Quest+Áes para Treinamento Obstetr+¡CIA
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Quest+Áes para Treinamento Obstetr+¡CIA
Você encontrará, nos próximos capítulos, questões dos últimos 5 anos dos concursos de Residência Médica. As questões
da década de 1990 serão utilizadas em um momento oportuno.
Leia cada questão com muita atenção e aproveite ao máximo os comentários. Se necessário, retorne ao texto de sua apostila.
Sugerimos que você utilize esta Área de Treinamento fazendo sua autoavaliação a cada 10 (dez) questões. Dessa forma,
você poderá traçar um perfil de rendimento ao final de cada treinamento e obter um diagnóstico preciso de seu desempenho.
Estude! E deixe para responder as questões após 72 horas. Fazê-las imediatamente pode causar falsa impressão.
O aprendizado da Medicina exige entusiasmo, persistência e dedicação. Não há fórmula mágica. Renove suas energias e se
mantenha cronicamente entusiasmado.
Atenciosamente,
Dr. Gama
Coordenador Acadêmico
SJT Obstetrícia – 2016
883
Questões Comentadas
Questões para Treinamento
“Combinar o conhecimento de todos gera mais conhecimento da mesma forma que combinar feijão e arroz gera
mais proteína..”
Elizabeth Hilts.
tando a flexibilidade articular durante a gestação. d) impede a absorção maciça de derivados do alcatrão
O hormônio relacionado a esses efeitos, secretado e) tem pouca ação nos cigarros chamados de baixo teor
pelo corpo lúteo, decídua e placenta é:
a) gonadotrofina coriônica humana ACERTEI ERREI DÚVIDA
b) TRH
c) relaxina Santa Casa – SP – 2015
d) prolactina II 32. Gestante de 35 anos de idade iniciou pré-natal com
ACERTEI ERREI DÚVIDA 12 semanas de gravidez, momento em que apre-
sentou, na sorologia para toxoplasmose, lgG e lgM
negativos. Agora está com 24 semanas, e nova soro-
Hospital Maternidade Therezinha de Jesus – 2015 logia solicitada para a mesma doença mostra lgG e
28. Entre os achados ultrassonográficos anormais em lgM positivos. Não há comorbidades. Qual a melhor
exames morfológicos de segundo trimestre, assinale conduta nesse momento?
qual não está relacionado a alterações gênicas: a) realizar teste de avidez lgG
a) onfalocele b) iniciar espiramicina 3 g/dia e indicar amniocentese
b) gastrosquise c) iniciar tratamento com sulfadiazina, pirimetamina e
c) holoprosencefalia ácido folínico, alternados com espiramicina
d) higroma Cistico d) seguimento pré-natal habitual, sem necessidade de
uso de medicação específica para toxoplasmose ou
ACERTEI ERREI DÚVIDA outras medidas investigativas
e) manter espiramicina 3 g/dia até o final do puerpério
tardio e suspender a amamentação
Hospital Naval Marcílio Dias – 2015
29. Qual estrutura abaixo relacionada NÃO faz parte da ACERTEI ERREI DÚVIDA
composição do cordão umbilical?
a) geleia de Wharton
b) artéria umbilical UEPA – 2015
c) âmnio funicular 33. Em relação à transmissão vertical do HIV, analise as
d) veia umbilical afirmativas abaixo:
e) notocórdio
I. A cesariana eletiva com 38 semanas pode reduzir a
ACERTEI ERREI DÚVIDA transmissão do HIV para o recém-nascido em com-
paração com o parto vaginal.
II. A triagem para HIV durante o pré-natal e o parto
Hospital Santa Marta – 2015 e a introdução de terapia antirretroviral para as ges-
30. Uma paciente de 24 anos de idade, G3PN2A0, com tantes soropositivas são medidas 100% eficazes para
atraso menstrual de seis semanas, procurou assistên- evitar a transmissão vertical do HIV.
cia médica devido à cólica abdominal associada a um III A partir de 1997 vem havendo uma tendência de
pequeno sangramento vaginal. A ecografia transvagi- aumento da transmissão vertical do HIV, segundo o
nal realizada no pronto-socorro mostrou endométrio sistema de notificação.
espesso, e o médico procedeu a curetagem uterina. O IV O aleitamento materno prolongado melhora a
laudo do anatomopatológico do material encaminha- imunidade do RN reduzindo a chance de transmis-
do evidenciou reação de Arias-Stella. Considerando são vertical do HIV.
esse caso hipotético, assinale a alternativa que apre-
senta a hipótese diagnóstica mais provável. A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) abortamento incompleto a) I
b) abortamento inevitável b) I, II e III
c) gestação anembrionada c) I e III
d) gestação tópica viável d) II e IV
e) gestação ectópica e) III e IV
Saúde do Brasil, o número mínimo de consultas pré- d) a principal causa de anemia na gestação é a deficiên-
-natais em gestantes de risco habitual não deve ser cia de ácido fólico
inferior a seis, e dependerá da idade gestacional na e) a lecitina é o principal componente tenso ativo do
primeira consulta. ( ) surfactante e tem sua produção acelerada por volta
2. Considerando as seis consultas, elas deveriam ser da 32ª semana de gestação
assim distribuídas: uma no primeiro trimestre, duas ACERTEI ERREI DÚVIDA
no segundo e três no terceiro. ( )
3. Pensando uma situação ideal para o calendário
das consultas de pré-natal para gestantes sem risco UFPR – 2015
reprodutivo adicional, é razoável manter retornos 37. Gestante de 32 anos HIV+, com 20 semanas de gesta-
mensais até a 32ª semana, quinzenais da 32ª até a 36ª, ção, virgem de tratamento antirretroviral, apresenta
e semanais até o nascimento. ( ) os seguintes exames: HbsAg reagente, anti-Hbc total
4. Nas consultas do segundo trimestre deve-se utilizar reagente, HbeAg reagente e anti-Hbe negativo. Tem
contagem de CD4 de 500 cels/mm³ e carga viral do
as quatro manobras de Leopold-Zweifel para definir a
HIV 50.000 cópias. Entre as condutas terapêuticas
situação, atitude, apresentação e posição fetal. ( )
abaixo, assinale a mais indicada para essa paciente.
5. O teste de Coombs indireto deve ser repetido a cada
a) AZT + lamivudina + lopinavir/ritonavir
três meses em gestantes Rh negativas não isoimuniza- b) tenofovir + lamivudina + raltegravir
das e que não tenham recebido a imunoglobulina anti- c) iniciar com AZT + lamivudina + nevirapina
-Rh(D). Caso elas tenham recebido essa imunoglobu- d) entecavir + lamivudina + AZT
lina, o teste de Coombs indireto perde o valor. ( ) e) tenofovir + lamivudina + lopinavir/ritonavir
PUC-RS – 2015
50. Considerando a toxoplasmose na gestação, é CORRE- SURCE– 2015
TO afirmar que: 53. Paciente com gestação de 16 semanas, com histórico
a) resultados positivos para IgM com frequência per- vacinal de apenas uma dose de dT (dupla bacteriana
sistem por meses ou anos após a fase aguda do tipo adulto: difteria e tétano) na gravidez ante-
b) a contaminação fetal ocorre mesmo que a primo in- rior, há dois anos. Há a recomendação atual do MS
fecção tenha ocorrido antes da gestação (Ministério da Saúde)/SBIm (Sociedade Brasileira
c) o risco de contaminação fetal é menor, se a infecção de Imunizações/FEBRASGO (Federação Brasileira
ocorrer em idade gestacional avançada de Associações de Ginecologia e Obstetrícia) de for-
d) a gravidade da doença será menor, se a infecção necer proteção ao recém-nascido para a coqueluche
ocorrer em idade gestacional mais avançada (vacina dTpa - tríplice bacteriana acelular).
e) a avidez é inversamente proporcional ao tempo de Ante o exposto, como deve ser complementado o es-
ocorrência da infecção materna quema de vacinação desta gestante?
a) uma dose de dTpa imediata e outra com 60 dias
ACERTEI ERREI DÚVIDA b) uma dose de dTpa imediata e uma de dT com 60 dias
UNICAMP – 2015
62. Mulher, 31a, hígida, primigesta, idade gestacional=
18 semanas. Retorna à consulta de pré-natal. Exames
laboratoriais: HBsAg = não reagente; anti-HBc = não
reagente; rubéola IgM = não reagente; IgG = não rea-
gente. Tem histórico vacinal desconhecido. As vacinas
recomendadas pelo ministério da saúde são:
a) hepatite B, influenza, tríplice viral e tríplice bacteria-
na acelular adulto
b) hepatite B, influenza e tríplice bacteriana acelular
adulto ou dupla bacteriana adulto
c) hepatite B, hepatite A e dupla bacteriana adulto
d) hepatite B, tríplice viral e tríplice bacteriana acelular
adulto
UNICAMP – 2015
64. Mulher, 25a, G1P0A0, idade gestacional = 26 sema-
nas. Refere febre, dor lombar há 1 dia e inapetência.
Exame físico: regular estado geral; T = 38,5 ºC; PA=
90 x 50 mmHg; FC = 120 bpm. Exame obstétrico: altu-
ra uterina = 25 cm; batimentos cardíacos fetais = 180
bpm. Fita urinária: nitrito positivo e leucoesterase
++/4+. Colhidos inicialmente urocultura e hemogra-
ma. As condutas são:
a) antibioticoterapia ambulatorial via oral e retornar
para resultado de exames
b) internar, antibioticoterapia via oral e urocultura de
controle após alta hospitalar
c) antibioticoterapia ambulatorial via oral, retornar
para resultados de exames e indicar profilaxia anti-
biótica
d) internar, antibioticoterapia intravenosa, indicar pro-
filaxia antibiótica e uroculturas periódicas
paciente refere que deseja continuar a gestação. Exa- c) o medicamento a ser utilizado, na fase latente tardia
me ginecológico: corda do DIU visível em colo uteri- da sífilis, é a penicilina benzatina 2,5 milhões de uni-
no. A conduta é: dades em dose única
a) retirar o DIU durante o exame ginecológico d) fazer controle de cura, sempre com exame de VDRL,
b) manter o DIU até vigésima semana com intervalo mensal
c) retirar o DIU se sangramento ou se sinais infecciosos
ACERTEI ERREI DÚVIDA
d) manter o DIU e agendar consultas de pré-natal
UFF-RJ – 2014
78. Na primeira consulta de pré-natal, o exame que o Mi-
nistério da Saúde descarta como sendo de rotina é:
a) grupo sanguíneo e fator Rh
b) glicemia de jejum
IAMSPE – 2014 c) sorologia para sífilis
74. Assinale a alternativa que apresenta a doença a que o d) ultrassonografia
texto se refere. e) sorologia anti-HIV
a) candidíase
b) malária ACERTEI ERREI DÚVIDA
USP-RP – 2014
82. ID: Primigesta, 17 anos de idade, no retorno de pré- CREMESP – 2013
-natal de baixo risco, com 20 semanas de gestação. 85. Em relação à sífilis na gestação, são afirmações corre-
HMA: Teve o diagnóstico de anemia ferropriva há tas, EXCETO:
dois meses e, no momento, faz uso de 800 mg de sul- a) apenas testes treponêmicos devem ser realizados em
fato ferroso e um comprimido de ácido fólico de 1 mg crianças menores de 18 meses de idade com suspeita
ao dia. Refere constipação intestinal importante. de sífilis congênita
ES: novo hemograma realizado há dois dias mostra: b) gestantes comprovadamente alérgicas à penicilina
concentração de hemoglobina de 11,1 g/dL, hemató- podem ser dessensibilizadas, e posteriormente tra-
crito de 33%, glóbulos brancos de 7.800 mm3 e pla- tadas com penicilina
quetas de 232.000 mm3. A conduta nesse momento é: c) gestantes tratadas com estearato de eritromicina não
a) suspender o uso de sulfato ferroso, pois a concentra- são consideradas adequadamente tratadas para fins
ção de hemoglobina está acima de 11 g/dL
de transmissão fetal.
b) manter o uso de sulfato ferroso e suspender o ácido
d) após o tratamento, o controle de cura é realizado men-
fólico, pois a paciente não se encontra mais no pri-
meiro trimestre gestacional salmente, por meio de teste não-treponêmico VDRL
c) manter a dose diária de sulfato ferroso e ácido fólico e) são situações de notificação compulsória: toda ges-
até o término da gestação tante que durante o pré-natal apresente evidência clí-
d) reduzir a dose de sulfato ferroso para 400 mg ao dia nica de sífilis e/ou sorologia não treponêmica reagen-
e manter o ácido fólico na mesma dose te, com teste treponêmico positivo ou não realizado
UCPEL-RS – 2013
108. Durante a gestação, destacam-se as seguintes modifi- UFSC – 2013
cações gerais: 113. Gestante com 28 semanas, assintomática e com exame
a) retardo no esvaziamento gástrico e aumento da se- físico normal, comparece à consulta do pré-natal com
creção gástrica exame de VDRL reagente 1/8 e FTA-ABS IgG positi-
b) aumento da frequência cardíaca e diminuição da vo e IgM negativo. Desconhece diagnóstico ou trata-
pressão arterial mento anterior para sífilis. Assinale a alternativa que
apresenta a conduta correta.
c) diminuição da taxa de filtração glomerular e presen-
a) não é necessário o tratamento, pois IgM negativo in-
ça de acidose respiratória
dica infecção antiga
d) aumento da capacidade residual funcional e da fre-
b) penicilina G-benzatina 2,4 milhões de UI por duas
quência respiratória
semanas consecutivas
e) diminuição na concentração de fibrinogênio e dos
c) eritromicina por 15 dias
fatores de coagulação
d) repetir VDRL em duas semanas, para definir trata-
ACERTEI ERREI DÚVIDA mento
e) penicilina G-benzatina 2,4 milhões de UI por três
semanas consecutivas
UCPEL-RS – 2013
109. Os batimentos cardiofetais podem ser identificados ACERTEI ERREI DÚVIDA
através da ecografia transvaginal com:
a) 12 semanas UNESP – 2013
b) 10 semanas 114. Na 8ª semana de gestação, primigesta apresenta IgG e
c) 6-7 semanas IgM positivos para toxoplasmose. A conduta imediata é:
d) 5-6 semanas a) amniocentese
e) 4 semanas b) cordocentese
c) teste de avidez de IgG
ACERTEI ERREI DÚVIDA d) espiramicina e sulfadiazina
e) pirimetamina e sulfadiazina
UCPEL-RS – 2013 ACERTEI ERREI DÚVIDA
110. É contraindicação absoluta à gestação:
a) persistência do canal arterial
UNESP – 2013
b) defeito septal interventricular 115. Mulher de 24 anos, 31 semanas de gestação, apresenta
c) hipertensão pulmonar primária VDRL com titulação de 1/4. Não tem resultado de tes-
d) tetralogia de Fallot não corrigida te treponêmico. Refere que nunca realizou exame para
e) defeito septal interatrial sífilis ou fez tratamento para essa doença. A conduta é:
a) iniciar tratamento para sífilis, imediatamente, repe-
ACERTEI ERREI DÚVIDA tir o exame de VDRL e solicitar o teste treponêmico
b) repetir, imediatamente, o exame de VDRL e iniciar
UFPE – 2013 tratamento após o resultado
c) repetir, imediatamente, o exame de VDRL, solicitar
111. Qual dos seguintes parâmetros ultrassonográficos
o teste treponêmico e iniciar tratamento após os re-
apresenta maior acuracidade na determinação da ida-
sultados
de gestacional, no primeiro trimestre? d) aguardar 30 dias e repetir o exame de VDRL e iniciar
a) saco gestacional tratamento após o resultado
b) vesícula vitelina e) aguardar 30 dias e repetir o exame de VDRL, solici-
c) comprimento cabeça-nádega tar o teste treponêmico e iniciar tratamento após os
d) circunferência abdominal fetal resultados
Unificado-MG – 2013
120. A ultrassonografia tem papel fundamental no acom-
panhamento obstétrico, inclusive em gestantes de
baixo risco. Sobre a ultrassonografia obstétrica assi-
nale a alternativa ERRADA:
a) a avaliação da biometria fetal permite diferenciar o
crescimento fetal intrauterino assimétrico do cresci-
mento fetal intrauterino simétrico
b) a ultrassonografia realizada no período de 11 sema-
nas até 13 semanas e 6 dias permite a mensuração
da translucêncianucal, que é um marcador de risco
para cromossomopatia, principalmente a trissomia
a) amniorrexe prematura do cromossomo 21
b) restrição de crescimento simétrico c) na avaliação da vitalidade fetal por meio do perfil
c) restrição de crescimento assimétrico biofísico fetal, os parâmetros ultrassonográficos a
d) gemelaridade monocoriônica com transfusão feto- serem avaliados são atividade cardíaca, movimentos
-fetal descompensada fetais, volume de líquido amniótico e tônus fetal
d) na impossibilidade de realização de mais de uma
ACERTEI ERREI DÚVIDA ultrassonografia, o melhor momento para fazer um
único exame seria por volta da vigésima semana,
pois nessa idade gestacional o cálculo da idade ges-
Unificado-MG – 2013
tacional ainda é relativamente preciso além da pos-
118. A placenta é um órgão fetal altamente especializado que
sibilidade de adequada avaliação da morfologia fetal
desempenha múltiplas funções. Em relação à função de
síntese hormonal placentária é ERRADO afirmar que: ACERTEI ERREI DÚVIDA
a) à medida que a gestação progride, a placenta vai re-
duzindo a produção de esteroides
b) a placenta é um órgão incompleto no que diz res- Unificado-MG – 2013
peito à elaboração dos esteroides, necessitando de 121. Em relação ao uso de medicação na gestação assinale
precursores maternos a alternativa CORRETA:
c) a progesterona é sintetizada pelo sinciciotrofoblasto a) anti-inflamatórios não esteroides podem ser usados
pela hidroxilação do colesterol materno cronicamente em gestantes, desde que em baixas doses
d) os níveis séricos e urinários da gonadotrofina coriô- b) o etretinato (retinoide derivado da vitamina A),
nica humana (hCG) atingem seus valores máximos utilizado no tratamento da psoríase e líquen plano,
por volta de nove semanas de gestação possui meia-vida longa, e por isso os seus efeitos te-
ratogênicos podem persistir por longo tempo após a
ACERTEI ERREI DÚVIDA suspensão do uso
c) o varfarin geralmente não resulta em problemas sig- d) o sangue bem oxigenado presente no átrio direito
nificativos sobre o feto, mas mesmo assim, quando é desviado pela crista dividens, através do forame
necessário a heparina é preferível na gestação, pois oval, para o átrio esquerdo
o controle de dose-efeito do varfarin na gestação é e) a circulação pulmonar fetal constitui território de
mais difícil baixa resistência ao fluxo sanguíneo
d) os inibidores da enzima de conversão da angiotensi- ACERTEI ERREI DÚVIDA
na podem ser usados, com cautela, na gestação
Hospital Santa Casa de Belo Horizonte – 2012 I. Redução da capacidade pulmonar residual funcional.
137. Em relação ao período implantacional e embriogêne- II. Aumento do débito cardíaco.
se pode-se afirmar, EXCETO: III. Glicosúria.
a) os blastômeros são as células geradas durante o pro- IV. Aumento do tempo de esvaziamento gástrico.
cesso de clivagem, que é a divisão celular do zigoto
b) a implantação ou nidação ocorre entre o sexto e o Está correto o contido em:
oitavo dia após a fertilização a) IV, apenas
c) o termo concepto correspondente ao feto, sem con- b) I, II, III e IV
siderar os outros produtos teciduais da concepção c) I, II e III, apenas
d) o período de organogênese se estende da quarta à d) I e III, apenas
oitava semana de gestação e) II e IV, apenas
ACERTEI ERREI DÚVIDA ACERTEI ERREI DÚVIDA
Hospital Angelina Caron-PR – 2011 a) parto de acordo com a indicação obstétrica e aleita-
159. Paciente de 25 anos, GIII PII, DUM – 15 de agosto de mento natural após imunoglobulina e vacinação do
2010. Qual a data provável do parto? recém-nascido
a) 25/05/2011 b) permitir parto vaginal se carga viral menor que
b) 25/04/2011 1.000 cópias e CD4 maior que 350 células/mm3
c) 22/05/2011 c) cesárea eletiva e aleitamento artificial independente
d) 22/04/2011 da vacinação do recém-nascido
e) 22/06/2011 d) via de parto deverá ser indicada conforme carga vi-
ral detectada na gestante
ACERTEI ERREI DÚVIDA e) permitir aleitamento natural se gestante receber
imunoglobulina durante o trabalho de parto
Hospital da Cruz Vermelha-PR – 2011 ACERTEI ERREI DÚVIDA
160. Sobre as modificações fisiológicas do organismo ma-
terno durante a gestação normal é CORRETO afirmar:
a) há um estado de hipercoagulabilidade durante o ci- SUS-SP – 2011
clo gestativo 164. A suplementação de ácido fólico:
b) há aumento na concentração de albumina e baixa a) previne possíveis defeitos cardíacos fetais
das globulinas b) deve ser realizada apenas em pacientes com antece
c) a resistência vascular periférica está aumentada dente obstétrico de malformações fetais
d) o volume sanguíneo é reduzido em cerca de 30% c) não é necessária em pacientes com dieta rica em es-
e) há hiperventilação com diminuição da PaO2 e au pinafre, fígado e cereais integrais
d) tem ação preventiva maior se utilizada durante toda
mento da PaCO2 maternas
a gestação
ACERTEI ERREI DÚVIDA e) em pacientes que utilizam anticonvulsivantes, tem
dose recomendada maior do que a usual
1. Para cálculo da data provável do parto (DPP) a partir da superiormente, a capacidade residual diminui, assim como
DUM soma-se 07 ao dia que ocorreu essa última e retira-se os volumes de reserva inspiratório e expiratório. Na tentativa
03 de seu mês. Portanto se a DUM foi 09/10/14, a DPP será que nutrir com oxigênio o aumento de eritrócitos, também
16 (9+7)/ 07 (10-3)/ 2015. Resposta d. se elevam o volume corrente e o volume minuto. Resposta b.
2. Sinal de Jacquemier-Kluge é o arroxeamento da vulva e de 5. O ácido fólico é importante cofator enzimático no proces-
toda a vagina, não apenas da parede anterior, como diz a afir- so de formação e fechamento do tubo neural, de modo que
mativa I. Sabe-se que aparece por volta da oitava semana de sua suplementação a todas as gestantes o período pericon-
gravidez. cepcional tem o objetivo de evitar os defeitos abertos deste
tubo. A dose deve ser de 400 mcg/dia, mas precisa ser elevada
Sinal de Piskacek é realmente a assimetria do fundo notada
em 10 vezes se houver antecedente desse tipo de malforma-
ao toque, que a parte de implantação embrionária mais sa- ção ou uso concomitante de anticonvulsivantes. Resposta a.
liente. A afirmativa II é correta.
Sinal de Negri é preditor de óbito fetal e consiste na palpação
de maior mobilidade dos ossos do crânio fetal, como se fos- 6. O ácido fólico é importante cofator enzimático no proces-
sem um “saco de pedras”. O sinal descrito na afirmativa III, so de formação e fechamento do tubo neural, de modo que
que está errada, é o de Nobile-Budin. sua suplementação a todas as gestantes o período pericon-
cepcional tem o objetivo de evitar os defeitos abertos deste
Sinal de Spalding é outro indicador de óbito fetal e consiste tubo. A dose deve ser de 400 mcg/dia, mas precisa ser elevada
em cavalgamento dos ossos do crânio, de forma que a afirma- em 10 vezes se houver antecedente desse tipo de malforma-
tiva IV está correta. Resposta d. ção ou uso concomitante de anticonvulsivantes. Resposta e.
3. Na gravidez ocorrem náuseas e vômitos decorrentes da ação 7. Durante a gestação o estrogênio ativa o sistema renina
central do β-hCG, epistaxe proveniente de maior vasculariza- -angiotensina-aldosterona e, graças a esta última, há maior
ção das mucosas pela ação estrogênica, hipercifose e hiperlor- reabsorção de sódio e, consequentemente, água, fazendo ele-
dose da coluna como adaptação ao novo centro de gravidade var a volemia materna. Com isso, também se eleva a filtração
adquirido pela mulher com o crescimento da barriga, sopro glomerular em até 50% já no primeiro trimestre, resultando
sistólico pela maior hemodiluição decorrente do aumento da em maior excreção de glicose e proteínas. A pressão arterial
volemia superior ao de hemácias, hidronefrose discreta pela não se eleva em decorrência da ação relaxante da progestero-
compressão uterina aplicada ao ureter, entre outras. A produ- na e da prostaciclina. Resposta e.
ção de muco cervical também se eleva devida a quantidade
crescente de estrogênio, que atua no local. Resposta b.
8. Durante a gravidez a placenta produz ACTH fazendo com
que haja discreto aumento de cortisol. A ocitocina obviamente
4. As alterações pulmonares que ocorrem na gestação são se eleva com o passar da gestação sendo maior a concentração
principalmente decorrentes da elevação do diafragma pelo no trabalho de parto, associando-se aumento de exposição de
crescimento uterino. Como o diafragma empurra os pulmões receptores miometriais para este hormônio. Há elevação de
31
2 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+
renina por estímulo estrogênico e, consequentemente, de al- Pelo crescimento do útero em direção ao diafragma reduzem
dosterona, o que leva a maior absorção de sódio e líquido, os volumes de reserva pulmonares. O fibrinogênio aumenta
todavia não há hipernatremia por causa de diluição e por ele- cerca de 50%. Resposta b.
vação de peptídeo natriurético atrial estimulado pela disten-
são do átrio, fatos derivados da hipervolemia. Há redução da
imunidade como um todo. Os níveis de TSH realmente são 13. São vacinas de vírus vivo atenuado e, por isso,
contraindicadas da gravidez: rubéola, varicela e sarampo. A
menores no primeiro trimestre, pois a fração alfa do β-hCG,
vacina de febre amarela é também de vírus vivo e deve ser
similar à do TSH, estimula a tireoide a produzir hormônios
dada apenas em situações muito especiais.
que exercem feedback negativo sobre a produção de TSH.
Resposta e. Hepatites, tétano, difteria, coqueluche são permitidas.
Resposta d.
9. Segundo o Ministério da Saúde, os exames a serem solici-
tados em pré-natal de baixo risco, na primeira consulta, são: 14. O teste de Coombs indireto serve para verificar se o san-
hemograma, urina I com urocultura, tipagem sanguínea, gli- gue materno está produzindo anticorpos contra antígenos do
cemia de jejum, reação sorológica para sífilis, sorologia para sangue fetal. Essa situação merece ser investigada nos casos
toxoplasmose e sorologia para HIV (caso a paciente autori- em que a mãe é Rh negativo e o feto positivo, pois há o anti-
ze). No último trimestre deve-se repetir as sorologias negati- corpo D na hemácia fetal que não há na mãe e ela pode re-
vas e acrescenta-se HbsAg, pois sendo este positivo deve-se conhecê-lo como estranho e produzir anticorpos contra ele.
administrar imunoglobulina ao recém nascido. Como não Como a tipagem do feto não pode ser rotineiramente reco-
há conduta específica o Ministério não obriga realização de nhecida consideramos ser ele positivo se o parceiro for Rh
sorologia para rubéola e CMV. O Coombs indireto somente é positivo ou desconhecido. Resposta a.
realizado se a tipagem sanguínea da mãe for negativa e a do
pai positiva ou desconhecida. Resposta a.
15. Na gestação ocorre aumento do número de hemácias,
embora a diluição seja maior. Também há elevação da maio-
10. A presença de IgG e IgM positivos para toxoplasmose ria dos fatores de coagulação, sendo principal o fator I (fibri-
podem indicar infecção recente ou antiga, já que nesta do- nogênio). A mulher experimenta mais refluxo, porém à custa
ença o IgM pode ficar positivo por até 2 anos. Para dirimir de relaxamento do esfíncter esofágico, já que a produção de
tal dúvida, até 16 semanas, é possível realizar teste de avidez suco gástrico se reduz.
IgG. Avidez baixa indica que a infecção é recente, e alta que
Na segunda metade da gravidez elevam-se os contrarregu-
a mesma é antiga (tem mais de 16 semanas). Nesta última
ladores da ação da insulina, como o hormônio lactogênio
situação não há necessidade de tratamento ou profilaxia, já
placentário, de modo que a resistência à insulina fica maior,
no caso de baixa avidez inicia-se espiramicina como forma
com menor absorção materna deste carboidrato, que é des-
de paralisar parasitas alojados na placenta e realiza-se, após
viado ao feto. Para gerar energia o organismo materno realiza
16 semanas, amniocentese para verificar se há infecção fetal,
lipólise. Resposta a.
pois ela existindo complementa-se tratamento com sulfadia-
zina e pirimetamina. Resposta c.
16. O pré-natal considerado suficiente é aquele em que houve,
ao menos, 6 consultas. Neste acompanhamento deve-se estar
11. Para o cálculo do dia da data provável do parto (DPP) atento à êmese gravídica que ocorre entre 6 e 16 semanas,
soma-se 7 ao número do dia que iniciou a última menstrua- período em que o β-hCG é mais alto. A ultrassonografia não
ção e, caso o valor seja maior que 30 ou 31, o número será re- é obrigatória, mas pode ser feita no início da gravidez para
presentado pelo valor excedente (no caso: 25 + 7 = 32, passou datação da mesma e, com este intuito, terá mais valia entre 8
de 01 de 31, então o dia da DPP será 01). Para o mês da DPP e 10 semanas. É possível ainda realizar USG morfológico de
subtrai-se 03 do mês que representa a DUM, exceto se a soma primeiro trimestre entre 11 e 14 semanas, mas a via preferen-
de 7 ao dia da DUM ultrapasse 31, quando a referida subtra- cial nessas idades gestacionais é a abdominal.
ção será de 2 (no caso, 21-2 = 10). Portanto, DPP 01/10/2014.
Realmente é importante a ausculta dos batimentos cardíacos
Quanto à idade gestacional, para seu cálculo soma-se o nú- fetais em todas as consultas e ele deve estar, a partir do segun-
mero de dias que se passaram da DUM até a data da avaliação do trimestre, quando mais frequentemente é audível, entre
e divide-se por sete. O resultado será o número de semanas 110 e 160 bpm. Resposta c.
e o resto o número de dias. No caso da DUM de 25/12/1013,
até a avaliação em 24/03/2014 passaram-se 89 dias, que divi-
do por 7 representa 12 semanas e 5 dias). Resposta a. 17. Na gravidez o estrogênio ativa o sistema renina-angioten-
sina-aldosterona, o que promove maior reabsorção de sódio
e potássio nos túbulos renais, mas com eles também líquidos,
12. A ação da progesterona produzida pela placenta leva a de modo que há aumento da quantidade desses eletrólitos,
relaxamento da musculatura lisa de qualquer órgão que mas não de sua concentração. Como há aumento da volemia
a contenha. Assim, o estômago é afeta e se lentifica seu e hemodiluição, a hiperdinâmica cardíaca pode se traduzir
esvaziamento, assim como a vesícula biliar e os ureteres. com desdobramento da primeira bulha e sopro sistólico leve.
É clássica a leucocitose experimentada pelas gestantes no O feto é considerado tratado se a gestante recebeu a dose com-
intuito de incrementar os mecanismos de defesa. Há muita pleta de penicilina indicada para o grau da doença e o trata-
controversa a respeito de qual seria o valor máximo aceitável mento se completou em pelo menos 30 dias antes do parto.
de leucócitos, sendo que muitos autores consideram 25000/ Resposta a.
dL desde que não haja desvio à esquerda.
Por fim, o estrogênio não age no centro respiratório modifi-
23. Gestantes sem tratamento prévio de sífilis que apresen-
cando a sensibilização local à pCO2, sendo que a concentra-
tem VDRL positivo, especialmente se seus valores forem al-
ção desse gás se reduz por hiperventilação, gerando discreta
tos (maiores ou iguais a 1:8) devem ser consideradas como
alcalose respiratória. Resposta b.
portadoras da doença e devidamente tratadas. Como não há
sintomas nem lesões visíveis deve-se diagnosticar sífilis la-
18. A ação da progesterona aumentada na gravidez é tente e o tratamento será com 3 doses semanais de 2.400.000
relaxamento da musculatura lisa, o que inclui esfíncter UI de penicilina benzatina. Resposta a.
inferior do esôfago, intestino e parede de vasos sanguíneos,
com consequente redução da resistência vascular periférica.
24. Após o tratamento de sífilis é comum manter VDRL po-
Por ação do estrogênio há ativação do sistema renina-
sitivo, o que se chama cicatriz sorológica, no entanto nesses
angitensina-aldosterona e consequentemente maior absorção
casos os níveis são baixos, menores que 1:8. Valores de VDRL
de sódio e água o que eleva a volemia e a taxa de filtração
muito elevados e ainda ascendentes denotam a presença de
glomerular. Resposta b.
infecção. Nas colagenoses também pode haver VDRL positi-
vo, mas também em valores baixos. No caso, então, há doen-
19. A função da gonadotrofina coriônica humana (hCG) é atuar ça persistente que deve ser tratada. Resposta c.
no ovário mantendo o corpo lúteo, para que a produção de pro-
gesterona mantenha-se mesmo com a queda do LH. Com isso
evita-se a descamação do endométrio. Aos poucos a placenta 25. Em gestantes, o uso as quinolonas podem alterar o cres-
produz a progesterona e o nível de hCG se reduz. Resposta c. cimento de cartilagens e dentes dos fetos. A sulfa, ao final
da gravidez, pode ocasionar anemia fetal especialmente em
fatos com deficiência de G6PD. Do contrário, os betalactâmi-
20. Os parâmetros que podem ser analisados para se avaliar cos costumam ser seguros, especialmente cefalexina e amo-
o risco de cromossomopatias em primeiro trimestre são: xicilina. Resposta c.
translucência nucal, osso nasal, ducto venoso, ângulo maxi-
lo-facial (que indica micrognatismo), regurgitação da valva
tricúspide, tamanha da bexiga. A maioria é analisada em ca- 26. Mais de 90% das infecções do trato urinário em gestantes
sos duvidosos e limítrofes. O “golf ball”, que é foco hipereco- são causadas por E. coli, seguidos por outros bacilos gram-
gênico em músculo papilar, se presente será visto no segundo -negativos como Klebsiela e Proteus. Independentemente do
trimestre e, isoladamente, não tem significado patológico. agente, havendo bacteriúria em grávidas, mesmo que seja as-
Resposta d. sintomática, o tratamento é obrigatório, pois há maior chan-
ce de pielonefrite decorrente da facilidade de ascensão bac-
teriana pelos ureteres que apresentam motilidade reduzida
21. Na gestante ocorre aumento da volemia por estímulo es- pela ação miorrelaxante da progesterona. Resposta e.
trogênico ao sistema renina-angiotensina-aldosterona e con-
sequente maior absorção de sódio e água. Aumenta também
o número de glóbulos vermelhos, porém não de forma pro- 27. Na gestação as articulações da bacia tornam-se mais frou-
porcional à volemia, o que gera hemodiluição. xas, o que permite a ampliação de seus diâmetros, sendo que
esse efeito é decorrente da relaxina, produzida principalmen-
Apesar da elevação da angiotensina há redução da resistên-
te pela placenta. Este hormônio ainda promove relaxamento
cia periférica e consequente queda da pressão arterial, isso
muscular e é coadjuvante no aumento da filtração glomeru-
porque se adiciona o circuito de baixa pressão da placenta e,
lar Resposta c.
mais que isso, elevam-se substâncias vasodilatadoras como
progesterona e prostaciclina. Com o aumento da volemia,
que se dá do início ao fim da gestação, elevam-se retorno ve- 28. A onfalocele tem relação com síndromes de Down e de
noso e débito cardíaco. Resposta d. Edwards (trissomia do 18); a holoprosencefalia relaciona-se
à síndrome de Patau (trissomia do 13) e o higroma cístico
tem relação com síndrome de Turner. A gastrosquise não se
22. Atualmente o rastreamento de sífilis no SUS é feito por
relaciona a alterações gênicas. Resposta b.
teste rápido treponêmico de alta sensibilidade, mas baixa es-
pecificidade. Assim, caso ele seja negativo considera-se não
haver contaminação, e sua positividade requer a realização 29. O cordão umbilical é formado a partir do saco amnióti-
de VDRL e FTA Abs se disponível. co, que originará seu epitélio (âmnio funicular), e do alantoi-
Mulheres que já trataram sífilis podem apresentar VDRL po- de de onde surgem as duas artérias e a veia do seu interior,
sitivo de forma permanente, em baixos títulos, como cicatriz chamadas respectivamente de artérias umbilicais e veia um-
sorológica. A elevação desses títulos indicam reinfecção. bilical. Ainda consta em sua composição uma cobertura de
material gelatinoso à base de glicosaminoglicanos conhecida seis consultas, uma no primeiro, duas no segundo e três no
como geleia de Warthon. O notocórdio é o primórdio da co- terceiro trimestre. Neste último realiza-se a manobra de pal-
luna vertebral. Resposta e. pação obstétrica para se determinar as relações útero-fetais e
ainda permitir a correta ausculta dos batimentos cardiofetais.
Mulheres de sangue Rh negativo, com cônjuges Rh positivo
30. Reação de Arias-Stella é a presença de alterações em ou desconhecido, não imunizadas, devem ser monitoradas
células glandulares do endométrio ou endocérvice, que apre- MENSALMENTE (e não a cada 3 meses como diz a questão)
sentam núcleos grandes, que podem ser hipercromáticos e com dosagem de Coombs indireto para verificar se houve
multilobulados e ocorrem principalmente em casos de gesta- sensibilização durante a gravidez. Resposta e.
ção ectópica por estímulo de progesterona em níveis ligeira-
mente elevados, como ocorre nestes casos.
A morfologia das células de Arias Stella é: citoplasma 35. Nesta questão mostra-se uma mulher que era suscetível
abundante microvacuolizado, presença de marcantes atipias à toxoplasmose no início da gravidez e passou, na mesma
nucleares, tais como, aumento de tamanho, pleomorfismo e gestação, a apresentar sorologia positiva. É inequívoco que
hipercromasia. Resposta e. ela adquiriu tal condição durante a gestação. Assim, deve-se
ofertar espiramicina para paralisar possíveis taquizoítos na
placenta e fazer a investigação de infecção fetal por amniocen-
31. Os cigarros interferem dificultando a implantação e o tese, pois caso o feto esteja infectado também será necessário
desenvolvimento normal da circulação da placenta. Essas al- prescrever sulfadiazina e pirimetamina. De qualquer forma
terações na placenta vão interferir nas trocas gasosas e de nu- a espiramicina deve ser mantida durante toda a gestação.
trientes entre a mãe e o feto, aumentando consideravelmente Resposta b.
o risco de descolamento prematuro da placenta e restrição de
crescimento fetal.
36. Os centros de ossificação realmente ocorrem com 12 sema-
A cotinina é um subproduto da nicotina. Ela induz a con- nas, entretanto a essa idade gestacional o CCN será de aproxi-
tração do vaso, o seu acúmulo na circulação fetal pode ser a madamente 7 cm. Para se ter uma ideia a TN pode ser medida
causa do trabalho de parto prematuro e do aborto espontâ- com CCM até 8,4 cm, que corresponde a 13 semanas e 6 dias.
neo em fumantes.
No primeiro trimestre o útero é intrapélvico, de modo que
O monóxido de carbono se liga a hemoglobina, mas não fa- modificações de sua consistência somente podem ser nota-
vorecido pela nicotina. Resposta a. das por toque vaginal com palpação bimanual, e não via ab-
dominal apenas.
32. Nesta questão mostra-se uma mulher que era suscetível USG morfológico de segundo trimestre deve ser solicitado
à toxoplasmose no início da gravidez e passou, na mesma entre 20 e 24 semanas.
gestação, a apresentar sorologia positiva. É inequívoco que Mais de 90% das anemias na gravidez são ferroprivas.
ela adquiriu tal condição durante a gestação. Assim, deve-se
É justamente o aumento da lecitina e queda da esfingomielina
ofertar espiramicina para paralisar possíveis taquizoítos na
que leva a redução da tensão superficial do alvéolo. A produção
placenta e fazer a investigação de infecção fetal por amnio-
da lecitina é intensificada após 32 semanas. Resposta e.
centese, pois caso o feto esteja infectado também será neces-
sário prescrever sufadiazina e pirimetamina. Resposta b.
37. Todas as mulheres HIV positivo devem receber profilaxia
com esquema tríplice. As que têm CD4 menor que 350 de-
33. Analisemos as afirmativas isoladamente:
vem iniciar o esquema imediatamente de forma independen-
Correta. A cesariana eletiva reduz o risco de transmissão ver- te da idade gestacional, as demais tomam as medicações após
tical. Essa redução não é tão significativa se a carga viral for 14 semanas. O esquema preferencial a mulheres virgens de
indetectável e houver prévia profilaxia medicamentosa. tratamento ser com Zidovudina (AZT), lamivudina e lopi-
Errada. As medidas profiláticas reduzem o risco de transmis- navor/ritonavir. Entretanto, mulheres com hepatite B aguda
são vertical para menos de 1%, porém não é possível garantir (HbeAg reagente indicando replicação viral) a zidovudina
que ela não ocorrerá. deve ser substituída pelo tenofovir. Resposta e.
Errada. Com as medidas profiláticas houve queda nos índices
de transmissão vertical do HIV. 38. O concepto é formado por feto, placenta, cordão umbi-
Errada. Por apresentar risco de 2% de transmissão de HIV ao lical, líquido amniótico e membranas ovulares. O cordão é
RN o aleitamento materno deve ser contraindicado. composto por duas artérias, que levam sangue desoxigenado
do feto à placenta, e uma veia que traz, no sentido oposto,
Resposta a. sangue rico em oxigênio e nutrientes. Dessa forma, no perío-
do fetal a placenta assume a função de troca de gases, sendo
34. Em pré-natal de baixo risco as consultas devem ser men- o pulmão incapaz de realiza-la.
sais até 32 semanas, quinzenais de 32 a 36 semanas e sema- O sangue que chega da veia umbilical desemboca indireta-
nais a partir desta idade gestacional até o nascimento. Caso mente no átrio direito (pelo ducto venoso e veia cava inferior)
essa periodicidade não seja possível o mínimo aceitável são de onde, a maior parte, segue ao átrio esquerdo pelo forame
oval, para então passar ao ventrículo esquerdo pela valva mi- A resistência periférica e reatividade vascular reduzem,
tral de onde, via aorta, segue pelos tecidos do feto. O átrio apesar da elevação de renina, porque a placenta libera pro-
direito também recebe sangue da veia cava superior. A parte gesterona que é vasodilatadora por relaxar a musculatura
do sangue que não segue pelo forame oval passará pela crista lisa das paredes arteriais. Resposta a.
interveniens, localizada na parte posterolateral do átrio direito,
que direciona este fluxo para o ventrículo homolateral via val-
va tricúspide. Este caminho irrigará os pulmões. Resposta e. 43. A bacteriúria assintomática na gestação, quando não tra-
tada pode causar pielonefrite pela ascensão bacteriana, facili-
tada pela hipomotilidade do ureter. Assim, a urocultura deve
39. Os estudos mostram que a gestante que apresenta doença ser universal na gestação e o tratamento deve ser indicado sem-
renal, especialmente insuficiência renal crônica, na ausência pre que houver mais de 105 unidades formadoras de colônia.
de pré-eclâmpsia não costuma apresentar piora de sua fun- Resposta a.
ção renal na gravidez. Assim, o mais importante em pacien-
tes com patologia renal é estar atento aos níveis pressóricos
44. A troca de oxigênio entre mãe e feto na membrana pla-
visando detectar rapidamente elevações dos mesmos para
centária se dá por difusão simples, ou seja, o oxigênio passa
instituição imediata de terapêutica anti-hipertensiva.
do lado em que a pO2 é maior para o lado em que ela é
Obviamente infecção urinária pode lesar os rins e também menor. Resposta a.
deve ser prontamente diagnosticada e tratada.
A periodicidade de avaliação de função renal e proteinúria
45. A placenta possui função endócrina e produz uma série
não são pré-estabelecida e dependerá da gravidade do caso.
de hormônios. Entre eles está o β-hCG, cujo pico de produ-
Resposta e.
ção se dá entre 8 e 10 semanas. Produz ainda estrogênios,
em especial estradiol e estriol, ambos derivados de sulfa-
40. O aconselhamento genético pré-natal será indicado na to de dehidroepiandrosterona da suprarrenais maternas e
presença de alto risco comprovado de doença genética ou cro- fetais; há quantidades crescentes de ambos os estrógenos
mossômica, inclusive para que este risco possa ser relatado. citados de modo que o estradiol não chega a representar
90% deles.
Abortamento habitual pode ter causa cromossômica (translo-
cações) ou até genética (trombofilias) e é candidato a aconse O hormônio lactogênio placentário apresenta produção
lhamento genético. A presença de translocações balanceadas, significativa a partir de 24 semanas, mas aumenta durante
ou seja, pais que apresentam parte de um dos cromossomos toda a gravidez de modo que terá seus maiores valores ao
em loci diferente, certamente merece aconselhamento genéti- final dela. Comportamento semelhante tem a progesterona,
co, pois esse fragmento mal locado pode se juntar a cromos- também produzida pela placenta.
somos normais e ficar sobressalente no material genético do Outras variantes hormonais de produção placentária são:
herdeiro, elevado a chance de cromossomopatias. A presença tirotrofina coriônica, adrenocorticotrofina coriônica, rela-
de filho anterior com doença genética ou cromossômica, re- xina e variante de hormônio de crescimento. Resposta d.
conhecida tal doença, é possível especificar o risco de recor-
rência, algo feito pelo aconselhamento genético. Por meio da
medida da translucência nucal e testes bioquímicos e possí- 46. A pesquisa de estreptococos deve ser realizada em todas
vel determinar o risco de doenças cromossômicas, inclusive as gestantes entre 35 e 37 semanas, com a finalidade de se
realizar profilaxia antibiótica as mulheres com cultura po-
cada uma delas de forma isolada (trissomia do 21, trissomia
sitiva.
do 13, trissomia do 18, monossomia do X).
Sífilis deve ser investigada e tratada em pré-natal de baixo
As mulheres com idade avançada, embora sabidamente apre-
risco. Quanto antes o tratamento for realizado melhor será
sentem maior risco de cromossomopatias, beneficiam-se de
para o desenvolvimento fetal. A droga de escolha é penici-
aconselhamento genético após ajuste de risco com medida de
lina benzatina.
translucência nucal e marcadores bioquímicos. Resposta c.
A pesquisa de toxoplasmose, para mulheres suscetíveis,
deve ser realizada no primeiro e no terceiro trimestres. As
41. A pesquisa de contaminação vaginal e anal por estrepto- mulheres imunes, ou seja, com IgG positivo e IgM negativo,
coco na gestação deve ser universal e realizada entre 35 e 37 não precisam de novas investigações. A não ser em queda
semanas, já que sua validade é de 5 semanas (duraria até 40 a brutal da imunidade, como AIDS ou quimioterapia.
42 semanas) e a profilaxia da infecção estreptocócica neona-
Em pesquisa de DMG, mesmo para mulheres de baixo ris
tal deve ser feita no momento do parto. Resposta b.
co, deve-se realizar o teste oral de tolerância à glicose entre
24 e 28 semanas, ainda que a glicemia de primeiro trimestre
42. Na gravidez o estrogênio ativa o sistema renina-angioten esteja normal.
sina-aldosterona o que leva a maior absorção de líquidos nos A ultrassonografia não se relaciona o melhor prognósti-
túbulos renais e elevação da volemia. Com o aumento dessa co na gravidez, em termos populacionais, e será realizada
ocorre maior retorno venoso e, consequentemente, maior conforme detecção de alterações clínicas e disponibilidade.
débito cardíaco. Resposta b.
47. IgG e IgM positivos para toxoplasmose mostram que a 52. A idade gestacional de Andrea é 13 semanas e 4 dias e,
mulher foi contaminada pelo parasita há menos de 2 anos. em seus exames, a única coisa que chama a atenção, é so-
Assim, não se sabe se a contaminação se deu na gestação. rologia de toxoplasmose que apresenta IgG e IgM positivos.
O esclarecimento depende do teste de avidez igG. Ele será Tal condição, dado que a positividade do IgG é permanente
alto se a infestação for antiga (mais de 16 semanas), e baixo se e do IgM de até dois anos, pode indicar infecção adquirida
for recente. Portanto, no caso, temos uma doença aguda que recentemente ou há mais de 16 semanas, portanto antes da
gestação. Essa dúvida será sanada pelo teste de avidez IgG.
pode ser transmitida ao feto e deve ser tratada. Resposta c.
Até que se comprove tal fato é melhor administrar espirami-
cina, que promoverá a parada da evolução do protozoário.
48. Sendo IgG e IgM positivos para toxoplasmose não sa- Confirmada a alta avidez a espiramicina poderá ser suspensa,
bemos se a infecção é recente ou antiga pois, ao contrário senão deve ser mantida e o feto investigado. Resposta c.
de outras doenças infecciosas, na toxoplasmose o IgM fica
positivo por até dois anos. Caso a mulher apresente idade
53. A vacina de tétano deve ser aplicada em três doses com
gestacional até 16 semanas podemos sanar a dúvida com
intervalo de 8 semanas. Como ele já tomou uma dose e va-
teste de avidez IgG. Caso ele revele alta avidez sabemos que
cina não se perde, precisa receber mais duas doses. Em uma
a infecção foi adquirida há mais de 16 semanas o que, para
delas, preferencialmente na última, é mais interessante que
o caso apresentado, seria antes da gravidez e não há condu-
receba coqueluche junto (dTpa – tríplice bacteriana acelular)
ta específica, podendo-se tranquilizar a gestante. Por outro
pois essa vacina promove imunidade ao recém-nascido até os
lado, sendo a avidez baixa esta infecção é recente, indica-se o
três meses de vida. A outra dose pode ser na forma de dupla
uso da espiramicina e programa-se investigação de contami-
adulto (dT). Resposta c.
nação fetal. Resposta b.
50. A toxoplasmose é doença adquirida pela ingestão do pro- 55. Por conta de a eritromicina apresentar eficácia 30% me-
tozoário toxoplasma gondii, presente em carnes mal cozidas, nor que a penicilina para tratamento de sífilis é o uso desta
verduras e legumes mal lavados. Em adultos hígidos o qua- segunda dose que é considerada ideal e capaz de promover a
dro clínico costuma ser frustro, mas confere imunidade, en- cura. Para que o feto seja tratado adequadamente é preciso
tretanto a primo-infecção na gestação pode ser fetal ao feto. que haja 30 dias entre o término de administração das drogas
O risco de contaminação fetal ser diretamente proporcional à mãe e o parto. O parceiro deve também ser tratado para
à idade gestacional, muito embora a gravidade costume ser evitar a reinfecção. Resposta e.
menor em idades gestacionais avançadas. Sorologicamente a
doença positiva IgG e IgM específicos, sendo o primeiro de
positividade permanente e o segundo de até 2 anos. Caso IgG 56. É necessária sorologia para Hepatite B a fim de se verifi-
e IgM sejam positivos é possível saber aproximadamente o car se a gestante vacinada foi de fato imunizada, senão será
tempo de contaminação por meio de avidez IgG, que se torna preciso repetir a vacina. As que não foram vacinadas preci-
maior do dia do contato em diante. sam receber.
Isso posto temos letra A correta e letra d só não está correta, Em relação ao HIV, sua sorologia deve ser solicitada já no
pois o examinar afirma que a gravidade será menor, e isso primeiro trimestre para que se use medicação antirretroviral
não é uma certeza, embora tenda a ser menor. Resposta a. a fim de se evitar a transmissão vertical.
Sorologia para toxoplasmose deve ser feita no primeiro e ter-
ceiro trimestre, ao menos.
51. No funcionamento placentário, os principais gases, es-
pecialmente o oxigênio, atravessa a barreira placentária por Urocultura deve ser realizada nos três trimestres.
difusão simples, obedecendo ao gradiente de concentração. Resposta c.
A glicose, por sua vez, é transferida ao feto por difusão facili-
tada, por canais específicos, e pode ser transferida em quan-
tidade maior à necessidade do feto. 57. Toda bacteriúria em gestante deve ser tratada, sintomática
ou não, pelo risco de pielonefrite. Se esta ocorrer por Strepto-
O colesterol é precursor de formação de progesterona em coccus agalactie (beta-hemolítico do Grupo B), além desse tra-
qualquer lugar que ela seja produzida. tamento, deve-se promover administração de antibioticoprofi-
A produção placentária de estrogênios, em especial estradiol laxia para infecção neonatal por esta bactéria no momento do
e estriol, tem como principal substrato o sulfato de dehidroe- parto, uma vez que esta mulher é colonizada pela bactéria. Não
piandrosterona das suprarrenal maternas e fetais. Resposta d. há necessidade de colher cultura anal e vaginal. Resposta c.
58. Lesão ativa pode herpes genital é indicação de cesariana pelo 65. A presença de DIU concomitante com gravidez pode
risco de contaminação fetal. Obviamente a lesão deve também ser elevar o risco de malformações, assim sendo recomenda-se
tratada e para gestante a opção mais segura é aciclovir. Resposta b. sua retirada, mesmo havendo risco de abortamento durante
a mesma. Resposta a.
59. A projeção de alças intestinais para dentro do cordão um-
bilical é conhecida como onfalocele, que deve ser diferencia- 66. A vacinação contra tétano na gravidez depende do estado
da de abertura lateral a esta inserção e por onde se projeta
vacinal da mulher em relação a esta doença. As possibilida-
conteúdo abdominal chamada de gastrosquise. Muita con-
trovérsia há a respeito da via de parto em casos de onfalocele des serão:
e não há consenso a respeito. Os que advogam cesariana o gestantes sem nenhuma dose registrada – iniciar esque-
fazem pelo riso de ruptura das membranas do cordão e con- ma vacinal imediatamente com 3 doses a intervalo de 30
sequente sangramento, mas graves consequências raramente a 60 dias;
são observadas. Respostas E e C.
gestantes com menos de três doses registradas – comple-
tar as três doses o mais precocemente possível, lembran-
60. O endométrio modificado pela gestação passa a se chamar do que dose dada é dose válida;
decídua. Esta ainda se divide em: decídua basal, em contato ínti-
gestantes com 3 ou mais doses registradas, mas a última
mo com o trofoblasto e que com ele formará a placenta; decídua
capsular, que envolve o saco gestacional em íntimo contato com há mais de 5 anos – administrar uma dose de reforço;
ele; e decídua parietal (ou vera), que preenche o restante da pa- gestantes com 3 ou mais doses registradas, sendo a última
rede uterina. Com o crescimento do embrião as decíduas capsu- há menos de 5 anos – não há necessidade de vacinação.
lar e parietal se unem. A letra C mostra a cavidade amniótica e a
letra B o celoma extraembrionário. Resposta d. Pelo exposto devemos completar o esquema vacinal do caso
apresentado, considerando a dose anterior válida. Resposta d.
69. O programa nacional de imunizações admite como necessárias paras gestantes vacinas contra as seguintes doenças: tétano
(via dupla adulto), gripe (vacina de influenza) e Hepatite B. Como as sorologias revelam contato prévio e imunidade contra
Hepatite B, para a gestante da questão deve-se indicar apenas dupla adulto e influenza, lembrando que esta última é dada
anualmente. Resposta a.
70. São exames essenciais no pré-natal, em primeiro consulta, segundo o Ministério da Saúde: hemograma, urina I/urocultura,
tipagem sanguínea, glicemia de jejum, sorologias para HIV, sífilis e toxoplasmose. Deve-se verificar o status de Papanicolau,
colhendo-se se for o caso. Sorologia para Hepatite B será feita no final da gravidez para verificar necessidade de administração
de imunoglobulina ao feto. Resposta c.
71. A sequência correta consiste em segmentação, mórula, blastocisto, trofoblasto, vesícula vitelina e embrião (veja figura abaixo).
O estágio da mórula se inicia quando o ovo tem 12 a 16 células e termina quando se forma o blastocisto. A formação do blas-
tocisto se origina no útero.
