Trabalho de Campo... PRATICAS PEDAGOGICAS

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇABIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA


CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS

Bapaine Momade, Código: 708221493


2o Ano, Turma L

O contributo da supervisão pedagógica na concretização do projecto político


pedagógico: Caso Sala de Aulas

Abril de 2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇABIQUE
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS

Bapaine Momade, Código: 708221493


2o Ano, Turma L

O contributo da supervisão pedagógica na concretização do projecto político pedagógico:


Caso Sala de Aulas

Trabalho de Campo da disciplina de Práticas


Pedagógicas II, de carácter avaliativo, submetido ao
Instituto de Educação à Distância, Universidade
Católica de Moçambique, como requisito parcial para
obtenção de Grau de Licenciatura em Ensino de
Português.

Docente:

Abril de 2023
Índice
Introdução....................................................................................................................................3

1. O contributo da supervisão pedagógica na concretização do projecto político pedagógico:


caso sala de aulas.........................................................................................................................4

1.1. O Contributo da Supervisão Pedagógica..............................................................................4

1.2. O supervisor e o seu Perfil no Contexto Pedagógico............................................................5

2.5. O Processo de Ensino - Aprendizagem.................................................................................7

Conclusão...................................................................................................................................10

Referencias Bibliográfica...........................................................................................................11
Introdução

Actualmente a educação é um fenómeno social em que é visto presente em todo lado, não está
alheio à influência do processo de globalização e da sua repercussão num mundo em mudança
vertiginosa, com progressos e retrocessos, em busca do equilíbrio de um desenvolvimento
sustentável. Por sua vez, a educação é a arma mais poderosa que tem o Homem para criar uma
ética, para criar uma consciência, para criar um sentido do dever, um sentido da organização, da
disciplina e da responsabilidade.

A escola como instituição socializadora deve ser capaz de potenciar o desenvolvimento


profissional e a organização escolar; orientar, regular e dirigir o processo educativo dum jeito
estimulante do desenvolvimento e ao serviço da qualidade da aprendizagem em correspondência
com sua missão. A presente dissertação tem como tema: O contributo da supervisão
pedagógica na concretização do projecto político pedagógico: caso sala de aulas. Neste
âmbito, reparamos a Supervisão Pedagógica como uma actividade altamente contextualizada,
com uma incidência reflexiva, formativa e transformadora e uma influência no desenvolvimento
da aprendizagem, na inovação pedagógica, na criação de contextos de desenvolvimento
profissional e que amplia seu campo de acção mais além das salas de aula.

As práticas de supervisão ajustam-se ao clima psicológico, político e social de cada época e


actualmente a Supervisão Pedagógica tem uma estrema importância na pratica quando é
sistemática, sistémica e se concebe desde uma perspectiva horizontal e colaborativa, onde há o
imprescindível realce no acompanhamento do professor e do Processo de Ensino - Aprendizagem
(PEA) como objectivos da sua existência.

A perspectiva metodológica deste trabalho assenta-se na pesquisa qualitativa, descritiva e


bibliográfica. No âmbito de trabalho de campo foram aplicadas as técnicas de pesquisa semi-
estruturada, e observação directa. Tratando-se de um tema de interesse geral, teve que se envolver
algumas figuras da área em epígrafe.
1. O contributo da supervisão pedagógica na concretização do projecto político pedagógico:
caso sala de aulas.

1.1. O Contributo da Supervisão Pedagógica.

A actividade de supervisão constitui um momento crucial para o desenvolvimento de acções com


vista à obtenção de informações relativas ao processo de implementação de políticas
educacionais.

O conceito de supervisão aparece associado a normatividade, superioridade, hierarquização,


reprodução de práticas e mesmo a algum distanciamento no que respeita às questões humanas.
Assim, o termo “supervisão” utiliza-se numa multiplicidade de campos de actuação. Daí a
necessidade que se tem vindo a sentir de especificar o domínio de acção: “supervisão financeira,
supervisão de professores, supervisão pedagógica, supervisão clínica, supervisão da investigação,
supervisão da formação curricular, supervisão institucional”, entre outras.

Então, no contexto da presente pesquisa, entenda-se supervisão “como a orientação da prática


pedagógica como um processo lento que, iniciado na formação inicial, não deve terminar com a
profissionalização, mas prolongar-se sem quebra de continuidade não tão falada e tão pouco
considerada “formação contínua”, ou seja, a dinâmica da supervisão deve continuar através da
auto-supervisão ou da supervisão realizada no seio do grupo dos colegas. Então, supervisão é,
fundamentalmente, interagir: informar, questionar, sugerir, encorajar, avaliar”. Alarcão e Tavares
(2003).

