Teoria Geral Do Processo PUC M Inas Resumo Completo
Teoria Geral Do Processo PUC M Inas Resumo Completo
Teoria Geral Do Processo PUC M Inas Resumo Completo
1) O que é epistemologia?
3) O que é técnica?
A técnica é um fazer ordenado. É a adequação dos meios aos fins visando resultados
úteis. A técnica pressupõe sempre um objetivo: utilidade.
4) O que é ciência?
5) O que é teoria?
Não. Teorias não são demonstradas. Hipóteses é que são testadas. O objetivo de se
testar hipóteses é a eliminação de erros. Quando se testa uma teoria você busca falhas
e não testar tudo que funciona. P1 -> T1 -> Eliminação de Erros-> P2 ->T2.
A construção permanente. Não existe verdade. O que se sabe, sabe-se, apenas, por
enquanto.
A crença é dogmática. Está no nível do sagrado. Não é falseável, portanto, posto que
está centrada na subjetividade do eu e do saber. Toda teoria científica é falseável,
se não for, não é teoria (é dogma e crença). A teoria pressupõe a construção
permanente e provisória do saber. A forma de diferenciar uma teoria de um dogma é
a falseabilidade. O intuito ao falsear não é esvaziar a metafísica e a dogmática, mas de
não ficar aprisionado somente a elas.
Dogma pressupõe sábio -> sacerdote. Ciência dogmática é um erro. Dogma impede a
Ciência de interrogar. O problema da tradição é que toda tradição é inventada.
15) Qual decisão é aceitável em uma democracia, isto é, que tipo de processo é aceitável
em uma democracia?
O conflito.
27) Por que se pode dizer que a mediação lato sensu (que é a terceira modalidade/técnica
de solução de conflito) é uma forma auxiliar da autocomposição (que é a segunda
modalidade/técnica de solução de conflito?
Mediação stricto sensu é um dos tipos de mediação, que por sua vez, se entende
auxiliar da autocomposição em que um terceiro (mediador), não envolvido no conflito,
põe as partes frente a frente, ouve-nas, mas não resolve o conflito. Mediação stricto
sensu não é opinativo.
A lei.
Que ela resolve mais não há dúvidas. Isto porque passa o poder de decisão para a
Administração e obriga a aceitação, pelas partes, da decisão dada. Se não há o que
contestar, resolve-se mais problemas. Porém, se a Jurisdição é a melhor solução
para os conflitos é controverso. Fica-se na mão de alguém que não podemos garantir
imparcialidade e nem objetividade de decisão.
É uma técnica auxiliar dela (jurisdição). Isto é, é uma técnica auxiliar da arbitragem
obrigatória pelo Estado.
O processo não surge da Jurisdição. São origens distintas. Mas, elas tem algum contato
na Jurisdição, posto que o processo, na Jurisdição é uma técnica auxiliar.
Não. Romanos não conheceram o processo. Segundo alguns autores, eles possuíam
um esboço de jurisdição que, posteriormente, foi aproveitado. Com a queda de
Roma, por volta do século VI d. C., com uma ausência de controle normativo (sem
sistematização), os romanos, tendo em vista dar sentido aos textos normativos,
contrataram Comissões cujo objetivo era fazer as compilações dos textos. Assim,
surgiram as quarto partes do Corpus Juris Civilis: o Digesto, as Instituições, as Novelas
e o Codex.
É o Corpo de Direito Civil, manual publicado por Justiniano contendo quatro partes: o
Digesto, as Instituições, as Novelas e o Codex. Institutas (manual escolar), Digesto ou
Pandectas (compilação dos iura), Código (compilação das leges) e Novelas (reunião das
constituições promulgadas depois de 535 por Justiniano).
É obra mais completa que o Código tem e ofereceu maiores dificuldades em sua
elaboração. É a que mais nos interessou e influenciou o nosso Direito. Digesto vem
do latim digerere - pôr em ordem. Realizada a compilação das leges (constituições
imperiais), era necessário resolver um problema com relação aos iura (direito contido
nas obras dos jurisconsultos clássicos), que não tinham sido ainda compilados. Havia
entre os jurisconsultos antigos uma série de controvérsias a solucionar. E o DIGESTO
foi a solução proposta.