Na segunda semana há a formação do disco embrionário didérmico (bilaminar) havendo rápidas transformações no trofo-
blasto (citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto). Na terceira semana, período de rápido desenvolvimento, coincide com a época
da primeira menstruação frustrada. A parada do sangramento menstrual é o primeiro sinal de gravidez, embora possam
ocorrer, eventualmente, perdas sanguíneas provenientes do local de implantação.
Da quarta a oitava semana se dá o período embrionário.
A partir da 9ª semana de gestação, tendo o embrião já aparência humana, inicia-se o período fetal. Resposta c.
Vários estudos mostraram a correlação positiva entre a es- 75. Para a melhor interpretação, deixo como orientação o flu-
pessura aumentada da TN e a incidência de trissomias no xograma a seguir.
começo da gestação. A TN aumenta normalmente com a
IG, ou seja, quanto maior o CCN, maior deverá ser a medi-
Sorologia materna
da da nuca fetal; quanto maior a idade materna, maior será
a probabilidade de cromossomopatias. Portanto, para o cál- IgG+ IgG- IgG+
culo de risco, o ideal é considerar todos esses parâmetros: IgM- IgM- IgM+
78. Na primeira consulta pré-natal, devem ser solicitados os te a gestação. Procede-se a titulação seriada de IgM e IgG,
seguintes exames de rotina: mostrando se há ascensão dos níveis (quadro recente), ou,
Tipagem sanguínea; ainda, a realização do teste da avidez da IgG, mostrando bai-
xa avidez (< 30%) para os casos de infestação ocorrida há até
Sorologia para lues (VDRL); três meses e alta avidez (> 60%) para os casos com mais de
Urina tipo I e urocultura; três meses. Para as pacientes suscetíveis, isto é, com IgM e
IgG não reagentes ou negativas, preconizam-se a orientação
Hematócrito e hemoglobina;
higienodietética e a repetição do perfil sorológico no segun-
Citopatológico de colo uterino (CP); do e no terceiro trimestres da gestação.
Glicemia de jejum;
Anti-HIV; IgG IgM Situação
para o tratamento fora da gestação é a eritromicina (consi- 86. O Ministério da Saúde não recomenda rastreamento de
derar o feto como não tratado). A dessensibilização é feita rotina para rubéola na gestação. No caso de gestantes no iní-
com a administração oral de penicilina V (fenoximetilpeni cio da gravidez com suspeita de infecção ou com história de
cilina potássica) oral em diluições gradativamente menores e possível exposição à doença, há consenso de que a solicita-
em volumes inversamente maiores. Esse procedimento deve ção da sorologia está indicada. Em caso de infecção aguda
ser feito em ambiente hospitalar ou onde se possa assegu- durante a gestação, sabe-se que os defeitos congênitos mais
rar atendimento de urgência caso ocorram manifestações graves ocorrem quando a infecção aguda acontece no pri-
de alergia ou até mesmo choque anafilático. A gestante deve meiro trimestre da gestação. Apesar da alta prevalência de
ser observada por trinta minutos e, após, procede-se à ad- infecção por citomegalovírus, o rastreamento de rotina não
ministração parenteral de penicilina. Na presença de alergia é recomendado, devido à ausência de um tratamento efetivo
ao longo da dessensibilização, interrompe-se o uso e troca-se que possa ser administrado durante a gestação para prevenir
por medicação alternativa. Os parceiros devem receber tra- ou reduzir a morbidez da doença para o feto. Em gestantes
tamento concomitante à gestante com penicilina ou drogas imunossuprimidas (HIV-positivo, transplantadas), entre-
alternativas. Resposta b. tanto, a realização de sorologia para CMV está indicada. Ao
contrário da hepatite B, cuja recomendação de rastreamento
é obrigatória (solicite HBsAg) no terceiro trimestre, indepen-
84. No caso de IgM positivo para toxoplasmose, isso pode in- dente de haver fatores de risco identificáveis, não há indica
dicar infecção recente ou antiga, já que IgM pode ser positivo ção de rastrea HVA, visto não haver repercussões preocupan-
por até dois anos. Nesse caso, para dirimir tal dúvida, duas tes para o concepto. A sorologia para toxoplasmose deve ser
condutas são possíveis: solicitada na primeira consulta pré-natal, repetir no segundo
solicitar avidez IgG para toxoplasmose e considerar in- trimestre se IgM e IgG não reagentes, assim como no terceiro
fecção recente se baixa avidez (isso só é possível até 16 trimestre se IgG e IgM não reagentes. Resposta c.
semanas);
solicitar nova sorologia IgM e IgG ara verificar se o se 87. A questão traz o caso de uma gestante com anemia, imune a
gundo é positivo, pois endo negativo a infecção é recente; toxoplasmose e rubéola (IgG positivo e IgM negativo para ambas),
e ainda verificar o comportamento o IgM que se desapa- HIV negativo e um teste não treponêmico positivo para sífilis.
rece, a infecção é antiga.
Assim, é preciso solicitar teste treponêmico, mais específico,
Até que tal dúvida possa ser dirimida, deve-se indicar o uso para confirmar a sífilis. Além disso, deve-se investigar anemia,
de espiramicina para evitar a passagem de parasitas pela pla tratando-a inicialmente como ferropriva (ferro elementar de
centa. 120 a 240 mg/dia) uma vez que é a causa em 90% dos casos.
A investigação fetal por amniocentese apenas é indicada caso O sangue negativo requer, inicialmente, realização de tipagem
haja indícios de infecção recente e o uso de sufadiazina e piri- do pai da criança para avaliar se há incompatibilidade Rh.
metamina são reservados para quando há a comprovação de Resposta d.
infecção fetal. Resposta c.
91. Uma vez a sífilis sendo diagnosticada e tratada na gravidez, quando situado no ovário direito, determina maior incidência do
a gestante deverá ser submetida a sorologias não treponêmi- distúrbio, devido ao fato de a drenagem venosa desse órgão ser
cas (VDRL) mensais até o término da gestação. Se não ocor- diretamente na veia cava inferior, com maior quantidade do hor-
rer a queda esperada dos títulos da sorologia não treponêmica mônio sendo oferecida ao organismo da gestante. No 1º trimes-
(VDRL) para valores inferiores a 1:8 ou se estes se mostrarem tre de gestação, paralelamente ao pico de hCG, ocorre aumento
ascendentes, recomenda-se reavaliar o tratamento materno e dos níveis de progesterona (17-OH P), hormônio primariamente
de seu parceiro, se esse não foi adequado, deverá ser repetido. produzido pelo corpo lúteo gravídico. Sua participação na gênese
Dessa forma, os títulos devem ser decrescentes. Resposta b. de náuseas e vômitos na gravidez é relatada por alguns autores.
Outros pesquisadores não conseguiram demonstrar correlação
entre os níveis de progesterona e a gravidade das náuseas e dos
92. Gestante sem pré-natal ou sem os exames do mesmo, em vômitos na gravidez em coorte prospectiva. Ademais, gestantes
trabalho de parto, no momento da internação deve ser sub- com elevado níveis de progesterona em casos de estimulação
metida a teste rápido para HIV. Caso o mesmo seja positivo ovariana controlada não demonstram incidência aumentada de
fica indicado uso de AZT intravenoso até o clampeamento hiperêmese gravídica, sugerindo que somente os elevados níveis
do cordão umbilical. A via de parto depende do status das de progesterona não configuram causa da doença. A tireoide é
membranas ovulares e o avançado do trabalho de parto. fisiologicamente estimulada na gestação inicial. Algumas vezes,
Geralemente, com carga viral desconhecida, realiza-se cesa- ocorre aumento dos hormônios tireoidianos na gravidez, levando
riana, mas são exceções à regra: trabalho de parto avançado a um estado denominado hipertireoidismo transitório. Pacientes
(mais de 4-5 cm) e bolsa rota há mais de 4 horas. Resposta d. com hiperêmese gravídica apresentam menores níveis de TSH e
maiores dosagens de T3, livre e T4 livre que gestantes normais. A
hCG apresenta atividade estimuladora da tireoide, de modo que
93. A paciente tem diagnóstico de sífilis. A penicilina é o cerca de 60% das pacientes com hiperêmese gravídica apresentam
único medicamento que previne a sífilis congênita. As ges- hipertireoidismo transitório.
tantes com alergia à penicilina devem ser submetidas à des- A concentração de hCG tem correlação significativa com
sensibilização antes de iniciar o tratamento. Para as pacientes o grau de estimulação da tireoide, comprovada por ensaios
alérgicas à penicilina, a droga alternativa para o tratamento capazes de aferir a atividade tireotrófica. O grau de hiperti-
fora da gestação é a eritromicina (considerar o feto como não reoidismo e a concentração de hCG variam diretamente com
tratado). A recomendação adequada como já dissemos é des- a gravidade da hiperêmese gravídica. Esses dados, compro-
sensibilização da gestante e o tratamento com penicilina nas vados por diversos trabalhos, configuram forte base dessa
doses recomendadas. Resposta b. tireotoxicidade transitória causada por fração da hCG como
etiologia da hiperêmese gravídica. Gabarito oficial d.
94. Vacinas contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela são
vírus vivo e atenuado, logo, não devem ser aplicadas em ges- 97. Tanto o propiltiouracil (PTU) quanto o metimazol (MMZ)
tantes ou mulheres que pretendem engravidar nos próximos podem ser utilizados no tratamento do hipertireoidismo na ges-
3 meses. Resposta b. tação. O PTU é a droga de escolha devido a relatos de casos es-
porádicos associando o MMZ a potenciais efeitos teratogênicos
(particularmente aplasia cútis), muito embora as evidências não
95. Em relação a vacinação na gravidez, são contraindicadas sejam conclusivas. O MMZ não está contraindicado na gesta-
vacinas de vírus vivo atenuado: rubéola, BCG, varicela, po- ção, mas deve ser reservado como droga de segunda escolha. A
liomielite Sabin. A vacina de febre amarela também é de vírus enoxaparina, a heparina de baixo peso molecular mais utilizada,
vivo e não deve ser utilizada, exceto em casos de extrema ne- é listada pelo FDA como categoria B. A monitoração laborato-
cessidade de viagem para zona endêmica. rial de doses terapêuticas não é recomendada, pois não reflete
As demais vacinas podem ser usadas, inclusive recomenda- o grau de anticoagulação. A utilização em doses únicas diárias,
-se a de Hepatite B e até coqueluche, esta última no terceiro dos diferentes tipos de HBPM, tem a mesma eficácia comparada
trimestre a fim de promover imunidade ao RN contra tal do- ao uso de doses fracionadas. As mudanças fisiológicas da gravi-
ença nos primeiros dias de vida. Resposta c. dez e, especialmente, a diminuição da imunidade propiciam a
infecção pelo HPV, favorecendo desenvolvimento, proliferação
e constantes recidivas das lesões condilomatosas. Toda paciente
96. A real etiologia da hiperêmese gravídica é desconhecida, com quadro de primoinfecção por herpes genital deve receber
mas há indícios de fatores psicossociais, endócrinos e imunoló- tratamento antiviral por 7 a 10 dias, sendo que na gestação a
gicos envolvidos em sua fisiopatologia. A hCG parece estar re- droga mais estudada é o aciclovir. Resposta b.
lacionada com o quadro. O pico de secreção de hCG, entre 12
e 14 semanas de gestação, coincide com a exacerbação clínica
da hiperêmese gravídica, e a melhora dos sintomas relaciona- 98. Diversas são as alterações fisiológicas da gestação, que
-se com a queda do nível desse hormônio. Quando a atividade visam adaptar o organismo materno às mudanças impostas
trofoblástica é maior, como nos casos de gravidez gemelar ou pela gravidez.
neoplasia trofoblástica gestacional, mais intensos e duradou- Entre essas alterações estão as renais. Dado o aumento da vole-
ros são os sintomas. O estrogênio pode ser coadjuvante ou até mia decorrente do estímulo estrogênico ao sistema renina-an-
mesmo causador dos sintomas, uma vez que mulheres po- giotensina-aldosterona, haverá maior fluxo renal, e consequen-
dem apresentar náuseas durante o uso de contraceptivos orais. temente as taxas de filtração dos rins se elevam em até 50%.
A progesterona tem seu papel no quadro da hiperêmese gravídica. Esse efeito pode ser observado em momentos tão precoces da
A localização do corpo lúteo desempenha papel importante, pois, gravidez como o segundo mês.
A coagulabilidade também se altera, porém é estimulada. 100. Na gravidez, a progesterona promove relaxamento da
Dos fatores de coagulação, o que mais se eleva é o fibrino- musculatura lisa, de modo que faz relaxar o esfíncter eso-
gênio, com aumento de 50%. O objetivo dessas alterações é fágico inferior, favorecendo o refluxo; igualmente retarda a
permitir a hemostasia pós-parto. motilidade intestinal e promove constipação.
Em termos metabólicos, há aumento da produção de insulina O hormônio lactogênio placentário é contrarregulador da
no primeiro trimestre, o que gera hipoglicemias. Posteriormen- ação de insulina e faz com que sobre glicose para absorção
te, pela ação de HLP e outros contrarreguladores, o nível de in- fetal, promovendo assim maior nível de glicemia pós-refei-
sulina cai e a glicose é rapidamente absorvida pelo feto, passan- ção e menor no jejum, após passagem paro o feto.
do pela placenta por difusão facilitada. Assim, como seria óbvio,
o consumo fetal de glicose faz reduzir a glicemia materna. O crescimento uterino comprime a veia cava e dificulta o
retorno venoso da parte inferior do corpo, favorecendo he
Retroversão uterina é corrigida na gestação e não causa po-
morroidas e edemas e varizes nas pernas. Resposta a.
laciúria. Resposta a.
99. Na persistência dos sintomas após os cuidados gerais, ali- 101. A mulher que tem o diagnóstico de toxoplasmose
mentares e de reposição hidroeletrolítica, inicia-se a terapêu- com IgG e IgM positivos pode ter adquirido a doença nes-
tica medicamentosa, com preferência pelos antieméticos ve- sa gravidez ou não, pois IgM fica positivo até 2 anos. Uma
nosos. Os principais fármacos utilizados são citados a seguir. possibilidade para tirar essa dúvida é o teste de avidez IgG,
que alto indica infecção antiga e baixo recente; porém, a
- Metoclopramida é a droga usada com maior frequência, na
avidez fica alta 16 semanas pós contato, o que significa
dose de 10 a 20 mg, EV, a cada 6 ou 8 horas.
que após essa idade gestacional não saberemos se a doença
- Piridoxina é a droga mais segura, utilizada na dose de 10 a foi adquirida nessa gravidez ou não. Assim, após 16 sema-
50 mg a cada 8 horas. Existem evidências de que a suplemen- nas não é preciso solicitar teste de avidez, considerando-se
tação periconcepcional com multivitamínicos reduz o risco infecção recente.
de hiperêmese gravídica.
A conduta será introdução de espiramicina, um parasitos-
- Dimenidrinato associado à piridoxina: dilui-se 1/2 ampola tático que imobiliza protozoários da placenta e impede que
em 10 mL de água destilada, administrando-se a solução, EV,
passem ao feto. Também deve programar amniocentese para
a cada 6 horas.
verificar se o feto está infectado, por meio de pesquisa de
- Clorpromazina pode ser prescrita para os casos refratários PCR para DNA de toxoplasma na amostra coletada de lí-
aos fármacos já citados. A dose usual é de 25 a 50 mg, via pa- quido amniótico. Estando o feto com infecção comprovada,
renteral, de 8/8 horas. Com a estabilização do quadro, alterar introduz-se pirimetamina e sulfadiazina para tratamento do
para a via oral até a remissão completa dos sintomas. mesmo. Resposta e.
- Benzodiazepínicos na constatação de que algum fator psí-
quico possa estar agravando o quadro e comprometendo os
resultados do tratamento, na dose de 5 a 10 mg ao dia. 102. No acompanhamento pré-natal é importante realizar a
medida da altura uterina em todas as consultas, verificando
- Ondansetron, em casos excepcionais, na dose de 4 mg endo- sua normalidade. Existem tabelas com intervalos de norma-
venoso, lentamente, seguido de 8 mg via oral a cada 8 horas.
lidade para cada idade gestacional, mas uma regra básica
- Metilprednisolona, que ultimamente tem sido motivo de aproximada é que a altura uterina, em centímetros, corres-
estudos bem conduzidos, com resultados satisfatórios, na ponde ao valor da idade gestacional até a 20ª semana, após
dose de 16 mg por via oral a cada 8 horas. o que seria a idade gestacional menos dois, sendo o máximo
Vômitos na gravidez normal de 36 cm. Alterações da altura uterina servirão de
triagem para maiores investigações, já que há pouco especifi-
Controle dietético cidade para doenças nessa análise clínica. Uma altura uterina
reduzida, como no caso, pode ser decorrente de restrição de
Internação Agravamento do quadro Melhora do quadro
Controle dietético
crescimento, erro de data, oligoâmnio, malformação fetal, si-
Hiadratação tuação transversa etc. Assim sendo, a ultrassonografia é de
Medicações antieméticas
Controle de peso Procurar outras causas grande valia nesses casos. Enfim, a medida da altura uteri-
e/ou patologias
Controle de diurese
obstétricas associadas
na não permite estabelecer diagnóstico, é apenas triagem.
Apoio psicológico
A insuficiência placentária, por reduzir o aporte sanguíneo
Persistem vômitos Quadro estabilizado ao feto, pode levar a restrição de crescimento e oligoâmnio,
Controle laboratorial na medida em que o feto tende a priorizar fluxo para órgãos
Alimentação parenteral nobres, em que não se inclui os rins, produtores de líquido
Corticosteroides
amniótico. No entanto a entidade é progressiva e os achados
Persistem vômitos Alta hospitalar
nem sempre estão presentes. Em fase final haverá centraliza-
ção hemodinâmica fetal ao Doppler. Resposta b.
Admitir interrupção Controle ambulatorial
da gestação
Conduta quando de vômitos na gestação. 103. A toxoplasmose é doença praticamente inócua a mulhe
res não gestantes e imunocompetentes, entretanto pode ser
Resposta c. trágica a fetos. A chance de transmissão vertical é diretamen-
te proporcional à idade gestacional, porém a gravidade vai se 107. Excetuando-se febre amarela em condições peculiares,
reduzindo. Sempre que constatamos que uma toxoplasmose vacinas de vírus vivo são contraindicadas na gravidez. Nesse
tenha sido adquirida na gravidez, ou que haja a probabilida- rol se incluem: rubéola, caxumba, sarampo, varicela e Sabin.
de disso ter acontecido, indicamos uso imediato de espirami- Resposta b.
cina, um parasitostático cujo objetivo é reduzir a passagem
de toxoplasmas pela placenta e evitar a infecção fetal. Parale-
lamente, pesquisamos se o feto não está infectado, realizando 108. Existem diversas alterações fisiológicas na gestação,
amniocentese e PCR para DNA do parasita no líquido amni- como formas de adaptação ao estado gravídico. Elas envol-
ótico. Em caso de resposta negativa, mantemos a espiramici- vem quase todos os sistemas, sendo os principais:
na até o final da gravidez, já na positividade inicia se o tra- cardiovasculares: por ação estrogênica ativa-se o sistema
tamento do feto, administrando-se para a mãe sulfadiazina e renina-angiotensina-aldosterona, o que eleva a absorção
pirimetamina, alternando-se tais drogas com espiramicina, tubular de sódio e líquido, elevando-se a volemia desde o
ao menos até 36 semanas. Tais drogas consomem ácido fólico início da gestação. Por outro lado a ação da prostaciclina,
e podem levar a anemia megaloblástica, de modo que moni- produzida na placenta, promove vasodilatação, reduzin-
toragem com hemograma seriado e administração semanal do a pressão arterial. Para bombear todo líquido adiante,
de ácido folínico são medidas importantes. Resposta d. ocorre aumento da frequência cardíaca.
gastrointestinais: a progesterona promove relaxamento
104. Os inibidores seletivos da receptação de serotonina, da musculatura lisa esôfago-gástrica-intestinal, favore-
como fluoxetina, podem ser usados na gestação quando ne- cendo refluxo e constipação. Felizmente, também há re-
cessários, entretanto apresentam o risco de levar a abstinên- dução da secreção de ácido clorídrico.
cia no recém-nascido, pois atravessam a placenta. Alterações urinário: com maior volemia, eleva-se a taxa de filtração
ósseas e dentárias associam-se ao uso de tetraciclinas; a he- glomerular. Os ureteres diminuem motilidade por ação
mólise ocorre em drogas que interferem na ação da G6PD de progestágeno, o que favorece pielonefrite. A bexiga di-
como sulfadiazina e nitrofurantoína; a síndrome do bebê minui sua capacidade de enchimento.
cinzento ocorre com uso de cloranfenicol e diversas drogas
podem ser hepatotóxicas, como antirretrovirais. Resposta e.
pulmonar: com a elevação do diafragma há redução de
volumes de reserva (capacidades residuais), mas ocorre
aumento do volume corrente, com entrada de oxigênio
105. A placenta humana normalmente tem um formato e saída de gás carbônico. Como esse último gás é mais
circular ou ovalar, com inserção ligeiramente excêntrica do difusível, ocorre maior saída do mesmo que entrada de
cordão umbilical. Apresenta limites precisos e, ao termo, oxigênio, reduzindo-se sua pressão parcial e levando a
costuma pesar algo em torno de 500 g, inserindo na região discreta alcalose respiratória.
de fundo ou corpo uterinos. Alguns aspectos morfológicos sanguíneo: elevam-se fatores de coagulação, especial-
configuram tipos especiais de placenta, a saber:
mente fibrinogênio. Também há elevação de leucócitos e
placenta marginada: com a presença de orla fibrinoide redução da concentração de hemoglobina por diluição.
total ou parcial; Resposta b.
placenta circunvalada: a face materna é maior que a face fe-
tal da placenta, com transição fibrosa entre as duas partes;
109. São marcos ultrassonográficos que devem ser memo-
placenta sucenturiada: nessa há um lobo acessório (su- rizados: saco gestacional deve aparecer com 4-5 semanas
centuriado), ou seja, alguns cotilédones separados da (beta-hCG maior que 1.000 mUI/mL); a vesícula vitelínica
massa placentária principal, e a ela unidos por fina mem- deve aparecer no interior do saco gestacional ao final da 5ª
brana fibrosa; semana; o polo embrionário deve ser visível no início da sex-
placenta membranácea: extensa e fina, sua área de inserção ta semana (com saco gestacional medindo 25 mm); os bati-
corresponde à quase totalidade da superfície intrauterina. mentos cardíacos do embrião deverão ser vistos entre 6 e 7
semanas, ou quando embrião maior que 5 mm. Resposta c.
Resposta d.
111. O melhor momento para datação da gravidez, por meio 115. A conduta ideal diante de VDRL positivo é solicitar tes-
de ultrassonografia, é no período entre 8 e 12 semanas. Para te treponêmico, mas não raramente este teste é indisponível.
tanto se utiliza a medida do comprimento fetal, mais especi- Nesse caso a conduta deve ser:
ficamente, o CCN (comprimento cabeça-nádega). Isso por- mulher sem tratamento prévio ou tratamento incomple-
que, nessa fase, os fetos pequenos ainda não adquiriram as
to: tratar independentemente dos valores do VDRL.
características genéticas pessoais e apresentam uniformidade
de tamanho. Resposta c. mulheres já tratadas: tratar se VDRL maior ou igual a 1:8
ou se níveis de VDRL ascendentes. No caso, com VDRL
positivo, ainda que 1:4, é preciso iniciar tratamento pois
112. Mulheres sem fatores de risco devem receber uma dose este nunca ocorreu. Resposta a.
de 400 µg de ácido fólico desde o período pré-concepcional
até o final do primeiro trimestre, a fim de reduzir o risco de
defeitos abertos do tubo neural (meningomielocele, anen 116. O diagnóstico de bacteriúria assintomática será feito
cefalia, encefalocele). A dose usualmente prescrita de 5 mg com a constatação de bactérias na urina, o que se pode con-
serve para mulheres de alto risco, como as que já tiveram feto seguir com visualização das mesmas em exame simples ou
com um dos problemas citados. Cabe ressaltar que estudos por urocultura com mais de 100 mil UFC/mL. Entretanto,
mostram que altas doses de ácido fólico, por longos perí- esta visualização direta não é sempre necessária para se es-
odos, pode elevar o risco de câncer de mama e, ainda, que tabelecer o diagnóstico, bastando, para tanto, a presença de
a farinha brasileira é, por lei, enriquecida com ácido fólico. nitrito em análise urinária, já que esta substância é decorren-
Resposta d.. te de metabolização bacteriana. Assim, a, b e c estariam cor-
retas, mas o exame mais simples e rápido para o diagnóstico
113. O diagnóstico de sífilis pode ser feito por dois tipos de está na letra b. Resposta b.
exames: os não treponêmicos, como VDRL, que tendem a
ficar negativo pós-tratamento, mas pode persistir em níveis
117. A altura uterina reduzida é um exame clínico de triagem,
baixos (cicatriz sorológica), porém nunca iguais ou superio-
já apresenta considerável quantidade de falsos-positivos.
res a 1:8; e os testes treponêmicos, como FTA Abs.
A principal causa é restrição de crescimento fetal, sendo
Este pode ser dosado em IgG e IgM, sendo que o primeiro
diagnósticos diferenciais o oligoâmnio ou a situação trans-
permanece positivo por toda a vida, uma vez que haja infeção
versa do feto, nunca se excluindo também a possibilidade da
por sífilis, e o segundo na fase aguda da doença. Dessa forma,
normalidade.
com níveis altos de VDRL (1:8) e FTA-Abs IgG positivo para
sífilis, pensa-se em doença existente, provavelmente adquiri- As restrições de crescimento fetais podem ser: simétricas,
da a algum tempo, estando provavelmente na forma latente. quando ocorrem desde o início da gestação de modo que
O diagnóstico torna-se mais provável pela falta de tratamen- a altura uterina será sempre pequena e crescente abaixo do
to anterior. A terapia preconizada nesses casos é a aplicação percentil 10; ou assimétricas, que ocorrem após 24 semanas e
de três doses de penicilina benzatina 2.400.000 UI IM (1,2 o feto desacelera seu crescimento, especialmente o peso, pois
milhões em cada nádega) com intervalo de uma semana en não recebe da placenta suficiente quantidade necessária de
tre elas. O parceiro também deve ser tratado. Na sífilis com- nutrientes para manter suas reservas. Como, na questão, o
provadamente primária faz-se dose única e na secundária, crescimento reduziu após 25 semanas, pensamos em restri-
duas doses. Resposta e. ção assimétrica. Não se pode esquecer que o diagnóstico final
será firmado por ultrassonografia obstétrica e estimativa de
peso fetal. Resposta c.
114. Três são as possibilidades de resultados sorológicos de
toxoplasmose:
IgG e IgM negativos: mulher suscetível à doença, devem 118. A placenta possui também função endócrina, produzin-
ser tomadas medidas preventivas; do hormônios corticosteroides e esteroides sexuais, especial
mente progesterona e estrogênio, no sinciciotrofoblasto. Para
IgG positivo e IgM negativo: mulher imune, só apresen-
a produção desses hormônios faz-se necessários precursores
tará a doença se tiver queda substancial da imunidade;
maternos, como o colesterol que serve a produção de pro-
IgG e IgM positivos: diferentemente de outras doenças, gesterona. Os níveis ascendem na gravidez, sendo a proges-
na toxoplasmose o IgM demora até um ano para ficar terona responsável por manter o útero quiescente e manter
negativo. Assim, nesses casos, a doença pode ou não ser a decídua no local e o estrogênio por elevar as gap junctions
recente, e a dúvida precisa ser dirimida. Para tanto, faz- miometriais. Eles apresentarão queda apenas na iminência
-se o teste de avidez IgG: se a avidez for alta, a doença foi do trabalho de parto, para permitir as contrações uterinas, A
adquirida há mais de 16 semanas (antes da gravidez caso placenta também produz hCG, mas este tem comportamento
o exame seja realizado com 8 semanas); já se ela for baixa distinto. Responsável por manter o corpo lúteo produzindo
a doença é recente. progesterona até que a placenta assuma tal função, ele terá ní-
Assim, diante de IgG e IgM positivos com 8 semanas, proce- veis ascendentes até 8 a 10 semanas, quando atinge um pico,
de se o teste de avidez IgG. Resposta c. e depois decresce até 16 semanas. Resposta a.
119. Uma ultrassonografia precoce, em especial realizada entre Varfarin: no primeiro trimestre está associado a malfor-
8 e 12 semanas, é altamente precisa em estabelecer a idade ges- mações decorrentes da síndrome varfarínica (que inclui
tacional pela medida do CCN, pois nessa fase o embrião ainda hipoplasia nasal, defeitos cardíacos, ventriculomegalia
não adquiriu características genéticas pessoais e sofre poucas etc.), no terceiro trimestre pode provocar hemorragias,
influências externas. A literatura considera que o erro nesse especialemnte se o parto for necessário;
tipo de ultrassom não ultrapassa cinco dias, o que significa di- Inibidores da enzima de conversão de angiontensina:
zer que se a USG mostrou idade gestacional de 8 semanas e 2 nunca devem ser usados pois podem resultar em insufi-
dias, ele pode ser de 7 semanas e 4 dias até 9 semanas. Caso a ciência renal do feto, hipoplasia pulmonar e oligoâmnio;
data da última mesntruação esteja dentro desse intervalo de
erro, ela será considerada para o cálculo do tempo de gravi- Ácido retinoico: usado no tratamento de acne, psoríase
dez, senão há erro de data. No caso apresentado há oito dias de e líquen, é bastante teratogênico e não deve ser usado na
diferença entre a DUM e USG precoce, ou seja, mais que os 5 gravidez. Apresenta níveis circulantes da substância até
dias aceitáveis; portanto, existe erro de data. Resposta c. um mês após a suspensão do uso, de modo que a gesta-
ção somente estaria permitida após esse período.
Resposta b.
120. Não há consenso em relação a quantas ultrassonografias
uma mulher deve realizar na gravidez, no entanto a Fetal
Medice Foundation orienta no mínimo três: 122. Em gestações normais, graças a ativação do sistema reni
morfológico de primeiro trimestre: entre 11 e 13 sema- na-angiotensina-aldosterona pelo estrogênio, há reabsorção
nas, para avaliação de translucência nucal e consequente- tubular aumentada de sódio e, consequentemente, de água,
mente do risco de cromossomopatias, entre elas a trisso- o que faz a volemia se elevar em 50% aproximadamente. Por
mia do 21, e estabelecer tempo de gestação. outro lado, há elevação de eritrócitos em torno de 33%. As-
sim sendo, apesar do aumento absoluto de glóbulos verme-
morfológico de segundo trimestre: realizado entre 20 e
lhos, eles estão hemodiluídos, pois há maior elevação da vole-
24 semanas, permite análise de toda a morfologia do feto,
mia. O nível inferior de normalidade de Hb cai para 11 g/dL.
já formado, mas ainda sem a interposição de ossos muito
Resposta a.
calcificados.
obstétrico de terceiro trimestre: além da medida do lí-
quido amniótico e avaliação da placenta, permite o cál- 123. A conduta ideal diante de VDRL positivo é solicitar tes
culo de peso fetal, permitindo o diagnóstico de restrição te treponêmico, e o diagnóstica da doença será confirmado
de crescimento fetal. Como, por esse exame, também com sua positividade. Nesse caso a conduta deve ser:
é possível estabelecer relações entre medidas do feto mulher sem tratamento prévio ou tratamento incomple-
como CF (comprimento do fêmur) / CA (circunferên- to: tratar independentemente dos valores do VDRL;
cia abdominal), é possível classificar o tipo de restrição:
mulheres já tratadas: tratar se VDRL maior ou igual a 1:8
simétrica, em que a relação CF/CA é normal (o fêmur é
ou se níveis de VDRL ascendentes;
igualmente pequeno ao abdome); e assimétrica, com re-
lação CF/CA alterada (o abdome é menor que o fêmur). No caso, com VDRL positivo de 1:8 é preciso iniciar trata-
Caso o obstetra tenha que escolher um único exame, mento, pois este nunca ocorreu, tanto para gestante quan-
este deve ser o morfológico de segundo trimestre, pois to para o parceiro, já que se trata de DST. Pesquisar outras
apresenta erro não muito grande em relação ao tempo DSTs e usar preservativo é importante para reduzir a carga
de gravidez (este aumenta com o avançar da gestação) de patógenos e evitar trocas de cepas, ou transmissão dessa
e permite melhor análise da morfologia fetal. O perfil e outras DSTs, até porque não sabemos se o parceiro é real-
biofísico fetal é um exame usado para análise da vita- mente infectado. A sífilis na gestação é doença de notificação
lidade do feto, assim como cardiotocografia e doppler compulsória. Resposta b.
obstétrico. Nesse exame, avaliam-se cinco parâmetros,
sendo quatro ultrassonográficos (movimentos respira-
tórios, movimentos fetais, tônus e líquido amniótico) e 124. O sangue produzido no organismo fetal e desoxigenado
um cardiotocográfico (atividade cardíaca). A letra c esta é levado à placenta pelas artérias umbilicais, normalmente em
errada por colocar a atividade cardíaca como um parâ- número de duas. Ali ele recebe oxigênio e nutrientes e volta ao
metro ultrassonográfico. feto pela veia umbilical. Em parte passa pelo fígado e em parte
segue um shunt para a veia cava inferior pelo ducto venoso.
Resposta c. Seja como for, o sangue oxigenado cai no átrio direito. Graças
a alta resistência da circulação pulmonar fetal e patência do
121. Algumas medicações são classicamente contraindicadas forame oval, a maior parte do sangue segue por esse forame
na gravidez, outras devem ser usadas com cautela, vejamos as por onde adentra ao átrio esquerdo, daí segue ao ventrícluo es-
citadas na questão: querdo de onde é distribuído ao organismo do feto. Resposta e.
Anti-inflamatórios não-hormonais: ainda que usados em
baixas doses, seu uso repetido pode gerar fechamento 125. Apesar do formato discoide e de invadir a decídua (en-
precoce do ducto arterioso, especialmente em idades ges dométrio modificado pela gestação), o que a torna deciduada,
tacionais mais avançadas; a placenta humana é do tipo hemocorial (e não alantocorial),
pois o sangue materno tem contato direto com as céulas do 127. O líquido amniótico apresenta diversas funções, sen-
trofoblasto que recobrem os vasos fetais. A placenta será for- do as principais: permitir movimentos fetais e do cordão o
mada pela parte frondosa do córion, que invade a decídua que favorece o desenvolvimento muscular, reduzir impactos,
basal (imediatamente abaixo dele). manter a temperatura, permitir o desenvolvimento pulmo-
nar, proteger o ambiente uterino de agentes infecciosos pelas
substâncias bactericidas que possui. Tanto isso é verdade que
as principais complicações de amniorrexe prematura precoce
são: infecção, hipoplasia pulmonar, deformidades de mem
bros e sofrimento fetal por compressão do cordão.
Embora o líquido seja principalmente produzido pelos rins, há
contribuição dos pulmões e placenta. E seu equilíbrio também
depende da reabsorção, realizada pelo sistema digestório do feto,
cujas obstruções podem resultar em polidrâmnio. Resposta e.
Com isso, há maior irrigação renal, que eleva a taxa de filtra- 136. Para diagnóstico precoce de gestação a melhor maneira
ção, sendo, por isso, normal o encontro de glicosúria e traços é a dosagem de β-hCG sanguínea. Embora de maneira mui-
de proteína na análise urinária, bem como redução das con- to rara possa aumentar em outras condições, como tumores
centrações de creatinina no sangue. ovarianos, é detectado no sangue em fases bem iniciais do
processo gravídico. Fazendo dosagem sanguínea, pode-se di-
Em relação ao conteúdo sanguíneo, nota-se aumento da
zer que há gravidez com concentrações maiores ou iguais a
quantidade de hemácias (33%), mas a concentração é reduzi- 25 mUI/mL, enquanto que na urina essa afirmação somen-
da, pois a elevação da volemia é maior (45%). Serão normais te será possível se as concentrações forem maiores que 125
níveis de hemoglobina tão baixos quanto 11 g/dL. Paralela- mUI/mL. Em relação à ultrassonografia, a visualização de
mente, ocorre elevação do número de leucócitos, sendo nor- concepto é sinal inequívoco de gravidez, mas isso somente
mais valores de até 20.000/mm3. será possível com valor de β-hCG maior que 1.000 mUI/mL,
Em relação às modificações locais, o útero deixa a cavidade antes do que, mesmo sem visualizar-se conteúdo uterino, não
pélvica verdadeira e passa a ser palpável as 12 semanas, cres- é possível afastar gravidez. Resposta b.
ce 1 cm/mês até 20 semanas, quando terá cerca de 20 cm de
altura. Os batimentos cardiofetais podem ser auscultados a 137. Com o encontro de ovócito e espermatozoide na região
partir de 10 semanas com sonar Doppler e 20 semanas com ampolar da tuba uterina é formado o ovo ou zigoto. Esta for-
estetoscópio de Pinard. Resposta c. mação unicelular sofre sucessivas clivagens enquanto cami-
nha em direção à cavidade uterina, dividindo-se em múlti-
plas subunidades chamadas blastômeros. Após atravessar a
132. Assim como ciclos irregulares, qualquer fator que possa
tuba e permanecer livre por algum tempo na cavidade uteri-
atuar sobre a ciclicidade ovariana é pontencial responsável na, o produto conceptual implanta-se na decídua (endomé-
por erro de data, como por exemplo: uso recente ou atual trio modificado pela gravidez) em 6 a 8 dias pós-fecundação.
de anticoncepcional, aleitamento materno, cirurgia ovariana Dois conjuntos celulares são formados, o trofoblasto, que
etc. Para dirimir a dúvida da idade gestacional, realiza-se ul- dará origem à placenta, e o embrioblasto, que responderá
trassonografia de primeiro trimestre, especialmente entre 8 e pela formação do embrião e feto. O embrioblasto forma um
12 semanas, pois o erro do método não ultrapassa cinco dias. disco trilaminar, com ectoderma, mais externo, mesoderma
Resposta c. e endonderma, mais interno. Até que isso ocorra, tem-se o
período de blastogênese, que vai até o final da terceira sema-
na de concepção. A partir de então se inicia a embriogênese
133. A idade gestacional pode ser calculada, precisa ou im- (ou organogênese), em que o fenótipo embrionário será for-
precisamente, de várias formas, entre elas: o tempo transcor- mado. Esse período se estende da 4ª até o final da 8ª semana
rido desde a data da última menstruação, por ultrassonogra- pós-fertilização, quando se inicia o período fetal.
fia obstétrica que prediz o tempo de gestação pela biometria
Entende-se por concepto todos os produtos da concepção,
do feto, pela altura uterina que é crescente com a idade ges
desde a fertilização, e inclui embrião, feto, placenta, membra-
tacional, pelas provas de maturidade que se tornam positivas
nas etc. Resposta c.
por volta de 34 semanas, pelos movimentos fetais sentidos
com cerca de 20 semanas, pela ausculta dos batimentos do
feto possível com 10 semanas pelo sonar, e 20 semanas pelo 138. O β-hCG tem por função manter o corpo lúteo, para
Pinard. Resposta e. que o mesmo continue produzindo progesterona, importan-
te na manutenção do endométrio, até que a placenta assu-
ma essa função. Ela o fará a partir da 12ª semana, quando há
134. Vacinas feitas com vírus vivo atenuado são contraindi- queda importante dos níveis de β-hCG. Na gravidez ainda
cadas na gestação, exceto a da febre amarela em casos extre- ocorre queda na concentração de albumina, que é um dos
mamente necessários. Nesse rol se incluem as vacinas contra: motivos para redução nas concentrações séricas de cálcio, as-
sarampo, caxumba, rubéola, varicela e Sabin para poliome- sim como o aumento da filtração renal.
lite. Vacinas de vírus inativado ou fragmentos antigênicos, Os fatores de coagulação, excetuando-se XI e XIII, elevam-se
como Salk, hepatite, meningococo e raiva podem ser usadas na gravidez, em especial o fibrinogênio, que pode aumentar
normalmente. Assim, a questão traz duas respostas corretas. em até 50%, tudo como forma de preparação para a necessá-
Resposta A e D. ria hemostasia pós-parto.
Com o aumento da resistência insulínica pelos hormônios
135. O edema da gravidez se forma por dois motivos: a hipo- contrarreguladores, como o lactogênio placentário, a gestan-
albuminemia que reduz a pressão coloidosmótica e faz com te diminui a absorção de glicose e passa a usar reservas para
que se perca líquido para o terceiro espaço; e a estase sanguí- geração de energia. Com isso, as gorduras são mobilizadas,
nea em membros inferiores por compressão uterina da veia elevando-se as lipoproteínas. Resposta a.
cava. Assim, ele é generalizado, mas mais evidente em mem-
bros inferiores onde os dois mecanismos se sobrepujam. Ob- 139. A infecção por HIV contraindica qualquer uso de instru-
viamente será indolor e não é duro, na medida em que é ba- mental, como fórcipe, durante o parto; da mesma forma deve
sicamente composto de água. É progressivo com a gestação, -se evitar a episiotomia. A bolsa não deve permanecer rota por
mas não caracteriza anasarca, em que há encharcamento do mais de 4 horas, de modo que seu rompimento artificial não é
organismo formando edemas endurecidos. Resposta a. adequado, uma vez que ela protege o feto das secreções vaginais.
O AZT é indicado durante o trabalho de parto, preferencial- 144. A questão traz o caso de uma mulher que apresentou
mente por três horas antes do nascimento, para reduzir chan- positivação de VDRL, pois o exame era negativo. Nessa si
ces de transmissão vertical, mas será suspenso imediatamente tuação, segundo as normas do Ministério da Saúde que re-
após o clampeamento do cordão umbilical. gem o pré-natal, o ideal é a solicitação de teste treponêmico
Até é possível o parto normal para mulheres com carga viral para confirmação do resultado, todavia na impossibilidade
indetectável colhida após 34 semanas, mas sem o prévio rom- de obtê-lo deve-se considerar infecção e realizar tratamen-
pimento das membranas, como explicado, e desde que não to imediato com penicilina benzatina. Caso fosse o primeiro
tenha sido feita monoterapia com AZT no pré-natal, conduta exame e a paciente já houvesse sido submetida a tratamento
que, por si só, indica cesariana. Resposta d. adequado, como VDRL menor que 1:8, seria possível acom-
panhar para verificar se os títulos ascendem. O tratamento
deve ser finalizado até 30 dias antes do parto. Resposta e.
140. Em uma gravidez normal existem várias adaptações fi-
siológicas do organismo materno. Com o aumento do volume
uterino, o diafragma é deslocado superiormente, comprimin- 145. Novas diretrizes oficiais sobre prevenção de transmissão
do os pulmões e reduzindo o volume de reserva funcional. Há, vertical do HIV foram divulgadas pelo Ministério da Saúde
por ação estrogênica, ativação maior do sistema renina-angio- em 2010. Com base nelas, toda gestante portadora do vírus
tensina-aldosterona, o que leva, por ação dessa última subs- HIV deve receber terapia antirretroviral com esquema trí
tância, à incremento na absorção de sódio e, consequentemen- plice, independentemente de carga viral ou nível de CD4. O
te, de água (osmose); com isso eleva-se a volemia, o retorno tempo para início das medicações é que pode mudar de uma
venoso e o débito cardíaco. Com o aumento desse último, há paciente para outra. Aquelas que têm CD4 maior ou igual a
maior fluxo renal e, por conseguinte, da filtração do órgão, o 350 farão a profilaxia apenas, que será iniciada com 14 se-
que responde por glicosúria e proteinúria (em traços), fisioló- manas. As demais que possuem doença (AIDS) precisam de
gicas. Para evitar que a renina atue sobre as paredes dos vasos tratamento tão logo possível. Resposta d.
elevando a pressão, ocorre ação de substâncias relaxantes de
musculatura lisa, como prostaciclina e progesterona, de modo
146. Vacinas de vírus vivo são contraindicadas na gravidez e,
que toda a musculatura lisa do organismo fica parética e eleva-
nesse grupo, incluem se as vacinas contra sarampo, caxum
-se tempos de esvaziamento gástrico e intestinal. Resposta b.
ba, rubéola, varicela e poliometilite (Sabin). A de febre ama-
rela também deve ser evitada, mas havendo viagem para área
141. Segundo o manual de pré-natal do Ministério da Saú- endêmica pode ser administrada. Resposta d.
de, são exames obrigatórios a todas as gestantes: hemograma,
tipagem sanguínea, urina 1, glicemia de jejum e sorologias
para HIV, sífilis, hepatite B e toxoplasmose. Os demais exa- 147. Na gravidez normal ocorre uma ativação estrogênica
mes serão solicitados conforme a necessidade de cada caso. do sistema renina-angiotensina-aldosterona, o que estimula
Resposta e. a reabsorção de sódio e, por osmose, água. Isso faz elevar a
volemia em até 50%, como consequência também se eleva
o débito cardíaco e o volume sistólico, embora não nessa
142. A referência para o cálculo da data provável do parto, monta pela redistribuição de líquidos visando contemplar os
pela regra de Nägele, é o primeiro dia da última menstruação. novos territórios (placenta, feto e útero). Os mais desavisa-
A este se deve somar sete para obter o dia provável do parto. dos poderiam achar que há elevação da resistência periférica
Em relação ao mês, aquele em que provavelmente ocorrerá o porque a angiotensina é vasoconstritor, mas não caiam nessa
parto é o resultado da subtração de 3 do que continha a últi- armadilha. Simultaneamente a esse processo eleva se o ní
ma menstruação. Assim, no caso a DUM foi 18 de fevereiro, vel de prostaciclinas e progesterona que tornam as paredes
de modo que a data provável do parto será 25 (18 + 7) de dos vasos menos sensíveis à angiotensina, e o resultado final
novembro (fevereiro – três meses). Resposta c. será redução da resistência periférica e da pressão arterial. A
frequência cardíaca pouco se altera, ou sofre leve elevação.
Resposta d.
143. Diversos são os fatores de risco para doença hipertensi
va gestacional (pré-eclâmpsia), entre os quais citamos: primi-
paridade, hipertensão preexistente, diabetes mellitus, doenças 148. Como dissemos na questão anterior, na gravidez nor-
autoimunes (lúpus, síndrome anticorpo antifosfolípide), ida- mal ocorre uma ativação estrogênica do sistema renina-an-
de materna avançada, gemelaridade, moléstia trofoblástica giotensina-aldosterona, o que estimula a reabsorção de sódio
gestacional, entre outras. Especificamente na síndrome dos e, por osmose, água. Isso faz elevar a volemia em até 50%,
anticorpos antifosfolípides, ocorrem obstruções na vascula- como consequência também se eleva o débito cardíaco. Com
tura da placenta pela formação de microtrombos decorren- a maior volemia, aumenta a filtração renal, assim como há
tes do ataque de anticorpos a fosfolípides de membrana. Isso estiramento dos átrios cardíacos, com produção de peptídeo
gera um fluxo placentário reduzido, o que, por mecanismos natriurético atrial, mecanismos que, em conjunto, produzem
incertos, faz elevar a produção de substâncias vasoconstrito- tendência a grande eliminação de sódio, que não ocorre pe-
ras e reduzir a de substâncias vasodilatadoras, gerando hiper- los mecanismos supracitados. Tudo isso ocorre desde o pri-
tensão. Resposta a. meiro trimestre.
A quantidade de eritrócitos também se eleva, porém em nível Recomendações para o ganho de peso na gestação de
menor que a volemia, o que gera a chamada “anemia fisioló- acordo com o IMC pré-gestacional
gica”, por diluição das hemácias.
IMC Ganho Taxa de ganho de
A quantidade aumentada de progesterona (e não estrogênio) pré-gestacio- total de peso no 2º e 3º
faz relaxar a musculatura lisa, inclusive do esfíncter esofa- nal (kg/m2) peso (kg) trimestre (kg)
giano. Isso gera constipação, menor reatividade vascular à Baixo peso (> 18,5) 12,5-18 0,51 (0,44-0,58)
angiotensina, maior tempo de esvaziamento gástrico e ten- Peso normal (18,5-24,9) 11,5-16 0,42 (0,35-0,50)
dência a refluxo gastroesofagiano. Resposta d.
Sobrepeso (25,0-29,9) 7-11,5 0,28 (0,23-0,33)
Obesa (≥ 30) 5,9 0,22 (0,17-0,27)
149. Pelas normas do novo manual de profilaxia da trans-
missão vertical de HIV do Ministério da Saúde, liberado em Na questão temos uma gestante obesa (IMC 30) que deve ga
2010, toda gestante HIV+ deve receber esquema antirretro- nhar cerca de 5,9 kg de peso na gravidez. Resposta b.
viral tríplice. O nível de CD4 importa apenas para determi-
nação do momento da introdução da medicação. Gestantes 153. O aumento do volume corrente ocorre por diminuição
com CD4 menor que 350 mm3 ou que já tinham diagnós- do volume residual pulmonar, ou seja, a grávida utiliza todo
tico de AIDS por doença definidora, e que já faziam uso da espaço pulmonar para troca gasosa, gerando uma alcalose
medicação, devem receber o esquema desde o princípio, as respiratória compensada, decorrente da maior eliminação de
demais iniciam após 14 semanas. AZT deve ser administrado CO2. O aumento do volume em 50% provoca uma hipercine-
na hora do parto. sia durante a gestação e esse aumento promoverá maior so-
brecarga cardíaca e consequente débito cardíaco ao final do
A via de parto pode ser obstétrica caso a carga viral seja me-
primeiro trimestre e do terceiro ao quinto dia de puerpério,
nor que 1.000 cópias após 34 semanas, desde que a pacien-
quando os líquidos deixam o interstício e caminham para o
te não tenha feito uso de monoterapia no pré-natal. Uso de espaço intravascular. A mortalidade materna em ICC classes
instrumental, como fórcipe, está contraindicado, pois eleva I e II é de aproximadamente 0,5% e ICC classes II e IV é de
sangramento e chances de contato de sangue mãe-feto. Igual- cerca de 6,5%. Resposta b.
mente está contraindicado qualquer procedimento invasivo,
como biópsia de vilo corial, amniocentese ou cordocentese.
Resposta b. 154. Sinal de Piscacek é a presença de um sulco longitudinal
que divide o útero em dois até 20 semanas de gestação, sendo
que o lado maior é onde ocorreu a implantação do embrião.
150. Como a mãe teve provável contato com o vírus da vari- Sinal ou regra de Goodell diz que o colo uterino de uma grá-
cela, por intermédio do filho infectado, e nunca teve a doen- vida tem consistência de lábio e o da mulher não grávida de
ça, a conduta deve ser administrar imunoglobulina à mãe se cartilagem nasal.
o parto não for iminente, situação em que se pode antecipá-
Já o sinal de Noble Budin é um abaulamento que aparece ao
-lo e administrar imunoglobulina e vacina ao RN. Sendo a toque vaginal nos recessos posteriores indicando que o útero
vacina de vírus vivo, não deve ser administrada à gestante. está crescendo na pelve.
Resposta c.
Sinal de Hegar é o amolecimento do istmo uterino (transição
entre o colo e o corpo).
151. Devido ao aumento do volume em até 50%, durante a Sinal de Hunter é a aréola secundária (duplo contorno areo-
gravidez, ocorre um aumento da taxa de filtração glomerular lar) consequente à hiperpigmentação areolar. Resposta e.
gerando uma glicosúria fisiológica. Caso a gestante apresente
valores acima do fisiológico é considerada de risco aumenta-
155. Segundo a OMS são objetivos do pré-natal: confirmar
do para o diabete gestacional.
a gravidez; diagnosticar e tratar doenças maternas; promo-
Durante a gravidez, a tireoide aumenta de tamanho e produz ver orientações higiênico-dietéticas; acompanhar a evolução
mais hormônios estimulada pela fração alfa do hCG que é gravídica; diagnosticar e tratar intercorrências gestacionais;
idêntica a do TSH, porém não existe um hipertireoidismo fi- promover atitudes preventivas. Além disso, tem a função de
siológico porque esses hormônios não estão livres na circula- preparar a grávida para o parto normal. Resposta b.
ção, estão ligados às suas proteínas carreadoras que também
aumentam na gravidez.
156. Para diminuir o fluxo pulmonar sanguíneo e aumen-
A gravidez é um estado de hipercinesia, onde o coração tra- tar o fluxo sanguíneo placentário, existe uma comunicação
balha com 50% a mais de volume. Desta forma desdobra- aorta e tronco pulmonar. Essa ligação é chamada de canal
mento de bulhas e sopro sistólico são fisiológicos durante a arterial (CA) e se fecha algum tempo após a saída do feto
gestação. Resposta d. de dentro do útero (cerca de 10 a 15 horas). A manutenção
do CA aberto ocorre raramente em recém-nascidos (RNs) a
termo (9 meses de gravidez). Após 34 semanas pode fechar
152. O ganho ponderal recomendado na gestação, de acordo precocemente por ação de anti inflamatórios, principalmen
com o peso da gestante, é mostrado na tabela abaixo. te a indometacina. Resposta a.
157. A frequência respiratória pouco se altera durante a ges- tólica quanto a diastólica. Quando uma mulher engravida,
tação, de modo que não atinge valores como 28 inspirações a pressão arterial começa a cair, tem sua queda máxima no
por minuto. Já a pressão arterial sempre é menor durante a segundo trimestre, quando começa a subir um pouco, devido
gestação devido à diminuição da resistência vascular perifé- à volemia máxima, atingindo níveis pré-gravídicos ao final
rica, provocada pela progesterona. A pressão arterial tem sua do terceiro trimestre. Apesar de diluídos pelo aumento so-
queda máxima até o segundo trimestre, quando volta a su- brepujante da volemia, as hemácias e os leucócitos também
bir atingindo níveis próximos aos pré-gravídicos ao final do elevam aumento do volume globular). A resposta menos er
terceiro trimestre. Como em não gestantes são consideradas rada a letra C, já que apesar da queda da PA sistólica essa não
hipertensas mulheres com PA sistólica maior ou igual a 140 é tão significativa quanto à diastólica. Resposta d.
mmHg ou diastólica maior ou igual a 90 mmHg.
O aumento de volume em até 50%, associado à ligeira queda
da albumina, que reduz a pressão coloidosmótica do vaso, 162. O AZT deve sempre administrado no momento do par-
favorece edema, que será mais evidente em MMII em que há to para gestantes HIV+. A dose de ataque é de 2 mg/kg/peso
dificuldade de retorno venoso pela compressão à veia cava na primeira hora e 1 mg/kg/peso/hora até o clampeamento
oferecida pelo útero, mas isso será evidente após a segunda do cordão umbilical. Após o nascimento quem passa a rece-
metade da gravidez, ou seja, depois da 20ª semana. ber o medicamento é o RN, 8 a 12 horas após o parto, através
da via oral. No pré-natal, o AZT deve fazer parte do esque-
Em relação a altura uterina, com 20 semanas, o útero deve
ma de múltiplas drogas, esquema esse iniciado a partir de 14
estar na cicatriz umbilical, ou seja, 20 cm aproximadamen-
te, o que pode apresentar ligeira variação entre as pessoas. A semanas, ou antes, se CD4 menor que 350 células/mm3 ou
altura uterina reduzida é aquela abaixo do percentil 10 que doença definidora de AIDS. Resposta c.
para 20 semanas é aproximadamente 16 cm.
Não é comum a produção de leite na gravidez, mas ela pode 163. As gestantes devem realizar a sorologia para hepatite B
estar presente a partir do segundo trimestre, em mínima na primeira consulta de pré-natal, uma vez que o RN pode
quantidade (colostro). Resposta d. ser tratado logo após o parto. A via de parto na gestante com
hepatite B é de indicação obstétrica, não sendo indicação de
cesárea. Após o nascimento o RN da mulher infectada deve
158. Os dois oligoelementos que devem ser repostos na ges-
receber a imunoglobulina e ser vacinado. Resposta a.
tação são o ácido fólico, na dose de 5 mg por dia, do período
periconcepcional até o final do primeiro trimestre (objeti-
vando o fechamento do tubo neural fetal) e ferro, na dose de 164. Recomenda-se o ácido fólico, na dose de 400 µg por dia,
30 a 60 mg de ferro elementar por dia do início do segundo sendo que mulheres de alto risco receberão doses maiores
trimestre até obrigatoriamente um mês pós-parto (para au- (5 mg/dia). Objetivo: prevenção de defeitos do tubo neural.
mentar as reservas de ferro devido à grande perda sanguínea Resposta e.
durante o parto). Resposta d.
