Sequoia
Sequoia
Sequoia
PORTO ALEGRE
2019
ALISON ANDRÉ DOMINGUES TEIXEIRA
PORTO ALEGRE
2019
ALISON ANDRÉ DOMINGUES TEIXEIRA
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________
PROF. DR. CLÁUDIO WILSON MENDES JUNIOR (ORIENTADOR) - UFRGS
__________________________________________________________
PROF. DR. MARCOS WELLAUSEN DIAS DE FREITAS - UFRGS
__________________________________________________________
PROF. DR. CHRISTIAN BREDEMEIER - UFRGS
______________________________________________________
PROF. DR. JEAN MARCEL DE ALMEIDA ESPINOZA - IFRS
iii
Dedico este trabalho a minha mãe
Neuza Domingues Teixeira
e meu pai
Genair do Santos Porto
iv
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Prof. Dr. Cláudio Wilson Mendes Jr., pela orientação,
paciência, dedicação, confiança e principalmente pela amizade;
ao Eng. de Computação Myrair Raul Quadros de Souza, por ter executado o vôo
com o Sequoia/Matrice 100, e ao Eng. Elétrico Dr. Marcelo Negreiros, por ter
contribuído na calibração radiométrica das imagens do Sequoia.
aos meus pais Neuza e Genair, e meus irmão Samuel e Daniel por toda
confiança, apoio e incentivo;
v
RESUMO
Nas medidas de reflectância espectral da cobertura e uso do solo e para o cálculo de índices de
vegetação são necessárias correções geométricas e radiométricas de imagens obtidas por
sensores remotos acoplados a satélites e até mesmo a Veículos Aéreos Não Tripulados
(VANTs). O objetivo desta dissertação foi avaliar a acurácia de dados de reflectância espectral e
de Índices de Vegetação de Diferença Normalizada (NDVI) e Red Edge (NDRE) derivados de
imagens obtidas por câmera Parrot Sequoia acoplada a um quadricóptero DJI Matrice 100, e de
imagens do sensor MSI-Sentinel-2, em duas lavouras de aveia preta (Avena strigosa Schrec) na
fase 60 do estádio fenológico, localizadas no município de Eldorado do Sul (RS - Brasil). Foram
processados ortofotomosaicos (resolução espacial de 9,4 cm) sem e com correções
radiométricas (com uso de painel de calibração de reflectância Mapir V2 e/ou com uso do
sensor de irradiância solar do sensor Sequoia), e a acurácia radiométrica destas imagens foi
avaliada a partir de dados de reflectância (178 amostras) coletados por um sensor Crop Circle
ACS-430, no mesmo dia do levantamento com VANT (04/10/2018). O ortofotomosaico
multiespectral com maior acurácia radiométrica foi o corrigido a partir do subpainel Light Gray.
O Erro Absoluto Médio (EAM) das bandas e índices espectrais desse ortofotomosaico foi o
seguinte: banda Red = 0,02 ±0,01; Red Edge = 0,3 ±0,2; NIR = 0,04 ±0,03; NDVI = 0,09 ±0,05;
NDRE = 0,02 ±0,02. Este ortofotomosaico foi usado para avaliar a acurácia radiométrica de
uma imagem (184 pixels) do sensor MSI-Sentinel 2 (05/10/2018), sem correção atmosférica
(dados ao topo da atmosfera - TOA) e com correção atmosférica (dados de reflectância
superficial - BOA) pelos métodos Dark Object Subtraction (DOS) e Sen2Cor. Os maiores
valores de EAM ocorreram na imagem da banda Red (máximo de 0,25 ±0,01) com relação às
outras bandas e índices espectrais analisados. Esse erro poderia ser explicado pela sensibilidade
ao pigmento clorofila B em 642 nm, que pode ser detectado somente na banda Red do sensor
Sequoia e não pelo sensor MSI. O valor máximo de EAM da imagem Red Edge (0,08±0,01) e
NIR (0,10±0,01) foram obtidos com a imagem Sen2Cor. Os valores de NDVI mais acurados
(EAM = 0,02±0,01) foram os da imagem de reflectância TOA , ao passo para os valores de
NDRE foram os da imagem Sen2Cor (EAM = 0,03±0,01). Esta última é um produto nível 2A
fornecido pela Agência Espacial Européia (ESA) e neste experimento com aveia preta a imagem
NDVI apresentou EAM máximo de 0,08±0,02.
vi
ABSTRACT
For spectral reflectance measurements of land cover and land use and for the calculation of
vegetation indices it is required geometric and radiometric corrections of images acquired by
remote sensors coupled to satellites and even to Remotely Piloted Aircraft Systems (RPAS).