O Digesto era uma compilação que tratava dos pareceres dos jurisconsultos (pessoa
que conhece as leis e cuja profissão é dar pareceres sobre questões de Direito)
romanos sobre várias matérias.
A publicação do Digesto foi feita dentro do "Corpus Iuris Civilis” e foi efetivada em 533.
O Corpus Iuris Civilis foi publicado entre 529 a 534.
Os romanos possuíam três grandes técnicas de solução de conflitos que deram nome
a períodos: i) período das legis actiones (período pré-clássico); ii) período formular ou
per formulas (período clássico, mas que também estava presente no pré-clássico); iii)
período da cognitio extraordinem (período pós-clássico).
Legis Actiones era uma técnica da arbitragem romana utilizada no período pré-
clássico. Possuía 2 fases: Admissibilidade (perante um sacerdote, sábio ou ancião
romano – pater família) e Julgamento ordálico (teste decisórios por meio dos quais
os deuses falavam com os homens). Consistia em repetição alternada de gestos e
palavras (verba certa da ação da lei definida, sendo que eram 5 ações básicas) pelos
envolvidos e tinha como maior característica o formalismo – procedimentos solenes
com extremo formalismo. As Legis Actiones começaram no período pré-clássico, foram
sofrendo mudanças até dar nome à próxima técnica – período formular/per formulas.
Já existia na fase da Admissibilidade a Litiscontestatio que era o compromisso solene
das partes em aceitar o resultado da decisão proferida.
O Julgamento Ordálico ou decisão eram testes por meio dos quais os deuses falavam
com os homens que definiam uma solução para o conflito. Eram usadas durante a
segunda fase das Legis Actiones (fase de Julgamento ou decisão).
49) Quem aplicava o teste ordário?
Era o compromisso solene das partes no sentido de elas (as partes) aceitarem a
decisão a ser proferida pelo sacerdote privado (ancião, sábio).
Ordem da Justiça privada ou Justiça privada ordinária era uma técnica da arbitragem
romana que surgiu nas Legis Actiones e perdurou até a Cognitio Extra Ordinem. Não
era a única, mas foi a preponderante técnica do período Per Formulas. Era bifásica,
sendo suas fases assim definidas: Fase in jure – fase perante o pretor (público) e apud
judicem ou in judicium – perante o Judex (privado).
52) Quais as fases da Ordo Judiciorum Privatorum? Explique cada uma delas.
Eram duas fases (estrutura bifásica). Fase in jure (diante do Pretor) e fase apud
judicem ou in judicium (diante do Judex). A Fase diante do Pretor era a definição da
admissibilidade e do Direito (fórmula). A Fase diante do Judex era de Cognitio (coleta
de material fático probatório) e de Jurisdictio (decisão do julgamento por meio da
aplicação da fórmula dada pelo Pretor).
Pretor era o árbitro público da fase in jure da técnica Ordo Judiciorum Privatorum
do período Per Formulas. Possuía também funções administrativas. Era responsável
pela Admissibilidade (definir se era ou não interessante para Roma julgar), por colher
a Litiscontestatio (compromisso solene entre as partes no sentido das mesmas
aceitarem a decisão proferida) e dar a fórmula do julgamento que seria realizado pelo
Judex. Era responsável portanto por CRIAR O DIREITO.
56) Qual a principal diferença da técnica de arbitragem romana chamada Legis Actiones do
período Pre-Classico e da técnica Ordo Judiciorum Privatorum que começou nas Legis
e perdurou até a Cognitio Extra Ordinem?
