Exclusão Social - Práticas Sociais e Subjetividades
Exclusão Social - Práticas Sociais e Subjetividades
Exclusão Social - Práticas Sociais e Subjetividades
Curso de Psicologia
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................3
2. PROCEDIMENTOS....................................................................................4
4. CONCLUSÃO.............................................................................................8
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................8
ANEXOS...............................................................................................................9
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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi desenvolvido por meio de uma proposta da disciplina de
Práticas Sociais Subjetivas, onde foi sugerido realizar observações de acontecimentos
sociais dentro do tema “Exclusão Social” para dar ênfase ao fenômeno observado em
fatos do cotidiano e nas relações interpessoais, notando os aspectos da sua
subjetividade, pontuando referenciais teóricos e observando os fenômenos na pratica.
Para isso, foram realizadas pesquisas acadêmicas e também observações gerais a
respeito da síntese de exclusão social em locais públicos e privados, como também em
ambiente domiciliar recorrente à situação pandêmica originária da COVID-19 que
ocorreu no período de realização do trabalho. O foco destas observações foi analisar o
modelo predominante de exclusão social ali presente, como os indivíduos e grupos
excluídos se comportam, se há isolamento social e qual a adoção, pelo Estado, de
políticas públicas para implementar medidas que visam assegurar um maior equilíbrio
social.
2. PROCEDIMENTOS
Devido as atuais circunstâncias no cenário de pandemia e isolamento social,
cada integrante do grupo fez suas observações da maneira que estava em seu alcance,
podendo optar por realizá-la em ambiente domiciliar com filmes, documentários, jornais
e vídeos ou em locais públicos e posteriormente ocorreu a reunião de todo material com
o grupo para a formulação de ideias a respeito do fenômeno observado comparando
com a respectiva teoria.
2.1 Ambiente
As observações foram feitas em diferentes locais de acordo com a preferencia de
cada integrante do grupo, sendo eles: Dentro de casa, shopping, praças, albergue e
avenidas.
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2.2 Material
3. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
De acordo com Evaristo (2016) uma outra forma de ver a exclusão social é pelo
não reconhecimento de direitos. Essa interpretação ficou conhecida como nova
exclusão. Segundo essa abordagem, os excluídos são aqueles que “não tem direito a ter
direitos”.
Assim sendo, este trabalho vai abordar uma exclusão social de forma ampliada
com um olhar mais voltado as questões sociais e a vulnerabilidade da minoria
historicamente excluída como idosos, pessoas portadoras de necessidades especiais,
mulheres, crianças, homossexuais, dependentes químicos, todos aqueles que não
conseguiram e que não se encaixam no sistema capitalista consumista, que muitas vezes
são tachados como peso para sociedade ou como ameaça ao sistema de produção e
segurança.
tidos como o maioral ditadores do sistema e de leis, muitas delas válidas até hoje.
Começava pela discriminação, onde os que não se encaixavam nos estereótipos eram
tidos como animais, doentes, vândalos e, desta forma eram postos a exclusão, muitas
vezes trancafiados em manicômios.
Mulheres sem qualquer direito, tinham que ficar a servir aos seus senhores e no
comando das tarefas de casa e educação dos filhos, não eram vistas como serem
pensantes, como ainda temos essa questão até hoje, onde mulheres ainda ganham 30% à
menos comparados ao salários dos homens, essa questão ainda é pior se a mulher for
negra ou biologicamente do sexo masculino, transexual.
na TV globo, “Se vira nos Trinta”. Na sua maioria são negros, homens, mulheres,
idosos, para esta situação não tem idade ou sexo. Todos um dia tiveram mãe, família,
um lar, e que com a falta de oportunidades precisaram tomar essa difícil decisão de
viver nas ruas.
4. CONCLUSÃO
Contudo, pode-se concluir que exclusão social é visto como um processo
histórico situado no tempo e no espaço, no qual constam vários fatores, como a questão
do racismo, que está imbricada num contexto histórico; na criminalidade, visto que
muitas facções surgem dentro de presídios como forma de proteção dos presidiários da
violência e maus tratos que sofrem na cadeia, vivendo em ambientes insalubres; pessoas
em situações/moradoras de ruas no qual sobrevivem de ações sociais da população e do
governo; a população indígena cujo suas aldeias foram invadidas e muitos nativos
morreram tentando lutar, e também às questões sociais e a vulnerabilidade de outras
minorias como: idosos, pessoas portadoras de necessidades especiais, mulheres,
crianças, homossexuais, dependentes químicos, todos aqueles que não conseguiram e
que não se encaixam no sistema capitalista e são vistos como ameaça à segurança.
Com base no foco da realização deste trabalho, foi possível identificar que os
grupos e indivíduos excluídos socialmente se excluem por si só, por não se sentirem
pertencentes àquela sociedade, ou dignos e merecedores de seus direitos e serviços.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Araújo, M. R. (s.d.). EXCLUSÃO SOCIAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL
EMPRESARIAL. Psicologia em Estudo.
Borba, A. A., & Lima, H. M. (s.d.). Exclusão e inclusão social nas sociedades
modernas: um olhar sobre a situacao em Portugal e na Uniao Europeia.
Escorel, S. (1999). Vidas ao Léu: Trajetórias de exclusão social. Rio De Janeiro:
FIOCRUZ.
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ANEXOS
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Observação 01
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Local: Rio Preto Shopping- São José do Rio Preto/SP
Data: 05/09/2020 Horário: 15h às 16h (3horas)
Observador: Gabriela Vieira da Paixão- N324GD-6
Sei que a época não é boa para o consumo de coisa supérfluas, mas a
sandália desgastou com o tempo de uso, houve a necessidade de trocá-la, pois o
trabalho é duro, são dias e dias usando a mesma para ir trabalhar, e não tem nada
melhor que usar algo confortável nos pés que me sustentam o dia todo. Sempre
compro o mesmo modelo de sandália para ir trabalhar a anos, assim não corro o risco
de machucar os meus pés.
Sábado, 05 de setembro de 2020, São José do Rio Preto bate seus 40º, um
calor insuportável, sem contar que estamos em época das queimadas, então junta o
calor, a fumaça e o corona vírus, os vilões do momento, e nada melhor que dá um
passeio no shopping para se refrescar, tomar um soverte e aproveitar para comprar
minha sandália favorita de trabalho.
Com a grana curta, e mesmo se tivesse grana, eu iria à mesma loja, Lojas
Renner, lá tenho a oportunidade de olhar todos os calçados, vários modelos,
tamanhos e sem contar que sempre encontro coisas num precinho camarada.