169. O cordão umbilical, que normalmente mede de 35 a 100 da máxima no segundo trimestre. Após isso, começa a se elevar
cm de comprimento, apresenta sua inserção mais frequen- um pouco, consequente ao pico da volemia com 32 semanas,
temente excêntrica. Mais raro é a inserção velamentosa do mas nunca atinge os valores pré-gravídicos. Resposta b.
cordão, quando ele se insere na periferia do disco placentário
e termina entre o âmnio e o cório. Temos ainda a inserção na
borda da placenta, dando origem à placenta em raquete e a in- 172. Os parâmetros ultrassonográficos para avaliação da ida-
serção intermediária, entre o centro e a periferia da placenta. de gestacional variam de acordo com o tempo de gestação.
Resposta c. No primeiro trimestre o ideal é a medida do CCN (compri-
mento crânio-nádega) com erro de até 7 dias. Até 20 semanas
o melhor parâmetro para datar uma gravidez é o diâmetro bi-
170. O arroxeamento da vulva e vagina, consequente à hiper- parietal (DBP) e após essa fase o comprimento do fêmur, pois
vascularização gravídica é conhecido como sinal de Jacque- esse será o menos afetado em restrições de crescimento assi-
mier e Kluge, respectivamente. O amolecimento do isto cervi- méricas, que são as mais comuns. A circunferência abdomi-
cal é o sinal de Hegar. Como o istmo amolece, o útero se dobra
nal é o melhor parâmetro para o cálculo do peso e justamen-
mais sobre si mesmo, ou seja, acentua a antiversoflexão, que é
te por sofrer muitas influências das reservas adquiridas pelo
o sinal de McDonald. Como ocorre acentuação da antiverso-
feto, não será tão útil para estabelecer a idade gestacional.
flexão fica mais fácil apreender o útero ao toque vaginal bima-
nual, caracterizando o sinal de Holzapfel. Já o sinal de Piskacek De qualquer forma, passado o primeiro trimestre a precisão
é um sulco longitudinal que divide o útero em dois (presente ultrassonográfica parta estabelecimento da idade gestacional
até 20 semanas de gestação), indicando que o lado maior do cai demasiadamente e a conjunção dos parâmetros seria a
útero é onde ocorreu a implantação do embrião. Resposta c. melhor forma de estabelecê-la. Resposta d.
171. A pressão arterial na gestação sempre é menor do que fora 173. Como a vacinação foi incompleta no passado devemos
da gravidez. Mesmo com o aumento de 50% na volemia, que completar as três doses da vacina iniciando com 20 semanas
provoca uma taquicardia fisiológica, e determina um aumen- de gestação. Se ela tivesse feito as 3 doses da vacina na última
to de até 40% no débito cardíaco, a pressão arterial sistólica e gestação, seria necessário apenas um reforço. Se o esquema
principalmente a diastólica caem, consequente à queda da re- vacinal tivesse sido feito na última gestação e a paciente rece
sistência vascular periférica provocada pela progesterona. Ao bido um reforço antes de 5 anos, não haveria necessidade de
engravidar, a pressão arterial começa a cair, apresentando que- vacinação. Resposta a.
Equipe SJT.
UNITAU – 2015
7. Sobre as relações uterofetais, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) uma situação longitudinal pode ocorrer tanto em
córmicos quanto em pélvicos
b) uma apresentação cefálica pode ter uma posição es-
querda
c) uma situação transversa não admite apresentação
pélvica
d) uma apresentação cefálica nunca coexiste com situ-
ação transversa
a) ODP, defletida de 1o grau e rotação de 45o no senti-
e) uma variedade de posição OEA só ocorre em cefálicos
do horário
ACERTEI ERREI DÚVIDA b) OEA, fletida e rotação de 45o no sentido anti-horário
c) BEA, defletida de 1o grau e rotação de 45o no senti-
do anti-horário
UNITAU – 2015 d) BDP, defletida de 2o grau e rotação de 135o no sen
8. Na variedade de posição conhecida como O.E.A.: tido horário
a) o ponto de reparo da apresentação fetal é o bregma
b) a sutura sagital do polo cefálico fetal coincide com o ACERTEI ERREI DÚVIDA
segundo oblíquo do estreito superior da bacia materna
c) o lado do dorso e o ponto de reparo da apresentação ABC – 2014
fetal são diametralmente opostos 11. No acompanhamento de uma parturiente, ao se ava-
d) o ponto de reparo da apresentação fetal, após a ro- liar as condições fetais pelo toque vaginal se observa
tação interna fisiológica, ficará relacionado com a que está em OET no plano -1 de De Lee. Frente a estes
região subpúbica materna achados é correto afirmar que:
e) o ponto de reparo da apresentação fetal, no movi- a) o bregma se encontra no diâmetro transverso à direita
mento de restituição, deslocar-se-á para o diâmetro b) o feto está em apresentação cefálica e se encontra in
contralateral da bacia materna no qual ocorreu a in- sinuado
sinuação c) se trata de distócia de rotação, pois o feto se encontra
em transverso
ACERTEI ERREI DÚVIDA d) o foco fetal se encontra à direita da gestante
Hospital Angelina Caron-PR – 2011 b) conjugata vera anatômica= 12 cm; conjugata vera
30. São contraindicações para a indução do trabalho de obstétrica = 10,5 cm e conjugata diagonalis = 11 cm
parto, exceto: c) conjugata vera anatômica = 11 cm; conjugata vera
a) apresentação fetal variada obstétrica = 12 cm e conjugata diagonalis = 10,5 cm
b) herpes genital ativo d) conjugata vera anatômica = 11 cm; conjugata vera
c) sofrimento fetal agudo obstétrica = 10,5 cm e conjugata diagonalis = 12 cm
d) gestação múltipla e) conjugata vera anatômica = 10,5 cm; conjugata vera
e) corioamnionite obstétrica = 11 cm e conjugata diagonalis = 12 cm
ACERTEI ERREI DÚVIDA ACERTEI ERREI DÚVIDA
1. A bacia possui três estreitos que, sendo muito angustiados, 2. Ponto de reparo é a estrutura anatômica mais facilmente
podem oferecer resistência ao parto vaginal. É preciso palpável ao toque vaginal, aquela que se apresenta primeiro
avalia-los clinicamente, em especial os menores diâmetros ao estreito superior. No caso de apresentações cefálicas
de tais estreitos: defletidas de segundo grau este é representado pela glabela,
Estreito superior – seu menor diâmetro é a conjugada ou base do nariz. Resposta a.
obstétrica (verdadeiro), que liga anteroposteriormente o
promontório do sacro ao ponto retropúbico de Crouzart 3. O diâmetro anteroposterior do estreito superior de
na borda póstero-superior da sínfise púbica. Como não é maior importância é a conjugada obstétrica, que representa
possível avalia-lo diretamente, pois o dedo não alcança o a distância entre o promontório do sacro e o ponto
ponto de Crouzart, seu valor será deduzido pela subtra- retropúbico de Crouzart, na parte póstero-inferior da sínfise
ção de 2,5 cm da conjugada diagonal (relação de Smelie), púbica. Trata-se do menor diâmetro do estreito superior e a
que liga o promontório à borda inferior da sínfise púbica. distancia mais curta entre o promontório do sacro e a sínfise
Em bacias favoráveis o valor desta última conjugada deve pubiana. Resposta b.
ser aproximadamente 13cm e, para tanto, o promontório
costuma estar inatingível. Seu fácil alcance indica redu- 4. O menor diâmetro do estreito superior é a conjugada
ção dos diâmetros. obstétrica, dada pela distância entre promontório e ponto
retropúbico de Crouzart, este que é uma saliência pouco
Estreito médio seu menor diâmetro é o biciático, que abaixo do limite superior da sínfise púbica. Tal diâmetro
une as espinhas ciáticas. Se as mesmas são apagadas ao não pode ser confundido com a conjugada anatômica,
toque significa que estão distantes e o diâmetro é mais ligeiramente maior e representada pela distância entre
amplo. promontório e borda superior da sínfise púbica. Resposta b.
Estreito inferior – será tão mais favorável ao parto nor-
mal quanto maior o diâmetro bituberoso e quanto maior 5. Os principais diâmetros de cada estreito e seus limites são:
o ângulo subpúbico. São adequados ângulos maiores que Estreito superior – conjugada obstétrica, ou distância mí-
90 graus e diâmetros maiores que 11-12 cm. nima entre promontório e parte saliente póstero-superior
Resposta c. da sínfise púbica,
62
Obstetrícia | Gabarito comentado
Estreito médio – diâmetro biciático, entre espinhas ciáticas; 10. A figura mostra uma cabeça fetal com occipício (O)
Estrito inferior diâmetro bituberoso, entre as tubero- voltado para iminência iliopectínea esquerda (EA), portanto
sidades isquiáticas. Considera-se também a conjugada em variedade de posição OEA. Como o occipício é a
êxitus, ou seja, distância entre borda inferior da sínfise referencia fetal (parte mais facilmente palpável ao toque), a
púbica e ponta do cóccix. apresentação é cefálica fletida. Na rotação interna o ponto
de referência, ou seja, o occipício será levado ao pube pelo
Resposta d.
caminho mais curto, portanto a rotação será de 45 graus
anti-horário. Resposta b.
6. Posição é o lado em que se encontra o dorso fetal, no caso,
direito. Resposta a.
11. Se a variedade de posição é OET, isso significa que o feto
7. São relações útero fetais: está em situação longitudinal, apresentação cefálica, posição
Situação – relação entre os maiores eixos fetal e uterino. esquerda e occipício, que é o ponto de referência, voltado
Pode ser transversa, obliqua ou longitudinal. para a parte esquerda transversa da bacia materna. Como o
bregma é diametralmente oposto ao occipício (um é poste-
Apresentação – parte fetal que ocupa o estreito superior e
rior e outro anterior), isso significa que ele se localiza volta-
que nele tende a se insinuar. No caso de situações longi
do para a parte transversa direita da bacia da mãe.
tudinais pode ser cefálica ou pélvico, e em transversas ou
oblíquas é córmica. Diz-se que um feto está insinuado quando ultrapassa o pla-
no zero de De Lee, e este está acima (-1), portanto não se
Posição – lado materno em que se encontra o dorso fetal,
insinuou. Resposta a.
ou para onde aponta o acrômio em fetos transversos.
Variedade de posição – relação entre ponto de referencia
fetal e materno. Em apresentações cefálicas os pontos de 12. Embora o examinador não deixe claro, podemos supor que
referencia podem ser: occipício (O - fletidas), bregma (B ele esteja se referindo ao bregma como ponto de referência, ou
- defletidas de primeiro grau), glabela (N - defletidas de seja, parte fetal mais facilmente palpável ao toque. Assim sen-
segundo grau) e mento (M - defletidas de terceiro grau). do, a apresentação é cefálica defletida de primeiro grau.
Atitude – relação das partes fetais entre si. Em fases finais A iminência iliopectínea se localiza na transição entre o pú-
da gravidez a atitude é em flexão, formando o feto um bis e o íleo, portanto mais anterior na bacia. De modo que se
ovoide de dois polos (cefálico e pélvico). o bregma está voltado para a iminência iliopectínea esquer-
Resposta a. da a variedade de posição é BEA, ou seja, uma variedade
anterior. Resposta b.
8. Em OEA a parte fetal mais facilmente palpável ao toque,
ou ponto de reparo, é o lâmbda. Obstetricamente pode ser 13. O tipo de apresentação mais frequente, ocorrendo
referido (ponto de referencia) como occipício e representado em cerca de 92% das vezes, é a cefálica f letida, que tem
pela letra O. Este está voltado para iminência iliopectínea como ponto de referência o occipício. Na insinuação,
esquerda de tal forma que a sutura sagital segue a linha durante o mecanismo de parto, este se volta mais comu-
que une esta iminência à articulação sacroilíaca direita, mente para a iminência iliopectínea esquerda, portanto,
conhecida como primeiro oblíquo. fazendo com que a variedade de posição mais comum
A rotação interna do mecanismo de parto, seguindo o seja OEA. Resposta c.
princípio de levar o ponto de reparo (ou referencia) para
o subpube pelo caminho mais curto, será de 45 graus 14. Numa variedade de posição OET, o occipício volta-se na
anti-horário. Assim, o desprendimento ocorre quando o direção da linha arqueada esquerda, ou seja, às 3 horas. O
occipício estiver abaixo do pube materno. lâmbda, que é diametralmente oposto, se localizará às 9 ho-
Neste caso a posição é esquerda e após o desprendimento ras. Resposta e.
do pólo cefálico, a rotação externa será para a esquerda, ou
seja, mesmo lado em que estava do dorso fetal intraútero.
Resposta d. 15. O mecanismo de parto cefálico é dividido nos seguintes
tempos:
9. Os quatro passos da manobra de palpação alemã são: insinuação – passagem do maior eixo da apresentação pelo
Primeiro – palpação do fundo uterino; estreito superior;
Secundo – palpação dos flancos em busca do dorso fetal, descida – passagem da apresentação do estreito superior
onde estará o ponto de ausculta, próximo ao polo cefálico; para o inferior;
Terceiro – palpação da escava e, se ocupada, verificação de rotação interna – rotação da apresentação para levar o ponto
sua mobilidade após sua preensão com polegar e indicador; de referência ao subpube;
Quarto – verificação da profundidade de insinuação desprendimento cefálico – saída da cabeça pelo introíto va-
da apresentação, estando o examinador de costas para ginal;
a gestante. rotação externa – retorno do feto à posição anterior trazen-
Resposta c. do os ombros para anteroposterior;
desprendimento do ovoide córmico – saída dos ombros pelo Situação: relação entre o maior eixo do feto e o maior eixo
introíto vaginal. da cavidade do útero. Pode ser longitudinal, transversa ou
A rotação interna ocorre enquanto o feto avança do estreito oblíqua.
superior para o inferior, ou seja, concomitante à descida. Apresentação: parte fetal que ocupa o estreito superior e nele
Resposta e. tende a se insinuar. Em situação longitudinal pode ser cefá-
lica ou pélvica, nas demais será córmica.
1) exploração do fundo uterino; 36. Classicamente, a bacia é dividida em 4 planos, que são
2) exploração do dorso fetal; os planos de Hodge. O 1º plano ou plano do estreito supe-
rior, que vai do promontório ao bordo superior do púbis; o
3) exploração da mobilidade cefálica – manobra de Leopold 2º plano, do bordo inferior do púbis à metade da 2ª vértebra
Zweifel ou Pawlick; sacra; o 3º plano, o plano das espinhas ciáticas (equivalente
4) exploração da escava (escavação pélvica). ao plano zero de De Lee); e o 4º plano, que começa na ponta
do sacro e segue o plano do períneo. Resposta c.
Resposta e.
29. Os quatro períodos clínicos ou fases clínicas do trabalho 37. A medida real da bacia de uma mulher é o conjugado
de parto são: dilatação, expulsão, dequitação e quarto perí- verdadeiro, vera ou obstétrico, que vai do ponto mais saliente
odo de Greemberg (uma hora que se segue da dequitação). da face posterior da sínfise púbica (que está cerca de 3 milí-
Resposta a. metros abaixo do ramo superior da sínfise púbica e é chama-
do de ponto retrosinfisário de Crouzat) até o promontório.
Obtêm-se o valor do conjugado obstétrico subtraindo-se 1,5
30. Nos casos de corioamnionite, a gestação tem que se in- a 2 cm do conjugado diagonalis. Resposta c.
terromper o mais rápido possível pelo risco de evoluir para
uma septicemia com perda do útero e até da vida materna.
Resposta e. 38. O maior diâmetro anteroposterior da cabeça fetal é o que
vai da ponta do occípio ao mento e mede 13 cm. Resposta d.
31. Durante o exame ginecológico-obstétrico são três as sa-
liências ósseas que devem ser avaliadas para permitir a evo- 39. Na bacia platipeloide, por apresentar estreito superior
lução para um parto normal: ângulo subpúbico maior que 90 ovalado com maior diametro no sentido transverso e um di-
graus, espinhas ciáticas apagadas e promontório inatingível. âmetro antero posterior menor em relação às outras bacias,
Considera-se vício pélvico, com dificuldade extrema ao par- os fetos se insinuam no diâmetro transverso. Resposta c.
to normal, quando: conjugada obstétrica menor que 10 cm,
diâmetro biciático menor que 10,5 cm ou bituberoso menor
que 8 cm. Resposta b. 40. No início da dilatação a frequência das contrações é de 2-3
em 10 minutos com intensidade de 30 mmHg – 40 mmHg.
No período expulsivo são 5 contrações em 10 minutos com
32. O ponto de maior angústia para a descida da apresen- intensidade que pode chegar a 50-60 mmHg. Resposta e.
tação é um diâmetro biespeinha (laterolateral) do estreito
médio, que é o diâmetro que vai do meio da sínfise púbica
ao meio da terceira vértebra sacra. O conjugado anatômico é 41. Quando ao fazermos o toque identificamos o bregma é
maior que o obstétrico (CO), que é menor que o conjugado porque a apresentação é cefálica defletida de primeiro grau.
diagonalis (CD). CO = CD 1,5 cm. O primeiro diâmetro Como o bregma está em direção à articulação sacro ilíaca di-
oblíquo tem o mesmo tamanho que o segundo e são menores reita estamos frente a um bregma direita posterior. Resposta a.
que o transverso. O estreito inferior da bacia é avaliado atra-
vés da pelvimetria externa, por meio da avaliação do ângulo 42. No estreito superior, temos o conjugata obstétrico, também
subpúbico, pelo toque vaginal, e quando muito angustiado chamado de conjugata verdadeiro, o menor diâmetro que se es-
costuma se acompanhar de angústias também no estreito tende do promontório ao ponto mais saliente da face posterior
médio. Resposta e. da sínfise púbica, o ponto de Crouzat. Não confunda esse diâ-
metro com o conjugata anatômico que se estende do promontó-
rio à borda superior da sínfise púbica. Resposta correta.
33. Sabemos que o conjugado verdadeiro ou obstétrico é
igual ao conjugado diagonalis menos 1,5 a 2 cm. O conju-
gado anatômico é ligeiramente maior que o obstétrico, pois, 43. Nas apresentações cefálicas defletidas de segundo grau, o
embora tenha a mesma origem (promontório) termina na ponto de referência é o naso, o de reparo é a glabela e a linha
borda superior da sínfise púbica, ligeiramente acima do pon de orientação é a sutura metópica. Das apresentações cefáli-
to retropúbico de Crouzart, limite da conjugada obstétrica. cas, essa é a que não nasce por via vaginal, devido ao diâme-
Resposta d. tro de insinuação, maior do que o menor diâmetro da pelve
(diâmetro biciático). O lâmbda é o reparo nas cefálicas fleti
das, o ângulo anterior do bregma nas defletidas de primeiro
34. A atividade uterina é o produto entre intensidade x fre- grau e o mento nas defletidas de terceiro grau. Resposta b.
quência das contrações, devendo ser expressada em unidades
Montevidéu. Resposta c.
44. Define-se situação pela relação entre o maior eixo fetal e
o eixo uterino, podendo ser longitudinal quando coincidem
35. A paciente está na quarta gestação e teve um aborto, portan- ou transversal, quando são perpendiculares entre si. A situa-
to, já teve dois partos, é uma secundípara. Se o dorso fetal está do ção mais comum é a longitudinal. Cefálica, pélvica e córmica
lado esquerdo da mãe, a posição é esquerda. Resposta d. são tipos de apresentações fetal. Resposta c.
45. A onda contrátil durante o trabalho de parto obedece 51. Se durante o período expulsivo o feto está na varieda-
o triplo gradiente descendente, ou seja, as metrossístoles de de posição ODP (occipito-direita-posterior), ele deve
iniciam-se antes, duram mais e são mais intensas nas partes ser rodado até a posição de desprendimento cefálico OP
altas do que nas partes baixas do útero, fazendo com que (occipício-púbico). Sendo a ODP sinostose sacroilíaca do
a resultante vetorial da força contrátil dirija-se do fundo lado direito da mãe, o feto deverá rodar 135º no sentido
uterino para o colo. Esses estímulos se iniciam no chama- horário. Resposta e.
do marcapasso uterino, localizados na inserção da tuba no
fundo uterino, um de cada lado. Resposta a.
52. Uma vez que o feto ultrapassou as espinhas ciáticas, ele
está insinuado e desce através de movimentos de laterali-
46. O conjugata diagonal é o diâmetro avaliado clinicamen- zação da cabeça (assinclitismo). O mais comum é o assin-
te pela distância entre o promontório e a borda inferior da clitismo posterior ou obliquidade de Nägele, onde a sutura
sínfise púbica – letra B na figura –, do qual ao diminuir- sagital fetal se aproxima da pube materna para a descida
mos 1.5 cm (relação de Smellie) temos o valor do conjugata do osso parietal posterior. A falta de descida e o occipício
verdadeiro ou obstétrico (letra A na fugura) que se estende voltado para o lado direito da mãe, e não para sua pube,
do promontório à borda posterior da sínfise púbica – pon- indicam uma distocia de rotação, variedade ODT (occi-
to de Crouzat. A letra C corresponde ao conjugata exitus. pício fetal voltado para o diâmetro transverso direito da
Resposta d. mãe), estando indicado o parto fórcipe de Kielland, que é
o fórcipe utilizado para rotação. Resposta a.
47. Na avaliação da bacia materna, o plano zero de De Lee
corresponde ao plano das espinhas ciáticas e ao terceiro 53. No polo cefálico fetal, parte posterior, o espaço trian
plano de Hodge. gular, delimitado pelas suturas lambdoide e sagital, é
chamado de occipício ou lambda. Já na parte anterior do
polo cefálico, o espaço em forma de losango, formado
pelas suturas sagital e coronária, é chamado de bregma.
Resposta d.
58. O assinclitismo é a descida de um parietal na frente do 62. Pela descrição, o feto está em OET, portanto, toca-se o
outro durante a descida da cabeça fetal, que ocorre com o lambda às 3 h. Resposta c.
intuito de diminuir os diâmetros fetais para que o feto se
encaixe na bacia materna. O parietal que se insinua primei-
ro dá o nome do assinclitismo. O assinclitismo posterior é 63. A linha de orientação sagitometópica é característica das
o mais frequente, sendo diagnosticado pela sutura sagital apresentações cefálicas defletidas de primeiro grau. Resposta b.
mais próxima da pube. O assinclitismo anterior é menos co-
mum e, sendo diagnosticado pela sutura sagital mais pró-
64. Pela regra de Smellie, obtém-se, a partir do conjugado
xima do sacro, ocorre mais em multíparas; já o posterior é
diagonal, o conjugado obstétrico, ou conjugado verdadeiro
mais comumente encontrado em primigestas. Resposta d.
(CD – 1,5 cm = CV). Resposta b.
Quem sou eu para ser tão brilhante, grandioso, talentoso, admirável? Na verdade, quem é você para não ser?
– MARIANNE WILLIAMSON
“As nossas palavras mais importantes são as que dizemos a nós mesmos, sobre nós mesmos, quando estamos
sozinhos. ”
Al Walker.
IAMSPE – 2015
5. Na cardiotocografia fetal, diz-se que há
a) bradicardia, quando a linha de base revela < 100
bpm e taquicardia, quando > 140 bpm
b) bradicardia, quando a linha de base revela < 120
bpm e taquicardia, quando > 160 bpm
c) bradicardia, quando a linha de base revela < 110
bpm e taquicardia, quando > 160 bpm
d) bradicardia, quando a linha de base revela < 110
bpm e taquicardia, quando > 150 bpm
e) bradicardia, quando a linha de base revela < 120
bpm e taquicardia, quando > 140 bpm
IAMSPE – 2015
6. Em gestantes, a observação de incisura protodiastóli-
ca na dopplerfluxometria das artérias uterinas e mar-
cador de
a) eclâmpsia e amniorrexe prematura
b) pré-eclâmpsia e restrição de crescimento intrauterino
c) amniorrexe prematura e restrição de crescimento
intrauterino
d) hipertensão arterial essencial e restrição de cresci-
mento intrauterino
e) hipertensão arterial essencial associada à pré-
-eclâmpsia a) mola hidatiforme e descolamento prematuro de placenta
b) doença hipertensiva especifica da gravidez e am-
ACERTEI ERREI DÚVIDA niorrexe prematura
c) restrição de crescimento intrauterino e amniorrexe
prematura
IAMSPE – 2015 d) restrição de crescimento fetal e doença hipertensiva
7. Segundo as recomendações da Organização Mundial especifica da gravidez
de Saúde (1996), baseadas em evidencias cientificas, e) abortamento retido e amniorrexe prematura
assinale a alternativa que apresenta a prática que se
ACERTEI ERREI DÚVIDA
enquadra no grupo daquelas “utilizadas de forma in-
devida”.
a) liberdade de posição e movimento durante o traba- UERN – 2015
lho de parto 9. Na assistência ao parto nas apresentações cefálicas o
movimento de restituição consiste em:
b) oferecimento de líquidos (tipo chá doce) por via oral
a) movimento de flexão da cabeça após o desprendimento
durante o trabalho de parto
b) correção do assinclitismo fisiológico do polo cefálico
c) prevenção da hipotermia do recém-nascido c) retorno do occipital para o lado onde se encontrava
d) monitoragem eletrônica continua de rotina dos ba- na insinuação
timentos cardiofetais e das contrações uterinas no d) ajuste do maior diâmetro da cabeça ao maior diâme-
trabalho de parto tro da pelve
e) episiotomia de rotina
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
UERN – 2015
IAMSPE – 2015 10. As “ligaduras vivas de Pinard” são importantes:
8. Ao receber o resultado de uma dopplerfluxometria a) no 1ᵒ período do parto
b) no 2ᵒ período do parto
das artérias uterinas (com a imagem mostrada abai-
c) no 3ᵒ período do parto
xo) e ao prestar atenção nas porções do gráfico assina-
d) no 4ᵒ período do parto, no miotamponamento
ladas com setas brancas, o obstetra deve ficar muito
atento, porque esse perfil e marcador de: ACERTEI ERREI DÚVIDA
UFG – 2015
11. A figura a seguir representa o exame físico da pelve
óssea de uma gestante em trabalho de parto. Esse exa-
me tem o objetivo de verificar a possibilidade de par-
to via vaginal.
Qual é o diâmetro aferido?
FMJ – 2015
15. A realização da episiotomia
a) não deve ser seletiva
b) não deve ser rotineira
c) não deve ser mediana
d) não deve ser realizada no parto pré-termo
e) não deve ser realizada no vácuo extrator
SURCE – 2015
40. Gestante de 15 anos, com idade gestacional de 36 semanas por última menstruação e con昀椀rmada por ultrasso-
nogra昀椀a precoce, relata perda de líquido claro, que escorre pelas pernas, associada a dor no baixo ventre. Ao
exame obstétrico, observa-se: pulso = 88 ppm, T = 37º. C, PA= 120 x 80 mmHg, ausência de atividade uterina e
batimentos fetais = 144 bpm. Ao toque vaginal, identi昀椀ca-se que a apresentação é cefálica de vértice, bolsa rota e
o escore de Bishop = 3. Diante do quadro, qual a MELHOR conduta dentre as opções abaixo?
a) indução do parto com ocitocina
b) indução do parto com laminaria
c) indução do parto com misoprostol
d) indução do parto com sonda de Foley
SURCE – 2015
41. Paciente com gestação de 40 semanas, em trabalho de parto em maternidade de nível terciário, apresenta o par-
tograma mostrado na 昀椀gura abaixo.
Ante a análise do partograma, qual a distócia a ser diagnosticada?
UFSC – 2015
45. Assinale a alternativa que responde CORRETAMEN-
TE à pergunta abaixo.
A Manobra de Tarnier (mobilização da apresentação)
é utilizada para diagnóstico de qual situação?
a) ( ) distócia de ombro
b) ( ) desproporção cefalopélvica
c) ( ) apresentação pélvica
d) ( ) assinclitismo
e) ( ) bolsa rota
c) por se tratar de uma distócia de rotação (transversa a) o polo cefálico deve ser tracionado constantemente,
persistente), existe a indicação de parto fórcipe e a parturiente deve ser orientada a realizar esforços
d) nesses casos, espera-se uma diminuição espontânea da expulsivos mais intensos
atividade uterina ao final do primeiro estágio do parto b) a manobra da seta A (McRoberts) resulta na hiperfle-
e) por ter atingido o segundo período do parto, não existe xão e abdução das coxas, e provoca a rotação cefálica
mais a indicação de cesariana nesse caso da sínfise púbica e a retificação da lordose lombar
c) a manobra da seta B (Woods) resulta na liberação
ACERTEI ERREI DÚVIDA do ombro posterior, que se encontra impactado no
estreito inferior da bacia materna
d) essas duas manobras devem ser precedidas pela
UNITAU – 2015 pressão contínua e progressiva do fundo uterino por
49. Observe a figura abaixo e assinale a alternativa COR- obstetra auxiliar
RETA a respeito das manobras apresentadas. e) a cintura escapular insinuou-se no estreito superior
da bacia materna no diâmetro perpendicular ao
ocupado pela sutura sagital do polo cefálico, e sua
rotação interna ocasionou a impactação do ombro
anterior
UNICAMP – 2015
50. Gestante, 22a, G3P1(C1)A1, idade gestacional= 40 se-
manas, em trabalho de parto, sob analgesia peridural.
Dinâmica uterina: 5 contrações fortes com duração
de 45 segundos cada em 10 minutos e boa vitalidade
fetal pela cardiotocografia. Partograma abaixo:
USP-RP – 2014
56. ID: G5P3A1, com 40 semanas de gestação, no pré-parto.
HMA: queixa-se de contrações dolorosas há 6 horas e perda de tampão mucoso.
EG: altura uterina de 37 cm; feto longitudinal, cefálico, dorso à esquerda. A evolução espontânea de seu trabalho de parto
está descrita no partograma abaixo.
USP-RP – 2014
57. ID: Primigesta, 24 anos de idade, com 41 semanas de gestação.
HMA: encontra-se internada para assistência ao parto após o diagnóstico de trabalho de parto espontâneo e corio-
amniorrexe precoce.
EG: No momento, a paciente apresenta três contrações moderadas em 10 minutos e o colo uterino está centrado, mé-
dio, com 5 cm de dilatação, feto ODT, em -1 de DeLee. Durante avaliação da dinâmica uterina, obteve-se o seguinte
traçado representativo da frequência cardíaca fetal.
Na análise da vitalidade fetal, o provável diagnóstico e a melhor assistência a ser dada são:
a) sofrimento fetal agudo. É necessária a realização de Perfil Biofísico Fetal para complementar a avaliação da vitali-
dade fetal
b) cardiotocografia intraparto categoria III. Está indicada a administração materna de glicose endovenosa e hiperoxigenação
e a realização de tocólise com terbutalina
c) feto hipoativo e hiporreativo. A Dopplervelocimetria de vasos fetais está indicada para a pesquisa de centralização hemo-
dinâmica
d) cardiotocografia intraparto categoria II. Está indicada a adoção do decúbito lateral esquerdo materno, hiperoxigenação e
amnioinfusão
ABC – 2014
58. No seguimento de uma parturiente II gesta, I para, com um parto vaginal há 2 anos, se observa que apresenta 2 con-
trações de média intensidade com 35 seg. de duração em dez minutos. Frente a esta dinâmica pode-se afirmar que:
a) não há possibilidade de se diagnosticar distócia funcional sem se avaliar a evolução da dilatação
b) está adequada se a parturiente estiver em período expulsivo
c) o trabalho de parto deverá ser conduzido com ocitocina se atingiu a dilatação de 5 cm há 30 minutos
d) deverá se proceder a amniotomia, procedimento que acelera o trabalho de parto
SUS-SP – 2014
63. Primigesta, idade gestacional de 40 semanas e 3 dias,
sem comorbidades, procura atendimento queixando-
-se de diminuição de movimentação fetal há 8 horas.
A conduta inicial deve constituir-se por:
a) cardiotocografia anteparto de repouso e, caso neces-
sário, estimulada
b) ultrassonografia para avaliação de macrossomia fe-
tal e insuficiência placentária, patologias comumen-
te encontradas no pós-datismo
c) exame de Dopplerfluxometria das artérias umbilical
e cerebral média fetais
d) amniocentese para pesquisa de mecôneo anteparto
e) internação para cesárea por tratar-se de quadro de
sofrimento fetal
ACERTEI ERREI DÚVIDA
SUS-SP – 2014
64. Primigesta de 39 semanas, com pré-eclâmpsia leve e dia-
betes gestacional, apresenta o seguinte partograma.
CREMESP – 2013
61. Quanto à episiotomia, é INCORRETO afirmar:
a) a realização rotineira não tem benefícios comprovados
b) são situações em que a episiotomia é habitualmente
indicada: partos prematuros, feto em apresentação pél-
Assinale a alternativa que apresenta a conduta correta. fetal encontrava-se 3 cm abaixo do plano das espinhas
a) situação fetal não tranquilizadora, indicar cesariana isquiáticas, com bossa serossanguínea (2+/4+), parie-
b) usar o fórcipe de Kielland tal anterior pouco acessível ao toque, sutura sagital no
c) provável situação fisiológica, aguardar evolução via planotransverso da pelve materna e fontanela occipital
vaginal situada à direita. Qual o diagnóstico mais provável e a
d) infundir ocitocina para encurtar o período expulsivo conduta mais indicada?
e) realizar manobra de Kristeller a) distócia de insinuação, defletida de 1º grau, estando
indicado uso de fórcipe de Kielland
ACERTEI ERREI DÚVIDA b) desproporção cefalopélvica em estreito superior, as-
sinclitismo posterior, estando indicada a cesárea
CREMESP – 2012 c) distócia de rotação em variedade de posição ODT,
76. Primigesta de 36 anos de idade encontra-se na 29ª se- assinclitismo anterior, estando indicada a cesárea
mana de gestação. Comparece na consulta de rotina d) distócia de rotação em variedade de posição ODP,
de pré-natal queixando-se de dores no abdome. Ao assinclitismo posterior, estando indicada a cesárea
e) distócia de rotação em variedade de posição ODT,
exame clínico: pressão arterial: 110×72 mmHg, altura
assinclitismo posterior, estando indicado uso de fór-
uterina: 28 cm, batimentos cardíacos fetais presentes
cipe de Kielland
e rítmicos. Monitorização da atividade uterina revela
uma contração a cada 20 minutos. Ao exame espe- ACERTEI ERREI DÚVIDA
cular identifica-se conteúdo vaginal fluido, transpa-
rente. O teste da amina é negativo, e o pH: 4,0. Toque
vaginal evidencia colo com esvaecimento de 40% e pe- SURCE-GO – 2013
ríneo para 2,0 cm. Em relação ao caso, o diagnóstico e 79. Mulher de 30 anos de idade, G3P2, com gestação de 38
conduta mais apropriados são respectivamente: semanas e dois partos vaginais prévios, iniciou traba-
a) trabalho de parto prematuro − antibioticoterapia e lho de parto há duas horas. Ao exame obstétrico, apre-
tocólise senta padrão contrátil de 4/10´/40´´. Os batimentos
b) útero irritável − progesterona e repouso cardíacos fetais apresentam queda durante a contração
c) útero irritável − tocólise parenteral (de 136 bpm para 112 bpm), com retorno aos níveis
d) trabalho de parto prematuro − corticoterapia e tocólise prévios ao término da contração. O colo uterino apre-
e) rotura prematura de membranas – antibioticoterapia senta dilatação de 8 cm, com líquido amniótico meco-
e corticoterapia nial fluido. Qual a conduta mais indicada?
a) fazer cesárea de imediato
ACERTEI ERREI DÚVIDA b) iniciar tocólise e realizar cesariana
c) aguardar a evolução para parto vaginal
d) fazer traquelotomia e fórcipe de alívio
HMSJ-SC – 2013 e) administrar ocitócico para acelerar o trabalho de parto
77. Parturiente, G1, 39 semanas, sem fatores de risco co-
nhecidos, em trabalho de parto evoluindo normalmente ACERTEI ERREI DÚVIDA
conforme curva de partograma. Batimentos cardíacos
fetais durante o trabalho de parto sempre entre 132 e 144 SURCE – GO – 2013
bpm. Chega a dilatação completa e, com a apresentação 80. Primípara que teve parto normal há 3 horas, seguido
no plano +3, é auscultada uma frequência cardíaca fetal de secundamento ativo e completo, apresenta sangra-
de 60 bpm, sem recuperação. A apresentação é cefálica, mento transvaginal volumoso. Ao exame, apresenta
em occipito púbica. Qual deve ser a sua conduta? palidez, hipotensão, taquicardia, útero de consistência
a) esperar a evolução natural do parto firme e indolor e fundo uterino 4 cm abaixo da cicatriz
b) realizar cesariana umbilical. Após infusão de soro fisiológico com ocito-
c) realizar uma grande versão interna cina, o sangramento persiste volumoso. Qual a melhor
d) realizar compressão de fundo uterino (manobra de conduta a seguir?
Kristeller) a) manobra da Taxe
e) utilizar um fórceps ou um vácuo extrator para abreviar b) curetagem uterina
o período expulsivo c) tamponamento uterino
d) exame do canal de parto
ACERTEI ERREI DÚVIDA
e) ligadura das artérias uterinas
ACERTEI ERREI DÚVIDA
SURCE-GO – 2013
78. Primigesta, 39 semanas, altura uterina 34 cm, em tra-
balho de parto, foi submetida à anestesia peridural UCPEL-RS – 2013
contínua. Exame obstétrico revelou feto em boas condi- 81. O canal do parto é constituído por:
ções de vitalidade, ângulo subpúbico normal, espinhas a) vagina, vulva e períneo
isquiáticas planas, apresentação cefálica fletida e bolsa b) segmento inferior, vagina e períneo
rota. Após 1 hora de período expulsivo, a apresentação c) colo dilatado, vagina e períneo
UNESP – 2013
87. Analise o partograma apresentado a seguir.
Unificado-MG – 2013
90. O partograma é o registro atualmente recomendado
pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério
da Saúde do Brasil no acompanhamento da assistên-
cia ao parto. Sobre o partograma qual a alternativa
abaixo é CORRETA:
a) a abertura do partograma durante a fase latente do
trabalho de parto é importante conduta para redu-
ção da morbimortalidade fetal
b) a construção das linhas de alerta e ação deve ser ba
seada na altura do polo cefálico
c) a evolução do período pélvico ou expulsivo deve ser
A conduta a ser tomada na consulta de 30 semanas é: anotada no partograma
a) repouso, orientação nutricional e retorno em 2 semanas d) quando a dilatação ultrapassa a linha de alerta há ne-
b) repouso, contagem de movimentos fetais e retor- cessidade de parto imediato (fórcipe, vácuo-extração
no semanal ou cesariana)
c) orientação nutricional, contagem de movimentos fetais
e cardiotocografia ACERTEI ERREI DÚVIDA
d) ultrassom obstétrico, índice do líquido amniótico e do-
Mulher gestante com data da última menstruação
pplervelocimetria
(DUM) em 01/03/2012 e ultrassom de primeiro trimes-
e) internação, índice do líquido amniótico e parto prema-
tre compatível com a DUM, refere ter 2 filhos (partos
turo terapêutico
normais) e um abortamento espontâneo. Chega ao
ACERTEI ERREI DÚVIDA pronto atendimento da ginecologia e obstetrícia do
Hospital Universitário de Taubaté referindo perda de
líquido via vaginal há uma hora. Nega dor abdominal.
UNICAMP – 2013 Exame físico geral sem alterações. Ao exame obstétri-
89. Primigesta, 19 anos, 39 semanas de gestação, está em co: na palpação abdominal, o feto encontra-se com seu
fase ativa do trabalho de parto, com inclinação máxi- maior eixo concordante com o maior eixo uterino, a
ma. Toque vaginal: sutura sagital defletida posterior- cabeça próxima ao estreito superior da bacia, dinâmica
mente para o promontório, conforme a figura baixo. uterina ausente, batimentos cardíacos do feto 148 bpm,
e) no desprendimento há insinuação das espáduas e rota- a) não há necessidade de declaração de nascido vivo por
ção interna da cabeça fetal tratar-se de feto com peso menor que 500 gramas
b) trata-se de abortamento, não havendo necessidade de
ACERTEI ERREI DÚVIDA
sepultamento
c) trata-se de natimorto e deve ser feito encaminhamen-
Santa Casa-SP – 2012 to ao Serviço de Verificação de Óbito
100. Durante acompanhamento de trabalho de parto, o tra- d) por tratar-se de abortamento espontâneo, o feto e pla-
çado cardiotocográfico revelou linha de base do BCF: centa devem ser encaminhados à anatomia patológica
160 bpm, variabilidade entre 5-10 bpm, aceleração para estudo
transitória com amplitude de 15 bpm após estímulo e) trata-se de nativivo, deve ser feita declaração de
mecânico, seguida de desaceleração. Durante contra- nascido vivo e sepultamento decorrente de óbito
ção uterina, por três ocasiões, observou-se desacelera- neonatal precoce
ção com amplitude de 20-25 bpm. Neste caso:
ACERTEI ERREI DÚVIDA
a) o padrão do traçado é tranquilizador, com variabili-
dade adequada e BCF basal normal
b) trata-se de desaceleração precoce, relacionada com a Hospital Santa Casa de Belo Horizonte – 2012
contração uterina e compressão do polo cefálico 104. Durante o mecanismo de parto, todas as condições
c) o traçado indica desaceleração tardia, sinal gráfico abaixo são essenciais para a ocorrência do parto vagi-
de sofrimento fetal intraparto nal, EXCETO:
d) a presença de desaceleração do BCF é indicativa de a) insinuação/encaixamento
sofrimento fetal, independentemente da relação com b) flexão
as contrações uterinas c) descida
e) o traçado indica boa reserva fetal com aceleração do d) rotação interna
BCF após estímulo mecânico
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
SES-RJ – 2012
Santa Casa-SP – 2012
105. Sobre partograma, assinale a alternativa INCORRETA:
101. No acompanhamento de trabalho de parto o plantonista
a) é uma representação gráfica do trabalho de parto, que
evidencia no partograma, com início há oito horas de
permite acompanhar sua evolução
sua avaliação, apresentação cefálica em OET, plano -1
b) quando a dilatação cervical atinge alinha de alerta, de-
de De Lee, dilatação de 6 cm e presença de três contra-
vem-se adotar intervenções sobre o trabalho de parto
ções uterinas de fraca a média intensidade nas últimas
ou indicar a cesariana
quatro horas de registro. A vitalidade fetal é normal e a
c) deve ser iniciado na fase ativa do trabalho de parto
bolsa está íntegra com líquido claro com grumos. Neste
d) na evolução normal de um trabalho de parto, acurva
caso está correto afirmar que:
de dilatação cervical se mantém à esquerda da linha de
a) a apresentação é cefálica, com posição à esquerda e
alerta
variedade de posição transversa, o que configura dis-
tócia de rotação, indicando neste caso, parto cesáreo ACERTEI ERREI DÚVIDA
de imediato
b) a situação caracteriza distócia funcional, e neste caso
o parto cesáreo deve ser indicado SES-SC – 2012
c) trata-se de desproporção cefalopélvica, com parada da 106. Está CORRETO afirmar que são contraindicações para
progressão da apresentação mesmo na presença da di- a indução do parto as seguintes situações:
latação cervical, impossibilitando o parto vaginal a) desproporção cefalopélvica
d) trata-se de parada secundária de dilatação, configuran- b) gestações múltiplas e grande multiparidade
do distócia funcional hipotônica, que pode ser reverti c) apresentações anômalas
da com rotura das membranas amnióticas e condução d) úteros anteriormente cesareados ou miomectomizados
do parto com ocitocina e) todas alternativas estão corretas
e) por tratar-se de distócia funcional, o uso de prostaglan-
ACERTEI ERREI DÚVIDA
dina vaginal está indicado para correção da hipotonia
das contrações uterinas
ACERTEI ERREI DÚVIDA SUS-SP – 2012
107. Primigesta de 20 anos, sem doenças, é admitida em cen-
tro obstétrico com 38 semanas de gestação, em trabalho
Santa Casa-SP – 2012 de parto e queixa de perda de líquido pela vagina há 1
103. Multípara chega à maternidade em trabalho de parto hora. Ao exame física altura uterina = 33 cm; dinâmica
em período expulsivo, dando à luz a um recém-nasci- uterina = 3 contrações moderadas em 10 minutos; to-
do com peso de 490 gramas, que morre alguns minu- que = colo médio anterior com 4 cm de dilatação, bolsa
tos após o nascimento. Neste caso: rota, apresentação em ODP, com ápice na altura das es-
UERJ – 2012
109. Por ter audiência marcada com desembargador, e seu
parto estar previsto apenas para o final da semana vin-
doura, uma advogada relutava em buscar atendimen-
to, embora apresentasse cólicas há 24 horas. Todavia,
houve rotura da bolsa das águas e o marido levou-a à
maternidade. Pela cardiotocografia, havia sofrimento
fetal agudo, com desacelerações da frequência cardía-
ca de padrão DIP tipo I, fenômeno ligado a estímulos
vagais decorrentes de:
a) compressão funicular
b) cavalgamento dos parietais
c) inserção velamentosa do funículo
d) circular de cordão em torno do pescoço
PUC-PR – 2011
130. KJL, 34 anos, G3 P1 A1, 31 semanas, com quadro de
HAC sob uso de 750 mg/dia de alfametildopa clínica e
laboratorialmente compensada, cursando com CIUR
e ILA = 70 mm. Realizou-se CTG com o seguinte lau-
do: hipoativo/reativo e a seguinte dopplervelocime-
tria obstétrica sem pulsatilidade em veia umbilical:
PUC-PR – 2011
131. O assinclitismo constitui uma distócia do trabalho de
parto. Qual das situações abaixo relacionadas é típica
do assinclitismo?
a) sutura distância entre a sínfise púbica e o promon-
tório sagrado
b) sutura sagital em OEP
c) sutura sagital em ODP
d) pequena fontanela localizada junto da sínfise púbi-
ca ou do sacro
e) sutura sagital localizada junto da sínfise púbica ou
do sacro
Sobre o acompanhamento desta paciente, é correto
ACERTEI ERREI DÚVIDA afirmar:
a) o fórcipe deve ter sido locado na hora 8 do registro
PUC-PR – 2011 por período expulsivo prolongado
132. GLP, G2 C1, 32 anos, 38ª semana, bcf: 128 bpm, dinâ- b) a morosidade da descida da apresentação foi corrigi-
mica (30”, 30”, 35”), TV (colo médio central 3 cm, bolsa da na hora 5 do registro
íntegra) e pré-natal normal. Realizou-se CTG, com o c) a amniotomia oportuna deve ter sido realizada entre
seguinte traçado: as horas 5 e 7 do registro
d) na hora 2 do registro, a paciente estava em pródro
mo de trabalho de parto
e) a variedade transversa na hora 3 do registro possui
significado patológico
SUS-SP – 2011
134. Analise o partograma abaixo.
Qual é o diagnóstico?
a) presença de desacelerações variáveis
b) presença de desacelerações precoces
c) presença de desacelerações tardias O parto representado:
d) sinais de hipóxia fetal grave I. Apresenta fase ativa protraída;
e) as alternativas C e D estão corretas II. Deve ter distocia corrigida com ocitocina;
III. É típico de casos de desproporção feto-pélvica;
ACERTEI ERREI DÚVIDA IV. Apresenta dilatação cruzando inadvertidamente a
linha de alerta.
SUS-SP – 2011
133. Primípara de 19 anos, 38 semanas, sem doença, chegou Está correto o que se afirma em:
à maternidade em trabalho de parto, sendo encami- a) IV, apenas
nhada ao centro obstétrico. Ao ser novamente avalia- b) I e III, apenas
da, constatou-se ausência de contraindicação ao parto c) II e IV, apenas
vaginal e então se iniciou o registro do partograma d) I, II e III, apenas
abaixo. Não necessitou de administração de ocitocina, e) I, II, III e IV
tampouco foi realizada analgesia de parto. A vitalidade
fetal permanece preservada. ACERTEI ERREI DÚVIDA
USP-RP – 2011
142. Gestante, 28 anos de idade, G2P1A0 (parto normal há 4 anos), com idade gestacional de 39 semanas, AU = 33 cm,
bolsa íntegra, é admitida no Hospital em trabalho de parto conforme o partograma abaixo.
A conduta é:
a) cesárea de urgência, pois o feto é grande para a bacia materna
b) fórcipe de Kielland para rotação do polo cefálico até OP
c) mudança de decúbito, amniotomia e analgesia
d) aumentar a dose de ocitocina endovenosa
UNIFICADO-MG – 2011
143. Paciente de 34 anos, G3P1A1, um parto normal, no momento com idade gestacional de 38 semanas, é admitida em traba-
lho de parto. Sobre o partograma dessa paciente podemos afirmar, EXCETO:
a) como as contrações estão adequadas e a amniotomia já foi realizada, está indicado o uso do fórcipe de alívio
b) esse é um caso de desproporção cefalopélvica
c) o partograma foi iniciado cor retamente na fase ativa do trabalho de parto
d) ocorreu dilatação completa com demora na descida e expulsão do feto
1. A parada da dilatação pode ser decorrente de desproporção 4. Existem várias formas de se classificar as cardiotocografias.
cefalopélvica ou distócia funcional, sendo diferenciadas Uma delas, mais antiga, é dividi-la em padrões tranquilizador
pelas contrações, intensas no primeiro caso e inadequadas ou não tranquilizador. Para o primeiro caso são necessários:
ao período do parto no segundo. Em fases avançadas do frequência basal maior que 110 bpm, variabilidade normal,
trabalho de parto, como neste caso, espera-se que existam acelerações presentes. A presença de bradicardia persistente,
4 contrações uterinas de média a forte intensidade, mas especialmente com variabilidade reduzida e ausência de
nota-se que há apenas três. Assim, conclui-se que há uma resposta a estímulo, classifica o padrão cardiotocográfico
provável distocia funcional. As medidas corretivas são: uso como não tranquilizador. Como se trata de prova de vitalidade
de ocitocina, amniotomia e analgesia de parto. A única fetal (bem estar fetal), sua alteração denota sofrimento
alternativa que apresenta uma dessas condutas é a letra a. fetal. A alteração à cardiotocografia somente ocorre diante
Resposta a. da lesão cerebral, de tal forma que ela existirá em casos de
sofrimentos agudos ou agudizados. Resposta c.
2. Não há mais dúvidas, baseado em inúmeros trabalhos
científicos e revisões sistemáticas, de que a episiotomia não 5. A linha de base é a média dos batimentos cardíacos fetais
deve ser realizada rotineiramente, pois eleva risco de infecção, em um momento de repouso. Seu valor de normalidade é
dor crônica e distopias. Reserva-se tal procedimento para de 110 a 160 bpm, sendo que valores menores que o limite
casos em que há resistência vulvar à expulsão da apresentação inferior caracterizam bradicardia, e maiores que o superior,
fetal. Resposta b. taquicardia. Resposta c.
3. Entende-se por assinclitismo o desvio da sutura sagital da 6. A incisura protodiastólica é a representação gráfica de
cabeça fetal, para trás ou para frente, pela lateralização da uma dificuldade do fluxo sanguíneo em vencer a resistência
cabeça fetal, a fim de que se colocar no estreito superior, um do vaso no início da diástole. Sua presença em artéria
dos parietais antes do outro. Enfim, a cabeça fetal se inclina uterina, após 26 semanas, mostra que não houve adequada
sobre um dos parietais. Resposta d. redução da resistência deste vaso, em consequência da
96
Obstetrícia | Gabarito comentado
inadequada destruição de sua camada elástica, que ocorreria realiza o movimento de deflexão da cabeça, para permitir
na segunda onda de invasão trofoblástica. Assim sendo, a a exteriorização de todo seu conteúdo. A deflexãoo é parte
incisura representa ausência da segunda onda de invasão do do desprendimento do pólo cefálico de modo que há duas
trofoblasto, que ocorre na pré-eclâmpsia. respostas para essa questão. Respostas A e B.
Havendo maior resistência vascular também poderá
ocorrer menor perfusão placentária, pois a uterina nutre a 13. Nas apresentações pélvicas o ponto de referencia fetal é
placenta. A consequência é menor aporte sanguíneo ao feto sacro (S) que, no caso, é voltado para a articulação sacroilíaca
o que compromete seu crescimento, gerando a restrição de direita (DP), ou seja, para a diagonal direita posterior. Assim,
crescimento intrauterino. Resposta b. a variedade é sacro direito posterior (SDP). Resposta b.
7. Durante o trabalho de parto é direito da gestante escolher 14. O sofrimento fetal presente no caso, e constatado por
sua posição e se movimentar, salvo contraindicação médica, bradicardia persistente, requer resolução imediata da
bem como ter um acompanhante. É importante oferecer gestação, que deve ocorrer pela via mais rápida. Como
líquidos pata evitar desidratação. há dilatação total e o feto está insinuado (+3), esta via á a
Desaconselha-se a monitoragem contínua do trabalho de vaginal, sendo o fórcipe auxiliar na extração imediata do feto.
parto, espacialmente em casos de baixo risco, pois tal atitude Não havendo necessidade de rotação, pois ponto de
aumente os índices de cesariana dada a alta taxa de falso referência já está voltado para o pube, usa-se Simpson como
positivo do exame. O ideal é a monitoragem intermitente dos alívio. Resposta c.
batimentos cardiofetais.
A episiotomia não deve ser realizada de forma rotineira, 15. Não há mais dúvidas, baseado em inúmeros trabalhos
dadas as complicações locais como infecção, dor e distopias. científicos e revisões sistemáticas, de que a episiotomia não
Respostas D e E. deve ser realizada rotineiramente, pois eleva risco de infecção,
dor crônica e distopias. Reserva-se tal procedimento para
8. A figura mostra uma incisura protodiastólica bilateral. casos em que há resistência vulvar à expulsão da apresentação
A incisura protodiastólica é a representação gráfica de uma fetal. Resposta b.
dificuldade do fluxo sanguíneo em vencer a resistência
do vaso no início da diástole. Sua presença em artéria 16. Embora no Brasil a ultrassonografia não seja obrigatória
uterina, após 26 semanas, mostra que não houve adequada no pré-natal de baixo risco, na Inglaterra, onde se encontra
redução da resistência deste vaso, em consequência da o maior centro de Medicina Fetal do mundo, orienta-se
inadequada destruição de sua camada elástica, que ocorreria ultrassonografia morfológica de 2o trimestre rotineiramente,
na segunda onda de invasão trofoblástica. Assim sendo, a sendo que este deve ser realizado entre 20 e 24 semanas. No
incisura representa ausência da segunda onda de invasão do caso apresentado ainda há dois riscos para malformações:
trofoblasto, que ocorre na pré-eclâmpsia. a idade materna avançada e diabetes descompensado no
Havendo maior resistência vascular também poderá início da gravidez, de modo que, estando em tempo, o
ocorrer menor perfusão placentária, pois a uterina nutre a morfológico é indicado como forma de rastrear as anomalias
placenta. A consequência é menor aporte sanguíneo ao feto fetais. Cariótipo apenas é indicado na presença de alteração
o que compromete seu crescimento, gerando a restrição de morfológica preditora de cromossomopatia. Provas de
crescimento intrauterino. Resposta d. vitalidade fetal (perfil biofísico, cardiotocografia e doppler)
são realizadas apenas após a viabilidade, ou seja, após 26
9. Restituição, no mecanismo de parto, nada mais é que ro- semanas. Resposta a.
tação externa em que, após o desprendimento cefálico, o
ponto de referência volta para o lado que estava intraútero. 17. A assistência humanizada ao parto deve ser pouco
Independente de qual seja o ponto de referência o occipício intervencionista e respeitar os direitos da parturiente,
também retoma sua posição neste movimento. Resposta c. sem acrescentar riscos. Assim, ela deve ter direito a um
acompanhante durante todo o trabalho de parto e parto, livre
escolha de posição, uso criterioso de ocitocina (apenas em
10. Após a dequitação, ou seja, no 4o período do parto, o úte- distocias funcionais) e episiotomia seletiva. Resposta d.
ro contrai pinçando os vasos que o atravessam de modo a
taponá-los. Todo o processo é conhecido como miotampo- 18. Situação fetal é a relação entre o maior eixo fetal e o
namento e aos vasos comprimidos dá-se o nome de ligaduras maior eixo uterino, podendo ser longitudinal (mais comum),
vivas de Pinard. Resposta d. transversa ou oblíqua. Apresentação é a parte do feto que
ocupo o estreito superior e nele vai se insinuar. Nas situações
11. Na figura o examinador mede a distância do promontório longitudinais podem ser cefálica (95% dos casos) ou pélvica,
até a borda inferior da sínfise púbica, ou seja, mede a sendo essa última mais rara.
conjugada diagonal. Resposta c. As apresentações cefálicas podem ser divididas em fletidas
e defletidas, estas últimas ainda podem ser de primeiro,
12. Na figura notamos um feto realizado seu desprendimento segundo ou terceiro grau. Cada uma delas apresenta um
cefálico. Como a cabeça é fletida há primeiro a exteriorização diâmetro de insinuação, que nada mais é que o maior
da região occipital, o que faz com que o lambda se apoie no diâmetro que passa pelo estreito superior. Seriam eles:
pube para que não se mova (hipomóclio) enquanto o feto Para fletidas o diâmetro suboccipitobregmático.
