Lei 12.846 de 1 de Agosto de 2013
Lei 12.846 de 1 de Agosto de 2013
Lei 12.846 de 1 de Agosto de 2013
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II
§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta Lei, quem, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos,
entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como em
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro
ou em organizações públicas internacionais.
CAPÍTULO III
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento
bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os
tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui, em qualquer hipótese, a
obrigação da reparação integral do dano causado.
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput , caso não seja possível utilizar o critério do valor
do faturamento bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$
60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).
§ 6º (VETADO).
I - a gravidade da infração;
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública
lesados; e
X - (VETADO).
CAPÍTULO IV
Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com
abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta
Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções
aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração,
observados o contraditório e a ampla defesa.
CAPÍTULO V
DO ACORDO DE LENIÊNCIA
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo
de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei
que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que
dessa colaboração resulte:
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob
apuração.
Art. 16. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão, no âmbito de
suas competências, por meio de seus órgãos de controle interno, de forma isolada ou em
conjunto com o Ministério Público ou com a Advocacia Pública, celebrar acordo de leniência
com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos e pelos fatos investigados e
previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com as investigações e com o processo
administrativo, de forma que dessa colaboração resulte: (Redação dada pela Medida provisória
nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; (Redação dada
pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
II - a obtenção de informações e documentos que comprovem a infração noticiada ou
sob investigação; (Redação dada pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
III - a cooperação da pessoa jurídica com as investigações, em face de sua
responsabilidade objetiva; e (Incluído pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência
encerrada)
IV - o comprometimento da pessoa jurídica na implementação ou na melhoria de
mecanismos internos de integridade. (Incluído pela Medida provisória nº 703, de
2015) (Vigência encerrada)
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo
de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei
que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que
dessa colaboração resulte:
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a
pessoa jurídica responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de
1993, com vistas à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em
seus arts. 86 a 88.
CAPÍTULO VI
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de
representação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação com vistas
à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras:
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito
direta ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de
boa-fé;
I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover
a prática de atos ilícitos; ou
II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos
beneficiários dos atos praticados.
§ 2º (VETADO).
Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão ser aplicadas as sanções
previstas no art. 6º , sem prejuízo daquelas previstas neste Capítulo, desde que constatada a
omissão das autoridades competentes para promover a responsabilização administrativa.
Parágrafo único. A proposta do acordo de leniência poderá ser feita mesmo após
eventual ajuizamento das ações cabíveis. (Incluído pela Medida provisória nº 703, de
2015) (Vigência encerrada)
Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei nº
7.347, de 24 de julho de 1985.
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Cadastro Nacional de
Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos
ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo
com base nesta Lei.
II - tipo de sanção; e
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou impeditivo da sanção,
quando for o caso.
§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo de leniência, além das
informações previstas no § 3º , deverá ser incluída no Cnep referência ao respectivo
descumprimento.
Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas
as esferas de governo deverão informar e manter atualizados, para fins de publicidade, no
Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, instituído
no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos às sanções por eles aplicadas, nos
termos do disposto nos arts. 87 e 88 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados com fundamento
nesta Lei serão destinados preferencialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.
Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas nesta Lei, contados da data
da ciência da infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver
cessado.
Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo administrativo na forma do seu
estatuto ou contrato social.
Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento das infrações previstas nesta
Lei, não adotar providências para a apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e
administrativamente nos termos da legislação específica aplicável.
Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira
contra a administração pública estrangeira, ainda que cometidos no exterior.
Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do Conselho Administrativo de
Defesa Econômica, do Ministério da Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar
fato que constitua infração à ordem econômica.
§ 1º Os acordos de leniência celebrados pelos órgãos de controle interno da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios contarão com a colaboração dos órgãos a que se
refere o caput quando os atos e fatos apurados acarretarem simultaneamente a infração ali
prevista. (Incluído pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
§ 2º Se não houver concurso material entre a infração prevista no caput e os ilícitos
contemplados nesta Lei, a competência e o procedimento para celebração de acordos de
leniência observarão o previsto na Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011, e a referida
celebração contará com a participação do Ministério Público. (Incluído pela Medida provisória
nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os processos de
responsabilização e aplicação de penalidades decorrentes de:
I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº 8.429, de 2 de junho de
1992 ; e
II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, ou outras normas
de licitações e contratos da administração pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado
de Contratações Públicas - RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011.
Art. 30. Ressalvada a hipótese de acordo de leniência que expressamente as inclua, a
aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os processos de responsabilização e
aplicação de penalidades decorrentes de: (Redação dada pela Medida provisória nº 703, de
2015) (Vigência encerrada)
I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº 8.429, de 199 2; (Redação
dada pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 1993 , ou por outras normas de
licitações e contratos da administração pública, inclusive no que se refere ao Regime
Diferenciado de Contratações Públicas - RDC, instituído pela Lei nº 12.462, de
2011 ; e (Redação dada pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
III - infrações contra a ordem econômica nos termos da Lei n º 12.529, de
2011 . (Incluído pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os processos de
responsabilização e aplicação de penalidades decorrentes de:
Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data de sua publicação.