Estou olhando as sandálias e um vendedor pergunta: -“precisa de ajuda,
moça?”. Sinceramente eu não gosto, prefiro entrar e me sentir à vontade, gosto eu
mesma de ficar olhando e provando, se eu tiver alguma dúvida eu chamo o vendedor
mais próximo. Nesse dia a loja tinha poucos clientes, o suficiente para eu pegar
várias sandálias e observar o comportamento de duas moças na minha frente. Duas
mulheres bem vestidas, cabelos logos, um pouco de bijuterias, uma delas usava um
belo óculo de grau, as duas estão usando sandálias de salto alto, um luxo para andar
no shopping no sábado à tarde. Elas olhavam algumas blusinhas infantis, pelo jeito
pareciam procurar algum presente, tinham a cara de dúvida e uma sempre pedia a
opinião da outra. Fui mais perto, para tentar observa e ouvir o que elas falavam e de
repente uma delas diz, “Que blusinha com a cara de pobre”! Eu indignada olhei para
o lado, fiquei envergonhada. A outra logo deu uma risada e disse: - Parece uma que a
Sofia ganhou de presente e eu dei de presente para priminha dela, filha minha não
usa esse tipo de roupa. Continuei, a ouvir o assunto perplexa, e pensando “ a pessoa
quando acha que é melhor que o outro, e não quer pertencer a um grupo que julga
ser inferior ao seu, discrimina até pelo tipo de roupa, ela desqualifica tudo o que é
outro, o outro é pobre, essa roupa é de pobre.”
O assunto entre elas continuou de roupa de “pobre” foi para o local que a
pessoa mora, roupa de quem mora na zona “norte”, e riam alto, a cada roupa que
pegavam era um tipo de classificação.
Próximo a mim tinham outras pessoas comprando na loja, e eu percebi que
ficaram sem jeito, pois uma delas usava uma roupa bem parecida com a roupa que
foi intitulada de “roupa de zona norte”, a moça ficou sem graça e até parou de olhar
as roupas naquela arara. Percebi nela uma tristeza, ela ficou olhando outras coisas e
de repente saiu da loja, eu não tive mais nem vontade de comprar minha sandália,
um passeio que era pra ser legal acabou se tornando uma grande reflexão, quantas
vezes sem percebermos falamos algo que acaba deixando alguém sem graça, triste
com as nossas palavras?
Diminuir ou excluir alguém não faz de nós pessoas melhores, mais sim
pessoas que excluem e desvaloriza o outro.
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Não existe “roupa de pobre” “roupa da zona norte” ou roupa disso e daquilo
existe roupas que foram feitas para vestir e nos deixar confortável. Naquele momento
eu sentir que as duas moças queriam se sentirem melhores que os demais ao seu
redor, com palavras que machucam e diminuem, apareciam estar dentro de uma
bolha de egoísmo.
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Observação 02
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Local: Albergue, Rua Bernardino de Campos, São José do Rio Preto/SP
Data: 11/09/2020 Horário: 17h30- 19h (3horas)
Observador: Gabriela Vieira da Paixão RA: N324GD-6
Observação 03
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Local: Filme Parasita
Data: 13/09/2020 Horário: 2h 12m (2horas)
Observador: Gabriela Vieira da Paixão RA: N324GD-6
Quem é de São José do Rio Preto sabe bem o quanto é comum encontrar
pessoas esmolando nos semáforos da cidade, principalmente nas avenidas
que dão acessos as principais rodovias de entrada e saída para outras cidades.
buzinam, param, enfim, um caos! Todos querem ir pra casa. A senhora está lá,
sentada, um lenço na cabeça, uma blusa de mangas compridas e uma saia
abaixo dos joelhos, ela fica ali esperando que alguém lhe chame para que ela
possa vender suas pipocas. Um carro branco para no semáforo e chama por
ela, ela levanta com dificuldades com duas pipocas na mão e entrega para a
moça que está no banco do motorista, a moça lhe dá 5 reais e não aceita o
troco. Um carro que está logo atrás também pede uma pipoca, a senhora vai
até o seu carrinho, quase se arrastando, e pega uma pipoca e entrega para
outra moça que está sozinha no carro, ela lhe dá 2 reais, a senhora volta e
senta. Acredito que essa senhora seja aposentada, porém o dinheiro que
ganha não é suficiente para se manter, levando-a a se sujeitar a todo tipo de
má sorte, um Sol de 40º, riscos de atropelamento e riscos de vida. Essa
senhora precisa de cuidados, precisa sair da rua e ter condições de uma
velhice com cuidados e atenção.
Saindo da Avenida Bady Bassit, e indo até a Avenida dos Estudantes com a
Avenida Engenheiro Rui Seixas, 18h30. Essa avenida do acesso aos bairros da
zona norte da cidade, o fluxo de carro é o dobro da Avenida Bady Bassit pois,
aqui temos a passagem de ônibus e isso deixa o trânsito ainda mais caótico.
Nesse cruzamento temos um Supermercado e do outro lado uma farmácia,
aqui são 4 pessoas esmolando, todos homens e negros, cada um num
semáforo. Todos com as roupas sujas, um sem calçado, outro com dois
cachorros, todos aparentam usar drogas. Eles parecem ter uma sincrônica na
hora de andar pelo meio dos carros, pois sabem a hora exata de entrar e sair
dos corredores. Eu estou para, dentro do carro, aqui na farmácia Droga Raia
que tem na esquina. O moço que está com os cachorros, sai correndo para
pegar umas moedas que uma moça que está no carro prata acenou para ele ir
buscar, os cachorros não acompanham ele, ficam sentados esperando ele
voltar, ele fica a maioria do tempo brincando com esses cachorros quando o
semáforo está aberto. Outro moço que fica pedindo ao lado do Supermercado,
esse eu o vejo sempre ali há mais ou manos uns 5 anos ele sempre na rua
pedindo dinheiro. Ele não espera as pessoas chamarem ele, ele quem vai até
os carros e bate nos vidros, vejo que muita gente fecha os vidros dos carros
quando ele encosta, dificilmente alguém dá alguma coisa para ele, ele é bem
magro e tem os cabelos compridos até o ombro, anda sempre apressado,
desconfiado.
O outro rapaz, esse é o mais senhor de todos eles, pelo menos de aparência,
muito sujo, roupas rasgadas, sem chinelo, uma situação que dá um aperto no
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peito. Esse é o mais lento deles, parece que está sob efeito de alguma bebida
ou droga, fala enrolado, olhos caídos, passos lentos e movimentos bem
devagar, pode ser esteja doente também. As pessoas só olham pra ele, de
longe percebo uns olhares de desprezo, outros de pena e outros de raiva.