The objective of this dissertation was to evaluate the accuracy of spectral reflectance and
vegetation indexes (Normalized Difference - NDVI and Red Edge - NDRE) data derived from a
Parrot Sequoia camera coupled to a DJI Matrice 100 quadcopter, and from images of the MSI-
Sentinel-2 sensor, in two Black oat (Avena strigosa Schrec) crops at phase 60 of its
phenological stage, located in Eldorado do Sul county (RS - Brazil). Orthophotomosaics (spatial
resolution of 9.4 cm) were processed without and with radiometric corrections (using the Mapir
V2 reflectance calibration ground target and/or using the Sequoia solar irradiance sensor), and
the radiometric accuracy of these images was assessed from reflectance data (178 samples)
collected by a Crop Circle ACS-430 sensor on the same day as the RPAS survey (10/04/2018).
The multispectral orthophotomosaic with the highest radiometric accuracy was corrected from
the Light Gray reference panel. The Mean Absolute Error (MAE) of the bands and spectral
indices of this orthophotomosaic was as follows: Red band = 0.02 ± 0.01; Red Edge = 0.3 ± 0.2;
NIR = 0.04 ± 0.03; NDVI = 0.09 ± 0.05; NDRE = 0.02 ± 0.02. This orthophotomosaic was used
to evaluate the radiometric accuracy of an image (184 pixels) of MSI-Sentinel 2 (10/05/2018),
with no atmospheric correction (Top of Atmosphere - TOA) and with atmospheric correction
(Bottom of Atmosphere - BOA) by the Dark Object Subtraction (DOS) and Sen2Cor methods.
The highest values of MAE occurred in the Red band image (maximum of 0.25 ± 0.01) in
relation to the other bands and spectral indices analyzed. This error could be explained by the
sensitivity to 642 nm chlorophyll B pigment, which can be detected only in the Red band of the
Sequoia sensor and not by the MSI sensor. The maximum MAE value of the Red Edge (0.08 ±
0.01) and NIR (0.10 ± 0.01) bands were obtained for the Sen2Cor image. The most accurate
NDVI values (EAM = 0.02 ± 0.01) were those of the TOA reflectance image, while the NDRE
values were for the Sen2Cor image (EAM = 0.03 ± 0.01). The latter is a level 2A product
provided by the European Space Agency (ESA) and in this experiment with Black oats the
NDVI image presented maximum EAM of 0.08 ± 0.02.
vii
SUMÁRIO
RESUMO .................................................................................................................................................... 6
ABSTRACT ................................................................................................................................................ 7
SUMÁRIO................................................................................................................................................... 8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ...................................................................................................................... 9
LISTA DE TABELAS .............................................................................................................................. 10
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 11
2. OBJETIVO GERAL ....................................................................................................................... 13
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................................ 13
3. REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO ....................................................................... 14
3.1 CARACTERÍSTICAS DA CULTURA DA AVEIA PRETA........................................................................... 14
3.2 APLICAÇÃO DO NDVI E NDRE NA AGRICULTURA DE PRECISÃO .............................................. 16
3.3 SENSOR CROP CIRCLE ............................................................................................................... 19
3.4 SENSOR PARROT SEQUOIA – QUADRICÓPTERO MATRICE 100 .............................................. 20
3.5. PAINEL DE CALIBRAÇÃO DE REFLECTÂNCIA MAPIR .............................................................. 23
3.6. SENTINEL 2 – MSI ..................................................................................................................... 24
3.6.1 CORREÇÃO ATMOSFÉRICA DE IMAGENS DE SENSORIAMENTO REMOTO ........ 26
3.6.2 Método Dark Object Subtraction ........................................................................................ 27
3.6.3 Método SEN2COR ............................................................................................................... 28
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................................. 30
4.1. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ........................................................ 30
4.2 MÉTODOS .................................................................................................................................. 32
4.2.1 AQUISIÇÃO DOS DADOS EM NÍVEL TERRESTRE E SUBORBITAL ................................................... 33
