Mestres de Halakhá.
Mestres de Halakhá.
Mestres de Halakhá.
Michnê Torá ou Yad Hazaká (Mão Forte) — composto de 14 livros que contêm 982
capítulos e milhares de leis. Constitui uma organização e depuração do Talmud,
com classificação, fundamentação, categorização e simplificação.
Rabi Iossef Caro |Rabi Iossef de Efraim Caro|
Há, porém, quem diga que Rabi Iossef Caro escrevera seu compêndio de
halakhá citado especialmente com a finalidade de ajudar às comunidades
achkenazitas, que já muito antes de sua época distanciaram-se
demasiadamente da halakhá talmúdica, perdendo-se em seu emaranhado
de "minhagim" ("costumes"), chegando ao ponto de em certa comunidade
permitirem os rabinos o comer do sebo que cobre o estômago dos animais,
sobre o qual incorre-se em pena de morte espiritual pela Torá (-veja o livro
intitulado "Iĥussê Tanaím weAmoraím", de Rabi Iehudá ben-Rabi
Qolonimus, pág. 358 acerca deste caso de permissividade por motivo do
costume comunitário, e o livro "Sêfer ha-Minhagim" de Rabi Isaac Tirna,
em seu prefácio" - e, este caso é trazido somente por exemplo), pelo que
escrevera em resposta para uma comunidade que perguntava sobre "que
diria o grande sábio acerca de mudar uma comunidade sefardita de viver
de acordo com o Michnê Torá de Rabi Mochê ben-Maimon" - (até a época
de Rabi Iossef Caro todos os sefaraditas do mundo seguiam o Rambam ao
pé da letra, orgulhando-se disto) que "toda a Espanha e Portugal
(Sefarad), norte da África, Terra de Israel e 'Arabistan' (países árabes) -
que não deixem e nem se deixem forçar a deixar de cumprir a halakhá de
acordo com o Michnê Torá, pois o Rabi Mochê não só é o maior dos
legisladores de halakhá pós-talmúdicos, senão também o maioral entre os
sábios da Terra de Israel, sendo que todo o mundo deve ouvi-lo". -
(resposta trazida no livro de responsas Abqat Rokhel siman 32).
Rabi Iossef Caro nasceu na Espanha no ano 1488, e ao contar com quatro
anos de idade foi expulsa sua família, chegando a Portugal, daí para muitos
outros lugares, até chegarem à Turquia, onde se estabeleceram na cidade
de Constantina.
O princípio de seu ensino recebeu de seu próprio pai, que era grande sábio
e o qual lembra muitas vezes Rabi Iossef Caro em seus escritos no livro
"Bet Iossef". Após o falecimento de seu pai, transferiu-se para a casa de
seu tio, Rabi Isĥaq Caro, que adotou-o por filho.
Ainda muito jovem tornara-se Rabi Iossef Caro famoso por sua sabedoria e
profundo conhecimento em todos os setores da Torá e já dirigiam-se a ele
com perguntas em questões problemáticas de halakhá.
Seu livro foi recebido com muito antagonismo por muitos sábios da época,
tanto sefarditas e judeus orientais, como achkenazitas, e principalmente
estes últimos, especialmente os alemães e os poloneses, pois segundo seu
parecer Rabi Iossef Caro quase sempre decidiu a halakhá de acordo com o
parecer de um dos grandes sábios sefaraditas, raramente pendendo a
balança para algum grande sábio dos achkenazitas, desfazendo-se da
"tradição de nossos sábios francesa e alemães".