Esses homens passam horas fazendo isso, é muito triste ver esse tipo de cena,
fiquei no local por 40 minutos, fui embora e eles ainda estão lá, os invisíveis da
sociedade, os preguiçosos, entre outros termos que usamos para defini-los.
Hoje em dia está cada vez mais frequente encontrar pessoas em situação de
rua, sem um lar, sem um trabalho, sem esperança. São tantos olhares tristes
nas esquinas, dias e dias se passam e a situação é a mesma para essas
pessoas que se encontram invisíveis para a sociedade.
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Observação 05
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Local: Filme na quebrada
Data: 13/09/2020 Horário: 1h30min (2horas)
Observador: Gabriela Vieira da Paixão RA: N324GD-6
Observação 06
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Filme Cidade de Deus
Data: 19/09/2020 Horário: 2horas
Observador: Gabriela Vieira da Paixão- N324GD-6
seus amigos, a turma dos cocotas, ele ganha uma de presente. A turma dos
cocotas é formada por ricos e brancos, mas como são usuários de drogas,
acabam se aproximando de Buscapé para quem tenham livre acesso ao morro
e também a compra de drogas.
Esse filme fala sobre preconceito e exclusão, em uma das cenas,
Buscapé consegue um emprego em um supermercado e acaba sendo demito
sem receber um centavo, em outra cena um policial mata um trabalhador por
confundi-lo com um traficante, para muitos, moradores das favelas são
traficantes. Como diz o Buscapé se correr o bicho pega e se ficar o bicho
come!
Sem nenhuma perspectiva a certo mesmo seria entrar para o crime,
como algumas vezes o Buscapé pensou e como aconteceu com Mané Galinha
que era homem trabalhador, mas, por vingança acabou se juntando com os
traficantes para matar e roubar. Existe muita dificuldade em encontrar a porta
de saída da favela.
O tráfico é extremamente rentável, tem fornecedores, linha de
montagem e até plano de carreira. Buscapé diz que se o tráfico fosse legal, Zé
Pequeno seria o Homem do Ano!
Cidade de Deus procura denunciar vários problemas sociais alarmantes:
Pobreza, a falta de recursos, de opções e de oportunidades que muitas cidades
brasileiras enfrentam.
O final do filme é repleto de mortes, Zé pequeno é assassinado pela
turma de crianças da caixa baixa, Mané galinha morre, também, atingido por
uma criança, um dos amigos do Buscapé integrante dos cocotas morre em
confronto com a polícia, por fim, a rua é vermelha.
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Observação 07
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Local: Avenida Cenobelino de Barros Serra- São José do Rio Preto/SP
Data: 10/10/2020 Horário: 22h45 às 23h50 3horas
Observador: Gabriela Vieira da Paixão- N324GD-6
Observação 08
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Filme Os Miseráveis
Data: 10/10/2020 Horário: 2horas
Observador: Gabriela Vieira da Paixão- N324GD-6
Este filme é um excelente musical que nos traz uma realidade sobre a
revolução Francesa, narra a situação política e social francesa no período da
insurreição democrática (5 de junho de 1832) através da história de Jean
Valjean. Depois de roubar um pão para alimentar sua irmã mais nova, Jean
Valjean acaba sendo condenado a 19 anos de prisão, neste período em que
esteve preso foi forçado a trabalhos pesados. Quando recebe, finalmente, sua
liberdade condicional, acaba sedo acolhido por um Bispo, que acaba lhe dado
comida e abrigo, mas como havia muita revolta dentro dele, Jean Valjean
acorda na madrugada e acaba roubando a prataria da igreja. Minutos depois
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ele é pego pela polícia que acaba levando o homem novamente a Igreja para
que possa devolver o que roubou, ele havia dito a polícia que tinha ganho toda
aquela prata do Bispo que confirma a história aos policiais e ainda lhe dá
alguns castiçais. O gesto do Bispo impressiona Valjean que se arrepende de
todo que havia cometido de errado na vida e decide dali em diante ser um
homem integro. Depois de um tempo ele se torna prefeito e o maior empresário
da cidade. Porém sua paz termina quando ele encontra Javert, um guarda da
prisão que segue a lei a risca e começa a suspeitar que o prefeito é o ex
prisioneiro foragido que nunca se apresentou para cumprir as exigências da
condicional. A penalidade seria a prisão perpetua, mas Valjean convence
Javert que ele não é a pessoa que ele procura. Uma das empregas da fabrica
de Valjean é despedida e se ver na obrigação de ir as ruas se prostituir e é
quase presa, quando de repente Valjean a salva da prisão e a acolhe em sua
casa, mesmo ela estando muito doente. Sentindo que ela pode morrer ele
promete cuidar da sua filha, mas antes disso ele quer resolver sua pendencia
com a Lei, pretende se entregar e livrar um inocente da forca no seu lugar. A
partir desse momento começa, novamente a perseguição de Javert ao prefeito
Valjean, a mãe da criança morre e sua filha é resgatada por Valjean que passa
anos fugido do guarda Javert.
O filme mostra que o homem não nasceu mau, ele é muitas vezes
levando a isso. Por não ter muitas escolhas a fazer, acabam sendo levados
pelo que acham mais fácil. O personagem de Jean Valjean foi levado ao crime
sem que fosse realmente um criminoso, mas apenas um miserável. O pobre
não pode ser excluído por não possuir patrimônio material ou cultural, porque o
indivíduo não é aquilo que ele possui, não é suficiente ser incriminado para ser
realmente criminoso. Assim o crime pode ser a própria vítima do meio social
onde vive.
O filme faz uma forte crítica social, contrariando muitos pensadores, conclui
que um homem não nasce necessariamente predestinado a ser mal, há assim
mais de uma possibilidade para que seja decretado marginal. Pode ser
incriminado sem que seja realmente criminoso, quando se comete um crime
real por não ter outra escolha e quando escolhe o crime como forma de vida.
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Observação 01
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Documentário: Explicando... a diferença de riqueza entre brancos e negros
Data: 12/09/2020 Horas atribuídas: 2 Horas
Observador: Renan Franco de Souza N282BF-1
Logo no começo do documentário, a narradora traz imagens e informações
valiosas e ao mesmo tempo chocantes sobre as notas de dólares há 150 anos nos
Estados Unidos. Nessas cédulas havia imagens de negros escravos colhendo
algodão e eles não apenas representava a riqueza do país, eles eram a riqueza.
