Liv 101846
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de SaÚDE
2019
Ciclos de vida
Brasil
Presidente da República
Jair Messias Bolsonaro
INSTITUTO BRASILEIRO
DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA - IBGE
Presidente
Eduardo Luiz G. Rios Neto
Diretora-Executiva
Marise Maria Ferreira
Diretoria de Pesquisas
Cimar Azeredo Pereira
Diretoria de Geociências
Claudio Stenner
Diretoria de Informática
Carlos Renato Pereira Cotovio
UNIDADES RESPONSÁVEIS
Ciclos de vida
Brasil
Rio de Janeiro
2021
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Av. Franklin Roosevelt, 166 - Centro - 20021-120 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil
ISBN 978-65-87201-76-4
© IBGE. 2021
Capa
Aline Carneiro Damacena e Leonardo Martins - Gerência
de Editoração/Centro de Documentação e Disseminação
de Informações - CDDI
CDU 311.141:614
SOC
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Sumário
Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Notas técnicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Aspectos da amostragem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Aspectos éticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Saúde da mulher. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Atendimento pré-natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
4_ Ciclos de vida
Convenções
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento;
.. Não se aplica dado numérico;
... Dado numérico não disponível;
x Dado numérico omitido a fim de evitar a individualização da
informação;
0; 0,0; 0,00 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de
um dado numérico originalmente positivo; e
-0; -0,0; -0,00 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de
um dado numérico originalmente negativo.
Apresentação
2008). Adicionalmente, tendo em vista evidências que indicam que os fatores sociais
constituem elementos centrais na determinação do padrão de morbimortalidade, na
adoção dos comportamentos saudáveis e na distribuição dos serviços e recursos de
saúde (TRAVASSOS; CASTRO, 2008; BARROS, et al., 2011), os aspectos relacionados
à equidade mereceram particular consideração na pesquisa.
A PNS 2013 foi divulgada em quatro volumes temáticos: Percepção do estado
de saúde, estilos de vida e doenças crônicas; Acesso e utilização dos serviços de
saúde, acidentes e violências; Ciclos de vida; e Indicadores de saúde e mercado de
trabalho1. Seus dados foram vastamente trabalhados, tanto por gestores em saúde
como pela comunidade científica, culminando no interesse, ainda durante o processo
de divulgação da edição de 2013, de uma segunda edição da PNS.
No ano de 2019, a PNS iniciou, então, mais um processo de coleta de dados,
também em parceria com o Ministério da Saúde, com o intuito de promover a com-
paração dos indicadores divulgados anteriormente e fornecer aportes à resposta do
Sistema Único de Saúde - SUS.
Nos volumes lançados em 2020, foram divulgadas informações sobre acesso
e utilização dos serviços de saúde, aspectos da estratégia de Saúde da Família, visi-
tas de agentes de endemias, cobertura de planos de saúde, presença de animais e
vacinação, atendimento médico, medidas aferidas de antropometria, percepção do
estado de saúde, estilos de vida, doenças crônicas e saúde bucal. Em maio de 2021,
foi divulgado outro volume que apresentou informações sobre acidentes, violência,
doenças transmissíveis, atividade sexual, características do trabalho e apoio social.
Nesta publicação, serão divulgadas informações sobre: pessoas com deficiência; pa-
ternidade e pré-natal do parceiro; saúde das pessoas com 60 anos ou mais de idade;
saúde da mulher; atendimento pré-natal; e aspectos da saúde e nutrição das crianças
com menos de 2 anos de idade.
O IBGE detém um importante histórico na produção de estatísticas sobre as
pessoas com deficiências. Este tema esteve presente em Suplementos da PNAD, nos
questionários da amostra dos últimos Censos Demográficos, assim como na PNS de
2013 e na atual. O questionário usado na captação das informações na PNS foi ela-
borado de acordo as melhores práticas definidas pelo Grupo de Washington, do qual
o IBGE é membro. Esse questionário foi aplicado para todos os moradores de 2 anos
ou mais de idade, sendo que para crianças com menos de 5 anos, houve adaptações
das perguntas para viabilizar a captação.
Com o objetivo de conhecer indicadores sobre a paternidade masculina no País
e de contextualizar a importância do envolvimento consciente e ativo dos homens em
todas as ações voltadas ao planejamento reprodutivo, foi incluído na PNS o módulo
de paternidade e pré-natal do parceiro. As informações deste módulo foram coletadas
por meio de um questionário respondido pelos próprios homens de 15 anos ou mais
de idade que faziam parte do grupo de moradores selecionados aleatoriamente pelo
dispositivo de coleta.
No contexto do envelhecimento populacional do qual o Brasil está inserido,
dados sobre a saúde da população de 60 anos ou mais de idade são cada vez mais
1 Para informações mais detalhadas sobre esses volumes, consultar a página da PNS 2013 no portal do IBGE na Internet
no endereço: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/saude/9160-pesquisa-nacional-de-saude.html?=&t=o-que-e.
Introdução 9
necessários para acompanhar o perfil desse grupo, assim como para auxiliar a elabo-
ração de políticas públicas voltadas para esse público alvo. Nesse sentido, a PNS, em
suas duas versões, possui um módulo específico para saúde das pessoas de 60 anos
ou mais, que busca identificar a existência de limitações funcionais ou instrumentais,
a rede de apoio, a participação em atividades sociais, medicação, vacinação, entre
outros aspectos.
O módulo de saúde da mulher é outro tema de grande importância na PNS,
visto que é essencial para conhecer o perfil dessas mulheres, suas demandas de
saúde, assim como possibilitar o direcionamento de recursos e políticas públicas de
forma mais eficiente. Cabe destacar que as mulheres são a maioria da população, em
especial, entre os idosos, e as principais usuárias do sistema de saúde do País. Este
módulo, que foi respondido por mulheres de 15 anos ou mais de idade, selecionadas
aleatoriamente nos domicílios da amostra da PNS, buscou investigar diversos aspectos
sobre a vida da mulher, tais como: pré-natal, parto, exames preventivos, menstruação,
planejamento familiar, contracepção etc.
Por fim, a PNS contempla um módulo temático de saúde e nutrição específico
para crianças com menos de 2 anos de idade, na medida que diversos estudos mos-
tram que cuidados adequados e investimentos na primeira infância trazem impactos
positivos na vida adulta dessa criança. Nesse contexto, são realizadas perguntas sobre
a alimentação, exames preventivos realizados após o nascimento e sobre a vacinação.
As informações da PNS 2019 serão utilizadas para subsidiar a formulação de
políticas públicas nas áreas de promoção, vigilância e atenção à saúde do SUS. Seus
resultados fomentarão a resposta e o monitoramento de indicadores nacionais e in-
ternacionais, como os relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável -
ODS2, às metas de redução de Doenças Crônicas NãoTransmissíveis - DCNT pactuadas
com a OMS, e aqueles previstos no Plano de ações estratégicas para o enfrentamento
das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022 (BRASIL, 2011).
Aspectos da amostragem
Plano amostral
A PNS é uma pesquisa domiciliar, e o plano amostral empregado é o
de amostragem conglomerada em três estágios, com estratificação das
unidades primárias de amostragem (UPAs). Os Setores Censitários ou
conjunto de setores formam as unidades primárias de amostragem;
os domicílios são as unidades de segundo estágio; e os moradores
de 15 anos ou mais de idade definem as unidades de terceiro estágio.
Nacional, porém não são abrangidos pela pesquisa. Por outro lado, as embaixadas, os consulados e as
representações estrangeiras no Brasil não são incluídos por não fazerem parte doTerritório Nacional.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
12_ Ciclos de vida
Tamanho da amostra
Para a determinação do tamanho da amostra de domicílios e de pessoas, foram con-
siderados vários indicadores de interesse, o nível de precisão desejado para a esti-
mativa do indicador por domínio, o efeito do plano amostral, o número de domicílios
selecionados por unidade primária de amostragem, e a proporção de domicílios com
pessoas na faixa etária de interesse.
Com base nos tamanhos de amostras estudados para a PNS 2013 e na precisão
das estimativas obtidas com os dados daquela pesquisa, observou-se que seria ne-
cessário definir um tamanho de amostra maior que o da edição anterior para garantir
precisão aceitável para os diversos domínios de estimação.
A estratégia escolhida foi iniciar o estudo com algumas alternativas de tamanhos
de amostra e avaliar o coeficiente de variação esperado para cada um dos indicadores
de interesse listados no Quadro, comparando com a precisão desejada, estipulada
no planejamento da PNS 2013.
4 Para informações mais detalhadas sobre o tema, consultar FREITAS e outros (2007).
Notas técnicas 13
Onde
é o tamanho da amostra de pessoas sob amostragem aleatória simples;
N é o número total de pessoas;
P é a proporção de interesse Q = 1 – P;
CV é o coeficiente de variação desejado da estimativa de proporção;
é o tamanho da amostra sob amostragem conglomerada; e
EPA é o efeito do plano amostral.
5 Para informações mais detalhadas sobre a definição teórica do efeito do plano amostral, consultar Lila e Freitas (2006).
