A Gestão de Tempo Na Aula de Educação Física: Estudo Comparativo Entre Professor Licenciado e o Médio

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A GESTÃO DE TEMPO NA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA: Estudo

comparativo entre Professor Licenciado e o Médio

Domingos Virgílio Esquadro…………………………………Universidade Pedagógica Delegação de Tete


Resumo
A gestão do tempo é um dos temas que preocupa a maior parte dos pesquisadores e são feitos vários
estudos para apurarem na essência o gasto de tempo no processo de ensino e aprendizagem. O
presente estudo visa comparar a gestão do tempo nas aulas de Educação Física entre o professor
Licenciado e Médio mostrando que, o tempo útil em média foi de 78.3% em que aproxima a dos estudos
de Januário e Graça, que estimam em volta dos 78.9% do tempo programa. O tempo disponível para a
prática foi de 69.2%, e estudo realizado pelo CARREIRO e PIERON (1990) citado por (SIEDENTOP
1998) tiveram 71.6%. Na organização gastaram 15.1% do tempo útil, assim sendo este valor esta abaixo
do estudo realizado por (JANUÁRIO & GRAÇA 1997) que obtiveram 18% e por fim na instrução notou-se
o gasto de 15.45%, este valor ainda continua a se encontrar abaixo do estudo realizado por (JANUÁRIO
& GRAÇA 1997), registado em 17%. Palavras-chave: gestão, Tempo e Educação Física.

Summary

Time management is one of the issues that concern most researchers and made several studies to
ascertain in essence spending time in the process of teaching and learning. This study aims to compare
the management of time in physical education classes between Licensee teacher and Middle showing
that the timely average was 78.3% in approaching the study Januario and Grace, which estimated around
78.9% time program. The time available for the practice was 69.2%, and the study CARREIRO and
Piéron (1990) cited by (Siedentop 1998) had 71.6%. The organization spent 15.1% of timely, therefore
this value is below the study by (JANUÁRIO & FREE 1997) which obtained 18% and finally in education
was noted the expense of 15:45%, this figure is still to be found below the study by (JANUÁRIO &
GRACE 1997), registered at 17%. Keywords: Management, Time and Physical Education.
INTRODUÇÃO

A capacidade de utilizar melhor o tempo é uma condição essencial para uma


organização metodológica e racional da aula. A organização eficaz da aula de
educação física deve acontecer com o intuito de minorar os comportamentos
irregulares e melhorar o tempo disponível para o ensino e prática, visto que o uso do
tempo escolar encontra-se directamente associado aos resultados académicos dos
alunos.. (BENTO, 1987) & (SIEDENTOP, 1998).
O presente estudo que tem como tema: a gestão de tempo na aula de educação física,
pretende Identificar os momentos da aula de educação física em que os professores
gastam a maior parte do seu tempo e usou-se o cálculo percentual. Para a recolha de
dados recorremos a um instrumento designado por análise do tempo da aula.
A pesquisa feita com professor Licenciado e Médio provou que o tempo útil em média
foi de 78.3% em que aproxima a dos estudos de Januário e Graça, que estimam em
volta dos 78.9% do tempo programa. O tempo disponível para a prática foi de 69.2%, e
estudo realizado pelo (CARREIRO e PIERON, 1990) citado por (SIEDENTOP, 1998)
tiveram 71.6%. Na organização gastaram 15.1% do tempo útil, assim sendo este valor
esta abaixo do estudo realizado por (JANUÁRIO & GRAÇA 1997) que obtiveram 18% e
por fim na instrução notou-se o gasto de 15.45%, este valor ainda continua a se
encontrar abaixo do estudo realizado por (JANUÁRIO & GRAÇA, 1997), registado em
17%. Palavras-chave: Gestão, Tempo e Educação Física.
Importância da gestão tempo

