Declaração Universal Dos Direitos Humanos - Unidade I PDF
Declaração Universal Dos Direitos Humanos - Unidade I PDF
Declaração Universal Dos Direitos Humanos - Unidade I PDF
Humanos
Apresentação
Estudar a Declaração Universal dos Direitos Humanos é analisar valores essenciais da humanidade,
que devem ser defendidos a fim de que todos os seres humanos do planeta consigam ter no
mínimo uma vida com dignidade.
Bons estudos.
Acompanhe na imagem a seguir a situação de Joana, uma refugiada síria que se encontra no Brasil.
Joana procurou você para saber sobre seus direitos e garantias como ser humano no plano
internacional. Baseado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, como você a aconselharia?
Infográfico
Os direitos humanos são direitos mínimos assegurados ao homem pela sua natureza humana.
Tal declaração tem como ideais os princípios da universalidade e da indivisibilidade dos direitos
individuais da pessoa humana, clamando pela extensão de forma universal, ressaltando a condição
de pessoa como requisito único para a dignidade e titularidade desses direitos, e ensejando maior
prevalência destes no contexto do ordenamento jurídico interno dos Estados.
No capítulo A Declaração Universal dos Direitos Humanos, que faz parte do livro Direitos humanos
e é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem, são analisados os dispositivos da DUDH e o
momento histórico em que ela surgiu, identificando e esclarecendo seu papel e importância no
Direito.
Boa leitura.
DIREITOS
HUMANOS
Introdução
Estudar a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é analisar
os principais valores da humanidade, para que todos os seres humanos
do planeta consigam ter no mínimo uma vida com dignidade.
Assim, neste capítulo, para melhor entender a DUDH, você vai analisar
o momento histórico em que ela tomou forma e vai estudar seus dis-
positivos, identificando e compreendendo seu papel e sua importância
no Direito.
https://goo.gl/WSF9j7
Preâmbulo
Preâmbulo é a introdução, a declaração inicial dos termos de um dispositivo
legal. É no preâmbulo que vêm expressos os princípios, valores e objetivos
que fundamentam o texto legal. O preâmbulo da DUDH se inicia trazendo a
dignidade como elemento inerente à pessoa humana e, junto com a isonomia,
fundamenta o ideário de liberdade, justiça e paz no mundo.
Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os mem-
bros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo (ORGANIZAÇÃO
DA NAÇÕES UNIDAS, 2009, documento on-line).
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Artigo 1º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com
espírito de fraternidade.
Artigo 2º
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados
na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de
cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem
nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.
Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político,
jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa,
seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a
alguma limitação de soberania (ORGANIZAÇÃO DA NAÇÕES UNIDAS,
2009, documento on-line).
Igualdade material não significa tratar todos de forma igual, mas tratar os iguais de
forma igual e os desiguais de forma desigual, de forma a igualar as possíveis diferenças.
Artigo 3º
Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4º
Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato
dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.
Artigo 5º
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, de-
sumanos ou degradantes (ORGANIZAÇÃO DA NAÇÕES UNIDAS, 2009,
documento on-line).
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Artigo 6º
Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares, da
sua personalidade jurídica.
Artigo 7º
Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito à igual proteção
da lei. Todos têm direito à proteção igual contra qualquer discriminação que
viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discrimina-
ção (ORGANIZAÇÃO DA NAÇÕES UNIDAS, 2009, documento on-line).
Artigo 8º
Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para as jurisdições nacionais
competentes contra os atos que violem os direitos fundamentais reconhecidos
pela Constituição ou pela Lei.
Artigo 9º
Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10º
Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja equitativa
e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida
dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria
penal que contra ela seja deduzida.
Artigo 11º
1. Toda a pessoa acusada de um ato delituoso presume-se inocente até que a
sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo pú-
blico em que todas as garantias necessárias de defesa lhe sejam asseguradas.
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Artigo 12º
Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família,
no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e repu-
tação. Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito à proteção
da lei (ORGANIZAÇÃO DA NAÇÕES UNIDAS, 2009, documento on-line).
Artigo 13º
1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência
no interior de um Estado.
2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra,
incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país (ORGANIZAÇÃO DA
NAÇÕES UNIDAS, 2009, documento on-line).
Artigo 14º
1. Toda a pessoa sujeita à perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar
de asilo em outros países.
2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente
existente por crime de direito comum ou por atividades contrárias aos fins e
aos princípios das Nações Unidas (ORGANIZAÇÃO DA NAÇÕES UNIDAS,
2009, documento on-line).
Artigo 15º
1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do
direito de mudar de nacionalidade (ORGANIZAÇÃO DA NAÇÕES UNIDAS,
2009, documento on-line).