Notas técnicas 15
Amostra da PNS
UPAs na
Unidades da
amostra UPAs Domicílios
Federação
mestra
Planejadas Selecionadas Planejados Selecionados
Média dos
coeficientes
Tamanho
Indicadores de variação
esperado
de interesse esperados por
da amostra
Unidade da
Federação
Uso de serviço de saúde nas últimas duas semanas 347 200 3,0
Indivíduos de 15 anos ou mais usuários atuais de produtos derivados do tabaco 108 500 5,5
Indivíduos com consumo médio diário elevado de álcool 108 500 4,8
Mulheres de 15 a 49 anos que utilizam algum método para evitar gravidez 34 700 5,1
Mulheres de 15 a 49 anos que utilizam a pílula para evitar gravidez 34 700 7,0
Mulheres de 15 a 49 anos que tiveram relações sexuais nos últimos 12 meses 34 700 4,0
Mulheres de 15 a 49 anos que já fizeram algum tratamento para engravidar 34 700 23,3
Uso de serviço de saúde nas últimas duas semanas 100,0 0,0 0,0
Cobertura de mamografia entre mulheres com 50 anos ou mais 69,5 28,6 1,9
Indivíduos de 15 anos ou mais usuários atuais de produtos
derivados do tabaco 99,0 1,0 0,0
Indivíduos com consumo médio diário elevado de álcool 100,0 0,0 0,0
Mulheres de 15 a 49 anos que utilizam a pílula para evitar gravidez 88,6 11,4 0,0
Mulheres de 15 a 49 anos que fizeram laqueadura 64,8 32,4 2,9
Mulheres de 15 a 49 anos que tiveram relações sexuais nos últimos
12 meses 100,0 0,0 0,0
Mulheres de 15 a 49 anos que já fizeram algum tratamento para
engravidar 5,7 38,1 56,2
Subamostra de antropometria
Rondônia 22 14 8 154 98 56
Acre 9 5 4 63 35 28
Roraima 11 7 4 77 49 28
Amapá 14 8 6 98 56 42
Tocantins 17 11 6 119 77 42
Sergipe 20 12 8 140 84 56
Brasil 108 525 108 457 42 7 874 100 541 94 114 6 427 13,2 7,3 93,6
Rondônia 2 655 2 655 - 220 2 435 2 301 134 13,3 8,3 94,5
Acre 2 895 2 895 - 171 2 724 2 433 291 16,0 5,9 89,3
Amazonas 3 945 3 945 - 258 3 687 3 513 174 11,0 6,5 95,3
Roraima 2 808 2 807 - 201 2 606 2 327 279 17,1 7,2 89,3
Pará 4 995 4 995 - 425 4 570 4 077 493 18,4 8,5 89,2
Amapá 1 944 1 944 - 105 1 839 1 667 172 14,2 5,4 90,6
Tocantins 2 520 2 520 - 222 2 298 2 048 250 18,7 8,8 89,1
Maranhão 5 784 5 784 - 407 5 377 5 199 178 10,1 7,0 96,7
Ceará 5 784 5 784 12 510 5 262 4 660 602 19,4 8,8 88,6
Rio Grande do Norte 3 555 3 554 - 230 3 324 3 062 262 13,8 6,5 92,1
Paraíba 3 675 3 660 - 277 3 383 3 218 165 12,1 7,6 95,1
Pernambuco 4 560 4 560 - 305 4 255 4 113 142 9,8 6,7 96,7
Alagoas 3 765 3 762 15 300 3 447 3 235 212 14,0 8,0 93,8
Sergipe 3 015 3 015 - 181 2 834 2 678 156 11,2 6,0 94,5
Bahia 4 260 4 260 - 380 3 880 3 715 165 12,8 8,9 95,7
Minas Gerais 5 940 5 940 - 383 5 557 5 350 207 9,9 6,4 96,3
Espírito Santo 4 215 4 215 - 313 3 902 3 620 282 14,1 7,4 92,8
Rio de Janeiro 6 144 6 144 - 484 5 660 5 277 383 14,1 7,9 93,2
São Paulo 7 356 7 308 - 473 6 835 6 326 509 13,4 6,5 92,6
Paraná 4 488 4 488 - 295 4 193 4 031 162 10,2 6,6 96,1
Santa Catarina 4 272 4 272 - 237 4 035 3 788 247 11,3 5,5 93,9
Rio Grande do Sul 4 320 4 320 - 333 3 987 3 829 158 11,4 7,7 96,0
Mato Grosso do Sul 3 375 3 375 - 296 3 079 2 959 120 12,3 8,8 96,1
Mato Grosso 2 895 2 895 - 172 2 723 2 579 144 10,9 5,9 94,7
Goiás 3 345 3 345 - 289 3 056 2 842 214 15,0 8,6 93,0
Distrito Federal 2 910 2 910 - 208 2 702 2 461 241 15,4 7,1 91,1
Brasil 108 525 108 457 42 14 301 94 114 90 846 3 268 16,2 13,2 96,5
Rondônia 2 655 2 655 - 354 2 301 2 176 125 18,0 13,3 94,6
Pará 4 995 4 995 - 918 4 077 3 853 224 22,9 18,4 94,5
Amapá 1 944 1 944 - 277 1 667 1 554 113 20,1 14,2 93,2
Tocantins 2 520 2 520 - 472 2 048 1 922 126 23,7 18,7 93,8
Maranhão 5 784 5 784 - 585 5 199 5 080 119 12,2 10,1 97,7
Ceará 5 784 5 784 12 1 112 4 660 4 265 395 26,3 19,2 91,5
Rio Grande do Norte 3 555 3 554 - 492 3 062 2 962 100 16,7 13,8 96,7
Alagoas 3 765 3 762 15 512 3 235 2 987 248 20,6 13,6 92,3
Minas Gerais 5 940 5 940 - 590 5 350 5 209 141 12,3 9,9 97,4
Espírito Santo 4 215 4 215 - 595 3 620 3 541 79 16,0 14,1 97,8
Rio de Janeiro 6 144 6 144 - 867 5 277 4 966 311 19,2 14,1 94,1
São Paulo 7 356 7 308 - 982 6 326 6 114 212 16,3 13,4 96,6
Santa Catarina 4 272 4 272 - 484 3 788 3 738 50 12,5 11,3 98,7
Rio Grande do Sul 4 320 4 320 - 491 3 829 3 767 62 12,8 11,4 98,4
Mato Grosso do Sul 3 375 3 375 - 416 2 959 2 863 96 15,2 12,3 96,8
Mato Grosso 2 895 2 895 - 316 2 579 2 468 111 14,7 10,9 95,7
Goiás 3 345 3 345 - 503 2 842 2 702 140 19,2 15,0 95,1
Distrito Federal 2 910 2 910 - 449 2 461 2 365 96 18,7 15,4 96,1
Em No âmbito (1)
Domicí-
lios na UPAs Exces-
Unidades da Com Sem Perda
amostra com a- Fora do so de Respos-
Federação entre- entre- total
plane- Total (T) mostra âmbito Total cober- ta
vista vista ((A+B+C
jada não co- (B) (C1) tura (C2/C1)
realiza- realiza- 3)/T)
letada (B/T)
(A) da (C2) da (C3)
Brasil 8 057 8 050 7 649 7 394 7 060 334 12,3 8,1 95,5
Rio Grande do Norte 168 168 - 18 150 140 10 16,7 10,7 93,3
Rio Grande do Sul 490 490 - 41 449 438 11 10,6 8,4 97,6
Mato Grosso do Sul 182 182 - 24 158 154 4 15,4 13,2 97,5
6 Informações mais detalhadas a respeito da metodologia utilizada no cálculo das Projeções da População do Brasil e
das Unidades da Federação, Revisão 2018, podem ser consultadas em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-
catalogo?view=detalhes&id=2101597.
7 A mudança da duração do ensino fundamental regular de 8 para 9 anos, com matrícula obrigatória aos 6 anos de
idade, foi estabelecida na Lei n. 11.274, de 06.02.2006. A lei permitiu um período de transição durante o qual existiu tanto
o ensino fundamental com duração de 8 anos como o de 9 anos.
8 Pelo deflacionamento da PNS ser semelhante ao da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua -
PNAD Contínua, informações mais detalhadas podem ser obtidas na nota técnica da última pesquisa, em: https://
www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9171-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-mensal.
html?edicao=30387&t=notas-tecnicas.
Notas técnicas 25
Aferições
Para o morador adulto selecionado para a entrevista individual, ocorreu uma suba-
mostra para aferições de peso e altura. Foram utilizados, respectivamente, balança
eletrônica e estadiômetro portáteis.
O treinamento para a coleta das medidas antropométricas foi desenvolvido em
parceria com a Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz e com o Laboratório de Avaliação
Nutricional de Populações - Lanpop, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de
São Paulo - USP. Adicionalmente, foram desenvolvidos critérios para o estabelecimento
de medidas improváveis biologicamente. Foram seguidos os mesmos procedimentos
da PNS 2013, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde.
Aspectos éticos
O projeto da PNS 2019 foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa -
Conep, do Conselho Nacional de Saúde - CNS, em agosto de 2019.
Análise dos resultados
9 Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu protocolo facultativo, promulgado
idade. Ambos focam nos domínios que mais afetam as crianças e adolescentes nas
suas faixas de desenvolvimento. Outra preocupação apontada neste módulo é o de
desenhar questões que possam captar atividades próprias à idade de cada criança,
adaptando a redação das perguntas com estruturas como “comparando com crianças
da mesma idade...” para facilitar este entendimento.
O módulo Pessoas com deficiência na PNS de 2019 foi aplicado para todos
os moradores de 2 anos ou mais de idade e tem como objetivo principal gerar indi-
cadores socioeconômicos, educacionais e de saúde de pessoas com deficiência. A
identificação das pessoas com deficiência se deu a partir da mensuração do grau de
dificuldade de algumas atividades que a pessoa possuía ao realizá-las, além de abordar
o uso de aparelhos de auxílio e a forma de obtenção desses aparelhos. Conforme as
recomendações do Grupo de Washington para as categorias de resposta, elas devem
obedecer a uma escala de dificuldade: “nenhuma dificuldade”, “alguma dificuldade”,
“muita dificuldade” ou “não consegue de modo algum”.
Nesse passo, para os indicadores ora apresentados, considerou-se pessoa com
deficiência aquela que tenha respondido apresentar muita dificuldade ou não con-
seguir de modo algum em uma ou mais questões relativas às dificuldades sejam de
enxergar, de ouvir, de se locomover, de realizar movimentos nos membros superiores
ou de realizar tarefas habituais em decorrência de limitações nas funções mentais ou
intelectuais, independente do uso de aparelhos de auxílio. Considerando os diversos
tipos de deficiência captadas pela PNS de 2019, verificou-se também se a pessoa fazia
uso de algum recurso ou aparelho de apoio e se os mesmos foram obtidos pelo SUS.
Por fim, cumpre reiterar que o marco conceitual adotado para investigação
das pessoas com deficiência pelo IBGE alinha-se à Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde - CIF, divulgada pela Organização Mundial da
Saúde - OMS (World Health Organization - WHO) em 2001 (CIF..., 2008), à Convenção
de Direitos da Pessoa com Deficiência e à Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com De-
ficiência (Lei n. 13.146, de 06.07.2015). Dessa forma, o Instituto reafirma a compreensão
da deficiência como produto da interação entre funções e estruturas corporais com
limitações e barreiras sociais e ambientais resultando em restrições de participação em
igualdade de condições com as demais pessoas. O chamado modelo biopsicossocial
da deficiência – em contraposição a um modelo puramente médico – é considerado
fundamental para a concepção das pessoas com deficiência como sujeito pleno de
direitos, que deve ser incluído em todas as dimensões da vida em sociedade.
Análises sociodemográficas
A partir da PNS 2019, estimou-se em 17,3 milhões o número de pessoas de 2 anos ou
mais de idade com deficiência relacionada a pelo menos uma de suas funções. Esse
número representava 8,4% da população de dois anos ou mais de idade. Dessas pes-
soas, 14,4 milhões encontravam-se em domicílios urbanos e 2,9 milhões em domicílios
rurais. Dentre as Grandes Regiões, o percentual de pessoas com deficiência na Região
Nordeste foi de 9,9%; na Região Sudeste, 8,1%; na Região Sul, 8,0%; na Região Norte
foi de 7,7%; e na Região Centro-Oeste foi de 7,1%. Na Região Nordeste, observou-se
que todas as Unidades da Federação tiveram percentuais acima da média nacional.
Conforme o Gráfico 1, destacou-se o Estado de Sergipe, onde 12,3% da população
com 2 anos ou mais de idade eram pessoas com deficiência.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
30_ Ciclos de vida
8,4
Brasil
5,2
Distrito Federal
5,6
Mato Grosso
5,9
Roraima
6,2
Amazonas
7,1
Amapá
7,3
Mato Grosso do Sul
7,4
São Paulo
7,5
Santa Catarina
7,6
Acre
7,9
Paraná
8,1
Espírito Santo
8,1
Rio de Janeiro
8,2
Pará
8,4
Rondônia
8,5
Goiás
8,5
Rio Grande do Sul
8,9
Pernambuco
8,9
Rio Grande do Norte
9,0
Maranhão
9,1
Alagoas
9,3
Tocantins
9,5
Minas Gerais
9,7
Piauí
10,3
Bahia
10,6
Ceará
10,7
Paraíba
12,3
Sergipe
%
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
49,4
50,0
40,0
32,4
30,0
20,0
10,0 6,8
6,2
3,3
1,9
0,0
De 2 a 9 anos De 10 a 17 anos De 18 a 29 anos De 30 a 39 anos De 40 a 59 anos Com 60 anos
ou mais
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Preta 9,7
Parda 8,5
Branca 8,0
De 40 a 59 anos 10,0
De 30 a 39 anos 3,6
De 18 a 29 anos 2,9
De 10 a 17 anos 2,3
De 2 a 9 anos 1,5
Mulher 9,9
Homem 6,9
%
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Nível de instrução
Os resultados da PNS de 2019 mostraram diferenças relevantes entre o nível de ins-
trução das pessoas com 18 anos ou mais de idade com deficiência e o das sem defi-
ciência. Enquanto 67,6% da população com deficiência não tinha instrução ou possuía
apenas o fundamental incompleto, esse percentual era de 30,9% para as pessoas sem
nenhuma das deficiências investigadas, representando uma diferença de 36,7 pontos
percentuais. Esse resultado pode ser em parte explicado pela maior concentração
de população sem instrução nas idades mais avançadas, em que também há maior
incidência do fenômeno deficiência.
No outro extremo da escolarização, o percentual da população de 18 anos ou
mais com deficiência com nível superior completo foi de 5,0%, enquanto para as pes-
soas sem deficiência, 17,0%. Tanto dificuldades específicas para o acesso ao ensino
superior, quanto de conclusão do ensino médio devem contribuir para essa diferença.
Em 2019, apenas 16,6% da população com deficiência tinha o ensino médio completo
(ou superior incompleto), contra 37,2% das pessoas sem deficiência.
Análise dos resultados 33
60,0
50,0
40,0 37,2
30,9
30,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Nível de ocupação
O direito ao trabalho para as pessoas com deficiência está previsto no Art. 8 da Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei n. 13.146, de 06.07.2015). No en-
tanto, os dados da PNS 2019 revelam dificuldades para sua efetivação. De acordo com
a Pesquisa, em 2019, o nível de ocupação das pessoas de 14 anos ou mais de idade
com deficiência foi de 25,4%, enquanto na população em geral foi de 57,0%, chegando
a 60,4% entre as pessoas sem deficiência em idade para trabalhar. O desnível entre
os dois grupos populacionais foi marcante em todas as Grandes Regiões.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
34_ Ciclos de vida
40,0
32,5 30,0
30,0 25,4 24,6 23,9 25,1
20,0
10,0
0,0
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
O nível de ocupação mais baixo das pessoas com deficiência decorre principal-
mente de sua menor participação na força de trabalho. Em 2019, apenas 28,3% das
pessoas com deficiência com 14 anos de idade ou mais estavam na força de trabalho,
percentual que era de 66,3% para a população sem deficiência.