4.2.1.1 Processamento geométrico das fotografias aéreas .......................................................... 34
4.2.1.2 Calibração radiométrica das fotografias aéreas ............................................................. 35
4.2.1.3 Validação dos ortofotomosaicos com dados do Crop Circle ........................................... 36
4.2.2. Processamento e avaliação das imagens MSI-Sentinel 2................................................. 38
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................................... 40
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 60
viii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
ix
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 2. Características das bandas espectrais do sensor MSI - Sentinel 2 (ESA, 2015a). ...... 25
Tabela 3. Diferentes níveis de processamento nos dados MSI, segundo BAILLARIN (2012) .. 25
x
11
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO GERAL
3. REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO
A primeira fase consiste na germinação (0-09), onde fatores como umidade e boa
estrutura do solo no momento da semeadura são muito importantes para a correta
germinação de sementes e o conhecimento da quantidade das sementes para realização
da semeadura é um fator importante para evitar prejuízos (LUCHE et al., 2014). Em
seguida vem a fase do crescimento de plântula e afilhamento (10-29), onde é
desenvolvido o número de afilhos, normalmente com a presença de três a quatro folhas
abertas por planta. De acordo com LUCHE (2014), o número de afilhos é determinado
principalmente entre as fases 13 – 14, com a presença de três a quatro folhas abertas por
planta. Esse autor salienta que o período de manejo é muito importante para o bom
crescimento da planta, principalmente a adubação nitrogenada, uma vez que o
nitrogênio estimula a formação dos afilhos. A fase seguinte do desenvolvimento é a
elongação e emborrachamento (30-49): a elongação é caracterizada pela extensão de
entrenós e elevação do meristema apical, já o emborrachamento é a fase que antecede o
florescimento. A fase 50-69 corresponde ao período de florescimento (emergência de
panículas e antes), que compreende uma etapa fundamental no desenvolvimento da
planta. O enchimento de grãos (grão leitoso e desenvolvimento de massa de grão)
ocorre na fase 70-89, e é caracterizada pelo acumulo de açúcares no endosperma dos
grãos. A última fase compreende o período de maturação da aveia (90-99). Mais
detalhes a respeito do desenvolvimento da Aveia estão disponíveis em LUCHE (2014).
dias (SÁ, 1995). Após a germinação, a aveia preta apresenta crescimento inicial rápido,
com elevadas produções de biomassa, o que favorece para o primeiro corte, que pode
ocorrer em 40 a 60 dias após a germinação, que é o período em que normalmente a
planta atinge entre 30 cm a 40 cm de altura, porém o rendimento vai diminuindo nos
cortes subsequentes, ou seja, depois da recuperação do vigor após o primeiro corte, o
crescimento e a produção de biomassa subsequente serão menores do que o primeiro
(ANDRADE, 1992). Devido a essas características, a aveia preta é uma ótima opção
para compor o sistema de sustentabilidade de produção, como o sistema de integração
lavoura-pecuária. Devido as suas características, destacam-se o crescimento vigoroso e
a tolerância à acidez nociva do solo (BARROS, 2013). FONTANELI et al. (1991)
observaram que a aveia preta tem alta produção de massa seca, o que segundo
BARROS (2013) caracteriza-se como alto potencial na produção de forragem, na forma
de pastagem hibernal ou mesmo como forragem conservada na forma de ensilagem e
feno.
𝑁𝐼𝑅 − 𝑅𝐸𝐷
𝑁𝐷𝑉𝐼 = (𝐸𝑞. 1)
𝑁𝐼𝑅 + 𝑅𝐸𝐷
Como resultado dessa equação, o NVDI pode apresentar valores que variam de
-1 a +1, onde os valores negativos (mais próximos a -1) podem ser associados a alvos
como nuvens, corpos d’água ou a alvos com a presença de água, enquanto que os
valores próximos de zero estão relacionados com o solo exposto (ausência de
vegetação); por outro lado, os valores mais elevados de NDVI (próximos a +1)
correspondem à resposta espectral da vegetação, e correlacionam-se com o estado da
densidade da vegetação, seu desenvolvimento e vigor (LIU, 2007).
Outro IV que vem ganhando destaque na literatura é o NDRE, proposto por
BARNES et al. (2000), cuja aritmética é semelhante ao do NDVI, com a substituição da
banda espectral Red pela do Red Edge (RE), conforme descrito na Equação 2:
𝑁𝐼𝑅 − 𝑅𝐸
𝑁𝐷𝑅𝐸 = (𝐸𝑞. 2)
𝑁𝐼𝑅 + 𝑅𝐸
O NDRE explora o potencial do Red Edge, que é uma banda espectral específica
para análise de vegetação e/ou uso e ocupação do solo, que no espectro eletromagnético
é situada na região de transição do visível (Red) para o não visível (NIR), entre 690 a
720nm, que é uma região do espectro eletromagnético caracterizada pela mudança
abrupta do comportamento da curva de absorção da vegetação, ocasionada pela
18
absorção da clorofila e espalhamento interno da REM, o que torna essa banda espectral
sensível ao estresse da vegetação e às mudanças do teor de clorofila total na planta
(JENSEN, 2009).