CARREIRO DA COSTA (1995), diz que «têm sido várias as questões colocadas no
estudo da variável tempo, para as quais nem sempre há respostas inequívocas». No
entanto, no conjunto dos estudos realizados, possuem-se hoje inúmeros dados
descritivos sobre a utilização do tempo na sala de aula e o seu papel no processo de
ensino e aprendizagem. A estratégia indispensável que o Professor de Educação
Física deve ter em conta na leccionação é a boa gestão de tempo. Visto que o tempo
«é a variável tempo como o recurso mais precioso do professor, posto que é essencial
para aprendizagem» (SIEDENTOP, 1998).
JANUÁRIO E GRAÇA (1997), afirmam que «uma das chave que o professor possui
para aumentar as potencialidades de aprendizagem dos alunos…é correcta
administração e gestão do tempo escolar à sua disposição». Assim sendo «usar o
tempo disponível da melhor maneira possível é um elemento fundamental de boa
gestão» … (SARMENTO, 1993).
MOREIRA (1999) diz que «no momento de planificar e descrever aprendizagem
significativa, a variável tempo é factor de grande relevo». BENTO (1987) é de opinião
que «os gastos e perdas injustificadas de tempo se devem atribuir a deficiência na
preparação e organização didáctico metodológico do ensino…». Em relação à noção
tempo em Educação, é possível encontrar um grande número de designações, muitas
delas com significados com o mesmo campo extensional (JANUÁRIO e GRAÇA, 1997).
Em educação física na literatura em português são reconhecidas as seguintes
designações: tempo programa, tempo útil, tempo disponível para a prática e tempo
potencial de aprendizagem.

AS VARIÁVEIS TEMPO

Tempo programa
O primeiro nível da eficácia de ensino consiste em aproveitar ao máximo o tempo
programa de que dispõe para que o aluno passe o máximo tempo possível nas
instalações desportivas, para tal, exige-se que se limite o tempo passado nos
balneários e que o mesmo seja convertido em prática (SIEDENTOP, 1998). Na
verdade, o aumento do tempo de duração de cada aula não resultou linearmente em
maior ganho de aprendizagem, (CARREIRO DA COSTA, 1995).

Tempo útil
O tempo útil decorre desde que o professor começa propriamente a aula, até à sua
conclusão, e é apresentado por duas medidas – duração ou percentagem sobre o
tempo programa (respectivamente, 501 minutos ou 100%, como valores teóricos
máximos) (JANUÁRIO e GRAÇA, 1997). Segundo os autores, «o professor não dispõe
na totalidade o tempo programa na sua aula, pois o tempo passado no balneário a
equipar ou em higiene pessoal deve ser subtraído». Pode-se afirmar que as regras de
utilização dos balneários pelos alunos são o factor que mais afecta a duração do tempo
útil. Assim, os professores que garantem que os alunos se equipem durante o intervalo
conseguem maximizar o tempo útil. «Resultados de cinco estudos em relação à
duração do tempo útil da aula estima-se em 39 minutos (78.9% do tempo programa) a
média do tempo útil da aula, no entanto existem diferenças marcantes na utilização do
tempo útil pelos professores variando num dos estudos entre os valores máximos e
mínimos de 49 e 33 minutos» (JANUÁRIO, 1992). BENTO (1987), diz que «o tempo
afectivo é designado como sendo o tempo gasto em tarefas pedagogicamente
justificadas, em relação com o tempo total da duração da aula e é despendido por:
Transição e assimilação de esclarecimentos com demonstrações e instruções;
Observação, análise e avaliação da execução de tarefas motoras e afins etc…». O
autor fundamenta dizendo que «na avaliação do tempo afectivo devemos ter em conta
que o grau de justificação pedagógica do tempo gasto não é o mesmo em todas as
tarefas referidas». Assim sendo devemos tomar medidas para reduzir ao mínimo não
apenas os tempos mortos, mas também as actividades de preparação da exercitação.
MESQUITA (1997), o treinador (ou professor) quando planifica as suas aulas não pode
destinar o tempo de que dispõe somente para a prática dos exercícios pois terá de
gastar tempo a realizar outras tarefas imprescindíveis (informar, organizar e mudar de
exercícios, entre outros). Dentro do tempo útil, o professor promove inúmeras

1 a nossa realidade as aulas são de 45 ou 90 minutos.


actividades – apresentação dos objectivos da aula e das várias tarefas de
aprendizagem… (PIÉRON, 1999).
Para maximizar o tempo útil de aula (ou aproveitar ao máximo o tempo programa),
JANUÁRIO E GRAÇA (1997), propõem o seguinte conjunto de estratégias: «Antecipar
a entrada no balneário, Limitar o tempo passado no balneário, Estabelecer regras para
o início de aula, Reduzir a duração das rotinas administrativas «sumário, chamada,
entre outras», Motivar os alunos para a disciplina».