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sofisma substantivo masculino
1 Rubrica: lógica.
Argumento ou raciocínio concebido com o objetivo de produzir a ilusão da
verdade, que, embora simule um acordo com as regras da lógica, apresenta, na
realidade, uma estrutura interna inconsistente, incorreta e deliberadamente
enganosa
2 Rubrica: lógica.
argumentação que aparenta verossimilhança ou veridicidade, mas que comete
involuntariamente incorreções lógicas; paralogismo
3 Derivação: por extensão de sentido (da acp. 1).
qualquer argumentação capciosa, concebida com a intenção de induzir em erro,
o que supõe má-fé por parte daquele que a apresenta; cavilação
4 Derivação: por extensão de sentido. Uso: informal.
mentira ou ato praticado de má-fé para enganar (outrem); enganação, logro,
embuste
uma necessidade de traduzir termos "internacionais" ao idioma
hebraico, e "religião" faz parte da longa lista. A palavra "dat" significa
"lei" em sentido constitucional, e se em sentido teocrático ou não,
isto nada tem a ver com o termo latino citado.
Não somos contra um, nem contra o outro. Nada temos contra as
pessoas ou contra as ideologias. Nossa ideologia é apenas uma:
cumprir com o que nos foi ordenado no Sinai, admitindo ser a
Torá transcendental, sem tentar mudar em nada - e não por
misoneísmo, ou por modernismo, senão por que ela não está
submetida ao tempo, nem pode envelhecer ou modificar-se.
Caso um venha a dizer-nos: “- A Torá não foi dada para nossa
época”!”, ou: “ - Os tempos mudaram!”- diremos a esta pessoa que
sua primeira afirmação está errada, e segunda, correta, mas não por
ela vivemos. Pois o ser humano é dinâmico - e seus "tempos"
mudam.
O que é a qabalah?
Sua luta contra os muçulmanos era justificada pelo fato de que o Islã,
sempre se opunha a qualquer fator contrário aos fundamentos
islâmicos, especialmente os que buscam explanar as ações divinas no
plano material, ou crendices como a fé na transmigração das almas,
ou que Deus seja simplesmente o "Cosmos", e a "alma do todo",
crenças que, segundo o islamismo, assim como o judaísmo - tentam
diminuir e buscam limitar a Divindade, e são a essência do que se
chama em termos cabalísticos "árvore da vida", ou seja, a ordem das
"sefirot".
Todavia, ela não fora difundida por acervos homílicos senão a partir
da difusão do Zôhar - tido como a principal obra cabalística que -
segundo a tradição - foi escrito por Rabi Chime'on ben-Yoĥái, um
Taná (Sábios do Talmud anteriores ao período dos Amoraím -
lembrados acima) - que remonta ao período da revolta judaica contra
o Império Romano (a guerra perdurara de 69 da era gregoriana até
129 e.g). O período exato no qual se dera a compilação desta famosa
obra é, contudo, muito discutido, bem como a autoria, pois no dito
livro são lembrados muitas figuras rabínicas do período amoraíta,
cerca de três séculos após o falecimento de Rabi Chime'on ben-Ioĥái,
além de seu estilo idiomático não coincidir com o da época, sendo seu
aramaico uma miscelânea de "linguajar babilônio" e "aramaico da
Terra de Israel", quando na verdade deveria ser sua forma lingüística
simplesmente ligada à Terra de Israel, especialmente ao Tiberiano,
região para a qual se deslocaram os grandes sábios da época. Termos
idiomáticos peculiares aos sefarditas (como "esnoga", por exemplo)
também são encontrados no texto em dialeto judaico-espanhol
(ladino), o que leva a crer que o livro foi escrito no território espanhol
por volta do séc. XIII e.g.
1. Nêfech;
2. Ruaĥ;
3. Nechamá
4. Ĥiiá (alguns dizem: "ĥaiá")
5. Ieĥidá.
Todo este material foi extraído do Site judaísmo Ibérico, traduzido e compilado
pelo Rib Ia’acob de Oliveira da União Sefardita hispano-portuguesa .
Nosso agradecimento pelo farto, rico e esplendoroso conteúdo vertido para língua
portuguesa, o qual será extraordinariamente proveitoso, para todo o que desejar
trilhar os caminhos da Torá, outorgada no Sinai através de Mochê Rabênu aos
Zeqanim (anciões) e a todo o Povo de Israel. Barukh há-Chem ( Bendito é Ele).
Neĥemiá de Góis Há Sefaradí, Brasília Brasil 5770.