A acurácia dos IVs está diretamente relacionada com características do sensor
utilizado, como as resoluções espacial (relacionada com o campo de visada instantâneo
– IFOV do sensor), espectral (quantidade de bandas espectrais e a largura ou amplitude
de cada uma destas bandas), radiométrica (sensibilidade dos detetores), da qualidade
dos sensores utilizados (Ex: relação sinal-ruído dos detetores, sistema de lentes, etc.), do
tipo de sensor (ativo ou passivo) e com o nível de aquisição dos dados (terrestre,
suborbital e orbital), nos quais são diferentes os efeitos de geometria de visada e de
iluminação, bem como dos constituintes atmosféricos (gases, vapor d’água, partículas
em suspensão e aerossóis).
Há poucos os artigos que correlacionam a resposta espectral do NDVI calculado
por sensores orbitais em relação a dados de sensor terrestre, tal como o de HAMADA
(2000). GROHS et al (2009) desenvolveram um modelo para estimativa do potencial
produtivo em trigo e cevada, correlacionando o NDVI com a biomassa seca acumulada.
Sensores terrestres foram utilizados no cálculo do NDVI na cultura do trigo, como por
exemplo, o GreenSeeker e FieldSpec 4, utilizados por GARCIA (2015), que
demonstrou por meio de perfis temporais de NDVI, que as variedades de trigo têm
comportamentos diferentes no início e no final da cultura, os quais se devem
principalmente ao ciclo fenológico de cada cultivar. Já a aplicação do NDVI na cultura
do trigo por meio de sensores suborbitais, como por exemplo com os VANTs, ainda não
é uma técnica muito disseminada, tal como para a soja.
MEROTTO Jr. et al. (2012) fizeram medições de NDVI com o Greenseeker em
lavouras de soja, para detectar plantas daninhas. O estudo de MICHELS et al. (2019)
objetivou testar o uso de imagens digitais obtivas por VANT, para determinar a
cobertura foliar da soja correlacionado com o NDVI coletado a campo com o sensor
Greenseeker. Já para o NDRE, trabalhos como o apresentado por SIMIC MILAS et al.
(2018), que avaliou a importância o índice de área folhar (IAF) no mapeamento da
clorofila na cultura do milho, por meio do NDRE através de imagens adquiridas por
VANT. Utilizando sensores a nível terrestre, CAO et al. (2018) avalia o desempenho de
diferentes sensores de dossel Crop Circle ACS de diferentes modelos, na estimativa do
status de nitrogénio do trigo de inverno, em diferentes alturas de medição e estágios de
crescimento da planta.
19
O sensor multiespectral Sequoia pode ser acoplado a um VANT do tipo asa fixa
(e.g., Sensefly modelo Ebee) ou multirotor (e.g., DJI modelo Phantom 4). Os VANTs
de asa fixa geralmente têm a vantagem de cobrir áreas maiores do que os multirotores.
No caso deste estudo, foi utilizado um VANT desenvolvido pela empresa chinesa DJI,
modelo Matrice 100, que é um quadricóptero indicado para fins profissionais.
Construído em fibra de carbono, que é um material resistente e com baixo peso, o
Matrice proporciona uma solução pratica com variáveis técnicas tanto para sensores
quanto para usos diversificados, possibilitando carregar até 2,2 kg em equipamentos e
ou acessórios para VANTs. Este modelo apresenta uma plataforma robusta e
expansível, viabilizando a integração e utilização de múltiplos sensores e periféricos.
Utilizando o sistema de transmissão de vídeo Lightbridg, é possível usar qualquer
câmera com saída de vídeo HDMI ou analógica. A Figura 4 apresenta o Matrice 100
equipado com o sensor multiespectral Parrot Sequoia utilizado neste estudo.
22
Fonte: O autor
Fonte: O autor
24
Para a aquisição de dados orbitais, a missão Sentinel foi uma iniciativa conjunta
da Comissão Europeia e da Agência Espacial Europeia (ESA), no programa
Copernicus. O Sentinel 2 – MSI (figura 5) tem como objetivo principal o
monitoramento da superfície terrestre e oceanos. Essa missão também visa dar
continuidade ao imageamento realizado pela série temporal de dados dos satélites SPOT
e LANDSAT (ESA, 2012).
D’água e Cirrus, que podem ser usados para a correção atmosférica das demais bandas
espectrais. Os dados digitais possuem resolução radiométrica de 12 bits, o que
possibilita que a imagem seja adquirida em um intervalo de 0 a 4095 (ESA, 2015a).
Tabela 2. Características das bandas espectrais do sensor MSI - Sentinel 2 (ESA, 2015a).