No período das Legis Actiones a decisão e julgamento eram feitos pelo árbitro privado
(sacerdote, sábio, ancião) com base nas tradições romanas (ações da lei que eram
5 básicas) e dotadas de formalismo (verba certa). No período Per Formulas onde foi
preponderante a técnica Ordo Judiciorum Privatorum, este formalismo foi afrouxado
(as pessoas poderiam falar sem a rigorosidade das Ações das Leis) e esta fala era feita
diante do Pretor (árbitro público) que definia a Admissibilidade e definia a fórmula. Era
responsabilidade privada de cada um que se sentiu lesado levar até o Pretor aquele
que lesionou seu direito. O pretor definia a fórmula através dos Editos. Entretanto,
inexistindo fórmula para o caso concreto, o pretor as criava. A principal diferença das
Legis Actiones para a Ordo Judiciorum privatorum, portanto, é a atribuição pública
de parte da decisão bifásica existente nas Legis Actiones. Trata-se, neste contexto,
da existência do Pretor (representação estatal) e o conjunto de poderes a ele
atribuídos(IMPERIUM) para definir através de fórmulas a serem usadas no Julgamento.
Fórmulas estas já existentes nos editos ou outra a ser criada de acordo com cada caso
concreto. Há que se mencionar, portanto, que a partir da Ordo Judiciorum Privatorum
(técnica de arbitragem romana preponderante do Período Per Formulas)a arbitragem
passou a ser Pública (diante do pretor) e privada (diante do Judex). Porém, era
cômodo demais para o Estado, posto que não era ele quem Julgava. Ele só admitia o
julgamento, colhia a Litiscontestatio e dava a fórmula a ser seguida. Quem decidia era
o Judex (árbitro privado).
57) Qual o nome dos poderes atribuídos ao Pretor e que poderes eram estes?
O nome dos poderes atribuídos ao Pretor era IMPERIUM. Era o poder de mando
do pretor resguardado pela força. Estes poderes consistiam na definição da
Admissibilidade (era interessante para Roma julgar?), na colheita da Litiscontestatio
(compromisso solene entre as partes no sentido de elas aceitarem a decisão a ser
proferida) e definição (ou criação) de fórmula para uso no Julgamento pelo Judex
(Criação do DIREITO). Fazia parte do Imperium também os poderes administrativos dos
pretores.
Judex era o árbitro privado da segunda fase da técnica Ordo Judiciorum Privatorum
(período preponderantemente clássico) que julgava o conflito entre as partes dentro
da moldura da fórmula dada pelo Pretor e porque ele (Pretor) deu a ordem de
julgamento. Assim, o Judex não criava direito (posto que isso era responsabilidade e
atribuição do Pretor). O Judex apenas dizia o direito previsto na fórmula (aplicava a
fórmula). Era responsável por colher a COGNITIO (coleta de material fático probatório)
e dar a JURISDICTIO (decisão de julgamento pela aplicação da fórmula).
63) Após a decisão do Judex (Jurisdictio), se o réu não executava o que foi definido, o que
era feito?
Processo (embora não foi este termo tenha surgido apenas na IdadeModerna) para
os romanos pode ser considerado apenas técnica auxiliar do esboço de Jurisdição da
arbitragem Romana (Cognitio Extra Ordinem).
70) Qual a primeira teoria e o primeiro autor que tentou definir o Processo? Em que ano?
71) Qual o nome da primeira obra publicada com o intuito de definir o processo? Quem
publicou e em que ano?
72) Qual o fundamento da Teoria do Processo como contrato feita por Pothier em 1800?
O fundamento da teoria do processo como contrato tem a base na arbitragem
romana. O fundamento é a LITISCONTESTATIO, posto que ela era um compromisso
solene entre as parte no sentido de elas aceitarem a decisão. Assim, Pothier definiu o
processo como contrato – um compromisso solene das partes de aceitação de decisão.
A teoria de Pothier é, portanto, uma releitura do período formular.
73) Quem se opõs a Teoria do Processo como contrato? Que obra publicou? Em que ano?
Quem se opôs a Teoria do Processo como contrato foi Savigny. Publicou a obra Teoria
do processo como quase contrato. 1850.
74) Qual o fundamento da Teoria do processo como quase contrato feita por Savigny em
1850?
O fundamento de Savigny para propor a obra Teoria do Processo como quase contrato
em 1850 é o mesmo de Pothier na obra Teoria do Processo como contrato de 1800: a
LITISCONTESTATIO.
