As Metodoogias Utilizadas No 2o Ano Do Enisno Fundamental
As Metodoogias Utilizadas No 2o Ano Do Enisno Fundamental
As Metodoogias Utilizadas No 2o Ano Do Enisno Fundamental
DO ENSINO FUNDAMENTAL
Resumo:
O presente trabalho trata de uma pesquisa qualitativa de caráter bibliográfico que teve por
objetivo compreender como ocorre a alfabetização dos alunos até o 2º Ano do Ensino
Fundamental - EF no final do ciclo de alfabetização. O estudo teve como problemática: quais
as metodologias os professores utilizam para alfabetizar os alunos até o final do 2º ano do
EF? Na fundamentação sobre a alfabetização recorremos as autoras Emília Ferreiro e Magda
Soares. Como base nos resultados e análises compreendemos que a alfabetização deve ser
individualizada, respeitando a particularidade de cada criança. Deve exercitar a curiosidade
intelectual, ser criativa, dinâmica e valorizar a utilização de diversas formas de linguagem,
verbal, corporal, visual, sonora e digital, estimando os saberes e a diversidade cultural. Assim
o professor deve com base na BNCC, desenvolver técnicas para construção deste ensino
aprendizagem da forma mais adequada para cada realidade escolar.
Palavras-chave: Alfabetização; Método; BNCC;
Introdução
fabnello@gmail.com
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falta de aprendizado dos conhecimentos básicos sobre a escrita; o baixo nível
de compreensão da leitura [...], quando ocorre, resume-se a decifração;
acesso insuficiente à escrita convencional e à organização textual. As
dificuldades consolidam-se com as tensões que acompanham os insucessos
escolares e marcam aqueles que chegam ao término do ensino fundamental
sem saber ler e escrever (MICOTTI, 2009, p. 266).
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Na fundamentação teórica deste trabalho, apresentamos as considerações de Ferreiro
e Soares sobre o processo de alfabetização, a partir do qual também está pautada as linhas
gerais da alfabetização na BNCC.
Para Soares (1985) a alfabetização é considerada um processo permanente, que se
estende por toda a vida, porém, é preciso diferenciar um processo de aquisição da língua oral
e escrita de um processo de desenvolvimento da língua oral e escrita, onde o processo de
desenvolvimento é permanente, nunca se interrompe. O termo alfabetização significa ensinar
o código da língua escrita, ensinar a ler e escrever (SOARES, 1985).
De acordo com Ferreiro e Teberosky (1985), a alfabetização se divide em quatro fases,
são elas: pré-silábica, silábica, silábico alfabética e alfabética. Na fase pré-silábica a criança
ainda não compreende que o som das palavras representa a escrita, ela faz referência aos
objetos com escritas ou sinais de que apenas elas compreendem o significado. Na fase
silábica o indivíduo já estabelece uma conexão entre os sons e a escrita, e tenta representá-
los apenas com uma letra, nesta fase a grafia pode ou não ter valor sonoro. Na fase silábico
alfabética o educando representa as palavras parcialmente ou completas, fase em que se
encontra em níveis psicogenéticos. Na fase alfabética ele já compreende o alfabeto, tem a
percepção silábica, fonética e progressivamente desenvolve grafemas.
Segundo Ferreiro (2014), a criança é o sujeito da aprendizagem, sendo um ser
pensante e com grande inteligência, devendo assim ser instigada a refletir sobre a fala e a
escrita. A BNCC, também, considera a formação da criança de forma integral em seus
aspectos cognitivos, sociais e culturais (BRASIL, 2018). Valorizando-a como protagonista de
sua aprendizagem. Portanto, é necessário que o docente compreenda as fases da
alfabetização, e as fases em que a criança se encontra, pois cada indivíduo possui seu tempo
para compreender e processar as informações repassadas pelos docentes.
Para tanto, Ferreiro (2017) considera que no processo de ensino e aprendizagem a
correção quanto a escrita do discente deve ser analisada e interpretada pelo docente, visto
que nem todos os erros envolvem a evolução do discente e sim erros que podem ser
cometidos. A forma como os docentes trabalham a alfabetização dentro do ambiente escolar,
trazendo a escrita não só como meras palavras soltas, e sim como signos, cuja
representatividade compreende o significado e o significante de cada palavra.