Quando se verifica, para as pessoas com deficiência que estão fora da força
de trabalho, nos últimos 30 dias anteriores à entrevista, quais os motivos para não
terem tomado alguma providência efetiva para conseguir trabalho, 48,9% disseram
que por problemas de saúde, 28,8% por não desejar trabalhar e 10,5% não conseguia
trabalho por ser considerado muito jovem ou idoso. A Pesquisa não permite, contudo,
averiguar se a condição de saúde é um limitador em si por seu grau de severidade
ou se, ante barreiras possivelmente encontradas, como falta de acessibilidade nos
transportes públicos e locais de trabalho, discriminação, entre outros, as pessoas com
deficiência acabam por desistir de procurar ocupação.
Já a taxa de desocupação é um indicador que não exprime desigualdade entre
a população com e sem deficiência. De fato, em 2019, a taxa de desocupação dentre
as pessoas com deficiência foi de 10,3% vis-à-vis 9,0% das pessoas sem deficiência e
9,1% da população total. Uma série de estudos têm buscado compreender o impacto
das leis de cotas no setor público e no mercado de trabalho para o alcance desse
resultado (COSTILLA; NERI; CARVALHO, 2002; GUGEL, 2016; GARCIA; BENEVIDES;
ALENCAR, 2018).
É preciso ressaltar, ainda, que há desigualdades marcantes na inserção em
postos de trabalho no interior do grupo populacional com deficiência, por tipo de
deficiência apresentada. Enquanto as pessoas com deficiência visual e auditiva apre-
sentaram níveis de ocupação de 32,6% e 25,4%, respectivamente, para as pessoas
com deficiência física o indicador foi de 15,3%, - quando relacionada a dificuldades
de realizar atividades com os membros inferiores – e 16,3% - para dificuldades refe-
Análise dos resultados 35
rentes aos membros superiores. A situação mais desvantajosa, novamente, foi a das
pessoas com deficiência mental, com nível de ocupação de 4,7%, indicativo de que
as políticas públicas de inclusão falham principalmente com esse grupo.
50,0
40,0
32,6
30,0 25,4 25,4
10,0
4,7
0,0
Total Sem Com Visual Auditiva Física Física Mental
deficiência deficiência (membros (membros
inferiores) superiores)
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
10 Na literatura, há estudos que investigaram a discriminação salarial das pessoas com deficiência, como Soares Júnior
e Covre-Sussai (2018).
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
36_ Ciclos de vida
Mais de 1 a 2 8,2
salários mínimos
Mais de 2 a 3 6,3
salários mínimos
Mais de 3 a 5 5,8
salários mínimos
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: 1. Exclusive as pessoas cuja condição no domicílio era pensionista, empregado(a) doméstico(a) ou parente
do(a) empregado doméstico(a).
2. O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Tipos de deficiência
Deficiência visual
Segundo os dados da Pesquisa, 3,4% da população com 2 anos ou mais de idade no
Brasil declarou ter muita dificuldade ou não conseguir de modo algum enxergar, o que
representava quase 7 milhões de brasileiros com deficiência visual em 2019. Houve
diferenças percentuais entre os sexos das pessoas com essa deficiência: a população
masculina com deficiência visual foi de 2,7%, enquanto para a população feminina,
4,0%. Com relação às faixas etárias, 0,5% da população de 2 a 9 anos de idade tinha
deficiência visual; de 10 a 39 anos de idade, o percentual ficou entre 1,1% e 1,5%; a
partir dos 40 anos ou mais de idade, o percentual aumenta para 4,4% e, com 60 anos
ou mais de idade, atinge 9,2%.
A proporção de pessoas com 18 anos ou mais de idade, que declararam ter defi-
ciência visual na população, foi de 4,2%. Dentre o total populacional com pelo menos 18
anos de idade e que não tinham instrução ou tinham o nível fundamental incompleto, 8,1%
tinham alguma deficiência visual; 3,2% dentre os que tinham nível fundamental completo
ou médio incompleto; 2,1%, médio completo ou superior incompleto e 1,0% com nível
superior completo. Ou seja, as pessoas com deficiência visual estão sobrerrepresentadas
apenas no grupo populacional menos escolarizado – ou sem escolarização alguma.
Com relação ao rendimento domiciliar per capita das pessoas de 2 anos ou
mais de idade, os domicílios que tinham rendimento de até 1 salário mínimo tiveram
percentuais variando de 3,9% a 4,4%. Dentre os domicílios com rendimento per capita
de 5 salários mínimos ou mais, esse percentual foi de 1,2%.
Análise dos resultados 37
Uma vez que 3,9% das pessoas de 14 anos ou mais de idade tinham deficiên-
cia visual e apenas 2,3% do total das pessoas ocupadas possuíam essa deficiência,
as pessoas com deficiência visual estão sub-representadas entre os ocupados. Já o
percentual de pessoas com deficiência visual fora da força de trabalho, 6,6%, revela
sua maior representatividade nesse grupo, tendência que se repete para todos os
tipos de deficiência.
3,4
Total
2,7
Homem
4,0
Mulher
2,9
Branca
3,7
Parda
4,3
Preta
0,5
De 2 a 9 anos
1,1
2 anos ou De 10 a 17 anos
mais de 1,4
idade De 18 a 29 anos
1,5
De 30 a 39 anos
4,4
De 40 a 59 anos
9,2
Com 60 anos ou mais
3,9
Sem rendimento até 1/4 do salário mínimo
3,9
Mais de 1/4 a 1/2 do salário mínimo
4,4
Mais de 1/2 a 1 salário mínimo
3,1
Mais de 1 a 2 salários mínimos
1,8
Mais de 2 a 3 salários mínimos
1,9
Mais de 3 a 5 salários mínimos
1,2
Mais de 5 salários mínimos
3,9
Total
14 anos ou 2,3
mais de Ocupadas
idade 3,0
Desocupadas
6,6
Fora da força de trabalho
4,2
Total
1,0
Superior completo
18 anos ou 2,1
mais de Médio completo e superior incompleto
idade 3,2
Fundamental completo e médio incompleto
8,1
Sem instrução e fundamental incompleto
%
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
38_ Ciclos de vida
Deficiência auditiva
Para o caso das pessoas com deficiência auditiva, 2,3 milhões de brasileiros com 2
anos ou mais de idade declararam ter muita dificuldade ou não conseguir de modo
algum ouvir, o que constituía 1,1% da população brasileira em 2019. Não houve dife-
renças entre sexos – ambos atingiram o percentual de 1,1% da população. Havia 31
mil crianças de 2 a 9 anos de idade com deficiência auditiva e, à medida que as idades
avançavam, a quantidade de pessoas com limitações auditivas também aumentava:
1,5 milhão de pessoas (4,3%) com deficiência auditiva tinham 60 anos ou mais de
idade. Não houve diferenças percentuais entre as pessoas com deficiência auditiva
segundo a cor ou raça.
Quanto ao nível de escolaridade, a situação foi similar à de deficiência visual:
quanto maior o grau de escolaridade, menor a parcela de pessoas com deficiência
auditiva compondo o grupo. Com efeito, 2,9% das pessoas com 18 anos ou mais de
idade que não tinham instrução ou tinham o nível fundamental incompleto eram
pessoas com deficiência auditiva. O grupo constituía 0,8% das pessoas com nível
fundamental completo ou médio incompleto; 0,6%, com nível médio completo ou
superior incompleto e apenas 0,5% com nível superior concluído.
Nos domicílios com rendimento domiciliar per capita sem rendimento ou de
até ¼ do salário mínimo, 0,6% dos residentes de 14 anos ou mais de idade tinham
deficiência auditiva. A faixa de rendimento que teve maior proporção de pessoas com
deficiência auditiva foi a dos domicílios cujo rendimento era de ½ a 1 salário mínimo,
com 1,5%.
No Brasil, 1,3% da população de 14 anos ou mais de idade tinha deficiência au-
ditiva, entretanto a participação dessas pessoas na população ocupada, assim como
na desocupada, foi de apenas 0,6% (578 mil e 60 mil, respectivamente). O percentual
de pessoas com deficiência auditiva na população fora da força foi de 2,6%, ou seja, a
população com deficiência auditiva está majoritariamente fora do mercado de trabalho.
Análise dos resultados 39
1,1
Total
1,1
Homem
1,1
Mulher
1,2
Branca
1,1
Parda
1,1
Preta
0,1
De 2 a 9 anos
0,2
2 anos ou De 10 a 17 anos
0,3
mais de De 18 a 29 anos
idade 0,5
De 30 a 39 anos
0,9
De 40 a 59 anos
4,3
Com 60 anos ou mais
0,6
Sem rendimento até 1/4 do salário mínimo
0,8
Mais de 1/4 a 1/2 do salário mínimo
1,5
Mais de 1/2 a 1 salário mínimo
1,3
Mais de 1 a 2 salários mínimos
1,0
Mais de 2 a 3 salários mínimos
0,9
Mais de 3 a 5 salários mínimos
0,9
Mais de 5 salários mínimos
1,3
Total
14 anos ou 0,6
mais de Ocupadas
idade 0,6
Desocupadas
2,6
Fora da força de trabalho
1,4
Total
18 anos ou 0,5
Superior completo
mais de 0,6
idade Médio completo e superior incompleto
0,8
Fundamental completo e médio incompleto
2,9
Sem instrução e fundamental incompleto
%
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
11 Por meio da Lei n°. 10.436, de 24.04.2002, considera a Libras é uma língua reconhecida no País como meio legal de
pendentemente de ser ou não pessoa com deficiência. A Libras é utilizada como meio
de comunicação por uma parcela da população, em especial às que tem deficiência
auditiva.
Mensurar o contingente de usuários da Libras pode melhor orientar e planejar
políticas públicas, principalmente, voltadas para a educação. Os números indicam
que nem todas as pessoas com deficiência auditiva se comunicam em Libras, mas os
que se comunicam, demandam uma política educacional especializada.
Como a deficiência auditiva é um fenômeno que aumenta com a idade, quando
a pessoa já é fluente na sua língua materna, seja o Português ou outra língua oral,
optou-se em avaliar o conhecimento da Libras entre as pessoas de 5 a 40 anos de
idade que responderam ter pelo menos alguma dificuldade em ouvir, uma vez que,
uma pessoa que adquiriu a surdez com a idade, continuará a se comunicar na sua
língua materna.
Assim, considerando as pessoas com idade compreendida entre 5 e 40 anos de
idade, aqueles que referiram ter ao menos alguma dificuldade para ouvir totalizaram
cerca de 1,7 milhão de pessoas. Destes, aproximadamente 153 mil pessoas disseram
saber usar a Libras, o que representa 9,2% deste grupo populacional. Entre os defi-
cientes auditivos, ou seja, pessoas com muita dificuldade de ouvir ou não conseguem
de modo algum ouvir, o percentual dos que conhecem Libras foi de 22,4%. Notou-se
nítida relevância que o uso da Libras tem para as pessoas que declararam não con-
seguir ouvir de forma alguma, visto que 61,3% (aproximadamente 43 mil pessoas)
sabiam usar Libras.
Não consegue de modo algum 100,0 61,3 42,7 77,1 38,7 22,9 57,3
Deficiência auditiva (1) 100,0 22,4 16,5 29,6 77,6 70,4 83,5
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: Libras - Língua Braileira de Sinais.
(1) Muita dificuldade de ouvir ou não consegue de modo algum ouvir.
Análise dos resultados 41
Deficiência física
Para as pessoas com deficiência física, foram levantadas as dificuldades para realizar
determinadas tarefas utilizando os membros inferiores ou superiores, separadamente.
Membros inferiores
Perguntou-se se as pessoas tinham dificuldade para caminhar ou subir degraus. Cerca
de 3,8% das pessoas de 2 anos ou mais de idade responderam ter muita dificuldade
ou não conseguir de modo algum, sendo consideradas pessoas com deficiência física,
o que representava 7,8 milhões de pessoas. Em razão de especificidades do desen-
volvimento das crianças pequenas, para aqueles entre 2 e 4 anos de idade o quesito
restringiu-se a investigar a capacidade de caminhar.
Dentre as mulheres, 4,8% tinham deficiência física relacionada ao uso de mem-
bros inferiores; para os homens, 2,7%. A proporção foi mais elevada para pessoas de
60 anos ou mais de idade, atingindo 14,4% dessa população, ou seja, quase 5 milhões
de pessoas. Embora em menor contingente, havia, em 2019, 174 mil crianças de 2 a 17
anos de idade com deficiência física. Essa deficiência estava mais presente entre as
pessoas da cor preta (4,3%) do que entre as pessoas pardas e brancas (3,6% e 3,8%,
respectivamente).
