Lei de Improbidade Administrativa - Atualizada

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LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - ATUALIZADA


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LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (ATUALIZADA)
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Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a


perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma
e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Suspensão dos direitos políticos  Suspensão temporária

Ressarcimento ao erário  apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança


ou do patrimônio transferido.

Indisponibilidade dos bens  MP propõem e juiz decreta!

Caráter da ação de improbidade administrativa  Civil

POR SER CIVIL, NÃO HÁ FORO DE PRERROGATIVA DE FUNÇÃO!

O STF entendeu que, salvo o Presidente da República, os agentes políticos estão sujeitos
à dupla responsabilidade e se submetem tanto à responsabilização civil pelos atos de
improbidade administrativa quanto à responsabilização político-administrativa por
crimes de responsabilidade.

PRINCIPAIS MUDANÇAS NA NOVA LEI:

→ Ato de improbidade exige dolo. Retirada da forma culposa do art. 10

→ Somente o MP é legitimado para propor a ação

→ Ação no art. 12 que estabelece as sanções. Especialmente, nos prazos de suspensão dos
direitos políticos

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→ Alteração nas regras sobre prescrição.

→ Art. 23 estabelece prazo único de 8 anos.

→ Nepotismo previsto expressamente como ato de improbidade.

→ Casos de interrupção da prescrição.

Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a


probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar
a integridade do patrimônio público e social, nos termos desta Lei.

§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos


arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais.
Condutas apenas dolosas, não há de se falar mais em condutas culposas na lei de
improbidade!

§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado


nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente.

§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem


comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de
improbidade administrativa.

§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios constitucionais


do direito administrativo sancionador.

§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e no exercício de


suas funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados,
dos Municípios e do Distrito Federal.

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Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio
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de entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de
entes públicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo.

Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei


os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada para cuja
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual,
limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito sobre a
contribuição dos cofres públicos.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor
público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas
no art. 1º desta Lei.
origem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física ou jurídica,
que celebra com a administração pública convênio, contrato de repasse, contrato de gestão,
termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente.”(NR)

as disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade.

Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado


não respondem pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo
se, comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso em que responderão
nos limites da sua participação.

O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente
estão sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do
patrimônio transferido.

A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na


hipótese de alteração contratual, de transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão
societária.

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Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à 5
obrigação de reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido,
não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e de
fatos ocorridos antes da data da fusão ou da incorporação, exceto no caso de simulação
ou de evidente intuito de fraude, devidamente comprovados.

A LIA DESCREVE TRÊS TIPOS DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:


• ATOS QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
• ATOS QUE CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO
• ATOS QUE ATENTAM CONTRA PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

ATOS QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO:

→ Receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação
ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

→ Perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou


locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas
no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;

→ Perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou


locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior
ao valor de mercado;

→ Utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de


qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos,
empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

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→ Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a
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exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando,
de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

→ Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer


declaração falsa sobre qualquer dado técnico que envolva obras públicas ou qualquer
outro serviço ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de
mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas anteriormente.

→ Adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, de cargo, de emprego ou de


função pública, e em razão deles, bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos
descritos no caput deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio
ou à renda do agente público, assegurada a demonstração pelo agente da licitude da
origem dessa evolução;

ATENÇÃO!
O DISPOSITIVO EXIGE QUE A EVOLUÇÃO PATRIMONIAL DESPROPORCIONAL NÃO
COMPROVADA SEJA “EM RAZÃO” DA FUNÇÃO PÚBLICA.

→ Aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para


pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por
ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;

→ Perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública


de qualquer natureza;

→ Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir


ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;

→ Aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para


pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por
ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;

→ Perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública


de qualquer natureza;

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→ Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir
ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;

→ Incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;

→ Usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo


patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

ATOS QUE CAUSAM LESÃO AO ERÁRIO:


Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação
ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas
no art. 1º desta Lei, e notadamente:

O ART. 10 SOFREU A MAIOR MUDANÇA, A RETIRADA DA MODALIDADE CULPOSA!

→ Facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida incorporação ao patrimônio


particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta lei

→ Pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie

→ Doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins
educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais
e regulamentares aplicáveis à espécie;

→ Permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de


qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por
parte delas, por preço inferior ao de mercado;

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→ Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior
ao de mercado; realizar operação financeira sem observância das normas legais e
regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;

→ Conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou


regulamentares aplicáveis à espécie;

→ Frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de


parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;

→ Agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público;

→ Liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular;

→ Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

→ Permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas etc.

→ Equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de


qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor
público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.

→ Celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
(Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)

→ Celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação


orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela Lei n.
11.107, de 2005)

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→ Facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular
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de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela
administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela

→ Permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada
mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)

→ Celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância


das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

→ Agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na análise das


prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades
privadas;

→ Liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas
sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular. (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei n.
13.204, de 2015)

→ Liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas
sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular.

→ Conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem


o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar n. 116, de 31 de julho de 2003.

Nos casos em que a inobservância de formalidades legais ou regulamentares não implicar


perda patrimonial efetiva, não ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o
enriquecimento sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei.

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§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da ATIVIDADE ECONÔMICA NÃO ACARRETARÁ
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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, SALVO SE COMPROVADO ATO DOLOSO PRATICADO COM
ESSA FINALIDADE.

A nova disposição exige para a configuração dos atos do art. 10 o efetivo dano econômico.

“Nos casos em que a inobservância de formalidades legais ou regulamentares não implicar


perda patrimonial efetiva, não ocorrerá imposição de ressarcimento.”