Artigo 16º
1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de
constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião.
Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.
2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento
dos futuros esposos.
3. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à
proteção desta e do Estado (ORGANIZAÇÃO DA NAÇÕES UNIDAS, 2009,
documento on-line).
Artigo 17º
1. Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à propriedade.
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade (ORGANI-
ZAÇÃO DA NAÇÕES UNIDAS, 2009, documento on-line).
Artigo 18º
Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de
religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convic-
ção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho
ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática,
pelo culto e pelos ritos.
Artigo 19º
Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que
implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar,
receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por
qualquer meio de expressão (ORGANIZAÇÃO DA NAÇÕES UNIDAS, 2009,
documento on-line).
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Artigo 20º
1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação (ORGANI-
ZAÇÃO DA NAÇÕES UNIDAS, 2009, documento on-line).
Artigo 21º
1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios pú-
blicos do seu país, quer diretamente, quer por intermédio de representantes
livremente escolhidos.
2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às funções
públicas do seu país.
3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos: e
deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar-se periodicamente por
sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente
que salvaguarde a liberdade de voto.
Artigo 22º
Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e
pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais e cul-
turais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional,
de harmonia com a organização e os recursos de cada país (ORGANIZAÇÃO
DA NAÇÕES UNIDAS, 2009, documento on-line).
Artigo 23º
1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condi-
ções equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho
igual.
12 Declaração Universal dos Direitos Humanos
Dos arts. 25º ao 29º são assegurados os direitos sociais; ou seja, esses
artigos estabelecem uma vida socialmente digna como um direito humano,
incluindo o direito à educação, inclusive gratuita, nos períodos elementares
e fundamentais, assim como a possibilidade de acesso a todos à instrução
técnico-profissionalizante e à instrução superior baseada no mérito. Asseguram
também como direitos humanos a cultura e o pleno desenvolvimento da perso-
nalidade, devendo os direitos e as liberdades serem limitados apenas pela lei.
Artigo 25º
1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar
e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação,
ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços
sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença,
na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de
subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.
2. A maternidade e a infância têm direito à ajuda e à assistência especiais.
Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesma
proteção social.
Artigo 26º
1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo
menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar
é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso
aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em
função do seu mérito.
2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao
reforço dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais e deve favo-
recer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos
os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades
das Nações Unidas para a manutenção da paz.
3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o gênero de educação
a dar aos filhos.
Artigo 27º
1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos
benefícios que deste resultam.
2. Todos têm direito à proteção dos interesses morais e materiais ligados a
qualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria.
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Artigo 28º
Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano internacional,
uma ordem capaz de tornar plenamente efetivos os direitos e as liberdades
enunciadas na presente Declaração.
Artigo 29º
1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível
o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.
2. No exercício deste direito e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito
senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover
o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros e a fim
de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar
numa sociedade democrática.
3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contraria-
mente e aos fins e aos princípios das Nações Unidas (ORGANIZAÇÃO DA
NAÇÕES UNIDAS, 2009, documento on-line).
Artigo 30º
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira
a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se
entregar a alguma atividade ou de praticar algum ato destinado a destruir
os direitos e liberdades aqui enunciados (ORGANIZAÇÃO DA NAÇÕES
UNIDAS, 2009, documento on-line).
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Exercícios
1) Em relação à Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), pode-se dizer que:
A) o exercício dos direitos e liberdades por ela assegurados pode ser oposto inclusive a ela
própria.
B) Não faz referência à possibilidade da liberdade de locomoção dentro das fronteiras dos
Estados.
C) Assegura a toda pessoa o direito de participar do governo de seu próprio país, diretamente ou
por meio de representantes.
D) Foi proclamada como anexo da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão pelos
revolucionários franceses do final do século XVIII e confirmada pela Assembleia Geral das
Nações Unidas.
A) expressamente assevera que o acesso a cargos públicos pode ser mitigado em função de
condições fáticas.
Você acompanhará na imagem a seguir o caso da Fazenda Brasil Verde. Esse foi o primeiro caso em
que a Corte Interamericana de Direitos Humanos (da qual o Brasil é país signatário e à
qual, portanto, se submete ao tomar decisões), com base no parágrafo 1 do artigo 6 da Convenção
Americana sobre Direitos Humanos e no artigo 23 da DUDH, decidiu que o Estado incorre em
responsabilidade internacional quando não adota medidas específicas de proteção a grupos
vulneráveis que, em razão de sua situação socioeconômica, são vítimas de delitos relacionados à
escravidão.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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