As pessoas com essa deficiência encontravam-se em maior percentual entre
as pessoas com menos instrução. Enquanto 1,4% das pessoas com nível superior
completo eram pessoas com deficiência física, 10,0% das que não tinham instrução
ou tinham o nível fundamental incompleto estavam no grupo – enquanto o percentual
de pessoas com deficiência física foi de 3,8%.
Quanto à inserção no mercado de trabalho, havia menor proporção de pessoas
de 14 anos ou mais de idade com deficiência física ocupadas na semana de referência
(1,2% - 1,2 milhão de pessoas), do que no grupo em idade de trabalhar (4,5% - cerca
de 7,7 milhões de pessoas). A maior concentração de pessoas com deficiência física
estava na população fora da força de trabalho (10%).
Quanto ao rendimento domiciliar per capita das pessoas de 2 anos ou mais de
idade, 2,4% das pessoas que viviam em domicílio sem rendimento ou com rendimento
de até ¼ do salário mínimo eram pessoas com deficiência física relacionada ao uso
dos membros inferiores, o que equivale a 480 mil pessoas. Nas demais faixas de
rendimento, o que teve maior destaque, foi o grupo com rendimento de ½ a 1 salário
mínimo cujo percentual de pessoas com deficiência física nesses domicílios foi de 5,1%.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
42_ Ciclos de vida
2,7
Homem
4,8
Mulher
3,8
Branca
3,6
Parda
4,3
Preta
0,3
De 2 a 9 anos
0,4
2 anos ou De 10 a 17 anos
mais de 0,5
De 18 a 29 anos
idade 0,9
De 30 a 39 anos
3,8
De 40 a 59 anos
14,4
Com 60 anos ou mais
2,4
Sem rendimento até 1/4 do salário mínimo
3,2
Mais de 1/4 a 1/2 do salário mínimo
5,1
Mais de 1/2 a 1 salário mínimo
Mais de 1 a 2 salários mínimos
3,9
3,4
Mais de 2 a 3 salários mínimos
3,0
Mais de 3 a 5 salários mínimos
2,3
Mais de 5 salários mínimos
4,5
Total
14 anos ou 1,2
mais de Ocupadas
idade 1,2
Desocupadas
10,0
Fora da força de trabalho
4,8
Total
Superior completo
1,4
18 anos ou
mais de Médio completo e superior incompleto
1,8
idade 3,1
Fundamental completo e médio incompleto
10,0
Sem instrução e fundamental incompleto
%
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Membros superiores
Também foram consideradas pessoas com deficiência física as pessoas que respon-
deram ter muita dificuldade ou não conseguir de modo algum uma ou mais dessas
atividades: levantar uma garrafa com dois litros de água da cintura até a altura dos
olhos ou pegar objetos pequenos ou abrir e fechar recipientes. Para as crianças de 2
a 4 anos de idade, a única atividade investigada foi pegar objetos pequenos.
Análise dos resultados 43
Com base nos dados da PNS de 2019, 2,7% das pessoas de 2 anos ou mais de
idade eram pessoas com deficiência física relacionada ao uso dos membros superiores
o que representa, aproximadamente, 5,5 milhões de pessoas. A população feminina
apresentou percentual superior à masculina com 3,4% e 1,8%, respectivamente. Entre
os grupos etários, as pessoas com idade a partir de 40 anos apresentaram ter essa
deficiência com percentual maior do que a inserção deles na população atingindo
9,6% para 60 anos ou mais de idade.
De forma similar às demais deficiências, quanto ao nível de instrução, entre as
pessoas de 18 anos ou mais de idade, a maior incidência de pessoas com deficiência
física relacionada ao uso dos membros superiores se deu mais entre aqueles sem
instrução ou nível fundamental incompleto (6,9%). No extremo oposto, apenas 1,0%
das pessoas com nível superior faziam parte do grupo.
Tratando-se de ocupação, 0,9% dos ocupados (863 mil pessoas) e 0,9% dos
desocupados (85 mil pessoas) tinham deficiência física nos membros superiores –
percentual abaixo da inserção deles na população em idade a trabalhar.Tal como para
as outras deficiências, a maior concentração, 6,8% (4,4 milhões), estava na população
fora da força de trabalho.
Quanto ao rendimento domiciliar per capita das pessoas de 2 anos ou mais de
idade com deficiência física nos membros superiores, 1,8% das pessoas que viviam
em domicílio sem rendimento ou com rendimento de até ¼ do salário mínimo tinham
essa deficiência, o que equivale a 367 mil pessoas. Dentre os domicílios cujo rendi-
mento per capita era ½ a 1 salário mínimo, o percentual de pessoas com esse tipo de
deficiência física (3,5%) foi acima da inserção populacional (3,1%).
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
44_ Ciclos de vida
1,8
Homem
3,4
Mulher
2,8
Branca
2,5
Parda
2,9
Preta
0,5
De 2 a 9 anos
0,4
2 anos ou De 10 a 17 anos
mais de 0,5
De 18 a 29 anos
idade 0,6
De 30 a 39 anos
2,8
De 40 a 59 anos
9,6
Com 60 anos ou mais
1,8
Sem rendimento até 1/4 do salário mínimo
2,3
Mais de 1/4 a 1/2 do salário mínimo
3,5
Mais de 1/2 a 1 salário mínimo
Mais de 1 a 2 salários mínimos 2,8
2,2
Mais de 2 a 3 salários mínimos
1,8
Mais de 3 a 5 salários mínimos
1,7
Mais de 5 salários mínimos
3,1
Total
14 anos ou 0,9
mais de Ocupadas
idade 0,9
Desocupadas
6,8
Fora da força de trabalho
3,3
Total
Superior completo 1,0
18 anos ou
mais de Médio completo e superior incompleto 1,3
idade 2,1
Fundamental completo e médio incompleto
6,9
Sem instrução e fundamental incompleto
%
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Análise dos resultados 45
Deficiência mental
Para identificar as pessoas com deficiência mental, inclusive intelectual, verificou-se
a dificuldade permanente para realizar as atividades do dia a dia, como se comunicar,
realizar cuidados pessoais, trabalhar, ir à escola, brincar, entre outros, em decorrência
de limitações nas funções mentais. Vale ressaltar que, como as crianças ainda estão
em fase de crescimento e desenvolvimento das suas funções mentais, a mensuração
da dificuldade teve como parâmetro o desenvolvimento esperado para a faixa etária.
Segundo os dados da PNS de 2019, 1,2% da população com 2 anos ou mais de
idade, ou seja, 2,5 milhões de pessoas, tinha deficiência mental. A população feminina
apresentou percentual igual à masculina com 1,2% para ambos. Esse mesmo percen-
tual foi encontrado para todas as cores/raças. Entre os grupos etários, as pessoas com
idade a partir de 60 anos apresentaram ter essa deficiência com percentual maior do
que a inserção deles na população atingindo 2,9% para esse grupo etário.
Quanto ao nível de instrução, entre as pessoas de 18 anos ou mais de idade, a
maior incidência de pessoas com deficiência mental se deu entre aqueles sem instru-
ção ou nível fundamental incompleto (3,1%). No extremo oposto, apenas 0,3% das
pessoas com nível superior tinham deficiência mental.
Em termos de ocupação, 0,1% dos ocupados (105 mil pessoas) e 0,2% dos de-
socupados (15 mil pessoas) tinham deficiência mental– percentual abaixo da inserção
deles na população em idade para trabalhar (1,3%). Analogamente às demais defi-
ciências, a maior incidência estava fora da força de trabalho com 3,3% (2,1 milhões
de pessoas).
Quanto ao rendimento domiciliar per capita das pessoas de 2 anos ou mais de
idade com deficiência mental, 1,0% das pessoas que viviam em domicílio sem rendi-
mento ou com rendimento de até ¼ do salário mínimo tinham essa deficiência, o que
equivale a 197 mil pessoas. Assim como para as demais deficiências, o percentual do
grupo com rendimento de ½ a 1 salário mínimo foi maior do que as demais faixas
de rendimento.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
46_ Ciclos de vida
1,2
Total
1,2
Homem
1,2
Mulher
1,2
Branca
1,2
Parda
1,2
Preta
0,5
De 2 a 9 anos
2 anos ou 0,8
De 10 a 17 anos
mais de
0,8
idade De 18 a 29 anos
0,8
De 30 a 39 anos
1,0
De 40 a 59 anos
2,9
Com 60 anos ou mais
1,0
Sem rendimento até 1/4 do salário mínimo
1,3
Mais de 1/4 a 1/2 do salário mínimo
1,7
Mais de 1/2 a 1 salário mínimo
Mais de 1 a 2 salários mínimos 1,0
1,3
Total
14 anos ou
0,1
mais de Ocupadas
idade 0,2
Desocupadas
3,3
Fora da força de trabalho
1,4
Total
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Aparelhos de auxílio
No questionário da PNS 2019, perguntou-se a toda a população de 2 anos ou mais
de idade se utilizava algum aparelho de auxílio para lidar com os problemas sejam
de visão, audição ou motor. Reitere-se que a questão foi posta a toda a população,
independentemente de deficiência ou dificuldade, a fim de monitorar a demanda geral
por esse tipo de recurso. Vale lembrar que nem toda pessoa com dificuldade é uma
Análise dos resultados 47
pessoa com deficiência – para haver deficiência, a dificuldade deve ser permanente
e pelo menos moderada, ou seja, tinha ao menos muita dificuldade em realizar de-
terminadas tarefas em decorrências de alguma de suas funções auditivas, visuais ou
motoras, para resultar em restrições de participação em sociedade.
Dentre os possíveis aparelhos de auxílio, o mais utilizado foram os óculos ou
outro aparelho para atender aos problemas na visão (lentes de contato, lupas ou lentes
especiais, bengala articulada ou cão guia), cujo percentual foi de 40,4% da população
(82,7 milhões de pessoas). A maior prevalência se deu nas idades mais avançadas
atingindo a 72,0% para aqueles com 60 anos ou mais de idade.
Para atender às limitações auditivas, 0,8% (1,7 milhão de pessoas) disseram
utilizar algum recurso para ouvir melhor, podendo ser um aparelho auditivo, implante
coclear ou sistema de frequência modulada individual (sistema FM). Analisando o
uso desses recursos entre as classes de rendimento domiciliar per capita, encontrou-
-se que 0,3% dos que viviam em domicílios sem rendimento ou com até ¼ de salário
mínimo utilizavam esse tipo de recurso, em comparação a 1,9% dos que tinham 5
salários mínimos ou mais. Tendo em vista o percentual de pessoas com deficiência
auditiva (que implica dificuldades severas na função) entre as classes de rendimento
domiciliar per capita, demonstrada em seção anterior, é uma sinalização de que pes-
soas em domicílios com menores rendimentos estejam privadas de um instrumento
de que potencialmente necessitam.
Ao se observar a utilização de algum aparelho de auxílio para se locomover,
1,7% da população (3,5 milhões de pessoas) com 2 anos ou mais de idade informaram
utilizar cadeira de rodas, bengala, muletas, andador ou alguma prótese/órtese, enquan-
to 0,5% da população (1,1 milhão de pessoas) utilizavam prótese/órtese para auxiliar
no movimento dos membros superiores. Daqueles que não tinham rendimento ou
tinham rendimento de até ¼ do salário mínimo, 0,7% utilizavam algum recurso para
se locomover, em comparação a 1,7% para aqueles que tinham rendimento domiciliar
per capita de 5 salários mínimos ou mais.