75) Se o fundamento de Savigny ao lançar sua teoria é o mesmo de Pothier por que
Savigny definiu o processo como quase contrato e não como contrato? Por que
Savigny não considerava que o processo era um contrato, mas sim um quase
contrato?
Contrato pressupõe vontade de ambas as partes. Para Savigny, o processo não tem
vontade de ambas as partes, mas apenas de uma, a do autor. A vontade é do dono da
ação e não do réu. Assim, o processo seria um contrato sui generis (diferenciado), que
tem a especificidade de conter a vontade de um só (por isso, a teoria se chama QUASE
CONTRATO).
A fonte do Direito para Savigny é o costume. Savigny fez parte da Escola Histórica do
Positivismo. Nas palavras de Friedrich Carl von Savigny o Direito teria suas origens “nas
forças silenciosas e no arbítrio do legislador”.
77) Qual o problema de se considerar que o Direito tem sua fonte nos costumes e no
arbítrio do legislador?
A norma, neste contexto, não vem do Direito. Vem do conjunto dos costumes e está
sujeita a eles. O problema é: qual é o costume? Como é possível definir que um Juiz é
capaz de ler o costume? A decisão deve seria uma leitura do costume ou da leitura que
ele tem do que costume possa ser?
Savigny define o processo como quase contrato. Contrato sui generis (diferenciado)
posto que ele representaria a vontade de apenas uma das partes (do autor). Tem
como fundamento a LITISCONTESTATIO.
80) O que tem em comum a definição de processo para Pothier e para Savigny?
81) Qual a terceira teoria do processo, isto é, o nome da obra que marca o nascimento do
Processo? Foi proposta por quem? Em que ano?
82) Qual obra marca o início da Ciência do Processo? Qual a data de nascimento?
83) Qual o conteúdo desta obra? Isto é, o que é processo na TEORIA DAS EXCEÇÕES
PROCESSUAIS E DOS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS?
A obra de Oskar Von Bülow, de 1868, chamada Teoria das exceções processuais e dos
pressupostos processuais, define o processo como RELACAO JURIDICA DE DIREITO
PUBLICO.
Bulow, com a obra Teoria das Exceções Processuais e dos Pressupostos processuais.
Criou o relacionismo ou teoria relacionista porque definiu o processo nesta obra como
sendo relação jurídica de direito público.
86) O que significa relação jurídica de direito público?
Relação Jurídica de Direito Público foi a definição dada por Bülow para o processo
na obra Teoria das Exceções Processuais e dos Pressupostos Processuais, publicada
em 1868 e significa a dissociação entre direito material – matéria (que cria e
regulamenta bens da vida jurídica) e processual -forma (que regula condutas para
se defina o detentor do direito material em uma lide - conflito). O direito processual
deixa de ser apenas uma técnica para efetivação do Direito Material e passa a ter
autonomia. Passa a ser, portanto, uma Ciência que se diferencia do Direito Material. O
Direito Material cria e regulamenta bens da vida jurídica (exemplo: patrimônio). Assim,
a relação do Direito Material, no caso de lesão ao patrimônio, é de credor, devedor,
Estado. A relação em direito processual é outra: AUTOR, REU E JUIZ.
87) Se existiram as teorias de Pothier (em 1800) e Savigny (em 1850), por que somente a
terceira obra sobre processo (a de Bülow em 1868) é considerada o marco da Ciência
Processual e a data de nascimento da Ciência do Processo?
Porque só Bulow deu, com sua teoria, autonomia para o Processo. Ele deixou de
ser apenas um contrato para resolver um problema de direito material e passou a
ter uma relação jurídica própria, definida e delineada. Pothier e Savigny, ao terem
como fundamento a LITISCONTESTATIO, colocaram o processo como técnica auxiliar
da Jurisdição. A obra de Bülow colocou o processo como Ciência autônoma dentro
da Jurisdição, posto que a separou da relação material. As relações das partes que
buscam solução para um conflito que tem em Direito Material em disputa (relação
entre credor e devedor, por exemplo) é que passam a ser chamadas de Processo.