Para defletidas de primeiro grau o diâmetro occipitofrontal. Se a idade gestacional fosse menor que 34 semanas, justi-
Para defletidas de segundo grau, embora não haja insinu- ficar se-ia Doppler diário da umbilical até diástole rever
ação, o diâmetro que se apresenta ao estreito superior é o sa. Resposta a.
occipitomentoneiro.
Para defletidas de terceiro grau o submentobregmático 23. O perfil biofísico fetal é forma de se avaliar a vitalidade do
(também chamado hiobregmático). feto, especialmente em casos de cardiotocografia duvidosa,
dado alto índice de falso positivo desse exame. Tal exame
O tipo de bacia pode influenciar o bom andamento do parto.
consiste na análise de parâmetros ultrassonográficos
Bacias ginecoides são as mais favoráveis, inclusive porque
e cardiotocografia. Ao ultrassom deve-se observar:
apresentam maior ângulo subpúbico, diferentemente das
movimentos respiratórios, movimentos corpóreos, tônus
androides que são mais estreitas. Além disso, bacias ginecoides
apresentam estreitos superiores mais favoráveis. O menor fetal e liquido amniótico. À cardiotocografia deve-se avaliar
diâmetro do estreito superior é a conjugada obstétrica, que vai se há ou não acelerações transitórias.
do promontório até a parte póstero-superior da sínfise púbica. A quase totalidade dos parâmetros se altera por falta de
Sua medida direta em pelvimetria interna é impossível de oxigênio, ou seja, em quadros de hipoxemia aguda, exceto
modo que será calculado pela aferição da conjugada diagonal o índice de líquido amniótico, que se reduz lentamente
(distância do promontório até a borda inferior da sínfise conforme há deterioração da função placentária. Neste caso,
púbica) da qual se retira 2,5 cm. Resposta c. há redução lenta e progressiva da passagem de liquido ao feto
e consequentemente menor aporte renal e menor produção
19. O parto é dividido em quatro períodos clínicos. O pri- de liquido amniótico. Resposta d.
meiro é a dilatação, que se subdivide em fase latente, em
que as contrações são menos intensas e levam a esvaeci- 24. Placentas prévias centrototal e centroparcial são
mento e pequena dilatação do colo; e fase ativa, quando indicações de cesariana, nas demais é possível acompanhar
as contrações, embora durem cerca de 100 segundos, a o trabalho de parto, mas a indução é temerária. Este último
sensação dolorosa, por se iniciar apenas com pressão in- raciocínio vale para macrossomias, gestações múltiplas
trauterina de 25 mmHg, dura apenas 40 segundos. e malformações uterinas em que o trabalho de parto
A segunda fase é expulsão, que se estende da dilatação espontâneo pode ter evolução adequada, mas a indução está
total até a saída completa do feto. associada a riscos maiores. Resposta e.
Segue a terceira fase, ou dequitação, em que há desco-
lamento e saída da placenta. Em cerca de 70% das vezes 25. O partograma serve para se avaliar fundamentalmente as
esse descolamento se inicia pelo centro da placenta, em evoluções da dilatação e da descida da apresentação. Assim,
processo conhecido como Baudelocque-Schultze. como básico deve conter registro seriado de dilatação e altura
da apresentação segundo os planos de DeLee.
O quero período, chamado Greenberg, dura até uma hora Como uma das causas de parada da descida é distócia de
pós-dequitação e é hemostático.
rotação (apresentação que não apresenta rotação interna),
Resposta d. conhecer a variedade de posição é quesito fundamental para
este diagnóstico.
20. São contraindicações à tocólise: doença materna des- Em relação às intercorrências da dilatação, uma delas
compensada (pré-eclâmpsia, diabetes, cardiopatia), sofri- é a distócia funcional e, para esta, é medida corretiva a
mento fetal, malformação o fetal incompatível com a vida amniotomia, porém sua realização requer o conhecimento
extrauterina, corioamnionite, maturidade fetal compro-
do estado das membranas.
vada, óbito fetal. Resposta e.
Não se coloca em partograma, comumente, o esvaecimento
do colo nem a pressão arterial da gestante.Resposta c.
21. A bradicardia persistente do feto (bcf de 100bpm) indica
sofrimento fetal agudizado. Nesse caso o parto deve ser
26. As três hipotéses diagnósticas para esse caso são:
resolvido pela via mais rápida. Como não há dilatação to
tal e sequer o feto está insinuado para fórcipe, indica-se Ruptura de membranas dada a perda líquida – seu diag-
cesariana. Resposta e. nóstico é feito, em mais de 90% dos casos, pela visuali-
zação de saída de liquido claro pelo colo ao exame espe-
22. O peso no percentil 3 indica grave restrição de crescimen- cular;
to fetal, o que já indicaria dificuldade da placenta de enviar Trabalho de parto dadas as cólicas e enrijecimento ab-
nutrientes ao feto. Associado a isso nota-se que não há fluxo dominal – a sua presença depende de contrações que
diastólico na artéria umbilical, o que se deve a anulação de promovam modificações do colo de modo que para o
grande parte do território de desembocadura desse vaso, ou diagnóstico é necessário se avaliar dinâmica uterina e
seja, a placenta. Pequena parte é funcionante gerando pou- condições do colo pelo toque vaginal;
cos ramos de irrigação da uterina o que leva a resistência
nesse vaso, que, no caso, não pode ser vencida pela pressão Sofrimento fetal dada diminuição dos seus movimentos –
diastólica. A conclusão é de que há grave insuficiência pla- para verificar sua existência é preciso prova de vitalidade
centária de modo que, atingida a maturidade fetal (34 sema- fetal, como cardiotocografia.
nas), não há dúvidas de que se deve antecipar o parto. Resposta a.
27. Os tempos do mecanismo de parto de apresentação cefálica A hipóxia pode ser tamanha a ponto de lesar as fibras
são os seguintes: insinuação, descida com rotação externa, cardíacas alterando a função desse órgão, o que se refletirá
desprendimento do polo cefálico, rotação externa (restituição) no ducto venoso. Ele passa a apresentar onda A (contração
e desprendimento do ovoide córmico. Resposta a. atrial) invertida. Nesse ponto já há, conhecidamente,
acidose fetal. Resposta d.
28. Sofrimento fetal pode se manifestar de várias formas:
taquicardia fetal persistente, bradicardia fetal persistente, 35. Apresentações cefálicas defletidas de segundo grau
líquido amniótico meconial, redução de variabilidade apresentam como ponto de referencia (parte fetal mais
fetal, desacelerações tardias (DIP2) em cardiotocografia. facilmente palpável ao toque) a glabela (base do nariz). A
Resposta d. linha de orientação, que inclui o ponto de referencia, é a
metópica.
29. Posição de fronte não existe, já que posição se refere ao Os pontos de referencia e linha de orientação das demais
apresentações cefálicas são, respectivamente:
lado do dorso fetal. Provavelmente o autor tinha a intenção
fletidas: lambda, sagital
de mencionar apresentação de fronte, que nada mais é que a
defletida de segundo grau. Neste caso o ponto de referencia defletida de primeiro grau: bregma, sagito-metópica
(mais facilmente palpável ao toque) é a glabela. Resposta d. defletida de terceiro grau: mento, facial.
Resposta b.
30. As características das contrações uterinas são:
frequência – número de contrações em 10 minutos; 36. Pré-eclâmpsia é doença de alteração basicamente
intensidade – elevação da pressão intrauterina em relação vascular que altera o fluxo placentário. Oligoâmnio e
ao tônus, expressa em mmHg; restrição de crescimento fetal podem ser consequências de
mal funcionamento da placenta e consequente alteração do
atividade uterina – produto da intensidade pela frequên-
fluxo sanguíneo para o feto. Já o diabetes gestacional (não o
cia, expressa em Unidades Montevidéu. crônico grave com vasculopatia) não altera a vascularização
Resposta c. fetoplacentária a princípio, e as consequências da doença
decorrem basicamente de hiperglicemia. O excesso de glicose
31. Define se trabalho de parto como a presença de contrações se prende a hemoglobina e dificulta a liberação de oxigênio
uterinas rítmicas e que promovam alterações do colo uterino, aos tecidos fetais, e isso não pode ser visto ao Doppler. Em
seja uma dilatação de ao menos 2 cm ou um esvaecimento de casos avançados pode haver trombose súbita por alteração da
ao menos 80%. Portanto, trabalho de parto está relacionado tríade de Virchow decorrente de poliglobulia compensatória
a contrações uterinas, dilatação e esvaecimento do colo do à hipóxia, mas sendo súbito pode não ser visto ao Doppler.
útero. Resposta c. Assim, assegurar boa vitalidade em DMG é manter glicemia
adequada. Resposta d.
32. Para anestesia locorreginal a fim de se realizar episiotomia
deve-se bloquear o nervo pudendo, sendo seu ponto de 37. O princípio de rotação interna consiste em levar o
emergência para a pelve é localizado tuberosidade isquiática, ponto de referência ao pube pelo caminho mais curto.
onde deve ser injetado anestésico para atingir a raiz do nervo. Assim, em apresentações cefálicas fletidas, em que o ponto
Resposta a. de referência é o occipício, se este estiver em variedades
anteriores (OEA ou ODA) a rotação será de 45 graus, já se
33. No mecanismo de parto cefálico o primeiro movimento é estiver em variedade posterior (OEP e ODP) a cabeça deve
a insinuação, ou seja, a passagem do diâmetro biparietal pelo rodar 135 graus para levar o ponto de referência ao pube.
Encaixamento ou insinuação é passagem do biparietal (não
estreito superior, ele que é perpendicular ao maior diâmetro
vértice) pelo estreito superior. Palpar a fontanela anterior
da cabeça fetal. Neste momento o vértice (parte mais externa
significa que há deflexão de primeiro grau da cabeça
da apresentação) estará no plano zero de DeLee, localizado
fetal. Na rotação externa o feto volta a posição intraútero.
ao nível das espinhas ciáticas. Resposta d.
Resposta c.
34. Normalmente a resistência da artéria umbilical é baixa, 38. O índice de Bishop serve para se avaliar as condições
pois ela irriga o grande território placentário e é bastante da gestante e determinar a forma de indução de trabalho de
ramificada. Já a resistência da cerebral média costuma ser parto, caso ela seja necessária. Neste índices avaliam-se os
alta pelo baixo consumo local de oxigênio. seguintes parâmetros: posição do colo uterino, consistência
Diante de lesões placentárias reduzem-se os ramos da desse colo, dilatação cervical, esvaecimento e altura da
umbilical e sua resistência se eleva. Dependendo da apresentação fetal. Resposta a.
extensão da insuficiência placentária, há menor captação
de oxigênio e, embora o cérebro seja menos consumista, o 39. Em fase ativa do trabalho de parto, justamente a que se
que vai a ele é essencial e deve ser garantido, de modo que acompanha pelo partograma, a dilatação evolui em média 1
a artéria cerebral média dilata e sua resistência reduz. Essa cm/h. Evolução em velocidade menor que esta é chamada
inversão de fluxo entre umbilical e cerebral é denominada de fase ativa prolongada, assim como a ausência de evolução
centralização hemodinâmica fetal. por mais de duas horas a partir de determinado ponto é
conhecida como parada secundária da dilatação, que pode 46. Ainda hoje tem se observado práticas obstétricas no
ultrapassar as linhas de alerta e ação. Por outro lado, a trabalho de parto ineficazes ou maléficas, e que outrora se
evolução muito rápida da dilatação, que se finda em menos acreditou serem adequadas. Entre elas temos:
de 4 horas, é conhecida como parto taquitócito. Episiotomia rotineira – só aumenta dor pós-operatória e
Em geral deve haver a expulsão da cabeça fetal na hora em chance de distopias genitais, além de infecção. Não mos
que a dilatação é completa. Caso isso não ocorra e a cabeça trou redução de hemorragia cerebral sequer em prema-
estacione por mais de uma hora em uma determinada altura turos.
caracteriza-se a parada secundária da descida. Resposta c.
Enema – além de desconfortável para a gestante não apre-
40. Dado o risco infeccioso, quando a ruptura das membranas senta benefício e não se associa a redução de infecção.
ovulares após 34 semanas o nascimento deve ocorrer. A via Cardiotocografia rotineira – essa medida além de não re-
de parto será vaginal salvo contraindicação. Caso o índice duzir mortalidade fetal, associa-se a maiores índices de
de Bishop seja menor que 6 o colo deve ser previamente cesariana dadas as altas taxas de falso positivo do exame.
preparado, sendo o misoprostol preferencial nesse sentido Amniotomia precoce – deve ser evitada em qualquer fase,
em mulheres sem cesariana anterior. Resposta c.
principalmente no início do trabalho de parto, pois com
ela elavam-se os riscos de infecção, prolapso de cordão
41. Pelo partograma notamos que a dilatação evolui
umbilical e bossa serosanguínea.
normalmente até que se completasse. Entretanto, não houve
a expulsão do feto com o término da dilatação, sendo esta A ligadura tardia do cordão umbilical, desde que haja
retardada. A descida, embora lentamente, continuou a boas condições fetais (feto termo, sem mecônio, frequên-
ocorrer com a dilatação completa, ao que chamamos de cia cardíaca acima de 100 bpm, comtônus), reduz o risco
período pélvico prolongado. Resposta b. de anemia do recém-nascido.
Resposta d.
42. A artéria umbilical é responsável por levar sangue
desoxigenado para a placenta, onde haverá trocas de gases 47. São práticas cujo uso rotineiro é condenável no trabalho
e nutrientes. Diante da insuficiência placentária perde-se de parto: uso de ocitocina (deve ser resevado para distocias
espaço de irrigação da artéria umbilical e sua resistência se funcionais), amniotomia (sua realização precoce aumente
eleva. Resposta c. taxa de infecção e risco de prolapso de cordão umbilical),
cardiotocografia contínua (aumenta as taxas de cesariana
43. As fases clínicas do parto são: e não reduz mortalidade fetal), tricotomia e enema. Ainda
1 – dilatação – do início do trabalho de parto até a com- se recomenda que a paciente permaneça no mesmo leito
pleta abertura do colo; durante pré-parto, parto e puerpério imediato (LDR – labor
2 – expulsão – da dilatação completa até a saída do feto e – delivery room).
campleamento do cordão umbilical; O parto deve ser acompanhado com correto preenchimento
do partograma e ausculta intermitente de batimentos
3 – dequitação (ou secundamento ou delivramento) – até
cardíacos fetais. Resposta a.
a saída completa da placenta;
4 – 4o período (Greenberg) – período de 1 hora pós-de- 48. No partograma nota-se que a dilatação se completou,
quitação. mas a descida não progride, ou seja, há uma parada
Resposta a. secundária da descida. Além disso, o feto não está insinuado,
pois não ultrapassou o plano zero de DeLee. Esta situação
44. São manobras de eficácia restrita e que devem ser usadas é mais compatível com desproporção cefalopélvico e indica
em situações especiais: cateterização venoso profilática e cesariana. Como as contrações empurram a cabeça fetal por
episiotomia, sendo esta última mais associada a dor crônica um canal estreito para ela é muito provável que haja bossa e
e prolapsos genitais. A manobra de Kristeller (pressão excessivo acavalgamento de suturas. Resposta b.
sobre o fundo uterino) é contraindicada na medida em que
aumenta risco de lesão hepática fetal e materna. A analgesia 49. A figura mostra as duas manobras de correção de distocia
é boa prática obstétrica, caso seja o desejo da mulher, e pode de ombro:
ser realizada por métodos farmacológicos ou não, como Manobra de McRoberts – consiste em hiperflexão e abdução
acupuntura. Resposta b. das coxas no intuito de se elevar a sínfise púbica e rebaixar o
sacro, retificando a lordose, e assim ampliando-se o espaço
45. A manobra de Tarnier consiste em mobilizar, ou elevar, a para a passagem dos ombros fetais.
apresentação para verificar se a mesma não está tambonando Manobra de Rubin I – pressão suprapúbica no intuito de
a saída do líquido amniótico, que escorrerá pela vagina caso levar o ombro anterior para baixo da sínfise púbica e permitir
isso esteja ocorre no. Portanto, é manobra para diagnóstico seu desprendimento.
de ruptura de membranas ovulares. Não é aconselhável seu As manobras devem ser preferíveis a tração intensa do polo
uso rotineiro pelo risco de prolapso de cordão umbilical. cefálico e a pressão sobre o fundo uterino é infrutífera.
Resposta e. Resposta b.
50. O partograma mostra uma dilatação findada e descida reavaliação cardiotocográfica. Doppler e PBF não são bons
incompleta, porém ainda continuando, e feto insinuado. métodos de avaliação da vitalidade fetal intraparto por apre-
Trata-se de período pélvico prolongado, em que se pode sentarem muitas variações. Resposta d.
aguardar a expulsão se a vitalidade estiver preservada, ou,
caso contrário, aliviar com fórcipe. Resposta c. 58. Há distócia funcional quando as contrações são inefi-
cazes em promover a dilatação adequada do colo do útero
51. Grávidas com índice de Bishop menor que 4 apresentam (hipotônica), ou quando o fazem de maneira exacerbada
colo desfavorável à indução de modo que o mesmo deve (hipertônica). Assim, seu diagnóstico depende da análise da
ser previamente maturado. O método pelo qual isto será evolução da dilatação por meio de partograma, que revelará,
realizado depende da existência de cesariana anterior. Na geralmente, fase ativa prolongada nas distócias hipotônicas.
sua ausência usa método medicamentoso como misoprostol
ou dinoprostone, mas se houver cesariana prévia deve-se A conduta somente será tomada após definição diagnóstica.
usar método mecânico de preparo cervical, como cateter de Resposta a.
Foley (método de Krause). Estando colo favorável, inicia-se
administração de ocitocina. Resposta c. 59. Mais de 80% dos casos de hemorragia do quarto perío-
do (hemorragia pós-parto) são derivados de atonia uterina.
52. Na doença hemolítica perinatal a mãe produz anticorpos A segunda causa mais comum é a laceração vaginal, seguida
que destroem as hemácias do feto, causando sua anemia. por restos placentários, inversão uterina e coagulopatia.
Com isso, o sangue se torna menos viscoso, com atrito
Um dos principais fatores de risco para o quadro é a multipa-
reduzido, e a velocidade sistólica da artéria cerebral média se
ridade, pois há muita fibrosubstituição miometrial no útero
eleva. Medi-la é uma forma de predizer anemia fetal nesses
que dificulta sua contração.
casos. Resposta b.
O tratamento da atonia, que responde pela imensa maioria
53. Há muita controvérsia a respeito da definição de expulsivo dos casos, consiste em massagem uterina seguido de drogas,
prolongado, mas a maioria dos autores o considera quando o na sequência: ocitocina derivados de ergot misoprostol.
período de expulsão ultrapassou 2 horas em primigesta ou 1 Na profilaxia da hemorragia também se usa ocitocina, pois
hora em multípara, valores que ainda podem ser acrescidos tem menos efeitos colaterais e eficácia similar às demais dro-
de uma hora na vigência de analgesia de parto. Assim, trinta gas. Assim, há duas respostas: opção B e opção D. Resposta d
minutos com batimentos cardiofetais adequados indicam (pelo gabarito oficial).
parto eutócico. Resposta d.
60. Os principais sinais de gravidade à cardiotocografia, que
54. A rotação externa do feto, no mecanismo de parto, é indicam pré-óbito fetal, são: DIP tardia (DIP II), bradicardia
também conhecida como restituição, pois o feto vira a cabeça sustentada e padrão sinusoidal. Nas figuras, vemos bradicar-
para o lado que estava intraútero. Resposta e. dia no III e DIP II no IV. A figura I traz DIP I e a II menor
variabilidade, sendo que o primeiro caso ocorre em bolsas
55. Desproporção cefalopélvica indica que a bacia é pequena rotas e o segundo pode ser sono fetal, requerendo estímulo
demais para a passagem da cabeça fetal, o que impede a sonoro para avaliar resposta. Resposta e.
insinuação normal. Assim sendo, o parto deve ser findado
por cesariana. Resposta a.
61. Episiotomia é um corte feito no introito vaginal com intui-
to de facilitar o desprendimento de fetos impedidos por partes
56. A análise do partograma deve ser paltada, inicialmente,
moles. Seu uso não deve ser rotineiro, dado os riscos de infec-
pela evolução da dilatação do colo, atentando-se à descida
ção, hematoma, deiscências e até disfunção sexual. Assim, está
apenas na normalidade da primeira. Assim, nota-se, no
indicada nos casos em que realmente se percebe que a vulva
caso, que a dilatação está ocorrendo lentamente, o que traz
impõe resistência à saída do feto. Isso será mais comum em
o diagnóstico de fase ativa prolongada, cuja causa principal
fetos macrossômicos, pélvicos e distocias de ombro. Também
é distócia funcional, o que se confirma pelas contrações em
pode ser usada para acelerar o desprendimento em casos de
número e intensidade reduzidas. A correção da distócia
sofrimento fetal, ou minimizar o trauma em prematuros.
funcional deve ser tentada, inicialmente, com administração
de ocitocina endovenosa. Resposta c. Ela pode ser mediolateral direita em que se secciona, além de
pele e mucosa vaginal, os músculos transverso superficial e
57. Embora possa parecer DIP II a princípio, a cardiotoco- profundo do períneo e bulbocavernoso, vasos e nervos puden-
grafia traz desacelerações umbilicais (DIP III), o que se evi dos. E pode ser mediana, em que se corta o centro tendíneo do
dencia pela presença das acelerações ombro, o formato de V períneo, não afetando as fibras musculares previamente cita-
e recuperação da linha de base com boa variabilidade. Assim, das, nem sequer vasos pudendos, de modo que o sangramento
caracteriza-se um padrão duvidoso de carditocografia (feto será menor. Resposta e.
hipoativo- 2 pontos do índice de Zugaib, sendo um da linha
de base e outro da variabilidade; ou categoria II da OMS, que 62. Insinuação é um dos tempos do mecanismo de parto e re
é equivalente). Como o parto não é iminente ficam indica- presenta a passagem do maior diâmetro da apresentação, seja
das manobras de ressuscitação fetal como estímulo sonoro, ela pélvica ou cefálica, pelo estreito superior da bacia. Nos ca-
decúbito lateral, oxigenação, amnioinfusão etc, e posterior sos das pélvicas esse diâmetro é o bitrocantérico, nas cefálicas
é variável (nas fletidas é o subocciptobregmático, nas defletidas Perfil biofísico fetal: detecta alterações de vitalidade de
de primeiro grau o occiptofrontal, nas de segundo o occipto- forma mais específica que a cardiotocografia, mas neces-
mentoneiro e nas de terceiro o hiobregmático). Resposta c. sita de aparelho e profissional especializados. Para sua
análise, os parâmetros usados são: movimentos corpóre-
os, tônus, movimentos respiratórios, volume de líquido
63. A alteração do mobilograma apresenta alta sensibilidade
amniótico e acelerações dos batimentos cardíacos fetais
e muito baixa especificidade para sofrimento fetal. Ela então
(por meio de análise de traçado cardiotocográfico); as-
indica a realização de outra prova de vitalidade, em especial
sim, não inclui peso fetal;
a cardiotocografia.
Dopplervelocimetria: o exame que permite detecções
O Doppler é exame que mostra muita variação nessa idade
mais precocemente em casos de doenças que causem in
gestacional e tem mais valia em modelos vasculares, como
suficiência placentária, como a hipertensão.
hipertensão ou restrição de crescimento fetal.
Resposta b.
Não há necessidade de colher líquido amniótico por pun-
ção abdominal materna, bastando verificar o bem-estar fe-
tal. A avaliação de peso fetal e líquido amniótico até podem 67. A insinuação é a passagem do maior diâmetro da apre-
ser adequadas, mas não são condutas iniciais, sendo o mais sentação pelo estreito superior da bacia, momento em que o
urgente avaliar se o feto está com vitalidade preservada. vértice (parte mais externa) estará localizado no plano zero
Resposta a. de DeLee, ou seja, ao nível das espinhas ciáticas. No caso de
apresentações cefálicas fletidas o maior diâmetro é o suboc-
cipito-bregmático e, perpendicular e ele, está o biparietal, de
64. No partograma nota-se que houve dilatação completa e forma que podemos dizer que há insinuação quando o bipa-
de maneira adequada, mas a descida fetal não se completou rietal ultrapassa o estreito superior. Na verdade, o biparietal
com a mesma, estacionando-se em – 1 de DeLee, portanto é perpendicular ao maior diâmetro de qualquer forma de
feto não insinuado. Trata-se, então, de parada secundária da apresentação cefálica, casos em que a insinuação sempre será
descida. A principal causa dessa condição é desproporção considerada com sua passagem pelo estreito superior.
cefalopélvica, mas pode ser distócia funci onal. Para esta se-
gunda condição é necessário que as contrações sejam inefi- Para insinuação é preciso contrações eficazes e assinclitimos,
sendo mais comum o posterior (obliquidade de Litzmman).
cazes, o que não é o caso, pois chegam a existir 5 contrações
Resposta c.
de forte intensidade. Enfim, há desproporção cefalopélvica e
a conduta deve ser cesariana. Resposta e.
68. Partindo do princípio que se deve, em um partograma,
primeiro analisar o comportamento da dilatação, nota-se que
65. Sinais de emergência cardiotocográficos são DIP II e bra-
ela ocorre, porém lentamente. Essa condição é chamada de
dicardia sustentada. Na ausência de variabilidade, como a do
fase ativa prolongada e tem como principal causa a distócia
caso apresentado, deve-se tentar a ressuscitação fetal e refazer
funcional hipotônica (por hipoatividade), a ser confirmada
a cardiotocografia. Esta envolve decúbito lateral esquerdo,
pela análise das contrações, que no caso vemos como escas-
hidratação, oxigênio e correção de distúrbios acidobásicas.
sas. Resposta a.
Após o procedimento realiza-se nova cardiotocografia para
verificar se houve melhora dos seus parâmetros.
69. Diante do baixo aporte placentário de oxigênio o feto cen-
Apenas para lembrar, a variabilidade é a diferença entre o traliza seu fluxo, o que significa dizer que promove vasodila-
menor e maior batimento fetal na linha de base e é conside- tação em órgãos nobres, como coração cérebro e adrenais,
rada ausente (padrão silencioso) quando menor que 5 bpm. para que sejam bem nutridos, e vasoconstrição nos demais
Resposta d. territórios, o que inclui os rins (daí o oligoâmnio). Isso leva a
redução da resistência na artéria cerebral, mas se esta ocorrer
66. Avaliar vitalidade fetal significa analisar seu bem estar. isoladamente, sem o aumento da resistência umbilical, pode
Isso apenas se justifica se houver viabilidade, ou seja, possi- ser um fenômeno adaptativo transitório, sem significado clí-
bilidade de sobrevivência no meio extrauterino, o que se al- nico. Resposta d.
cança com 26 a 28 semanas. Embora realizada rotineiramen-
te, a avaliação da vitalidade fetal, em termos populacionais, 70. Parto humanizado é aquele em que há o menor número
acrescenta sobrevida apenas em gestações de alto risco, o que de intervenções possíveis. Assim sendo, tricotomias e cliste-
inclui as com pós-datismo. res não são indicados, e segundo alguns autores aumentam
Diversas são as formas de sua análise, a saber: risco de infecção. Administração de medicações uterotônicas
desnecessariamente, com ocitocina, também é prática que
Mobilograma: alto índice de falso positivo, mas com bai-
não condiz com parto humanizado. Havendo ruptura das
xo falso negativo;
membranas durante o trabalho de parto, ainda que precoce
Cardiotocografia: à semelhança do mobilograma, apresen- mente, desde que não haja prolapso de cordão umbilical, isso
ta alto índice de falsos positivos e baixo de falsos negati- em nada mudará a condução do quadro. A episiotomia deve
vos. Para sua análise, os parâmetros usados são: frequência ser feita em casos de extrema necessidade. A gestante deve
cardíaca fetal basal, variabilidade, acelerações transitórias e ter direito a livre escolha de posição e a um acompanhante.
desacelerações (não inclui movimentos fetais); Resposta a.
71. O mecanismo de parto cefálico envolve os seguintes bém, após a saída da massa placentária principal, a manobra
tempos: de Jacobs (movimentos circulares da placenta) para evitar a
Insinuação: passagem do maior diâmetro fetal pelo es- retenção de membranas ovulares.
treito superior da bacia; A revisão da vagina, especialmente de seu introíto, em busca
Descida: caminho seguido pelo feto do estreito superior de lacerações sangrantes deve ser sistemática. Resposta d.
ao inferior;
Rotação interna: rotação da cabeça no sentido de levar o 75. O traçado cardiotocográfico revela desacelerações umbi-
ponto de referencia ao subpube, ou seja, deixando a su- licais de bom prognóstico, uma vez que apresentam formato
tura sagital no sentido anteroposterior do canal de parto; em V com acelerações ombro, situação comum em período
expulsivo. O líquido meconial sem alteração de vitalidade
Desprendimento cefálico: saída da cabeça pelo introito pode ser fisiológico do termo. Assim há normalidade do qua-
vaginal. Ocorre graças ao apoio do ponto de referência dro, devendo-se aguardar a sua evolução.
no subpube (hipomóclio) e movimento da cabeça que
permita a saída de seu complemento. Por exemplo, em A conduta intervencionista estaria indicada na presença de
cefálicas fletidas o occipício apoia no pube e há deflexão DIP II ou bradicardia sustentada, que indicariam sofrimento
da cabeça para a saída da face; já nas defletidas de terceiro fetal agudo. Resposta c.
grau o mento se apoio no subpube e há flexão para des-
prendimento da parte posterior da cabeça; 76. Define-se trabalho de parto prematuro como contrações
Rotação externa: após a saída da cabeça fetal, o corpo do uterinas que levam a modificações do colo dadas por esvae-
mesmo gira no sentido de deixar os ombros em antero- ciamento de ao menos 40% ou dilatação de ao menos 2 cm,
como no caso. Não havendo contraindicações, como sofri-
posterior. A rotação se dará no sentido de deixar o feto
mento fetal ou doença materna descompensada, inicia-se a
na mesma posição que estva no início do mecanismo de
tocólise. Medidas adjuvantes devem ser tomadas em situa-
parto, direta ou esquerda;
ções especiais, como: corticoidoterapia para gestações entre
Desprendimento do ovoide córmico: saída dos ombros 26 e 34 semanas, coleta de swab anal e vaginal para cultura de
pelo introíto vaginal, primeiro o anterior e depois o pos- Estreptococo e tratamento até o resultado ou inibição, pes-
terior. quisa de infecções maternas, melhor avaliação de vitalidade
Resposta a. fetal com exames complementares (cardiotocografia, PBF,
USG com Doppler). Note que, no caso, a PA é normal, assim
como BCF, altura uterina e conteúdo vaginal, não havendo, a
72. A questão traz um caso de trabalho de parto a termo, a
princípio, contraindicação à tocólise. Resposta d.
princípio sem intercorrências. De acordo com as diretrizes
de parto humanizado é preciso: permitir livre escolha da po-
sição pela parturiente, estimulando-se a deambulação, abrir 77. São indicativos de sofrimento fetal intraparto: bradicardia
partograma com dilatação inicial à esquerda superior da li- fetal persistente, desacelerações tardias, formação de
nha de alerta, permitir acompanhante durante todo o traba- mecônio. Diante do sofrimento agudo de parto deve-se
lho de parto e parto, realizar ausculta intermitente dos bati- realizar a interrupção da gravidez pela via de parto mais rá-
mentos cardiofetais a cada 30 minutos (diminui para cada 5 pida. Estando a dilatação total e o feto insinuado (abaixo do
a 10 minutos no expulsivo), realizar episiotomia apenas se plano zero de DeLee) opta-se pela via baixa, abreviando-se o
estritamente necessário (a paridade não é indicação e sim a período expulsivo com uso de fórcipe ou vácuo extrator, caso
resistência perineal, se imposta). Resposta b. contrário há indicação de cesariana. Resposta e.
73. A presença de incisura protodiastólica em artéria uterinas 78. No caso apresentado temos dilatação total, uma vez que
após 26 semanas de gravidez indica má placentação, portanto há referência de que o parto se encontra em período expul-
maior risco de pré-eclâmpsia e restrição de crescimento fetal. sivo. O normal é que o feto seja expelido juntamente ou na
Resposta d. primeira hora após essa dilatação, o que não ocorreu, levando
ao diagnóstico sindrômico de parada secundária da descida,
restando-se saber a etiologia para conduta. O primeiro ponto
74. O parto é dividido em 4 períodos: dilatação, expulsão, de- a analisar é a altura da apresentação. Estando essa acima do
quitação e quarto período (Greenberg). No primeiro ocorre plano zero de DeLee (não insinuado) a primeira hipótese será
dilatação e esvaecimento do colo uterino, de forma concomi- desproporção cefalopélvico, embora raras vezes essa condição
tante em multíparas e separada em primigestas, em que pri- possa ser decorrente de distócia funcional; todavia, tal diferen-
meiro há esvaecimento e depois o complemento da dilatação. ciação é simples pela análise das contrações, exacerbadas na
Após a saída do feto e clampeamento do cordão umbilical desproporção e frustras na distócia funcional. Por outro lado,
inicia-se a dequitação, também chamada de secundamento. se o feto já estiver insinuado (abaixo de plano zero de DeLee,
Essa geralmente ocorre em poucos minutos e será considera- localizado às espinhas ciáticas), o diagnóstico será de distócia
da prolongada se ultrapassar 30 minutos, quando se diz ha- de rotação, o que dificulta completar-se o mecanismo de parto.
ver retenção placentária. Ao menos uma medida é necessária A correção desse distúrbio é realizada com fórcipe, sendo o de
nessa fase: a administração de 10 UI de ocitocina como for Kielland obrigatório nas rotações de 90 graus. Caso a sutura
ma de prevenção de atonia uterina, mas recomenda-se tam- sagital localize-se transversa no canal de parto e occipício vol-
tado para a direita (como nesse caso), a variedade de posição é 82. A presença de sangramento vaginal imotivado, intempes-
ODT, devendo o feto rodar 90 graus para chegar a OP e, pelo tivo e indolor, após 28 semanas, e sem o comprometimento
exposto, isso será auxiliado por fórcipe de Kielland. Distócias da vitalidade fetal ou bem-estar materno, como no caso apre-
de rotação em variedades de posição transversas costumam se sentado, traz como principal hipótese placenta prévia. A con-
acompanhar de assinclitismo, ou seja, a insinuação maior de duta é ultrassonografia para confirmar o diagnóstico e avaliar
um parietal em relação ao outro. Se o parietal a se insinuar o tipo de placenta prévia (se recobre ou não o colo do útero).
for o posterior em relação à mãe a sutura sagital situa-se mais Em relação ao parto, ele será indicado se já houver o termo
anteriormente e o parietal anterior será de mais difícil acesso da gestação, senão a opção é pela expectação, procedendo-
ao toque vaginal, e vice-versa. Resposta e. -se resolução da gravidez apenas se descompensação mater-
na ou fetal. Como a placenta prévia está muito associada a
79. A queda de batimentos cardíacos fetais durante as con- prematuridade, tanto pelo sangramento que se torna mais
trações caracteriza a desaceleração precoce, ou DIP I, que é intenso quanto pelas contrações que ele estimula, diante de
decorrente da compressão do polo cefálico pelo útero e con- seu diagnóstico até 34 semanas é adequada corticoidoterapia.
sequente ativação de reflexo vagal fetal. A não ser que os ba- Resposta a.
timentos atinjam valores muito baixos, como os de 60 bpm
ou menos, tal tipo de desaceleração não apresenta prognós- 83. Durante o trabalho de parto as contrações uterinas atin-
tico desfavorável e nenhuma conduta específica precisa ser gem sua atividade máxima no período expulsivo, quando a
tomada. A DIP I é comum em bolsa rota e fases avançadas do frequência é de 5 contrações em 10 minutos, e a intensidade
trabalho de parto. é de 60 mmHg. Na figura apresentada na questão vemos que,
Em relação à quantidade de contrações, ao final do trabalho a depender da fase do parto, a intensidade das contrações é
de parto é normal haver 4 contrações em 10 minutos, com normal (50 mmHg), entretanto há evidente aumento da fre-
intensidade de cerca de 50 mmHg (fortes), ou seja, atividade quência, que no caso é de 6 em 10 minutos, quantidade inad-
uterina de 200 uM. Há uma relação entre duração e inten- missível em qualquer fase de trabalho de parto. Assim sendo,
sidade e, para ser adequada, uma contração deve durar ao notamos taquissistolia. Resposta a.
menos 40 segundos. Assim, com 8 cm, a gestante da questão
apresenta um padrão contrátil normal, não requerendo me- 84. A figura da questão mostra um feto se insinuando, ou
dicações uterotônicas. seja, passando sua apresentação pelo estreito superior da ca-
A eliminação de mecônio, em especial fluido, nem sempre beça. Note que, para tanto, o feto inclina o polo cefálico de
indica sofrimento, pode ser decorrente de maturidade fetal. modo a permitir primeiro a passagem do parietal anterior,
Ele terá valor nesse sentido se muito espesso ou acompanha- jogando a sutura sagital para a parte posterior da mãe (o sa
do de alterações de provas de vitalidade fetal. Resposta c. cro). Esta situação é conhecida como assinclitismo anterior,
ou obliquidade de Nagële. Resposta c.
80. Sangramento profuso após secundamento caracteriza a
hemorragia pós-parto, uma das principais causas de morte 85. Sendo a glabela, ou base do nariz, o ponto de referência
materna. Essa pode ser decorrente de: (parte fetal mais facilmente palpável ao toque) persistente de
uma apresentação, esta então é cefálica defletida de segundo
1) Atonia uterina: o útero apresenta consistência amolecida
grau. Isso significa que seu diâmetro de insinuação seria o
e tamanho aumentado (o normal pós-parto é que localize-se
occipitomentoneiro, que mede cerca de 13 cm, superior ao
abaixo da cicatriz umbilical);
maior diâmetro da bacia, o transverso, que mede em torno
2) Inversão uterina: não se palpa o fundo do útero e o exame de 12 cm. Assim sendo, não há insinuação de modo que a
especular revela “tumor” vaginal, que nada mais é que o fun- conduta deve ser a realização de cesariana. Resposta b.
do se exteriorizando pelo colo;
3) Laceração de canal de parto: o útero está contraído e com 86. Observando-se a cardiotocografia apresentada notamos
tamanho adequado; a presença de desacelerações periódicas, ou seja, reduções da
4) Retenção placentária: o sangramento é mais tardio, per- frequência cardíaca fetal basal de ao menos 15 batimentos
cebido muitas horas pós-parto, e segue a secundamento in- que durem 15 segundos. É preciso então caracterizar o tipo
completo. de desaceleração, que pode ser:
No caso apresentado temos sangramento importante nas DIP precoce: ocorre por reflexo vagal de compressão do polo
primeiras horas pós-parto, útero contraído e de tamanho cefálico em casos de expulsivo ou amniorrexe prematura. A
normal. Portanto, o diagnóstico será de laceração de canal desaceleração começa e termina com a contração e o pico
de parto e a conduta deve ser a revisão desse canal para loca- de ambas é coincidente. Geralmente não se associam a sofri
lização do ponto sangrante e a sutura primária. Resposta d. mento fetal.
DIP tardia: ocorre por insuficiência placentária e hipóxia,
81. Canal de parto é o “tubo” pelo qual o feto irá passar no quando não há reservas de oxigênio para manter os batimen-
mecanismo de parto vaginal após sua insinuação, localizado tos cardíacos no mesmo nível durante toda a contração. Esse
na parte interna da mãe e com formato aproximado de J (li- tipo de desaceleração começa após o início da contração, aca-
nha de Sellheim). Assim, é constituído por segmento inferior ba depois de terminada a contração e os picos não são coin-
do útero, colo (dilatado) e vagina. Resposta d. cidentes, havendo entre eles distância maior que 20 segundos
(decalagem). Associa-se a asfixia fetal e sofrimento fetal agu- lidade fetal, e ela passa a ser obrigatória nos diagnósticos fir-
do (o feto não tem reservas para manter a frequencia cardí- mados de restrição de crescimento ou oligoâmnio. Fica claro,
aca durante toda a contração), de modo que sua persistência portanto, que não é possível estabelecer conduta final apenas
requer resolução da gravidez pela via de parto mais rápida. pela medida da altura uterina. Resposta d.
DIP umbilical: ocorre por compressões do cordão umbili
cal, para evitar elevações da pressão fetal. Geralmente tem 89. A figura da questão mostra um feto se insinuando, ou
formato de V e não costuma ter relação com as contrações seja, passando sua apresentação pelo estreito superior da ca-
uterinas. Podem ou não levar a comprometimento fetal, a beça. Note que, para tanto, o feto inclina o polo cefálico de
depender de sua repetição e sobreposição (formato de W). modo a permitir primeiro a passagem do parietal anterior,
No caso, está nítido que temos DIP tardia persistente indi- jogando a sutura sagital para a parte posterior da mãe (o sa-
cando sofrimento fetal agudo por asfixia. Resposta e. cro). Esta situação é conhecida como assinclitismo anterior,
ou obliquidade de Nagële. Resposta c.
95. O período expulsivo inicia-se com a dilatação total do 99. O mecanismo de parto é dividido em fases sequenciais:
colo do útero e termina com a expulsão do feto e clampe- Insinuação: passagem do maior eixo do feto pelo estreito
amento do cordão umbilical. Expulsivo prolongado estará
denominado superior;
presente quando sua duração for maior ou igual a 3 horas
em nulíparas analgesiadas ou 2 horas sem analgesia; para Descida: caminho percorrido pela apresentação do es-
multíparas considerar uma hora a menos. Manobras para treito superior ao inferior;
abreviar o período expulsivo, quando este se prolonga, são Rotação interna: movimento rotatório da cabeça no sen-
bem vindas. No caso, o feto está em OP e insinuado (+3 de tido de levar o ponto de referência ao osso púbico.
DeLee, sendo adequado uso de fórcipe de alívio como Simp- Desprendimento cefálico: exteriorização da cabeça fetal;
son. Resposta e.
Rotação externa: movimento rotatório do corpo do feto
no sentido de levar o ponto de referência a um transverso
96. No intraparto o método mais usado para a análise da vi- e ombro em anteroposterior;
talidade fetal é a cardiotocografia, que permite inclusive uma
Desprendimento córmico: exteriorização dos ombros.
monitorização contínua.
Geralmente o parto ocorre em apresentações cefálicas fleti-
A ultrassonografia é exame efêmero e precisaria ser repeti-
das, mas pode ocorrer em defletidas de primeiro e terceiro
do de tempos em tempos, além de conter variações do fluxo
graus. Resposta c.
de Doppler com as contrações e do líquido amniótico com o
estado das membranas; é difícil tecnicamente e faz-se neces-
sário aparelho e profissional treinado no centro obstétrico. 100. A questão traz uma descrição de uma desaceleração
precoce, do tipo DIP I, que acompanha a contração uteri-
Mobilograma é péssima análise pelo alto índice de falso posi- na (iniciam-se juntas, terminam juntas e possuem ápices
tivo e porque, com as dores ou com analgesia, há dificuldade concomitantes). Esse tipo de desaceleração é decorrente de
sensitiva por parte da gestante. Resposta b. compressão do polo cefálico e consequente reflexo vagal,
não indicando, na maioria das vezes, sofrimento fetal, e sim
97. Ao se fazer a rotação com fórcipe, especialmente de quantidade reduzida de líquido (bolsa rota, oligoâmnio) ou
Simpson, o ideal é que o movimento interno (intravaginal) período expulsivo do parto. Resposta b (a prova trazia como
das colheres seja o menor possível, para minimizar lacera- gabarito oficial é a letra D.
ções de trajeto. Para tanto o movimento externo é amplo, de
modo a criar um cone com base na extremidade manual do 101. No caso clínico apresentado pode-se notar que houve
instrumento, como é mostrado à direita da figura abaixo; à manutenção, por mais de 2 horas, da mesma dilatação. Isso
esquerda o método é errado, já que pode levar à lacerações. caracteriza parada secundária da dilatação.
A principal causa desse quadro é desproporção cefalopélvica Após a anotação da primeira dilatação, traça-se uma linha
(DCP), mas raramente pode decorrer de distócia funcional. diagonal, chamada linha de alerta, e, paralelamente a essa,
O que permitirá a dissolução dessa dúvida é a análise das quatro horas após traça-se a linha de ação. Idealmente a di-
contrações: se normais ou exacerbadas, confirma-se DCP, se latação ficará a esquerda da linha de alerta durante todo o
reduzidas, distócia funcional. Em fases avançadas do traba- trabalho de parto.
lho de parto, como a que se expõe (6 cm), esperam-se 4 con- Como o nome diz, atitude intervencionista ativa deve ser
trações de forte intensidade (50 mmHg), mas aqui notam-se tomada caso a dilatação ultrapasse a linha de AÇÃO, sendo
apenas 3 moderadas, portanto, distócia funcional. que ultrapassar a linha de alerta requer apenas maior aten-
O tratamento da DCP é cesariana e da distócia funcional uso ção. Reposta b.
de ocitocina, amniotomia e analgesia. Resposta d.
106. Diversas situações contraindicam a indução do parto,
102. Ao contrário do que se realiza na prática médica, para muito embora algumas delas permitam o parto normal nas
prevenção de hemorragia pós-parto deve-se fazer uso de oci- mulheres que iniciem as contrações espontaneamente. Nes-
tocina 10 UI no terceiro período. tas mulheres a indução pode ser infrutífera ou elevar o ris-
Visando a redução de inversão uterina e a hemorragia con- co de rotura uterina. Assim, são exemplos de situações que
sequente, não se deve tracionar intempestivamente o cordão contraindicam indução: desproporção cefalopélvica, mul-
umbilical, o que deve ser feito de maneira controlada e suave. tiparidade, apresentações anômalas (pélvicas, compostas,
córmicas), iteratividade, cirurgias uterinas prévias, herpes
Massagens uterinas e compressões ístmicas (manobra de genital ativo, infecção por HIV, gemelaridade, entre outras.
Freund) auxiliam o descolamento da placenta e podem ser Resposta e.
feitas de maneira rotineira, assim como revisão de placenta e
membranas na medida em que se exteriorizam, para avaliar
se houve retenção de partes das mesmas. 107. O caso apresenta uma gestante em trabalho de parto,
mas cuja dilatação evoliu mais lentamente do que o esperado.
O que não se deve fazer é a extração manual da placenta sem Embora o tempo de avaliação seja curto, pode-se suspeitar
a devida indicação (retenção), pois esse procedimento favo- de fase ativa prolongada, cuja principal causa é distócia fun-
rece quadros infecciosos. Resposta e. cional. Corrobora para isso o fato de que as contrações, em
momentos avançados do trabalho de parto, devem ser de 4 a
103. Segundo as normas do Ministério da Saúde, será conside- 50 mmHg em 10 minutos, e temos apenas 3 moderadas. As-
rado nativivo qualquer concepto que apresente batimentos car- sim, o provável diagnóstico é distócia funcional, cuja medida
díacos ao nascer, independentemente de seu peso. Nesse caso, inicial é administração de ocitocina. Resposta c.
faz-se necessário preencher declaração de nascido vivo e atesta-
do de óbito, providenciando-se o sepultamento. Resposta e. 108. Na cardiotocografia interessam quatro parâmetros, a
princípio: BCF basal, variabiliadade, aceleração e desace-
104. Para que haja mecanismo de parto completo é preciso leração. São anormais, e podem indicar sofrimento, BCF
que ocorra: basal menor que 110-120 bpm, variabilidade menor que 10
Insinuação: passagem do maior eixo do feto pelo estreito ou maior que 25 bpm, ausência de acelerações transitórias e
denominado superior. desacelerações do tipo DIP 2, ou tardias. As desacelerações
umbilicais, ou transitórias, serão indicativas de sofrimento
Descida: caminho percorrido pela apresentação do es-
se apresentarem repetição, não possuírem aceleração ombro
treito superior ao inferior.
(pequena aceleração ao término ou início da desaceleração),
Rotação interna: movimento rotatório da cabeça no sen
promoverem grandes quedas na frequência cardíaca ou apre-
tido de levar o ponto de referência ao osso púbico. sentarem formato de W, que mostra sua longa duração. Tome
desprendimento cefálico: exteriorização da cabeça fetal. cuidado na análise de sinais de maior e menor. Resposta b.
Rotação externa: movimento rotatório do corpo do feto
no sentido de levar o ponto de referência a um transverso 109. As desacelerações do tipo DIP I, também chamadas
e ombro em anteroposterior. de desacelerações precoces, caracterizam-se por se iniciar e
Desprendimento córmico: exteriorização dos ombros. terminar juntamente com as contrações, além de apresentar
Geralmente a insinuação se dá com a flexão da cabeça, mas nadir coincidente com pico destas. Decorrem de compres-
ela não é obrigatória, podendo ocorrer em deflexões de pri- são do polo cefálico, com consequente cavalgamento dos
meiro e terceiro graus. Resposta b. parietais que exerce pressão sobre o sistema nervoso central
gerando reflexo vagal. Justamente por serem decorrentes de
105. O partograma nada mais é que uma representação efeitos compressivos mecânicos são mais comuns em bolsa
gráfica do trabalho de parto, contendo dados a respeito das rota e período expulsivo. Resposta b.
contrações, vitalidade e posição fetal, a cada hora, para uma
análise da evolução desse parto de acordo com o tempo. A 110. Qualquer procedimento cirúrgico prévio no corpo ou
construção do memso deve ser iniciada na fase ativa do tra- fundo do útero, a exemplo de miomectomias, contraindica
balho de parto, ou seja, quando houver três contrações em 10 as contrações do parto normal pelo risco de rotura uterina
minutos e dilatação de , ao menos, 3 cm. devido a abertura da cicatriz. É preciso lembrar que, pelo trí
plice gradiente descendente, as contrações serão mais fortes e ção se inicia após o início da contração e termina depois do
duradouras no fundo, facilitando sobremaneiro rompimento final desta, sendo indicativa de hipóxia e sofrimento fetal; e
de cicatrizes ali localizadas. Resposta c. as desacelerações umbilicais, ou transitórias, que independem
das contrações e serão indicativas de sofrimento se apresen
111. Em apresentações cefálicas defletidas de segundo grau, tarem repetição, não possuírem aceleração ombro (pequena
o ponto de reparo (o mais facilmente palpável ao toque) é a aceleração ao término ou início da desaceleração), promove-
glabela, ou raiz do nariz, assim como a sutura lambdoide é das rem grandes quedas na frequência cardíaca ou apresentarem
fletidas, o ângulo anterior do bregma das defletidas de primei- formato de W, que mostra sua longa duração. Resposta c.
ro grau e o mento das defletidas de terceiro grau. De todas, a
que, de saída, pode-se dizer que há impossibilidade de par- 115. A cardiotocografia mostra desacelerações do tipo DIP
to normal é a defletida de segundo grau, pois o diâmetro de variável, ou umbilical, pois ocorrem de forma independen
insinuação (occipito-mentoneiro) mede 13 cm, o que o torna te da contração (hora coincidente, hora não), e apresentam
maior que qualquer medida do estreito superior da bacia. formato específico em V. Elas são de bom prognóstico, com
Linha de orientação é aquela que contém o ponto de referência acelerações ao início e término (acelerações ombro). Todo o
indicando sua orientação, de modo que ela não é um ponto de restante da cardiotocografia está normal: BCF basal de 140
referência. A linha de orientação em cefálicas fletidas é a sutu- pbm, variabilidade adequada, com acelerações. Assim, não
ra sagital, em defletidas de 1º grau é a sutura sagitometópica, há sinais de sofrimento fetal.
nas de 2º grau é a sutura metópica e nas de 3º grau é a linha As desacelerações variáveis são decorrentes de compressão
facial. Resposta e. do cordão umbilical, que podem ocorrer em casos de oli-
goâmnio pela redução do líquido que amortece os impactos
112. No partograma apresentado nota se uma parada secun- feto-cordão, meio externo-cordão. Resposta a.
dária da descida, em período expulsivo (10 cm de dilatação).
Essa geralmente decorre de desproporção cefalopélvica, toda- 116. No partograma apresentado nota-se uma parada secun-
via tal diagnóstico, nesse caso, fica descartado, pois o feto á dária da descida, em período expulsivo (10 cm de dilatação).
ultrapassou o plano zero de De Lee, ou seja, está insinuado. Essa geralmente decorre de desproporção cefalopélvica, to
Sendo assim, o principal diagnóstico passa a ser distócia de ro- davia tal diagnóstico, nesse caso, fica descartado, pois o feto
tação. Não se pode dizer que há polissistolia, pois se considera já ultrapassou o plano zero de DeLee, ou seja, está insinuado.
normal, em expulsivo, a presença de até 5 contrações em 10 Sendo assim, o principal diagnóstico passa a ser distócia de
minutos. Corrobora para o diagnóstico de distócia de rotação rotação, o que é corroborado pela persistência do feto em va-
a persistência do feto em variedade de posição transversa. riedade de posição transversa.
Sendo período expulsivo (período que vais da dilatação total A persistência dessa situação, desde que haja condições de
até o clampeamento do cordão) prolongado aquele que chega aplicabilidade (bolsa rota, dilatação total, feto vivo, insinu
a 3 horas em nulíparas analgesiadas ou 2 horas nas sem anal- ado), deve ser resolvida com uso de fórcipe (instrumental)
gesia; ou 2 horas em multíparas analgesiadas e 1 hora nas sem para rotação e extração do feto. Resposta c.
analgesia, como a gestante da questão está há três horas, ao
menos, em expulsivo, pode-se dizer que ele é prolongado.
117. Define-se vício pélvico como a presença de estreita-
Não é possível dizer que a gestante está em fase de latência, mento do canal ósseo que dificulta ou impossibilita o parto
pois essa termina com a presença de 3 contrações e colo com 3 normal. Pode ocorrer no estreito superior, se o conjugado
cm de dilatação. Resposta d. verdadeiro for menor que 10 cm; no estreito médio, com
parto vaginal impossibilitado se biciático menor que 8 cm;
113. Como há distócia de rotação, o feto está insinuado, vivo, ou no estreito inferior, também sem possibilidade de parto
há dilatação total, bolsa rota, e se conhece a variedade de normal se bituberoso menor que 8 cm. Fora dessas altera-
posição, além de haver período expulsivo prolongado, pelas ções é possível tentar-se o parto normal, especialmente em
condições de aplicabilidade hora descritas, fica indicado uso bacias ginecoides (mais comum). O ângulo cóccix subpúbi-
de fórcipe de rotação, no caso, fórcipe de Kielleand, uma vez co de 9 cm é muito próximo do normal, que é 9,5 cm, mas
que a rotação necessária (para levar o feto a OP) deve ser de ele aumenta de tamanho com a retropulsão do cóccix pela
90 graus. Resposta e. apresentação, de modo que dificilmente trará problemas ao
parto. Resposta e.