Em outra cena, uma autora, um senador dos EUA e um sociólogo falam a
respeito da desigualdade entre negros e brancos no país. Em média, a renda
média de uma família branca de classe média é de 171.000 dólares, enquanto a
média da família negra é de 17.600 dólares e essa disparidade vem crescendo
cada vez mais. E a narradora no final da introdução nos pergunta “Por que?”.
Cenas de movimentos negros e entrevistas com figuras representantes
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Observação 02
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Filme: Django Livre
Data: 13/09/2020 Horas atribuídas: 3 Horas
Observador: Renan Franco de Souza N282BF-1
O filme se inicia com a imagem de escravos negros andando em fila e
acorrentados, aparentemente muito cansados caminhando sob o sol de uma
região deserta. Logo atrás está um homem branco a cavalo e na frente outro
homem orientando o caminho a ser seguido.
Em seguida, a cena mostra o anoitecer no Texas, dois anos antes da
Guerra Civil. Um homem com uma carroça se aproxima se dizendo dentista e
querendo comprar um escravo que já trabalhou numa fazenda especifica com
três homens procurados. Os vendedores recusam a venda e o dentista mata
um deles e deixa o outro ferido, dando duas opções aos escravos: matar o
vendedor e fugir ou levá-lo ao hospital e continuar o caminho em seguida.
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branco. Seu senhor a orienta a trata-lo como se ele fosse um caipira (achei a
cena engraçada, porém muito preconceituosa. Tenho consciência de que
retrata a época naquele lugar). Logo após, Django ao passear encontra os
irmãos Brittle, que procuravam. Ele pede para a escrava chamar o Dr. e eles
matam os dois e vão embora carregando os corpos.
Durante a noite, Django e Dr. King estão jantando e o Dr. diz que é muito
arriscado para o Django ir até a feira de escravos no Mississipi e faz uma
proposta. Pergunta se ele quer se tornar caçador de recompensa até ganhar
dinheiro e o inverno passar, depois eles irão atrás de Brunilda. Django de
prontidão aceita a proposta para matar brancos por dinheiro. Em seguida são
mostradas cenas no inverno do Django treinando tiro com pistolas e rifles e,
logo após, ele e o Dr. indo atrás de foras da lei.
Após o inverno frio e lucrativo, Django e Schultz foram para o Mississipi.
Chegando lá, a cena é muito triste. Muitos escravos acorrentados pelos pés e
mãos, ferros em seus pescoços e focinheiras. Seria menos impactante a cena
se a escravidão não tivesse realmente acontecido. Entrando numa espécie de
cartório, eles descobrem que Brunilda foi vendida para a fazenda Candyland,
muito popular entre os escravos pelas torturas. Eles planejam uma estratégia
para entrar na fazenda e comprar a escrava. Schultz fará o papel de comprador
de mandingo e o Django, seu ajudante e entendedor do assunto. Django não
gosta da ideia de ser negociante de negros, mas aceita o papel para recuperar
sua esposa.
Na próxima cena, eles entram numa casa muito grande e todos bem
vestidos. Um homem se diz advogado irá mostrar a eles quem é o vendedor de
mandingo. Adentrando num cômodo, eles são convidados a assistir uma luta
entre os negros que está acontecendo. A luta segue muito sangrenta e, no
final, o vendedor e dono da Candyland joga um martelo para seu escravo matar
o outro. Todos dentro do cômodo parecem gostar de assistir essas lutas,
menos o Dr. Schultz e Django. Ao final da luta, o homem que teve seu escravo
morto testa Django para ver se ele é alfabetizado e ao ver que ele é, parte e vai
embora. O Mandingo vencedor é recompensado com uma garrafa de cerveja e
uma das escravas para passar a noite. Todos ali começam a falar sobre
negócios e Django diz que está disposta a pagar 12 mil dólares pelo negro
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Observação 03
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Documentário: Guerras do Brasil.Doc: Universidade do Crime
Data: 13/09/2020 Horas atribuídas: 2 Horas
Observador: Renan Franco de Souza N282BF-1
O documentário se inicia com homem em uma biblioteca dando um dado
muito surpreendente. A ONU considera uma guerra de baixa intensidade mata
até 15 mil pessoas no ano. No Brasil, o número de mortes é de 60 mil por ano
e o coloca em primeiro lugar no ranking de pais que mais mata.
O narrador começa por falar do inicio do crime organizado, onde alguns
presidiários de uma penitenciária no Rio de Janeiro em 1969 foram mandados
para uma Ilha, para ficarem isolados. Ali os presos se organizaram para se
protegerem e formaram as Falanges. Uma das falanges, a chamada Falange
Vermelha, começou a lutar contra a exploração do preso pelo preso.
Além de proteger os presos de todo tipo de violência e exploração dentro
da penitenciaria, os presos da falange vermelha montaram uma espécie de
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coletivização onde todos ali se ajudavam, chegando a montar até uma farmácia
dentro da cadeia, que na verdade não parecia muito bem com uma prisão, mas
sim galerias.
As condições do presidio eram horríveis, pois faltavam telhas no teto, as
paredes cheias de mofo, não tinham nenhuma condição de higiene e as
imagens da comida ali me fez sentir nojo. Segundo o narrador, foram essas
condições de resistência dos presos que fez surgir as organizações criminosas.
A imprensa chamou esse grupo de Comando Vermelho e, segundo o ex
secretario de segurança do Rio de Janeiro, ao saírem da ilha, eles se dividiram
em 3 grupos, o Comando Vermelho, Amigo dos Amigos e Terceiro comando
Puro. Esses grupos procuraram um lugar para se instalar e se protegerem, que
foi nos morros. Chegando ali, eles se armaram não só contra a policia, mas
também contra os rivais para proteger seus negócios.
Em São Paulo nos anos 60 a população começa a crescer muito rápido
e, com isso, aumenta a vulnerabilidade. Foi nesse momento que começam a
ver o homicídio como uma forma de proteger a cidade do caos e, as pessoas
veem a violência como uma forma de controle da desordem. Em 1968 surgem
os primeiro esquadrões da morte com o delegado Sergio Fleury e a rota.
Juntos eles atuavam nas periferias exterminando a população sob o discurso
de que matar bandidos seria uma forma de limpar a sociedade. Com isso é
possível ver que sob aquela ótica, apenas os negros e periféricos eram punidos
com a morte. Os grupos se formaram e se armaram para se defender, com isso
resultou num aumento de 900% na taxa de homicídio na cidade de São Paulo
entre 1960 e 1999.
Imagens muito fortes de sangue no massacre do Carandiru e de
superlotação nas penitenciárias elucidando o descaso do estado com a
dignidade do recluso. A meu ver, não acho que seja possível uma
ressocialização do preso nessas condições em que eram e ainda são deixados.