A partir dos dados da PNS de 2019, foi possível investigar como esses aparelhos
de auxílio foram obtidos. Cerca de 5,7% (4,6 milhões de aparelhos) foram obtidos
por meio do SUS, mas o percentual difere conforme o tipo de aparelho. Apenas 4,3%
das pessoas que disseram usar óculos, responderam tê-los obtido pelo SUS, o que
provavelmente ocorre por ser um recurso de mais fácil acesso. Nota-se, no Gráfico
13, como recursos mais custosos e complexos demandam mais do SUS: 54,0% (183
mil unidades) das pessoas que disseram utilizar próteses obtiveram-nas pelo SUS;
45,7% (65 mil unidades) para as órteses, 44,5% (558 mil unidades) aparelhos auditivos;
40,1% (29 mil unidades) implantes cocleares; 35,7% (65 mil unidades) sistema FM;
28,1% (14 mil unidades) próteses para membros superiores; 23,2% (10 mil unidades)
órteses para membros superiores; 22,1% (226 mil unidades) cadeira de rodas; 15,2%
(148 mil unidades) lupas ou lentes especiais; 8,9% (39 mil unidades) bengala articulada
e 6,9% (171 mil unidades) bengalas, muletas ou andador.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
48_ Ciclos de vida
Gráfico 13 - Proporção de pessoas de 2 anos ou mais de idade que utilizavam um ou mais aparelhos
de auxílio obtidos no SUS, no total de pessoas que utilizavam algum aparelho de auxilio, segundo o
% tipo de aparelho de auxílio - Brasil - 2019
70,0
60,0
50,0 44,7
40,0 25,3
30,0
20,0 16,6
10,0
5,7 4,5
0,0
Total Óculos, lupas ou Cadeira de rodas, Prótese ou órtese Aparelho auditivo,
lentes especiais ou bengala, muletas ou para membros implante coclear ou
bengala articulada andador, prótese ou superiores sistema de frequência
órtese modulada individual
(sistema FM)
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Reabilitação
Toda e qualquer pessoa que tenha alguma limitação nas suas funções auditivas, visu-
ais, motoras ou mentais foi investigada, mesmo não sendo considerada pessoa com
deficiência. Ou seja, pessoas com dificuldades brandas fazem parte do escopo desta
parte da investigação, um total de 52,7 milhões de pessoas (ou 28,5% da população).
A reabilitação contribuirá para que a pessoa consiga atingir e manter o máximo
o seu funcionamento individual, como também permite fazer manutenção de sua
função, evitando o agravamento das suas limitações, promovendo independência,
capacidade física, mental e social, além de favorecer a sua inclusão e participação
em todos os aspectos da vida. Os tipos de reabilitação podem ser fisioterapia, terapia
ocupacional, fonoaudiologia, psicoterapia, entre outros.
Segundo os dados da PNS de 2019, cerca de 8,3 milhões de pessoas de 2 anos
ou mais de idade que declaram ter ao menos alguma dificuldade permanente de ouvir,
enxergar, se locomover, utilizar os membros superiores ou de realizar atividades do
dia-a-dia em decorrência de limitações nas suas funções mentais/intelectuais, o que
equivale a 15,8% desta população, recebia, nos últimos 12 meses anteriores à data
da entrevista, algum cuidado em reabilitação de forma regular. Deste total, a maioria
(51,4%) teve acesso a essa reabilitação por meio do SUS ou de algum serviço conve-
niado ao SUS. Os demais, 44,9% recorreram a serviços do convênio, plano de saúde
ou particular, 3,2% foram por outras formas e 0,5% não souberam informar. Entre
os residentes em domicílios rurais, 70,6% tiveram acesso à reabilitação por meio do
SUS, enquanto nos domicílios urbanos, 49,2%.
Análise dos resultados 49
80,0 76,9
68,9 67,5
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0 24,1
19,0 18,1
20,0
10,0
0,0
De 15 a 29 anos De 30 a 39 anos De 40 a 59 anos Com 60 anos ou mais
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
24,5
21,9
De 15 a 15,2
29 anos
17,7
23,4
74,4
71,9
De 30 a 66,6
39 anos
64,8
73,0
87,3
84,6
De 40 a 85,0
59 anos
85,4
86,6
91,9
92,2
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
52_ Ciclos de vida
15 a 29 anos 30 a 39 anos
Características Intervalo Intervalo
selecionadas de confiança de confiança
Propor- de 95% Propor- de 95%
ção ção
Limite Limite Limite Limite
inferior superior inferior superior
Nível de instrução
Sem instrução e fundamental incompleto 24,8 22,0 27,8 76,7 73,7 79,5
Fundamental completo e médio incompleto 18,5 16,5 20,7 80,6 77,3 83,6
Cor ou raça
Mais de ¼ até ½ salário mínimo 22,6 20,0 25,5 81,8 75,9 86,5
Mais de ½ até 1 salário mínimo 22,4 20,0 25,0 73,3 69,8 76,4
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Média de filhos
O número médio de filhos tidos, ou seja, a parturição ou o acumulado do número
de filhos, foi de 1,7 filho para os homens que em 2019 tinham 15 anos ou mais de
idade. Esse valor variou segundo a faixa de idade. Entre aqueles com 15 a 29 anos,
que ainda estão no início da vida reprodutiva, o número médio de filhos tidos foi
de 0,3 filho, não havendo diferença entre área urbana e rural. Entre o grupo de 30 a
Análise dos resultados 53
39 anos, a média subiu para 1,3 filho, sendo que na área urbana, esse valor foi de
1,2 filho e na área rural de 1,6 filho. Para os homens de 40 a 59 anos a diferença de
urbano e rural amplia, respectivamente, 2,0 filhos e 2,6 filhos. Entretanto, os homens
com 60 anos ou mais, além de serem aqueles com maior número médio de filhos
(3,6 filhos), foram também os que apresentaram a maior diferença entre urbano (3,3
filhos) e rural (5,0 filhos).
5,0
5
4 3,6
3,3
3 2,6
2,1 2,0
2 1,6
1,3 1,2
1
0,3 0,2 0,4
0
De 15 a 29 anos De 30 a 39 anos De 40 a 59 anos Com 60 anos ou mais
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Entre as Grandes Regiões, Sul e Sudeste tiveram uma média de filho por ho-
mem menor do que as Regiões do Centro-Norte do País, nas faixas de idade a partir
dos 30 anos. A maior diferença, foi observada para o grupo de homens com 60 anos
ou mais: 4,8 filhos entre aqueles que viviam nas Regiões Norte e Nordeste, 3,5 filhos
no Centro-Oeste, 3,1 filhos na Sul e 3,0 na Sudeste.
O número médio de filhos se mostrou negativamente associado ao nível de
instrução dos homens. De 15 a 29 anos de idade, onde a fecundidade era baixa, a
média de filhos variou de 0,2 filho entre os mais escolarizados a 0,4 filho entre os
menos escolarizados. Já entre 30 e 39 anos foi, respectivamente, de 1,0 filho para 1,7
filho. Com 40 a 59 anos, a média de filhos só ultrapassou 2 filhos para quem tinha
nível de instrução até o ensino médio incompleto, enquanto com 60 anos ou mais, o
grupo de homens que não chegou a completar o ensino fundamental tinha quase 2
filhos a mais que o grupo mais escolarizado.
Em termos de cor ou raça, o número médio de filhos tidos do homem branco
foi sempre menor que do homem pardo e não houve diferenças estatisticamente
significativas entre pretos ou pardos. Ressalta-se que entre os homens de 60 anos ou
mais, verificou-se a maior diferença entre a média de filhos: 3,1 filhos para o homem
branco e 4,2 filhos para o homem preto ou pardo.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
54_ Ciclos de vida
Gráfico 17 - Número médio de filhos tidos pelos homens de 15 anos ou mais de idade,
por Grandes Regiões, segundo os grupos de idade - 2019
0,4
0,3
De 15 a 0,2
29 anos
0,2
0,3
1,6
1,4
De 30 a 1,1
39 anos
1,1
1,4
2,7
2,5
De 40 a 1,9
59 anos
1,9
2,1
4,8
4,8
0 1 2 3 4 5 6
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Análise dos resultados 55
Gráfico 18 - Número médio de filhos tidos pelos homens de 15 anos ou mais, por
nível de instrução, segundo os grupos de idade - Brasil - 2019
6
5
4,3
2,8
3
2,5 2,5
2,2
2 1,8
1,7
1,5
1,0
1
0,4 0,3
0,2
0
De 15 a 29 anos De 30 a 39 anos De 40 a 59 anos Com 60 anos ou mais
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
26,0 26,6
25,8 25,9 25,4
24,9 25,1
25,0 24,3
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
Total Urbana Rural Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Branca 26,8
Preta 25,1
Parda 25,1
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Análise dos resultados 57
12,7 14,7
20,8 24,7 21,2 19,6
28,8 27,3
31,1
28,9 35,3
28,8
58,5 28,6
53,9 36,0
37,1
32,2 37,4
30,9 36,8
31,1
25,3 28,8
14,3 17,1 12,5
11,6 8,2
5,6
Urbano Rural Urbano Rural Urbano Rural Urbano Rural
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
58_ Ciclos de vida
27,3
Queria esperar mais
14,8
%
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
61,3
Total
57,4
Urbana
79,8
Rural
74,0
Norte
71,0
Nordeste
53,1
Sudeste
56,9
Sul
59,4
Centro-Oeste
87,3
Até ¼ do salário mínimo
81,2
Mais de ¼ até ½ salário mínimo
69,4
Mais de ½ até 1 salário mínimo
47,7
Mais de 1 a 2 salários mínimos
22,2
Mais de 2 a 3 salários mínimos
16,9
Mais de 3 a 5 salários mínimos
6,2
Mais de 5 salários mínimos
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Dos homens cuja mulher fez pré-natal na gestação, 61,3% disseram que este
foi realizado no SUS, sendo que na área urbana esse percentual foi de 57,4%, na área
rural foi de 79,8%. As Regiões Norte e Nordeste superaram 70%, enquanto no Centro-
-Sul do País esse percentual variou de 53,1% a 59,4%. Já em termos do rendimento
domiciliar per capita, a utilização do SUS no pré-natal do filho foi mais frequente entre
aqueles homens com menor rendimento.
Análise dos resultados 61
76,7
Total
79,1
Urbana
65,5
Rural
67,4
Norte
67,7
Nordeste
83,8
Sudeste
82,9
Sul
74,7
Centro-Oeste
62,1
Até ¼ do salário mínimo
65,9
Mais de ¼ até ½ salário mínimo
77,5
Mais de ½ até 1 salário mínimo
83,1
Mais de 1 a 2 salários mínimos
94,2
Mais de 2 a 3 salários mínimos
88,4
Mais de 3 a 5 salários mínimos
91,5
Mais de 5 salários mínimos
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Funcionalidade
Foram investigadas as limitações funcionais que as pessoas de 60 anos ou mais de
idade enfrentavam para realizar, sozinhas, suas Atividades de Vida Diária (AVD), como:
comer, tomar banho, ir ao banheiro, vestir-se, andar em casa de um cômodo para
outro no mesmo andar, e deitar-se ou levantar-se da cama sozinho.
No Brasil, segundo a PNS 2019, 9,5% (ou 3,3 milhões) das pessoas de 60 anos
ou mais de idade tinham limitação funcional para realizar suas Atividades de Vida
Diária, ou seja, relataram não conseguir ou ter grande dificuldade em realizar as
atividades citadas. Todas as Grandes Regiões apresentaram níveis estatisticamente
semelhantes à média nacional, e o percentual de mulheres (10,6%) foi superior ao
dos homens (8,2%). Não houve diferença estatisticamente significativa entre brancos,
pretos e pardos. Verificou-se que, quanto mais elevada a idade, maior a proporção
de pessoas com tais limitações, variando de 5,3%, para aquelas de 60 a 64 anos, a
18,5%, para as de 75 anos ou mais de idade. Por outro lado, em relação ao nível de
instrução, a relação foi em sentido inverso, ou seja, quanto mais elevado o nível de
instrução, menor o indicador investigado: para as pessoas sem instrução, 16,0%; com
fundamental incompleto, 9,7%; e com fundamental completo ou mais, 6,3%.
Análise dos resultados 63
9,5
Total
8,2
Homem
10,6
Mulher
9,6
Branca
10,5
Preta
9,2
Parda
De 60 a 5,3
64 anos
De 65 a 6,9
74 anos
De 75 ou 18,5
mais
Sem 16,0
instrução
Fundamental 9,7
incompleto
Fundamental 6,3
completo e mais
%
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
8,2
Total
6,7
Homem
9,4
Mulher
Sem 15,4
instrução
Fundamental 8,3
incompleto
Fundamental 4,7
completo e
mais
De 60 a 3,3
64 anos
De 65 a 4,9
74 anos
De 75 ou 19,0
mais
%
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Foi estimado que 2,7 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade (7,8%)
recebiam alguma ajuda para realizar as atividades descritas anteriormente. O per-
centual de mulheres (8,9%) era maior do que o de homens (6,3%), assim como o das
pessoas sem instrução (14,6%) registrou percentual mais elevado do que as pessoas
com o fundamental completo e mais (4,4%). Pessoas mais velhas receberam mais
ajuda para realizar Atividade de Vida Diária do que as demais.
