A Revolução Americana
A Revolução Americana
A Revolução Americana
º Ano
Módulo 5 – O Liberalismo – ideologia e revolução, modelos e prática nos
séculos XVIII e XIX.
U1 – A Revolução Americana. Uma revolução fundadora.
Unidade 1.A
Revolução Americana, uma revolução fundadora
No século XVII, a Inglaterra possuía 13 colónias na costa leste da América do Norte. Estas
colónias estavam unidas:
Se, por um lado, os fatores de união podem ter favorecido a criação, cm 1776, de um país novo
e independente, os Estados Unidos da América, por outro lado, os fatores de diversidade podem
ajudar-nos a compreender as hesitações na escolha de um modelo político após a
independência: dever-se-ia escolher um governo central forte ou uma federação
descentralizada? A formação, ainda que lenta, de uma consciência nacional levaria os
Americanos a optarem pela existência de um governo geral.
1. A Guerra dos Sete Anos (1756-1763), que se estendera ao território americano os conflitos
entre Franceses e Ingleses, terminou com a vitória inglesa (Tratado de Paris). No entanto, em
troca da proteção concedida aos colonos, a Inglaterra sobrecarregou-os com impostos, de
maneira a recuperar do esforço de guerra. Entre 1764 e 1767, o Parlamento britânico decretou
taxas aduaneiras sobre a importação de certos produtos (papel, vidro, chumbo, melaço, chá) e
criou um imposto de selo.
HISTÓRIA A - 11.º Ano
Módulo 5 – O Liberalismo – ideologia e revolução, modelos e prática nos
séculos XVIII e XIX.
U1 – A Revolução Americana. Uma revolução fundadora.
O texto da Declaração de independência, escrito por Jefferson, fazendo eco dos ideais
iluministas, exaltava dois princípios revolucionários:
• todos os homens nascem iguais e possuidores de direitos inalienáveis, como o direito à vida,
à liberdade e à felicidade, o que estabelecia uma sociedade igualitária, sem privilegiados e que
oferecesse igualdade de oportunidades;
.o princípio da soberania nacional, segundo o qual o poder maior reside no povo, daí que os
governos só sejam legítimos quando mandatados pela vontade popular.
Inovadora e revolucionária, esta Declaração não resolveu, por si só, o problema das 13 colónias
que, unidas pelo desejo de independência, mantinham entre si muitas divergências.
Assim, o futuro do novo Estado só foi definitivamente resolvido em 1787, com a promulgação de
uma Constituição que instituía uma república federal, resultante da livre associação dos Estados
autónomos. Ao Governo federal cabiam as grandes questões comuns, como as relações
externas, as finanças e a defesa.
No Governo central, o poder legislativo foi entregue a duas câmaras: a dos Representantes
(em número proporcional à população de cada Estado) e a do Senado (dois senadores por
cada Estado).
O poder judicial colocado sob controlo de um Supremo Tribunal, com um coletivo de juízes
eleitos pelos Estados-membros.
O poder executivo era chefiado por um presidente munido de poderes alargados e com
mandato de quatro anos.
Objetiva e concisa, a Constituição de 1787 mostrou-se de tal modo eficaz e flexível que ainda
hoje vigora, embora com algumas emendas.
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séculos XVIII e XIX.
U1 – A Revolução Americana. Uma revolução fundadora.
Assim, a Revolução Americana, a primeira revolução liberal, criou o primeiro regime liberal da
História, exemplo que em breve iria frutificar na Europa, dando assim início a uma vaga de
revoluções liberais, que ocorreram entre os séculos XVIII e XIX por todo o mundo e que puseram
fim ao sistema de Antigo Regime baseado no absolutismo e na sociedade de ordens, e a
movimentos independentistas, no caso dos territórios coloniais. Estes movimentos instituíram a
soberania popular, a separação de poderes, a livre iniciativa económica, a tolerância religiosa e
a descolonização.