Assim, Bülow define que existe uma ciência única (desprovida de conteúdo material)
que regula a relação entre as partes que discutem o direito material. Norma
processual, para Bülow, portanto, seria VAZIA de conteúdo – só disporia sobre a
forma. Ex: reu tem 15 dias para contestar.
88) Qual o problema de se considerar o processo como relação jurídica de Direito Público?
89) Bülow teve 3 seguidores que tentaram representar graficamente a relação jurídica de
direito público (relação processual). Quais são eles?
Relação jurídica de Direito Público (posto que foi um seguidor da teoria relacionista de
Bülow).
Relação Jurídica de Direito Público (posto que foi um seguidor da teoria relacionista de
Bülow).
96) Qual representação gráfica para relação processual foi feita por Wach?
Autor Réu
97) Qual representação gráfica para relação processual foi feita por Helwig?
Juiz
Autor Réu
98) Qual representação gráfica para relação processual foi feita por Kohler?
Juiz
Autor Réu
OBS: Todas as representações seriam iguais, posto que todas, colocam o Juiz numa
posição de superioridade. Não interessa se as partes se relacionam entre elas e com o
juiz, se se relacionam somente com o Juiz, ou somente entre si. O papel do Juiz, e do
Estado, consequentemente, é o mesmo... de superioridade em relação as partes.
99) Qual a forma correta de se falar quando pretende-se provocar o Judiciário para
resolver um conflito?
100) Qual a obra publicada por Bülow contraria as ideias de Savigny? Em que ano foi
publicada?
101) Por que Bülow fez uma obra para contrariar as ideias de Savigny? Que ideias
eram essas?
A Ihering porque Bülow usou parte da teoria de Ihering no livro Lei e Magistratura
(GESETEZ UND RICHTERAMT)
Ihering foi aluno de Savigny. Rompeu com o mestre por divergir de suas ideias.
Savigny considerava que a fonte do Direito eram os costumes - VOLKSGEIST (espírito
do povo – espírito bom). Ihering não concordava. Defendeu uma lógica diferente,
a lógica UTILITARISTA do Direito. Direito tinha a finalidade de trazer a felicidade – a
utilidade.
Ihering defendia a jurisprudência dos interesses. O Direito tinha como finalidade trazer
a felicidade. Só deveria, portanto, proteger o que era útil. Inaugura, portanto, a lógica
UTILITARISTA do Direito e do processo. O Direito deve defender o que é útil, o que dá
prazer. A norma não vem do direito, mas da sociedade econômica.
105) Como Bülow aproveita-se das ideias de Ihering e faz o livro Lei e Magistratura
(GESETEZ UND RICHTERAMT) e por que ele bate em Savigny?
Quase contrato. Contrato sui generis (diferenciado) posto que não apresenta a
vontade das duas partes. Para Savigny, a vontade é daquele que propõe (autor).
111) Qual o problema que pode ser notado na figura do Juiz para a teoria do
processo como situação jurídica?
O Juiz, assim como na teoria relacionista de Bülow, decide sem amarrações. Continua
sendo maior que as partes. Para Bülow o Juiz tinha um papel político. Para Goldschmitt
o papel do juiz é meramente observativo e decisório de quem melhor aproveitou as
oportunidades (a situação jurídica) – duelo judiciário.
Processo para Goldschmitt é situação jurídica. Não é relacional, posto que não há
como o Juiz obrigar as partes. Ele apenas assiste e define. O problema é que esta
teoria acaba apresentando o mesmo vício da de Bülow. Colocar o Juiz sem amarrações
– ele continua maior que as partes.
A quinta teoria do Processo é o Processo como Instituição. Foi publicada por Jaime
Guasp, em 1940. Foi acusado de ser fascista.
114) Qual o fundamento da teoria do processo como Instituição proposta por Jaime
Guasp em 1940?
Eduardo Couture foi aluno de Guasp e adotou a teoria do mestre proposta em 1940
– Teoria do Processo como Instituição. Entretanto, em um Congresso, não conseguiu
sustentar a teoria do processo como instituição (tradição) e acabou retornando a
Bülow.