114. Na cardiotocografia interessam quatro parâmetros, a
princípio: BCF basal, variabiliadade, aceleração e desacelera 118. Faz parte da assistência ao primeiro período do par-
ção. São normais: BCF basal entre 110-120 bpm e 160 bpm, to (dilatação): direito a acompanhante, posição livre e mais
variabilidade entre 10 e 25 bpm, presença de acelerações tran- confortável. Quanto à analgesia, salvo contraindicações, ela
sitórias e ausência de desacelerações. Em relação a este último pode ser realizada a partir do momento em que se inicia a
parâmetro, existem três tipos de desacelerações periódicas: dor, sob anuência da paciente, independentemente da dilata-
DIP I, em que o início e o final da desaceleração são coinci- ção. A deambulação e a dieta leve devem ser mantidas quan-
dentes com os mesmos tempos na contração e denota reflexo do se visa o parto normal. O uso de ocitocina não é facultati
vagal por compressão do polo cefálico, sendo não patológica vo, sendo que apresenta indicações precisas, como a própria
na maioria das vezes; DIP II, ou tardias, em que a desacelera- distócia funcional. Enteroclisma, embora não seja rotineiro,
estimula as contrações, mas não deve ser feito em casos de A anotação da evolução em partograma é preconizada pelo
amniorrexe prematura, pois eleva o risco de corioamnionite. Ministério da Saúde, que também orienta oferecer teste rá-
Resposta d. pido se não tiver sido prévia avaliação sobre infecção pelo
vírus HIV.
119. Na cardiotocografia avaliam-se: frequência cardíaca ba- Se a apresentação não for cefálica insinuada, há maior chance
sal, variabilidade, acelerações e desacelerações. Em relação de prolapso de cordão, pois não há a cabeça, parte de maior
a frequência cardíaca basal, cujo normal é de 110 (ou 120) a diâmetro fixo do feto, para obstruir o canal ósseo. Resposta c.
160 bpm, ela pode estar alterada diante de sofrimento fetal,
porém isso também ocorre com uso de algumas medicações, 122. A amniotomia deve ser realizada no final da contração
como por exemplo, beta-agonistas ou diazepínicos, mas isso uterina para evitar prolapso de cordão umbilical.
não invalida o exame.
Durante a dequitação nunca devemos tracionar o cordão
No tocante às acelerações transitórias, se presentes costu- umbilical pelo risco de inversão uterina. Uma vez que a pla
mam indicar bem estar fetal, sendo o parâmetro que melhor centa aflorou na vulva indica-se a manobra de Jacobs que é
se relaciona com a vitalidade. Todavia, sua ausência não in enrolar a placenta numa compressão e fazer movimentos ro-
dica, necessariamente, sofrimento, e pode decorrer de sono tacionais, deixando que o próprio peso da placenta tracione
fetal, sendo útil um estímulo sonoro. as membranas.
Em relação às desacelerações, estas podem ser de três tipos: A manobra de Ritgen veio substituir a manobra de Kristeller,
DIP I (precoce), relacionada a compressão do polo cefálico, onde se introduz o indicador no ânus da paciente e empurra
DIP II (tardia), relacionada a insuficiência placentária, e DIP para cima, visando estimular a deflexão da cabeça do feto, afim
variável, relacionada a compressão do cordão umbilical. Des- de facilitar o desprendimento do polo cefálico. Resposta c.
tas, a que inequivocamente indica sofrimento é a DIP II.
O exame cardiotocográfico pode ser realizado a partir de 123. Quanto maior a resistência circulatória menor a diásto-
24 semanas quando se suspeita de sofrimento fetal, e não le, sendo sempre considerado prognóstico ruim a chamada
pelo risco de trabalho de parto prematuro. Outrossim, ser- diástole zero e diástole reversa. Desta forma quanto maior a
ve para diagnóstico de sofrimento fetal agudo, sendo que é resistência vascular, menor a diástole e, consequentemente
preciso verificar líquido amniótico para saber se há cronici- maior a relação S/D. Se a resistência estiver diminuída na ar
dade, pois o oligoâmnio revela uma centralização do fluxo téria cerebral média indica que o sangue está sendo desviado
gradual, desprivilegiando órgãos menos nobres como rins, para este local, indicando centralização fetal. Resposta c.
o que gera menor filtração renal e menor produção de uri-
na. Resposta a.
124. Existem duas definições para insinuação ou encaixe. Uma
delas é quando o maior diâmetro da apresentação fetal atinge
120. Os períodos clínicos do parto são: o estreito superior da bacia (no caso de apresentação cefálica é
Primeiro ou dilatação: mais longo, inicia-se quando há que- quando o diâmetro biparietal atinge o estreito superior). A ou-
da de progesterona e aumento de prostaglandinas, com con- tra é quando a ponta da apresentação fetal atinge o estreito mé-
sequente exposição de receptores de ocitocina, tornando o dio ou o diâmetro biciático (plano zero de De Lee). Resposta d.
útero sensível a agentes contráteis. Diz-se que há trabalho de
parto quando há contrações (3 em 10 minutos) que levam a 125. A maior garantia de bem estar fetal é a presença de uma
mudanças no colo (esvaecimento de 50-80% ou dilatação de aceleração transitória, caracterizada pelo aumento de 15 bpm
2 cm). ou mais na frequência cardíaca fetal por um período maior
Segundo período ou expulsão: inicia-se com a dilatação total ou igual a 15 segundos. Resposta a.
do colo e termina com a saída fetal, ou, segundo alguns auto-
res, o clampeamento do cordão umbilical. 126. Pelo partograma, vemos que o colo uterino está dilatan-
Terceiro período ou dequitação: é a saída da placenta. Em do mais rápido do que o normal (1 cm por hora), indicando
mais de 90% dos casos ocorrem em menos de 10 minutos, e parto precipitado, que pode ocorrer por excesso de contra-
em menos de 15 minutos 95% das vezes. É prolongado quan- ções, em número ou intensidade. Como a cada contração
do ultrapassa 30 minutos. ocorre diminuição do aporte sanguíneo para o feto, podemos
ter um sofrimento fetal. Os partos com evolução mais rápido
Quarto período ou Greenberg: é a primeira hora após a de- que o normal são mais comuns nas multíparas. Resposta b.
quitação e serve para vigilância de sangramento vaginal.
Resposta d. 127. O colo uterino estava evoluindo normalmente, e a apre-
sentação fetal chegou até +1 de De Lee e parou de progredir.
121. Na assistência ao parto é importante avaliação horária O colo uterino continuou evoluindo, as contrações atingiram
da contratilidade, a cada 30 minutos dos batimentos fetais e seu máximo (4 contrações intensas a cada 10 minutos), indi-
periódica da evolução da dilatação; todavia o tempo entre os cando parada secundária da descida, ou seja, desproporção
toques vaginais é variável conforme o período do parto, sen- cefalopélvica, sendo indicação de cesárea, uma vez que a fre-
do feito de horário tardiamente durante a fase ativa. quência cardíaca fetal começou a cair. Resposta d.
128. O estudo de doppler é um dos melhores exames para da apresentação fetal vem ocorrendo numa velocidade de 1
avaliar a vitalidade fetal, sendo que a resistência placentária cm a cada 2 horas.A variedade transversa é esperada antes da
sempre deve ser menor que a cerebral. Durante a gestação insinuação. Resposta c.
pode ser realizado nas artérias uterinas, vasos umbilicais,
artéria cerebral média fetal e ducto venoso. Quando avalia 134. Provavelmente o partograma foi aberto e a paciente ain-
os três últimos vasos tem como objetivo avaliar a vitalidade da não estava em verdadeiro trabalho de parto. Apesar de 4
fetal. Já o doppler de artéria uterina indica risco aumentado cm de dilatação cervical no início do registro, as contrações
de doença hipertensiva específica da gestação, quando revela podiam estar ineficazes ou até ausentes, gerando uma inter-
incisura diástolica bilateral após a 26ª semana de gestação. pretação errada da evolução do trabalho de parto. O parto
Resposta b. grama deveria ter sido aberto na quinta hora. Resposta a.
129. São sinais de sofrimento fetal na cardiotocografia: taqui- 135. O colo uterino progrediu corretamente, cerca de 1 cm/
cardia, bradicardia, desaceleração tardia ou DIP II, desacele- hora. Já a descida da apresentação foi boa (1 cm a cada 2 ho
ração variável ou DIP umbilical persistente e desaceleração
ras) até o plano zero de De Lee, quando não evoluiu mais, in-
prolongada (que dura 3 minutos ou mais, sendo considerada
dicando parada secundária da descida, ou seja, desproporção
uma bradicardia fetal). Resposta d.
cefalo-pélvica, sendo indicação absoluta de parto cesáreo.
Resposta b.
130. No doppler encontramos diástole reversa na artéria
umbilical e no ducto venoso, indicando comprometimen-
136. O partograma revela uma descida muito mais rápida do
to na oxigenação fetal. Porém na cardiotocografia, que é o
que o esperado, indicando o parto precipitado, que normal-
primeiro parâmetro a se alterar no sofrimento fetal agudo,
mente ocorre por excesso de contrações, em número e/ ou
o feto tem resposta adequada após estímulo sonoro ou me-
intensidade. Desta forma, podemos encontrar sofrimento
cânico, indicando, ainda, boa vitalidade. Mas como a resis-
fetal, devido à diminuição do aporte de sangue para o feto,
tência vascular está aumentada, e a gestante tem menos de
que ocorre a cada contração uterina, hipotonia uterina após
34 semanas, a indicação é fazer corticoterapia para acelerar
o parto devido à estafa uterina e, traumas durante o parto
o amadurecimento do pulmão fetal, seguido de interrupção
devido à rápida evolução pelo canal de parto. Resposta a.
da gestação após 48 horas (pico máximo de ação da cortico-
terapia). Resposta d.
137. DIP II ou desaceleração tardia é quando o pico da con
tração antecede em 20 segundos ou mais o nadir da desacele-
131. O assinclitismo é a principal forma de descida da apre-
ração. Indica insuficiência placentária, ou seja, é sofrimento
sentação fetal e o mais comum é o posterior, quando a sutura
fetal agudo. Resposta b.
sagital do feto se aproxima da pube da mãe, para que o pri-
meiro parietal que desça seja o posterior. Já no assinclitismo
anterior, a sutura sagital se aproxima do sacro e o primeiro 138. Centralização fetal indica que há pouco sangue chegan-
parietal que desce é o anterior. E, o menos comum, é o sin- do pelos vasos umbilicais e, este pouco sangue é levado para
clitismo, quando o feto não lateraliza a cabeça para descer. os órgãos nobres, ou seja, coração, cérebro e suprarrenais.
Resposta e. Desta forma, no doppler, temos uma alta resistência na arté-
ria umbilical e baixa na cerebral média. Resposta d.
132. Existem 3 tipos de desacelerações fetais, as periódicas
ou variáveis, que se relacionam com a contração uterina (e 139. Com a finalidade de avaliar a vitalidade fetal o exame de
se dividem em DIP I, II e umbilical), as desacelerações não dopplervelocimetria deve estudar, em ordem de frequência
variáveis ou não periódicas, que não se relacionam com a os vasos umbilicais, as artérias cerebrais média do feto e o
contração uterina (e não tem nenhum significado clínico, são ducto venoso. Resposta c.
as DIP 0 ou espicas) e, as desacelerações prolongadas, que
duram 3 minutos ou mais (que são consideradas como bra- 140. A glicemia de jejum acima de 95 e a glicemia 2 horas após
dicardia fetal). Resposta a. 75 gramas de glicose acima de 155, fecham o diagnóstico de
diabetes. Se a paciente não fizer um controle glicêmico ade-
133. Uma das causas de período pélvico prolongado é a cole- quado existem repercussões passíveis no feto, como macrosso
ção de líquido amniótico na frente da apresentação fetal, sen- mia, retardo de maturação pulmonar, polidrâmnio, hipoglice-
do a amniotomia um bom método para corrigir esta distócia. mia neonatal, calcificação placentária com consequente restri-
É considerada precoce quando feita numa dilatação cervical ção de crescimento e oligoidrâmnio, malformações (principal-
abaixo de 6 cm, oportuna ,quando feita entre 6 a 8 cm de mente cardíacas) e até abortamento. Resposta c.
dLatação e, tardia, quando o colo uterino já está com mais de
8 cm de dilatação. 141. Em todas as contrações uterinas ocorre desaceleração
Se foi aberto o partograma, a paciente já estava em traba- fetal, porém o pico da contração sempre coincide com o na-
lho de parto, como dito no enunciado da questão. Na hora dir da desaceleração, indicando desaceleração precoce ou
8 a paciente tinha acabado de apresentar dilatação total, não DIP I, que indica compressão do polo cefálico fetal, comple-
caracterizando um período expulsivo prolongado.A descida tamente fisiológica, principalmente no caso de membranas
rotas. Como as contrações estão bem próximas, devemos to- de parto, contendo dados a respeito das contrações, vitalida-
car a paciente pelo risco de já estar no período expulsivo do de e posição fetal, a cada hora, para uma análise da evolução
trabalho de parto. Resposta b. desse parto de acordo com o tempo. Sua construção deve ser
iniciada na fase ativa do trabalho de parto, ou seja, quando
142. As contrações estão em número e intensidade adequa- houver três contrações em 10 minutos e dilatação de , ao me-
das (não podendo-se prescrever ocitocina), porém o colo nos, 3 cm. Após a anotação da primeira dilatação, traça-se
uterino está demorando mais do que o normal (1 cm/ hora) uma linha diagonal, chamada linha de alerta, e, paralelamen-
para dilatar e, depois para de dilatar (parada com 7 cm), in- te a essa, quatro horas após traça-se a linha de ação. Ideal-
dicando parada secundária da dilatação. Não há como avaliar mente a dilatação ficará a esquerda da linha de alerta durante
desproporção cefalopélvica, uma vez que não houve dilata- todo o trabalho de parto. Resposta d.
ção correta do colo uterino e, desta forma, não há como a
apresentação fetal descer. Como não houve insinuação está 146. A hemorragia pós parto é a perda de mais 500 mL de
proibida a utilização do fórcipe. Não nos resta outra alterna- sangue em parto normal, ou mais de 1.000 mL em cesa-
tiva a não ser analgesia, mudança de decúbito e amniotomia riana. Essas análises serão feitas subjetivamente pela pre-
(visando coordenar as contrações), uma vez que a frequência sença de sinais de choque. Suas causas podem ser: atonia
cardíaca fetal está normal. Resposta d. uterina, inversão uterina, laceração de canal de parto, re-
tenção de restos placentários e distúrbios de coagulação. A
143. No partograma a dilatação cervical evoluiu corretamente, mais comum de todas é a atonia uterina, cujos fatores de
no, entanto, a descida da apresentação fetal demorou mais do risco são facilmente identificados e incluem: polidrâmnio,
que o normal (descida de 1 cm a cada 2 horas) para acontecer, gemelaridade, multiparidade, parto prolongado,
caracterizando um período pélvico prolongado, que poderia corioamnionite, cesariana etc.
ser solucionada com a aplicação de um fórcipe de alívio, uma
O mais importante é identificar a etiologia para estabelecer o
vez que as contrações estão adequadas, o colo uterino está
tratamento correto:
com dilatação total e a apresentação já ultrapassou o plano
zero de De Lee, indicando ausência de desproporção cefalo- Atonia – útero aumentado e amolecido. Tratamento se-
pélvica. Resposta b. quencial com ocitocna - ergometrina – misoprostol – ba-
lão intraútero - sutura de B-Lynch – ligadura de hipogás-
144. O primeiro parâmetro que se altera no perfil biofísico fe- tricas – histerectomia.
tal, frente ao sofrimento fetal agudo é aquele que se desenvol- Inversão – fundo não palpável + tumor vaginal. Realoca-
veu por último na embriogênese, ou seja, a frequência cardíaca ção uterina com manobra de Taxe e ocitocina posterior-
fetal basal que, termina de se desenvolver com 32 semanas de mente.
gestação, quando se forma o sistema nervoso parassimpático Laceração do canal de parto útero normoalocado e con
do feto. Depois se altera o movimento respiratório, movimento
traído. Revisão do canal visualizando-se as lacerações,
fetal e, por fim, o tônus. O índice de liquído amniótico não se
que devem ser imediatamente suturadas.
altera no sofrimento fetal agudo. Resposta a.
Retenção de placenta – hemorragia tardia. Tratado com
145. O partograma, obrigatório pela OMS e recomendado curetagem.
pelo Ministério da Saúde a todas as gestantes de alto e baixo Agenesia renal levaria a oligoâmnio, não sendo fator de risco
risco, nada mais é que uma representação gráfica do trabalho para sangramento pós-parto. Resposta a.
Consulta Idade gestacional Pressão arterial Altura uterina BCF Membros inferiores
1º 7 semanas 110 x 70 mmHg Sem edema
2º 13 semanas 100 x 60 mmHg Sem edema
3º 19 semanas 110 x 60 mmHg 18 cm 140 bpm Sem edema
4º 24 semanas 120 x 80 mmHg 22 cm 150 bpm Edema 1+/4
5º 29 semanas 130 x 80 mmHg 25 cm 145 bpm Edema 2+/4
ao pré-natal de alto risco. Considerando esse caso hi- c) parada cardíaca; gluconato de potássio; interrupção
potético, assinale a alternativa que apresenta a medica- da gravidez
ção que provavelmente foi prescrita. d) a magnesemia está dentro do nível terapêutico, não
a) captopril causando efeito adverso; gluconato de cálcio; corti-
b) enalapril coterapia seguida de cesárea segmentar
c) hidralazina e) depressão respiratória; gluconato de cálcio; inter-
d) metildopa rupção da gravidez
e) losartana
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
UERN – 2015
IAMSPE – Clínica Médica – 2015 13. São sintomas que denunciam a iminência de eclamp-
10. No tratamento de uma paciente com eclampsia com sia:
sulfato de magnésio, para evidenciar uma intoxicação a) distúrbios visuais
por este fármaco, deve-se observar o(a) b) dor epigástrica ou hipocôndrio
a) frequência cardíaca, pois o resultado e taquicardia c) cefaleia, náuseas e vômitos
b) aparecimento de hipotensão postural d) todas acima
c) aparecimento de depressão respiratória
ACERTEI ERREI DÚVIDA
d) aumento da temperatura central
e) presença de hiperreflexia
UERN – 2015
ACERTEI ERREI DÚVIDA
14 No diagnóstico de pré-eclâmpsia se define proteinú-
ria se a urina de 24h apresentar quantidade de proteí-
Santa Casa-SP – 2015 na maior que:
11. Primigesta, idade gestacional de 34 semanas e 3 dias, a) 300 mg
chega ao pronto-socorro trazida por familiares e b) 500 mg
desacordada, com história de ter apresentado crise c) 700 mmg
convulsiva previamente. Ao exame nota-se pressão d) 100 mg
arterial de 160 x 110 mmHg, altura uterina de 30 cm,
ACERTEI ERREI DÚVIDA
dinâmica uterina ausente e colo impérvio. Os fami-
liares negam história de epilepsia e na carteira de pré-
-natal consta aumento de níveis pressóricos a partir UFG – 2015
de 28 semanas de gravidez, quando foi indicado uso 15. O diabetes gestacional é uma intercorrência obsté-
de alfa metidopa. A cardiotocografia mostra vitalida- trica que eleva a mortalidade perinatal. No teste de
de fetal preservada. Além da administração de hidra- tolerância à glicose com a determinação da glicemia
lazina, a conduta mais correta será: após duas horas da ingestão de 75 gramas, o valor da
a) cesariana imediata glicemia que confirma o diagnóstico é maior que
b) administração de sulfato de magnésio e resolução da a) 95 mg/dl
gestação após estabilização do quadro b) 180 mg/dl
c) administração de sulfato de magnésio e corticoterapia c) 170 mg/dl
d) indução do parto e administração de sulfato de mag- d) 140 mg/dl
nésio no puerpério imediato
e) acompanhamento da vitalidade fetal até 37 semanas ACERTEI ERREI DÚVIDA
e) o teste diagnóstico após 24 semanas é o perfil glicê- a população estudada e os critérios utilizados para
mico tradicional sendo a glicose plasmática deter- diagnóstico. É a complicação médica mais comum
minada em jejum, após 1 hora e após 2 horas da gravidez e a principal causa de morbimortalida-
des materna e perinatal. Sobre a hipertensão na ges-
ACERTEI ERREI DÚVIDA
tação assinale a a昀椀rmação correta.
a) define-se como hipertensão arterial quando a pres
Hospital da Cruz Vermelha – 2015 são arterial sistólica atinge valor ≥ 135 mmHg e/ou
29. Com relação à etiopatogenia da pré-eclâmpsia, qual a pressão arterial diastólica atinge valor ≥ 85 mmHg,
das teorias melhor explica a DHEG, qual o exame que em duas medidas com intervalo de pelo menos qua-
pode prever este fato, qual o achado e com quantas tro horas
semanas é feito? b) hipertensão arterial crônica: definida como a hiper-
a) teoria da isquemia placentária (falta da segunda tensão arterial que está presente antes da ocorrência
onda de invasão trofoblástica), Ecografia morfológi- da gestação ou diagnosticada antes da 20ª semana da
ca fetal, prega nucal com 11 a 13 semanas mesma
b) teoria do Sofrimento Fetal, Dopplerfluxometria, in- c) hipertensão gestacional: definida pela presença, ape-
cisura bilateral de artérias uterinas, 15-18 semanas
nas no final da gestação, de hipertensão arterial sem
c) teoria da isquemia placentária (falta da segunda
proteinúria, em gestante sem história de hipertensão
onda de invasão trofoblástica), Dopplerfluxometria,
arterial
incisura bilateral de artérias uterinas, após 20-23 se-
d) o sulfato de magnésio, utilizado na prevenção de
manas
d) teoria da isquemia placentária (falta da segunda eclampsia atinge nível terapêutico na concentração
onda de invasão trofoblástica), Dopplerfluxometria entre 10 a 20 mEq/L, próxima dos níveis tóxicos,
de artéria umbilical e cerebral média, centralização, portanto durante sua administração deve-se garan-
28 semanas tir diurese de 100 mL nas últimas quatro horas
e) teoria da isquemia placentária (falta da primeira
ACERTEI ERREI DÚVIDA
onda de invasão trofoblástica), cardiotocografia,
DIP 2, 20-23 semanas
PUC-PR – 2015
ACERTEI ERREI DÚVIDA
32. Primigesta, 30 anos, na 37ª semana de gestação, pro-
curou a Emergência referindo presença de cefaleia
Hospital da Cruz Vermelha – 2015 pulsátil há 24 horas, escotomas e confusa, mesmo
30. Qual a conduta imediata mais adequada para gestan- usando 500 mg de alfametildopa a cada 12 horas. Ao
te primigesta de 18 anos com 33 semanas de gestação, exame encontra-se edemaciada e com PA: 160/110
com datação por ultrassonografia de 1o trimestre mmH. Diante deste quadro clínico, a conduta medi-
após o diagnóstico de pré-eclâmpsia grave? camentosa mais bem indicada é:
a) prescrição de Metildopa 250mg a 02 g/dia, dieta li- a) difenil-hidantoína
vre, corticóide intramuscular, controle ambulatorial b) sulfato de magnésio
da PA e exames laboratoriais c) benzodiazepínico
b) prescrição de Metildopa 250mg a 02 g/dia, dieta hi-
d) levomepromazina
possódica, corticóide intramuscular, controle ambu-
e) dipirona
latorial
c) internação, Repouso DLE, Avaliação de vitalidade ACERTEI ERREI DÚVIDA
fetal, controle da PA na próxima hora com propa-
nolol, corticóide, Hidróxido de magnésio dose de
ataque e manutenção, interrupção da gestação PUC-RS – 2015
d) internação, Repouso DLE, Avaliação de vitalidade 33. Primigesta, com 36 semanas, hipertensa há 3 anos,
fetal, controle da PA na próxima hora com hidra- em uso de 2 g de metildopa ao dia, procura a emer-
lazina, Sulfato de magnésio dose de ataque e manu- gência por cefaleia occipital e escotomas. Traz exame
tenção, corticóoide, controle de diurese e reflexos de urina com proteinúria significativa. Ao exame: PA
neurológicos, solicitar exames complementares, ob de 156 x 100 mmHg, BCF de 168 bpm, altura uterina
servar 24 hs de 34 cm, sem contrações, colo uterino GPF. A condu-
e) interrupção imediata por cesareana sem a necessi- ta inicial mais adequada é
dade de sulfato de magnésio a) realizar cesárea de imediato
ACERTEI ERREI DÚVIDA b) induzir o parto com misoprostol
c) administrar nifedipina sublingual
d) administrar hidralazina endovenosa
INCA – 2015 e) administrar sulfato de magnésio endovenoso
31. A hipertensão arterial complica cerca de 7 a 10% de
todas as gestações, incidência que pode variar com ACERTEI ERREI DÚVIDA
UERJ – 2015
Santa Casa – BH– 2015 38. Jovem de 18 anos, GI-P0, 33 semanas de gestação,
35. Em relação às síndromes hipertensivas na gravidez, chega ao hospital com queixas de cefaleia, náuseas
assinale a alternativa INCORRETA. e dor epigástrica em barra. Ao exame físico: PA =
a) as pacientes que não realizaram o pré-natal são con- 170 x 110mmHg; AFU = 29cm; BCF = 128bpm, me-
sideradas hipertensas crônicas, se a hipertensão ar- trossístoles ausentes, útero com tônus normal, colo
terial persistir após 4 semanas pós parto uterino posterior, longo e fechado. A conduta que
b) a síndrome HELLP é um diagnóstico laboratorial deve ser adotada, inicialmente, para esse caso é:
caracterizado por plaquetas < 100.000; TGO e TGP
a) indicar cesariana imediata por iminência de eclâmp
> 70; DHL > 600
sia
c) o sulfato de magnésio é a droga de escolha para a
b) iniciar sulfato de magnésio e hidralazina venosa
prevenção da eclâmpsia
c) utilizar diazepam para evitar crise convulsiva
d) a nifedipina e a hidralazina são as drogas de escolha
d) iniciar metildopa e nifedipina
para o tratamento da crise hipertensiva
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
UFSC– 2015
SURCE– 2015
39. Assinale a alternativa que responde CORRETAMEN-
36. Gestante de 18 anos foi encaminhada para a Mater-
TE à pergunta abaixo.
nidade por apresentar PA=160x100mmHg durante a
consulta pré-natal, que reduziu para 140x100mmHg Qual recomendação, com base em evidências, é efeti-
após decúbito lateral esquerdo. Negava cefaleia, va na profilaxia da pré-eclâmpsia?
turvação visual, náuseas, vômitos ou epigastralgia. a) ( ) repouso domiciliar na paciente inquieta
Realizou exames laboratoriais com os seguintes re- b) ( ) aas quando há aumento da resistência nas arté-
sultados: plaquetas=160.000/mm3, TGO= 20U/L, rias uterinas
TGP= 30U/L, LDH= 250U/L, Creatinina=0,9mg/ c) ( ) dieta hipossódica na hipertensão arterial sistê-
dl, proteinúria de 24h=350mg. A ultrassonogra昀椀a mica crônica
obstétrica revelou idade gestacional de 30 semanas, d) ( ) complementação de cálcio em todas as primi-
peso fetal estimado no 5º. Percentil, índice de líquido gestas
amniótico de 20mm e doppler do ducto venoso com e) ( ) heparina na trombofilia hereditária
onda A zero. De昀椀na a MELHOR conduta dentre as
ACERTEI ERREI DÚVIDA
opções abaixo.
a) acompanhamento ambulatorial
b) repetir doppler com 1 semana. UNICAMP – 2015
c) induzir parto com misoprostol 40. Mulher, 19a, com pré-natal adequado, e níveis pres-
d) indicar parto abdominal sóricos normais evoluiu para parto normal a termo,
sem intercorrências. No alojamento conjunto, após
ACERTEI ERREI DÚVIDA
18 horas do parto, a paciente apresentou convulsão
tonicoclônica generalizada. QUAL A HIPÓTESE
UERJ– 2015 DIAGNÓSTICA E AS CONDUTAS:
37. Paciente de 28 anos, GII-PI, apresentou os seguintes a) eclâmpsia atípica; iniciar fenitoína endovenosa e so-
resultados dos exames de rotina pré-natal no primei- licitar exame de imagem
b) eclâmpsia puerperal; iniciar sulfato de magnésio e c) diabetes mellitus gestacional; tratar com dieta e exer-
avaliação laboratorial cício físico
c) eclâmpsia atípica; iniciar sulfato de magnésio e soli- d) tolerância normal à glicose; TOTG, 75 g na próxima
citar avaliação do neurologista gestação
d) eclâmpsia puerperal; iniciar benzodiazepínico e so
licitar exame de imagem ACERTEI ERREI DÚVIDA
encontra com 28 semanas de gravidez. É correto afir- pressão sistólica superior a 140 mmHg e pressão
mar que: diastólica inferior a 90 mmHg
a) é diabética gestacional c) a pré-eclâmpsia é caracterizada por hipertensão
b) se todas as glicemias de jejum até esta idade gesta- arterial e proteinúria iniciadas após 18 semanas de
cional forem abaixo de 85 mg/dL, esta gestante não é gravidez
diabética d) a pré-eclâmpsia grave ocorre na presença, entre ou-
c) deverá realizar um teste de sobrecarga com 50 g de tros fatores, de: diurese inferior a 500 mL em 24 ho-
glicose e avaliar a glicemia em 1 hora ras, distúrbios visuais e edema de pulmões
d) se a glicemia após 1 hora da sobrecarga com 75 g
for igual ou superior a 180 mg/dL ou se após 2 ho- ACERTEI ERREI DÚVIDA
ras for maior ou igual a 153 mg/dL ela é diabética
gestacional UERJ – 2014
ACERTEI ERREI DÚVIDA 51. Antônia, 36 anos, gesta III para II, com diagnóstico
de hipertensão arterial sistêmica crônica há cinco
anos, sem evidência de lesões em orgãos-alvo, procu-
CREMESP – 2014 ra atendimento de pré-natal com oito semanas de ges-
48. Gestante de 16 semanas apresenta glicemia de jejum tação. Faz uso de atenolol 50 mg/dia. Ao exame físico
115 mg/dL. Deve-se realizar: apresenta: PA=110/60 mmHg, útero intrapélvico, FC
a) teste de tolerância oral à glicose com sobrecarga oral = 68 bpm. Diante deste quadro, a conduta mais ade-
de 50 g de glicose quada deve ser a:
b) curva glicêmica de 2 horas com sobrecarga oral de a) suspensão do atenolol
100 g de glicose b) manutenção da medicação utilizada
c) nova glicemia de jejum c) substituição da medicação para metildopa
d) controle de glicemia capilar pós-prandial d) associação da metildopa à medicação utilizada
e) dosagem de hemoglobina glicada
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
UERJ – 2014
CREMESP – 2013 52. Alessandra na 33ª semana de gestação, com diagnós-
49. Em relação à pré-eclâmpsia pode-se afirmar, EXCETO: tico de diabete mellitus tipo I há 15 anos e glicemias
a) a restrição de crescimento fetal, associada ao qua- descontroladas no pré-natal, é internada com diag-
dro, ocorre por deficiência intrínseca do produto- nóstico de trabalho de parto prematuro. Ao exame
conceptual obstétrico, apresenta metrossístoles 2/10’/45”, BCF =
b) trata-se de doença sistêmica, associada ao aumento 140 bpm, tônus uterino normal, colo centralizado de
da reatividade vascular 80% apagado, 2 cm de dilatação e bolsa íntegra. Nesta
c) a insuficiência placentária associa-se com a falha da situação, a melhor escolha para tocólise deve ser:
segunda onda de migração trofoblástica a) nifedipina
d) PAD > 110 mmHg, e diurese < 25 mL/h revelam b) salbutamol
quadro de pré-eclâmpsia grave c) indometacina
e) a presença de proteinúria permite o diagnóstico di- d) sulfato de magnésio
ferencial com hipertensão arterial crônica
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
UNICAMP – 2014
INCA-RJ – 2014 53. Mulher, 35 anos, G2P1, inicia o acompanhamento
50. A hipertensão arterial complica cerca de 7 a 10% de pré-natal com 14 semanas de amenorreia. Anteceden-
todas as gestações, incidência que pode variar de tes pessoais = hipertensão arterial há 7 anos (desde a
acordo com a população estudada e com os critérios primeira gestação), em uso de diurético tiazídico em
utilizados para diagnóstico. É a complicação médica dias alternados. Exame físico: PA = 120x70 mmHg,
mais comum da gravidez e a principal causa de mor- IMC = 36 kg/m², fundo de olho normal, sem outras
bimortalidades materna e perinatal. Em relação a sua alterações. A CONDUTA É:
epidemiologia e classificação é correto afirmar que: a) suspender o diurético, controle de PA, orientação
a) a hipertensão gestacional é o aumento da pressão nutricional, evitar atividade física
arterial com proteinúria após 18 semanas de gra- b) trocar o diurético por alfametildopa, controle de PA,
videz, em mulheres com pressão arterial normal orientação nutricional, evitar atividade física
anteriormente c) suspender o diurético, controle de PA, orientação
b) a hipertensão gestacional é diagnosticada quando nutricional, recomendar atividade física leve, intro
mulheres com pressão arterial normal antes da gra- duzir ácido acetilsalicílico 100 mg/dia e carbonato
videz desenvolvem, após 18 semanas de gravidez, de cálcio
d) trocar o diurético por alfametildopa, controle de PA, 4+/4+, edema de mãos e face 2+/4+ e algumas peté-
orientação nutricional, recomendar atividade física quias pelo corpo. Considerando-se a principal hipó-
leve, introduzir acido acetilsalicílico 100 mg/dia e tese diagnóstica, os exames subsidiários que precisam
carbonato de cálcio ser solicitados são:
a) ureia, creatinina, sódio, potássio, hemograma com-
ACERTEI ERREI DÚVIDA pleto
b) AST/TGO, ALT/TGP, bilirrubinas, albumina, fator
UNESP – 2014 V, coagulograma, glicemia
54. Na 20ª semana de gestação, devido a glicemia de je- c) ultrassonografia de abdome total, amilase e bilirru
jum de 92 mg/dL, paciente foi referenciada para ser- binas
viço de alto risco no qual foi repetida a glicemia de d) bioquímica, bacterioscópico e cultura de líquido cé-
jejum e solicitada hemoglobina glicada (HbA1c). falorraquidiano
A glicemia de jejum confirmou os níveis anteriores, e) ureia, creatinina, transaminases hepáticas, bilirrubi-
com hemoglobina glicada de 6,0%. O diagnóstico é: nas, hemograma completo, lactato-desidrogenase
a) overt diabetes ACERTEI ERREI DÚVIDA
b) normoglicemia
c) intolerância de jejum à glicose
d) diabete melito gestacional PUC-RS – 2014
e) risco para diabete melito gestacional 57. Sobre a síndrome HELLP, são feitas as assertivas se-
guintes:
ACERTEI ERREI DÚVIDA
I. Cesariana é a via de parto da eleição.
II. Plaquetas abaixo de 50.000 são contraindicação à
Santa Casa-SP – 2014 anestesia peridural ou raquidiana.
55. Na avaliação pré-natal de secundigesta com aborta-
mento espontâneo anterior, com 35 anos, IMC = 31, III.Níveis pressóricos maiores ou iguais a 160/110
os exames complementares demonstraram: tipagem mmHg e proteinúria maior ou igual a 2 g/24 horas
sanguínea O Rh (+), Hb = 11 g/dL, Ht = 30%, glice- são critérios diagnósticos.
mia de jejum = 128 mg/dL com Hb glicada = 6,8 , Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s):
Urina tipo I normal e sorologias negativas (HIV, sí- a) I, apenas
filis, HBs-Ag) com susceptibilidade à toxoplasmose. b) II, apenas
Ultrassonografia: gestação compatível com 16 sema- c) III, apenas
nas, feto único, com peso no percentil 87, placenta d) II e III, apenas
anterior grau zero, líquido amniótico subjetivamente e) I, II, III
normal; presença de malformação cardíaca comple-
xa. Tais achados estão mais associados com: ACERTEI ERREI DÚVIDA
a) anemia materna, que em decorrência da hemodilui-
ção e hipóxia tecidual induz à hidropsia fetal
UFRN – 2014
b) diabetes gestacional, com macrossomia fetal, e
58. Em relação às Síndromes Hipertensivas da Gestação,
maior susceptibilidade a infecções congênitas
é correto afirmar que:
c) obesidade materna, que favorece a macrossomia fe-
a) a depressão respiratória desenvolve-se quando o ní-
tal, e em conjunto com anemia materna, à cardiopa-
vel plasmático de magnésio atinge 8 mEq/L
tia fetal b) as convulsões por eclampsia são quase sempre pre-
d) diabetes mal controlada no primeiro trimestre, que venidas por níveis plasmáticos de magnésio manti-
em decorrência da hiperglicemia favorece a malfor- dos em 4 a 7 mEq/L
mação fetal por hipóxia tecidual c) a administração de diuréticos não compromete a
e) idade materna avançada, com risco aumentado para perfusão placentária, pois seus efeitos imediatos não
malformação fetal por maior risco de trissomias interferem no volume intravascular
ACERTEI ERREI DÚVIDA d) a hipertensão gestacional é caracterizada pela pre-
sença de proteinúria e PA de 140/90 mmHg pela pri-
meira vez na gestação
Albert Einstein – R1 – 2014
56. Primigesta com idade gestacional 31 semanas, há ACERTEI ERREI DÚVIDA
3 dias apresenta cefaleia progressiva. Hoje procura
pronto-socorro com náuseas, vômitos, escotomas, Hospital Municipal São José-SC – 2014
inapetência, dor em hipocôndrio direito e epigastral- 59. Em relação às características fisiopatológicas da prée-
gia. Ao exame clínico: pressão arterial de 180 × 120 clâmpsia, analisar os itens abaixo:
mmHg, altura uterina de 27 cm, batimentos cardíacos
I. Disfunção endotelial.
fetais 132 bpm rítmicos, dinâmica uterina ausente,
tônus uterino normal, edema de membros inferiores II. Vasoespasmo.
e) elevação das enzimas hepáticas, liberação de lipo- c) curva glicêmica com 75 g de dextrose, com valores-
proteínas placentárias e fatores pró-trombóticos -limite de 95, 180 e 155 mg/dL, considerando diag-
nóstico com dois valores alterados
ACERTEI ERREI DÚVIDA
d) teste de sobrecarga com 75 mg de dextrose, conside-
rando diagnóstico quando acima de 140 mg/dL em
UCPEL-RS – 2013 duas horas
66. As opções apresentam critérios de pré-eclâmpsia gra- e) teste de sobrecarga com 100 g de dextrose, com valo-
ve, EXCETO: res-limite de 92, 180, 153 e 140 mg/dL, consideran-
a) trombocitopenia do diagnóstico com dois valores alterados
b) pressão arterial maior ou igual a 160 x 110 mmHg,
ACERTEI ERREI DÚVIDA
persistente
c) elevação das enzimas hepáticas
d) oligúria UNESP – 2013
e) ácido úrico elevado 71. Ao iniciar tratamento clínico de gestante com diag-
ACERTEI ERREI DÚVIDA nóstico de eclâmpsia, a dose de sulfato de magnésio a
ser administrada é:
a) quatro gramas EV
UCPEL-RS – 2013 b) quatro gramas EV associadas a cinco gramas IM
67. A principal causa de óbito materno por eclâmpsia é: c) cinco gramas IM
a) hemorragia cerebral d) dez gramas EV associadas a dez gramas IM
b) coagulação intravascular disseminada e) dez gramas IM
c) insuficiência renal
d) ruptura de hematoma hepático ACERTEI ERREI DÚVIDA
e) edema agudo de pulmão
ACERTEI ERREI DÚVIDA SUS-SP – 2013
72. Das complicações abaixo, não é mais frequente no
diabete gestacional:
UFPE – 2013
a) hipoglicemia neonatal
68. Que alteração é frequentemente encontrada no exa-
b) polidrâmnio
me de fundo de olho em paciente com pré-eclâmpsia?
c) policitemia
a) hemorragia
d) desconforto respiratório do recém-nascido
b) edema
e) hipercalcemia neonatal
c) exsudato
d) espasmo de arteríolas retinianas ACERTEI ERREI DÚVIDA
ram plaquetas de 90.000/mm³, alteração das enzimas b) internação hospitalar, propedêutica laboratorial
hepáticas, proteinúria 24 horas com 3 gramas. Qual a para síndrome HELLP, avaliação da vitalidade fetal,
conduta mais adequada? sulfato de magnésio
a) administrar corticoides e anti-hipertensivo, aguar- c) interrupção da gestação
d) prescrição na nifedipina ou metildopa e reavaliação
dar 48 horas e interromper a gestação
da PA após um dia
b) administrar sulfato de magnésio, anti-hipertensivo
para controle do pico hipertensivo e interromper a ACERTEI ERREI DÚVIDA
gestação
c) administrar corticoides e anti-hipertensivo e inter- UNICAMP – 2012
romper de imediato a gestação 77. Primigesta, 25 anos, 32 semanas, queixa-se de cefaleia
d) administrar corticoides e sulfato de magnésio, intensa holocraniana, de início súbito há 30 minutos.
aguardar 48 horas e interromper a gestação Tem diagnóstico de anemia falciforme e é tabagista
e) deixar a paciente em repouso absoluto, administrar (1 maço/dia) há 5 anos. Exame físico: PA = 150 x 90
anti-hipertensivo, fazer curva pressórica. Caso não mmHg; agitada, flexão cervical limitada por dor; sem
déficits focais neurológicos; reflexos osteotendíneos
haja melhora do quadro, interromper a gestação
normais; exame de fita urinária com traços de prote-
ACERTEI ERREI DÚVIDA ína. Sem alterações relevantes no exame obstétrico e
fetal. O diagnóstico e a conduta são:
a) pré-eclâmpsia grave com iminência de eclâmpsia;
USP-RP – 2012 anti-hipertensivos e sulfato de magnésio, avaliação
75. Paciente, 37 anos de idade, primigesta com 32 sema- clinicolaboratorial, avaliação da vitalidade fetal
nas de gestação é acompanhada no ambulatório de b) crise de falcização; analgesia, hidratação, transfusão
pré-natal de alto risco por hipertensão gestacional sanguínea e interrupção da gestação por cesariana
estando em uso de alfametildopa 750 mg/dia. Na c) pré-eclâmpsia grave; anti hipertensivos e analgési
cos, avaliação clinicolaboratorial, avaliação da vitali-
consulta médica apresenta-se sem queixas. Após 30
dade fetal
minutos de decúbito lateral esquerdo, apresenta PA
d) hemorragia subaracnoidea; acesso venoso calibroso,
= 140 x 90 mmHg, porém com curva de pressão arte- hidratação, oxigenioterapia e tomografia computa-
rial média sistólica de 160 mmHg e diastólica de 105 dorizada de crânio
mmHg. Atividade uterina ausente e BCF = 144 bpm.
ACERTEI ERREI DÚVIDA
A cardiotocografia mostrou feto ativo e reativo. Qual
é a conduta mais adequada?
UFSC – 2012
a) aumentar a dose de alfametildopa e iniciar corti-
78. Paciente com pré-eclâmpsia, em trabalho de parto,
coide apresenta o traçado de cardiotocografia abaixo.
b) solicitar exames de comprometimento sistêmico e
iniciar hidralazina EV
c) retorno em três semanas com cardiotocografia e
curva pressórica
d) internação para avaliação da vitalidade fetal e reso-
lução da gravidez
ACERTEI ERREI DÚVIDA
UFMG – 2012
76. Você está de plantão na maternidade e recebe uma ges-
tante de 23 anos, primigesta, com queixa de cefaleia,
visão borrada e oligúria. A pressão arterial (PA) é 160 x
100 mmHg, medida da altura uterina 28 cm, batimen-
tos cardíacos fetais 140 bpm). Ao toque vaginal, o colo
uterino está entreaberto, centralizado, 50% apagado.
Diante do quadro descrito, assinale a alternativa que
corresponde à conduta inicial CORRETA para o caso:
a) internação hospitalar, prescrição de hidralazina e in-
terrupção da gestação
Assinale a alternativa que apresenta a interpretação: b) necrose focal da periferia de lobo hepático
a) alcalose fetal c) redução da volemia
b) acidemia fetal d) hemorragia e edema cerebral
c) anemia fetal grave e) disfunção celular endotelial
d) compressão do polo cefálico
e) traçado normal ACERTEI ERREI DÚVIDA
Ao exame físico, demonstra pressão arterial (PA) = talidade fetal revela feto ativo com índice de líquido
160/120 mmHg, batimentos cardíacos fetais (BCF) = amniótico normal. Conduta:
110 bpm. Ao exame da fita urinária reagente, apre- a) solicitar proteinúria de 24 horas
senta presença de proteínas 4+. A paciente evolui com b) solicitar ultrassonografia obstétrica
quadro de convulsão tonico clônica, rebaixamento do c) aumentar metildopa para 2 g/dia
nível de consciência e salivação abundante. Sobre as d) aguardar trabalho de parto
medidas prioritárias a serem adotadas neste caso, e) indicar cesárea
considere as a firmativas a seguir.
ACERTEI ERREI DÚVIDA
I. Controle da crise hipertensiva com metildopa.
II. Administração imediata de diazepam endoveno-
so. SUS-SP – 2012
89. São critérios diagnósticos de pré-eclâmpsia grave:
III.Administração imediata de sulfato de magnésio a) edema agudo de pulmão; pressão arterial diastólica
endovenoso. ≥ 100 mmHg
IV. Controle da crise hipertensiva com hidralazina b) oligúria < 1.000 mL/dia; plaquetopenia < 50.000 pla
endovenosa. quetas/mm3
c) pressão arterial sistólica ≥ 140 mmHg; pressão arte-
Assinale a alternativa correta.
rial diastólica ≥ 100 mmHg
a) somente as afirmativas I e II são corretas
d) proteinúria ≥ 5 g/24 horas; edema agudo de pulmão
b) somente as afirmativas I e III são corretas
e) oligúria < 1.000 mL/dia; proteinúria ≥ 5 g/24 horas
c) somente as afirmativas III e IV são corretas
d) somente as afirmativas I, II e IV são corretas
e) somente as afirmativas II, III e IV são corretas SES-SC – 2012
90. Com relação a avaliação da paciente com síndrome
ACERTEI ERREI DÚVIDA hipertensiva na gravidez, assinale a alternativa IN-
CORRETA:
a) considera-se que a hipertensão que aparece antes da
UEL – 2012
20ª semana da gestação não tem causa toxêmica
87. Primigesta de 23 anos e com 39 semanas de gestação
b) frequentemente a toxemia gravídica acontece antes
foi internada devido à elevação dos níveis pressóricos
da 24ª semana
(150/100 mmHg) há dois dias. Seus níveis pressóri-
c) na gravidez nem sempre se acentuam as cifras ten-
cos durante a gestação foram em média de 100/70
sionais de pacientes hipertensas
mmHg. À internação, queixava-se de cefaleia frontal,
d) quando sobre a hipertensão se sobrepõe o quadro
borramento da visão, náuseas, vômitos e dor abdomi-
toxêmico a enfermidade hipertensiva pode ser ace-
nal. Vitalidade fetal preservada à cardiotocografia,
lerada e levar a insuficiência ventricular esquerda
ou seja, categoria I com contrações uterinas espo-
e) as síndromes hipertensivas afetam a evolução da
rádicas. Colo uterino impérvio, posterior. Realiza-
prenhez elevando os índices de interrupção e de
da nova aferição de pressão arterial que evidenciou
mortalidade perinatal devido a inadequado desen-
160/100 mmHg. Fita reagente urinária negativa para
volvimento intrauterino do concepto
proteínas, desidrogenase láctica de 200, plaquetas de
160.000 mm3, TGO de 22, hematócrito de 34%. Com ACERTEI ERREI DÚVIDA
base no enunciado, assinale a alternativa que apresen-
ta a hipótese diagnóstica mais provável.
a) pré-eclâmpsia grave SES-RJ – 2012
b) hipertensão gestacional 91. Assinale a alternativa INCORRETA sobre pré-eclâmp-
c) hipertensão crônica sia:
d) hipertensão crônica com pré-eclâmpsia superajuntada a) caracteriza-se por hipertensão e proteinúria
e) síndrome HELLP b) está relacionada à ocorrência de macrossomia fetal e
poli-hidrâmnio
ACERTEI ERREI DÚVIDA c) a endoteliose capilar glomerular é a lesão característica
d) ocorre hemoconcetração
SUS-SP – 2012 ACERTEI ERREI DÚVIDA
88. Paciente 3 gesta 1 para (cesárea) 1 aborto (espontâ-
neo), 34 anos, com hipertensão arterial pré-gesta-
cional, em uso de metildopa 1,5 mg/dia, é atendida SES-RJ – 2012
em consulta de pré-natal com 38 semanas. Ao exame: 92. Gestante previamente hígida apresenta os seguintes
pressão arterial = 130 x 90 mmHg; altura uterina = exames com 27 semanas de gestação: Glicemia de je-
30 cm; dinâmica uterina ausente; toque = colo grosso, jum: 110 mg/dL. Glicemia 2 horas pós 75 gramas de
posterior dilatado 2 cm, membranas íntegras, apre- dextrosol: 160 mg/dL. A glicemia de jejum realizada
sentação cefálica; amnioscopia = líquido claro com com 10 semanas de gestação foi de 79 mg/dL. Essa
grumos grossos. Ausência de edemas. Prova de vi- gestação possui como riscos fetais e neonatais:
d) hipertensão arterial, descolamento de retina e então e) diabete pré-gestacional classe F tem doença corona-
edema riana com evidência clínica
e) hipertensão arterial, descolamento de retina e então
proteinúria ACERTEI ERREI DÚVIDA
c) sulfato de magnésio 50% 2 ampolas IM. Transferên- d) pré-eclâmpsia; sulfato de magnésio via endovenosa
cia para o hospital de referência e) eclâmpsia; resolução por cesárea
d) nifedipina 10 mg e diazepam 10 mg VO e observa-
ção no pronto atendimento. Transferência para o ACERTEI ERREI DÚVIDA
hospital de referência se não houver melhora
UFC – 2011
ACERTEI ERREI DÚVIDA
109. Gestante 18 anos, G3P1A1, durante consulta pré-na-
tal apresentou PA 140 x 100 mmHg e proteinúria 24
USP-RP – 2011 horas = 250 mg/L. Realizou ultrassonografia que evi-
106. Mulher, 39 anos de idade, G4P3A0, com 35 semanas denciou gestação de 32 semanas sem anormalidades.
de gestação é acompanhada no ambulatório de pré- Qual a classificação mais adequada para essa condi-
-natal de alto risco por hipertensão arterial crônica, ção clínica?
estando em uso de alfametildopa 1,5 g/dia. Foi ad- a) pré-eclâmpsia leve
mitida no centro obstétrico após crise convulsiva. No b) pré-eclâmpsia grave
exame físico, apresenta PA: 160 x 100 mmHg, pulso c) pré-eclâmpsia superajuntada
de 96 bpm, Dinâmica: ausente, BCF: 130 bpm, colo d) hipertensão crônica
grosso, posterior e dilatado 2 cm, feto cefálico. A con- e) hipertensão gestacional
duta é: ACERTEI ERREI DÚVIDA
a) sulfato de magnésio endovenoso e resolução da ges-
tação
b) corticoide intramuscular por 48 h e controle mater- SUS-SP – 2011
no fetal 110. O médico realiza acompanhamento pré-natal de pri-
c) associar nifedipina via oral e controle materno fetal migesta de 36 anos, sem doenças de base, que desen-
d) hidralazina endovenosa e resolução da gestação volveu quadro de doença hipertensiva específica da
gestação (DHEG) com 34 semanas. Mesmo fazendo
ACERTEI ERREI DÚVIDA uso de alfametildopa 2 g por dia há 7 dias, a pressão
da paciente em repouso alcança 160 × 100 mmHg
em duas medidas com intervalo de duas horas, sem
UFSC – 2011 outros sintomas. Ela se encontra com 37 semanas
107. Uma mulher com hipertensão arterial crônica leve, e o crescimento e a vitalidade fetais estão normais.
fazendo uso de captopril 25 mg duas vezes ao dia, Deve-se:
comparece à primeira consulta do pré-natal, ainda a) indicar o parto pelo quadro clínico materno
no primeiro trimestre. Qual a conduta indicada, de b) manter a medicação anti-hipertensiva após o parto,
acordo com os critérios da medicina baseada em evi- até controle pressórico
dências? c) solicitar biópsia renal após puerpério
a) substituir o captopril por um diurético d) introduzir pindolol para melhor controle pressórico
b) substituir o captopril pela alfametildopa e) administrar sulfato de magnésio pelo risco de evolu-
c) substituir o captopril pela hidralazina oral ção para eclampsia
d) manter o captopril, pois a paciente encontra-se
adaptada à medicação ACERTEI ERREI DÚVIDA
e) interromper a terapia medicamentosa anti-hiper-
tensiva e observar a evolução dos níveis tensionais Hospital da Cruz Vermelha-PR – 2011
ACERTEI ERREI DÚVIDA 111. Em paciente com pré-eclâmpsia grave, o diagnóstico
de síndrome HELLP completa é confirmado quando
encontramos:
UFMS – 2011 a) leucocitose, hemólise e trombocitopenia
108. Paciente, 16 anos de idade, primigesta, com idade b) leucocitose, coagulação intravascular e proteinúria
gestacional de 29 semanas, foi admitida no centro c) hemoconcentração, oligúria e coagulação intravas-
obstétrico com PA de 160 x 110 mmHg, negando hi- cular
pertensão prévia. Foi internada e introduzido alfa- d) hemoconcentração, oligúria e enzimas hepáticas
metildopa (1,0 g/dia). AST, hemograma e urina tipo 1 elevadas
foram normais. Três dias depois, mantinha PA de 160 e) hemólise, trombocitopenia e enzimas hepáticas ele-
x 110 mmHg e queixou-se de cefaleia, turvação visual vadas
e epigastralgia. A proteinúria de 24 horas foi de 350
ACERTEI ERREI DÚVIDA
mg/dia. O diagnóstico e a conduta são:
a) iminência de eclâmpsia; sulfato de magnésio pela via
endovenosa UNIFESP – 2011
b) pré-eclâmpsia; hidralazina via endovenosa 112. Primigesta de 36 semanas, assintomática, apresenta
c) iminência de eclâmpsia; nifedipina via oral PA = 160 × 110 mmHg, edema de membros inferiores
1. Segundo ADA, 2010, em teste oral de tolerância a glicose elevada com nova medida a um intervalo de pelo menos 20
75 (TOTG 75) de três dosagens, os valores de referencia minutos, e segundo verificar se há proteinúria significativa.
são: jejum 92mg/dL, 1h pós sobrecarga 180 mg/dL e 2 h pós A ultrassonografia se justifica, nesse caso, porque a altura
sobrecarga 153 mg/dL. Qualquer medida maior ou igual a uma uterina está menor que o esperado para a idade gestacional,
dessas referências indica a presença de diabetes gestacional. sendo a restrição de crescimento fetal uma hipótese. Cefaléia
No caso o jejum é maior que a referência e a medida de duas frontal não é sinal de iminência de eclampsia, apenas a
horas é igual, portanto há diabetes gestacional. Resposta d. occipital. Resposta a.
2. A presença de pressão arterial elevada e sintomas de 4. O enunciado dessa questão foi mal formulado. Há,
cefaleia, epigstralgia e/ou escotomas indica iminência como diagnóstico, uma gestação em curso, entretanto pré-
de eclampsia, cuja presença nem sempre requer níveis
eclâmpsia e hipertensão transitória não estão descartados,
extremamente elevados de pressão arterial. Nesses casos, se
tanto que se solicita proteinúria e nova medida de pressão
a idade gestacional for maior que 34 semanas está indicada
arterial será realizada. Resposta b.
resolução da gravidez, mas apenas estabilização do quadro
após administração de sulfato de magnésio. A via de parto
será de indicação obstétrica, não sendo a eclampsia ou 5. A presença de leucocitúria importante, associada a
sua iminência, indicações de cesariana. Cabe ressaltar que discreta hematúria, bacteriúria e presença de nitritos na
iminência de eclampsia é uma forma de pré-eclâmpsia grave. urina torna a hipótese de ITU bastante provável e, sendo a
Resposta b. mulher gestante, independentemente dos sintomas, deve ser
tratada. Outra alteração é notada em TOTG 75 de 3 dosagens:
3. A questão apresenta uma mulher com aumento de pressão todos os valores estão acima da referência de normalidade
arterial (140x90 mmHg) em medida única, já que medidas (92/180/153). Havendo um ou mais valores alterados neste
do pré-natal eram normais. Como há elevação após 20 exame, em grávida sem conhecimento de diabetes prévio,
semanas não se pode descartar pré-eclâmpsia. Entretanto, o diagnóstico é diabetes gestacional. Deve-se iniciar dieta e
para esse diagnóstico é preciso: primeiro confirmar a pressão encaminhar gestante ao alto risco. Resposta a.
