 7.551 Tetradecane C14H30 3,626
12 7.853 3-Tetradecene, (Z) C14H28 0,490
13 7.948 Cyclopropane, nonyl- C12H24 0,269
14 8.037 1-Tetradecene C14H28 3,366
15 8.155 5-Tetradecene, (E)- C14H28 0,677
16 8.312 7-Tetradecene C14H28 0,424
17 8.574 Pentadecane C15H22 7,687
18 8.715 Cyclohexane, octyl- C14H28 0,449
19 8.827 Cyclopentadecane C15H30 1,644
20 9.036 1-Pentadecene C15H30 3,927
21 9.188 Cyclopentene, 1-octyl- C13H24 1,336
22 9.302 Cyclopentadecane C15H30 0,651
23 9.523 Hexadecane C16H34 3,252
24 9.654 Cyclopentane, undecyl- C16H32 1,269
25 9.748 Cyclohexane, decyl- C16H32 2,673
26 9.851 Z-8-Hexadecene C16H32 0,622
27 9.905 1-Hexadecyne C16H30 0,491
28 9.986 Cyclohexadecane C16H32 2,767
29 10.165 1-Pentadecyne C15H28 1,397
30 10.240 1,13-Tetradecadiene C14H26 1,846
31 10.456 Heptadecane C17H36 4,068
32 10.587 Cyclopentane, 1,1'- C12H22 1,300
ethylidenebis-
33 10.669 3-Heptadecene, (Z)- C17H34 3,421
34 10.895 1-Heptadecene C17H34 2,780
35 10.998 8-Heptadecene C17H34 1,515
36 11.045 Dodecane, C12H26 0,418
37 11.119 Cyclododecene C12H22 2,304
38 11.323 Tetradecane C14H30 1,243
39 11.396 Cyclohexene, 1-decyl- C16H30 0,655
40 11.530 5-Octadecene, (E)- C18H36 2,089
41 11.770 3-Octadecene, (E)- C18H36 1,951
42 11.861 5-Octadecene, (E)- C18H36 0,932
43 12.024 5-Octadecene, (E)- C18H36 0,895
172
Figura 4.52-Cromatograma do biocombustível referente à Faixa de 305-400 ºC obtido
do PLO com 10% de CaCO3 na temperatura de 430ºC
173
quantidade de hidrocarbonetos quando comparadas com as faixas de (305-400ºC),
consequentemente menores quantidades de compostos oxigenados. Fato este ratificado
pelas análises de acidez, a qual mostrou que realmente a fração de diesel pesado
apresentou maior acidez quando comparado com fração do diesel leve.
174
neutralização com NaOH (hidróxido de sódio) no processo via craqueamento
termocatalítico. O processo de extração líquido-líquido também se apresentou eficiente,
entretanto, foram necessários três extrações, para alcançar o valor de 6,33 mg
KOH/g.Com relação as frações destiladas observou-se que acidez reduziu para as
frações leves nas faixas de destilação de (40-175 ºC) e (175-235ºC), correspondentes as
faixas da gasolina e querosene para diesel de petróleo, respectivamente. Com relação às
faixas correspondentes ao diesel leve (235-400ºC) e diesel pesado (235-305 ºC) o índice
de acidez aumentou. Desta forma, observou-se que dentre os métodos utilizados para a
redução do índice de acidez, o que apresentou resultado satisfatório foi à neutralização
do produto líquido, entretanto estudos ainda estão sendo realizados nesta área no
Laboratório de Separações Térmicas (THERMTEK-UFPA), objetivando reduzir a
acidez do PLO.
175
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
176
bastante das especificações para o uso desse material em motores diesel. Destaca-se a
forte redução do índice de acidez no craqueamento catalítico em relação ao térmico,
demonstrando a eficiência do uso dos catalisadores CaO e CaCO3.
177
i) Com relação à quantidade de oxigenados, as frações similares ao diesel leve e
pesado, apresentaram maiores quantidade do que as frações correspondentes à gasolina
e o querosene. De um modo geral pode-se verificar que a destilação do produto líquido
orgânico obtido com 10% de CaCO3produziufrações destiladas ricas em
hidrocarbonetos e uma redução de compostos oxigenados, obtendo uma excelente
eficiência, no que tange a reação de desoxigenação, pois a quantidade de compostos
oxigenados foi reduzida de forma significativa.
178
principais derivados de petróleo. Cabe destacar também o potencial do catalisador
carbonato de cálcio no que tange a desoxigenação das espécies ácidas, ressaltando o
baixo custo deste catalisador em comparação a outros catalisadores.
5.1 Sugestões
179
REFERÊNCIAS
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192
ANEXOS
ANEXOA
O Anexo A apresenta os resultados dos parâmetros operacionais do
experimento em escala piloto (T=430 º C, 10% CaCO3)
193
Continuação do Anexo A
Temp. Temp. Temp. Temp. Temp. Temp. Temp. Tempo
Fundo Chaminé aquec. entrada saída ent. saída (min)
R01 R01 AE01 cond. cond. Água agua
resfriam. resfriam.
334 274 78 46 32 33 130
341 278 86 48 33 33 135
343 280 84 47 33 33 140
345 285 81 50 33 33 145
351 299 83 58 34 34 150
370 310 92 116 35 35 155
386 319 105 126 36 37 160
393 321 112 124 37 38 165
401 325 119 106 37 38 170
403 329 123 82 38 38 175
407 333 125 78 38 39 180
411 337 127 77 39 40 185
413 341 132 85 39 40 190
418 345 136 90 40 41 195
416 348 151 145 41 42 200
423 339 146 139 41 43 205
431 327 143 127 42 43 210
429 393 140 133 43 44 215
426 322 134 129 43 44 220
424 332 128 133 44 44 225
428 340 126 137 44 45 230
429 342 130 137 44 45 235
194
ANEXO B
O Anexo B apresenta os resultados dos parâmetros operacionais do experimento
em escala piloto (T=400 º C, 10% CaCO3).
195
Continuação do Anexo B
Temp. Temp. Temp. Temp. Temp. Temp. ent. Temp. Tempo
Fundo Chaminé aquec. entrada saída Água saída água (min)
R01 R01 AE01 cond. cond. resfriam. resfriam.
344 278 62 60 31 33 19:39
349 284 74 56 33 33 19:44
350 288 81 51 33 33 19:49
352 291 81 54 33 33 19:54
358 300 81 65 33 34 19:59
365 308 84 84 34 34 20:04
371 315 90 100 34 35 20:09
378 320 97 117 33 33 20:14
383 324 100 119 35 36 20:19
389 326 105 113 36 36 20:24
395 327 111 127 36 37 20:29
401 324 111 126 37 37 20:34
196
ANEXO C
197
ANEXO D
198