Na juventude, enquanto aluno de Guasp, processo para ele era Instituição (tradição).
Na maturidade, relação jurídica de Direito Público.
A sexta teoria do Processo foi proposta por Elio Fazzalari. Publicou a obra Teoria do
Processo como procedimento em contrário em simétrica paridade entre as partes. Foi
publicada em 1960/70
Porque Bulow define o processo como relacional, isto é, uma forma pela qual caminha
os atos processuais. Fazzalari define o processo de acordo com a ideia Aristotélica
(define o gênero e a espécie). O processo só existe se o procedimento apresenta o
contraditório. Juiz tem o papel de assegurar o Contraditório, seguir o modelo legal
(determinações da lei) e não de decidir com superioridade entre as partes.
A oitava teoria do Processo foi publicada por Dinamarco, nos anos 90. A obra é
Instrumentalidade do processo.
- Publicidade
- Oralidade
- Disponibilidade e Indisponibilidade
- Instrumentalidade das formas.
- Celeridade
- Economia Processual
Exemplo: as ações não estão disponíveis ao réu segundo critérios de sua vontade. Ao
contrário, determinadas situações ensejam a obrigatoriedade/compulsoriedade da
instauração de um procedimento. Em caso de tentativa de homicídio, por exemplo, a
ação é pública incondicionada. Não se pode neste caso, não pode a vítima decidir que
não irá ser processado o réu, posto que é obrigatória e compulsória a instauração do
procedimento e o integral desenvolvimento dele. Não se trata de um procedimento
cuja ação é privada condicionada a representação do réu, mas de uma pública que,
independentemente da vontade do réu, será instaurada.
ATENCAO: o processo não dura. O que dura é o procedimento. A menos que você seja
Fazzalariano. O processo não se pega. O que se pega são os autos.
146) O que é a lealdade processual (mercado negro.. não foi dito na sala pelo
professor neste período?
Determina que o modelo procedimental preveja sanções para os atos que visem a
obstar o exercício do contraditório, da ampla defesa e da isonomia entre as partes.
- Inércia
- Aderência territorial
- Investidura
- Inafastabilidade, inevitabilidade e indelegabilidade
- juízo natural
- imparciailidade
- fundamentação das decisões
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A Teoria imanentista da ação, idealizada por Savigny, diz que a ação é obrigação
inadimplida em movimento.
Para Savigny com sua teoria imanentista da ação, a ação é obrigação inadimplida
em movimento, ação é obrigação não cumprida em movimento que só nasce após
instaurado o procedimento, isto é, quando se instala o vínculo entre os sujeitos. Tem 3
máximas:
Não há direito sem ação – todo direito pressupõe a existência de uma ação para
movimentá-lo.
Não há ação sem direito – toda ação pressupõe que exista um direito por tras dela,
uma obrigação inadimplida em movimento.
A natureza da ação segue a natureza do direito.
Hoje em dia pode-se dizer que existe ação sem se ter direito, isto é,
independentemente de ter direito, a simples ideia de que se possa ter o direito já
possibilita a ação, isto é não existe a obrigatoriedade da existência do direito para se
ter direito a ação. Você pode instaurar um procedimento ainda que não tenha um
direito... pela mera pressuposição de que tenha ou mesmo sabendo que não tenha.
Para Savigny isto seria impraticável porque, para ele, não há ação sem se ter direito!
Não é necessário ter uma obrigação inadimplida, isto é, não cumprida para se
ter direito a ação, uma vez que a ação tem autonomia, isto é, não nasce do não
cumprimento. E qualquer um tem direito a ação, tendo ou não direito, posto que ela é
publica.
A teoria da Ação como direito público, autônomo e concreto, idealizada por Wach, diz
que só tem ação (direito dirigido ao Estado) quem tem razão (tem que ter direito e
mais, tem que ter razão).
Só tem proteção do Estado quem tem razão ou tenha sofrido alguma violência. Ação
declaratória negativa existe para o juiz dizer que não há obrigação inadimplida. Para
Wach, neste caso, existe apenas a colheita da pretensão, mas não há ação porque
a porque não houve um resultado favorável. Para Wach é necessário um resultado
favorável para se ter uma ação. Se não há resultado favorável, o que há, quando se
instaura o procedimento, é uma pretensão.
