Sobre o Sujeito em Bréal
Sobre o Sujeito em Bréal
Sobre o Sujeito em Bréal
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
1
Professor Doutor do Departamento de Letras e PPGL da UNEMAT, coordenador do Projeto de pesquisa
Significar Mato Grosso.
2
Professor Doutor do Departamento de Letras e PPGL da UNEMAT, coordenador do Projeto de Pesquisa
A transitividade nos processos verbais: o movimento do empírico ao formal/Unemat.
3
Professora Doutora do Departamento de Letras e PPGL da UNEMAT. Coordenadora do Projeto de
Pesquisa Avaliação Linguística em Comunidades Quilombolas da região Centro Oeste do Brasil e do
Projeto A variação Geográfica e atitudes: o olhar da sociolinguística sobre as publicações, propagandas
e faixadas comerciais da cidade de Cáceres. . jocineidekarim@yahoo.com.br
4
Doutorando em Linguística PPGL/UNEMAT e membro do Projeto de pesquisa Significar Mato Grosso.
conta o funcionamento da língua, observando mais detalhadamente o acontecimento do
dizer e, com isso a formulação constitutiva do sujeito na/da linguagem. É oportuno dizer
que nos colocamos em uma posição que se filia ao materialismo histórico, que considera
a língua como base, sobre a qual as relações sociais se constroem, isto é, uma abordagem
que leva em conta a relação entre língua e sociedade (Pêcheux, 1990), e, que, toma o
aspecto subjetivo da língua como constitutivo da linguagem, assim, por esse viés de
filiação, recusamos posições que fundamentam os estudos de linguagem a partir do
pragmatismo de um sujeito bio-psíquico, também nos opomos aos formalistas que
sustentam a relação da linguagem por uma abordagem referencialista.
Dentre tantos estudiosos que tomam a linguagem como objeto de estudo, trazemos
para a análise deste trabalho o semanticista Michel Bréal, nosso objetivo aqui, será o de
caracterizar a constituição do sujeito brealino em seus trabalhos. Para tratarmos dessa
questão mobilizamos como aporte teórico-metodológico conceitos da Semântica do
Acontecimento (GUIMARÃES, 2002).
(2) A linguística fala ao homem dele mesmo: ela lhe mostra como ele
construiu, como aperfeiçoou, por sobre obstáculos de toda natureza,
malgrado inevitáveis demoras, e mesmo recuos momentâneos, o mais
necessário instrumento de civilização. (Idem.)
A vontade humana
(9) As palavras mais abrangentes são por isso mesmo aquelas que têm
mais aptidão a usos mais numerosos. Na palavra operação, se ela é
pronunciada por um cirurgião, vemos um paciente, uma ferida,
instrumentos cirúrgicos; suponha um militar falando, pensamos logo
em exércitos em campanha; tratando-se de um banqueiro,
compreendemos que se trata de capitais em movimento; se quem fala é
um professor de cálculo, o assunto é adição ou subtração. Cada ciência,
cada arte, cada ofício, compondo sua terminologia, marca com seu selo
as palavras da língua comum. (p. 184)
(10) [...] a palavra chega preparada pelo que a precede e pelo que a
rodeia, comentada pelo tempo e o lugar, determinada pelos personagens
que estão em cena. (p.184)
O Elemento Subjetivo
Para Bréal, a terceira pessoa está ligada a objetividade da língua, está no plano
descritivo, narrativo da linguagem, é a que apresenta, de certo modo, a relação direta da
linguagem, diria o próprio autor “a fala não foi feita para a descrição, para a narrativa,
para as considerações desinteressadas.” (op.cit., 161). Já a primeira e segunda pessoa está
associada a subjetividade da linguagem, ligadas as denúncias apresentadas pela língua no
dizer. Elas marcam as impressões do sujeito/falante. A subjetividade para ele é, então,
“parte essencial, e sem dúvida do fundamento primordial ao qual o resto foi
sucessivamente ajuntado”.
Considerações
Referências