Texto para o Producao De: AGOSTO - 2023

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Producao de

Texto para o ENEM


AGOSTO | 2023 ESTUDANTE
I - DIALOGANDO COM O(A) ESTUDANTE

Estudante, antes de iniciar a leitura analítica e inferencial do tema, dos textos motivadores, elaborar
o projeto de texto, bem como desenvolver a produção do seu texto, reflita sobre alguns aspectos neces-
sários à construção do texto dissertativo-argumentativo.
Peça ajuda ao seu(a) professor(a) para orientá-lo(a) durante a escrita de sua Redação. Para tanto,
releia o material do(a) estudante “Redação Nota 1000” (material enviado em março de 2023 para as
escolas), nele há um passo a passo com exemplos e análises que podem auxiliar na escrita efetiva e
consciente do texto dissertativo-argumentativo. Uma sugestão é colar esse material no seu caderno
para consultar quando necessário. O que estamos sugerindo nas propostas de escrita (em cada mês)
são partes resumidas para auxiliar a sua produção escrita. Outra sugestão, é que você faça leituras sobre
assuntos atuais, é muito importante estudar sobre “atualidades” não só para a prova do Enem/vesti-
bulares, mas também porque somos cidadãos e precisamos estar bem-informados a respeito dos fatos
para, assim desenvolver a nossa capacidade de interpretação/compreensão/pensamento crítico. Todo
cidadão deve informar-se, debater sobre os acontecimentos atuais e posicionar-se a respeito do que
acontece na sociedade brasileira e no mundo.

II - ALGUNS ASPECTOS IMPORTANTES NA CONSTRUÇÃO DO TEXTO

Estudante, a escolha do tema de Redação do Enem passa por perspectivas sociais, culturais,
científicas e políticas, dessa maneira, não é fácil fazer uma previsão sobre o tema que será cobrado. É
importante lembrar que um(uns) fato(s) pontual(ais) pode(m) não ser particularizado(s) como uma
proposta de redação, porém alguma repercussão desse(s) fato(s), sim. É necessário considerar, por-
tanto, que a “proposta de redação do Enem” sempre perpassa pela coletividade. Sendo assim, fique
atento(a), pois mesmo que você não conheça o tema da redação com profundidade, os “textos mo-
tivadores” são o seu apoio e direção. Se você fizer uma leitura analítica e uma boa interpretação
(atentando para retomadas, expressões/palavras-chave) nesses textos-base, vai conseguir elaborar
uma redação efetiva (Atenção! Sem copiar partes da coletânea na íntegra).

É importante estudar atualidades... Por quê???


Estudar “atualidades”, é fundamental para que você garanta um bom desempenho nas provas da
Área de Humanas (Enem). Para além das questões de múltipla escolha, é relevante considerar que ge-
ralmente as provas cobram “temas atuais” em suas propostas de redação. Assim sendo, você precisa
ler muito sobre os principais acontecimentos do Brasil e do mundo. Um(a) candidato(a) bem-in-
formado(a) garante um melhor desempenho na leitura e interpretação das provas, bem como na es-
crita da redação. Vale refletir que estudar atualidades, auxilia na resolução das provas, mas também
é uma necessidade de todo(a) cidadão(ã). Todos nós devemos desenvolver um pensamento crítico e
aumentar a nossa capacidade de interpretação para debater assuntos e dessa forma, construir po-
sicionamentos consistentes e bem fundamentos seja na oralidade ou na escrita.
Retomando alguns aspectos sobre a construção do texto dissertativo-argumentati-
vo. Afinal, sem insistentes “retomadas”, “prática orientada e reflexiva”, não existe “produ-
ção de texto” efetiva!

Para refletir sobre os repertórios socioculturais na redação!!!


O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela
prova, classifica repertório sociocultural como “toda e qualquer informação, fato, citação ou experiên-
cia vivida que, de alguma forma, contribui como argumento para a discussão proposta pelo participante.”
Disponível em:https://shre.ink/l4wm. Acesso em 22 de jun. 2023 (adaptado).

2 Redação Nota 1000 | Agosto/2023


Estudante, encontramos esses repertórios em (livros, filmes, letra de música, pesquisas/dados
estatísticos, (fatos comprovados, conhecidos e divulgados nas mídias), em áreas do conhecimento
como: Sociologia, Filosofia, História, Literatura entre outras. Quando achar necessário ou tiver alguma
dúvida, converse com o(a) seu(a) professor(a) sobre isso.