A violência institucional que ocorre desde 1960 não tem contribuído em nada
para melhorar a nossa sociedade, muito pelo contrario, apenas gerou mais
violência e organizações criminosas.
O surgimento do PCC em São Paulo acontece basicamente nas
mesmas condições do Comando Vermelho no Rio de Janeiro. Politicas de
encarceramento que resultam na superlotação de cadeias onde o Estado não
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possui condições para gerir essa população prisional somada com violência
institucional e corrupção por parte dos agentes aparenta serem os ingredientes
para criar organizações criminosas. O Estado naquela época aparenta ser uma
máquina de criar violência e, ao tentar combatê-la, acaba gerando mais
violência, entrando num ciclo.
Após o PCC se mostrar pro Brasil, aconteceram 29 rebeliões
simultâneas no estado de São Paulo. Isso colocou em duvida sobre o poder e o
controle que o Estado tinha da segurança. Algumas imagens são mostradas
das rebeliões e dos presos jogando lençóis pelas janelas.
Segundo a socióloga, a hegemonia do PCC rompeu com o ciclo de
violência imposto pelo Estado e, a taxa de homicídios que havia crescido em
900%, agora diminui 76% entre 2000 e 2012.
O PCC e o CV começam a fazer negócios juntos e dividem por áreas
seus territórios de atuação. Durante uma tentativa da policia desestruturar o
PCC, a facção mostra sua força e faz o Estado querer resolver os problemas
por meio de uma negociação que, ate então, o Estado nega ter acontecido.
Numa tentativa de reduzir a violência em áreas tomadas pelo crime com
a implantação de UPP’s, entre 2011 e 2013 dobram o numero de homicídios
naquelas áreas. Nesse período ocorreu corte de verbas e aumentos dos casos
de corrupção policial.
Após o rompimento de relações entre PCC e CV, surgiu guerras entre
facções no Brasil todo.
No final do documentário é posto alguns dados sobre a população
carcerária. O Brasil possui mais de 752 mil presos, sendo a terceira maior
população carcerária do mundo onde cerca de 40% não possuem condenação
judicial e mais da metade são jovens de 18 a 29 anos.
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Observação 04
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Filme: Dias Sem Fim
Data: 19/09/2020 Horas atribuídas: 2 Horas
Observador: Renan Franco de Souza N282BF-1
O filme se passa na cidade de Oakland no Estado da Califórnia nos
Estados Unidos. A noite está clara e com o clima fresco. Um homem negro
chega de carro num subúrbio, desce armado e vai adentrando no quintal das
casas. Uma família residente ali parece acabar de chegar de uma festa e entra
em sua casa. O homem armado espera sentado no quarto da menina e,
quando eles chegam, o homem mata os pais dela.
O homem vai pra julgamento e acaba caindo na cadeia. Chegando lá ele
se depara com rostos da sua infância. Eram homem que desapareceram
quando ele era criança e foram presos. Um fato me incomodou nessa cena.
Todos os homens presos que estão no pátio são negros. O homem que
acabara de ser preso, conta que adolescentes de seu bairro que foram presos
por conta de uma trouxa de maconha agora são “bandidões” dentro da cadeia.
Todas as gerações de homens que ele conhece repetem os mesmos ciclos de
acabarem sendo presos.
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Observação 05
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Documentário: Bilionários
Data: 20/09/2020 Horas atribuídas: 1 Hora
Observador: Renan Franco de Souza N282BF-1
O documentário se inicia mostrando alguns dados sobre a quantidade de
bilionários existentes no mundo. Um fato que me deixou surpreso foi como
houve um crescimento do ano de 1987 até 2019. A quantidade de bilionários
aumentou em 15 vezes e suas riquezas juntas equivalem a quase 9 trilhões de
dólares. A meu ver, nas sociedades predominantemente capitalistas que
existem no mundo, ter dinheiro é ter poder. Isso explica o porquê essas elites
ocupam lugar de destaque ou certa influência no Estado. Cenas de protestos
contra a desigualdade social são mostradas durante a introdução e, segundo
um Senador dos Estados Unidos, as pessoas estão se sentindo desanimadas
em viver numa sociedade onde poucos têm muito e muitos tem pouco. A
introdução do documentário termina com a seguinte pergunta: os bilionários
são bons ou ruins para a nossa sociedade?
Segundo o documentário, as pessoas mais ricas na história viveram
durante a chamada “era dourada” nos Estados Unidos. Os três mais ricos
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tinham tanto dinheiro que atingiam a casa dos 300 bilhões de dólares. Eles
lucraram muito com politicas exploratórias do trabalhador e com grandes
corporações que atingiam a economia continentalmente. Hoje em dia, com uma
economia global, têm-se crescido a quantidade de bilionários no mundo e isso
fez com que os países em desenvolvimento melhorassem suas condições. A
china, por exemplo, era um país que tinha muitas pessoas vivendo na linha de
extrema pobreza, diferentemente de 2019 que quase não existe mais pessoas
vivendo nessa situação.
Achei uma fala muito interessante da neta de Roy Disney. Segundo ela,
é muito mais fácil multiplicar o dinheiro quando se tem capital do que com o
trabalho. Se uma pessoa tem 100 dólares, com o trabalho dela ela consegue
obter 110 dólares com o pagamento das despesas que ela precisa pra
sobreviver. Porém, com um acumulo de capital em propriedades, você pode
facilmente transformar 100 milhões de dólares em 110 milhões num curto
período de tempo. “ Transformar 100 dólares em 110 é trabalho. Transformar
100 milhões em 110 milhões é inevitável.
Segundo alguns bilionários, o sistema deveria aumentar a cobrança de
impostos sobre eles, já que essa cobrança é muito pequena. O paraíso fiscal
que acontece em alguns países contribui para a desigualdade social, além de
prejudicar a classe média.
Observação 06
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Filme: Avaeté: Semente da vingança
Data: 20/09/2020 Horas atribuídas: 02 Horas
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contra o que as companhias estão fazendo com o povo para conquistar terras.
Um delegado vai atrás de Bruno para perguntar sobre Ramiro. Ava (o
índio), querendo vingança de sua tribo, vai atrás do delegado Ribamar e leva-o
até Ramiro. Ramiro diz que o chefe deles era o Cabeça Branca, mas ele
cumpria ordens dos irmãos Machado, da companhia Machado.
A denúncia do massacre chega ate Brasilia e um deputado acaba
expondo algumas fitas de gravação. Machado vai até Brasilia resolver seus
problemas. Machado mostra seu poder e influencia e manda matar o padre
Bruno e o deputado que estava lhe denunciando. Ramiro foge para São Paulo.