A escrita quando já em fase alfabética, no 2º ano passa a enfrentar as barreiras da
ortografia, nesta etapa há a aquisição do código para a escrita e leitura. Portanto, Soares
(2004) destaca que as relações entre fonema e grafema devem acontecer de forma integrada,
sem perder as suas particularidades, pois o processo de alfabetizar e letrar passa pelo
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reconhecimento de vários aspectos de um e outro, e isso envolve considerar
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A partir das pesquisas bibliográficas foi possível determinar todos os processos que
transcorrem a alfabetização, assim como as metodologias propostas e a Base Nacional
Comum Curricular.
No que se refere aos recursos utilizados pelos professores no processo de
alfabetização até o 2º Ano do EF, foi possível identificar que são construídos através da
BNCC, seguindo suas normativas e diretrizes. Utilizando de recursos teóricos e
principalmente práticos, focam na individualidade de cada criança e utilizam do ensinar lúdico
e prático. Conforme aborda a BNCC, cabe ao professor “selecionar e aplicar metodologias e
estratégias didático-pedagógicas diversificadas, recorrendo a ritmos diferenciados e a
conteúdos complementares” (BRASIL, 2018, p.16).
Segundo Bazani e Montagnoli (2017), o EF é o período importante no qual deve-se
levar em consideração o desenvolvimento humano, como ser cultural, social e pensante,
assim como de acordo com a BNCC, a partir do qual “Pensar em alfabetização, é pensar
primeiro no processo de ensino-aprendizagem” (BAZANI e MONTAGNOLI, 2017, p. 20).
Ferreiro (2014) e Soares (2004) representam a base para as metodologias de ensino
nesta faixa etária, dos primeiros dois anos do EF, como pode se observar para ambas a
consciência fonêmica e fonológica é imprescindível para a alfabetização. Estas abordam a
leitura e escrita de forma conjunta, e valorizam o ensino focado em novas metodologias, mais
lúdicas e práticas, no qual “conhecimento e reconhecimento dos processos de tradução da
forma sonora da fala para a forma gráfica da escrita” (SOARES, 2004, p. 15).
Como descreve Butture (2017) a escolha de um método de alfabetização vai muito
além da escolha de uma forma de ensino. “A alfabetização precisa ser um processo
significativo de aprendizagem, as informações recebidas devem ser assimiladas e utilizadas
pelos indivíduos nas práticas sociais” (BUTTURE, 2017, p. 22900). No que se refere as
práticas sociais de leitura a BNCC prioriza o desenvolvimento dessas a partir da realidade de
cada educando (BRASIL, 2018).
Schneider e Queiroz (2017) ao estudar a concepção pedagógica de professores e
gestores da alfabetização, observaram que estes por vezes idealizam que tem contribuído
com o processo de alfabetização dos educandos, mas ao contrário, reforçam práticas de
treinamentos para avaliações externas.
Segundo Butture (2017) “Um ensino de qualidade se torna essencial para alfabetizar
letrando, pois algumas vezes os alunos sabem ler e escrever, mas não são capazes de
produzir, interpretar e compreender textos” (BUTTURE, 2017, p. 22904). Ainda descreve que
alfabetizar não é uma tarefa fácil, porém, para obter sucesso é necessário muito estudo e
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dedicação, trabalhar com metodologias adequadas, priorizando a individualidade de cada
aluno (BUTTURE, 2017).
De acordo com a BNCC, a alfabetização é tratada em sua integralidade, tendo a
alfabetização como foco da ação pedagógica a fim de garantir a apropriação do sistema de
escrita alfabética, até o 2º ano do EF. Adentrar a esse novo mundo de leitura e escrita traz ao
aluno uma abertura ao mundo das oportunidades e do conhecimento (BRASIL, 2018).