III - Analisando alguns aspectos de uma Redação Nota 1000

1. Sobre a “introdução”
Sabemos que o primeiro parágrafo do texto dissertativo-argumentativo, geralmente, consiste
em apresentar o tema e a tese, isto é, o seu posicionamento sobre o assunto abordado. Essa apre-
sentação precisa de uma contextualização já utilizando (de preferência), repertórios culturais para
estabelecer relação/conexão intencional com o tema proposto.

Tema: “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”


(Enem 2018).

“Introdução”
Em sua canção “Pela Internet”, o cantor brasileiro Gilberto Gil louva a quantidade de informações
disponibilizadas pelas plataformas digitais para seus usuários. No entanto, com o avanço de algoritmos e
mecanismos de controle de dados desenvolvidos por empresas de aplicativos e redes sociais, essa abundân-
cia vem sendo restringida e as notícias, e produtos culturais vêm sendo cada vez mais direcionados – uma
conjuntura atual apta a moldar os hábitos e a informatividade dos usuários. Desse modo, tal manipulação
do comportamento de usuários pela seleção prévia de dados é inconcebível e merece um olhar mais crítico
de enfrentamento.
1.1 Analisando algumas partes do parágrafo de introdução:
Em sua canção “Pela Internet”, o cantor brasileiro Gilberto Gil louva a quantidade de informações
disponibilizadas pelas plataformas digitais para seus usuários.

Repertório sociocultural utilizando parte da letra de uma canção.

No entanto, com o avanço de algoritmos e mecanismos de controle de dados desenvolvidos por


empresas de aplicativos e redes sociais, essa abundância vem sendo restringida e as notícias, e produ-
tos culturais vêm sendo cada vez mais direcionados – uma conjuntura atual apta a moldar os hábitos
e a informatividade dos usuários.

Veja que aqui tem uma continuação da contextualização retomando pontos do que foi dito na
“canção” e ao mesmo tempo retomando (em outras palavras), pontos que fortalecem a “temática” –
esse é um aspecto de “interdiscursividade” construído pela autora da redação. Sem essa retomada
argumentativa/discursiva do que foi dito no repertório (intertextualidade), a construção desse
“repertório cultural” não teria valor no texto. Veja que as expressões destacadas dialogam dire-
tamente com a temática e com a ideia-chave do repertório, o que mostra a retomada discursiva.
Tal aspecto contribui com a progressão textual.

Desse modo, tal manipulação do comportamento de usuários pela seleção prévia de dados é inconce-
bível e merece um olhar mais crítico de enfrentamento.

3 Redação Nota 1000 | Agosto/2023


Essa é a tese do texto. Veja que ela retoma a principal parte do tema e evidencia o que será defen-
dido ao longo do texto progressivamente. Veja que para conectar a tese ao restante do texto, a candi-
data-autora fez uso do elemento articulador: “Desse modo” e ainda utilizou um modalizador discursi-
vo: “é inconcebível” para dar força discursiva ao “ponto de vista” que será defendido ao longo do texto.

Para refletir!!!
Intertextualidade: é a relação existente entre os textos (nesse caso, é parte da canção do Gil-
berto Gil dentro do texto da candidata-autora).
inter- entre/dentro de outro texto.
Interdiscursividade: é o diálogo entre os discursos/as falas (nesse caso, é o que a candida-
ta-autora da redação fala/discursa para contextualizar o tema, retomando aspectos da canção e
do tema).
inter- entre/dentro de outro discurso/de outra fala.