Ava vai para São Paulo junto com a pesquisadora procurar seu amigo.
Ao chegar em São Paulo, Ava se perde e acaba se cansando de ficar
procurando Ramiro. Em uma cena onde ele deita no meio da calçada para
dormir me fez pensar na situação do índio que vai para a cidade grande. Ava
acha Ramiro internado no que parece ser um asilo ou hospital psiquiátrico. Ali
reside varias pessoas marginalizadas e com doenças físicas e mentais.
Depois de uma denuncia feita pela pesquisadora e jornalista, Ramiro
consegue sair do hospital psiquiátrico. Ramiro estava doente e falece ao ver o
mar. Ava vai até a casa do Cabeça Branca e o mata com um pedaço de
madeira para vingar sua tribo.
Observação 07
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Filme: No topo do poder
Data: 26/09/2020 Horas atribuídas: 02 Horas
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Observação 08
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Podcast: Favelado Investidor: Flowpodcast
Data: 27/09/2020 Horas atribuídas: 03 Horas
Observador: Renan Franco de Souza N282BF-1
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Observação 09
Grupo: Diferenciação Social, Cultural e Exclusão Social
Filme: Um estado de liberdade
Data: 27/09/2020 Horas atribuídas: 03 Horas
Observador: Renan Franco de Souza N282BF-1
O filme se passa no Sul dos Estados Unidos na cidade de Jones em
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aqueles lixos reciclados por eles podem ser sua única fonte de renda.
Já com base nos textos teóricos apresentados pela matéria e pelas
discussões e reflexões feitas em aula, é possível “linkar” está observação com
o conceito de “Exclusão Social” proposto por Dupas (1999) que diz: “exclusão
social é, em sua essência, multidimensional, incluindo uma ideia de falta de
acesso não só a bens e serviços, mas também à segurança, à justiça e à
cidadania”. Aquela mãe desprovida de segurança não pode proporcionar
segurança de qualidade à sua filha, à sujeitando possivelmente de forma
obrigatória (obrigatória no sentido de não ter onde e com quem deixar esta
criança), que a acompanhe para coletar lixo, que nesta idade, deveria estar na
escola e ter acesso à uma educação de qualidade para o seu desenvolvimento.
público alvo indica ser a classe média. No shopping cidade norte, por exemplo,
é comum ver as pessoas usando chinelos havaianas, bermudas e roupas mais
confortáveis do dia a dia. Já no shopping Iguatemi, as pessoas que o
frequentam exibem luxuosidade, o que não é possível observar aqui. E a
conclusão que pude chegar é que o público que o shopping cidade norte
atende, não frequenta de forma notória o rio preto shopping e também o
público que frequenta o shopping Iguatemi não frequenta em grande escala
este shopping.. Com base nisso, passei a refletir sobre as questões de
apartação social. Estes shoppings de fato se direcionam para um público
específico e está já é uma estratégia comercial que acaba excluindo grupos
causando a seleção de grupos sociais e a sua divisão. Portanto, a questão da
exclusão social não ocorre somente na vertente de privação de bens e
serviços, mas também na própria seleção de classes feita pelo capitalismo, que
por sua vez, acaba por reforçar e manter a exclusão social.
Local: Semáforo
Data: 19/09/2020 Horário: 17:00 20:00
Observador: Rikelly Alves Pereira Gois RA: N36124-7 Turma: PS5/P28
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escrito por Fellipe Barbosa é um filme que enaltece uma discussão muito pertinente
em nossa sociedade, tornando-se uma obra que deve ser analisada criticamente com
atenção na tentativa de observar e depreender situações que ocorrem no filme e as
comparar com situações do nosso cotidiano. A trama gira em torno de uma família que
mora em uma zona nobre do Rio de Janeiro, formada por Hugo, Sônia, Jean e
Nathalie. As condições financeiras começam a desequilibrar, e eles passam a ter
dificuldades das quais não estavam acostumados a vivenciar. Jean que antes era
levado pelo motorista da casa, o mesmo que é despedido por Hugo, passa a ir de
ônibus para a escola. O patriarca Hugo tenta de todas as formas esconder a realidade
da casa para sua esposa. É interessante observar a diferença de tratamento de Hugo
com sua filha, Nathalie, em relação à Jean. A forma como a relação de poder do
homem é desempenhada também é uma das escolhas de representação no filme. O
exacerbamento é um signo muito presente na obra de Fellipe Barbosa, a
grandiosidade da casa com seus vários cômodos e luzes acesas no início do filme
acaba por se tornar um ícone de "Casa Grande". Com uma narrativa que busca
compreender realidades vivas em uma sociedade patriarcal, a qual a figura do homem
pai se torna a principal e responsável para sanar os problemas. Concomitantemente, a
obra tece uma série de duras críticas a respeito da classe rica e aristocrática,
constituída por atitudes preconceituosas Assim, a personagem Luiza se apresenta
como a garota que busca por uma vaga em uma universidade pública pelo sistema de
cotas, e sofre com isso, o racismo e o preconceito da classe rica branca. "Casa
Grande" nada mais é do que um retrato da sociedade brasileira. A cada cena podemos
perceber traços extremamente verossímeis que nos dizem muito. A maneira como
cada personagem se constitui em cena é um ponto positivo do roteiro de Barbosa.
muito. Entre outras tantas linguagens simbólicas, a cena de fundo é uma janela
que mostra a chuva caindo! Parece que o mundo também chorava a dor da
perda de Lili. No dia seguinte, Lili está morrendo. Gerda e o amigo Hans
perguntam como ela se sentia, e a resposta: "Completamente eu mesma, o que
eu fiz para merecer tanto Amor?". Pergunta para Gerda, sua sempre
companheira. Assistimos à dor e ao sofrimento, ao lado de muita realização,
satisfação pela possibilidade de Lili se tornar uma mulher. Lili pede que a leve
para o jardim, dizendo estar totalmente completa, conta o sonho que teve
naquela noite e considera o sonho mais lindo da sua vida. "Eu era um bebê nos
braços da minha mãe. Ela olhava para mim e me chamava de Lili." Através do
sonho, Lili realizava o seu desejo.