Tempo em instrução
A apresentação das tarefas representa normalmente 15% a 25% das intervenções do
professor ou da inteiração professor-aluno (PIÉRON, 1999). Na apresentação das
tarefas o professor deve explicar explicitamente o propósito da actividade e estratégias
cognitivas a serem usadas para ajudar os alunos a concentrarem no trabalho
(CAMARA, 1986).
SILVEMAN (1994), afirma que a «instrução é emitida em três momentos principais:
Antes da prática recorrendo a explicações e demostrações; Durante a prática através
da emissão de feedback; Após a prática através da análise da prática desenvolvida».

Tempo em organização
O tempo de organização refere-se à soma acumulativa de tempo que os alunos
necessitam para realizar as suas tarefas de organização, de transição e de outras
relacionadas com a matéria (SIEDENTOP, 1998), o autor acrescenta dizendo que «as
investigações demonstram que cerca de 15 a 35% do tempo de uma aula é dedicado à
organização». Toda a organização nas aulas de educação física deve criar condições
para que o jovem possa dispor do tempo máximo possível para actividades planeadas
(SARMENTO, 1993). Assim sendo «O tempo de organização é particularmente elevado
em certas actividades como é o caso de desportos colectivos e na leccionação de
ginástica e, ao contrário, é particularmente reduzido em actividades como a dança
aeróbia» (SIEDENTOP, 1998).
Tempo disponível para a prática
O tempo disponível para a prática consiste na subtracção ao tempo útil do tempo gasto
em instrução e organização, nas quais os alunos não se encontram em actividade
física JANUÁRIO E GRAÇA (1997), o mesmo acrescenta dizendo que «A capacidade
do professor em disponibilizar o maior tempo possível para a prática das actividades
físicas dos alunos é uma das habilidades técnicas de ensino que potenciam o sucesso
pedagógico em educação física». Para tal «considera-se que os alunos estão em
prática quando mais de 50% da turma estiver envolvida na exercitação motora prescrita
pelo professor no princípio da aula ou mesmo ao longo da mesma…». Assim sendo «o
mais importante na metodologia da regulação da carga e na determinação da
densidade motora de cada aula consiste em que todo o gasto de tempo seja
pedagogicamente justificado» (BENTO, 1987).
A melhor prestação dos alunos em uma unidade experimental de ensino tem relação
directa com o tempo disponível para a prática dos alunos (SIEDENTOP, 1998). Os
factores que influenciam a aprendizagem dos alunos, alguns estão relacionados com
os próprios alunos, no caso da quantidade de tempo que o aluno permanece ocupado
activamente na tarefa, outras dependem de condições proporcionadas pelos
professores no caso da quantidade de instruções e a oportunidade temporal permitida
para a aprendizagem (CARREIRO DA COSTA, 1995). Os ganhos da aprendizagem
dependem, entre outros aspectos, da quantidade máxima de tempo de actividades
motoras passadas em actividades específicas (SARMENTO, 1993). Os longos tempos
de espera condenam os alunos à inactividade durante a maior parte de tempo da fase
principal da aula (BENTO, 1987).
MESQUITA (1997), a forma como o treinador gere o tempo de que dispõe para treinar,
vai obviamente ter influência directa no tempo que o atleta tem disponível para a
prática motora. Quanto mais tempo de prática motora o treinador proporcionar ao
atleta, mais tempo de aprendizagem lhe proporciona. Para aumentar o tempo
disponível para prática CARREIRO DA COSTA (1995), recomenda as seguintes
medidas: reduzir o tempo de apresentação dos exercícios; evitar redundâncias e
prescrições desnecessárias; expressar-se em geral de maneira clara e concisa; etc…
Para aumentar o tempo disponível para a prática motora dos alunos na aula de
educação física, JANUÁRIO e GRAÇA (1997), recomendam ser necessário: Limitar a
duração do tempo em instrução; e, principalmente, Reduzir o tempo passado em
organização.
MESQUITA (1997), propõe como estratégias para aumentar o tempo disponível para a
prática (tempo que resta depois de se retirar ao tempo útil, o tempo gasto com
informações e transições: Reduzindo ao indispensável os períodos de informação e
transição; Colocando o equipamento em local de fácil acesso; etc…

