Redaçao .
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28/08/21
Chegou o momento, pessoal! Depois de várias aulas estudando tudo aquilo que as
competências exigem, é hora de vermos algumas estratégias para revisar o texto e não
esquecer nada do que será cobrado! Por isso, bolei um "checklist" da redação, pensado a
partir de cada competência, para a gente poder aplicar aos nossos próprios textos. Nesta
aula, vamos ver como ele funciona em redações nota mil e de forma cada item dessa lista
é atendido nas redações gabarito.
Parte I – O checklist da redação nota mil
1. PROJETO DE TEXTO
Introdução
● As palavras-chave do tema estão presentes na introdução? ( )
● A tese a ser defendida está clara? ( )
● Os argumentos defendidos no texto são antecipados na introdução? ( )
Desenvolvimentos
● O desenvolvimento do meu texto está dividido em dois parágrafos (D1 e D2)? ( )
● Cada um desses parágrafos tem um argumento central? ( )
● O argumento central de cada um dos parágrafos está presente no tópico frasal? ( )
● Em D1 e D2 há a presença de exemplos concretos e/ou repertórios que sustentem o
argumento central? ( )
● Os exemplos/repertórios estão analisados e relacionados às palavras-chave do tema? ( )
● Os desenvolvimentos apresentam uma conclusão ou frase de fechamento? ( )
Conclusão
● A conclusão retoma as palavras-chave do tema e a tese elaborada por mim? ( )
● Minha proposta de intervenção está relacionada aos dois argumentos que desenvolvi em
D1 e D2? ( )
● Minha proposta de intervenção contém todos os 5 elementos válidos (agente, ação, meio,
finalidade, detalhamento)? ( )
● Há uma frase de fechamento nesse parágrafo? ( )
2. REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL
● O repertório que utilizei é pertinente ao tema proposto, ou seja, tem relação com ao menos
uma das palavras-chave do enunciado? ( )
● O repertório que utilizei é legitimado por alguma área do conhecimento? ( )
● O repertório que utilizei é produtivo, isto é, analisado e relacionado ao argumento central do
parágrafo em que se insere? ( )
3. COESÃO
● Há operadores argumentativos em cada parágrafo do texto (nexos intraparágrafo)? ( )
● Há, em meu texto, ao menos dois parágrafos iniciados por operadores argumentativos
(nexos interparágrafo)? ( )
● Não há repetição excessiva dos operadores argumentativos utilizados em meu texto? ( )
● Eu utilizo estratégias de referenciação para evitar repetições constantes? ( )
4. GRAMÁTICA
● As vírgulas de meu texto estão devidamente empregadas? ( )
● As palavras de meu texto estão acentuadas corretamente? ( )
● Os verbos utilizados no texto estão concordando corretamente com seus sujeitos? ( )
● A crase está indicada quando ela é necessária? ( )
● Dediquei ao menos uma leitura do meu rascunho para revisar os erros gramaticais que
mais costumo cometer? ( )
Parte II – Redação nota mil 2019
"De modo ficcional, o filme "Cine Holiúdi" retrata o impacto positivo do cinema no
cotidiano das cidades, dada a sua capacidade de promover o lazer, socialização e cultura.
Entretanto, na realidade, tais benefícios não atingem toda a população brasileira, haja vista
a elitização dos meios cinematográficos e a falta de infraestrutura adequada nos cinemas
existentes. Sendo assim, urge a análise e a resolução desses entraves para democratizar
o acesso ao cinema no Brasil.
A princípio, é lícito destacar que a elitização dos meios cinematográficos contribui
para que muitos brasileiros sejam impedidos de frequentar as salas de cinema. Isso
posto, segundo o filósofo inglês Nick Couldry em sua obra "Por que a voz importa?", a
sociedade neoliberal hodierna tende a silenciar os grupos menos favorecidos, privados
dos meios de comunicação. A partir disso, é i ndubitável que a localização dos cinemas
em áreas mais nobres e o alto valor dos ingressos configuram uma tentativa de excluir e
silenciar os grupos periféricos, tal como discute Nick Couldry. Nesse viés, poucos são os
indivíduos que desfrutam do direito ao lazer e à cultura promovidos pela cinematografia, o
qual está previsto na Constituição e deve ser garantido a todos pelo Estado.
Ademais, vale postular que a falta de infraestrutura adequada para todos os
cidadãos também dificulta o acesso amplo aos cinemas do país. Conquanto a
acessibilidade seja um direito assegurado pela Carta Magna e os cinemas disponham de
lugares reservados para cadeirantes, não há intérpretes de LIBRAS nas telas e a
configuração das salas — pautada em escadas —, não auxilia o deslocamento de idosos e
portadores de necessidades especiais. À luz dessa perspectiva, é fundamental que haja
maior investimento em infraestrutura para que todos os brasileiros sejam incluídos nos
ambientes cinematográficos.
Por fim, diante dos desafios supramencionados, é necessária a ação conjunta do
Estado e da sociedade para mitigá-los. Nesse âmbito, cabe ao poder público, na figura do
Ministério Público, em parceria com a mídia nacional, desenvolver campanhas educativas
— por meio de cartilhas virtuais e curta-metragens a serem veiculadas nas mídias sociais
— a fim de orientar a população e as empresas de cinema a valorizar o meio
cinematográfico e ampliar a acessibilidade das salas. Por sua vez, as empresas devem
colaborar com a democratização do acesso ao cinema pela cobrança de valores mais
acessíveis e pela construção de salas adaptadas. Feito isso, o Brasil poderá garantir os
benefícios do cinema a todos, como relata o filme "Cine Holiúdi"."