De acordo com Vieira (1993), a supervisão pode definir-se como “actuação de monitorização
sistemática da prática pedagógica, sobretudo através de procedimentos de reflexão e
experimentação nas suas dimensões analítica e interpessoal, de observação como estratégia de
formação e de didáctica como campo especializado de reflexão/experimentação pelo professor.”
Nesta perspectiva, identificamos que o objecto da supervisão é a prática pedagógica do professor,
cuja função essencial da supervisão é a monitorização dessa prática e contribuir directamente
para o desenvolvimento profissional do professor.
Logo, Alarcão & Tavares (2003) “o objectivo da supervisão não é apenas o desenvolvimento do
conhecimento, visa também o desabrochar de capacidades reflexivas e o repensar de atitudes,
contribuindo para uma prática de ensino mais eficaz, mais comprometida, mais pessoal e mais
autêntica”.

Desse modo, Vieira (2009, p.199) apresenta uma definição onde não deixa dúvidas sobre o
objectivo da supervisão:

“Teoria e prática de regulação de processo de ensino e de aprendizagem


em contexto educativo formal, instituindo a pedagogia como o seu
objecto”. Assim, a supervisão pedagógica, procura articular num processo
conjunto a observação, a recolha de informação sobre o processo de ensino
e a sua análise para uma consequente reconstrução de significados sobre a
prática dos protagonistas em acção: alunos, professor e supervisor.

Nesta perspectiva, a dimensão da colaboração, como princípio ou condição essencial no modelo


da supervisão pedagógica, torna-se essencial no processo de formação contínua do professor
como um factor de transformação e mudança das práticas e das próprias escolas, reflectindo - se
na aprendizagem dos alunos. Porém, o professor não deve ficar à espera que alguém do exterior
lhe diga o que deve ou como deve fazer, isso não chega, tem de ser ele a descobrir, por si próprio,
a melhor forma de actuar e a responsabilidade que lhe cabe no processo, Goldhammer e Cogan,
(1987, p.137), em Alarcão e Tavares (1987).

Contudo, a supervisão, deve ser considerada como processo de preparação técnica, metodológica
e didáctico - pedagógica que permita o desenvolvimento das competências profissionais e sua
aplicação, sobre a acção duma reflexão conjunta entre supervisor/professor e professor/aluno.

1.2. O supervisor e o seu Perfil no Contexto Pedagógico.

Assumimos o supervisor no contexto pedagógico como um profissional de educação designado


para fazer o acompanhamento dos processos ligados à gestão pedagógica, administrativa,
financeira e dos recursos humanos com competências para apoiar, facilitar o processo de reflexão
e de mudanças e controlar a implementação das políticas, estratégias e orientações superiormente
definidas. Wallance (1991), define supervisor, em sentido amplo, como alguém que “tem o dever
de monitorar e melhorar a qualidade do ensino desenvolvido por outros colegas, numa
determinada situação educativa”. Oliveira (2002), apresenta o conceito de supervisor como
“alguém responsável por assegurar que outra pessoa desempenhe bem as suas funções”

Medina (1997, p.31 e 153) acrescenta que:

“O trabalho do supervisor, centrado na acção do professor não pode ser


confundido com assessoria ou consultoria, por ser um trabalho que requer
envolvimento e comprometimento, o supervisor tem como objecto de
trabalho a produção do professor o aprender do aluno e preocupa-se de
modo especial com a qualidade dessa produção”.
O supervisor é, então, o orientador pedagógico, o educador a quem compete ajudar o professor a
desenvolver - se e aprender como adulto e profissional que é, e a sua acção perspectiva-se em
dois níveis distintos, embora relacionados entre si: exerce sobre o desenvolvimento e a
aprendizagem do professor uma influência indirecta sobre o desenvolvimento e a aprendizagem
dos alunos que ele ensina, Alarcão e Tavares (2003).