Tabela 3. Diferentes níveis de processamento nos dados MSI, segundo BAILLARIN (2012)
A REM que é refletida ou emitida pela superfície terrestre e coletada pelos sensores
orbitais sofre influências de constituintes atmosféricos, como gases vapor d’água,
aerossóis e materiais particulados em suspensão, que provocam processos de
espalhamento e absorção dessa forma de energia (JENSEN, 2009). Para a obtenção de
dados de reflectância dos alvos ou de índices espectrais como o NDVI a partir dessas
imagens orbitais, é de suma importância fazer a correção atmosférica dos dados dessas
imagens, pois as regiões espectrais do visível e do infravermelho próximo são afetadas
de maneira distinta (EDUARDO; SILVA, 2013).
As imagens usualmente são fornecidas em números digitais (NDs), os quais
representam valores de pixels adimensionais e não comparáveis com outros sensores,
pelo fato de cada sensor possui critério próprio para discretizar valores de radiância em
escala específica, de acordo com sua resolução radiométrica (KUNTSCHIK, 2004).
Para a análise comparativa de dados de diferentes sensores é recomendado converter os
NDs em valores de reflectância, que, por sua vez, representam as propriedades inerentes
dos alvos, determinada pelas suas características físicas, químicas e biológicas, e que
pode variar ao longo dos diferentes comprimentos de onda da REM (CHAVES, et al,
2015).
27
𝐸𝑆 (𝑘) 𝐶𝑜𝑠𝜃𝑆
𝐿(𝑘) = ρ 𝑇𝑂𝐴(𝑘) (4)
𝜋 𝑑2
Onde k, Es, θs e d são o índice de banda; a irradiação solar extraterrestre para uma
distância astronômica de 1; o ângulo de zenital solar e a distância terra-sol em unidades
astronomia, respectivamente. Es depende do banco de dados espectral de irradiação
solar e ρTOA é referente aos valores de NDs na imagem.
Como parâmetro de saída para o método de correção atmosférica Sen2Con, é
gerado o produto Level 2A, que contém um mapa de classificação de cena, indicadores
de qualidade para a detecção de neve e nuvem, mapa de espessura óptica de aerossol,
mapa de vapor d’água e imagens corrigidas para reflectância de superfície BOA.
30
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Figura 7 - Localização da área de estudo sobre composição colorida RGB321 de imagem Planetscope (04/10/2018).
32
4.2 Métodos
Os dados do sensor Parrot Sequoia foram adquiridos antes da coleta dos dados
terrestres, em ambas as áreas estudadas, pois durante a coleta dos dados de reflectância
pelo sensor Crop Circle ocorre alteração na densidade das plantas pelos
caminhamentos e pisoteios sobre as mesmas.
Na aquisição dos dados terrestres pelo sensor Crop Circle Model ACS-430
(Figura 2), os pontos de coletas dos dados foram definidos a partir de uma grade
amostral com 10 m x 10 m, criada em um ambiente de SIG (software ArcMap
10.3). O primeiro passo em ambas as áreas foi a localização do primeiro e do
34
A validação dos valores de reflectância nas bandas Red, RE e NIR, e dos índices
NDVI e NDRE derivados dos ortofotomosaicos, gerados pelos diferentes parâmetros
usados na etapa da correção radiométrica, foi realizada por meio dos valores dessas
variáveis radiométricas nos pontos medidos com o sensor Crop Circle. Os dados
discretos adquiridos pelo Crop Circle foram importados no programa ArcMap 10.3, na
forma de shapefile de pontos. Todos os ortofotomosaicos foram importados para esse
programa e, posteriormente, foi usada a ferramenta “extract multi value by points”
para extrair os valores de NDs dessas imagens para o banco de dados do arquivo de
pontos. O valor extraído das imagens foi calculado por meio da técnica de interpolação
bilinear, que estima o valor a ser extraído com base nos quatro valores de NDs mais
próximos (janela 2 x 2 pixels). Este processo foi realizado para cada uma das áreas
estudadas, utilizando seus respectivos pontos de coletas. Por fim, os valores extraídos
foram exportados em formato CSV e tratado em planilhas eletrônicas (software
Microsoft Excel). Antes da etapa de comparação entre os resultados dos dois sensores,
foi realizada uma filtragem dos dados do Crop Circle que apresentassem mais do que
um desvio-padrão dos valores dos pontos de cada área experimental, para eliminar
valores incoerentes.
Como um dos parâmetros estatísticos para a análise da acurácia radiométrica dos
dados analisados, optou-se pelo cálculo do Erro Absoluto Médio (EAM), que é dado
por meio do somatório da diferença em módulo entre os valores estimados e os valores
observados (Equação 5). Neste caso os valores observados são os dados obtidos com o
sensor Crop Circle, e os valores estimados os dos ortofotomosaicos corrigidos
radiometricamente pelos diferentes parâmetros.