131
8 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação
6. A presença de hipertensão em qualquer momento após 20 controle deve ser realizado com administração de sulfato de
semanas, associada a proteinúria de ao menos 300mg em 24 magnésio por 24 horas. Mesmo em pós-comicial a medicação
horas caracteriza a pré-eclâmpsia. O ganho de peso de mais deve ser administrada para evitar recidiva.
de um quilograma por semana às custas de edema constitui- Caso haja mais de 34 semanas não há dúvida de que se deve
se em importante fatore preditivo da doença. Resposta b. resolver a gestação, mas apenas após estabilização do quadro.
Resposta b.
7. Embora no Brasil a ultrassonografia não seja obrigatória no
pré-natal de baixo risco, na Inglaterra, onde se encontra o maior 12. Não há dúvidas de que a presença de iminência
centro de Medicina Fetal do mundo, orienta-se ultrassonografia de eclampsia ou eclampsia após 34 semanas deve ser
morfológica de 2o trimestre rotineiramente, sendo que este acompanhada de interrupção da gestação, pela via obstétrica.
deve ser realizado entre 20 e 24 semanas. No caso apresentado O tratamento dessas condições é feito com sulfato de
ainda há dois riscos para malformações: a idade materna magnésio, mas a impregnaçãoo da medicação pode trazer
avançada e diabetes descompensado no início da gravidez, efeitos colaterais a depender da dose:
de modo que, estando em tempo, o morfológico é indicado 7-8 mEq/L – dose terapêutica
como forma de rastrear as anomalias fetais. Cariótipo apenas 10-11 mEq/L – abolição de reflexos patelares
é indicado na presença de alteração morfológica preditora de
cromossomopatia. Provas de vitalidade fetal (perfil biofísico, 14-15 mEq/L – depressão respiratória
cardiotocografia e doppler) são realizadas apenas após a 30 mEq/L – parada cardíaca.
viabilidade, ou seja, após 26 semanas. Resposta a. Diante da redução da frequência respiratória é preciso
administrar o antídoto do sulfato, ou seja, o gluconato de
8. A doença hipertensiva específica da gravidez é decorrente cálcio. Resposta e.
de vasoconstrição generalizada por aumento de substâncias
como endotelina e tromboxana. É dividida em leve e grave, 13. Os sinais e sintomas de iminência de eclampsia são: dis-
sendo classificada do segundo modo quando há pressão túrbios visuais, em especial escotomas; dor em andar su-
arterial muito elevada (maior ou igual a 160x110 mmHg), perior do abdome, que pode ser percebida como náuseas e
ou lesão de órgão alvo (rins, cérebro, fígado, coração, vômitos; cefaleia occipital; hiperreflexia. Não são necessários
placenta). A lesão placentária mais grave é conhecida como todos os sintomas para se caracterizar o quadro, bastando
Descolamento Prematuro de Placenta, situação em que apenas um, desde que acompanhado de aumento dos níveis
este órgão se desprende de sua inserção deixando os vasos pressóricos. Resposta d.
que a irrigavam abertos e sangrantes em grande monta.
A persistência do quadro gera liberação exacerbada de
fatores de coagulação para tentar, sem sucesso, estancar 14. Pré-eclâmpsia é definida como a presença de hipertensão
o sangramento. Está instalada a coagulação intravascular iniciada após a 20a semana de gravidez, acompanhada de
disseminada. Resposta c. proteinúria de, ao menos, 300 mg em 24 horas. Resposta a.
9. As medicações anti-hipertensivas em gestações dividem-se 15. Esta questão é inadequada e fora de propósito, além de
em dois grupos: estar desatualizada. Hoje o diagnóstico de diabetes é feito
antihipertensivos emergenciais – para casos em que com TOTG 75 de 3 dosagens (jejum, 1h e 2h pós sobrecarga
a pressão arterial diastólica seja maior ou igual a 110 de glicose), considerando um valor diabetes na presença de
mmHg, para abaixar imediatamente a PA e retirar a mu- um único valor, entre as referencias (92-180-153), alterado.
Antigamente, usava-se uma única dosagem após 2 horas da
lher do risco associado. O representante preferencial é hi-
sobrecarga de glicose e considerava-se diabetes se seu valor
dralazina, sendo nitroprussiato usado em casos especiais.
fosse maior que 140 mg/dL. Resposta d.
Antihipertensivos de manutenção – para manter a pres-
são arterial em níveis adequados, sem a necessidade de 16. O caso apresenta vários motivos para se antecipar uma
baixa-la imediatamente, ou seja, a pressão diastólica é gravidez com maturidade fetal:
menor que 110 mmHg. As medicações preferenciais nes- síndrome HELLP dada a plaquetopenia e enzimas he
ses casos são alfametildopa e pindolol, pela maior eficácia páticas elevadas;
e baixos riscos associados. Resposta d.
oligodramnia – que decorre de insuficiência placentária;
10. A intoxicação por sulfato de magnésio reduz a diástole zero em umbilical – que mostra grave compro-
transmissãoo neuronal em sinapses e leva a relaxamento metimento da função placentária. Há lesão de grande
muscular. Assim, a princípio produz redução de reflexos, parte da placenta, território de irrigação das artérias um-
posteriormente aparece depressão respiratória, até que, bilicais, que deparam com alta resistência não vencida
finalmente, ocorra a parada cardíaca caso nenhuma atitude pela pressão diastólica.
corretiva seja adotada. Resposta c. Deve-se rescrever hipotensor de ação rápida (hidralazina)
pois a pressão arterial diastólica é maior ou igual a 110 mmHg.
11. Convulsões tônico-clônicas generalizadas em mulheres Alguns autores ainda advogam uso de sulfato de magnésio
com pressão elevadas, especialmente se não as tinham antes em casos de preeclampsia grave, mesmo sem iminência de
da gravidez, devem ser classificadas como eclampsia. Seu eclampsia, como forma de prevenir crises convulsivas.
O grave comprometimento da função placentária não 22. O sulfato de magnésio é de excreção renal, de modo
permite ao feto resistir a reduções de aporte sanguíneo que na sua administração deve-se manter diurese de ao
promovidas pelas contrações uterinas, indicando-se cesa- menos 25 mL/h. Isso porque sua impregnação pode trazer
riana. Resposta d. consequências graves como redução de reflexos, depressão
respiratória e até parada cardíaca. O nível terapêutica de
17. Pré-eclâmpsia é definida como a presença de hipertensão magnésio é em torno de 7 a 8 mEq/L, havendo depressão
iniciada após a 20a semana de gravidez, acompanhada de respiratória quando seus valores séricos são de 12 mEq/L e
proteinúria de, ao menos, 300 mg em 24 horas. A paciente parada cardíaca se atingirem 25 mEq/L.
em questão obedece a estes critérios. Resposta b. A redução da diurese e hiporreflexia requerem interrupção da
administração do sulfato, enquanto a redução da frequência
18. A presença de cefaleia e epigastralgia na concomitância respiratória (abaixo de 12 mrpm) requer o uso do antídoto, o
com hipertensão leva à hipótese diagnóstica de iminência gluconato de cálcio. Resposta a.
de eclampsia. Esta é uma complicação da pré-eclampsia,
que em sua presença é considerada grave. A conduta, 23. A presença de escotomas, cefaleia occipital e/ou dor
independentemente de se pensar em resolução, deve-se epigástrica em gestante hipertensa traz como principal
voltar para estabilização do quadro. Isto envolve sulfato de hipótese diagnóstica a iminência de eclampsia e o tratamento
magnésio para prevenir convulsão e hidralazina para reduzir deve ser a ela direcionado. Assim, administra-se sulfato
a pressão arterial já que a mesma tem diástole maior que de magnésio para evitar a convulsão, em seguida usa-se
110mmHg. É preciso ainda verificar se há síndrome HELLP hidralazina para redução de pressão arterial caso a diastólica
concomitante, ou mesmo insuficiência renal, por meio de seja maior ou igual a 110 mmHg. A resolução da gravidez
exames laboratoriais. Resposta c. será considerada apenas depois da estabilização materna.
Enfim, a prioridade é retirar a paciente do risco de crise
19. São critério de Sibai para síndrome HELLP: convulsiva, administrando-se sulfato de magnésio em
anemia com presença de esquizócitos; primeiro lugar. Resposta e.
DHL acima de 600 UI/L; 24. O TOTG 75 (teste oral de tolerância à glicose 75g)
Plaquetopenia menor que 100.000/mm3; consiste em medida da glicemia de jejum, seguida de novas
medidas glicêmicas uma e duas horas após sobrecarga de 75g
TGO acima de 70 UI/L; de dextrose. Para se considerar exame normal é preciso que
Bilirrubina maior que 1,2 mg/dL. Resposta e. a glicemia de jejum não atinja o valor de 92 mg/dL, a de 1
hora pós sobrecarga seja inferior a 180 mg/dL e de 2h menor
20. As convulsões da eclampsia geralmente se acompanham que 153 mg/dL. Caso se atinja ou se ultrapasse, no exame,
qualquer uma dessas referencias será feito diagnóstico de
de febre, dado envolvimento cerebral do centro termorregu-
diabetes gestacional. Resposta c.
lador. Como são consequência de preeclampsia podem se
acompanhar das outras complicações dessa doença, como
25. A redução inesperada e progressiva de níveis glicêmicos
síndrome HELLP (e sua consequente coagulopatia por
em mulheres diabéticas mostra que houve queda de
alteração da função do fígado, principal produtor de fatores
resistência periférica a ação da insulina, provavelmente
de coagulação), lesão cardíaca com insuficiência do órgão,
decorrentes de menor produção de seus contrarreguladores,
lesão renal. Resposta d. em especial do o hormônio lactogênio placentário (HLp).
Como o nome diz, o HLp é produzido na placenta e sua
21. A presença de hipertensão que surge a qualquer momento queda indica insuficiência deste órgão.
da gestação após 20 semanas, acompanhada de proteinúria Enfim, com insuficiência placentária há redução na produção
de ao menos 300 mg em 24 horas caracteriza a pre-eclampsia. de HLp, contrarregulador da insulina, que por sua vez pode
Nesta pode haver complicações maternas como síndrome atuar melhor promovendo queda nos níveis glicêmicos.
HELLP, eclampsia, insuficiência cardíaca e renal, além de Resposta b.
fetais com sofrimento por insuficiência placentária.
No caso, falta avaliar proteinúria de 24 horas para diagnóstico 26. A alternativas da questão com época de descrição da
definitivo. É importante também promover redução da síndrome e índices de mortalidade são de baixo conhecimento
pressão arterial com antihipertensivos de manutenção geral, entretanto a alternativa a está bem errada. Não se
(metildopa, pindolol), indicados quando a pressão considera haver síndrome HELLP apenas na vigência de
diastólica é maior ou igual a 100 mmHg. Ressalta-se que convulsões (eclampsia), mas como complicação possível de
antihipertensivo emergencial (hidralazina) somente é usado qualquer forma de pré-eclâmpsia. A sigla HELLP realemnte
quando a PA diastólica atinge 110 mmHg. significa o que está na letra b: hemólise, elevação de enzimas
As complicações maternas são investigadas com rotina hepáticas e plaquetopenia. Resposta a.
hipertensiva, que envolve: hemograma, DHL, TGO, TGP.
Bilirrubinas, uréia, creatinina, urina I, coagulograma, em 27. O aumento da pressão arterial em qualquer momento
busca de HELLP e insuficiência renal. após 20 semanas, associado a proteinúria de 300 mg em 24 h
Em pre-eclampsia, caso se consiga o controle, pode-se realizar é considerado doença hipertensiva específica da gestação (pré
o parto com 37-38 semanas. Resposta c. eclâmpsia). Esta acompanha se de edema generalizado, que
por sua vez promove ganho de peso excessivo. Embora a falta Hipertensão sobreposta – mistura das duas anteriores.
da medida da proteinúria não permita se firmar o diagnóstico Hipertensão transitória (gestacional) – aumento da pres-
definitivo, os elementos clínicos levam a crer tratar-se de são após 20 semanas sem proteinúria significativa. Res-
doença hipertensiva específica da gestação. Resposta c. posta b
28. Segundo a Associação Americana de Diabetes, deve-se
32. Neste caso apresentado temos uma mulher com hipertensão
investigar o DM em todas as gestantes. Mulheres de baixo
na gravidez, em uso de anti hipertensivo. Uma das complicações
risco serão submetidas em primeira consulta a glicemia de
desta doença é a eclampsia (convulsões) cuja iminência pode ser
jejum e, sendo essa maior ou igual a 85mg/dL, devem realizar
reconhecida na presença de um dos seguintes sintomas: cefaleia
teste oral de tolerância à glicose após ingestão de 75g de
occipital, escotomas e epigastralgia.
dextrose (TOTG 75). Caso o valor da glicemia de jejum seja
O tratamento medicamentoso, tanto para a eclampsia
menor que 85mg/dL, ainda assim se fará o TOTG 75, mas
quanto para sua iminência, deve ser realizado com sulfato
apenas com 24 a 28 semanas.
de magnésio, que compete com cálcio na transmissão do
As gestantes de alto risco serão rastreadas diretamente com
estímulo neuronal e cessa as convulsões ou evita que elas
TOTG75.
ocorram. Resposta b.
Não se pode confundir o TOTG, em que se mede glicemia em
jejum, 1 e 2 h pós sobrecarga, com perfil glicêmico, que são
33. A presença de hipertensão associada a proteinúria
medidas de glicemia em jejum e 1 ou 2 h após cada refeição
significativa após 20 semanas caracteriza a pré-eclâmpsia,
para avaliar eficácia terapêutica. Resposta d.
que pode inclusive se sobreajuntar a hipertensão crônica pré-
existente.
29. A pré-eclâmpsia provavelmente ocorre por ausência de
Uma das mais relevantes consequências da pré-eclâmpsia
segunda onda de invasão trofoblástica, que ocorreira por
é a eclampsia, caracterizada por crises convulsivas tônico-
volta de 20 semanas. Com isso há menor destruição da
clônicas generalizadas. Felizmente essas convulsões podem
camada elástica de ramos das artérias uterinas responsáveis
ser preditas na maioria dos casos, com um dos sintomas que
por irrigar a placenta. A resistência das uterinas então se
revelam sua iminência, a saber: cefaleia occipital, alterações
mantém alta de modo a dificultar a passagem de sangue,
visuais (como escotomas) e epigastralgia.
especialmente na diástole (quando a pressão é menor), o
Para abortar as crises convulsivas ou evitar que elas ocorram
que é traduzido, ao Doppler, por incisura protodiastólica.
é preciso administrar sulfato de magnésio. Resposta e.
Resposta c.
34. A síndrome HELLP se caracteriza por hemólise, lesão
30. Toda pré-eclâmpsia grave deve ser internada para
hepática e plaquetopenia; não obstante a lesão do fígado
compensação. Na internação é preciso buscar adequação
pode ser extensa o suficiente para alterar sua função, como
dos níveis pressóricos, em geral com hidralazina, pois
produção de fatores de coagulação. Posto isto, o melhor
costumeiramente essas pacientes tem pressão diastólica
parto para estas mulheres é aquele que se associa a menor
maior que 110mmHg. Avaliação da vitalidade fetal também
sangramento. Ou seja, o parto vaginal. Obviamente, em
é importante, porque pode ocorrer menor aporte sanguíneo
determinadas situações, como CIVD materna ou sofrimento
placentário. Repouso em DLE para melhorar o retorno
fetal, isso não será possível.
venoso, evitando-se compressão uterina da veia cava,
As anestesias raquidiana ou peridural podem ser usadas
também é importante.
desde que não haja distúrbio de coagulação e as plaquetas
A busca de complicações com lesão de órgãos alvo, por meio
estejam acima de 50000/mm3, do contrário aumenta-se
de rotina hipertensiva, é obrigatória. Caso haja sinais de
o risco de sangramento no local da punção e no sistema
iminência de eclampsia (epigastralgia, escotomas, cefaleia
nervoso central.
occipital) administra-se sulfato de magnésio. Alguns autores
Embora a referida síndrome seja geralmente decorrente de
preferem administrar tal medicação profilaticamente em
pré-eclâmpsia, ela pode ocorrer espontaneamente e, mesmo
casos de DHEG grave. De qualquer forma, ao se administrar
que acompanhe hipertensão, não são obrigatórios níveis
sulfato, é necessário observar diurese e reflexos, já que a
tensionais muito elevados. Resposta b
medicação tem excreção renal e reduz a transmissão de
impulsos neuronais.
35. A que se diferenciar pré-eclâmpsia de hipertensão
Como há alto risco de antecipação do parto, corticoidoterapia
crônica. A primeira caracteriza-se por início após 20
para acelerar a maturidade fetal é necessária se a idade
semanas e proteinúria maior ou igual a 300 mg/24h. Este
gestacional estiver entre 26 e 34 semanas. Resposta d.
quadro hipertensivo geralmente pedura por até 42 dias (6
semanas) pós parto.
31. Hipertensão será diagnosticada se os níveis sistólicos
As principais consequências da doença são síndrome
forem maiores ou iguais a 140 mmHg ou os diast;olicos
HELLP, que se caracteriza por plaquetopenia (abixo de 100
maiores ou iguais a 90 mmHg. Na gestação, ela pode ser
mil), anemia hemolítica (Hb< 11, DHL > 600, BT > 1,2
dividida em:
e esquizócitos no sangue) e lesão hepática (TGO > 70), e
pré-eclâmpsia – aumento da pressão após 20 semanas
eclampsia (convulsões), cujo tratamento é melhor realizado
com proteinúria de 24h acima de 300mg. com sulfato de magnésio.
Hipertensão crônica – aumento da pressão diagnosticado As consequências graves serão mais prováveis em crisis
antes de 20 semanas, mesmo que previamente à gestação. hipertensivas, ou seja, quando a pressão diastólica atinge
110 mmHg, de modo que a mesma deve ser combatida com tratamento deve ser feito com sulfato de magnésio e dado
uso de hidralazina (preferencial) ou nifedipina. Resposta: A o risco convulsivo é indicativa de resolução da gravidez em
idades gestacionais maiores que 34 semanas, sendo a via de
36. A gestante apresentada iniciou aumento da pressão arterial parto de indicação obstétrica, ou seja, normal a princípio. O
em idade gestacional superior a 20 semanas e proteinúria uso de hidralazina para redução imediata da pressão arterial
maior que 300 mg em 24 horas, caracterizando pré-eclâmpsia. apenas se indica se a pressão diastólica for maior ou igual a
Era preciso avaliar as principais consequências maternas, 110 mmHg. Resposta d.
como eclâmpsia e síndrome HELLP, ambas descartadas pela
ausência de sintomas de iminência (epigastralgia, escotomas, 42. A presença de hipertensão associada a proteinúria de ao
cefaleia) e exames normais. menos 300 mg/24h ou uma cruz em amostra isolada, após
Igualmente é necessária a avaliação da vitalidade fetal, 20 semanas, caracteriza pré-eclâmpsia. Esta pode ser leva ou
sendo o Doppler a melhor opção, dado que a insuficiência grave, e a gravidade depende de níveis tensionais sistólicos
placentária é outra consequência possível da pré-eclâmpsia. maiores ou iguais a 160mmHg ou diastólicos maiores ou
O ducto venoso apenas se altera na lesão cardíaca hipóxica iguais a 110mmHg. Também será considerada gravidade a
e indica grave comprometimento do bem estar do feto, presença de complicações, sendo as principais:
inclusive associando-se a acidose metabólica. A conduta deve
iminência de eclampsia/eclampsia – convulsões ou sua
ser a resolução via alta uma vez que o feto não possui reservas
para suportar as reduções de aporte sanguíneo promovidas iminência, caracterizada por epigastralgia, ecotomas ou
pelas contrações uterinas. Resposta d. cefaleia occipital;
síndrome HELLP – em que há hemólise microangiopáti-
37. No caso o examinador apresenta uma série de exames ca e lesão renal e sua caraterização depende da presençaa
iniciais normais e, posteriormente, afirma que foi feito dos seguintes critérios (todos): anemia, esquizócitos no
diagnóstico de diabetes gestacional. Nesta doença as medidas sangue periférico, DHL maior que 600, bilirrubinas totais
iniciais devem ser adequação da dieta e mudanças de estilo de maiores que 1,2, plaquetopenia menor que 100 mil, TGO
vida, especialmente com incorporação de exercícios físicos. menor que 70.
Nestes são expostos receptores GLUT4 nas fibras musculares
Insufuciência renal – caracterizada por oligúria, creati-
o que facilita a absorção de glicose. Essas medidas citadas
nina maior que 1,2 ou proteinúria de 24 horas maios ou
são suficientes para mais 50% das mulheres com diabetes
igual a 2g (ou 5g segundo alguns autores).
gestacional, ficando o uso de medicações reservado para a
falha nessa conduta. Resposta c. Restrição de crescimento fetal – por insuficiência placen-
tária. É suspeitada pela altura uterina reduzida e confir-
38. A presença de hipertensão associada a cefaleia occipital, mada ao USG.
escotomas e/ou dor epigástrica caracteriza a iminência de No caso há hipertensão com proteinúria (pré-eclampsia
eclampsia, cujo tratamento é feito com sulfato de magnésio. provável), o pressão diastólica é 110 mmHg (gravidade) e a
Caso a pressão diastólica esteja maior ou igual a 110 mmHg altura uterina é reduzida (restrição de crescimento provável).
é preciso ainda administrar antihipertensivo emergencial, Resposta a.
sendo para tanto a melhor escolha a hidralazina. Resposta b.
43. Não se pode confundir o diagnóstico de diabetes
39. Infelizmente até a presente data não se provou nenhuma gestacional com pesquisa de diabetes e intolerância à
medida altamente eficaz na profilaxia de pré-eclâmpsia. glicose pós parto. É recomendável, a mulheres que tiveram
Alguns estudos, contudo, mostraram algum benefício com
diabetes na gestação, pesquisar a persistência da doença
uso de AAS, pois o mesmo reduziria a ação de tromboxane,
de 42 a 60 dias pós parto. O exame a ser realizado é TOTG
um vasoconstritor. Seu uso fica indicado para mulheres
75, considerando se a medida duas horas pós sobrecarga.
de alto risco para a doença, como as que apresentam alta
Valores entre 140 e 200 sinalizam intolerância oral à glicose e
resistência vascular em artérias uterinas. Resposta b.
consequente risco cardiovascular futuro, devendo-se indicar
exercícios e adequação dietética. Caso o valor seja maior ou
40. Gestante ou puérpera, sem antecedentes de epilepsia, que
igual a 200 pode-se diagnosticar diabetes persistente (tipo 2).
convulsiona deve-se considerar como hipótese principal a
Resposta d.
eclampsia. Em 30% das vezes, inclusive, ocorre no puerpério,
especialmente nas primeiras 48 horas pós-parto, embora
44. A presença de hipertensão associada a proteinúria de ao
possa ocorrer ainda mais tardiamente. O tratamento
medicamentoso é feito com sulfato de magnésio e, como menos 300 mg/24h ou uma cruz em amostra isolada, após
em todos os casos de eclampsia, deve-se fazer avaliação 20 semanas, caracteriza pré-eclâmpsia. Esta pode ser leva ou
laboratorial para verificar se há concomitância com síndrome grave, e a gravidade depende de níveis tensionais sistólicos
HELLP ou lesão renal. Resposta b. maiores ou iguais a 160mmHg ou diastólicos maiores ou
iguais a 110mmHg. Também será considerada gravidade a
41. A presença de hipertensão associada a um dos seguintes presença de complicações, sendo as principais:
achados: epigastralgia, escotomas (ou outras alterações iminência de eclampsia/eclampsia – convulsões ou sua
visuais), cefaleia occipital ou hiperreflexia, traz como iminência, caracterizada por epigastralgia, ecotomas ou
principal hipótese diagnóstica a iminência de eclampsia. O cefaleia occipital;
síndrome HELLP – em que há hemólise microangiopáti- Critérios diagnósticos para o diabetes gestacional
ca e lesão renal e sua caraterização depende da presençaa
TOTG alterado (veja o quadro abaixo)
dos seguintes critérios (todos): anemia, esquizócitos no
GJ ≥ 126 mg/dL (em duas ocasiões)
sangue periférico, DHL maior que 600, bilirrubinas totais HbA1c ≥ 6,5% (em duas ocasiões)
maiores que 1,2, plaquetopenia menor que 100 mil, TGO GJ ≥ 126 mg/dL e HbA1c ≥ 6,5%,
menor que 70. GJ ≥ 200 mg/dL + GJ ≥ 126 mg/dL ou HbA1c ≥ 6,5%
Lesão renal – caracterizada por oligúria ou creatini- GJ: glicemia de jejum.
na maior que 1,2 ou ainda proteinúria maior ou igual a
2g/24h (ou 5g/24h segundo alguns autores). Diagnóstico do diabetes gestacional (DMG),
utilizando o TOTG 75 g-2 horas
Restrição de crescimento fetal – por insuficiência placen-
tária. É suspeitada pela altura uterina reduzida e confir Consenso da SBD/
IADPSG; ADA; IDF**
mada ao USG. Resposta a. Febrasgo; ACOG*
Jejum 95 mg/dL 92 mg/dL
45. Pré-eclâmpsia é definida pelo aumento da pressão arterial 1 hora 180 mg/dL 180 mg/dL
apos 20 semanas, associada a proteinúria de ao manos 300 2 horas 155 mg/dL 153 mg/dL
mg/24h, quase invariavelmente com edema. Assim sendo,
sem estes parâmetros não há a doença e ele obviamente ADA: American Diabetes Association; SBD: Sociedade Bra-
são os primeiros a serem anotados. Demais condições são sileira de Diabetes. Febrasgo: Federação Brasileira das Asso-
consequências do quadro inicial. Resposta a. ciações de Ginecologia e Obstetrícia; ACOG: American Col-
lege of Obstetricians and Gynecologists; IADPSG: Interna-
46. O diagnóstico de diabetes gestacional pode ser firmado, tional Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups.
em qualquer momento da gravidez, quando da presença de
duas glicemias de jejum maiores que 126 mg%, ou qualquer * Diagnóstico estabelecido pela detecção de, pelo menos, 2
dextro maior que 200 mg%. pontos de curva.
A conduta inicial do diabetes gestacional será introdução ** Diagnóstico estabelecido pela detecção de 1 ou mais pon-
de dieta e avaliação da eficácia da mesma por meio de perfil tos da curva.
glicêmico (medidas de glicemias de jejum e pós-prandiais) O painel de consenso da International Association of Dia-
após uma ou duas semanas. Cerca de 50% das grávidas apre- betes and Pregnancy Study Groups (IADPG), publicado em
sentam melhora somente com dieta, sendo o uso de insulina 2010, sugeriu que os critérios diagnósticos para o DMG fos-
restrito na falha da terapia dietética. Resposta a. sem fundamentados nos achados do HAPO (Hyperglicemia
and Adverse Pregnancy Outcomes), um estudo observacio-
47. A gestante da questão tem fatores de risco para diabetes nal cujo objetivo foi encontrar o exato ponto de corte que as-
gestacional, como obesidade e macrossomia anterior. Nesse socia a hiperglicemia materna a eventos perinatais adversos.
caso, para diagnóstico da doença realiza-se teste oral de to- Foram sugeridos, então, novos valores de corte para o TOTG
lerância a glicose de três dosagens com sobrecarga de 75 g 75 g - 2 horas: glicemia de jejum > 92 mg/dL, após 1 hora >
de dextrose. Neste exame, mede-se a glicemia de jejum e 1 180 mg/dL e após 2 horas > 153 mg/dL . A demonstração de
e 2 horas após sobrecarga de 75 g de dextrose, sendo valores um desses valores já leva ao diagnóstico de DMG.
normais menores que, respectivamente, 92/180/153 (segun- Neste momento a melhor estratégia é monitorar a glicemia
do ADA – American Diabetes Association, que difere do Mi- capilar pós-prandial que deve estar < 140 mg/dL 1 hora pós-
nistério da Saúde – 85/180/155). Pelo mesmo ADA, apenas -prandial e 2 horas pós-prandial < 120 mg/dL, como parâ-
um valor alterado é suficiente para firmar diabetes gestacio- metros de adequado controle metabólico desta paciente.
nal. Na questão, pelas alternativas, fica fácil perceber que a Resposta d.
referência é o ADA. Resposta d.
49. A pré-eclâmpsia (PE) manifesta-se em geral, após a 20ª
48. Habitualmente, o diagnóstico do DMG se estabelece por semana de gestação ( exceto quando houver mola hidati-
TOTG realizado entre a 24ª e a 28ª semana de gestação. Nesse forme) e é definida como a presença de HAS e proteinúria
teste varia a quantidade de glicose anidra administrada (75 significativa ( igual ou maior que 300 mg em uma coleta de
ou 100 g), a duração do teste (duas ou três horas) e os valores urina de 24 horas). A HAS percebida antes da 20ª semana
da curva, de acordo com padronizações e critérios adotados após o parto é classificada como hipertensão arterial sistê-
pelas diversas sociedades médicas. Um recente consenso mica crônica, não específica da gestação. Essas pacientes na
elaborado pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a maioria das vezes, têm HAS essencial. Trata-se de doença
Federação Brasileira das Associações e Obstetrícia (Febras- sistêmica, associada ao aumento da reatividade vascular. Po-
go) propôs a utilização do TOTG de 2 horas com 75 g de demos afirmar que a PE é caracterizada por um estado de
glicose anidra (TOTG 75 g/2 horas), usando como pontos de vasoespasmo, hipercoagulabilidade, coagulação intravascu
corte 95 mg/dL (jejum), 180 mg/dL (1 hora) e 155 mg/dL (2 lar, microtrombos em vários órgãos e fluxo uteroplacentário
horas). O diagnóstico de DMG é confirmado pela detecção inadequado. A PAS persistente maior ou igual a 160 mmHg
de dois ou mais valores que igualam ou excedam os limites ou PAD maior ou igual a 110 mmHg, a proteinúria de 24
estabelecidos. horas superior a 5 g, ou diurese < 25 mL/hora, assim como
os demais critérios expostos no capítulo 12 da sua apostila 52. O nifedipino, um bloqueador de canal de cálcio, veio a ser
definem PE.Durante a gestação normal, as células do cito- escolhido como o melhor agente tocolítico para sustar o PPT
troflobasto invadem as arteríolas espiraladas, substituindo (tocólise aguda), assim como para manter a quiescência ute-
as células endoteliais, mimetizando um novo endotélio e rina (tocólise de manutenção) após controlada a fase aguda.
destruindo a musculatura da camada média dessas artérias. O objetivo primeiro do tocolítico é possibilitar que a gravi-
Essas modificações fazem com que a artéria aumente seu ca- dez continue por 48 horas a 7 dias após a tocólise aguda; a
libre e permita um maior aporte de sangue para a placenta. tocólise de manutenção visa prolongar a gravidez até 34 a 37
Na pré-eclâmpsia, essa invasão não vai ocorrer de maneira semanas.
completa: as artérias terão um calibre reduzido e o aporte
sanguíneo para a placenta, consequentemente, será menor. A dose ótima inicial do nifedipino é a de 10 mg oral (ou su-
No fenômeno de invasão trofoblástica normal, o trofoblasto blingual). Se as contrações persistirem, essa dose pode ser
extraviloso (TEV) atinge as arteríolas espiraladas miome- repetida a cada 15 a 20 minutos até a dose máxima de 40 mg
triais já em torno de 6 a 8 semanas de gravidez, promovendo, durante a 1ª hora do tratamento, e então 20 mg oral a cada
nesse momento, verdadeira obstrução do fluxo sanguíneo 6 a 8 horas por 2 a 3 dias. A dose eficaz e segura na gravidez
que banha os espaços intervilosos. Essa forma de desenvolvi- gemelar e na RPMP ainda não foi definida, assim como as re
mento permite que a gravidez se desenvolva inicialmente em percussões tardias no recém-nascido exposto a esse bloque-
um ambiente hipóxico, protegendo as células fetais do exces- ador de canal de cálcio. Na tocólise de manutenção a dose
sivo aporte de O2. À medida que a gestação progride, o TEV seria de 20 mg a cada 4 a 6 horas.
promove um desarranjo da camada muscular das arteríolas Efeitos adversos graves (0,9% dos casos) têm sido relatados:
espiraladas uterinas e, assumindo ainda características de cé- infarto do miocárdio, dispneia intensa, hipoxia materna, hi-
lulas endoteliais, substitui a camada endotelial desses vasos. potensão com morte fetal e fibrilação atrial; efeitos leves so-
Quando todo esse processo se dá de forma e em momen- mam 1,1% dos casos. A taxa de efeitos adversos graves é mais
tos adequados, ocorre o relaxamento e maior complacên elevada quando a dose total de nifedipino é > 60 mg.
cia das artérias uterinas que se tornam capazes de fornecer
Em suma, o nifedipino reúne hoje as características do to-
adequado suprimento sanguíneo uteroplacentário ao longo
colítico ideal. Ele parece mais efetivo que os betamiméticos,
da gravidez. A invasão trofoblástica deficiente implica mau
resultando em melhora do prognóstico neonatal. O nifedipi-
controle da oxigenação do espaço interviloso na fase inicial
no é mais bem tolerado do que os betamiméticos e o sulfato
da gravidez e na persistência das características primárias das
de magnésio. Não há evidências no momento para indicar a
artérias uterinas espiraladas, que mantém sua elevada resis-
tocólise de manutenção com o nifedipino, nem com qualquer
tência. Nesses casos, o sangue banha as vilosidades coriôni-
outro tocolítico, após tem sido dominado o episódio agudo.
cas na forma de “jatos intermitentes” e de alta pressão. Assim,
o fluxo sanguíneo uteroplacentário simula o que acontece em Contraindicações ao uso do nifedipino incluem hipotensão
casos de lesão por isquemia-reperfusão, que finalmente leva e doenças cardíacas, em especial a insuficiência. Deve-se res-
a insuficiência placentária. As repercussões da pré-eclâmpsia saltar também que o uso concomitante de nifedipino e sulfa-
sobre os recém-nascidos representa uma das mais importan- to de magnésio é potencialmente perigoso, podendo causar
tes causas de morbimortalidade perinatal em todo o mundo. hipotensão grave e colapso cardiovascular, devendo haver
A fisiopatologia de todas essas alterações é, na maioria das cautela no seu emprego. Resposta a.
vezes, atribuída à insuficiência placentária crônica, incluindo
a RCF. Resposta a. 53. Normalmente, sendo a mulher hipertensa de base com
uso de anti-hipertensivo antes da gravidez, trocamos a medi-
50. Pré-eclâmpsia é a presença de hipertensão associada a cação a partir do momento da concepção para alguma sem
proteinúria maior que 300 mg/24 horas após a 20ª semana de efeitos fetais. Entretanto, não podemos considerar a gestante
gravidez. Hipertensão nesse mesmo período sem proteinúria em questão hipertensa de base, pois está usando subdose de
é chamada de hipertensão transitória ou gestacional. diurético (dias alternados), de modo que suspendemos a me-
dicação atual e observamos o comportamento pressórico. A
A pré-eclâmpsia ainda pode ser dividida em leve e grave, a
suplementação com cálcio (carbonato de cálcio, 1.000-2.000
depender dos níveis pressóricos (grave se sistólica maior ou
mg/dia) e o uso de pequenas doses diárias (50-100 mg) de
igual a 160 mmHg ou diastólica maior ou igual a 110 mmHg)
aspirina para grupos de risco são as alternativas mais pesqui-
ou lesão de órgãos alvo: rins (oligúria, aumento de ureia e
creatinina), coração (IAM, edema agudo de pulmões), cé- sadas e atualmente com grau de recomendação A para uso
rebro (iminência de eclampsia), vasos e fígado (síndrome em gestantes de alto risco de desenvolver PE. Resposta c.
HELLP). Resposta d.
54. Diabetes diagnosticado pela primeira vez na gestação
51. A presença de hipertensão previamente à gravidez con- será chamado de gestacional e, por vezes, apresentará crité-
trolada com medicação é condição que persiste no estado rios que o incluem na definição de overt diabetes, que torna
gravídico. Assim, fica indicada a manutenção de anti-hiper- praticamente certa sua origem pré-gravídica.
tensivo. Entretanto o atenolol pode comprometer o fluxo Mulheres de baixo risco para diabetes devem ter sua investi-
placentário e gerar restrição de crescimento fetal (risco D), gação iniciada com glicemia de jejum e se a mesma for maior
devendo ser substituído por medicação mais segura para a que 85 mg/dL a triagem é positiva e a mulher deve se subme-
gestante, como a metildopa (risco B). Resposta c. ter, imediatamente, a um teste oral de tolerância a glicose de
75 g (TOTG 75), em que se mede a glicemia no jejum, 1 e 2 a anestesia de condução quando o número de plaquetas for
horas após sobrecarga de 75 g de dextrose. O TOTG 75 deve menor que 100.000/mm³ ou então, quando o tempo de san-
ser feito com 24 a 28 semanas caso o primeiro seja normal ou gramento estiver aumentado. Sibai (1990) estabeleceu os cri-
mesmo que a glicemia de jejum seja menor que 85 mg/dL. térios diagnósticos com os limites dos exames laboratoriais
Os valores de normalidade para o TOTG, segundo a ADA, para a síndrome HELLP, levando em consideração os valores
são menores que 92 para jejum, 180 para 1 hora pós sobre- de três desvios-padrão acima da média normal, critérios es-
tes utilizados nos grandes centros:
carga e 153 para 2 horas pós-sobrecarga de dextrose. Se-
gundo a mesma ADA, qualquer valor maior ou igual a uma Hemólise: esfregaço periférico anormal, bilirrubina total
dessas referências diagnosticará diabetes. Portanto, se uma maior que 1,2 mg/dL e DHL maior que 600 UI.
glicemia de jejum apresenta-se maior ou igual a 92 mg/dL Enzimas hepáticas elevadas: TGO maior que 70 UI, HL
já tem-se o diagnóstico de diabetes gestacional. Essa forma aumentada; e
diagnóstica difere da do Ministério da Saúde que considera
Plaquetopenia: contagem de plaquetas menor que
referências para TOTG 95/180/155 mg/dL e firma diabetes
100.000/mm³. Resposta b.
apenas quando dois valores são alterados.
Considerar-se-á overt diabetes se a glicemia de jejum for
58. Níveis séricos de magnésio entre 4-7 mEq/L são níveis te-
maior ou igual a 126 mg/dL ou HbAc maior ou igual a 6,5%.
rapêuticos; 8 10 mEq/L inibem os reflexos tendinosos e níveis
Resposta d.
maiores de 10 mEq/L risco de parada cardiorrespiratória. A
droga de escolha para prevenção da eclâmpsia é o sulfato de
55. A presença de glicemia de jejum maior que 126 mg/dL, magnésio, único fármaco com efeitos preventivos compro-
na gravidez, indica a presença de diabetes. O controle da vados em relação às convulsões eclâmpticas. Ensaios clínicos
doença pode ser verificado pela hemoglobina glicada e será randomizados comprovam que o sulfato de magnésio é supe-
considerado adequado quando a mesma estiver menor que rior à hidantoína, ao diazepam e ao placebo para prevenção da
5. Quando os níveis glicêmicos encontram-se altos antes de eclâmpsia e das convulsões recorrentes na eclâmpsia. O trata-
24-28 semanas, período em que elevação de contrarregula- mento com sulfato de magnésio deve ser utilizado durante o
dores da ação da insulina, como HLP, é provável que o dia- trabalho de parto, previamente à cesariana ou sempre que exis-
betes era prévio à gravidez. Mulheres que engravidam com tirem sinais/sintomas compatíveis com iminência de eclâmp-
diabetes mal controlado (Hb glicada alta), apresentam maio- sia. O sulfato de magnésio reduz em 57% o risco de ocorrência
res chances de malformações, isso porque a glicose presa à de eclâmpsia e diminuio risco (RR: 0,55) de morte materna
hemoglobina dificulta a liberação do oxigênio pela mesma e sem efeitos deletérios sobre o feto.
há hipóxia tecidual, fatal na embriogênese. A malformação A utilização de diurético só será justificada na vigência de
mais comum nesses casos é cardíaca. Resposta d. edema pulmonar. Diante de oligúria, não há vantagem no
seu uso, particularmente se os níveis de creatinina plasmá-
56. O diagnóstico é de pré-eclâmpsia grave com HELLP. Para tica apresentam-se normais. O volume de diurese traduz o
a definição da síndrome HELLP torna-se necessário: esfre- vasoespasmo, sendo mais eficiente para a sua normalização
gaço de sangue periférico anormal, bilirrubina total maior a utilização de drogas vasoativas renais, como a hidralazina
que 1,2 mg/dL e DHL elevada, maior que 660 UI; enzimas ou a dopamina. Na maioria das vezes observa-se progressiva
hepáticas elevadas (TGO maior que 70 UI) e plaquetopenia redução do espasmo arteriolar, com normalização nas 72 ho-
(< 100.000/mm³). O diagnóstico principal é PE grave, sendo ras do puerpério, não se exigindo terapêutica complementar.
assim a avaliação mais adequada deve conter a solicitação de Deve se ter prudência na administração de volume, visando
ureia/creatinina, transaminases hepáticas, além dos exames normalização da diurese.
já mencionados. Resposta e. Hipertensão gestacional corresponde a casos com aumento
da pressão arterial (PA), sem proteinúria, após 20 semanas de
57. A interrupção da gestação não, necessariamente, signifi- gravidez, e os níveis tensionais elevados retornam ao normal
ca parto cesariana mas, preferencialmente, parto vaginal; isto no pós-parto (6 a 12 semanas). A hipertensão na gravidez
porque um dos grandes fatores complicadores dessa síndro- é definida como PA sistólica ≥ 140 mmHg ou diastólica ≥
me é a anemia, seja pela intensidade da hemólise, indicando 90 mmHg. Considera-se a pressão diastólica aquela que cor-
gravidade da doença, seja pelo sangramento intraoperatório responde ao desaparecimento do som (fase V de Korotko-
favorecido por alterações no sistema de coagulação. Assim, ff ). Quinze a 25% das mulheres com hipertensão gestacional
se possível, a indução do trabalho de parto, com evolução desenvolvem proteinúria, isto é, pré-eclâmpsia. Aquelas que
para parto normal, estão associados a menor morbiletalidade não exibem proteinúria terão diagnóstico definitivo apenas
materna. Deve-se, no entanto, realizar vigilância da vitalida- no puerpério: hipertensão transitória ou hipertensão crôni-
de fetal, pois esses fetos frequentemente podem manifestar ca. A hipertensão transitória é diagnosticada quando a PA
sofrimento agudo. A melhor anestesia para os casos de sín- retorna aos níveis normais, e a hipertensão crônica, quando
drome HELLP é a geral. O risco de hematoma epidural, sub- há persistência de níveis elevados de PA 12 semanas após o
dural ou subaracnoideo, com o bloqueio de condução parece parto. Resposta b.
óbvio, mas difícil de quantificar. O hematoma pode ocorrer,
mesmo na ausência dos fatores de risco. Para evitar o risco de 59. Na pré-eclâmpsia, pela falta de destruição da camada
um hematoma epidural, muitos autores têm contraindicado elástica das artérias espiraladas, ocorre aumento de substân-
cias vasoconstritoras (endotelina, TXA2) e redução das vaos 64. A eclâmpsia é a presença de crises convulsivas tonicoclô-
dilatadoras (ON, PGI2); com isso, ocorre vasoespasmo, o nicas generalizadas decorrentes do envolvimento cerebral da
que gera aumento da pressão e lesão endotelial. O endotélio pré-eclâmpsia, ou seja, acompanham-se de níveis pressóricos
também apresenta disfunção em função da ação de TXA2. elevados. Como toda crise convulsiva com essas característi-
Graças à lesão e disfunção endoteliais, ocorre agregação pla- cas pode levar a trauma materno e segue-se de período pós
quetária, que na área da placenta pode dificultar o fluxo fetal. -comicial. Assim sendo, gestantes sem histórico de epilepsia
Resposta e. que são encontradas desacordadas com a pressão arterial ele-
vada tem como principal hipótese diagnóstica a eclâmpsia.
60. Para mulheres de baixo risco, o diabetes gestacional deve Durante a crise, ou mesmo após a mesma, o tratamento deve
ser rastreado com glicemia de jejum na primeira consulta. ser realizado, até porque há alta chance de recidiva. O trata-
Caso ela esteja normal (abaixo de 85), realiza-se TOTG 75 mento de escolha será com sulfato de magnésio, um estabi-
entre 24 e 28 semanas, mas se alterado, o exame é imediato, lizador de membrana que compete com o cálcio na entrada
repetido entre 24 e 28 semanas se normal. Mulheres de alto de neurônios em sinapses, impedindo que um estímulo neu-
risco, fazem TOTG 75 imediato. Acreditamos que o exami- rológico se perpetue. Essa medicação deve ser mantida por
nador esteja se referindo à mulher de baixo risco e que terá 24 horas.
glicemia de jejum normal. Resposta c. O parto será indiscutivelmente indicado se a idade gesta
cional for maior ou igual a 34 semanas. A via de parto é de
61. As indicações de insulinoterapia em diabetes gestacional indicação obstétrica; no caso, como a vitalidade fetal é pre-
são: perfil glicêmico alterado (glicemia de jejum maior que servada, pode-se permitir o parto normal após estabilização
105 mg/dL ou 1 hora pós-prandial maior que 140 mg/dL) ou materna. Embora não conste na alternativa correta, também
circunferência abdominal maior que o percentil 75 na 32ª se- está indicado uso de hidralazina, pois a PA diastólica é de 110
mana. Feto macrossômico deve ter circunferência abdominal mmHg. Resposta a.
maior que o percentil 90, de modo que fica indicado o uso de
insulinoterapia. Resposta e. 65. Para diagnóstico de síndrome HELLP é preciso que este-
jam presentes todos os critérios de Sibai, quais sejam:
62. Apesar de se indicar rotineiramente, a dieta hipossódi- anemia hemolítica microangiopática com esquizócitos
ca pouco influi nos resultados pressóricos da pré-eclâmpsia, no sangue periférico, DHL maior ou igual a 600 e bilirru
pois a fisiopatologia não envolve retenção de sódio, e sim
binas totais maiores ou iguais a 1,2;
vasoespasmo. Além disso, o acúmulo de líquido na gravidez
distende o átrio, aumenta o peptídeo natriurético atrial e faz plaquetopenia (trombocitopenia) menor que 100.000/
a mulher perder sódio, de modo que alguns autores acredi- mm³;
tam que não devem reduzir tanto sua ingestão. lesão hepática com aumento de transaminases, em espe
O uso de anti-hipertensivos é indicado para evitar conse- cial TGO maior ou igual a 70.
quências maternas das altas pressões, como eclâmspia e Em casos avançados há alteração de coagulograma, mas essa
síndrome HELLP, mas não melhora os resultados perina- alteração não é obrigatória. Resposta d.
tais, pois não reverte a má placentação e o hipofluxxo fetal
dela decorrente. Se a mulher já fazia uso de antihipertensivo
66. São critérios de pré-eclâmpsia grave:
iECA, esse deve ser trocado por medicação mais segura na
gravidez, como metildopa. pressão arterial muito elevada: maior ou igual 160 x 110
mmHg;
Diversas substâncias já foram usada na tentativa de prevenir
pré-eclâmpsia, e apenas o AAS mostrou-se eficaz em grupos lesão de órgãos-alvo:
isolados. Resposta a. renal: oligúria menor que 400 mL/24 h, creatinina elevada,
ureia elevada; Proteinúria ≥ 2 g/dia ou ≥ 5 g/dia de acordo
63. A doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG), com alguns outros autores.
também chamada de pré-eclâmpsia, é entidade clínica defi- cerebral: sinais de iminência de eclâmpsia (epigastralgia, es-
nida como aumento dos níveis pressóricos acompanhado de cotomos, cefaleia occipital) ou convulsões (eclâmpsia);
proteinúria maior ou igual a 300 mg/24 h, após a 20ª sema-
microangiopatia: anemia microangiopática, DHL maior que
na. A etiologia é desconhecida, mas atribuída a imunidade
600, bilirrubinas totais maiores que 1,2, trombocitopenia
exacerbada, tanto que primeira gravidez e novos parceiros
(consumo na reparação da lesão vascular);
são fatores de risco, por expor a gestante a fetos com antí-
genos paternos a ela estranhas. Ela acomete cerca de 8% das fígado: elevação de enzimas hepáticas, alterações de coagu-
gestantes, sendo então fatores de risco: primigestação (é o lograma;
principal), gemelaridade (grande quantidade de antígenos), coração: IAM, edema agudo de pulmão;
moléstia trofoblástica gestacional, DHEG prévia, extremos
de idade reprodutiva, diabete, obesidade, hipertensão pree-
restrição de crescimento fetal.
xistente, nefropatias, síndrome do anticorpo-antifosfolípide, Nota-se, então, que ácido úrico não faz parte do rol dos cri-
isoimunização Rh (antígenos estranhos). A multiparidade e térios de gravidade, estabelecendo apenas prognóstico renal.
abortamentos anteriores são fatores protetores. Resposta a. Resposta e.
67. O mecanismo da eclâmpsia não é bem estabelecido, mas Zuspan: 4 g EV de ataque e manutenção com 1 a 2 g EV/
se acredita que o foco convulsivo seja hipóxia decorrente de hora. Assim, a única resposta que contempla o ataque de
vasoespasmos, ou a presença de sangramentos por micror- um desses esquemas, é a letra A, que traz a dose de ataque
rupturas vasculares. Acredita-se ainda que essas rupturas do esquema de Zuspan.
podem se expandir, gerando hemorragia cerebral (AVC he- Resposta a.
morrágico), que consiste na principal causa de óbito mater-
no na gestante. O processo pode ser evitado com controle da
pressão arterial. Resposta a. 72. São consequências do diabete gestacional:
polidrâmnio: por diurese osmótica puxada pelo excesso
68. Na fisiopatologia da pré-ecplâmpsia, por questão prova- de glicose que o feto elimina na urina;
velmente imune, não há adequada invasão troboblástica, im- policitemia: decorrente de estímulo a produção de he-
portante para promover a destruição da camada elástica dos
mácias por hipóxia tecidual devido a menor liberação de
ramos da uterina e reduzir a resistência local. Com isso, esse
oxigênio por hemoglobinas glicosiladas;
processo não ocorre criando um ambiente menos irrigado na
placenta o que, por motivos desconhecidos, faz elevar subs- síndrome do desconforto respiratório: excesso de glico-
tâncias vasoconstritoras (endotelina e troboxana) e reduzir va- se estimula insulina fetal impede ação de corticoide em
sodilatadoras (prostaciclinas e óxido nítrico). Tais substâncias pneumócitos;
entram na corrente sanguínea materna gerando vasoespasmo macrossomia fetal: excesso de glicose estimula insulina
generalizado, inclusive em arteríolas da retina. A presença de fetal que é anabolizante, desta ainda advém distócia de
exsudatos acontece em casos de hipertensão crônica, já edema ombro;
e hemorragia em casos mais graves. Resposta d.
hipoglicemia neonatal: após o nascimento perde se o
aporte de glicose, mas ainda há muita insulina;
69. A eclâmpsia é definida como convulsões tonicoclônicas
generalizadas decorrentes do envolvimento cerebral da pré-
hiperbilirrubinemia: decorrente da destruição do excesso
-eclâmpsia. Esta última caracterizada por níveis pressóricos de hemácias da policitemia;
elevados após 20 semanas, associada a proteinúria de, ao me- hipocalcemia: por mecanismos não bem esclarecidos.
nos, 300 mg em 24 horas. Assim, a proteinúria está presente Resposta e.
na pré-eclâmpsia em consequentemente, na eclâmpsia. O tra-
tamento da pré-eclâmpsia não é curativo e deve ser instituído
quando os níveis pressóricos estão muito elevados (acima de 73. O diagnóstico de diabete gestacional pode ser feito por
100 mmHg na PA diastólica), com anti-hipertensivos, sendo alterações de exame de TOTG 75, indicado imediatamente
escolhas a metildopa e pindolol. Evitam-se os diuréticos, pois para mulheres de alto risco (como as que tiveram diabe-
podem trazer efeitos deletérios à mãe e feto. Já a eclâmpsia te anterior), as que iniciam investigação após 24 semanas e
será tratada com sulfato de magnésio, um estabilizador de as que apresentam glicemia de jejum entre 88 e 126 mg/dL.
membrana, que entra na sinapse neuronal no lugar do cálcio Também será diagnóstica a presença de duas glicemias de je-
e impede propagação do estímulo nervoso. Essa mediação jum maiores ou iguais a 126 mg/dL, situação que dispensa o
não é anti-hipertensiva, inclusive o uso de ambas as drogas TOTG 75, até porque seria temerário oferecer sobrecarga de
pode ser concomitante. O problema do sulfato de magnésio glicose a mulheres com glicemias tão altas. Resposta b.
é que ele pode levar a intoxicação, caracterizada por queda
dos reflexos, redução de frequência respiratória e até parada
cardíaca, portanto é interessante monitorar a magnesemia, 74. Define-se pré-eclâmpsia como a presença de hipertensão
mantendo-a de 4 a 7 mEq/L. Resposta a. (PA maior ou igual a 140 x 90 mmHg) associada a proteinú-
ria de, ao menos, 300 mg em 24 horas, após a 20ª semana de
gestação. Pode ser dividida em formas leve e grave, sendo a
70. A despeito de diferentes formas de triar o diabete ges-
tacional, o diagnóstico da doença será feito de duas formas: última indicativa de internação. Algumas complicações re-
glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dL em duas situa- querem tratamentos específicos, a saber:
ções; ou TOTG 75 alterado. Neste exame, mede-se a glicemia níveis pressóricos diastólicos maiores ou iguais a 110
de jejum, 1 e 2 horas após sobrecarga de 75 g de dextrose. Os mmHg: sob risco de AVC e outras complicações, deve-se
valores de referência são 95-180-155. Para o Ministério da usar anti-hipertensivo emergencial a fim de reduzir cerca
Saúde, será considerado exame positivo, portanto diagnósti- de 20% a PA média. A droga de escolha nesses casos é
co de DMG, quando dois dos valores de referência estiverem hidralazina.
alterados. Resposta c. eclâmpsia/iminência de eclâmpsia: a eclâmpsia é dada
pela presença de convulsões tonicoclônicas generalizadas
71. O tratamento da eclâmpsia é feito com sulfato de magné- decorrentes da pré-eclâmpsia, e a iminência os sinais clí-
sio em um de três esquemas possíveis: nicos de que a eclâmpsia se aproxima, ou seja, escotomas
e/ou epigastralgia e/ou cefaleia occipital. O tratamen-
Sibai: 6 g EV de ataque e manutenção com 2 a 3 g EV/hora to deve ser uso de sulfato de magnésio e, sendo a idade
Pritchard: 4 g EV + 10 g IM de ataque e manutenção com gestacional maior que 34 semanas, resolução da gestação
5 g IM 4/4 h imediatamente após estabilização materna.
síndrome HELLP: caracterizada por hemólise (anemia, 78. É possível notar, no traçado cardiotocográfico, que as de-
DHL maior que 600, bilirrubinas totais maiores que 1,2, sacelerações começam depois do início das contrações, existe
esquizócitos à hematoscopia), plaquetopenia (menor que uma distância entre o ápice de cada uma delas (decalage), e
100 mil) e aumento de enzimas hepáticas (TGO maior o término das desacelerações é posterior ao das contrações.
que 70). Requer resolução da gestação independente- Tratam-se, portanto, de DIPII, ou desacelerações tardias, que
mente da idade gestacional. No caso a gestante tem PA estão relacionadas a hipoxemia fetal. Feto sem oxigênio lança
160 x 110 mmHg, o que requer uso de anti-hipertensivo mão de metabolismo anaeróbio liberando ácido lático e ge-
rando acidose. Resposta b.
urgencial; tem iminência de eclâmpsia (cefaleia e escoto-
mas), o que requer uso de sulfato de magnésio; tem pro-
vável síndrome HELLP além de 37 semanas de gravidez, 79. Em gestante com mais de 20 semanas, que apresente hi-
o que requer resolução da gestação. Resposta b. pertensão e crise convulsiva, na impossibilidade de colher
dados de história clínica, deve-se considerar o diagnóstico de
eclâmpsia, cujo tratamento medicamentoso de eleição é feito
75. A questão traz um quadro de hipertensão sem sinais apa- com sulfato de magnésio. Resposta e.
rentes de gravidade, sequer pressão diastólica acima de 110
mmHg, que seria indicativa de uso de hidralazina. Entretan-
to, os níveis pressóricos diastólicos, em média, estão acima de 80. Existem quatro tipos de hipertensão durante a gravidez:
100 mmHg, o que indica ajuste da dose do anti-hipertensivo a pré-eclâmpsia, a hipertensão crônica preexistente, a pré-
para mantê-los abaixo desse valor. O uso de corticoidoterapia -eclâmpsia superajuntada à hipertensão crônica e a hiperten
é adequado, uma vez que a hipertensão aumenta sobrema- são transitória gestacional. Essa última tem etiologia desco
nhecida e se caracteriza por aumentos de níveis pressóricos
neira as chances de prematuridade. Não há necessidade de
próximo ao termo, sem proteinúria significativa. Resposta d.
resolução imediata da gravidez e é temerária a reavaliação
apenas após 3 semanas. Resposta a.