Depois da morte de Lili, Gerda viaja com Hans para Vejle e se
surpreende ao encontrar a paisagem que Einar desenhava. No alto da
montanha, a echarpe rosa de seda que Gerda estava usando e que Lili deixara
para ela, solta-se do seu pescoço. Hans quer segurá-la, mas Gerda a deixa
livre para voar na paisagem real, tal como uma representação do voo de Lili,
agora livre ao vento de Vejle ao assumir sua verdadeira identidade. Gerda
segue pintando Lili. No amor, o outro não morre, permanece vivo na vida
interior, nas lembranças de quem o amou. Penso que essas pessoas são
especiais e, portanto, deixam registros nos que amaram e nos que as amaram.
Observação 01 (3 horas)
Grupo: Diferenciação social, cultural e exclusão social
Local: Av. Bady Bassitt - São José do Rio Preto, SP
Data: 14/09/2020 Horário: 16:40 a 18:00
Observador: Vinicius Augusto de Matos RA: D4787i-5
Realizei esta observação dentro do carro, parado na esquina da rua
Siqueira Campos com a Av. Bady Bassitt, as pessoas na qual observei, eram
pessoas em situação de rua e estavam sentadas logo na esquina, encostadas no
muro de uma construção, tinha junto delas um carrinho de mercado com vários
papelões, havia um cachorro de cor preta, sem raça definida.
Eram um total de três pessoas, sendo uma mulher e dois homens. A
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cuidado, tem uma pele bonita, dentes brancos, notei que é uma pessoa mais
comunicativa, pois puxa bastante assunto com os outros dois, carrega consigo
uma mochila que em um momento consegui ver alguns tecidos, acredito que
sejam algumas peças de roupas.
Em momento algum eu vi eles dirigindo a palavra a alguma das pessoas
que ali estavam passando, apenas conversavam entre eles. Apenas uma vez, um
dos homens perguntou algo a uma mulher que estava passando, aparentemente
ele pediu alguma informação sobre a localização de algum lugar, pois a mulher
gesticulou com os braços e mãos dando a entender que estava explicando para
ele como chegar em determinado lugar. Após alguns minutos, esse mesmo
homem que pediu informação, saiu andando e subiu a rua, ficando então somente
a mulher e o outro homem, no qual estavam os dois sem conversar um com o
outro e o cachorro dormindo ao lado do homem.
Observação 02 (3 horas)
Grupo: Diferenciação social, cultural e exclusão social
Local: Av. Bady Bassitt - São José do Rio Preto, SP
Data: 15/09/2020 Horário: 16:40 a 18:00
Observador: Vinicius Augusto de Matos RA: D4787i-5
50 kg e 35 anos de idade, veste uma bermuda preta com uma camiseta presa
nela, usa chinelos, tem o cabelo raspado e pele branca. Já o outro homem de
estrutura mediana, aparenta ter aproximadamente 65 kg e 40 anos de idade, usa
uma camiseta regata azul escuro e uma bermuda cinza, usava chinelos também.
Ao chegar no local e dar início à observação, o homem de estrutura mais
magra parecia estar alterado ou irritado com alguma coisa, pois conversava em
um tom alto com o outro e gesticulava bastante, estava inquieto pois ao mesmo
tempo que conversava ficava andando de um lado para o outro, em alguns
momentos se sentava mas logo em seguida ficava em pé novamente, tinha uma
expressão séria. Já o outro homem, por sua vez, tinha uma expressão mais
cansada, ficou sentado a todo momento, algumas horas apenas olhava para o
outro e concordava com a cabeça, sem dizer muitas palavras, carregava consigo
um saco que estava cheio de latinhas e garrafas.
Após alguns minutos que fiquei vendo ambos, chegou um outro homem,
este aparenta tem 70 kg e 40 anos, cabelo com dreads malfeitos e mal cuidados,
pele escura, barba por fazer e usar várias pulseiras nos braços, carregava
consigo uma mochila nas costas e uma sacola com alguma coisa de comer,
acredito que sejam conhecidos pois ao chegar cumprimentou os outros dois e
juntou-se a eles, deu um pedaço do alimento para cada um dos dois. Este tem
uma expressão mais descontraída que os outros dois.
No tempo que fiquei lá, poucas pessoas passavam perto deles, mas as
que passaram, nem olhavam para eles, teve uma que chegou a desviar do
caminho para não passar próximo aos três homens. Era como se não existissem
ou se apresentavam alguma ameaça à elas.
Em um momento, um dos homens que estava mais alterado e inquieto,
virou e saiu andando sentido centro, ficou apenas os outros dois que ficaram um
bom tempo sem conversar um com o outro, o homem de dreads mexia em sua
mochila, não consegui identificar no que estava mexendo lá dentro. Notei que
apenas um deles tinha máscara, apesar de que ele não estava usando ela da
forma adequada e ambos estavam sentados um do lado do outro, não
respeitando o distanciamento, acredito que falta muita informação sobre o que
está acontecendo atualmente. Após um período considerável de tempo que
estavam quietos, ambos começaram a conversar, agora o homem que a princípio
tinha uma expressão mais séria, estava com uma face um pouco mais relaxada,
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descontraída.
Observação 03 (3 horas)
Grupo: Diferenciação social, cultural e exclusão social
Local: Av. Bady Bassitt - São José do Rio Preto, SP
Data: 30/09/2020 Horário: 16:40 a 18:00
Observador: Vinicius Augusto de Matos RA: D4787i-5
entre si, notei que havia uma garrafa pet que dava a entender ser água, pois
continha um líquido transparente, uma única garrafa para três pessoas, no qual
não estava cheia e tampouco gelada, diante dos dias quentes em que estamos
vivendo.
No momento em que estava realizando a observação, o termômetro do
meu carro marcava 41°C, era nítido de ver a expressão deles de cansados e
exaustos, devido à elevada temperatura. Em um momento o homem levantou e
pegou uma sacola com uma marmita dentro de um carrinho de mercado que
estava ao lado dele, pegou alguma coisa de comer e dividiu com a mulher.
Durante todo o tempo que fiquei observando poucas pessoas passaram
por eles, acredito que seja em virtude do excesso de calor, onde as pessoas
preferem andar de uber, taxi e afins a andar nesse sol, o homem permaneceu
deitado e dormindo a todo momento, apenas uma vez ele acordou e bebeu um
pouco da água que estava na garrafa pet.
Em um determinado momento passou outro homem em situação de rua e
ficou alguns minutos em pé conversando com a mulher e o homem, este tinha
uma aparência bem desgastada, não deve ter a idade que aparenta, mas de
primeira impressão aparenta ter uns 60 anos, tem uma pele bem escura e
enrugada, com algumas cicatrizes na perna a várias marcas.
É desumano ver pessoas nessa situação e o governo não fazer nada, ver
a falta de acesso à saúde, educação que essas pessoas têm, não tem o básico de
sobrevivência. Preferem fingir que nada está acontecendo a promover as
necessidades e oportunidades básicas para a sobrevivência destes.