Outra medida adotada para avaliar a acurácia dos ortofotomosaicos foi o Erro
Quadrático Médio (EQM), sendo este basicamente uma medida que representa o
desvio padrão das diferenças entre os valores estimados e os valores observados (Eq.
7)
∑𝑛𝑖=1(𝑉𝑒𝑠𝑡 − 𝑉𝑜𝑏𝑠 )2
𝐸𝑄𝑀 = (7)
𝑁
refletância com intervalos entre 0 e 1. Para tanto, todas as bandas espectrais foram
divididas pelo valor 10.000, que é o utilizado para a quantização dos dados Sentinel 2.
O mesmo processo não foi necessário para as bandas corrigidas pelo método DOS1,
pois as mesmas já são transformadas de ND para valores de reflectância BOA.
A acurácia dos produtos orbitais gerados pelos diferentes métodos de correção
atmosférica (DOS e Sen2Cor) e do produto de refletância TOA foi avaliada a partir
dos dados do ortofotomosaico com melhor acurácia radiométrica, com menores
valores de EAM (Equação 5), ERM (Equação 6) e EQM (Equação 7).
Para extração dos valores de reflectância do ortofotomosaico, primeiro foram
delimitados polígonos nas duas áreas de aveia preta, de forma a evitar pixels
adjacentes a outros alvos presentes na cena, como cercas e estradas. No banco de
dados do ArcMap 10.3, foi criada uma malha quadriculada com resolução espacial de
10m, de forma a coincidir com os limites dos pixels das imagens MSI-Sentinel 2 nas
cenas. Esta malha foi usada para extração e posterior análise estatística dos valores de
reflectância das imagens MSI com relação aos dados de reflectãncia dos
ortofotomosaicos, nas duas áreas de estudo, através da ferramenta zonal statistics
table. Essa ferramenta basicamente calcula as estatísticas (média, desvio-padrão) de
todos os pixels do ortofotomosaico presentes para cada um dos pixels da malha. Para
análise destes resultados, optou-se pelo uso dos mesmos parâmetros estatísticos
utilizados anteriormente: EAM, ERM e EQM. Da mesma forma que nos dados do
Sequoia, foram considerados erros radiométricos expressos por números com duas
casas decimais.
40
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 9 - Distribuição dos pontos de coleta do sensor Crop Circle sobre composição
colorida RGB 432 dos ortofotomosaicos da câmera Sequoia.
41
Figura 10 - Erro absoluto médio e desvio-padrão, e Erro relativo médio dos ortofotomosaicos
obtidos a partir de diferentes referências de calibração radiométrica (SC= sem calibração; SS =
Sunshine sensor; percentual de reflectância do PR = Painel de calibração de reflectância
Mapir: B = Black; DG = Dark Gray; LG = Light Gray; W = White; D = Diffuse; T = Total)
com relação aos pontos de coleta do Crop Circle (bandas Red, RE, NIR; NDVI e NDRE) na
área A.
43
Figura 11 - Erro absoluto médio e desvio-padrão, e Erro relativo médio dos ortofotomosaicos
obtidos a partir de diferentes referências de calibração radiométrica (SC= sem calibração; SS =
Sunshine sensor; percentual de reflectância do PR = Painel de calibração de reflectância
Mapir: B = Black; DG = Dark Gray; LG = Light Gray; W = White; D = Diffuse; T = Total)
com relação aos pontos de coleta do Crop Circle (bandas Red, Red Edge, NIR; NDVI e
NDRE) na área B.
44
= 1,04 ±0,18; EQM = 1,06; ERM = 339%). Por outro lado, os resultados obtidos nos
IVs foram bem relacionados com os dados medidos com o Crop Circle: o
ortofotomosaico de NDVI da área teve EAM de 0,07 ±0,07, EMQ de 0,08 e ERM de
apenas 12% apenas, que na área B foi ainda menor, de 7%. O ortofotomosaico de
NDRE da área A teve EAM de 0,05 ± 0,02 e ERM de 26%, enquanto que o da área B
teve ERM maior, de 47%.
Os erros do ortofotomosaico das bandas espectrais corrigidos com a PR a partir
do subpainel Black podem estar relacionados com as características de baixo brilho da
fotografia do painel tomada pelo Sensor Sequoia, que por ficar em um curto tempo de
exposição, pode prejudicar a sensibilidade do subpainel Black. Já a boa correlação
alcançada com os IV é devido a proporção de erros semelhantes das bandas espectrais,
que é compensada pela aritmética de bandas para o cálculo dos IVs.