81. Para o diagnóstico de síndrome HELLP é necessário a
presença de todos os seguintes critérios diagnósticos:
76. Gestante hipertensa, com mais de 20 semanas, apresen- Anemia com esquizócitos à hematoscopia.
tando cefaleia, escotomas e/ou epigastralgia, salvo sinais que
DHL > 600 U/L.
falem o contrário, deve-se considerar eminência de eclâmp-
Dosagem de bilirrubinas totais > 1,2 mg/dL.
sia, cujo tratamento de eleição é sulfato de magnésio. Obvia-
TGO > 70 UI/L.
mente, deve-se avaliar a possibilidade de síndrome HELLP
ou insuficiência renal concomitantes, solicitando a rotina Contagem de plaquetas < 100.000/mm³.
hipertensiva (hemograma com hematoscopia, DHL, TGO, Resposta c.
TGP, bilirrubinas totais e frações, TGP, TGO, coagulograma,
ureia, creatinina, urina 1).
82. Na fisiopatologia da DHEG (pré-eclâmpsia), ocorre exata-
Deve-se tomar um cuidado que o examinador não teve: se a oli- mente o oposto da gravidez normal, ou seja, elevam-se substân-
gúria for menor que 25 mL/hora está contraindicado o uso do cias vasoconstritoras, ou que tornam os vasos mais sensíveis a
sulfato de magnésio pelo risco de intoxicação já que a elimina- vasopressores como renina (TXA2 e endotelina), e reduzem-se
ção é renal. Diante das resposta a melhor é a letra b. Resposta b. os vasodilatadores, ou que tornem os vasos resistentes a ação de
vasopressores (PGI2 e óxido nítrico). Com isso há vasoespasmo
generalizado, disfunção endotelial, perda de líquido ao terceiro
77. Considerando que pré-eclâmpsia é a presença de hiper- espaço com consequentes edema e hipovolemia, e lesão isquê-
tensão associado a proteinúria significativa (300 mg/24 h ou mica de órgãos alvo como rins e fígado. Resposta a.
1 g em amostra isolada ou ao menos + em urina I), após 20
semanas, não poderíamos considerar esse diagnóstico no
caso apresentado, pois a urina mostra traços de proteína, o 83. Tanto os inibidores de enzima conversora de angiotensia
que é absolutamente normal na gestação. (iECA – captopril, enalapril e lsonipril), quanto os bloque-
adores de receptores de angiotensina II (losartan, valsartan
A eclâmpsia definida pela presença de convulsões tônico e candesartan), são contraindicados durante a gestação. Seu
-clônicas generalizadas em gestantes com pré-eclâmpsia. Em uso no primeiro trimestre pode causar malformações car-
geral é precedida de sinais que caracterizam sua iminência, diovasculares e neurológicas e, com o avançar da gravidez,
sendo eles: cefaleia occipital, epigastralgia, escotomas e hi- geram oligoâmnio, hipoplasia pulmonar e deformidade de
perreflexia. Como não há pré-eclâmpsia e nenhum desses membros. Resposta d.
sinais, descarta-se a hipótese de iminência de eclâmpsia.
Somando-se os fatos: paciente portadora de anemia falcifor- 84. A glicemia elevada em período de embriogênese fetal
me, rigidez de nuca, cefaleia holocraniana e pressão elevada, pode ser responsável por malformações. A mais caracterís
sem critérios de pré-eclâmpsia, o diagnóstico mais provável tica é a síndrome da regressão caudal, mas as cardiopatias,
é de hemorragia cerebral subaracnoidea, cuja confirmação especialmente os defeitos septais (CIA e CIV) são as mais
será feita pela tomografia de crânio. Resposta d. prevalentes. Resposta c.
85. De todas as alterações de diabete tipo I, a que apresenta Critérios de gravidade na pré-eclâmpsia (Cont.)
maior chance de progressão durante a gravidez é a retinopa-
Cerebral Acidente cerebrovascular (perda
tia proliferativa, tanto que aconselha-se a esclerose com laser
aguda função cerebral, alteração
antes da gravidez. A nefropatia pode apresentar leve altera- do estado mental, coma), perda
ção que geralmente regride, assim como não é comum a pro- parcial ou total da visão
gressão de neuropatias. Resposta d.
Sinais de disfunção Visão turva, diplopia,
do sistema escotomas cintilantes
nervoso central
86. O quadro traz uma paciente com hipertensão, prova-
velmente uma pré-eclâmpsia, dado que há proteinúria sig- Sintomas de Dor persistente em região epigástrica ou
nificativa (4+). Essa evolui para convulsões tônico-clônicas distensão da no quadrante abdominal superior direito
cápsula hepática
generalizadas, configurando quadro de eclâmpsia. O trata-
mento dessa última entidade é feito com sulfato de magné- Rins Oligúria (< 500 mL/24 h).
sio. O controle emergencial da pressão arterial também se faz Creatinina sérica (> 1,2 mg/dL)
necessário, pois a PA diastólica é maior que 110 mmHg e, Plaquetas Plaquetopenia (< 100.000 céls/mm3)
com esse fim, a droga de escolha é a hidralazina endovenosa. Coagulopatia Tempo de protrombina prolongado
Resposta c. (> 1,4 s) + plaquetopenia (<
100.000 céls/mm3) + diminuição
do fibrinogênio (< 300 mg/dL)
87. Os tipos de hipertensão na gestação são: pré-eclâmpsia, Fígado > 2 x nas enzimas hepáticas (AST, TGP)
hipertensão crônica, hipertensão superajuntada, hipertensão
Pulmão Edema agudo
transitória (ou gestacional). A doença hipertensiva específica
da gravidez, ou toxemia gravídica, é caracterizada por hiper- Fetal Crescimento intrauterino restrito
tensão (≥ 140 x 90 mmHg), associada a proteinúria de, ao (peso fetal < p5 ou < p10 +
comprometimento fetal (oligoidrâmnio,
menos, 300 mg/24 h, de início em qualquer idade gestacio-
Doppler umbilical alterado)
nal após a 20ª semana. A hipertensão crônica é preexistente à
gravidez ou reconhecida antes de 20 semanas. A superajun Momento do PE diagnosticada em IG < 32 semanas
diagnóstico
tada é a sobreposição de uma pré-eclâmpsia à hipertensão
crônica. Por fim, a hipertensão transitória gestacional, é o Memorize esses critérios, eles recorrem nas provas de resi-
aumento da pressão arterial ao final da gravidez, não asso- dência *Recentemente alguns autores consideram ≥ 5 g/ 24
ciado à proteinúria significativa. No caso, a pressão alta se h. Resposta d.
iniciou após 38 semanas e não há proteinúria, caracterizando
a hipertensão transitória. Resposta b.
90. A doença hipertensiva específica da gravidez, ou toxe-
mia gravídica, é caracterizada por hipertensão (≥ 140 x 90
88. Nessa questão o examinador tenta desviar a sua atenção mmHg), associada a proteinúria de, ao menos, 300 mg/24 h,
para uma série de informações sem importância, para que de início em qualquer idade gestacional após a 20ª semana.
você não perceba a discrepância entre a idade gestacional e Quanto mais precoce for o seu aparecimento, maior será a
a altura uterina. Com 38 semanas, espera-se uma altura de gravidade do quadro. Felizmente, a grande maioria das toxe
34 a 36 cm, e nessa gestante ela é de 30 cm. Com isso faz-se mias se iniciam ao redor da 32ª semana de gravidez.
hipótese de restrição de crescimento intrauterino que precisa
Quadros graves, especialmente aqueles que se superajuntam
ser confirmada com ultrassonografia obstétrica, que trará o
a hipertensão preexistentes, podem elevar a resistência peri-
peso do feto, indicando se o mesmo está abaixo ou acima do
férica em tal monta a ponto de causão insuficiência cardíaca
percentil 10. Resposta b.
esquerda e edema agudo de pulmão.
Como a fisiopatologia é baseada em má placentação, pode
89. A pré-eclâmpsia se divide em formas leve e grave, sendo haver hipofluxo fetal, com provável restrição de crescimento
que a segunda será caracterizada na presença de um ou mais intrauterino e óbito. Resposta b.
dos critérios de gravidade listados na tabela a seguir.
também o será, gerando restrição de crescimento e oligoâm- Na gravidez, considera-se normal Hb até 11 g/dL, pela dilui-
nio. A perda de líquido ao terceiro espaço, também pode ge- ção gravídica proporcionada pelo maior aumento da volemia
rar edema e hemoconcentração. Resposta b. em relação à massa eritrocitária. Assim, a partir de 20 sema-
nas administra-se apenas doses profiláticas de ferro elemen-
tar (30 a 60 mg/dia), e não terapêuticas (120 a 240 mg/dia).
92. O TOTG 75, modernamente, consiste em medir a glicemia
de jejum e 1 e 2 horas pós-sobrcarga de 75 g de glicose. Os Deve-se fazer Coombs indireto mensal para avaliar isoimu-
valores de normalidade são 95 180-155. Dois valores altera nização. Mesmo sendo primigesta, embora raro, pode haver
dos diagnosticam diabete gestacional. Na questão ele não traz contato de sangue maternofetal, desencadeando o processo
os três valores, mas os dois apresentados (jejum e 2 h pós-so- de imunização. Sem resposta.
brecarga) estão alterados, de modo que há diabete gestacional.
Entre as consequências fetais da doença, citam-se: macrosso- 95. O tratamento da eclâmpsia baseia-se em medidas gerais
mia, polidrâmnio, síndrome do desconforto respiratório, hi- (DLE, proteção de traumas, guedel oral, oxigênio) e trata-
perbilirrubinemia neonatal, hipocalcemia neonatal. mento farmacológico. Em relação a este último, a medicação
As malformações ocorrem em mulheres previamente diabé- mais eficaz é o sulfato de magnésio. Quando a eclâmpsia é
ticas que estão hiperglicêmicas no momento da embriogêne- acompanhada de níveis pressóricos muito elevados (PAD ≥
se, o que não é o caso, pois a glicemia às 10 semanas era nor- 110 mmHg), e geralmente esta é a voga, deve-se usar hipo-
mal. Respostas a, b e c. (o examinadro deve ter se esquecido tensor emergencial de forma concomitante, sendo a melhor
de escrever exceto). escolha a hidralazina EV. Resposta d.
93. Na gestação, estrogênio e progesterona estimulam a pro- 96. A morte materna é definida como a morte da mulher até
dução de insulina para que haja maior absorção de glicose 1 ano pós-parto, segundo a OMS, que outrora considerava
por parte da mãe, o que eleva as concentrações plasmáticas apenas até o 42º dia. Ela pode ser classificada em dois gru-
desse hormônio no jejum, com rápida redução na alimen- pos, o dos óbitos por causas diretas e o por causas indire-
tação pela ação exacerbada. Com o avançar da gravidez, e tas. As mortes obstétricas diretas são aquelas que resultam
especialmente após 24-28 semanas, há progressivo aumento de complicações obstétricas na gravidez, parto e puerpério,
de contrarreguladores da ação da insulina, como hormônio devidas a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou
lactogênio placentário, criando maior resistência insulínica de uma sequência de eventos resultantes de qualquer uma
materna, o que faz com que haja menor absorção de carboi- destas situações. As mortes obstétricas indiretas são as que
dratos, os quais serão direcionados ao feto. Disso, se depre- resultam de doenças existentes antes da gravidez ou que se
ende que a tolerância aos carboidratos é variável na gravidez. desenvolvem durante a gravidez e que não foram devidas
a causas obstétricas diretas, mas que foram agravadas pe-
Grande parte da glicose será direcionada ao feto, por difusão
los efeitos fisiológicos da gravidez. As causas não obstétri-
facilitada, via placenta, durante toda a gestação, o que contribui
cas são aquelas que não podem ser relacionadas a gravidez.
para hipoglicemia no primeiro trimestre, mas a disponibilida-
No caso apresentado, a causa provável do óbito foi AVC pós
de fetal de glicose será maior após 24-28 semanas pela menor
eclâmpsia, doença típica da gestação, que pode ocorrer até 4
absorção materna dada ação de hormônios contrainsulínicos.
semanas pós-parto. A morte poderia ser evitada com uso de
Graças à maior quantidade de insulina no primeiro trimestre e medicações para controle pressórico. Um exemplo de morte
a referida absorção fetal, muito embora essa seja maior no ter obstétrica indireta é a decorrente de diabete descompensado
ceiro trimestre, são comuns crises hipoglicêmicas nessa fase. na gravidez. Resposta a.
Mulheres com diabete gestacional não aumentam à produção
de insulina diante de um estímulo estrogênico, mas a libe-
97. A síndrome HELLP é caracterizada pela presença dos se-
ração de contrarreguladores ocorre normalmente, de modo
guintes parâmetros, obrigatoriamente: anemia hemolítica (Hb
que com o avançar da gravidez elas tendem à hiperglicemia.
< 11, esquizócitos, bilirrubinas totais > 1,2, DHL > 600 UI),
Pode-se dizer que a demanda insulínica não é suprimida por
plaquetopenia (< 100.000 mm³) e TGO > 70 UI. Geralmen-
falta de produção desse hormônio. Todas as afirmativas es-
te é assintomática, sendo achado de exames complementares.
tão, portanto, corretas. Resposta c.
Assim, essas alterações de exames, isoladas, serão diagnóstico
diferencial. Nesse rol se incluiriam anemias microangiopáticas
94. A gestante com DUM em 20/06/2011, terá, no dia (PTT, SHU, CIVD) e plaquetopenias. Hepatites costumam vir
17/10/2011 idade gestacional de 17 semanas. A data provável com evoluções significativas de aminotransferases e sorológi-
do parto, pela regra de Nagëlle, em que se soma 7 ao dia da cas positivas e, processos obstrutivos levam à elevação de FA,
última menstruação para se obter o dia do parto, e subtrai- gama-GT e bilirrubinas já conjugadas. Resposta e.
-se 3 do mês da DUM para se ter o mês do parto, será dia
27/03/2012 (e não 2011). 98. A pré-eclâmpsia é definida pelo aumento da pressão arte-
Sendo a glicemia de jeum menor que 85 mg/dL e não havendo rial (≥ 140 x 90 mmHg) associado a proteinúria (≥ 300 mg/24
fatores de risco, o TOTG 75 será solicitado apenas após 24-28 h), ambas de início após a 20ª semana. Geralmente é acom
semanas, quando aumentam os contrarreguladores insulíni- panhada de edema, embora não seja sinal obrigatório para
cos pela placenta, como hormônio lactogênio placentário. sua definição. Resposta a.
99. A pré-eclâmpsia é definida como a presença de hiperten- dL), plaquetopenia menor que 100.000 mm3, lesão hepá-
são arterial (PA ≥ 140 x 90 mmHg), associada a proteinúria tica com TGO maior que 70 UI. São necessários todos os
de, ao menos, 300 mg em 24 horas (não por litro), após 20 critérios para sua caracterização.
semanas. Ela se divide em formas leve e grave, sendo que a Não há método preventivo comprovadamente eficaz, sendo
segundo será caracterizada na presença de um dos critérios que o uso de AAS no primeiro trimestre foi a forma mais
de gravidade listados na tabela a seguir. usada. Resposta d.
+ DHEG). Porém devemos estabilizar a pressão arterial da de eclâmpsia, eclâmpsia e síndrome HELLP), caracterizada
paciente com drogas da emergência hipertensiva (sendo hi- por hipertensão arterial, proteinúria e edema generalizado
dralazina a droga de escolha) se PA diastólica maior ou igual ou de MMII matutino a partir de 20 semanas ou mais de ida
a 110 mmHg (não é o caso) e evitar crises convulsivas atra- de gestacional; hipertensão arterial crônica (hipertensa crô-
vés do uso de sulfato de magnésio, quando da presença de nica que engravida); hipertensão superajuntada (hipertensa
sintomas de iminência de eclâmpsia (escotomas, epigastral- crônica que engravida e desenvolve DHEG a partir de 20
gia, cefakeia, hiperreflexia). Estabilizado o quadro, devemos semanas ou mais de idade gestacional) e; hipertensão tempo-
transferir a paciente para hospital de referência. Resposta c.
rária ou transitória da gestação (caracterizada por elevação
isolada da pressão arterial que normaliza sozinha, sem reper-
106. Gestante hipertensa que convulsiona sem nenhuma cussões maternas ou fetais, próximo do pico da volemia – 32
outra justificativa, indica eclâmpsia, onde independente da semanas de gestação. Resposta e.
idade gestacional, devemos internar a paciente, controlar a
pressão arterial com hidralazina, prescrever sulfato de mag-
nésio para controlar e evitar novas crises convulsivas e, após 110. Paciente com quadro de doença hipertensiva específica
estabilização da paciente, iniciar indução do parto, se os exa- da gestação sem sintomas é uma pré-eclâmpsia, onde o trata-
mes de vitalidade estiverem normais. Resposta a. mento depende da idade gestacional e se é uma forma grave
ou leve da doença. Como a paciente é de termo e tem pré-
-eclâmpsia, de vemos interná-la e proceder a interrupção da
107. Gestante hipertensa de base que já fazia uso de hipoten- gestação (indução do parto, se exames de rotina hipertensiva
sor previamente à gestação deve manter terapia medicamen- e vitalidade fetal normais), uma vez que a DHEG é progres-
tosa, apenas substituindo-se a droga que usava, caso terato-
siva. Resposta a.
gênica (no caso captopril), por alguma aceita na gestação.
Resposta b.
111. A síndroem HELLP é uma microangiopatia consequen-
108. Hipertensão arterial com proteinúria (300 mg ou mais de te da DHEG, onde a paciente cursa com hemólise, elevação
proteína na urina de 24 horas) indica doença hipertensiva espe- das enzimas hepáticas e plaquetopenia. Resposta e.
cífica da gestação (DHEG). Como a paciente evolui com sinto-
mas, trata-se de um quadro de iminência de eclâmpsia, onde a
112. Pré-eclâmpsia grave por altos níveis tensionais deve-
mesma deve ser internada para controle pressórico (hidralazi-
-se tentar a estabilizaçãoe, caso haja sucesso nesse sentido,
na), prevenção de crises convulsivas (com sulfato de magnésio)
e, após a estabilização do quadro, realizar indução do parto (es- aguardar até 37 semanas. Resposta e.
pecialmente se tiver 34 semanas ou mais de idade gestacional e
se os exames de vitalidade estiverem normais) Resposta a.
113. Trata-se de uma gestante em emergência hipertensiva
(PA = 160 x 110 mmHg) e torporosa, provavelmente apresen-
109. Existem 4 tipos de hipertensão arterial que encontramos tando-se em estado pós-comicial de uma convulsão eclâmp-
na gestação, a doença hipertensiva específica da gestação, tica. Nesses casos, mesmo a crise já tendo ocorrido, inicia-se
com suas quatro formas clínicas (pré-eclâmpsia, iminência o sulfato de magnésio para evitar a recidiva Resposta d.
A coisa mais importante do mundo não é saber onde estamos, mas a direção que tomamos.
Johann Wolfgang Von Goethe
FMJ – 2015 e) não deve ser prescrita se a paciente estiver com dila-
1. Em relação à prematuridade em nosso país, é COR- tação superior a 6 cm
RETO afirmar que:
a) sua incidência tem diminuído nos últimos anos ACERTEI ERREI DÚVIDA
b) representa a maior causa de mortalidade infantil
c) aumenta com a troca de parceiro Hospital Angelina Caron – 2015
d) tem grande relação com prematuridade em gestação 3. Qual das opções contem somente causas de oligod-
anterior râmnio?
e) tem grande relação com atividade sexual na gravidez a) crescimento intrauterino restrito, pós-datismo, in-
suficiência placentária
ACERTEI ERREI DÚVIDA
b) ruptura prematura de membranas, agenesia renal,
diabete gestacional
Hospital Angelina Caron – 2015 c) insuficiência placentária, pós-datismo, desordens
2. Gestante de 30 anos, sem comorbidades, interna- esqueléticas
da há 2 dias por rotura prematura de membranas, d) inibidores do ECA, intrauterino restrito, hidropsia
é encaminhada ao centro obstétrico em trabalho de fetal
parto com 35 semanas. Sobre a profilaxia de infecção e) estenose do JUP, crescimento intrauterino restrito,
neonatal pelo estreptococo o grupo B (EGB) nesta síndrome antifosfolipídio
paciente, é CORRETO afirmar:
ACERTEI ERREI DÚVIDA
a) caso esteja indicada, necessita de dose de ataque e
manutenção
b) deve ser prescrita apenas se houver cultura positiva Hospital Angelina Caron – 2015
vaginal e retal positivas e recentes para EGB 4. Qual das situações abaixo constitui o mais importan-
c) o antibiótico de escolha é a cefazolina ou eritromicina te fator de risco para o trabalho de parto prematuro?
d) será realizada apenas se a paciente apresentar febre a) sangramento vaginal antes da décima segunda se-
intraparto mana de gestação
146
Obstetrícia | Questões para treinamento
b) consumo de álcool na gravidez e) esses cálculos estatísticos são de pouca valia porque
c) toques vaginais nas consultas de pré-natal a administração de progesterona entre 24 e 34 sema-
d) partos prematuros anteriores nas de gravidez e nociva ao feto
e) dois ou mais abortamentos de primeiro trimestre
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
Santa Casa-SP – 2015
Hospital Maternidade Therezinha de Jesus – 2015 8. Secundigesta, com gestação gemelar, idade gestacio-
5. Você está de plantão no setor de urgência na mater- nal de 33 semanas, apresenta dores intermitentes no
nidade e recebe a paciente com exame de ultrasso- abdômen. É portadora de taquicardia sinusal em uso
nografia com as seguintes informações/; Feto único, de metoprolol 50 mg duas vezes ao dia. Ao exame apre-
cefálico com dorso anterior a direita, placenta cor- senta PA de 120/80 mmHg, frequência cardíaca de 96
poral anterior grau 2 de granum, Oligodramnia leve bpm, altura uterina de 37 cm, dinâmica uterina de 3
com maior bolsão de 2,9 cm. Peso abaixo do percen- contrações de 40 segundos em 10 minutos e, ao toque
til 10 para idade gestacional (1870 gramas +/ - 10%) vaginal, colo do útero médio, medianizado e pérvio
e circunferência abdominal fetal abaixo do p5 para para 3 cm. Cardiotocografia categoria I da OMS para
idade gestacional. Doppler Índice de pulsatilidade ambos os fetos. A melhor conduta, para esse caso, será:
da artéria umbilical de 1,16 e índice de resistência da a) inibição de trabalho de parto com atosibano
artéria umbilical de 0,56, com idade gestacional de b) resolução imediata da gestação
37 semanas. Após ler atentamente o exame você con- c) inibição de trabalho de parto com isoxissuprina
cluirá que está pronto para esclarecer o diagnostico d) inibição de trabalho de parto com terbutalina
da seguinte intercorrência gestacional: e) inibição de trabalho de parto com indometacina
a) centralização de fluxo ao Doppler e oligodramnia
b) diástole zero ao estudo do Doppler e oligodramnia ACERTEI ERREI DÚVIDA
c) CIUR e Oligodramnia
d) displasia óssea fetal e oligodramnia Santa Casa-SP – 2015
ACERTEI ERREI DÚVIDA 9. Uma gestante de 32 semanas de gravidez procura o
hospital referindo perda de liquido via vaginal. O
exame especular revela conteúdo vaginal transpa-
Hospital Naval Marcílio Dias – 2015 rente não fétido, discretamente aumentado, porém
6. Quais drogas são comumente utilizadas como tocolí- sem a visualização de saída de líquido pelo orifício
ticos na prevenção do parto pré-termo? cervical. Considerando-se este quadro clínico, qual
a) metidopa e hidralazina dos exames complementares abaixo apresenta maior
b) cabergolina e bromocriptina especificidade diagnóstica?
c) cefalosporinas e quinolonas a) teste de laneta
d) derivados do ergot e ocitocina b) pesquisa do pH vaginal
e) agonistas beta-2 e bloqueadores de canal de cálcio c) teste da cristalização
d) medida ultrassonográfica do índice de líquido amni-
ACERTEI ERREI DÚVIDA ótico
e) pesquisa de alfa-1-microglobulina placentária em
IAMSPE – 2015 meio vaginal
7. E comum administrar progesterona (200 mg/dia, via ACERTEI ERREI DÚVIDA
vaginal) para mulheres que tem entre 20 e 25 sema-
nas de gravidez, 15 mm ou menos de comprimento
do colo do útero, a fim de evitar partos antes de 34 UEPA – 2015
semanas de gravidez. O risco relativo de isso ocorrer 10. Paciente GII PI, primeiro parto normal há 2 anos,
entre as mulheres medicadas e as que não fazem uso chega à maternidade em 25/10/2014 referindo dor
de medicamentos foi calculado em: RR = 0,56 com tipo cólica em baixo ventre a cada 5 minutos e perda
intervalo de confiança de IC: 0,36 – 0,86. Isso permi- de tampão mucoso. Nega ter feito pré-natal, pois não
te concluir que tinha com quem deixar seu primeiro filho. Refere ci-
a) não ha diferença estatisticamente significante entre o clos regulares e data da última menstruação (DUM)
grupo que recebeu progesterona e o que não recebeu em 11/03/2014 e ter feito apenas uma ultrassonogra-
b) o grupo que recebeu progesterona tem 56% a mais de fia em 22/04/2014, a qual mostrava embrião com bio-
probabilidade de ter o parto abaixo de 34 semanas metria de 6 semanas. Ao exame, apresentava PA 110 /
c) o grupo que recebeu progesterona tem uma proba- 80 mmHg, altura uterina (A.U.) de 32 cm, BCF: 140/
bilidade significantemente menor, do ponto de vista min, dinâmica em 10’ (40” 45”) e ao toque vaginal
estatístico, de ter parto com menos de 34 semanas dilatação de 3 cm. A melhor conduta a ser adotada é:
d) o calculo do risco relativo não e uma boa forma de a) amniotomia e cardiotocografia
comparar os grupos com e sem terapêutica hormonal. b) condução do trabalho de parto
FC: 90 bpm FR: 16 mrpm. AU: 35 cm. Dinâmica ute- período de repouso. Toque vaginal demonstra colo
rina: 10’ (35” 25” 30”); Abdome doloroso à palpação. uterino amolecido, pérvio para 3 cm de dilatação,
Especular: saída de secreção mucosa pelo canal cer- apresentação cefálica, bolsa amniótica íntegra, bati-
vical. Não observado líquido amniótico fluindo pelo mento cardíaco fetal de 140 e tensão arterial de 120 x
OCE à manobra de Valsalva. Toque: colo pérvio para 80 mmHg, sem outras queixas.
2 cm. Qual afirmativa contém procedimentos de exa- A paciente foi internada. A hipótese diagnóstica e o
me clínico durante o exame ginecológico que podem tratamento medicamentoso são respectivamente:
confirmar a amniorréxis prematura? a) insuficiência cervical – ocitocina
a) ultrassonografia com medida de índice de líquido b) amniorrexe prematura – hidralazina
amniótico c) abortamento – sulfato de magnésio
b) amnioscopia para avaliação do aspecto do líquido d) trabalho de parto prematuro – indometacina
amniótico e) trabalho de parto prematuro – nifedipino
c) medida do pH vaginal e Teste de cristalização
d) teste de Sims-Huhner para avaliação do muco cer- ACERTEI ERREI DÚVIDA
vical
e) cardiotocografia basal anteparto PUC-RS – 2015
ACERTEI ERREI DÚVIDA 22. Em relação ao trabalho de parto pré-termo, é correto
afirmar que
a) o uso de tocolíticos está sempre indicado
Hospital Infantil Varela Santiago – 2015 b) a anencefalia é considerada um fator de risco
19. Rotura prematura das membranas ovulares significa: c) o uso de antibiótico profilático por 7 dias está indi-
a) ruptura espontânea das membranas ovulares, fora cado
de trabalho de parto e após 20 semanas d) o corticoide somente deve ser utilizado antes da 32ª
b) ruptura espontânea das membranas ovulares, fora semana
de trabalho de parto em qualquer época da dilatação e) o parto vaginal pélvico está contraindicado antes da
c) coriorrexe 34ª semana
d) amniorrexe
e) amnionite ACERTEI ERREI DÚVIDA
UNAERP – 2015
SURCE – 2015 28. Gestante de 32 semanas traz ultrassom mostrando
25. Paciente com gestação de 30 semanas, em acompa- peso fetal estimado de 1350g, ILA 6,8, doppler da
nhamento pré-natal na Unidade Básica de Saúde da artéria cerebral média de 68% e da artéria umbilical
Família. Ao exame obstétrico: fundo uterino = 26 cm, de 80%. Realizou cardiotocografia que mostrou feto
frequência cardíaca fetal = 140 bpm. Solicitado exa- ativo. Quais as suas hipóteses diagnósticas e melhor
me de ultrassonografia obstétrica que revelou os se- conduta frente ao caso?
guintes parâmetros para 30 semanas: circunferência Obs.: valor normal de peso para 32 semanas: 1290–2280
cefálica = percentil 25º; circunferência abdominal = Valor normal de ILA para 32 semanas: 7,1–20,4
percentil 8º; comprimento do fêmur = percentil 25º; a) restrição de crescimento intrauterino e resolução da
peso estimado = percentil 8º. gestação por sofrimento fetal
Ante o quadro clínico e os achados ultrassonográfi- b) oligoâmnio e reavaliações da vitalidade fetal semanais
cos, qual o diagnóstico a ser firmado? visto que avaliação dopplervelocimétrica normal
a) restrição do crescimento fetal do tipo simétrico c) ultrassonografia normal com retorno em 2 semanas
b) restrição do crescimento fetal do tipo assimétrico para nova consulta de pré-natal
c) restrição do crescimento fetal do tipo intermediário d) oligoâmnio e centralização fetal; como carditoco-
d) crescimento fetal adequado para a idade gestacional grafia normal, realizar corticoindução e acompa-
nhamento da vitalidade fetal diariamente
ACERTEI ERREI DÚVIDA e) centralização fetal, restrição de crescimento intrau
terino e oligoâmnio, com indicação de resolução da
UERJ – 2015 gestação
26. Paciente de 22 anos, GI-P0-A0, com lúpus eritematoso
ACERTEI ERREI DÚVIDA
sistêmico, em uso de hidroxicloroquina e prednisona,
é atendida na 32ª semana de gestação em consulta pré-
-natal, assintomática e estável clinicamente. Ela apre- UNESP – 2015
senta o seguinte laudo de exame ultrassonográfico: feto 29. Mulher, 33a semana de gestação apresenta 1 contra-
único, situação longitudinal, apresentação cefálica, ção uterina a cada 5 minutos, colo uterino com 70%
placenta anterior Grau II de maturidade, normodra- de esvaecimento, 3 cm de dilatação, feto com apre-
mnia, circunferência abdominal e peso fetal abaixo do sentação cefálica e vitalidade preservada. AP: parto
percentil 3 para idade gestacional, dopplerfluxometria pré-termo em gestação anterior e internação há três
de artéria umbilical normal para idade gestacional. A semanas por trabalho de parto prematuro, quando a
cardiotocografia apresenta padrão reativo. A recomen- cultura para Streptococcus do grupo B revelou-se ne-
dação para condução inicial desse caso é: gativa e foi feita corticoterapia. A conduta é
a) prescrição de corticoterapia e posterior indução do a) realizar profilaxia para Streptococcus e resolver a ges-
parto tação
b) indicação de suplementação nutricional e início de b) administrar tocolítico e repetir corticoterapia
aspirina c) repetir corticoterapia e indicar cesárea
c) realização de cordocentese para cariotipagem e ras- d) administrar tocolítico e realizar profilaxia para
treio infeccioso fetal Streptococcus
d) seguimento pré-natal com acompanhamento rigo-
roso do bem-estar fetal ACERTEI ERREI DÚVIDA
e) faz parte da análise do crescimento fetal a avaliação O diagnóstico mais provável e os exames indicados
do diâmetro biparietal, da circunferência craniana, para esta situação são:
da circunferência abdominal e do comprimento do a) restrição do crescimento intraútero; ultrassonogra-
fêmur fia para avaliação da biometria fetal e doppler das
artérias umbilicais fetais
ACERTEI ERREI DÚVIDA b) erro de data; ultrassonografia para avaliação da bio-
metria fetal e determinação da idade gestacional real
c) oligo-hidrâmnio; doppler das artérias uterinas ma-
UNICAMP – 2013
ternas e perfil biofísico fetal
52. Gestante, 42 anos, G3P2A0, 36 semanas de gestação,
d) restrição do crescimento intrauterino; cardiotoco-
tabagista, em acompanhamento pré-natal apresen-
grafia e perfil biofísico fetal
ta curva de altura uterina como ilustrado abaixo. O
diagnóstico clínico é sugestivo de: ACERTEI ERREI DÚVIDA
UFPE – 2012
55. A presença de pele seca e apergaminhada corada in-
a) amniorrexe prematura tensamente de amarelo, assim como as unhas e o cor-
b) restrição de crescimento simétrico dão umbilical amarelo-esverdeado, configura diag-
c) restrição de crescimento assimétrico nóstico pós-natal definido pela escala de Clifford de
d) gemelaridade monocoriônica com transfusão feto- recém-nascido:
-fetal descompensada a) a termo
b) pós-maturidade Grau I
ACERTEI ERREI DÚVIDA c) pós-maturidade Grau II
d) pós-maturidade Grau III
USP-RP – 2012
ACERTEI ERREI DÚVIDA
53. Paciente, 33 anos de idade, G4P0A3, com diagnós-
tico de síndrome do anticorpo antifosfolípide, está
usando aspirina e heparina. Comparece no retorno UFPE – 2012
com 31 semanas sem queixas. Na avaliação obstétrica 56. Responde como principal indicação obstétrica para o
constata-se altura uterina de 26 cm, sem outras alte- parto prematuro:
rações. A evolução da altura uterina durante o pré- a) sofrimento fetal
-natal encontra-se na figura abaixo. b) pré-eclâmpsia
c) crescimento intrauterino restrito
d) descolamento prematuro de placenta
UFPE – 2012
57. Qual das seguintes ocorrências é a mais comum na
patologia da gravidez prolongada?
a) diminuição do peso fetal e aumento do volume de
líquido amniótico
b) aumento do peso fetal e excesso de verniz caseoso
c) mecônio e escassez de líquido amniótico
d) diminuição do peso fetal e excesso de verniz caseaoso
UFRJ – 2011
85. Gestante, 33 anos, 3 partos vaginais anteriores, com
33 semanas e 2 dias, confirmado pela data da última
menstruação (DUM) e pela USG de primeiro trimes-
tre, febril (38,5 ºC). Informa perda de líquido via va-
ginal há 16 horas. Exame especular: saída de líquido
pelo colo uterino. USG: índice de líquido amniótico
de 5 cm; BCF rítmico, 175 bpm. As condutas mais
adequadas são antibioticoterapia e:
a) indução
b) repouso
c) corticoterapia
d) corticoterapia e indução
a) erro de data
ACERTEI ERREI DÚVIDA b) polidrâmnio
c) restrição de crescimento
d) gestação múltipla
UFC – 2011 e) macrossomia fetal
86. Gestante, 29 anos, G4P3A0, 3 partos vaginais ante-
riores (1º e 3º pré-termo), apresentou 3 episódios de ACERTEI ERREI DÚVIDA
infecção urinária durante a gestação, diagnosticados
por urinocultura com isolamento de E. coli, tratadas SUS-SP – 2011
de forma inadequada. O exame direto do conteúdo 89. Gestante de 22 anos, sem doenças, internada há dois
vaginal realizado no 2º trimestre demonstrou vagino- dias por quadro de rotura prematura de membranas,
se bacteriana. Foi admitida com queixa de perda de é encaminhada ao centro obstétrico em trabalho de
líquido amniótico e sem atividade uterina. A idade parto com 35 semanas. Sobre a profilaxia de infecção
neonatal pelo estreptococo do grupo B (EGB) nesta
gestacional de 32 semanas foi confirmada e a vitalida-
paciente, é correto afirmar:
de fetal está preservada. Qual das opções abaixo NÃO
a) deve ser prescrita apenas se houver cultura vaginal e
faz parte da conduta para este caso?
retal positivas e recentes para EGB
a) fazer corticoide IM b) o antibiótico de escolha é a cefazolina ou eritromicina
b) fazer antibiótico VO c) será realizada apenas se a paciente apresentar febre
c) rastrear infecção intraparto
d) vigiar vitalidade fetal d) não deve ser prescrita se a paciente estiver com dila-
e) fazer uterolítico EV tação superior a 6 cm
e) caso esteja indicada, necessita de dose de ataque e
ACERTEI ERREI DÚVIDA manutenção
1. A prematuridade vem aumentando ao longo dos anos, rins e, portanto, ao feto. Este aporte advém da placenta.
sendo uma das principais causas de morbidade neonatal Assim sendo, o oligâmnio pode decorrer de: insuficiência
(não infantil). Tem diversas causas, sendo as principais placentária, displasias renais, obstruções do trato urinário,
infecções, amniorrexe prematura e idiopática, ou seja, 30% medicações que reduzam o fluxo glomerular como AINH ou
dos casos não apresentam causa definida. Justamente os iECA, além de ruptura prematura de membranas ovulares
casos idiopáticos apresentam maior chance de recidiva em obviamente. A restrição de crescimento fetal associa-se a
novas gestações. Resposta d. insuficiência placentária, que gera o oligoâmnio. Resposta a.
2. São indicações de profilaxia para estreptococo grupo 4. Mais de 30% dos trabalhos de parto prematuros (TPP)
B: SWAB anal ou vaginal positivos, qualquer ITU por espontâneos são de causa idiopática, sendo essa a principal
estreptococo B na gestação, passado de infecção neonatal causa daquela situação. Os TPPs idiopáticos tendem a se
por estrepto B; nos casos em que estão ausentes as condições repetir, de modo que a prematuridade anterior acaba sendo o
acima e SWAB anal e vaginal não foram colhidos indica- principal fator de risco para nova prematuridade. Resposta d.
se a profilaxia na presença de: febre intraparto de origem
desconhecida, trabalho de parto prematuro ou bolsa rota 5. O diagnóstico de oligodramnia já está citado no
há mais de 18 horas. A medicação preconizada é penicilina enunciado e aparece em todas as alternativas, de modo que
cristalina e deve ser feita dose de ataque de 5 milhões de a tarefa é descobrir o outro. A presença de feto com peso
unidades e manutenção de 2,5 milhões de unidades de 4 em estimado abaixo do percentil 10 para a idade gestacional
4 horas até o nascimento, ou inibição do trabalho de parto traz o diagnóstico de crescimento intrauterina restrito
caso essa seja a conduta. Resposta a. (CIUR), melhor nomeado de restrição de crescimento fetal.
Resposta c.
3. O líquido amniótico é produzido principalmente
pelos rins fetais. No entanto, para que a produção seja 6. As drogas mais usadas para tocólise são:
adequada é preciso haver adequado aporte sanguíneo aos atosiban – inibidor de receptores de ocitocina;
161
10 Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR, poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio
terbutalina – beta-agonista beta-2 que transforma ATP há insuficiência placentária – nesse caso o feto apresenta
intracelular em AMPc reduzindo disponibilidade de menor aporte de liquido, tem consequentemente menor
energia para contração muscular lisa do miométrio; perfusão renal com menor produção de urina o que gera
nifedipina – bloqueador de canal de cálcio, que impede oligodramnia. Em casos mais avançados o aporte de san-
esse íon de entrar no miométrio e iniciar a contração; gue pode ser insuficiente para prover oxigenação adequa-
da ao feto que entra em hipóxia.
indometacina – anti-inflamatório que reduz a formação Resposta b.
de prostaglandina, importante para expor receptor de
ocitocina; 12. A prematuridade vem aumentando ao longo dos anos,
sulfato de magnésio – competidor com cálcio na entrada sendo uma das principais causas de morbidade neonatal
da célula. (não infantil). Tem diversas causas, sendo as principais
Resposta e. infecções, amniorrexe prematura e idiopática, ou seja, 30%
dos casos não apresenta causa definida. Justamente os casos
7. Risco relativo de 0,56 significa que, mulheres com colo de idiopáticos apresentam maior chance de recidiva em novas
15 mm ou menos e que recebem progesterona apresentam gestações. Resposta d.
risco cerca de 50% menor de entrarem em trabalho de parto
antes de 34 semanas. Como o intervalo de confiança engloba 13. O líquido amniótico é produzo pelos rins do feto (urina)
o valor encontrado, pode-se confiar neste resultado, pois é e reabsorvido pelo trato gastrointestinal. O excesso de
estatisticamente significativo. Resposta c. produção, como no diabetes em que há diurese osmótica
causada pela grande quantidade de glicose os túbulos renais,
8. O quadro clínico apresentado é de uma gestante em bem como a redução da reabsorção por obstruções do trato
trabalho de parto prematuro, pois há contrações uterinas gastrointestinal (atresia de esôfago, estenose de duodeno)
que modificam o colo (mais de 3 cm) e a idade gestacional são causas importantes de polidrâmnio. Outras condições
é menor que 37 semanas (33 semanas). Como ainda não se que levam ao polidrâmnio são: dificuldade de deglutição
atingiram as 34 semanas e há boa vitalidade dos fetos, a como em fendas labiais ou cromossomopatias, defeitos
inibição é adequada. abertos do tubo neural em que o líquor cai na cavidade
A droga mais eficaz e com menos efeitos colaterais para amniótica elevando o conteúdo local, infecções fetais que
produzem anemia tornando o sangue menos viscoso e mais
inibir trabalho de parto prematuro é o atosiban, um inibidor
fi ltrado nos rins elevando a produção de urina, síndrome de
de ocitocina. Diferentemente da terbutalina e isoxissuprina,
transfusão feto-feto em que o receptor recebe muito liquido
que são beta-agonistas, aquela medicação não promove
e do doador e acaba produzindo mais urina.
taquicardia o que, especialmente no caso apresentado,
Gestação prolongada e sofrimento fetal são condições em
poderia piorar a condição clínica da gestante e favorecer
que a placenta costuma ser insuficiente, manda menos
edema agudo de pulmão, já predisposto em gemelar pelo
sangue ao feto que, hipovolêmico, reduz fluxo renal e
aumento da volemia.
produção de urina. Resposta e.
A indometacina é contraindicada após 32 semanas pelo
risco de fechamento precoce do ducto arterioso. Resposta a.
14. A presença de contrações uterinas regulares que
promovem modificações do colo uterino caracteriza
9. Existem vários exames complementares que podem
trabalho de parto e, sendo este antes das 37 semanas, será
ser realizados na tentativa de se diagnosticar bolsa rota
prematuro. Sem a concomitância de RPMO, sofrimento
nas 10% das vezes em que isso é impossível clinicamente.
fetal ou malformação incompatível com a vida extrauterina
Com sensibilidade e especificidade que ultrapassam 95%, deve-se tentar a inibição do trabalho de parto prematuro.
a pesquisa de alfa-1-microglobulina placentária em meio Concomitantemente deve-se acelerar a maturidade fetal
vaginal é o teste mais eficaz. Essa proteína apresenta com corticoidoterapia. Para mulheres com cultura de
concentração 100 vezes maior no liquido amniótica que na estreptococo desconhecida e trabalho de parto prematuro é
vagina. Resposta e. indicação de profi laxia antibiótica contra infecção neonatal
por está bactéria. Resposta a.
10. A idade gestacional cronológica da paciente da questão é
32 semanas e 4 dias, idêntica à ultrassonográfica. Nessa idade 15. A alternativa A é tão óbvia que torna a questão extre-
gestacional havendo contrações uterinas com modificações mamente fácil. O principal contribuinte para formação de
do colo uterino pode-se diagnosticar trabalho de parto líquido amniótico é a urina fetal, de onde nasce mais de 90%
prematuro. Estando feto e mãe em boas condições deve-se do seu conteúdo.
inibir o trabalho de parto e se administrar corticoidoterapia Condições que promovam baixo fluxo placentário, como
com intuito de acelerar a maturidade do feto. Resposta e. vasculopatias, ainda que decorrente de diabetes, diminuem
afluxo de liquido ao feto e consequentemente seus rins, levando
11. Em gestação prolongada dois caminhos podem ser se- a menor produção de líquido amniótico, ou seja, oligâmnio.
guidos: As bolsas rotas, que são a principal causa de prematuridade
a placenta continua funcionando e mandando nutrientes conhecida, levam a tendência de trabalho de parto prematuro,
ao feto – o resultado pode ser o crescimento fetal excessi- que ocorre tão mais rápido quanto mais avançada a idade
vo e consequente macrossomia; gestacional no momento da ruptura das membranas.
A segunda causa de prematuridade são as infecções, que em 21. A presença, antes de 37 semanas de gestação, de con-
seu processo liberam fosfolipase A2 gerando formação de trações uterinas efetivas e regulares, de ao menos duas em
prostaglandina com potencial contrátil. cada 10 minutos, e que levem a modificações do colo, seja
Mulheres com prematuridade idiopática anterior e colo por dilatação de ao menos 2 cm, seja por esvaecimento de 50
curto ao USG beneficiam-se de uso de progesterona na a 80%, caracterizam o trabalho de parto prematuro (TPP).
prevenção de nova prematuridade. Resposta a. Assim, ele pode ser reconhecido na gestante da questão.
Não havendo sofrimento fetal ou doença materna descom-
16. O diagnóstico de RPMO é clínico, com visualização de pensada, o TPP deve ser inibido e as opções medicamentosas
liquido amniótico se exteriorizando pelo colo, em mais de para tanto são: atosiban (inibidor de ocitocina), terbutalina
90% das vezes, sendo exames complementares indicados (beta agonista), nifedipina (bloqueador de canal de cálcio),
nos outros 10% de casos duvidosos. Resposta a. indometacina (AINH, porém contraindicado após 32
semanas pelo risco de fechamento precoce do ducto
17. Os principais fatores de risco para parto pré-termo são: arterioso, e sulfato de magnésio (compete com cálcio no
parto pré-termo prévio; músculo, sendo menos eficaz)). Resposta e.
amniorrexe prematura; 22. A conduta no trabalho de parto prematuro (TPP) deve
infecções; incluir:
sangramentos uterinos (PP, DPP); Inibição, caso não haja contraindicações, como: sofri-
mento fetal, doença materna descompensada, amniorre-
aumento do conteúdo uterino – polidramnio, gemelari-
xe, malformação fetal incompatível com a vida extraute-
dade; rina, óbito fetal.
redução do continente uterino – útero bicorno, unicorno, Corticoidoterapia para aceleração maturidade, caso o
didelfo etc; feto seja viável e imaturo, ou seja, entre 26 e 34 semanas.
incompetência istmo-cervical. Antibioticoprofilaxia para infecção neonatal por estrep-
Resposta a. tococo, desde que a cultura não seja reconhecidamente
negativa e colhida nas últimas cinco semanas, o que difi-
18. Nesta questão o autor descreve um caso clínico enorme cilmente terá ocorrido, pois comumente é feita entre 35 e
e no final pergunta que exame complementar pode ser feito 37 semanas. O antibiótico deve ser mantido até nascer ou
para diagnóstico de amniorrexe prematura. Seguem alguns até se inibir o parto.
exemplos:
Sulfatação para neuroproteção do feto, sendo indicado
pH vaginal – em bolsa rota passa de ácido a neutro-al-
até 32 semanas, embora sua realização não seja consenso
calino; entre os autores.
teste de cristalização – ao secar e liquido amniótico cris- Na anencefalia, pela insuficiência adrenal que os fetos ex-
taliza em folha de samambaia, o que pode ser visto ao perimentam, a gravidez costuma se prolongar e não ser
microscópio; prematuro. O corticoide fetal é responsável pelo início
teste de Ianeta – líquido amniótico aquecido sobre uma do trabalho de parto, pois atua na decídua aumentando a
lâmina adquire coloração esbranquiçada; produção de prostaglandina local e, consequentemente,
expõem-se receptores de ocitocina. Resposta e.
PAGF1 – esta substância apresenta concentração muito
maior em líquido amniótico. 23. Neste caso temos uma evolução normal de trabalho de
Resposta c. parto e a avaliação da vitalidade, por meio de cardiotocografia,
mostra o bem-estar do feto (categoria 1). Assim sendo, deve-
19. A rotura prematura de membranas ovulares é definida se aguardar a evolução natural até o parto.
como perda da integridade de âmnio e córion aténs de O mecônio pode ser normal em fetos de termo e pós-data, pois
iniciado o trabalho de parto; portanto, o prematuro refere- alguns apresentam liberação esfincteriana. Ele apenas alerta
se ao trabalho de parto. Alguns a consideram apenas após 20 para que se avalie a vitalidade, o que foi feito. Resposta a.
semanas, pois abaixo dessa idade gestacional diagnosticam
abortamento inevitável. 24. A ruptura prematura das membranas ovulares abaixo de
A sinonímia; e amniorrexe prematura e a letra D é errada 34 semanas somente tem indicação de resolução se houver
porque não traz o adjetivo prematura. Resposta b. sofrimento fetal ou corioamnionite, esta que pode ser
caracterizada por febre, fisiometria (perda de líquido fético
20. Parto pré-termo é aquele que ocorre antes de 37 sema- vaginal) e/ou leucocitose com desvio.
nas. Os três principais fatores de risco são: prematuridade Havendo infecção o uso de antibioticoterapia de amplo
anterior, ruptura prematura de membranas ovulares e espectro é mandatório e o parto pode ser via vaginal, desde
infecções (inclusive bacteriúria assintomática, que assim deve que não haja contraindicação obstétrica a esta via. Resposta a.
ser tratada). Mulheres que já tenham parto prematuro prévio
devem fazer avaliação de risco de nova prematuridade com a 25. Feto com peso abaixo do percentil 10 é considerado
medida do comprimento cervical por USG transvaginal entre restrito. Se isso ocorrer porque todos os parâmetros
20 e 24 semanas de gestação. Resposta d. biométricos são pequenos chamamos isto de restrição
simétrica, que geralmente ocorre por problema genético. mais de 34 semanas – resolução da gravidez (via de parto
Caso a restrição seja à custa de redução do abdome com obstétrica)
demais parâmetros normais ela é chamada de assimétrica menos de 34 semanas – na vigência de corioamnionite
e ocorre por insuficiência placentária e falta de nutrientes (saída de pus pela vagina, febre, leucocitose com desvio à
para acumular glicogênio no fígado fetal. Resposta b. esquerda) ou sofrimento fetal a resolução se impõe, caso
contrário mantém-se expectação, vigilância infecciosa
26. O caso apresenta uma gestante lúpica com restrição de com hemograma a cada 3 dias e indica-se corticoidote-
crescimento fetal. Justamente esta restrição pode decorrer de rapia. Deve-se ressaltar que o corticosteroide somente
insuficiência placentária por conta de formação de trombos pode ser administrado na ausência de quadro infeccioso,
em vasos da placenta devido a lesão autoimune do endotélio pois é imunossupressor, de modo que seu uso será pos-
local. Se a placenta é insuficiente é preciso estar atento ao bem terior ao hemograma. Alguns autores ainda preconizam
estar do feto que pode se comprometer a qualquer momento antibioticoterapia por sete dias para aumentar período de
pelo menor aporte de oxigênio e nutrientes. A resolução se latência. O toque vaginal deve ser evitado, preferindo-se
justifica apenas em graves alterações da vitalidade, como exame especular, pois o primeiro pode ser veículo de in
centralização ao Doppler. Resposta d. fecção. Resposta b.
27. Tem sido indicado, em trabalho de parto prematuro de 32. O TPP até 34 semanas deve, indiscutivelmente, desde
até 32 semanas, a administração de sulfato de magnésio que não haja contraindicação (sofrimento fetal ou doença
para a mãe, por 24 horas, nas mesmas doses de profi laxia materna descompensada), ser inibido com intuito de ganhar
de iminência de eclampsia. Isso porque esta medicação tempo para acelerar a maturidade pulmonar fetal. Alguns au-
mostrou efeito de neuroproteção e tem se observado melhor tores preconizam inibição até 36 semanas para avanço neuro-
do prognóstico neonatal. Resposta e. lógico do feto. De qualquer forma, a inibição somente estará
indicada na vigência do TPP, e não de forma profilática.
28. A questão traz um caso em que o peso fetal está dentro do Há como prevenir o TPP em mulheres de alto rico (prematu-
intervalo da normalidade e há redução do liquido amniótico, ridade anterior mais colo curto), e isso é feito com uso de pro-
portanto, oligoâmnio. O estudo Doppler revela que a gesterona micronizada via vaginal, que é um profilático e não
resistência na artéria umbilical está maior que na cerebral terapêutico. Medidas adjuvantes devem ser tomadas, como
média, caracterizando a centralização hemodinâmica fetal. corticoidoterapia entre 26 e 34 semanas e profilaxia de infec-
Como a idade gestacional é menor que 34 semanas, procede- ção por estreptococos. No tocante a esta última, geralmente se
se corticoidoterapia e avaliação diária da vitalidade fetal, baseia na cultura de swab anal e vaginal, porém as mesmas são
preferencialmente com análise de ducto venoso. A resolução colhidas apenas entre 35 e 37 semanas, de modo que no TPP
da gravidez é programada para 34 semanas ou quando se geralmente são desconhecidas e, em culturas desconhecidas, a
deteriorar a vitalidade fetal. Resposta d. antibioticoprofilaxia está indicada se: TPP, bolsa rota a mais de
18 horas, febre de origem desconhecida no trabalho de parto,
29. Em trabalho de parto prematuro abaixo de 34 semanas além de passado de infecção neonatal por estreptococo, que
a conduta deve ser inibição do trabalho de parto (salvo funciona como cultura positiva. Resposta: a
contraindicações) e corticoidoterapia para acelerar a
33. Líquido meconial é decorrente da eliminação de conte-
maturidade fetal. A profi lixia de estreptococo será indicada
údo intestinal pelo feto. Isso pode ser normal, decorrente de
a cultura seja positiva ou desconhecida.
maturidade fetal, mas também pode ser patológico, decor-
Dúvida haverá se a gestante recidivar no trabalho de parto
rente de estresse fetal gerado por hipóxia. Tal mecônio pode
prematuro. Neste caso, não havendo contraindicação,
ser aspirado pelo recém-nascido e, em alguns casos, causar
procede-se nova tentativa de inibição. O corticoide tem pico
insuficiência respiratória, situação conhecida como síndro-
de ação em 48-72 horas e duração de efeito de 1 semana. me de aspiração meconial. Felizmente, ele estará presente em
Ao contrário do que se preconizava há pouco tempo, o ciclo apenas 5% dos fetos com mecônio intrauterino.
pode ser repetido por uma única vez, caso haja novo trabalho Durante muito tempo, orientou-se ao obstetra que aspirasse
de parto prematuro depois de findado efeito da medicação. as vias aéreas de feto com mecônio antes do desprendimento
A cultura de estreptococo vale por cinco semanas e negativa dos ombros, mas essa conduta se mostrou ineficaz. Diabetes
não indica profi laxia antibiótica. Resposta b. gestacional não eleva o risco de mecônio. Resposta d.