Análise dos resultados 65
7,8
Total
6,3
Homem
8,9
Mulher
Sem 14,6
instrução
Fundamental 7,9
incompleto
Fundamental 4,4
completo e
mais
De 60 a 2,9
64 anos
De 65 a 4,5
74 anos
De 75 ou 18,5
mais
%
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
20,4
Brasil
20,1
Urbano
22,6
Rural
22,1
Norte
25,8
Nordeste
18,9
Sudeste
16,7
Sul
17,7
Centro-
Oeste
%
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
20,4
Total
15,0
Homem
24,6
Mulher
38,4
Sem
instrução
21,5
Fundamental
incompleto
Fundamental 10,4
completo e
mais
8,6
De 60 a
64 anos
14,5
De 65 a
74 anos
43,2
De 75 ou
mais
%
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
A PNS 2019 estimou que 24,2% da população de 60 anos ou mais de idade pre-
cisava de ajuda para realizar Atividades Instrumentais de Vida Diária. Em relação ao
perfil sociodemográfico, eram 29,2% das mulheres e 17,7% dos homens. A população
com menos instrução apresentou percentual mais elevado enquanto a com fundamen-
tal completo ou mais apresentou proporção mais baixa. Em relação à idade, quanto
mais avançados os grupos de idade, maiores foram as estimativas. O percentual do
grupo de 60 a 64 anos de idade foi de 10,1%, o de 65 a 74 foi de 18,0% e o de 75 ou
mais registrou 50,1%.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
68_ Ciclos de vida
24,2
Total
17,7
Homem
29,2
Mulher
Sem 46,2
instrução
Fundamental 25,8
incompleto
Fundamental 11,6
completo e
mais
De 60 a 10,1
64 anos
De 65 a 18,0
74 anos
De 75 ou 50,1
mais
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
A análise do rendimento domiciliar desse grupo apontou que, com exceção das
pessoas em domicílios sem rendimento ou até ¼ do salário mínimo, quanto maior o
rendimento, menor o percentual de pessoas de 60 anos ou mais de idade que preci-
savam de ajuda para realizar atividades instrumentais da vida diária. Na área urbana
(23,4%), este percentual era menor do que na área rural (29,2%).
Análise dos resultados 69
24,2
Total
23,4
Urbano
29,2
Rural
20,1
Até ¼ do salário
mínimo
Mais de 1 a 2 23,1
salários mínimos
16,9
Mais de 2 a 3
salários mínimos
14,1
Mais de 3 a 5
salários mínimos
11,8
Mais de 5 salários
mínimos
%
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
23,5
Total
17,2
Homem
28,4
Mulher
21,9
Branca
25,5
Preta
25,4
Parda
9,6
De 60 a
64 anos
De 65 a 17,3
74 anos
49,2
De 75 ou
mais
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
23,5
Total
22,7
Urbano
28,5
Rural
26,2
Norte
31,4
Nordeste
21,3
Sudeste
17,6
Sul
20,7
Centro-
Oeste
%
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
73,8
Total
73,3
Urbano
76,8
Rural
77,9
Norte
73,1
Nordeste
72,0
Sudeste
78,3
Sul
74,3
Centro-
Oeste
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Uso de medicamentos
Com o envelhecimento populacional, se observa um aumento das doenças crônicas
não transmissíveis (doenças cardiovasculares, diabetes e neoplasias, por exemplo),
aquelas que aliadas a um conjunto de fatores levam à deterioração progressiva da
saúde, sendo as principais causas de mortalidade no País. Elas são responsáveis pela
maior frequência de consultas ambulatoriais, consumo de medicamentos e internações
hospitalares. Em relação ao uso de medicamentos, estudos apontam que os idosos
são os principais usuários desta terapêutica.
A PNS 2019 estimou em 75,4% o percentual de pessoas de 60 anos ou mais de
idade que faziam uso regular ou contínuo de algum medicamento receitado por um
médico. Em relação ao perfil sociodemográfico, 81,1% das mulheres e 67,8% dos ho-
mens, desse grupo de idade, faziam uso de medicamentos. A população parda (72,2%)
apresentou proporções menores do que as populações branca e preta (77,5% e 76,0%,
respectivamente) e os grupos de idade mais avançados registraram percentuais mais
altos do que os de menor idade. O recorte regional mostrou que as Regiões Norte
(61,7%) e Nordeste (72,7%) apresentaram proporções abaixo da média nacional.
Análise dos resultados 73
75,4
Total
67,8
Homem
81,1
Mulher
77,5
Branca
76,0
Preta
72,2
Parda
66,6
De 60 a
64 anos
De 65 a 75,8
74 anos
84,6
De 75 ou
mais
61,7
Norte
72,7
Nordeste
77,6
Sudeste
78,3
Sul
Centro- 75,8
Oeste
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
75,4
Total
76,3
Urbano
69,6
Rural
Sem 73,9
instrução
Fundamental 76,8
incompleto
Fundamental 74,3
completo e
mais
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Ocorrência de catarata
Com o objetivo de verificar o índice de ocorrência de catarata na população de 60
anos ou mais de idade, foi estimada a proporção de pessoas diagnosticadas com
essa doença em uma ou ambas as vistas. Segundo a PNS 2019, esse indicador atin-
giu 34,6% no País, sendo as maiores proporções observadas nas Regiões Nordeste
(39,3%), Centro-Oeste (38,3%) e Norte (38,1%), enquanto as menores ocorreram nas
Regiões Sul (28,3%) e Sudeste (33,2%). Considerando a situação do domicílio, a área
urbana (35,5%) apresentou proporção superior à da rural (29,2%).
Análise dos resultados 75
34,6
Total
35,5
Urbano
29,2
Rural
38,1
Norte
39,3
Nordeste
33,2
Sudeste
28,3
Sul
38,3
Centro-
Oeste
%
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
O diagnóstico de catarata foi menos frequente nos homens (29,4%) do que nas
mulheres (38,6%). Constatou-se ainda que, quanto mais elevada a idade, maior a
proporção desse indicador: para as pessoas de 60 a 64 anos, 17,2%; de 65 a 74 anos,
33,9%; e de 75 anos ou mais, 55,5%.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
76_ Ciclos de vida
34,6
Total
29,4
Homem
38,6
Mulher
36,0
Branca
30,4
Preta
34,0
Parda
17,2
De 60 a
64 anos
33,9
De 65 a
74 anos
55,5
De 75 ou
mais
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Das pessoas com o diagnóstico de catarata, 74,2% (7,3 milhões de pessoas) ti-
veram indicação de cirurgia e a realizaram. Dentre estas, 46,7% realizaram a cirurgia
pelo SUS, correspondendo a um total de 3,4 milhões de pessoas com 60 anos ou
mais de idade. A pesquisa apontou que o percentual dos que realizaram a cirurgia
pelo SUS na área rural (57,2%) foi superior ao da área urbana (45,4%), bem como a
população branca (37,9%) apresentou estimativas mais baixas do que as populações
preta (62,8%) e parda (58,8%). A população com menor nível de instrução apresentou
percentual mais elevado (67,3%), enquanto a com fundamental completo ou mais
apresentou uma proporção mais baixa (26,4%).
Análise dos resultados 77
46,7
Brasil
45,4
Urbano
57,2
Rural
37,9
Branca
62,8
Preta
58,8
Parda
Sem 67,3
instrução
Fundamental 54,3
incompleto
Fundamental 26,4
completo e mais
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
19,8
Tem medo da reação
4,5
Tem medo da injeção
2,4
Outros motivos
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
15,5
Total
11,5
Homem
18,6
Mulher
18,2
Sem
instrução
16,9
Fundamental
incompleto
Fundamental 12,5
completo e
mais
11,3
De 60 a
64 anos
14,3
De 65 a
74 anos
22,3
De 75 ou
mais
%
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Saúde da mulher
Em 2019, as mulheres correspondiam a 52,2% (109,4 milhões) da população residente
do Brasil, eram maioria entre a população idosa (56,7%), assim como as principais
usuárias do sistema de saúde12. Nesse cenário, que já faz parte da realidade brasileira
há muitos anos, o bom conhecimento da saúde das mulheres é essencial para enten-
der suas demandas de saúde, assim como possibilitar o direcionamento de recursos
e políticas públicas de forma mais eficiente.
A PNS de 2019 entrevistou mulheres de 15 anos ou mais de idade (em 2013 foram
mulheres de 18 anos ou mais de idade), selecionadas aleatoriamente nos domicílios da
amostra, na busca de investigar diversos aspectos sobre a sua vida, como: a realização de
exames preventivos de colo de útero e de mama, a realização de histerectomia, menstru-
ação e menopausa, além dos aspectos do planejamento reprodutivo e da contracepção.
12 Em 2019, 82,3% consultaram médico; 52,6% consultaram dentista; 22,1% procuraram atendimento de saúde; entre
outros indicadores que apresentaram números superior ao dos homens (PNS 2019, volume sobre domicílios e acesso e
utilização dos serviços de saúde)
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
80_ Ciclos de vida
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
13 A recomendação do Ministério da Saúde é de que toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se
a exame preventivo periódico, especialmente as que têm entre 25 e 59 anos. Para maior segurança do diagnóstico, os dois
primeiros exames devem ser anuais. Se os resultados estiverem normais, sua repetição só será necessária após três anos
Análise dos resultados 81
45,1
Não acha necessário
14,8
Não foi orientada
para fazer o exame
13,1
Tem vergonha
8,8
Nunca teve relações sexuais
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Histerectomia
A pesquisa estimou que 9,2% das mulheres de 25 anos ou mais de idade, no Brasil,
foram submetidas à cirurgia para retirada do útero (histerectomia). Esse percentual
variou conforme a idade, sendo de 0,9% entre as mulheres de 25 a 39 anos, 11,0%
entre aquelas de 40 a 59 anos e 16,6% entre as com 60 anos ou mais de idade.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
82_ Ciclos de vida
18,0
16,6
16,0
14,0
12,0 11,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0 0,9
0,0
De 25 a 39 anos De 40 a 59 anos Com 60 anos ou mais
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
68,1
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
9,0 8,6
10,0 5,0
3,5 3,3 2,5
0,0
Mioma Prolapso Endometriose Câncer Complicações Sangramento Outro
uterino do útero ginecológico da gravidez vaginal
(útero caído) ou parto anormal
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Análise dos resultados 83
Exames de mama
No mundo, o câncer de mama é o câncer de maior incidência entre as mulheres e o
segundo responsável por mortes de câncer entre elas (CANCER..., 2020). No Brasil, o
câncer de mama só fica atrás do câncer de pele não melanoma e, em 2020, foram esti-
mados 66 280 casos novos (ESTIMATIVA..., 2019). Nesse contexto, a detecção precoce
dessa patologia por meio do exame clínico da mama e da mamografia, assim como
a estratégia de rastreamento, permitem aumentar as chances de cura da paciente,
assim como possibilitar um tratamento não mutilador.
O exame clínico das mamas é um exame físico realizado por um profissional de
saúde treinado, podendo ser um médico ou um enfermeiro, que tem como objetivo
fazer uma inspeção e palpação das mamas e dos linfonodos. Essa avaliação clínica,
que deve ser feita de rotina em todas as mulheres, especialmente naquelas com 40
anos ou mais de idade, pode indicar a necessidade de realização de exames comple-
mentares, como a mamografia.
Em 2019, 33,7% das mulheres de 18 anos ou mais de idade haviam realizado
o exame clínico das mamas em menos de 1 ano, sendo uma evolução em relação a
2013 (31,4%). Por outro lado, ainda 30,5% das mulheres de 18 anos ou mais nunca
haviam realizado tal exame, percentual que foi 36,6% em 2013.
2013 2019
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
(1) Não houve diferença estatisticamente significativa entre 2013 e 2019.
Quando se analisa a realização do exame clínico das mamas por faixa etária,
observa-se que 67,0% das mulheres de 18 a 24 anos nunca haviam feito tal exame e
que esse percentual se reduz conforme a idade aumenta. As mulheres de 40 a 59 anos
foram aquelas com o maior percentual de exame realizado em menos de 1 ano, 42,9%.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
84_ Ciclos de vida
Com 60 anos
ou mais 31,1 17,6 34,1 17,3
Menos de 1 ano atrás De 1 ano a menos de 2 anos atrás 2 anos ou mais atrás Nunca fez
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
17,2
55,0
Sem rendimento até ¼ do salário mínimo
20,6
48,2
Mais de ¼ até ½ salário mínimo
29,1
34,0
Mais de ½ até 1 salário mínimo
37,0
Mais de 1 a 2 salários mínimos
23,7
46,2
Mais de 2 a 3 salários mínimos
13,5
54,4
Mais de 3 a 5 salários mínimos
12,0
65,4
Mais de 5 salários mínimos
3,6
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
90,0
80,0
30,0
20,0
10,0
0,0
Brasil Norte Nordeste Sudeste (1) Sul (1) Centro-Oeste
2013 2019
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
(1) Não houve diferença estatisticamente significativa entre 2013 e 2019.