Redação de Isabella Cardoso
Parte III – O checklist da redação nota mil
1. PROJETO DE TEXTO
Introdução
● As palavras-chave do tema estão presentes na introdução? ( )
● A tese a ser defendida está clara? ( )
● Os argumentos defendidos no texto são antecipados na introdução? ( )
Desenvolvimentos
● O desenvolvimento do meu texto está dividido em dois parágrafos (D1 e D2)? ( )
● Cada um desses parágrafos tem um argumento central? ( )
● O argumento central de cada um dos parágrafos está presente no tópico frasal? ( )
● Em D1 e D2 há a presença de exemplos concretos e/ou repertórios que sustentem o
argumento central? ( )
● Os exemplos/repertórios estão analisados e relacionados às palavras-chave do tema? ( )
● Os desenvolvimentos apresentam uma conclusão ou frase de fechamento? ( )
Conclusão
● A conclusão retoma as palavras-chave do tema e a tese elaborada por mim? ( )
● Minha proposta de intervenção está relacionada aos dois argumentos que desenvolvi em
D1 e D2? ( )
● Minha proposta de intervenção contém todos os 5 elementos válidos (agente, ação, meio,
finalidade, detalhamento)? ( )
● Há uma frase de fechamento nesse parágrafo? ( )
2. REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL
● O repertório que utilizei é pertinente ao tema proposto, ou seja, tem relação com ao menos
uma das palavras-chave do enunciado? ( )
● O repertório que utilizei é legitimado por alguma área do conhecimento? ( )
● O repertório que utilizei é produtivo, isto é, analisado e relacionado ao argumento central do
parágrafo em que se insere? ( )
3. COESÃO
● Há operadores argumentativos em cada parágrafo do texto (nexos intraparágrafo)? ( )
● Há, em meu texto, ao menos dois parágrafos iniciados por operadores argumentativos
(nexos interparágrafo)? ( )
● Não há repetição excessiva dos operadores argumentativos utilizados em meu texto? ( )
● Eu utilizo estratégias de referenciação para evitar repetições constantes? ( )
4. GRAMÁTICA
● As vírgulas de meu texto estão devidamente empregadas? ( )
● As palavras de meu texto estão acentuadas corretamente? ( )
● Os verbos utilizados no texto estão concordando corretamente com seus sujeitos? ( )
● A crase está indicada quando ela é necessária? ( )
● Dediquei ao menos uma leitura do meu rascunho para revisar os erros gramaticais que
mais costumo cometer? ( )
Parte IV – Redação nota mil 2020
"A obra “O Holocausto brasileiro”, da escritora e jornalista Daniela Arbex, retrata as
péssimas condições do maior hospital psiquiátrico do país, na cidade de Barbacena.
Nesse livro, os pacientes são tratados por meio de métodos arcaicos e invasivos, desde
agressões até choques elétricos, demonstrando a violência sofrida por indivíduos
portadores de transtornos psíquicos. Assim, além de expor os abusos do sistema de
saúde da época, o texto também é muito atual, uma vez que o preconceito e a omissão
estatal perpetuam o estigma associado às doenças mentais.
Em primeiro lugar, cabe ressaltar que a desinformação da sociedade brasileira é o
principal catalisador da discriminação. De fato, o avanço da tecnologia é responsável pela
rápida disseminação de notícias, principalmente no mundo digital, mas isso não significa
que os cidadãos se encontram mais conscientes. Dessa forma, mesmo que diversos
estudos atuais comprovem a relevância dos cuidados para com a saúde mental e a
legitimidade dos distúrbios psicológicos, os flagelos da intolerância ainda se mostram
presentes. Consequentemente, os indivíduos com depressão, ansiedade ou outras
condições especiais convivem em um ambiente degradante, o qual é marcado por
preconceitos e tabus estruturais, enfrentando constantemente a invisibilidade social. De
acordo com a escritora nigeriana Chimmamanda Adichie, a rotulação das pessoas através
de certa característica física marcante é responsável pela criação de histórias únicas que
não representam a realidade. Nesse viés, ao criar estigmas baseados no estereótipo de
que pessoas com doenças mentais seriam inferiores ou incapazes, a sociedade míope
alimenta uma visão eugenista e tóxica, limitando as diversas possibilidades de
manifestação do ser humano e a importância da pluralidade.
Ademais, a ausência de compromisso do Estado para com a saúde mental dos
cidadãos é outro ponto que fomenta a problemática. De certo, a falta de incentivos na
área da psiquiatria e na acessibilidade é a realidade da política do país, resultando nos
diagnósticos tardios e na própria exclusão de uma parcela significativa da sociedade.
Segundo o filósofo John Rawls, em sua obra “Uma teoria da justiça”, um governo ético é
aquele que disponibiliza recursos financeiros para todos os setores públicos, promovendo
uma igualdade de oportunidades a todos os cidadãos. Sob essa óptica, torna-se evidente
que o Brasil não é um exemplo do pensamento desse teórico, visto que negligencia as
dificuldades enfrentadas pelos portadores de doenças mentais, submetendo-os à periferia
da cidadania.
Fica exposta, portanto, a necessidade de medidas para mitigar o estigma
associado aos transtornos psíquicos. Destarte, as Secretarias de Educação devem
desenvolver projetos nas escolas, por meio de palestras e de dinâmicas educativas,
levando médicos e pacientes para debaterem sobre o preconceito enfrentado no
cotidiano, uma vez que o depoimento individual sensibiliza os estudantes, com a
finalidade de ultrapassar estereótipos negativos. Outrossim, o Ministério da Saúde deve
redistribuir as verbas, priorizando as áreas da psiquiatria e psicologia, direcionando
maiores investimentos nesse setor negligenciado pelo Estado. Por fim, será possível criar
um país mais democrático, afastando a realidade dos absurdos retratados na obra da
escritora Daniela Arbex."
Redação de Maria Júlia Passos