Meio Ambiente1
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Meio Ambiente1
A atual situação da transformação da natureza é a presença cada vez mais evidente dos
impactos ambientais que passaram a ocorrem em ritmo acelerado, chegando a provocar
desequilíbrios não mais localizados, mas em escala global.
O impacto ambiental deve ser entendido como desequilíbrio por um “choque” ecológico,
resultante da ação antrópica sobre o ambiente local, regional e global em áreas rurais
ou urbanas. Nos aglomerados urbanos a população consome grande quantidade de
energia e matérias-primas, produzindo toneladas de resíduos (sólidos, líquidos e
gasosos), acumulando-se nos solos, nas águas e no ar, causando desequilíbrios no
ambiente.
O conceito de meio ambiente, por seu turno, foi inserido em nossa ordem jurídica pela Lei
Federal 6.938/1981.A denominada Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, em seu
art. 3º, I, conceituou meio ambiente como “o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas”. Como se observa, o conceito de meio ambiente é o mais amplo
possível, “pois vai atingir tudo aquilo que permite a vida, que a abriga e rege”. Abarca ele,
por conseguinte, vida humana, animal e vegetal.
A Constituição Federal de 1988, por seu turno, culminou por abraçar o princípio em seu
art. 225, caput, ao dispor ser incumbência do Poder Público e da comunidade a defesa e a
preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado, “para as presentes e futuras
gerações”.
Antunes (2010), aborda o impacto ambiental como de forma positiva e negativa sendo
ambas resultado da intervenção humana sobre o meio ambiente. O impacto positivo
abrange a utilização das tecnologias da ciência para que os problemas ambientais sejam
resolvidos. Porém, essas tecnologias se utilizadas de forma preconceituosas acabam por
agravar a situação ambiental transformando-se em impacto negativo. Portanto, o impacto
ambiental se define por uma oscilação, uma transformação muito forte e profunda que tem
origem por diversos motivos e impactam sobre o meio ambiente, ou seja, sobre o que
envolve ou cerca os seres vivos.
Manchas de óleo atingiram o litoral brasileiro no segundo semestre de 2019. Dados do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Marinha
Brasileira apontam que foram afetadas 1.009 localidades, em ao menos 130 municípios de 11
estados diferentes.
O evento prejudicou a biodiversidade marinha com a morte de animais, dano a arrecifes e a
áreas de proteção ambiental e a poluição das zonas costeiras. Além disso, o óleo
comprometeu atividades econômicas como a pesca e o turismo nas regiões afetadas.
Espaços como o berçário marinho do Delta do Rio Parnaíba, localizado entre o Piauí e o
Maranhão, e o arquipélago dos Abrolhos, área mais rica em biodiversidade da América do Sul,
foram atingidos pelas manchas de óleo do vazamento de petróleo cru.
De acordo com a Marinha, o evento é “inédito e sem precedentes na nossa história, traz
ensinamentos, como a necessidade de se investir no aprimoramento do monitoramento dos
navios que transitam nas águas jurisdicionais brasileiras e nas suas proximidades, destacando
o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz)”.
A exposição com os resíduos pode causar irritações e erupções de pele, queimação e inchaço;
sintomas respiratórios, cefaleia e náusea, dores abdominais, vômito e diarreia. Segundo
pesquisadores da Fiocruz, o efeito mais temido de longo prazo é a ocorrência de câncer, já
que o benzeno, um dos hidrocarbonetos, é comprovadamente cancerígeno.
Durante o mês de outubro de 2017, a região da Chapada dos Veadeiros sofreu com incêndios
por duas semanas. A estimativa é de que 75 mil hectares tenham sido destruídos pelas
chamas, que chegaram a suspender as visitações ao Parque Nacional Chapada dos
Veadeiros.
As queimadas foram contidas por ações das equipes de brigadistas do Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e voluntários. Além disso, a chuva que caiu na
região também ajudou a conter o fogo.
Amilton Sá, coordenador executivo da Rede Contra Fogo, comenta que, em 2017, a região
sofreu com uma grande crise hídrica, colaborando para a severidade dos incêndios florestais
que atingiram a Chapada dos Veadeiros à época. “Diversas pessoas tiveram problemas
respiratórios por conta da fumaça, diversas pessoas tiveram suas propriedades arrasadas pelo
fogo, queimando instalações, pomares, produções e também sofrendo risco de vida”, conta o
coordenador.
“Acreditamos que, após esta tragédia, os órgãos responsáveis conseguiram dispor de mais
brigadas no território o que ajuda a melhorar o tempo de resposta e minimizar os impactos
causados por incêndios na região”, conta Amilton.
Para o coordenador, essas atitudes foram um bom avanço, mas ainda é necessário um amplo
trabalho de conscientização, fiscalização e de ações preventivas. Além disso, ele salienta “o
quão é importante valorizarmos os brigadistas como um todo, voluntários e contratados,
possibilitando assim melhores condições de trabalho”.
Brumadinho (2019)
Segundo relatório da Fundação SOS Mata Atlântica, indicadores de qualidade revelaram que
água está imprópria e sem condições de uso por todos os 356km de rio percorridos. “Foram
encontrados metais pesados na água, como ferro, manganês, cobre e cromo em níveis muito
acima dos limites máximos fixados na legislação”, diz o documento.
Os metais e outros agentes contaminantes presentes na água não possibilitam vida aquática
em 11 pontos de coleta. Em comparação com 2019, o relatório apontou que a qualidade da
água piorou de ruim para péssima em nove pontos de coleta.
Uma publicação da Agência Nacional de Mineração (ANM) sobre a segurança das barragens
no país mostra que 50 estruturas foram classificadas sob "risco alto". O levantamento aponta
que boa parte delas foram abandonadas.
A mineradora Vale afirma que “reconhece, desde o dia do rompimento, sua responsabilidade
pela reparação integral dos danos causados''. A empresa tem prestado assistência às famílias
e regiões impactadas, buscando restaurar a dignidade e meios de subsistência, "seja através
de ações diretas nas regiões, seja através de acordos individuais com famílias das vítimas e
atingidos”.
A empresa comenta que mantém um “diálogo aberto com autoridades e pessoas afetadas” e
que “garante que ações e recursos efetivamente compensem indivíduos e comunidades,
recuperem o meio ambiente e possibilitem o desenvolvimento sustentável de Brumadinho e
arredores''.
“Além disso, a Vale segue comprometida em indenizar, de forma justa e célere, todas as
pessoas impactadas e entende que a indenização individual aos atingidos é a medida mais
adequada para tanto. Até o momento, foram pagos aproximadamente de R$ 2 bilhões em
indenizações individuais”, ressaltou a mineradora.