Sendo assim, com o objectivo de exercer bem as suas funções e de acordo com o perfil do
supervisor (MINED, 2003), deve mostrar condições específicas, características, postura e formas
de actuação, é importante que este seja:

 Competente, experiente, idóneo, social e cooperativo;


 Criativo, crítico, dinâmico, responsável, comunicativo, respeitável;
 Capaz de apoiar os gestores educacionais, técnicos e professores na identificação e busca
de soluções dos problemas que afectam o desempenho do sistema educativo;
 Capaz de dominar as políticas, estratégias, documentos orientadores, normativos e da
principal legislação do sector de educação;
 Conhecedor dos princípios elementares de gestão, planificação e administração do sistema
educativo;
 Capaz de incentivar os gestores, técnicos e professores a melhorar cada vez mais a
qualidade de seu trabalho para o alcance dos objectivos previamente traçados;
Adicionalmente, o supervisor deve ser: Simples, cortês, delicado, solícito, compreensivo,
honesto, colaborativo, imparcial e rigoroso.
 Desta forma, o perfil do supervisor deve ser, antes de mais, a de ajudar o professor a fazer
a observação do seu próprio ensino, a analisar, interpretar e reflectir sobre os dados
recolhidos e a procurar melhores soluções para as dificuldades e problemas que vão
surgindo no seu dia – a - dia no contexto do Processo de Ensino e Aprendizagem.

2.5. O Processo de Ensino - Aprendizagem

Falar do Processo de Ensino e Aprendizagem implica abordar o Ensino e Aprendizagem numa


conjuntura na qual os dois actos ocorrem num contexto bem definido no âmbito da Educação do
Homem.

Existem indícios desde à antiguidade, de forma elementar a instrução e aprendizagem. Sabe - se,
porém que, nas comunidades primitivas, os jovens passavam por um ritual de iniciação para
ingressarem nas actividades do mundo adulto. Pode-se considerar esta como uma forma de acção
pedagógica, embora não esteja presente o didáctico como forma estruturada de ensino, aliás, esta
prática continua a ser observada na actualidade, inclusive no Bairro a que fazemos menção deste
estudo, chegando até as crianças serem retiradas da escola em pleno tempo lectivo de aulas e
serem submetidas aos ritos de iniciação.

Em fim, esta é a realidade quotidiana deste Bairro que nalgum momento contribui negativamente
no Processo de Ensino e Aprendizagem por desconhecimento da parte da população desta zona
embora o pesquisador ser produto deste local e ter passado nestes rituais, portanto, não iremos
desenvolvê-lo com rigor este assunto que simplesmente era para elucidar o que estamos nos
referir.

De acordo com Pioron (1951), a aprendizagem é definida como sendo “modificações adaptativas
à conduta no decurso de experiências repetidas.”

Para Spense (1956) a aprendizagem é definida como sendo uma “mudança profunda de
comportamento que se requer a experiências sucessivas da mesma situação.

Segundo Mwamwenda (2008, p. 163-164), até nos meados do século XVII não se podia falar de
Didáctica como teoria do ensino, que sistematizava o pensamento didáctico e o estudo científico
das formas de ensinar. A matéria deve ser ensinada uma de cada vez partindo do conhecido para
o desconhecido. É com base nestes fundamentos que observamos que o Processo de Ensino e
Aprendizagem ocorre com sucesso quando realmente a aprendizagem é efectiva e notória, isto é,
só ocorre uma aprendizagem quando observamos uma modificação ou mudança do
comportamento na pessoa que aprende.

É neste âmbito que a supervisão pedagógica deve abraçar com firmeza esta lição. Há uma relação
intrínseca entre o ensino e aprendizagem, é necessário conhecer, na perspectiva de Piletti (2002,
p.33), o fenómeno sobre o qual o ensino actua, que é a aprendizagem. Portanto, para haver ensino
e aprendizagem é preciso:

 Uma combinação de propósitos e identificação de objectivos entre o professor e o aluno;


 Um constante equilíbrio entre o aluno, a matéria, os objectivos do ensino a serem 
atingidos e as técnicas de ensino.

Neste caso, só existe o ensino para motivar a aprendizagem, orientá-la e dirigi-la e existe sempre
para a eficiência da aprendizagem, o ensino seria então, factor de estimulação.

Conforme a teoria de São Tomás de Aquino, (citado Piletti, 2002, p. 32), o professor está na
mesma situação de um médico ou de um lavrador. O médico e o lavrador funcionam como
agentes externos, pois a cura do doente ou o sucesso da plantação, respectivamente, depende da
natureza do doente ou da qualidade do solo. Da mesma forma, o professor também é um agente
externo. Ele colabora na aprendizagem do aluno, mas esta depende do próprio aluno (2002, p.32).