Após o homem ir embora, a mulher pegou uma mala bem velha e
começou a mexer, tirou uma cartela que parecia ser remédio e tomou um
comprimido, após isso, ficaram em torno de vinte minutos parados, sem nem
conversar um com o outro, os dois sentados encostado no muro, tentando ficar o
máximo na sombra possível e o outro deitado dormindo.
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Observação 04 (3 horas)
Grupo: Diferenciação social, cultural e exclusão social
Local: R. Imperial, São - São José do Rio Preto, SP
Data: 01/10/2020 Horário: 16:40 a 18:00
Observador: Vinicius Augusto de Matos RA: D4787i-5
a 50 anos, acredito que alguns deles possam ser até mais novo, mas o desgaste
em suas peles por falta de cuidados acabam aparentando ser mais velhos.
Dois deles estava deitado com a cabeça apoiada ao portão e os outros três
estavam sentados na calçada, nenhum deles conversava entre si, aparentavam
estar esperando alguma coisa. Algumas pessoas que passavam pela calçada
desviava um pouco pela rua, mas acredito que tal atitude seja devido aos dois
homens que estão deitados ocupando quase a calçada inteira, outras pessoas
pulavam as pernas dos mesmo ao passar pelo local.
Após cerca de 10 minutos observando, chegou um outro homem com uma
mochila nas costas e um cachorro junto a ele, ao chegar no local sentou-se e
começou a mexer na mochila, pegou um vasilhame e logo em seguida pegou uma
garrafa pet com água e colocou no vasilhame, em seguida deu para o seu cachorro
beber. Este mesmo aparenta ser bem mais novo que os demais, em torno de 27
anos. Este por sua vez era bem mais comunicativo, logo começou a conversar com
os outros que estavam sentados. O cachorro, apesar de estar um pouco sujo,
estava muito bem cuidado. Notei que apenas três deles tinham máscaras visíveis,
porém todos usando de forma indevida, em baixo do queixo.
Ficaram um bom tempo conversando e nesse tempo fiquei observando eles
e pensando qual motivo os levaram a viver nas ruas e qual seria a história de cada
um deles, por quais coisas já passaram. Somente o mais novo tinha uma
expressão um pouco mais “descontraída” os mais velhos tinha uma expressão
mais cansada.
Depois de um tempo comecei a reparar nas pessoas que passavam por
eles, e algumas olhavam com olhares de julgamento, como se eles estivessem
naquela situação por livre e espontânea vontade, outras seguravam firme a mão
das crianças que estavam com elas, como se fossem fazer algo com a criança ou
com elas e algumas simplesmente passavam normal, sem olhar nem desviar o
caminho.
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Observação 05 (3 horas)
Grupo: Diferenciação social, cultural e exclusão social
Local: R. Imperial, São - São José do Rio Preto, SP
Data: 06/10/2020 Horário: 16:40 a 18:00
Observador: Vinicius Augusto de Matos RA: D4787i-5
sejam mais novos do que aparentam ser, devem ter cerca de 27 a 30 anos, os
outros quatro aparentam ser mais velhos, um inclusive já é idoso, tem cabelos e
barba bem brancas, todos tem um pouco mais de melanina, uns morenos e outros
negro, as outras duas pessoas são duas mulheres, uma delas em situação de rua,
tem o cabelo raspado, quando a vi sorrir notei que faltam alguns dentes, aparenta
ter cerda de 45 anos, apesar da aparencia ser de uma pessoa mais velha e a
outra mulher acredito que seja membro do centro espirita, pois esta do lado de
dentro do portão e esta bem mais vestida e mais cuidada, aparenta ter 40 anos,
tem cabelos longos e pele bem cuidada.
Acredito que o Centro Espírita no qual estão na frente tenha algum projeto
que ajude pessoas em situação de rua, pois várias vezes já passei aqui em frente
e notei a grande movimentação de pessoas aguardando algo de alguém do centro
espírita, pode ser que eles façam doação de roupas e comidas para pessoas com
necessidades, principalmente em situação de rua.
Um dos homens conversa com a mulher que faz parte do centro espírita,
a maioria deles carregam consigo uma mochila e tem um carrinho de compras
com vários papelão, acredito que seja de um deles. As pessoas que estão
passando pela calçada acabam desviando um pouco deles, pelo fato de ser várias
pessoas ocupando o pequeno espaço da calçada, porém mesmo quando não
havia muita gente, na ultima vez que vim aqui, as pessoas desviavam deles, os
incubindo ainda mais em uma exclusão social.
Chegando no final da minha observação, as pessoas ainda continuam ali,
mas foi chegando mais algumas outras que também estão em situação de rua,
acredito que esteja chegando perto do horário em que irão receber alguma ajuda
do Centro Espírita.
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Observação 06 (3 horas)
Grupo: Diferenciação social, cultural e exclusão social
Local: Rua Siqueira Campos, São José do Rio Preto, SP
Data: 08/10/2020 Horário: 18:00 às 19:20
Observador: Vinicius Augusto de Matos RA: D4787i-5
travesseiro, o outro homem que está deitado está coberto por um cobertor e está
com a cabeça apoiada em um montante de cobertores, este está dormindo, já o
outro está somente deitado
Os outros dois homens estão sentados apoiados na parede da loja, ao
redor deles tem algumas mochilas e umas sacolas plásticas. Nenhum deles está
conversando entre si
Nos dias em que comecei realizar as observações em campo, pude notar
que o número de pessoas em situações de rua aumentaram, antigamente a
quantidade de pessoas moradoras de rua em que eu notava era menor em
relação agora. Acredito que esse aumento possa ser devido a pandemia, muitas
pessoas estão vivendo por meio de ajuda de outras pessoas, por meio de ações
sociais.
Percebi que nenhum deles estão usando máscara. As pessoas que estão
passando por perto nem sequer reparam neles, algumas olham com um olhar de
julgamento, como se eles quisessem estar naquela situação.
Logo após começar a escurecer, o trânsito de pessoas por onde eles
estão deitados diminuiu drasticamente, ficando somente eles, sozinhos. Até o final
da observação os mesmos permaneceram lá, preparando para mais um noite
dormindo nas ruas, sem o conforto de uma cama e sem laços familiares.
Ao começar a me preparar para finalizar a observação e ir embora, os
quatro homens encontravam-se deitados, dois deles já estavam dormindo. Logo
os outros dois também irão dormir, fico pensando se estão alimentados, quando
conseguiram tomar um banho, se cuidar, e também, o que os levou viver nas
ruas.