2. Sobre os parágrafos de desenvolvimento


“Desenvolvimento”
Em primeiro lugar, é válido reconhecer como esse panorama supracitado é capaz de limitar a própria
cidadania do indivíduo. Acerca disso, é pertinente trazer o discurso do filósofo Jürgen Habermas, no qual
ele conceitua a ação comunicativa: esta consiste na capacidade de uma pessoa em defender seus interesses
e demonstrar o que acha melhor para a comunidade, demandando ampla informatividade prévia. Assim,
sabendo que a cidadania consiste na luta pelo bem-estar social, caso os sujeitos não possuam um pleno
conhecimento da realidade na qual estão inseridos e de como seu próximo pode desfrutar do bem comum
– já que suas fontes de informação estão direcionadas –, eles serão incapazes de assumir plena defesa pelo
coletivo. Logo, a manipulação do comportamento não pode ser aceita em nome do combate, também, ao
individualismo e do zelo pelo bem grupal.
Em primeiro lugar, é válido reconhecer como esse panorama supracitado é capaz de limitar a própria
cidadania do indivíduo. (Tópico frasal: direciona a argumentação do parágrafo).
Em primeiro lugar ( Expressão articuladora que inicia o parágrafo )
Acerca disso, é pertinente trazer o discurso do filósofo Jürgen Habermas, no qual ele conceitua a ação
comunicativa: esta consiste na capacidade de uma pessoa em defender seus interesses e demonstrar o que
acha melhor para a comunidade, demandando ampla informatividade prévia. (Nesse trecho predomina
um repertório cultural (argumento de autoridade) que perpassa uma área de conhecimento que é
a Filosofia.)
Em segundo lugar, vale salientar como o controle de dados pela internet vai de encontro à concepção
do indivíduo pós-moderno. Isso porque, de acordo com o filósofo pós-estruturalista Stuart-Hall, o sujeito
inserido na pós-modernidade é dotado de múltiplas identidades. Sendo assim, as preferências e ideias das
pessoas estão em constante interação, o que pode ser limitado pela prévia seleção de informações, comer-
ciais, produtos, entre outros. Por fim, seria negligente não notar como a tentativa de tais algoritmos de
criar universos culturais adequados a um gosto de seu usuário criam uma falsa sensação de livre arbítrio
e tolhe os múltiplos interesses e identidades que um sujeito poderia assumir.
Em segundo lugar, vale salientar como o controle de dados pela internet vai de encontro à concepção
do indivíduo pós-moderno. (Tópico frasal (direciona a argumentação do parágrafo)
Em segundo lugar ( Expressão articuladora que inicia o parágrafo)

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Isso porque, de acordo com o filósofo pós-estruturalista Stuart-Hall, o sujeito inserido na pós-moder-
nidade é dotado de múltiplas identidades. (Nesse trecho predomina um repertório cultural (argumento
de autoridade) que perpassa uma área de conhecimento que é a Filosofia.)
Os parágrafos de desenvolvimento (intermediários) devem ser elaborados como aprofundamen-
to para os argumentos apresentados no parágrafo de “introdução”, de modo que a tese (ponto de
vista) seja confirmada(o). Para deixar esse desenvolvimento bem rico, o(a) candidato(a)-autor(a) não
pode esquecer de elaborar o “tópico frasal”, “o repertório cultual” e a “argumentação” propriamente
dita. Definindo as “estratégias argumentativas” e os “tipos de argumentos.” Não se pode esquecer
do uso rico dos “elementos articuladores/conectores argumentativos” e dos “modalizadores do
discurso” (em todo o texto). Vale relembrar que é no parágrafo de “introdução” que apresentamos o
que vamos “argumentar, desenvolver, defender.” Assim, no desenvolvimento, ampliamos de modo
“consistente e persuasivo” o que está posto na introdução.
3. Sobre partes do parágrafo da conclusão
“Conclusão”
Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar essa problemática. Para tanto, as instituições
escolares são responsáveis pela educação digital e emancipação de seus alunos, com o intuito de deixá-
-los cientes dos mecanismos utilizados pelas novas tecnologias de comunicação e informação e torná-los
mais críticos. Isso pode ser feito pela abordagem da temática, desde o ensino fundamental – uma vez que
as gerações estão, cada vez mais cedo, imersas na realidade das novas tecnologias –, de maneira lúdica e
adaptada à faixa etária, contando com a capacitação prévia dos professores acerca dos novos meios co-
municativos. Por meio, também, de palestras com profissionais das áreas da informática que expliquem
como os alunos poderão ampliar seu meio de informações e demonstrem como lidar com tais seletividades,
haverá um caminho traçado para uma sociedade emancipada.

A redação do Enem cobra uma “proposta de intervenção” que contribua para minimizar o
problema discutido propondo melhoria (o que fazer de concreto e possível para resolver o proble-
ma). As medidas ou soluções para conter a problemática devem ser detalhadas apresentando
agente (quem vai realizar a ação), ação (o que será realizado), meio (como vai ser realizado) e obje-
tivo (para que será realizado). Vale lembrar que o que vai ser apresentado como possível solução não
precisa ser uma “novidade” (espera-se que o(a) candidato(a)-autor(a) costure na discussão do texto
implicitamente/explicitamente argumentos que levem à intervenção elaborada. Afinal, o texto exi-
ge uma “progressão.” É importante retomar aspectos do “tema e da tese” nesse parágrafo final (não
é hora de trazer informações novas, afinal, “tudo” deve ser apresentado, defendido e argumentado
de modo consistente e persuasivo. Absolutamente “nada” pode ficar em aberto nesse tipo de texto).