O ensino segundo Herbart (citado por Mwamwenda, 2008) deve ser entendido como repasse de
ideias do professor para a cabeça do aluno que passa por uma preparação e apresentação da
matéria nova de forma clara e completa. A organização do Processo de Ensino e Aprendizagem
assenta basicamente na organização dos aspectos do trabalho do professor e dos alunos na sala de
aula. Supõe a elaboração do projecto pedagógico - curricular, dos planos de ensino e sua estrutura
30 didáctico - pedagógica orientada por uma concepção de ensino como direcção da actividade
cognitiva dos alunos sob orientação do professor.

Segundo Mwamwenda (2008) a organização do trabalho na sala de aula não visa apenas o
cumprimento dos programas, mas ao envolvimento dos alunos, sua participação activa, o
desenvolvimento de habilidades e capacidades intelectuais para além do trabalho independente. O
sucesso do Processo de Ensino e Aprendizagem na consciência Tachizawa & Andrade (2006)
pressupõe a existência de condições materiais, financeiras e humanas para a sua
operacionalização, disponibilização de equipamentos para as salas de aula, material didáctico
tanto para o professor como para o aluno, entre outros factores.

A realidade na maioria das escolas de Ensino Primário em Moçambique, especificamente na


província do Niassa, caracterizam-se por altos índices de desistências, como nos referiu
anteriormente, o rácio professor - aluno acima da média nacional, professores sem materiais
didácticos suficientes para a sua profissão e auto - preparação e mesmo contando com eles não
são usados para a melhoria da qualidade das suas aulas, para além de alunos sentados no soalho
por insuficiência de carteiras, salas de aula sem portas e nem janelas, condições de higiene e
segurança deploráveis e casas de banho sem as mínimas condições nalgumas escolas. Um destes
casos pode - se observar nesta escola em estudo, isto faz com que a qualidade do Processo de
Ensino e Aprendizagem seja baixa.
Conclusão

Como nos referimos, o objectivo desta pesquisa é de conhecer O contributo da supervisão


pedagógica na concretização do projecto político pedagógico: caso sala de aulas, assim sendo, da
análise, leituras feitas nas referências bibliográficas e outras consultas a materiais encontrados na
escola e não só, concluímos que a maioria dos autores argumentam que a Supervisão Pedagógica
tem um impacto positivo no Processo de Ensino Aprendizagem, pois regula o comportamento e
contribui para a organização da escola.

A Supervisão Pedagógica permite desenvolver capacidades, habilidades necessárias para


enfrentar e resolver com sucesso os desafios da vida escolar, na medida em que se reflecte na
qualidade do Processo de Ensino - Aprendizagem. Com isso queremos dizer que, a Supervisão
Pedagógica, faz parte do crescimento profissional, enquanto o supervisor deve ser visto como um
colaborador do Processo de Ensino - Aprendizagem, como aquele que presta apoio ao
desenvolvimento intelectual, institucional e social.

Todavia, as políticas educacionais dão mais ênfase ao processo de gestão participativa, como
forma de tornar abrangente a educação de qualidade. Daí que, é necessário o envolvimento
escalonado da Supervisão Pedagógica, feito isso poderíamos contribuir para o seguimento e
controlo do Processo de Ensino - Aprendizagem à favor do sucesso na sua qualidade e
automaticamente para o desenvolvimento do país. Se faz necessário que cada escola elabore e
ponha em prática o plano de assistência às aulas entre professores no sentido de superar as
pequenas dificuldades que estes têm no dia - a - dia do seu trabalho docente, sem contudo ficar à
espera dos supervisores da ZIP, distritais ou mesmo da província e que estes como atores do
processo, planifiquem as supervisões pedagógicas definindo o alvo a atingir, fazendo abandono
da prática da supervisão integrada por que não é rentável para o PEA.
Referencias Bibliográfica

Alarcão e Tavares, J. (1987, 2ª ed. 2003). Supervisão da Prática Pedagógica. Uma Perspectiva de
Desenvolvimento e Aprendizagem. Coimbra: Almedina.

Alarcão e Tavares (2013). Supervisão e Colaboração: Uma relação para o desenvolvimento.


Porto Editora.

Vieira, F. (1993). Supervisão - Uma Prática Reflexiva de Formação. Rio Tinto: Asa

MINED, (2013), Manual de Apoio à Supervisão Escolar, Maputo.

Mwamwenda. T.S. (2009). Psicologia educacional, uma perspectiva africana, 1ͣ edição, Maputo.

Piletti, C. (2002). Didáctica Geral. São Paulo: Atlântica.

Alarcão e Tavares (2013). Supervisão e Colaboração: Uma relação para o desenvolvimento.


Porto Editora.

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