Os resultados do ortofotomosaico obtidos com o uso do subpainel Dark Gray
mostraram ganhos de acurácia radiométrica, tanto para as bandas espectrais quanto
para os IVs avaliados, onde o ERM foi inferior a 50% nas bandas espectrais, para as
duas áreas, e em alguns casos chegando a resultados ótimos, como na área B, com
ERM de 48% (Red), 10% (RE), 8% (NIR), 17% (NDVI) 18% (NDRE).
Os melhores resultados foram obtidos para o ortofotomosaico multiespectral
corrigido a partir do subpainel Light Gray. O ortofotomosaico Red da área A obteve
um EAM de 0,02 ±0,01, EMQ próximo de zero, e ERM de 33%. Resultados similares
de EAM e EQM também foram observados para a área B, que obteve um ERM maior,
mas de apenas 38%. O ortofotomosaico da área A obtiveram baixos erros nas bandas
RE (EAM = 0,3 ±0,2; ERM = 13%) e NIR (EAM = 0,04 ±0,03; ERM = 13%). O
mesmo foi observado para o ortofotomosaico da área B (RE com EAM = 0,02 ±0,01;
ERM = 8%; NIR com EAM = 0,04±0,03; ERM = 7%). Da mesma forma, apenas os
IVs apresentaram resultados próximos aos mensurados a campo: o ortofotomosaico de
NDVI da área A obteve EAM de 0,09 ±0,05 e baixo EQM (0,01), com ERM de 14%,
enquanto que o da área B os resultados foram bem próximos, com EAM de 0,09
±0,05) porém com um ERM de 14%. De um modo geral, para este subpainel o NDRE
apresentou os melhores resultados em relação aos dados de campo. No
ortofotomosaico da área A, por exemplo, obteve-se um EAM de 0,02 ±0,02, EQM
próximo de zero e ERM 12%, e no da área B esses erros foram similares, porém
alcançando um ERM pouco maior de 21%, mas que ainda pode ser considerado baixo.
46
Figura 13 – Relações entre os valores de NDVI e NDRE mensurados a partir do sensor Crop
Circle e do ortofotomosaico gerado com dados do subpainel Light Gray do painel de
calibração de reflectância Mapir V2: (A) relação dos valores de NDVI da área A; (B) NDRE
da área A; (C) NDVI da área B; (D) NDRE da área B.
Figura 15 - Erro absoluto médio e desvio-padrão, e Erro relativo médio das imagens MSI-
Sentinel 2 da área A (TOA = imagens com reflectância ao topo da atmosfera; BOA-DOS =
Imagens TOA corrigidas dos efeitos atmosféricos pelo método DOS1; BOA-Sen2Cor =
Imagens TOA corrigidas dos efeitos atmosféricos pelo método pelo método Sen2Cor).
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Figura 16 - Erro absoluto médio e desvio-padrão, e Erro relativo médio das imagens MSI-
Sentinel 2 da área B (TOA = imagens com reflectância ao topo da atmosfera; BOA-DOS =
Imagens TOA corrigidas dos efeitos atmosféricos pelo método DOS1; BOA-Sen2Cor =
Imagens TOA corrigidas dos efeitos atmosféricos pelo método pelo método Sen2Cor).
Figura 17 - Distribuição e magnitude dos erros absolutos dos NDVI e NDRE, gerados a partir
da correção atmosférica Sen2Cor: (A) NDVI da área A; (B) NDRE da área A; (C) NDVI da
área B; (D) NDRE da área B.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Além de todos esses fatores, outra fonte de erro sistemático está relacionada a
problemas de corregistro entre os dados do Crop Circle e dos sensores imageadores
utilizados. Para a avaliação dos ortofotomosaicos é requerida uma precisão
centimétrica dos pontos de coleta radiométrica e de apoio de pré-sinalizações no
terreno, assim como dos ortofotomosaicos. Para tanto, é necessário o uso de receptores
GNSS de dupla frequencia e da aplicação de métodos precisos para o processamento
desses dados georreferenciados, como foi realizado neste estudo. Pode-se aplicar o
método relativo pós-processado, usando dados de uma base instalada, como no
levantamento deste estudo, ou fazer correções das coordenadas dos pontos em tempo
real, com o uso de receptores RTK e PPK, também de dupla frequencia. Para a
obtenção de ortofotomosaicos precisos com os GCPs geodésicos, recomenda-se
aplicar os métodos fotogramétricos SIFT, SFM e MVS.