Tempo potencial de aprendizagem


O tempo potencial de aprendizagem é a tradução de Academic Learning Time (ALT).
Aqui a unidade de análise já não é a turma, mas sim os alunos tomados
individualmente aprendizagem com elevado índice de sucesso (JANUÁRIO e GRAÇA,
1997; MESQUITA, 1997 e PIÉRON, 1999). O tempo potencial de aprendizagem é a
quantidade de tempo que o aluno passa envolvido numa tarefa de aprendizagem com
elevado índice de sucesso (PIÉRON, 1999). Este integra quatro variáveis
fundamentais: (1) o tempo proporcionado pelo professor para aprendizagem de uma
actividade específica, (2) a percentagem do tempo que o aluno realmente despende
em exercícios critério, (3) o grau de pertinência da tarefa relativamente aos objectivos
de aprendizagem e, (4) a percentagem de sucesso na tarefa.
O tempo potencial de aprendizagem constitui a variável mais potente na predição de
um ensino eficaz (SIEDENTOP, 1983).
Ao nível do tempo potencial de aprendizagem é possível encontrar várias unidades de
análise. Se não considerarmos a taxa de sucesso nas tarefas podemos contabilizar
simplesmente o tempo de actividade motora. Trata-se do tempo em que o aluno passa
a praticar as actividades físicas, pelo que podemos ainda fazer distinção entre o tempo
de actividade motora geral e específico - este constitui o período da aula em que o
aluno se encontra envolvido em actividades que possuem uma relação directa com os
objectivos da aula, o que exclui, por exemplo, as actividades de aquecimento genéricas
e inespecíficas (JANUÁRIO e GRAÇA, 1997).
A investigação sobre o ensino tem comparado a importância de variável tempo. O uso
do tempo potencial de aprendizagem encontra-se directamente associado aos
resultados académicos dos alunos especialmente quando se consideram os ganhos de
aprendizagem a curto prazo (BENTO, 1987). No que concerne ao tempo potencial de
aprendizagem, os autores apresentam resultados que demonstram a transformação do
tempo disponível para a prática em (63% que corresponde a uma média entre 59 e
67%) em tempo de empenhamento motor específico com uma variação de valores
médios entre 11 e 36%.
Sobre a necessidade da maximização do tempo potencial para a prática motora
SARMENTO (1998), enfatizam que toda a organização nas aulas de Educação Física
deve criar condições para que o aluno possa desfrutar no máximo tempo possível nas
actividades planeadas.
JANUÁRIO e GRAÇA (1997), nem todo o tempo disponibilizado para a prática motora
significa que os alunos estão empenhados, e com sucesso nas tarefas de
aprendizagem pois há que descontar os tempos de espera para entrar em acção e os
tempos de intervalos na actividade entre tarefas. Porém a relação entre o tempo
potencial de aprendizagem e o tempo disponível para a prática depende da forma
como o professor gere as situações de ensino-aprendizagem.
MESQUITA (1997), diz que «quanto mais tempo de prática motora o treinador
(professor) proporcionar aos atletas (alunos), mais tempo de aprendizagem lhes
proporciona; ainda de acordo com a autora, é necessário que o treinador aumente o
tempo potencial de aprendizagem, utilizando alguns procedimentos como: (1)
comunicar-se com os atletas enquanto praticam, emitindo-lhes “feedbacks”; (2)
escolher de forma cuidada os exercícios; (3) ajustar o número de atletas envolvidos nos
exercícios às características destes…». Para optimizar o tempo potencial de
aprendizagem, JANUÁRIO e GRAÇA (1997), propõem, propõem os seguintes
princípios metodológicos: Planear o ensino e, em especial, cuidar da organização e
gestão da aula, Estabelecer tarefas de aprendizagem motivantes e ajustadas às
necessidades educativas dos alunos; etc…
Estratégias para uma gestão eficaz do tempo de aula
As estratégias que tentam reduzir o tempo de organização e os comportamentos
irregulares permitem aos professores dedicarem mais tempo à tarefa de aprendizagem
(SIEDENTOP, 1998). SIEDENTOP (1998), diz que «um sistema eficaz de tarefas de
organização, começa pela criação de rotinas e estabelecimento de regras
concernentes aos comportamentos apropriados na turma; as regras podem ser
formuladas a partir da definição de comportamentos aceitáveis, por exemplo, ser
obediente e estar atento quando o professor estiver a explicar».
Os estudos já realizados em torno da organização indicam que durante os primeiros
dias de aula, os professores devem estabelecer regras de rotina da turma…
(SIEDENTOP, 1998).
Gestão do tempo de aula (em % do tempo útil da aula) (JANUÁRIO e GRAÇA, 1997). P 15
N Actividade Instrução Organização Prática Outras actividades