ATOS QUE ATENTAM CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:


Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de
imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas:

I – Praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na
regra de competência;

II – Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou
colocando em risco a segurança da sociedade e do Estado;

IV – negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a
segurança da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei;

V – frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de


chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio,
direto ou indireto, ou de terceiros;

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VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das
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condições para isso, com vistas a ocultar irregularidades;

ATENÇÃO!! ALTERAÇÃO IMPORTANTE, O CRIME DE NEPOTISMO ENTRA NA LISTA:


XI – nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até
o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e
indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas;

XII – praticar, no âmbito da administração pública e com recursos do erário, ato de


publicidade que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, de forma a
promover inequívoco enaltecimento do agente público e personalização de atos, de
programas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públicos.

Somente haverá improbidade administrativa, na aplicação deste artigo, quando for


comprovado na conduta funcional do agente público o fim de obter proveito ou benefício
indevido para si ou para outra pessoa ou entidade.

enquadramento de conduta funcional na categoria de que trata este artigo pressupõe a


demonstração objetiva da prática de ilegalidade no exercício da função pública, com a
indicação das normas constitucionais, legais ou infralegais violadas.

Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem lesividade relevante ao bem jurídico
tutelado para serem passíveis de sancionamento e independem do reconhecimento da
produção de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.

ENTENDIMENTOS STF
Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indicação política por parte dos
detentores de mandatos eletivos, sendo necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita
por parte do agente.”(NR)

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É necessária a comprovação de responsabilidade subjetiva para a tipificação dos atos de
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improbidade administrativa, exigindo-se nos artigos 9º, 10 e 11 da LIA a presença do
elemento subjetivo dolo;

A norma benéfica da Lei 14.230/2021 revogação da modalidade culposa do ato de


improbidade administrativa, É IRRETROATIVA!

A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de improbidade administrativa culposos praticados
na vigência do texto anterior, porém sem condenação transitada em julgado, em virtude da
revogação expressa do tipo culposo, devendo o juízo competente analisar eventual dolo por
parte do agente. O novo regime prescricional previsto na Lei 14.230/2021 é irretroativo,
aplicando-se os novos marcos temporais a partir da publicação da lei.

A nova sistemática, MAIS FAVORÁVEL AOS ACUSADOS, não poderá ser aplicada a quem já
tem condenação definitiva.

Se o agente ESTAVA RESPONDENDO (processo em andamento) por ato CULPOSO, com


a entrada em vigor da nova lei ele foi beneficiado, não devendo mais punido.

PRESCRIÇÃO: os novos prazos não são retroativos, e só passam a contar de 26.10.2021 (data
da publicação da norma) em diante. Esse entendimento foi mais benéfico aos réus que
respondiam a processos por improbidade, POIS ANTES O PRAZO ERA DE 5 ANOS, AGORA A
PRESCRIÇÃO É DE 8 ANOS.

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PENAS:
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Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das
sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que
PODEM SER APLICADAS ISOLADA OU CUMULATIVAMENTE, DE ACORDO COM A GRAVIDADE
DO FATO:

I – na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos,
pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibição de
contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos;

II – na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos até 12 (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano
e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos;

Na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes
o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público
ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior
a 4 (quatro) anos;

ATOS QUE ATENTAM CONTRA PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS  NÃO tem mais a sanção
de suspensão dos direitos políticos perda da função.

A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação
econômica do réu, o valor calculado na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é
ineficaz para reprovação e prevenção do ato de improbidade.

Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser considerados os efeitos econômicos e


sociais das sanções, de modo a viabilizar a manutenção de suas atividades.

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Em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a sanção de
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proibição de contratação com o poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato
de improbidade, observados os impactos econômicos e sociais das sanções, de forma a
preservar a função social da pessoa jurídica, conforme disposto no § 3º deste artigo.

No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tutelados por esta Lei, a sanção limitar-
se-á à aplicação de multa, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores
obtidos, quando for o caso, nos termos do caput deste artigo.

Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere esta Lei deverá
deduzir o ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por
objeto os mesmos fatos.

As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Lei e na Lei n. 12.846, de 1º de agosto
de 2013, deverão observar o princípio constitucional do non bis in idem.

As sanções previstas neste artigo somente poderão ser executadas após o trânsito em
julgado da sentença condenatória.

Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, computar-
se-á retroativamente o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado
da sentença condenatória.

A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração


de imposto de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à
Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal
competente.

A declaração de bens a que se refere o caput deste artigo será atualizada anualmente e na
data em que o agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da
função.

A declaração de bens a que se refere o caput deste artigo será atualizada anualmente e na
data em que o agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da
função.

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§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o
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agente público que se recusar a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste
artigo dentro do prazo determinado ou que prestar declaração falsa.

É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos


depositados em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-
corrente.

É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado


que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta
Lei.”(NR)

NÃO SE APLICAM NA AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:


I – a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em caso de revelia;

II – a imposição de ônus da prova ao réu;

O Ministério Público poderá, conforme as circunstâncias do caso concreto, celebrar acordo


de não persecução civil, desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados:

I – o integral ressarcimento do dano;


II – a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de
agentes privados.

A celebração do acordo dependerá, CUMULATIVAMENTE:

I – da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior ou posterior à propositura da


ação;

II – de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo órgão do Ministério Público


competente para apreciar as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior
ao ajuizamento da ação;

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III – de homologação judicial, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois do
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ajuizamento da ação de improbidade administrativa.

A ação por improbidade administrativa é repressiva, de caráter sancionatório, destinada à


aplicação de sanções de caráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado
seu ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas e para a proteção do
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos, coletivos e
individuais homogêneos.

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