Assim como no exame clínico das mamas, observa-se uma correlação positiva
entre a realização da mamografia e o rendimento domiciliar per capita. A proporção
de mulheres de 50 a 69 anos que haviam feito a mamografia há menos de 2 anos entre
aquelas com rendimento domiciliar per capita acima de 5 salários mínimos (83,7%)
foi quase o dobro do percentual entre aquelas na classe de rendimento domiciliar per
capita mais baixa (42,9%).
Análise dos resultados 87
42,9
Sem rendimento até
¼ do salário mínimo
44,3
Mais de ¼ até ½
salário mínimo
49,7
Mais de ½ até 1
salário mínimo
59,8
Mais de 1 a 2
salários mínimos
69,1
Mais de 2 a 3
salários mínimos
79,9
Mais de 3 a 5
salários mínimos
83,7
Mais de 5 salários
mínimos
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
90,0
80,0
70,0
58,8
55,0 56,3
60,0 51,8 53,9
49,5 50,4 48,0
45,0 46,0 43,5
50,0 40,9
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
SUS Particular
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
45,0
40,0
40,0
35,0
35,0
30,0
25,0
20,0
14,7
15,0
10,3
10,0
5,0
0,0
Menos de 1 ano De 1 ano a menos 2 anos ou mais Nunca fez
de 2 anos
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Menarca e menopausa
Menarca é início do ciclo menstrual da mulher, que normalmente ocorre a partir de
10 a 15 anos de idade. A partir dessa primeira menstruação, inicia-se o período fértil
da mulher que durará até a menopausa, ou seja, quando ocorre a suspensão natural
da menstruação. No Brasil, a idade média da menarca (primeira menstruação) foi
de 12,8 anos, segundo a PNS 2019. Na área rural, a média foi de 13,0 anos e na área
urbana, 12,8 anos.
A maioria das mulheres entram na menopausa entre os 4514 e os 55 anos de
idade. Esse diagnóstico é dado de forma retrospectiva, após um período de 12 meses
sem menstruar. O período de transição para a menopausa é chamado de climatério
e se caracteriza por irregularidades menstruais, podendo já aparecer sintomas como
as ondas de calores, palpitações, entre outros. A orientação e o acompanhamento
médico da mulher na menopausa são fundamentais para prevenir possíveis doenças,
avaliar riscos e benefícios da reposição hormonal, assim como para tornar essa fase
o mais natural possível para a mulher.
Em 2019, 74,5% (24,3 milhões) das mulheres com 45 anos ou mais de idade,
que não fizeram cirurgia de retirada do útero, declaram que estavam na menopausa.
Destas, 12,2% disseram que a menstruação parou entre 40 e 44 anos, 44,7% entre 45
e 55 anos e 24,5% entre 51 e 55 anos. Além disso, 18,1% fizeram ou faziam tratamento
de reposição hormonal por conta dos sintomas típicos dessa fase: ondas de calor,
secura vaginal, alterações no sono, oscilação no humor etc.
14 Quando a menopausa ocorre por volta dos 40 anos, é chamada de menopausa prematura ou precoce.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
90_ Ciclos de vida
40,0
35,0
30,0
24,5
25,0
20,0
15,0 12,2
9,4
10,0
5,2
4,0
5,0
0,0
Não sabe / Não Até 39 anos 40 a 44 anos 45 a 50 anos 51 a 55 anos 56 anos ou mais
lembra
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
15 17,1% não tiveram atividades sexuais nos últimos 12 meses e 2,8% se recusaram a responder à pergunta
16 O módulo sobre atividade sexual, realizado para todos os moradores selecionados com 18 anos ou mais de idade,
busca a informação do uso da camisinha com finalidade de evitar doenças sexualmente transmissíveis.
Análise dos resultados 91
80,4
Urbana
80,8
Rural
77,1
Norte
80,6
Nordeste
80,7
Sudeste
81,2
Sul
81,3
Centro-
Oeste
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
76,1
15 a 24 anos
81,2
25 a 34 anos
35 anos ou 82,3
mais
Mais de 1 a 2 83,7
salários mínimos
Mais de 2 a 3 78,8
salários mínimos
Mais de 3 a 5 79,8
salários mínimos
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
17,3
Laqueadura
5,6
Vasectomia do
parceiro
4,4
DIU
9,8
Injeção
40,6
Pílula
20,4
Camisinha
masculina
0,9
Tabelinha ou
Billings
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
26,5
17,7
51,0
Pílula 46,9
31,2
17,2
Injeção 10,9
5,5
2,8
DIU 5,4
4,5
1,3
38,7
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
É possível notar que o tipo de método usado varia de acordo com a faixa de
idade. Entre as mulheres mais novas, de 15 a 24 anos, 51,0% usam pílula contraceptiva,
17,2% injeção e 26,5% camisinha. Para as mulheres entre 25 e 34 anos, os métodos
de esterilização já aparecem com 15,2% e o DIU com 5,4%. Para o grupo mais velho,
de 35 a 49 anos, 38,7% realizaram laqueadura ou tinham parceiro que fez vasectomia.
Das mulheres que não faziam uso de método contraceptivo (19,5% ou 8,1 mi-
lhões), foi perguntado qual o principal motivo de não evitar a gravidez. Entre essas,
47,3% declararam que queriam engravidar ou não se incomodavam de engravidar,
15,7% estavam grávidas e 10,4% não tinham relações sexuais com homens.
Análise dos resultados 95
2,9
Por motivos religiosos
1,8
Não sabe como evitar
15,7
Está grávida
20,3
Outro
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Atendimento pré-natal
A PNS 2019 investigou o atendimento pré-natal às mulheres de 15 anos ou mais de
idade cujo último parto ocorreu nos dois anos anteriores à pesquisa17, tendo como
principal objetivo avaliar o acesso aos serviços de saúde e a qualidade do pré-natal
no País.
O atendimento pré-natal pode ser definido como o cuidado prestado por profis-
sionais qualificados de saúde a mulheres e adolescentes grávidas, a fim de garantir
as melhores condições de saúde para a mãe e o bebê durante a gravidez. O pré-natal
abrange a identificação de fatores de risco, a prevenção e o tratamento de doenças
relacionadas com a gravidez ou concomitantes, além de ações voltadas à educação
para a saúde e à promoção da saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2016).
Conforme o Ministério da Saúde (MORTALIDADE..., 2020), apesar da redução da
mortalidade materna no Brasil nas últimas décadas, tal ocorrência ainda se mantém
em patamares considerados elevados, com a razão de mortalidade materna (RMM)18
atingindo, em 2018, 59,1 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos, número acima das
metas firmadas com a Organização das Nações Unidas - ONU19. Ressalta-se que,
de 1996 a 2018, do total de óbitos maternos registrados no Sistema de Informações
sobre Mortalidade - SIM, aproximadamente 67% decorreram de causas obstétricas
diretas, que correspondem a complicações relacionadas diretamente à gravidez, ao
parto ou ao puerpério.
O acesso das gestantes a um atendimento pré-natal de qualidade e em tempo
oportuno, assim como no nível de complexidade necessário, é determinante para a
redução da morbimortalidade materna e perinatal (GESTAÇÃO..., 2010). Portanto, o
acompanhamento pré-natal é essencial para assegurar à grávida uma gestação sau-
dável e um parto seguro. Esse acompanhamento diminui os riscos de complicações e
visa manter o bem-estar da mãe e do feto, abordando, também, aspectos psicossociais
e atividades educativas e preventivas.
Segundo a PNS 2019, no Brasil, 4,7 milhões de mulheres de 15 anos ou mais
de idade estiveram grávidas e tiveram parto20 no período de 29 de julho de 2017 a 27
de julho de 2019, das quais 98,2% afirmaram ter realizado consulta pré-natal, o que
corresponde a 4,6 milhões de gestantes que tiveram consulta pré-natal durante a gra-
videz. Em relação a 2013, não foi observada variação estatisticamente significativa no
percentual de mulheres que realizaram pelo menos uma consulta pré-natal, no País.
17 Os resultados apresentados referem-se às mulheres que tiveram algum parto no período de referência de 29 de julho
de 2017 a 27 de julho de 2019.
18 A razão de mortalidade materna (RMM) é calculada por meio da seguinte fórmula: (Número de óbitos de mulheres
por causas ligadas à gravidez, parto e puerpério / Número de nascidos vivos) x 100 000 (MORTALIDADE..., 2020).
19 Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) tinham como meta reduzir, até 2015, a RMM para 35 óbitos para
cada 100 mil nascidos vivos. Atualmente, a meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para o Brasil é
reduzir, até 2030, a RMM para no máximo 30 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos (MORTALIDADE..., 2020).
20 Analisando a distribuição do total de 4,7 milhões de partos ocorridos no período segundo os grupos etários das
gestantes, considerando a idade materna no momento do parto, estima-se que a quase totalidade das parturientes, 99,96%,
correspondem a mulheres de até 49 anos.
Análise dos resultados 97
94,8
Total
96,3
Sem rendimento até
¼ do salário mínimo
93,5
Mais de ¼ até ½
salário mínimo
96,0
Mais de ½ até 1
salário mínimo
98,4
Mais de 1 a 2
salários mínimos
92,2
Mais de 2 a 3
salários mínimos
83,1
Mais de 3 a 5
salários mínimos
83,1
Mais de 5 salários
mínimos
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Notas: 1. O período de referência da pesquisa é de 29 de julho de 2017 a 27 de julho de 2019.
2. O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
21 A Caderneta da gestante, elaborada pelo Ministério da Saúde no âmbito de ações da Rede Cegonha, é um importante
instrumento para o registro das informações de acompanhamento da gestação, além de trazer diversas informações à
gestante com o intuito de esclarecer dúvidas, prepará-la para o parto e a amamentação, conhecer sinais de alerta, saber
sobre os seus direitos, entre outras informações. Tal caderneta está inserida na rotina de pré-natal dos serviços de saúde
que realizam acompanhamento das gestantes pelo SUS. Mais informações em: https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-
informacao/acoes-e-programas/rede-cegonha.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
98_ Ciclos de vida
86,6
Total
89,5
Branca
78,5
Preta
86,5
Parda
79,5
Fundamental completo
e médio incompleto
88,9
Médio completo e
superior incompleto
95,4
Superior completo
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Notas: 1. Período de referência: 29 de julho de 2017 a 27 de julho de 2019.
2. O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Análise dos resultados 99
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
Total Sem instrução Fundamental Médio completo Superior
e fundamental completo e médio e superior completo
incompleto incompleto incompleto
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Notas: 1. Período de referência: 29 de julho de 2017 a 27 de julho de 2019.
2. O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Total 100,0 - -
Consultório particular, clínica privada ou ambulatório de hospital privado 29,2 26,1 32,6
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O período de referência da pesquisa é de 29 de julho de 2017 a 27 de julho de 2019.
(1) Posto ou centro de saúde ou unidade de saúde da família. (2) PAM - Posto de Assistência Médica. (3) UPA -
Unidade de Pronto atendimento.
Tipo de exame
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O período de referência é de 29 de julho de 2017 a 27 de julho de 2019.
22 A maior parte dos casos de transmissão vertical do HIV, cerca de 65% dos casos, ocorre durante o trabalho de parto
e no parto propriamente dito, mas também pode haver transmissão intraútero (35%). Existe também risco adicional de
transmissão por meio do aleitamento materno (GESTAÇÃO..., 2010).
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
102_ Ciclos de vida
87,2
Total
91,0
Branca
90,6
Preta
84,0
Parda
84,1
Fundamental completo
e médio incompleto
90,4
Médio completo e
superior incompleto
97,5
Superior completo
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Notas: 1. Período de referência: 29 de julho de 2017 a 27 de julho de 2019.
2. O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
23 A Lei n. 11.634, de 26.10.2007, garante à gestante o direito de ser informada anteriormente, pela equipe do pré-natal,
sobre qual a maternidade de referência para seu parto e de visitar o serviço antes do parto.
Análise dos resultados 103
90,0
80,0
70,0
62,3
60,0 57,1
50,0 45,0
42,2
40,0
30,0
21,3
20,0
10,0
0,0
Total Sem instrução Fundamental Médio completo Superior
e fundamental completo e médio e superior completo
incompleto incompleto incompleto
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Notas: 1. Período de referência: 29 de julho de 2017 a 27 de julho de 2019.
2. O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
24 Conforme a declaração da OMS sobre taxas de cesáreas (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2015), ao nível populacional,
quando as taxas de cesáreas são inferiores a 10%, a mortalidade materna e neonatal diminui conforme a taxa de cesárea
aumenta, no entanto, taxas de cesárea maiores que 10% do total de partos não estão associadas com redução de
mortalidade materna e neonatal.