Neste experimento, os ortofotomosaicos gerados sem qualquer calibração
radiométrica apresentaram erros significativos para as bandas espectrais Red, RE e
NIR, assim como para o NDVI e NDRE. Ainda que tenha melhorado a acurácia
radiométrica do ortofotomosaico, não recomenda-se usar apenas os dados do sensor de
irradiância solar (SS) na calibração radiométrica das imagens do Sequoia, para a
medição das reflectâncias nessas bandas espectrais mas somente para o cálculo dos
índices NDVI e NDRE, que mostraram-se acurados em razão do comportamento
proporcional dos erros nas bandas usadas no seu cálculo.
O uso de uma painel de calibração de reflectância é fundamental em trabalhos
que requerem alta precisão radiométrica dos dados. Os subpainéis da painel de
calibração de reflectância MAPIR V2, ao serem usados na calibração radiométrica das
ortofotos do Sequoia, resultaram em ortofotomosaicos com boa acurácia radiométrica,
especialmente os subpainéis Dark Gray e Light Gray. Neste experimento, com o uso
do tempo exposição 1/2933.32 s, o melhor resultado obtido foi com o subpainel Light
Gray. Isso pode ter ocorrido devido às características do baixo brilho e contraste da
imagem tomada pelo sensor para a calibração radiométrica, que acabou por saturar os
subpainéis mais escuros.
As imagens do produto MSI-Sentinel 2 level 1C, com reflectância TOA, sem
correção atmosférica, ou com reflectância BOA, obtida pelos métodos DOS e Sen2Cor
(level 2A), apresentaram erros significativos para a banda espectral Red. Esse maior
erro poderia ser explicado pela sensibilidade ao pigmento clorofila B em 642 nm, que
pode ser detectado somente na banda Red do sensor Sequoia e não na do MSI. A
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imagem BOA-DOS teve maior acurácia radiométrica nas bandas RE e NIR. O valor
máximo de EAM da imagem da banda RE foi de 0,08±0,01 e na banda NIR de
0,10±0,01.
A imagem de NDVI com maior acurácia radiométrica foi obtida com a imagem
com reflectância TOA (EAM = 0,02±0,01), ao passo que a de NDRE mais acurada foi
a com a imagem resultante da aplicação do método Sen2Cor (EAM = 0,03±0,01). Esta
última é um produto fornecido pela Agência Espacial Européia (ESA) e nesta análise a
imagem NDVI apresentou Erro Absoluto (EA) predominante da classe 0,08 a 0,12 (86
% dos pixels MSI).
Em geral, o método de correção atmosférica Sen2Cor obteve resultados
radiométricos satisfatórios. No entanto, a implementação desta ferramenta
computacional e sua devida configuração exigem conhecimentos específicos, o que
dificulta sua utilização. Por essa razão, a ESA disponibiliza imagens MSI-Sentinel 2
desses produtos (Level 2A), com atenuação dos efeitos de absorção e espalhamento da
REM causados pela atmosfera. Em contrapartida, a imagem obtida com a aplicação do
método de correção atmosférica DOS obteve acurácia próxima a do Sen2Cor para o
cálculo do NDVI e NDRE, e devido sua facilidade de implementação, recomenda-se o
uso desse método para a correção de imagens MSI-Sentinel 2, para análises
radiométricas e multitemporais de áreas de aveia preta que estão no estádio fenológico
do início do florescimento (fase 60).
Outros métodos de correção atmosférica do produto TOA do sensor MSI
poderiam ter sido aplicados para a avaliação da acurácia radiométrica, tais como os
dos Modelos de Transferência Radiativa ModTran (por exemplo, implementados no
FLAASH do software Envi) ou o 6S (Second Simulation on the Satellite Signal in the
Solar Spectrum) mas neste estudo optou-se por avaliar somente os métodos mais
utilizados na correção atmosférica dos produtos MSI, como o DOS e Sen2Cor.
Considerando o EAM das bandas Red, RE e NIR, outros índices espectrais
poderiam ser avaliados em estudos futuros, além do NDVI e NDRE, tais como a razão
simples (BIRTH; MCVEY, 1968; HUETE; JACKSON, 1987); Índice de Vegetação
por Diferença Renormalizada (ROUJEAN; BREON, 1995); Índice de Vegetação
Ajustado ao Solo (HUETE, 1988); Índice de Vegetação Ajustado ao Solo Otimizado
(RONDEAUX; STEVEN; BARET, 1996); Índice Não-linear (GOEL; QIN, 1994); e o
Índice de Vegetação de Percentagem do Infravermelho (CANDIAGO et al., 2015).
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REFERÊNCIAS
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v. 37, n. 5, p. [CD Rom], Proceedings of the Fifth International C, 2000. Disponível
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<http://www.buzzflyer.co.uk/DJI-Professional/DJI-Matrice-100__p-205-2858.aspx>.
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