C. da Costa (1988) 54 S. Altura 12.50 20 65.10 2.30


Dinis (1985) 75 Várias 12.89 20.41 65.09 2.07
Graça (1991) 11 Basquetebol - - 67.60 -
Januário (1992) 44 Várias 19.60 17.30 59.60 3.20
Petrica (1991) - - c.19 c.20 c.61 -
Semedo (1990) 60 Várias 16.70 16.70 66.00 3.70

15.42 18.60 64.68 2.82

Uma conclusão genérica que se pode facilmente retirar é que os resultados dos
diversos estudos, são relativamente homogéneos e apresentam valores aproximados,
o tempo em instrução com um valor médio de 15.42%, na organização com um valor
medio de 18.60% e no tempo disponível para a prática, com um valor médio de 64.68%
(JANUÁRIO E GRAÇA, 1997). Em condições naturais de ensino, comparados dois
professores classificados na sua evolução contínua baseada em progressão qualitativo
dos alunos, (CARREIRO e PIERON, 1990) observaram uma diferença clara em tempo
útil que obtinham, na categoria do tempo disponível para a prática foram alcançados
71.6%, valores este que mais favorece para aprendizagem (SIEDENTOP, 1998).
MATERIAL E MÉTODO
Tipo de estudo: Trata-se do estudo descritivo transversal.

Caracterização da amostra
N° Professor Unidade Didáctica e tema Função Didáctica Meios Nº de alunos
1 Licenciado Atletismo-Salto em comprimento Exercitação Caixa de salto e 2 bolas de futebol 49 alunos
2 Médio Andebol Passe e recepção Consolidação 4 bolas 54 alunos

Variáveis
Independente: Nível de formação
Dependentes:Tempo útil, Tempo em instrução, Tempo em organização, Tempo
disponível para a prática motora.

Instrumentos e procedimentos de recolha de dados


Para a recolha de dados recorremos a técnica de observação não participativa e o
instrumento usado é designado por “Análise do tempo da aula”, da autoria do professor
CARREIRO DA COSTA (1988) citado por SARMENTO (1993), constituído pelas
seguintes categorias: Instrução da turma, organização da turma, a turma organiza-se,
prática e outros comportamentos…

Procedimentos estatísticos
Para a análise de dados deste trabalho, será usado o cálculo percentual de modo a
comparar o tempo gasto pelos dois professores na leccionação das suas aulas. Para
calcular a percentagem das diferentes categorias tivemos como referência o tempo útil.

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS


Tabela 1: Mostra valores e duração e percentagem das dimensões em estudo.