25 Segundo estudo realizado por Boerma e outros (2018), com base em dados de 169 países, estimou-se que 21,1%
do total de partos no mundo ocorreram por cesariana em 2015, ao passo que em 2000 eram 12,1%. A taxa de cesariana
variou, entre os países, de 0,6% a 58,1%, sendo que a região da América Latina e Caribe foi a que apresentou a maior
taxa de cesariana, 44,3%.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
104_ Ciclos de vida
Os dados da PNS 2019 mostram que, durante o trabalho de parto vaginal ocor-
rido em estabelecimento de saúde, 84,7% das gestantes contaram com a presença
de acompanhante 26. Entre as Grandes Regiões, assim como analisando por algumas
características sociodemográficas (nível de instrução e cor ou raça), não se observou
diferenças estatisticamente significativas nesse indicador.
Entre as mulheres que entraram em trabalho de parto e fizeram o parto cesáreo,
8,3% afirmaram que o parto não foi realizado no primeiro estabelecimento de saúde
que procuraram.
Para as mulheres que realizaram cesariana, a pesquisa investigou qual o princi-
pal motivo de ter tido parto cesáreo, o que permite identificar situações que sugerem
que tal procedimento foi marcado com antecedência, por escolha da parturiente ou
do médico durante o pré-natal, assim como situações diretamente relacionadas a
complicações da gravidez ou do parto. No Brasil, entre as mulheres que fizeram parto
cesáreo, 42,6% alegaram motivos que indicam que a cesariana foi marcada com an-
tecedência, ainda no período pré-natal. Esse percentual engloba as situações em que
a gestante já tinha um parto cesáreo anterior (11,8%), queria ligar as trompas (5,9%),
não queria sentir a dor do parto ou julgava ser mais conveniente (14,5%), ou, ainda,
por ter sido escolha do médico durante o pré-natal (10,4%). Os demais motivos ale-
gados pelas informantes para a realização do parto cesáreo foram: indicação médica
por complicação na gravidez ou no trabalho de parto, motivo apontado por 36,6% do
total de mulheres que tiveram parto cesáreo; indicação médica porque não entrou
em trabalho de parto, 15,3%; e outros motivos, 5,5%.
Total 100,0 - -
Não queria sentir a dor do parto/Por ser mais conveniente 14,5 11,5 18,0
Indicação médica por complicação na gravidez ou no trabalho de parto 36,6 32,5 40,9
Indicação médica porque não entrou em trabalho de parto 15,3 12,5 18,5
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O período de referência da pesquisa é de 29 de julho de 2017 a 27 de julho de 2019.
26 A Lei n. 11.108 de 07.04.2005 garante às parturientes o direito a acompanhante durante todo o período de trabalho de
Alimentação
Segundo o Ministério da Saúde, o aleitamento materno é importante para o desen-
volvimento da criança, pois, dentre outros benefícios, protege contra infecções; evita
diarreias e doenças respiratórias; diminui o risco de alergias, hipertensão, colesterol
alto, diabetes e obesidade; promove o desenvolvimento da cavidade bucal; e estreita
o vínculo afetivo entre mãe e filho (SAÚDE..., 2009).
Ainda segundo o Ministério, após os 6 meses de idade a criança deve começar
a receber alimentos complementares, como sopas e papinhas, e manter o aleitamento
materno até os 2 anos de idade. Não há benefício em iniciar os alimentos complemen-
tares antes dos 6 meses, podendo, pelo contrário, ocasionar danos à saúde da criança,
pois a introdução de outros alimentos de forma antecipada está relacionada à maior
frequência de diarreias, hospitalizações por doença respiratória e risco de desnutrição.
A pesquisa estimou que, no Brasil, 27,8% das crianças com idade inferior a 6
meses de idade na data de entrevista foram alimentadas exclusivamente com leite
materno. Esse indicador não apresentou resultados estatisticamente diferentes entre
as áreas urbana e rural.
Seguindo no tema de alimentação da criança, a pesquisa também investigou
quais alimentos eram dados a elas. Foi estimado que 57,8% das crianças com menos
de 2 anos de idade comiam biscoitos, bolachas ou bolo, e que 25,0% comiam doces,
balas ou outros alimentos com açúcar. Também se verificou que 11,5% tomavam re-
frigerante e 16,9% haviam consumido suco artificial.
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
106_ Ciclos de vida
70,3
Outro leite ou derivados de leite
65,5
Carnes ou ovos
38,9
Mingau
16,9
Sucos artificiais
11,5
Refrigerantes
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
73,0
Total
75,6
Urbano
60,1
Rural
54,9
Norte
57,7
Nordeste
83,5
Sudeste
88,5
Sul
78,5
Centro-
Oeste
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
48,6
Total
51,9
Urbano
31,9
Rural
36,2
Norte
36,0
Nordeste
57,0
Sudeste
62,0
Sul
49,9
Centro-
Oeste
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
60,2
Total
63,8
Urbano
42,1
Rural
41,3
Norte
41,7
Nordeste
74,4
Sudeste
78,2
Sul
58,0
Centro-
Oeste
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
62,3
Total
66,0
Urbano
43,8
Rural
43,7
Norte
47,5
Nordeste
73,9
Sudeste
77,6
Sul
62,9
Centro-
Oeste
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Nota: O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Vacinação
Outro cuidado preventivo investigado está relacionado à imunização por meio da
vacinação. Importante ressaltar que esta informação foi investigada apenas para
quem mostrou a caderneta de vacinação. A pesquisa estimou a cobertura da vacina
pentavalente, que evita tétano, hepatite B, coqueluche, difteria e meningite, e outras
infecções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo B. O esquema de va-
cinação é feito aos 2, 4 e 6 meses de idade e mais dois reforços: o primeiro aos 15
meses e o segundo aos 4 anos de idade. No Brasil, 64,4% das crianças com menos
de 2 anos de idade receberam três doses da vacina pentavalente.
A vacina contra poliomielite, enfermidade popularmente conhecida como para-
lisia infantil, protege as crianças de três diferentes tipos de vírus que provocam esta
doença. O Programa Nacional de Imunização - PNI recomenda a vacinação de crianças
a partir de 2 meses até menores de 5 anos de idade com as seguintes doses: vacina de
poliomielite VIP (vacina inativada poliomielite), aos 2 e 4 meses e uma dose da vacina
de poliomielite VOP (vacina oral poliomielite) aos 6 meses, com doses de reforço aos
15 meses e aos 4 anos de idade. A PNS estimou que em 2019, 64,2% das crianças
com menos de 2 anos de idade receberam três doses da vacina contra poliomielite.
Análise dos resultados 111
Gráfico 69 - Proporção de crianças com menos de 2 anos de idade que receberam três
doses da vacina penta e da vacina de poliomielite, duas doses e o primeiro reforço da
vacina pneumocócica e uma dose da vacina tríplice viral - Brasil - 2019
%
100,0
90,0
80,0
60,0
50,0 42,7
40,0
28,3
30,0
20,0
10,0
0,0
Vacina penta Vacina de poliomielite Vacina pneumocócica Vacina tríplice viral
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Notas: 1. Independentemente de ter alcançado a idade ideal para o recebimento do número de doses de cada vacina.
2. O intervalo de confiança de 95% é indicado pela barra de erros.
Referências
sinais de risco gestacional Sinais que podem indicar que algo não
está bem com a mãe ou com o bebê durante a gravidez, como perda
de sangue vaginal, dores abdominais persistentes, ou ardor ao urinar.
Diretoria de Pesquisas
Coordenação de Trabalho e Rendimento
Maria Lucia Franca Pontes Vieira
Gerência de Pesquisas
Marcia Barbosa de Almeida Vargas (interina)
Adriana Araújo Beringuy
Alessandra Scalioni Brito
Antony Teixeira Firmino
Flavia Vinhaes Santos
Herbert Barbosa Fabiano Alves
Leonardo Areas Quesada
Lino Eduardo Rodrigues Pereira
Lucas Hermanny da Silva Tavares
Maria da Gloria Dias Freitas
Maria do Socorro Bento
Maria Teresa Cristina Dalla Riva da Nobrega Bastos
Marina Ferreira Fortes Aguas
Ricardo da Silva Lopes
Rosa Marina Soares Doria
Rosângela Lago de Souza Barbosa
Viviane Pessoa Fernandes
Preparo de originais
Leonardo Areas Quesada
Colaboradores do IBGE
Presidência
Coordenação do Cadastro Nacional de Endereços
Wolney Cogoy de Menezes
Carlos Thadeu Pacheco
Claudio Maia Peres
Eduardo Luis Teixeira Baptista
Fernando Ramalho Gameleira Soares
Gustavo de Carvalho Cayres da Silva
Larissa Rocha Mello
Maria Luísa de Carvalho Câmara Moreira
Rodrigo Leitão Garcia
Diretoria de Pesquisas
Coordenação de População e Indicadores Sociais
Cristiane dos Santos Moutinho
Cristiane Soares
Marco Antônio Ratzsch de Andreazzi
Paulo Cesar Dick
Diretoria de Geociências
Coordenação de Estruturas Territoriais
Miriam Mattos da Silva Barbuda
Roberto Ferreira Tavares
Antônio Henrique Mascarenhas Costa
Carlos Alberto Elbert Queiroz
Claudio Cabral da Silva
Gabriel Bias Fortes Pereira da Silva Medeiros
Paulo Roberto de Oliveira
Ricardo Carneiro Teixeira
Romay Conde Garcia
Walter Oliveira Silveira
Diretoria de Informática
Coordenação de Informatização de Processos
Claudio Mariano Fernandes
Ministério da Saúde - MS
Pesquisadores e especialistas
André Salem Szklo (INCA)
Bruce Bartholow Duncan (UFRGS)
Carlos Augusto Monteiro (USP)
Célia Landmann Szwarcwald (Fiocruz)
Deborah Carvalho Malta (UFMG)
Erno Harzheim (UFRGS)
Giseli Nogueira Damacena (Fiocruz)
Lisiane Hauser (consultora)
Liz Maria de Almeida (INCA)
Luiz Felipe Pinto (UFRJ)
Maria de Fatima Marinho de Souza (SVS-MS)
Maria Fernanda Furtado de Lima e Costa (Fiocruz)
Maria Inês Schmidt (UFRGS)
Maria Paula Curado (A.C. Camargo Cancer Center)
Marilisa Berti de Azevedo Barros (Unicamp)
Michele Lessa de Oliveira (FNDE)
Otavio Pereira D’Avila (UFPel)
Paulo Andrade Lotufo (USP)
Paulo Roberto Borges de Souza Júnior (Fiocruz)
Rafael Moreira Claro (UFMG)
Wanderson Kleber de Oliveira (SVS-MS)
Wolney Lisboa Conde (USP)
_ Pesquisa Nacional de Saúde 2019
_ Ciclos de vida
Unidades Estaduais
Supervisores Estaduais
RO – Antoniony dos Santos Souza
AC – Lara Torchi
AM – Tiago Almudi
RR – Luiz Felipe Oliveira de Souza
PA – Marco Aurélio Arbage Lobo
AP – Ananias do Carmo Picanço
TO – Nereu Ribeiro Soares Junior
MA - Patrícia de Oliveira Borges e Souza
PI – Tiago Gomes Viana
CE – Luciano Oliveira Vieira
RN – Carlos Alberto Pinheiro Fortes
PB – Felipe Ferreira Fraga
PE – Sergio Murilo Fagundes de Franca
AL – Bruno Leonardo T. de Vasconcelos
SE – Leonardo Souza Leão Leite de Sá
BA – Pedro Ricardo da Silva Biscarde
MG – Alexandre de Lima Veloso
ES – Ilmar Vicente Moreira
RJ – Mario Luis Santos de Souza
SP – Jaílson Lopes de Sousa
PR - Laura Castegnaro
SC – Fabiano Guarienti
RS – Cintia Tusset
MS – Sylvia Martinez Assad de Oliveira
MT - Nivaldo de Souza Lima
GO – Emival Ludovino de Santana
DF – Luiz Fernando Viegas Fernandes
Projeto Editorial
Gerência de Editoração
Estruturação textual
Leonardo Martins
Diagramação textual
Alberto Guedes da Fontoura Neto
Gerência de Documentação
Pesquisa e normalização documental
Aline Loureiro de Souza
Ana Raquel Gomes da Silva
Isabella Carolina do Nascimento Pinto
Lioara Mandoju
Nadia Bernuci dos Santos
Gerência de Gráfica
Ednalva Maia do Monte
Newton Malta de Souza Marques
Pesquisa Nacional de Saúde
2019
Ciclos de vida
Brasil