Para Wach o Estado colhe a pretensão, mas a razão é apenas na sentença favorável.
Assim, ação para os concretistas é direito à sentença favorável – só tem razão quem
tem razão.
AÇÃO
Em Wach faz sentido dizer PROPOR uma ação, como é dito coloquialmente. Isto
porque o resultado ninguém sabe. É uma proposta de defesa pelo Estado. Somente
se o resultado for positivo, houve ação aceita pelo Estado. Se você instaurar um
procedimento em Wach você não tem ação ainda. Só no resultado favorável, tem-se a
ação.
AÇÃO
Liebman propôs um novo conceito para ação. Partiu do Art 24. Da Contituição italiana
que não é abstratista nem concretista. “Todos podem entrar em juízo para defender
direitos próprios e interesses legítimos”. Também partiu da ideia de Carnelutti .
Conflito: cessão/crise de cooperação (provisório).
Para Liebman a ação está no meio, nem no começo, nem no fim. Para Liebman ação é
direito a jurisdição ou a sentença de mérito.
AÇAO
Para Liebman a ação está no meio. Isto é, ela não é direito a sentença favorável como
para os concretistas (onde a ação está no final – só tem ação quem tem razão), não é
direito ao processo (onde a ação está no início – todos, indistintamente tem direito a
ação), mas sim no meio. Ação, para Liebman, portanto, é direito à Jurisdição ou direito
a sentença de mérito. Logo, existe a fase inicial de Admissibilidade, onde se decidirá
se a pessoa tem ação (isto é, se o julgamento de mérito poderá ou não ocorrer). E a
segunda fase que é a Jurisdição, isto é o direito a sentença de mérito.
Para Liebman juiz não julga a lide, julga o mérito. E mérito é a lide vazada no pedido, é a lide
nos limites do objeto mediato do pedido, é a RES IN JUDICIUM DEDUCTA. O juiz só pode julgar
o que foi pedido na pedido na petição inicial, a historinha por si só não interessa.
Para Liebman a ação está no meio, nem no começo, nem no fim. Para Liebman ação é
direito a jurisdição ou a sentença de mérito.
Liebman propôs uma teoria que contrapõe a teoria da ação como direito público,
autônomo e concreto proposta por Wach e que, ao mesmo tempo, contrapõe a
teoria da ação como direito público, autônomo e abstrato, proposta por Windscheid e
Muther.
Wach propôs a Teoria da ação como direito público, autônomo e concreto. Ação
envolve o Estado, não depende de uma obrigação de direito material, isto é, não está
vinculada a obrigação adimplida e é concreto – direito a sentença favorável. Tem ação
quem tem razão.
177) Quem propôs a teoria da ação como direito público, autônomo e abstrato?
Quem propôs foi PLÓSZ E DEGENKOLB. Público porque envolve o Estado. Autônomo porque
não nasce da obrigação inadimplida, isto é, não nasce do direito material, abstrato porque
todos, indistintamente, têm direito, bastando, para tal, instaurar um procedimento.
Sentenças definitivas são sentenças com julgamento de mérito, onde o juiz julga o conflito.
Sentenças terminativas é extinção do processo sem julgamento do mérito – caem na
Admissibilidade.
A sentença terminativa não tem divisões, isto porque o pedido não é julgado. Há a
extinção do processo sem o julgamento de mérito.
Não pode. Isto porque a sentença definitiva de improcedência do pedido significa que
houve julgamento do mérito. Na improcedência da ação nem o mérito é julgado, isto
é, se não há ação para Liebman, não há direito ao julgamento de mérito. Morre na
admissibilidade, portanto.
A incompetência versa sobre um vício de competência que pode ser fruto do local (in
ratione loci), em razão da matéria (in ratione materiae), em razão da pessoa (in ratione
personae).
Cumulação subjetiva. Pluralidade de sujeitos como autores e/ou réus. Quem litiga é o
litisconsorte.