Instrução Organização Prática Tempo útil


P
Min % Min % Min % Min %
L 10.50 14.4 9 12.3 53.50 73.3 73 81
M 11.19 17 12.14 17.9 44.27 65.1 68 75.5
Média 10.84 15.45 10:57 15.1 48.88 69.2 70.5 78.3
O gráfico 1: Compara a forma de gestão do tempo.

80 73.3
70 65.1
60
50
40 Licenciado Medio
30
17.9
20 14.4 16.5 12.3
10
0
Instrucao Organiz Pratica

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Tempo útil

Em relação ao tempo útil, não se registaram diferenças significativas, visto que o valor
obtido aproxima-se a do estudo realizado por JANUÁRIO E GRAÇA (1997), a sua
diferença constatada foi de 0,6%, esta mínima diferença deveu-se pelo início tardio das
aulas, nós não temos a mesma justifição como constam em algumas obras que citam
os balneários como local de atraso dos alunos a aula de educação física, afectando
consequentemente o tempo útil, visto que para a realidade Moçambicana os alunos
chegam a escola já equipados só para a aula de educação física, assim o outro
aspecto que contribuiu foi o não uso de circuito como prioridade bem se sabe que uma
das vantagens do uso deste é de oferecer possibilidade extraordinária para a formação
de valiosas qualidades da personalidade tais como espirito de sacrifício e de esforço,
capacidade de auto-superação e qualidades volitivas e também o facto de todos alunos
poderem exercitarem ao mesmo tempo aumentando a dinâmica da aula quebrando
tempo de espera.
Neste tempo está contabilizado o tempo de aquecimento dos alunos que não foi
calculado de forma isolado atendendo e considerando que o aquecimento é o elemento
importante para a estimulação dos músculos.
Resultados de cinco estudos em relação à duração do tempo útil da aula estima-se em
39 minutos (78.9% do tempo programa) a média do tempo útil da aula, no entanto
existem diferenças marcantes na utilização do tempo útil pelos docentes variando num
dos estudos entre os valores máximos e mínimos de 49 e 33 minutos (JANUÁRIO,
1992).
Esta mínima diferença registada da nos entender que os alunos estiveram em prática
por muito tempo segundo os estudos já realizados e os professores podem aumentar
este tempo através do cumprimento rigoroso dos horários e o uso de circuitos optando
por exercícios semelhantes ao jogo que poderá contribuir para o melhoramento da
aprendizagem.

Tempo de instrução.
Para a instrução os docentes tiveram como gasto de 15.45%, este valor que esta um
pouco acima do estudo realizado por (JANUÁRIO & GRAÇA, 1997), obtiveram 15.42%,
nesta óptica houve melhoria da gestão de tempo, as instruções foram claras e precisas
incidiram no essencial e os alunos foram informados o propósito da actividade e
estratégias cognitivas a serem usadas nas exercitações de modo a se concentrarem no
trabalho.
Uma conclusão genérica que se pode facilmente retirar é que os resultados dos
diversos estudos, são relativamente homogéneos e apresentam valores aproximados,
o tempo em instrução com um valor médio de 15.42%, na organização com um valor
medio de 18.60% e no tempo disponível para a prática, com um valor médio de 64.68%
(JANUÁRIO E GRAÇA, 1997).
Na confrontação directa entre o professor licenciado que se observou a aula da
unidade de atletismo que tinha como tema o salto em comprimento regista-se que na
instrução teve o gasto de 14.4% e no estudo em referencia no que tange a mesma
natureza da aula ministrada por (CARREIRO DA COSTA, 1988) citado por (JANUÁRIO
E GRAÇA, 1997) foram registados 12.50%, valor este que para o docente licenciado
esta muito abaixo para tal ele tem que ser claro e preciso na instrução dos seus alunos.
Tempo em organização
No que tange a organização em média os docentes gastaram 15.1% do tempo útil,
assim sendo este valor está abaixo do estudo realizado por (JANUARIO & GRAÇA,
1997) que obtiveram 18.60%, o valor alcançado no estudo recente revela uma melhoria
em termo do tempo de organização, assim sendo os docentes não levaram muito
tempo para organizar os seus alunos, mas para melhorar ainda mais o tempo de
organização pode se optar por formação em números na ordem ascendente de modo a
facilitar o controlo dos alunos no momento de chamada.
O tempo de organização é particularmente elevado em certas actividades como é o
caso de desportos colectivos e na leccionação de ginástica e, ao contrário, é
particularmente reduzido em actividades como a dança aeróbia (SIEDENTOP, 1998).
Uma conclusão genérica que se pode facilmente retirar é que os resultados dos
diversos estudos, são relativamente homogéneos e apresentam valores aproximados,
o tempo em instrução com um valor médio de 15.42%, na organização com um valor
medio de 18.60% e no tempo disponível para a prática, com um valor médio de 64.68%
(JANUÁRIO E GRAÇA, 1997).
Na equiparação da unidade de Atletismo na aula de salto em comprimento no capitulo
da organização, o professor licenciado teve o gasto de 12.30% enquanto que
(CARREIRO DA COSTA, 1988) citado por (JANUÁRIO E GRAÇA, 1997), foram
registados 20% na mesma categoria assim sendo no aspecto organizacional o docente
licenciado esteve bem enquadrado e soube organizar bem os seus alunos durante toda
a aula.