A redação foi escrita pela candidata: Carolina Mendes Pereira.


Disponível em: http://portal.mec.gov.br/images/stories/noticias/2019/outubro/24.10.2019redacaolink1.pdf. Acesso em 22 de jun. 2023 (adaptada).

IV. PROPOSTA DE REDAÇÃO


Caro(a) Estudante,
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portu-
guesa sobre o tema: “Desafios para enfrentar a cultura do cancelamento no meio virtual., apre-
sentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

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Textos motivadores:
TEXTO I
Cancelamento: por que essa cultura é tão tóxica para nossa saúde mental?

Anônimos e celeridades têm passado por um problema em comum, que preocupa autoridades e
profissionais de todo o mundo: a cultura do cancelamento. Ser “cancelado” na internet está na moda. A
prática consiste em apontar os erros e defeitos do outro, muitas vezes de maneira ofensiva, preconceitu-
osa e machista, com o intuito de que isso deixe claro para a pessoa que cometeu o “erro” que todo mundo
está contra ela, e que ela sofrerá muitas consequências pelos seus atos.
O cancelamento começou com o intuito de evidenciar comportamentos e discursos machistas, mi-
sóginos, racistas e altamente preconceituosos de celebridades. Ele também servia para mostrar atitu-
des erradas e fazer com que seus realizadores tomassem consciência dos seus atos. Principais alvos, os
famosos, ao errarem, costumavam receber inúmeros comentários, e seus atos repercutiam tanto, que
ocasionavam perda de contrato e patrocínios, perda de seguidores nas mídias sociais e muito mais.
Mas a verdade é que hoje essa prática ultrapassa qualquer limite, e envolve também anônimos, que
sofrem com uma verdadeira onda de comentários evidenciando “defeitos” corporais e diversas situações
que nem sequer deveriam ser um problema. [...] Cada vez mais celebridades têm usado sua voz e visibili-
dade para mostrar aos seus seguidores que jogar ódio nas pessoas não resolve nenhum problema, apenas
cria mais alguns, mas até então os haters ou canceladores não demonstram nenhum sinal de que vão parar.
O processo de cancelamento acontece como o efeito manada, nome dado pela Psicologia para defi-
nir a tendência do ser humano em se comportar como todo mundo mesmo sem saber o motivo daquilo
(seu grupo, a sociedade ou a maioria das pessoas em geral). E é por isso que os canceladores podem ser
qualquer pessoa, até mesmo seus amigos ou celebridades.
[...]
Como podemos ver, a situação é grave e dá muito medo. As consequências da cultura do cancela-
mento já aparecem nitidamente em frente a nós, e mesmo assim os canceladores não param. A situação
já virou caso de polícia, e é importante que as vítimas denunciem essas pessoas para que se possa inves-
tigar e fazer com que paguem pelos seus crimes judicialmente.
Entre os efeitos da cultura do cancelamento, podemos destacar:
• Medo de se comunicar
• Crises de ansiedade
• Depressão
• Síndrome do pânico
• Prejuízos profissionais
• Exclusão social

6 Redação Nota 1000 | Agosto/2023


Como podemos parar a cultura do cancelamento? Tendo consciência de que as pessoas erram, e
que seus erros podem até ser apontados, mas apenas se forem erros de verdade (ser gordo ou magro
demais não é um erro, por exemplo). Esse processo deve acontecer com o intuito de educar, conversar,
discutir e aprender, e não de ofender, machucar e prejudicar. Até porque somos humanos, e mesmo os
canceladores que exigem perfeição cometem diversos erros (e o primeiro deles é “cancelar”).
[...]
Disponível em:https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-e-escolas-tecnicas/tecnico-em-enfermagem/noticias/cancelamento-por-que-essa-cultura-e-tao-toxi-
ca-para-nossa-saude-mental. Acesso em 21 de jun. 2023 (adaptado).

TEXTO II

Disponível em:https://br.pinterest.com/pin/392376186283067376/. Acesso em 21 de jun. 2023

Estudante,

A leitura e a escrita, fundamentais na formação social de um indivíduo, tornam os


cidadãos críticos, letrados e capazes de serem sujeitos de suas realidades.

Boa escrita!

7 Redação Nota 1000 | Agosto/2023


Folha de Produção de Texto
1.
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14.
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25.
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27.
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29.
30.

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