Direito Do Trabalho p2
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QUESTÃO 1-)
O caso concreto abordado tem que ser analisado em dois instantes, sendo o
primeiro o tempo que Severino fez entregas pela empresa Rappa, na qual ele não tinha
nenhuma garantia trabalhista, era “autônomo”, como essas empresas consideram os
prestadores de serviço. Em um segundo momento a relação é totalmente diferente,
uma vez que Severino passa a ser empregado, ou seja, passa a ter sua carteira
assinada, tendo seus direitos garantidos pela CLT.
QUESTÃO 2-)
Observando o exposto percebe-se que que ao sofrer essa mudança de
ambiente de trabalho, severino passou de um trabalhador CLT que prestava serviços
diretamente, para continuar sendo CLT em uma empresa prestadora de serviços, o
serviço de entrega passou a ser terceirizado.
Indícios de sua existência já podiam ser observados em 1940, junto da CLT, que
trouxe a presença da empreitada e da subempreitada (art. 455 CLT), isso se for
considerável esse tipo de ato uma pseudo terceirização, pois aqui não existe relação
entre empresas, geralmente esse tipo de relação é muito comum em obras e
geralmente ocorre entre pessoas físicas. É um instituto menos formal, mas que
preserva característica de não subordinação dos seus prestadores de serviço.
Essa subordinação é em tese jurídica, mesmo que muitas vezes ela venha
acompanhada de subordinação econômica, ou seja, dependência do trabalho para
sobrevivência e sustento familiar. Além disso, muitas vezes, a subordinação também é
técnica. Dessa forma, os conhecimentos sobre os procedimentos são dos “superiores”.
Cumpre ressaltar que a regra é a subordinação jurídica.
Desse modo, percebe-se que não existe relação de emprego entre Severino e a
empresa terceirizada “The flash Ltda”, uma vez que não está presente os requisitos
que caracterizam a relação de emprego, pois severino continuava a ser subordinado de
Praxedes, por mais que esse não fosse mais seu empregador, somente o tomador.
Vólia Bomfim Cassar, aborda isso, dizendo que a empresa é prestadora de serviços
quando ela é a contratante, pagadora e direciona os trabalhos de seus empregadores,
existindo uma relação de subordinação direta.
Assim, é evidente que estamos diante de uma terceirização ilícita. Uma vez que
Severino começou a prestar serviço imediatamente a sua demissão, só que agora
como terceirizado antes do decurso do prazo mínimo de dezoito meses, contados a
partir da rescisão, o que inclui o prazo do aviso prévio, trabalhado ou indenizado (OJ
82 da SDI-1) e 5º-D da Lei 6.019/1974.
Art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para
esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora
de serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir
da demissão do empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Essa mudança, trazida pela lei 13.467 é mais uma das que já foram abordadas,
só não explorada por se encaixar perfeitamente com esse caso concreto, uma vez que
evidência que essa terceirização é ilícita, e foi feita com o intuito provavelmente
econômico, mas sem mudar em nada a relação anterior.
Desse jeito, uma vez que a atividade de entrega que é uma atividade meio está
sendo exercida com subordinação, ou seja, existe vínculo empregatício, no caso
concreto e não terceirização, evidenciando o objetivo fraudulento dessa terceirização.