A alfabetização do aluno ao português brasileiro não é simples, é uma construção do
funcionamento fonológico, portanto, é complexa e deve ser tratada dentro do fonema, ou seja,
o som de cada letra e palavra com junção do grafema, que é a escrita pelo som das palavras
(SOARES, 2004; BRASIL, 2018). Neste sentido, há três aspectos importantes: a relação entre
a língua falada e a escrita, os tipos de ortografias e falas pelas regiões brasileiras e a estrutura
de cada silaba. Esses aspectos são complexos, pois no português brasileiro um som pode
designar várias letras, como por exemplo “/s/ s, c, ç, x, ss, sc, z, xc; /j/ g, j; /z/ x, s, z–; vários
sons para uma letra: s - /s/ e /z/; z - /s/, /z/; x - /s/, /z/, /ks/; e até nenhum som para uma letra
– h” (BRASIL, 2018, p. 92). Portanto, para as crianças que estão sendo alfabetizadas não é
muito simples, compreender todas essas irregularidades apresentadas no português
brasileiro.
Há também as regulares contextuais e as regulares morfológicas, as regulares
contextuais “têm uma escrita regular (regrada) pelo contexto fonológico da palavra; é o caso
de: R/RR; S/SS; G+A,O,U/ GU+E,I; C+A,O,U/QU+E,I; M+P,B/N+outras, por exemplo”
(BRASIL, 2018, p. 92). As regulares morfológicas dependem de que o aluno esteja com um
conhecimento mais aprofundado na gramática (BRASIL, 2018).
As habilidades na alfabetização são as capacidades de decodificação da escrita e da
grafia, dominar a letra cursiva, assim como maiúsculas e minúsculas, conhecer o alfabeto,
conhecer a escrita do português brasileiro, compreender o grafema e o fonema, saber
interpretar textos e escritas, desenvolver fluência e agilidade na leitura. É visto que estes
processos terão impacto nos anos iniciais escolares, porém a leitura e a escrita vista de uma
forma mais simples, como em receitas, lista de compras e afins, avançando conforme se
avança nos anos iniciais (BRASIL, 2018).
Como ressalta Soares (2004, p.15) “não há um método para a aprendizagem inicial da
língua escrita, há múltiplos métodos, [...], além de as características de cada grupo”. Portanto,
cabe ao educador buscar diariamente romper barreiras e paradigmas da educação
convencional, incluindo na sua realidade o lúdico.
5 Considerações finais
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A partir da investigação realizada consideramos que os docentes têm utilizado como
base metodológica para alfabetizar as normatizações da BNCC, bem como, tomam as
propostas descritas por Soares e Ferreiro, entre outros. Assim, consideram a criança como
ser único e particular, que de forma individualizada leva o professor a buscar metodologias
que se adequem a sua realidade sociocultural, respeitando seu desenvolvimento e propondo
práticas de leitura e escrita sociais.
Nesse processo, as metodologias lúdicas se tornam fundamentais para o aprender
prazeroso, no qual o vínculo entre o docente e a criança, é essencial para a construção e
relação de aprendizagem (GONTIJO, 2017). Está irá requerer entre ambos, uma relação de
respeito e confiança, para que o aluno tenha liberdade para conversar e sanar suas dúvidas
sem represálias. Afinal, aprender a ler e escrever é uma conquista que merece ser estimulada.
Ferreiro (2014) e Soares (2004) demonstram que a consciência fonêmica e fonológica
é imprescindível para a alfabetização. Abordam a leitura e escrita de forma conjunta, onde
não há divisão e sim uma valorização do ensino focado em novas metodologias, mais lúdicas
e práticas.
Referências
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GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa, - 4º ed.São Paulo: Atlas, 2002.
MICOTTI, Maria Cecília de Oliveira. Leitura e escrita: como aprender com êxito por meio
da pedagogia por projetos. São Paulo: Contexto, 2009.
RICO, Rose. O que a BNCC propõe para a alfabetização? Canal Nova Escola, 2020.
Disponível em: < https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/40/o-que-a-bncc-propoe-para-a-
alfabetizacao?download=truevoltar=/bncc/conteudo/40/o-que-abncc-propoe-para-a
alfabetizacao?download=true#_=_>.Acesso em: 02 jan. 2020.