Tempo disponível para a prática


O tempo disponível para a prática disponibilizado pelos docentes foi de 69.2%, este
valor não está tão longe do estudo realizado pelos dois peritos já conhecidos nesta
área, neste caso estaríamos a referir do CARREIRO DA COSTA e PIÉRON (1990)
citados por (SIEDENTOP, 1998) em que tiveram como tempo disponível para a prática
71.6%, assim o valor alcançado pelo estudo recente faz-nos entender que naquela
escola os professores de educação física criam condições que favoreçam boa
aprendizagem, mas para poder alcançar os níveis desejáveis em termo do tempo nesta
categoria os professores ao preparem as suas aulas devem escolher ordenadamente
os exercícios de forma a evitar unilateralidade e monotonias, criando uma atmosfera de
exercitação plena de alegria.
Em condições naturais de ensino, comparados dois professores classificados na sua
evolução contínua baseada em progressão qualitativo dos alunos, CARREIRO e
PIERON (1990), observaram uma diferença clara em tempo útil que obtinham, na
categoria do tempo disponível para a prática foram alcançados 71.6%, valores este que
mais favorece para aprendizagem (SIEDENTOP, 1998).
Para aumentar o tempo disponível para a prática é preciso que o professor telha o
material em disposição a tempo e hora e instrua bem os seus alunos para que não
tenham muitas dúvidas na exercitação de modo que a aula não ganhem monotonia.
Comparando os dois professores na mesma unidade e o mesmo tema, na categoria do
tempo disponível para a prática o docente licenciado teve o gasto de 73.3% por seu
lado (CARREIRO DA COSTA, 1988) citado por (JANUÁRIO E GRAÇA, 1997), teve o
tempo de 65.50%, para o professor licenciado este valor obteve graças ao uso de
circuitos em que todos alunos estiveram em prática por muito tempo durante todos os
momentos da parte principal.

Conclusão
Notou se dificuldade no uso de circuito como estratégia preponderante para a
maximização do tempo útil nas aulas de educação física, mas mesmo assim, os
docentes não mostram maior diferença na gestão do tempo em equiparação com
estudos já realizados e para que os professores garantam a maximização do tempo útil
é necessário que haja a pontualidade e colocar o material para a aula em local de fácil
acesso.

BIBLIOGRAFIA

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JANUÁRIO. C. O Pensamento do professor. Relação entre as decisões pré-
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JANUÁRIO. C & GRAÇA. A. Educação física: Contexto e inovação; IN Actas do V
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Como extrair a Bibliografia deste artigo? Veja:
____________________________________________________________________________________
ESQUADRO. Domingos. Gestão do tempo na aula de educação física. Estudo
comparativo entre professor licenciado e médio. Tete, Moçambique, 2016.

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