30. Um trabalho de parto prematuro (TPP) de feto com 34. A primeira escolha para tocólise, na maioria das situa-
menos de 34 semanas deve ser inibido, exceto se houver ções, é o inibidor de ocitocina (atosiban), por produzir me-
contraindicação, sendo elas: sofrimento fetal, doença nos efeitos colaterais, mas esse não consta das alternativas.
materna descompensada, malformação fetal incompatível A segunda escolha seria beta-agonistas (terbutalina, salbu-
com a vida extrauterina, corioamnionite, óbito fetal. A tamol, ritodrina), entretanto apresentam efeitos colaterais
gemelaridade não contraindica inibição de TPP. Resposta c. como taquicardia, tremores e hiperglicemia (trocam glico
se por potássio nas células), de modo que não é boa opção
31. O diagnóstico de ruptura prematura de membranas ovu- para diabéticas. A terceira escolha é a nifedipina, tendo-se
lares, em 90% dos casos, é clínico. A conduta dependerá da cuidado com a hipotensão e hipofluxo placentário que pode
idade gestacional e status materno e fetal: causar, sendo boa opção para diabéticas e hipertensas. A
indometacina não deve ser usada após 32 semanas pelo ris- nobres, aos quais que não se inclui os rins, produtores de lí-
co de fechamento precoce do ducto arterioso e o sulfato de quido amniótico. No entanto a entidade é progressiva e os
magnésio tem baixa eficácia na inibição de parto prematuro. achados nem sempre estão presentes. Em fase final haverá
Resposta a. centralização hemodinâmica fetal ao Doppler. Resposta b.
35. A visualização de saída de líquido pelo orifício cervical é 38. Oligoâmnio é a redução do líquido amniótico. Diagnos-
suficiente para o diagnóstico de ruptura prematura de mem- tica quando o índice de líquido amniótico (ILA) está abaixo
branas ovulares. Nessa condição, sendo a idade gestacional do percentil 5 para a idade gestacional.
maior ou igual a 34 semanas a conduta deve ser resolutiva, ou Diversas são as suas causas, entre elas:
seja, parto. A via é de indicação obstétrica, cabendo avaliação ruptura prematura de membranas ovulares: a causa mais
de vitalidade fetal antes de indução para verificar se há sofri- comum;
mento fetal. Sendo o estreptococos desconhecido, sua profi-
laxia estará indicada apenas se: febre, bolsa rota há mais de
insuficiência placentária: representa a segunda causa.
18 horas, trabalho de parto prematuro (antes da 37a semana), Nesses casos a placenta e insuficiente em enviar sangue ao
passado de infecção neonatal por estreptococo ou urocultura feto que prioriza o fluxo a órgãos nobres, o que não inclui
positiva para esta bactéria na gravidez. A gestante da questão os rins. Com menos aporte sanguíneo elas produzem menos
não se enquadra, a princípio, nesses critérios. Resposta c. urina, principal componente do líquido amniótico;
obstruções do trato urinário ou displasias renais: ou não
36. Presença de contrações uterinas (ao menos 2 em 10 mi- há formação de líquido pela alteração renal, ou ele não
nutos) que levem a modificações do colo uterino, dado por é escoado para o meio externo ao feto pelas obstruções;
dilatação de ao menos 2 cm ou esvaecimento de 50%, con- hipovolemia: nesses casos há menor aporte de líquido ao
figuram trabalho de parto prematuro (TPP). A maioria dos feto e consequentemente menor produção urinária.
autores considera inibição até 34 semanas para que se possa
promover a maturidade fetal, outros o fazem até 36 sema- doenças hipertensivas: costumam levar a insuficiência
nas para desenvolvimento neurológico. As alternativas aju- placentária. Fetos portadores de cromossomopatias ge-
dam na escolha. Medidas adjuvantes são importantes, como ralmente apresentam dificuldade de deglutição, de modo
administração de betametasona (2 duas de 12 mg IM com que fica comprometida a reabsorção de líquido amniótico,
intervalo de 24h) para acelerar a maturidade fetal em idades favorecendo-se polidrâmnio. Na isoimunização também
gestacionais entre 26 e 34 semanas, e nunca fora desse perí- há tendência a polidrâmnio, pois o sangue menos viscoso
odo; e profilaxia antibiótica para estreptococos caso este seja devido à hemólise é mais filtrado nos rins fetais. Gestação
desconhecido, mas isso não invalida a necessidade imedia- múltipla, por si só, não é causa de oligoâmnio. Resposta b.
ta de sua coleta e nova conduta após resultado. Apenas para
lembrar, seguem as indicações de profilaxia de infecção por 39. Essa questão está extremamente mal feita, e faltam in
estreptococos, se cultura desconhecida: febre, bolsa rota há formações. Não existe valor normal de translucência nucal,
mais de 18 horas, trabalho de parto prematuro (antes da 37ª o que se faz e um cálculo de risco de cromossomopatias a
semana), passado de infecção neonatal por estreptococo ou partir do valor da TN, idade gestacional e idade materna,
urocultura positiva para esta bactéria na gravidez. considerando-se elevados riscos maiores que 1:300. Assim,
TPP geralmente decorrem de processos infecciosos, sendo quanto maior o TN, maior será o risco, da mesma forma que
o mais comum o urinário; assim, deve-se coletar cultura de ele será proporcional à idade. Mulheres de 37 anos podem ter
urina nessas situações, além de se fazer boa análise clínica em alto risco com mesmo valor de TN de outras com 25 anos.
busca de outros focos infecciosos. Resposta b. De qualquer forma, se o valor de TN for maior que 3 mm,
independentemente da idade ou tempo de gravidez, haverá
37. No acompanhamento pré natal é importante realizar a alto risco de cromossomopatias, o que pode não existir para
medida da altura uterina em todas as consultas, verificando valores menores que esse. Resposta b.
sua normalidade. Existem tabelas com intervalos de norma-
lidade para cada idade gestacional, mas uma regra básica 40. O examinador está um pouco desatualizado. Afirmar que
aproximada é que a altura uterina, em centímetros, corres- placenta grau III indica maturidade é algo antigo e sabemos
ponde ao valor da idade gestacional até a 20a semana, após não ser verdade. De qualquer forma existe a classificação de
o que seria a idade gestacional menos dois, sendo o máximo Grannum para nível de calcificação da placenta visto a ul-
normal de 36 cm. Alterações da altura uterina servirão de trassonografia, que apresenta validade discutível, mas serve
triagem para maiores investigações, já que há pouco específi de norteador de possível insuficiência placentária quando os
cidade para doenças nessa análise clínica. Uma altura uterina graus avançam muito precocemente. Existem quatro graus:
reduzida, como no caso, pode ser decorrente de restrição de Grau 0: a placenta não apresenta calcificações, de modo
crescimento, erro de data, oligoâmnio, malformação fetal, si- que sua ecogenicidade ultrassonográfica é uniforme;
tuação transversa etc. Assim sendo, a ultrassonografia é de
grande valia nesses casos. Enfim, a medida da altura uteri-
Grau I: há poucas calcificações esparsas pela placenta, e
na não permite estabelecer diagnóstico, é apenas triagem. afetam a placa corial, mais externa;
A insuficiência placentária, por reduzir o aporte sanguíneo Grau II: toda a placa basal é calcificada grosseiramente,
ao feto, pode levar a restrição de crescimento e oligoâmnio, além da corial, e há projeções de calcificação para o inte-
na medida em que o feto tende a priorizar fluxo para órgãos rior da placenta (sinal da vírgula);
Grau III: os cotiledones podem ser individualizados, pois 43. Gestações pós-data são as que ultrapassam 40 semanas, e
apresentam todo o contorno calcificado. Resposta b. prolongadas as que avançam além das 42 semanas. Essas aco-
metem cerca de 10% das gestações. Quando estamos diante
41. O líquido amniótico é produzido principalmente pelos desses quadros, duas situações podem estar acontecendo:
rins, a partir da filtração do sangue fetal. Sua absorção se 1) A placenta continua funcionante e o feto mantém seu cres-
dará pela deglutição fetal e passagem do mesmo pela mucosa cimento, o que eleva as chances de macrossomias e distocias
intenstinal. Assim sendo, as causas de oligoâmnio incluem, do parto;
além da ruptura das membranas ovulares, quedas da volemia 2) A placenta se torna insuficiente. Nesse caso o aporte san
fetal, como nos casos de insuficiência placentária e desidrata- guíneo e menor ao feto, que acaba reduzindo o líquido am-
ção materna, e malformações do trato urinário, sejam renais niótico, consumindo as reservas e, porventura, entrando em
(displasias, rins policísticos) que impeçam a formação de sofrimento. A presença desse quadro, ou mesmo o receio que
urina, sejam as obstruções dos canais de drenagem da urina ele ocorra, faz aumentar as chances de cesariana. Além disso,
(ureteres e uretra). A pós-maturidade geralmente concorre após 42 semanas, para evitar esse quadro, a indução de parto
com insuficiência placentária, pois a placenta envelheceu, é indicada, mesmo que a gestante não esteja em trabalho, e
e por isso costuma cursar com oligoâmnio. O polidrâmnio existe o risco de falha de indução, que também eleva a chance
será decorrente de problemas de reabsorção, como em obs- de cesariana. Para monitorar o bem-estar fetal e surpreender
truções do trato gastrointestinal ou dificuldades deglutivas alterações da função placentária, permitindo que a gestação
(fenda palatina, cromossomopatias), ou excesso de produ- chegue a 42 semanas, a partir de 40 semanas deve ser feita
ção, que ocorre no diabete ou redução da viscosidade sanguí- investigação do bem-estar do feto a cada 3 dias, por meio
nea, comum em aloimunizações e infecções, que geralmente de perfil biofísico simplificado (cardiotocografia e medida de
cursam com hemólise no feto. Resposta d. líquido amniótico), resolvendo-se a gestação se ILA menor
que 5 ou alterações cardiotocográficas. Para se fazer o diag-
42. O líquido amniótico é produzido principalmente pelos nóstico correto de pós-datismo e gravidez prolongada é pre-
rins, a partir da filtração do sangue fetal. Sua absorção se ciso ter exato conhecimento da idade gestacional, o que será
dará pela deglutição fetal e passagem do mesmo pela mu- possível com USG precoce (entre 8 e 12 semanas), quando
cosa intestinal. ainda não há influências externas ou genéticas no crescimen-
Assim sendo, as causas de oligoâmnio incluem: to do feto. Resposta e.
ruptura das membranas ovulares;
44. Perdas gestacionais espontâneas e indolores, em idades
insuficiência placentária: nesse caso menos sangue chega gestacionais cada vez mais precoces, porém superiores a 16
ao feto e ele prioriza o fluxo a órgãos nobres, o que não in- semanas, trazem o diagnóstico de incompetência istmo-cer-
clui rins. Com menos aporte de sangue os rins produzem vical, ou seja, o colo não consegue manter o conteúdo da gra-
menos urina e, consequentemente, haverá menos líquido videz dentro do útero, abrindo-se pelo peso desse conteúdo.
amniótico. A principal causa de insuficiência placentária A presença de malformações uterinas é importante fator de
e a hipertensão, seguindo-se a gestação prolongada; risco para esses quadros e o diagnóstico pode ser corrobora-
desidratação materna: há menos líquido para formação do, na gravidez, pelo USG que, na maioria, mostra colo de
de urina fetal, tamanho reduzido (menor que 25 mm) e/ ou sinal do dedo
de luva (projeção da bolsa amniótica para dentro do colo ute-
malformações do trato urinário: aqui se incluem as renais
rino). Resposta b.
(displasias, rins policísticos) que impedem a formação de
urina, e as obstruções dos canais de drenagem da urina 45. Para diagnosticar prematuridade é preciso datar corre-
(ureteres e uretra), que impossibilitam que a urina seja tamente a gestação, o que pode ser tentado de várias formas,
ejetada do feto. como medida da altura uterina, início da percepção dos mo-
O polidrâmnio será decorrente de: vimentos fetais, data da última menstruação etc., porém a
forma mais fidedigna de se saber o tempo de gravidez é por
obstruções do trato gastrointestinal: impedem a reabsor-
meio de ultrassonografia de primeiro trimestre, em especial
ção do líquido por toda a mucosa intestinal do feto;
entre 8 e 14 semanas. Isso porque o tempo de gestação é dado
dificuldades deglutivas: dificultam a chegada do líquido pelo tamanho do feto e nessa idade gestacional ele é bem vi-
ao trato gastrointestinal para reabsorção. Aqui valem as sualizado e ainda não adquiriu as características genéticas
fenda palatina, as alterações neurológicas e cromossomo- pessoais. Resposta c.
patias;
redução da viscosidade do sangue: comum em aloimuni- 46. Existem duas condutas descritas para fetos com 41 se
zações e infecções, que geralmente cursam com hemólise manas de gravidez, de qualquer forma é possível responder
no feto. Os tumores fetais também podem sequestrar o a questão. A primeira, mais conservadora, advoga acompa-
sangue e levar a anemia e consequente polidrâmnio; nhar a vitalidade fetal por meio de perfil biofísico simplifi-
cado (cardiotocografia e medida do ILA ao USG), a cada 3
diabetes mellitus: é a principal causa de polidrâmnio e dias, até 42 semanas, após o que se deve induzir o parto, e
decorre de diurese osmótica pela glicosúria fetal. não realizar cesariana (salvo contraindicações). A segunda,
Resposta a. baseada em estudos que mostram que o melhor prognósti
co neonatal esta entre 39 e 41 semanas, preconiza que seja ção uterina será feito por presença de fisiometria (perda
feita a indução do parto se a gravidez chegar a 41ª semana. de conteúdo fétido purulento pela vagina), leucocitose
Note que não se deve aguardar, em nenhumas das condutas, maior que 20.000 ou com desvio e febre. Resposta b.
o trabalho de parto espontâneo eternamente, como dizem as
alternativas B e C. 49. Restrição de crescimento fetal é redução patológica do
A indução do parto será feita com ocitocina e preparação do peso de um feto, abaixo do percentil 10 para a idade gesta-
colo, se necessária, com prostaglandina ou sonda de Foley, e cional.
nunca com amniotomia, artifício útil na correção de distocia Pode ser de três tipos:
funcional. Resposta e. Tipo I ou simétrica (20%): ocorre precocemente, desde
o primeiro trimestre, e caracteriza-se por feto simetrica-
47. Crescimento intrauterino restrito, ou mais corretamen- mente pequeno. Tem como principal causa as cromosso-
te restrição de crescimento fetal, e definida como peso fetal mopatias, entre elas a trissomia do 18, ou síndrome de
abaixo do percentil 10 para a idade gestacional. Assim sendo, Edwards.
para seu diagnóstico adequado é preciso datar corretamente
a gestação, de preferência por USG precoce. Caso contrário, Tipo II ou assimétrica (80%): de início mais tardio, próxi-
o diagnóstico será dado pela curva normal de crescimento mo ao terceiro trimestre, caracteriza-se por um feto cres-
dos fetos, não acompanhada pelos restritos. Há três tipos de cido, mas com poucas reservas, de modo que o abdome
restrição de crescimento fetal: e reduzido. A principal causa é insuficiência placentária,
Tipo I ou simétrico (20%): ocorre precocemente, desde
principalmente por hipertensão.
o primeiro trimestre, e caracteriza-se por feto simetrica- Tipo III ou mista (menos de 1%): misto das anteriores,
mente pequeno. Tem como principal causa as cromosso- decorrente do uso pesado de drogas ou cigarro.
mopatias, mas também pode ser decorrente de infecções, Obviamente todos os fetos com restrição de crescimen-
medicações etc. to nascerão com peso abaixo do esperado para a idade
Tipo II ou assimétrico (80%): de início mais tardio, pró- gestacional, portanto serão PIG. Todavia, nem todos os
ximo ao terceiro trimestre, caracteriza-se por um feto recém-nascidos abaixo do peso apresentam a restrição de
crescido, mas com abdome reduzido, ou seja, magro. A crescimento, pois alguns podem ser pequenos constitu-
principal causa é insuficiência placentária, principalmen- cionais. Resposta d.
te por hipertensão, e por isso se manifesta no momento
em que o feto, maior, precisa de mais nutrientes da pla- 50. As causas de gravidez prolongada não estão esclareci-
centa. Essa condição faz elevar as chances de cesariana, das, mas provavelmente se devem a falhas no determinismo
pois tais não costumam suportar bem o trabalho de par- do parto.
to, uma vez que a placenta, insuficiente, não será capaz de Esse depende da queda da progesterona, aumento de estro-
nutrir o feto de reservas. Essas são necessárias para man- gênios e prostaglandinas. A progesterona, produzida na pla-
ter oxigenação do feto durante as contrações, em que há centa, tera sua queda no final da gestação, e como tem efeito
pinçamento de arteríolas nutridoras da placenta. Assim miorrelaxante sobre a musculatura lisa, facilitará as contrações
sendo, no trabalho de parto será mais comum a presença miometriais. O estrogênio é produzido, também na placenta,
de asfixia e eliminação de mecônio nessa modalidade de a partir DHEAS originário da suprarrenal do feto por ação da
restrição, que e mais comum. sulfatase placentária, e este estrogênio elevará o número de
Tipo III ou mista (menos de 1%): misto das anteriores, gap junctions entre as células musculares do útero, facilitando
decorrente do uso pesado de drogas ou cigarro. Não há transmissão do impulso contrátil. Finalmente, as prostaglan
tratamento eficaz para restrição de crescimento, deven- dinas tem sua produção, na decídua, estimulada por altos ní
do-se monitorar o bem-estar fetal. O repouso, muito in- veis de corticosteroides originários das suprarrenais do feto,
dicado nesses casos, não teve sua eficácia comprovada e agem no miométrio estimulando a exposição de receptores
cientificamente. Resposta d. de ocitocina. Pelo exposto, pode-se notar que é preciso matu
ridade adrenal para que haja produção adequada de substân
cias essenciais ao início do trabalho de parto. Fetos anence
48. A perda de líquido via vaginal, até que se prove o contrá-
falos apresentam deficiência suprarrenal, de modo que neles
rio, deve ser atribuída a ruptura prematura de membranas
é favorecida a gravidez prolongada. A deficiência de sulfatase
ovulares. Nessa situação a conduta será dependente da idade
placentária também poderá gerar gestações pós-termo, pois se
gestacional:
reduz a produção de estrogênio, importante para o início do
se maior ou igual a 34 semanas: interrupção da gestação
trabalho de parto, como vimos. Ainda são fatores de risco de
e antibioticoterapia ampla se houver infecção concomi- gravidez prolongada: fetos do sexo masculino, primigestação,
tante; antecedente do quadro. Resposta d.
se menor que 34 semanas: ausente infecção pode-se ado
tar conduta expectante e corticoidoterapia para matura 51. O crescimento fetal é basicamente avaliado pelo seu ga-
ção fetal; na vigência de quadro infeccioso, deve-se in- nho de peso, o qual é melhor estimado por cálculo envolven-
terromper a gestação e iniciar antibioticoterapia ampla, do várias de suas medidas, em especial: diâmetro biparietal,
com o ressalte de que a administração de corticoide é circunferência craniana, circunferência abdominal e compri-
contraindicada nesses casos, pois diminui a imunidade mento do fêmur. Há várias fórmulas para esse cálculo, sendo
materna e faz piorar a quadro. O diagnóstico de infec- a mais conhecida a de Hadlock. Restrição de crescimento fe-
tal é definida com peso estimado do feto abaixo do percentil 55. Os recém-nascidos que foram vitimados intraútero por
10 para a idade gestacional em análise. Assim, será necessária síndrome da pós maturidade (insuficiência placentária pelo
correta datação da gestação com USG precoce, de modo que envelhecimento da mesma) serão classificados em um dos
seu diagnóstico nunca é feito no primeiro ultrassom. Fetos três estágios de Clifford, com taxas de mortalidade progressi-
macrossômicos são aqueles acima do percentil 90 de peso, e vamente maiores, a saber:
geralmente decorrem de diabete gestacional, que torna o feto estágio I – fenótipo característico que inclui panículo
obeso, elevando principalmente seu abdome, o parâmetro adiposo escasso, pele seca e enrugada, escassez ou ausên
que inclusive apresenta maior relevância no cálculo no peso cia de vérnix caseoso, membros delgados, dedos longos,
fetal. O melhor momento para datação de gestação por USG unhas crescidas, feição alerta e olhar apreensivo;
é entre 8 e 12 semanas, pela medida do CCN, quando o feto
estágio II – características do estágio I associado a líquido
ainda não adquiriu características genéticas pessoais que o
meconial em pele e vérnix caseoso;
tornem maior ou menor. Na insinuação ocorre cavalgamen-
to de suturas ósseas, reduzindo-se a circunferência cefálica estágio III – características do estágio II associados a
e consequentemente sua precisão em datar uma gravidez. unhas e cordão intensamente corados pelo mecônio. Res-
Resposta e. posta d.
52. A altura uterina reduzida é um exame clínico de triagem, 56. A prematuridade deliberada apresenta mais comumente
já apresenta considerável quantidade de falso-positivos. A as seguintes indicações: 40% pré-eclâmpsia, 25% sofrimento
principal causa é restrição de crescimento fetal, sendo diag- fetal, 10% restrição de crescimento fetal e 7% descolamento
nósticos diferenciais o oligoâmnio ou a situação transversa prematuro de placenta. Resposta b.
do feto, nunca se excluindo também a possibilidade da nor-
malidade. As restrições de crescimento fetais podem ser: 57. Na gravidez prolongada duas situações podem ocorrer: a
simétricas, quando ocorrem desde o início da gestação de placenta se mantém funcionante e isso gera macrossomia fe-
modo que a altura uterina será sempre pequena e crescente tal. Ou a placenta, pelo envelhecimento, se torna insuficiente.
abaixo do percentil 10; ou assimétricas, que ocorrem após 24 Com isso, menor aporte de sangue será direcionado ao feto,
semanas e o feto desacelera seu crescimento, especialmente o que diante da escassez de nutrientes, desviará o fluxo para
peso, pois não recebe da placenta suficiente quantidade ne- órgãos nobres, como cérebro, adrenais e coração, em detri
cessária de nutrientes para manter suas reservas. Como, na mento de outros menos importantes, como os rins. Reduzido
questão, o crescimento reduziu após 25 semanas, pensamos o fluxo renal, menor será a produção de urina, o que gera
em restrição assimétrica. Não se pode esquecer que o diag- oligoâmnio. Aos poucos, pela hipóxia e desnutrição, o feto
nóstico final será firmado por ultrassonografia obstétrica e entra em sofrimento, eliminando mecônio. O vérnix caseoso
estimativa de peso fetal. Resposta c. será escasso e a pele enrugada. Resposta c.
53. A evolução gráfica da altura uterina mostra que houve 58. A amniorrexe prematura tem sua conduta estabelecida, a
queda do desenvolvimento a partir da metade do segundo princípio, pela idade gestacional:
trimestre. A principal hipótese nessa situação é restrição mais de 34 semanas – parto pela via obstétrica;
de crescimento fetal do tipo assimétrico, pois se inicia tar-
diamente, na fase de hipertrofia celular. A principal causa é menos de 34 semanas
insuficiência placentária, em que os nutrientes não chegam sem sinais de infecção ou sofrimento fetal expectante
adequadamente ao feto em desenvolvimento, que acaba por com corticoterapia entre 26 e 34 semanas e vigilância de
não acumular reserva e fica emagrecido. No início da gesta- sinais infecciosos e vitalidade fetal.
ção as necessidades fetais são menores, de modo que não se com infecção ou sofrimento fetal – parto.
faz sentir essa insuficiência da placenta.
Entretanto há diagnóstico diferencial como oligoâmnio e si- A infecção é diagnosticada por febre, fisiometria, leuco-
tuação transversa, de modo que apenas a ultrassonografia de- citose ou aumento de PCR. Os sinais clínicos são mais
finirá o diagnóstico, pois estima o peso fetal, considerando-se confiáveis, até porque a leucocitose pode ser normal na
que há restrição se o mesmo estiver abaixo do percentil 10. gestação. Resposta b.
Como a hipótese é de restrição assimétrica, caso se confirme
é preciso avaliar a vitalidade fetal, e a melhor maneira de fa- 59. Ao se romperem as membranas ovulares, o líquido e as
zê-lo é por meio de Doppler de artéria umbilical. Resposta a. substâncias nele contidas, como vérnix e mecônio, podem
cair na circulação materna e atingir seus capilares pulmo-
54. Se há SUSPEITA de RPMO, cabem algumas medidas, nares exercendo efeito irritativo e anafilático, e ocasionando
como: determinar a idade gestacional para posterior esta- edema pulmonar, o que reduz a pressão atrial e o débito car-
belecimento de conduta, vigiar infecção e vitalidade fetal díaco, gerando hipotensão, além de dificultar a troca de gases
estreitamente (pois é necessária resolução se alterados). A e proporcionar cianose. Juntamente com o material amnióti-
interrupção da gestação não é conduta inicial e será indicada co, há passagem de tromboplastina à corrente sanguínea, que
apenas após confirmação diagnóstica, desde que a gravidez ativa a cascata de coagulação e instala-se CIVD. Essa situação
apresente mais de 34 semanas ou haja sinais de corioamnio- é conhecida como embolia de líquido amniótico e geralmen-
nite ou sofrimento fetal. Resposta b. te evolui rapidamente, com mortalidade de 90%. Resposta c.
60. Em amniorrexe prematura com menos de 34 semanas, entre o maior eixo fetal e o maior eixo do útero. Por fim, sen-
deve-se avaliar a vitalidade fetal e pesquisar sinais de infec- do posição o lado em que está o dorso do feto, no caso temos
ção (febre, fisiometria, leucocitose). Estando a vitalidade pre- posição à direita. Resposta a.
servada e não havendo quadro infeccioso, adota-se conduta
expectante em relação ao parto, tomando se algumas me 65. Amniorrexe prematura em gestações com mais de 34
didas, como corticoidoterapia para maturação pulmonar e, semanas, deve-se adotar conduta resolutiva da gestação, ou
segundo alguns autores, antibioticoterapia para aumentar o seja, parto. Em idades gestacionais menores, não havendo
período de latência. Segundo o CDC, a profilaxia de infec- sofrimento fetal ou infecção, opta-se pela internação da pa
ção neonatal por estreptococo deve ser feita no trabalho de ciente com medidas, a saber: vigilância estreita da vitalidade
parto em casos de parto prematuro ou bolsa rota há mais de fetal, pesquisa de infecções (hemograma, PCR, curva térmi-
18h, desde que não se conheça a cultura microbiana da pa- ca e análise de fisiometria) a cada 3 dias, corticoterapia se
ciente. A análise das últimas questões da UNICAMP mostra IG entre 26 e 34 semanas. Havendo infecção ou alteração da
que a conduta, nesta escola, é a administração de antibióticos vitalidade fetal, a resolução será imediata. Quanto aos an-
contra estreptococos imediatamente em casos de amniorrexe tibióticos, polêmica rege o assunto, mas serão obrigatórios
prematura pré-termo com cultura desconhecida. Resposta c. se houver infecção ou nas condições de profilaxia para es-
treptococo, ou seja, apenas no trabalho de parto em casos
61. A diminuição precoce de líquido amniótico pode ter duas de swab positivo ou, se desconhecido, na vigência de febre,
causas: amniorrexe prematura ou malformações do trato uri- trabalho de parto prematuro, bolsa rota há mais de 18 horas
nário. Não havendo história de perda de líquido e sendo o ou passado de infecção neonatal por estreptococo. Enfim, no
exame físico inconclusivo, a ultrassonografia deverá dirimir caso, deve-se internar a paciente e imediatamente avaliar se
tal dúvida. Entretanto, a boa visualização ultrassonográfica há infecção ou sofrimento fetal, para estabelecer a conduta.
de estruturas depende da presença de líquido. Assim, em Resposta e.
casos duvidosos como esse, opta-se pela amnioinfusão, que,
em bolsa rota, é acompanhada da perda do líquido pela via 66. Como a data da última menstruação era 20 de abril de
vaginal, sendo que nos demais casos ele fica no intraútero
2011, a idade gestacional cronológica no dia do atendimento
permitindo a análise das estruturas do feto. Lembre-se de que
(23 de novembro de 2011) era de 31 semanas.
a queratinização da pele se dá entre 20 e 24 semanas e apenas
Em 6 de julho havia sido feito uma ultrassonografia que re-
após essa fase os rins assumem o papel principal na produção
velava idade gestacional de 11 semanas e 3 dias. Do dia desta
de líquido amniótico, de modo que, mesmo em agenesias re-
ultrassonografia até 23 de novembro, passaram-se 20 sema-
nais, pode haver líquido amniótico normal até essa fase.
nas, que somadas às 11 semanas e 3 dias que o feto já possuía
Já está provado que a infusão de líquido em oligoâmnio não
no dia do ultrassom, tem-se idade gestacional de 31 semanas
reduz a ocorrência de hipoplasia pulmonar como se acredi-
e 3 dias. Como o erro do exame de primeiro trimestre para o
tava no passado. Resposta a.
cálculo da idade gestacional é de até 5 dias, pode-se dizer que
há compatibilidade entre as idades gestacionais cronológica
62. A visualização de saída de líquido pelo orifício do colo é
padrão ouro para o diagnóstico de amniorrexe, e permitirá a e ultrassonográfica.
identificação dessa condição em mais de 90% dos casos. Dir- Pacientes que não foram vacinadas para tétano devem re-
-se-á que a amniorrexe é prematura quando ocorrer antes de ceber as três doses da vacina. Caso já tenham feito, mas há
iniciado o trabalho de parto, e precoce se ocorrer antes dos mais de 5 anos, devem receber dose de reforço. A paciente
8 cm de dilatação. No caso, não havia contrações, de modo em questão não foi vacinada e deveria receber a imunização.
que a amniorrexe é prematura. Como a idade gestacional é Desnutrição e tabagismo, presentes na gestante que analisa-
de 31 semanas, trata-se de gestação pré-termo (menor que 37 mos, são fatores de risco para restrição de crescimento fetal.
semanas). Assim, o diagnóstico correto é amniorrexe prema Sendo IgG e IgM negativos para toxoplasmose, pode-se dizer
tura pré-termo. Resposta b. que há suscetibilidade à doença. Resposta d.
63. Diversos são os fatores de risco para amniorrexe prema- 67. Na carteira de pré-natal consta data da última menstru-
tura, entre eles citamos: infecções, tabagismo, más condições ação (DUM) de 20 de abril de 2011. Então no dia 23 de no-
higiênico-dietéticas, desnutrição (baixo peso), anemia, do- vembro a idade gestacional é de 31 semanas.
enças do colágeno, contrações de Braxton-Hicks exacerba- Para calcular a data provável do parto, soma-se 7 ao dia da
das, etc. Não entram no rol desses fatores: restrição de cres- DUM (20 + 7 = 27), e retira-se três do seu mês (4-3 = 1). As-
cimento fetal, raça negra, abortamento anterior ou primiges sim, a data provável do parto deve ser 27 de janeiro de 2012.
tação. Resposta c. Resposta a.
64. Considerando que apresentação é a parte fetal que ocupa 68. Em 11 de janeiro de 2012, uma gestante com data da últi-
o estreito superior da bacia e que nele tende a se insinuar, e ma menstruação de 20 de abril de 2011, tem idade gestacional
que a palpação da escava (escavação pélvica) indica a parte de 38 semanas, ou seja, está no termo, pois esse se dá entre
fetal que caminha ao estreito superior, no caso temos uma 37 e 42 semanas. O diagnóstico continua sendo amniorrexe
apresentação cefálica. Esse tipo de apresentação somente é prematura, pois ocorreu antes de iniciado o trabalho de parto
possível em situações longitudinais, pois nas transversas a (prematura em relação ao trabalho de parto), porém em ges-
apresentação é córmica; lembrando que situação é a relação tação de termo. Resposta b.
69. Na amniorrexe prematura antes de 34 semanas, apenas são possivelmente causados por insuficiência placentária e
se indica a resolução se houver infecção (corioamnionite) indicam sofrimento fetal crônico.
ou sofrimento fetal. Assim, na ausência dessas condições a Como o estreptococo é desconhecido (não há referência), te-
expectação se impõe, mas com algumas medidas importan- mos duas indicações de seu uso: trabalho de parto prematuro
tes, entre elas: corticoindução da maturidade pulmonar, vi e febre de origem indeterminada. Poderiam ser indicações
gilância da vitalidade fetal e controle de sinais infecciosos. ainda: passado de infecção neonatal pela bactéria, bolsa rota
Neste último caso, com hemograma e PCR a cada 3 dias, há mais de 18 horas, qualquer urocultura positiva para strep-
curva térmica diária e análise de fisiometria. Colher cultura tococcus agalactiae. Na vigência de infecção, está contraindi-
para estreptococo é importante para verificar a necessidade cado o uso de corticoterapia. Resposta c.
de profilaxia da infecção neonatal dessa bactéria na hora do
parto. A inibição não está indicada, exceto em situações es- 73. O diagnóstico de incompetência istmocervical pode ser
pecíficas, como transporte a hospital terciário ou realização feito pela clínica ou por exames complementares. Em relação
de corticoterapia (por 48 horas), desde que não haja infecção à história clínica, esta é típica, dada por abortamentos tardios
ou sofrimento fetal. Resposta d. ou perdas fetais de repetição, de forma indolor. A confirma-
ção pode ser feita, durante a gestação, pela presença de colo
70. A prematuridade pode ser decorrente de trabalho de curto (menor que 25 mm) ou protrusão de parte da bolsa
parto prematuro ou ser deliberada pelo médico por doenças amniótica para dentro do colo (sinal do dedo de luva ou sinal
descompensadas maternas, sendo que a maioria encontra-se do afunilamento), ambos no segundo trimestre. Resposta b.
no primeiro grupo. Nestas, a administração de inibidores de
contrações, como antagonistas de ocitocina, é o tratamento 74. A ruptura prematura das membranas ovulares, ou seja,
indicado, porém a eficácia na manutenção da gestação em a que ocorre antes de iniciado o trabalho de parto, tende a
longo prazo é pequena. Há como predizer a chance de pre- iniciá-lo espontaneamente. O período transcorrido entre a
maturidade por meio de medida do colo uterino entre 22 e ruptura e o início das contrações é chamado de período de la-
24 semanas ou teste de fibronectina vaginal a partir de 24 tência, que é inversamente proporcional à idade gestacional.
semanas. No primeiro caso, considera-se alta a probabilidade Entre as complicações, pode-se citar: prematuridade, DPP e
de parto prematuro se a medida for menor que 25 mm, e no corioamnionite. Esta última é reconhecida clinicamente em
segundo, se a dosagem de fibronectina vaginal for maior que 10% dos casos gerais e 30% daqueles pré termo.
50ug/mL. Resposta d. A conduta é resolutiva após 34 semanas, ou se vigente infec-
ção ou sofrimento fetal. Nos demais, pode-se adotar conduta
71. A questão traz um caso de RPMO, cujo diagnóstico, em expectante com medidas como: administração de corticote-
90% das vezes, é feito pela visualização de saída de líquido rapia (entre 26 e 34 semanas), vigilância infecciosa e de vi-
pelo orifício externo do colo. Nessa situação, caso a gesta- talidade. A inibição do trabalho de parto é possível em duas
ção apresente mais de 34 semanas, não existe benefício na condições: na transferência para hospital terciário ou por 48
conduta expectante, mas há acréscimo de risco infeccioso. horas para ação do corticoide. Resposta a.
Assim, está indicada a resolução da gravidez, a princípio por
via obstétrica. O uso de antibiótico, nesses casos, pode ter 75. O quadro apresentado é típico de amniorrexe prematu-
duas finalidades: profilaxia de estreptococo ou tratamento de ra complicada por coriamnionite, pois não se palpou bolsa
corioamnionite. Como a cultura de estreptococo é negativa amniótica, há febre e fisiometria. Nesses casos, independen-
e recente e não há sinais de infecção, não há necessidade de temente da idade gestacional, impõe-se a resolução da ges-
antibioticoterapia. A corticoidoterapia não é indicada após tação e o uso de antibioticoterapia de amplo espectro, sendo
34 semanas. contraindicado o uso de corticoterapia por causa da infecção.
Em colo desfavorável o ideal é prepará-lo com misoprostol, Resposta a.
mas o uso de ocitocina diretamente é permitido, porém com
maior chance de falha. A resposta menos pior para a questão 76. Na rotura prematura de membranas ovulares (RPMO), a
está na letra e. Resposta e. conduta depende da idade gestacional, sendo ativa (indução
do parto) quando a gestante estiver com 34 semanas ou mais
72. No caso apresentado, tem-se uma gestante com quadro de idade gestacional. Tanto no trabalho de parto prematuro,
infeccioso (febre e taquicardia) associado a trabalho de parto quanto na RPMO, onde tomamos conduta ativa, está indica-
prematuro, uma vez que apresenta mais de duas contrações da a profilaxia para Estreptococo do grupo B, uma vez que as
em 10 minutos que levaram a uma dilatação do colo de mais culturas para sua identificação são desconhecidas. Resposta b.
de 2 cm, em gestante com menos de 37 semanas. Provavel-
mente a causa do TPP foi a infecção, que a princípio poderia 77. Gestação pós-data é quando a gravidez ultrapassa 40 se-
ser tratada e o TPP inibido com uterolítico. Entretanto, são manas ou 280 dias e a gestação pós-termo é aquela que ultra-
contraindicações à inibição uterina: doenças maternas des- passa 42 semanas ou 294 dias. Resposta e.
compensadas, sinais de sofrimento fetal (RCIU, oligoâmnio,
prova de vitalidade fetal alterada), feto com malformação 78. Estamos diante de uma gestação pós-data (mais de 40
incompatível com a vida extrauterina, óbito fetal. Note que semanas de idade gestacional), onde a conduta depende do
o peso do feto da questão está no percentil 5, indicando res- índice de Bishop que avalia parâmetros do colo uterino para
trição de crescimento fetal (definida por peso menor que o se indicar uma indução do parto. Se o índice de Bishop for
percentil 10), e o líquido amniótico é reduzido. Esses sinais favorável à indução (de 6 para cima), interna-se a paciente e
induzimos o parto. Se o índice for de 5 para baixo (desfavorá- 84. A conduta na rotura prematura de membranas ovulares
vel à indução), faz-se exames de vitalidade até o índice se tor- (RPMO) depende da idade gestacional. Se a gestante tiver
nar favorável ou a paciente atingir 42 semanas, que é o limite menos de 34 semanas, opta-se pela conduta expectante, com
máximo que podemos esperar uma gestação chegar. Como a vigilância de infecção materna e da vitalidade fetal, com cor
paciente está se queixando de diminuição da movimentação ticoterapia de 24 a 34 semanas para acelerar o amadureci-
fetal, fazemos os exames de vitalidade e iniciamos a prepara- mento pulmonar fetal. Já a partir de 34 semanas, a conduta
ção do colo uterino para a indução do parto, normalmente é ativa, com internação, indução do parto e antibioticotera-
feito com misoprostol, via vaginal. Resposta b. pia, se diagnosticado infecção materna ou para profilaxia de
Streptococcus beta-hemolítico ou quando o feto não nascer
79. Contrações uterinas com esvaecimento e dilatação do até 6 horas do diagnóstico da rotura. Resposta d.
colo uterino numa gestante com menos de 37 semanas de
gestação caracteriza o verdadeiro trabalho de parto prematu- 85. Nos casos de rotura prematura de membranas em ges-
ro (TPP). Devemos internar a paciente e iniciar a inibição do tantes com menos de 34 semanas, está indicada a conduta
TPP (tocólise) e, se a gestante estiver entre 24 a 34 semanas expectante, com vigilância infecciosa e de vitalidade fetal. Na
está indicada a corticoterapia para amadurecimento do pul- menor suspeita de corioamnionite, como é o caso descrito,
mão fetal, devido ao risco de parto pré-termo. Resposta d. indica-se a interrupção da gestação, independente da idade
gestacional. Resposta a.
80. Na rotura prematura de membranas ovulares (RPMO),
em gestantes com 34 semanas ou mais de idade gestacional, a 86. Estamos diante de rotura prematura de membranas
conduta é ativa, com internação, antibioticoterapia e indução ovulares (RPMO) em gestantes com menos de 34 semanas;
do parto. Completada 6 horas da RPMO e não ocorrendo o a conduta deve ser expectante com vigilância de infecção e
parto, está indicada antibioticoterapia por 24 horas após o vitalidade fetal. Deve ser realizada corticoterapia entre 24
parto. Se o feto nascer até 6 horas da RPMO, o antibiótico a 34 semanas de gestação para acelerar o amadurecimento
é mantido até o clampeamento do cordão umbilical, tendo pulmonar fetal pelo risco de trabalho de parto prematuro.
como objetivo a profilaxia da infecção neonatal pelo estrep- O antibiótico só deve ser prescrito quando diagnosticado
infecção, para não mascarar o quadro de corioamnionite. A
tococo do grupo B. Resposta c.
RPMO é contraindicação absoluta à inibição do trabalho de
parto prematuro, salvo por 48 horas a fim de ser feita a ação
81. São fatores de risco para a prematuridade: gestação nos
máxima da corticoterapia. Resposta e.
extremos da vida reprodutiva, uso de cocaína, cigarro e cra
ck, nivel socioeconômico baixo, doenças ginecológicas que
87. O grande formador de líquido amniótico é a urina fetal.
distendem a fibra muscular uterina (miomatose), antece-
O líquido amniótico também serve para desenvolvimento
dente de parto pré termo, causas de sobredistensão uterina
dos tratos respiratório e digestivo fetais. A principal via de
(gestação gemelar, polidrâmnio, macrossomia fetal e mal-
absorção do líquido amniótico é a deglutição fetal, observa-
formações fetais), falta de assistência pré-natal e iatrogenia.
da desde 15-16 semanas de gestação. A movimentação fetal
Resposta a.
não é fator de interferência no volume do LA. Conforme a
gestação vai evoluindo, o índice de líquido amniótico vai au-
82. O limite máximo que podemos esperar uma gestação mentando. Resposta a.
chegar é de 42 semanas. Mesmo que o índice de Bishop es
teja desfavorável à indução (menor ou igual a 5) e os exames 88. A paciente está com uma altura uterina acima do espera-
de vitalidade estejam normais, não podemos esperar por ris- do para idade gestacional, onde o ideal seria de 26 cm (após
co iminente de sofrimento e óbito fetal. A paciente deve ser 20 semanas IG = AU + 2). Neste caso podemos estar diante
internada e iniciada a preparação química (misoprostol) ou de situações que aumentam a altura uterina como macrosso-
mecânica (sondas) do colo uterino, seguida de indução do mia fetal, polidrâmnio, gestação gemelar, miomatose uterina
parto com ocitocina. Resposta a. ou casos de erro de data. Na restrição de crescimento, a altura
uterina está menor do que o esperado para a idade gestacio-
83. O crescimento intrauterino restrito (CIUR) é classificado nal. Resposta c.
de acordo com a fase de desenvolvimento em que o agente
causador do retardo atuar. Se atuar na fase de hiperplasia fe- 89. A profilaxia para Streptococcus beta-hemolítico deve ser
tal, temos o CIUR tipo I ou simétrico, onde o feto inteiro é feita em todos os casos de trabalho de parto prematuro, ro
pequeno, tendo como causa as alterações genéticas, radiação tura prematura de membranas e naqueles com cultura de
ionizante, medicamentos utilizados pela gestante e infecções, secreção vaginal e/ou anal positivas e/ou desconhecidas, e
congênitas ou não. Se atuar na fase de hipertrofia fetal, temos urocultura positiva. Só não é realizada nos casos de cesárea
o tipo II ou assimétrico, que provoca diminuição da cintura eletiva. A droga de escolha é a penicilina cristalina feita em
abdominal, enquanto a cabeça continua crescendo normal e dose de ataque e manutenção de 4 em 4 horas até clampea-
tem como causa todas as doenças maternas que cursam com mento do cordão umbilical. É claro que devemos protocolar
insuficiência placentária. Se o agente atuar nas duas fases te- nesta paciente tal conduta. Resposta e.
mos o CIUR intermediário ou misto, provocado pelo uso de
drogas ilícitas, álcool, fumo e a desnutrição materna, que é a 90. A melhor forma de se diagnosticar a rotura prematura
principal causa de CIUR no Brasil. Resposta d. de membranas ovulares (RPMO) é através da visualização
do líquido amniótico saindo pelo orifício do colo uterino 92. Nas gestantes com 40 semanas ou mais de idade gestacio-
através do exame especular. Se não for possível a visualiza- nal, devemos avaliar o índice de Bishop que, se for favorável
ção, partimos para os testes laboratoriais, como avaliação do (maior que 5), autoriza indicação de internação da paciente
pH vaginal (que encontra-se tendendo ao neutro ou alcalino com indução do parto, desde que os exames de vitalidade es-
na RPMO), cristalização do muco cervical e o teste de Ia- tejam normais. Se o índice for menor ou igual a 5 (desfavo-
neta positivo (não mudança de cor da secreção vaginal após rável), fazemos controle clínico a cada 3 dias com exames de
aquecimento). A ultrassonografia perde valor para avaliação vitalidade fetal (cardiotocografia a cada 3 dias, perfil biofísico
de líquido amniótico na rotura de membranas. A presença e doppler a cada 7 dias), até 42 semanas de gestação que é o
de células fetais na secreção vaginal sela o diagnóstico de limite máximo que podemos esperar uma gestação chegar.
No caso, temos uma alteração do líquido amniótico (normal
RPMO. Fechado o diagnóstico, o tratamento depende da ida-
de 8 a 18 mm), indicando a necessidade de interromper a
de gestacional, sendo indicada a indução do parto se a ges-
gestação. Como o colo uterino está dilatado, podemos avaliar
tante estiver com 34 semanas ou mais de idade gestacional e,
a cor do líquido amniótico, que se for claro, indica indução
se a gestação tiver menos de 34 semanas, devemos controlar
do parto. Resposta a.
infecção e a vitalidade fetal. Resposta d.
93. A cerclagem do colo uterino tem como objetivo tornar a
91. No CIUR assimétrico que decorre de agressão tardia e cérvice competente até que a gravidez atinja o termo. O me-
compromete a fase de hipertrofia celular, o feto apresenta di- lhor período gestacional para a sua realização se situa entre
minuição da gordura subcutânea e de órgãos de menor tama- 12 e 16 semanas de gravidez, época em que os riscos de abor-
nho. A circunferência abdominal fetal mostra-se diminuída, tamento por determinismo genético praticamente desapare-
em especial pelo comprometimento do tamanho do fígado, ceram e a probabilidade de complicações da operação, como
em contraste com a cabeça e os ossos longos, que exibem a amniorrexe prematura e o surgimento de metrossístoles,
crescimento apropriado. Resposta c. ainda é pequena. Resposta c.
Lembre! Seu objetivo nesta jornada é ser RM 2017. Conquistá-lo exige determinação. Sorte boa.
R.A.G
Nossa generosidade para com os outros é vital para uma experiência positiva no mundo. Há espaço suficiente para
que todos sejam bonitos. Há espaço suficiente para que todos tenham sucesso. Há espaço suficiente para que
todos sejam ricos. É apenas o nosso pensamento que bloqueia a possibilidade de tudo isso acontecer.
Marianne Williamson
d) ausência de líquido livre na cavidade d) estádio IV: outros sítios de doença metastática (cére-
e) condição hemodinâmica estável bro, fígado, rim, trato gastrintestinal)
e) estádio IV: metástases pulmonares, cérebro, fígado,
ACERTEI ERREI DÚVIDA rim e trato gastrintestinal
AMP – 2015
13. Com relação ao estadiamento e índice prognóstico UFSC – 2015
de acordo com o AJCC das neoplasias trofoblásticas 17. Paciente com ciclo irregular e sem dor comparece à
gestacionais, assinale a incorreta. emergência com discreto sangramento vaginal, colo
a) estádio I: persistência de beta-hCG elevado e doença do útero fechado, beta-hCG positivo. No exame de
confinada ao útero ultrassonografia transvaginal, é visualizado um saco
b) estádio II: doença além do útero, mas limitada à pel- gestacional tópico medindo 22 mm de diâmetro mé-
ve (ovário, tuba uterina, vagina) dio e apenas conteúdo anecoico em seu interior. Assi-
c) estádio III: metástases pulmonares com ou sem en- nale a alternativa CORRETA, que apresenta a condu-
volvimento uterino, vaginal ou pélvico ta a ser seguida.
a) ( ) repetir o exame ultrassonográfico em 7 a 10 dias a) para ser considerado aborto, o concepto deve ter até
b) ( ) administrar progesterona vaginal e prescrever 164 dias completos
repouso relativo b) por serem avaliações subjetivas, a intensidade e a re
c) ( ) realizar dilatação do colo e curetagem petição da dor não têm valor prognóstico no quadro
d) ( ) administrar misoprostol vaginal e amiu de abortamento
e) ( ) solicitar doppler e beta-hCG quantitativo c) dentre as anomalias cromossômicas, as trissomias
são as formas menos encontradas nos abortamentos
ACERTEI ERREI DÚVIDA
espontâneos
d) a ultrassonografia transvaginal, por estimular o colo
USP-RP – 2014 uterino, oferece risco de acelerar o abortamento
18. ID: secundigesta, 27 anos de idade, com atraso mens-
trual de três meses. ACERTEI ERREI DÚVIDA
HMA: queixa-se de dor intensa em cólica em hipo-
gástrio há 1 dia, associada a sangramento vaginal em
INCA-RJ – 2014
grande quantidade há 3 horas. Refere tonturas e fra-
21. Paciente de 27 anos de idade com diagnóstico de
queza intensa.
EF: encontra-se pálida, com mucosas descoradas gravidez de 12 semanas apresenta quadro de san-
(2+/4+), PA = 90 x 50 mmHg, FC = 110 bpm. gramento vaginal indolor e intermitente, com piora
EG: Ao exame especular observa-se grande quantida- progressiva, intercalado com corrimento amarelado,
de de coágulos em fundo de saco vaginal. Toque va- sem odor e mesclado com sangue, mucosas descora-
ginal: útero doloroso, aumentado de volume para 10 das, astenia, taquicardia e com o fundo do útero de
semanas e colo uterino pérvio 2 cm. consistência amolecida, palpável abaixo e próximo à
Pode-se dizer que se trata de: cicatriz umbilical. Após a ultrassonografia, recebeu o
a) gestação ectópica tubária. Deverá ser submetida à diagnóstico de prenhez molar. Em relação a essa neo-
laparoscopia para confirmação diagnóstica e salpin- plasia, é correto afirmar que:
gectomia para tratamento a) a ultrassonografia transvaginal é o exame de escolha
b) aborto retido. É necessária a administração de ocito- por sua alta capacidade no diagnóstico de mola hi-
cina endovenosa para promover maior dilatação do datiforme no primeiro trimestre de gestação
colo e expulsão fetal b) há relação direta entre o útero grande para a data da
c) aborto inevitável. A paciente deve ser submetida à prenhez, a presença de cistos tecaluteínicos e o risco
ultrassonografia transvaginal para confirmar o óbito de malignidade
fetal antes da curetagem uterina c) a maioria dos casos de mola hidatiforme é de evolu-
d) aborto incompleto. A curetagem uterina imediata é ção benigna
o tratamento de escolha para resolução do mesmo d) a coexistência do feto com mola hidatiforme ocorre
ACERTEI ERREI DÚVIDA em cerca de 50% dos casos de neoplasia trofoblástica
gestacional e não altera a capacidade de diagnóstico
da ultrassonografia
ABC – 2014
19. Paciente de 23 anos chega ao pronto-socorro no sá- ACERTEI ERREI DÚVIDA
bado com sangramento genital há 1 hora. Ao exame
clínico PA 110 x 70 mmHg e pulso 80 bpm. No toque
constata-se colo dilatado para 2 cm tocando-se restos SUS-SP – 2014
placentários. Não há ultrassonografista no plantão. 22. Paciente com atraso menstrual de 9 semanas dá en-
Frente a este quadro: trada no pronto-socorro com queixa de sangramento
a) diagnostica-se abortamento evitável vaginal doloroso. Apresenta β-hCG de 1764 mUI/mL
b) se interna e aguarda, com controle de sangramento, e ultrassonografia transvaginal não demonstra saco
o ultrassonografista que virá na segunda-feira gestacional tópico e revela eco endometrial de 20 mm.
c) encaminha a paciente para outro serviço que tenha Neste caso, é correto afirmar:
ultrassonografia a) a curetagem uterina se faz mandatória para exclusão
d) procede-se o esvaziamento uterino de moléstia trofoblástica gestacional através do aná-
tomo patológico
ACERTEI ERREI DÚVIDA b) o eco endometrial espessado configura um aborta-
mento incompleto e deve-se internar a paciente para
INCA-RJ – 2014 realização de curetagem uterina
20. É grande o número de gestações que se interrompem c) a ausência de imagem intrauterina confirma o diag-
espontaneamente na fase inicial. Estima-se que essa nóstico de gestação ectópica e deve-se internar a pa-
incidência seja de 15% e basicamente pode-se destacar ciente para laparotomia exploradora
dois grupos maiores de abortos: espontâneos e provo- d) trata-se de possível gestação incipiente e deve-se fa-
cados. Em relação a este tema, é correto afirmar que: zer controle seriado do β-hCG
e) trata-se de gestação ectópica, mas o baixo valor de e) a Organização Mundial da Saúde (OMS) define como
β-hCG e ausência de imagens sugestivas em regiões abortamento, a expulsão ou extração do feto, antes de
anexiais permite a conduta expectante com controle 19 semanas de gestação ou pesando menos de 450 g
seriado do β-hCG
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
aumentado 2 vezes e colo entreaberto. Exame espe- a) a síndrome de anticorpos antifosfolípides é uma
cular: pequena quantidade de sangramento pelo ori- causa de abortamento recorrente
fício externo do colo. Após solicitar ultrassonografia b) o achado de sangramento uterino, útero compatível
transvaginal, que revelou ausência de embrião, a con- com idade gestacional, colo uterino fechado e BCE
duta adequada é: positivo ao ultrassom caracterizam ameaça de abor-
a) curetagem uterina se leucocitose > 15.000 leucóci- tamento
tos/mm3 com qualquer medida de eco endometrial c) o diagnóstico de abortamento retido com idade
b) realizar curetagem uterina se eco endometrial for ≥ gestacional de 15 semanas necessita de internação e
15 mm curetagem uterina como tratamento inicial
c) antibioticoterapia e curetagem uterina com qual- d) a ausência de batimentos cardíacos em um embrião
quer medida de eco endometrial com comprimento cabeça-nádegas maior que 5 mi-
d) antibioticoterapia e observação por 24 horas se eco límetros, em gestante assintomática, caracteriza o
endometrial < 10 mm abortamento retido
e) curetagem uterina se leucocitose > 15.000 leucóci-
tos/mm3 ACERTEI ERREI DÚVIDA
SES-SC – 2011 a) 45 X0
63. Gestante de 9 semanas chega à maternidade queixan- b) 46 XX
do-se de cólica em baixo ventre e sangramento vaginal. c) 46 XY
Ao exame apresenta bom estado geral, temperatura d) triploide
axilar de 38,2 ºC, frequência cardíaca de 110 bpm, pres- e) tetraploide
são arterial de 120 x 70 mmHg, abdome flácido, pouco
doloroso à palpação, sem sinais de irritação peritoneal ACERTEI ERREI DÚVIDA
e toque com colo pérvio, doloroso à mobilização, útero
com volume compatível com a idade gestacional e san-
gramento discreto com odor fétido. UNIFESP – 2011
Qual o diagnóstico provável e seu manejo inicial? 65. Paciente de 38 anos submetida a esvaziamento ute-
a) aborto infectado. Tratamento com antitérmico e his- rino por mola hidatiforme completa há 2 meses, em
terectomia uso correto de contraceptivo hormonal, apresenta os
b) aborto em curso. Tratamento com esvaziamento seguintes resultados de β-hCG colhidos em 4 sema-
uterino nas consecutivas: 5.000 UI/L, 4.900 UI/L, 5.100 UI/L,
c) aborto retido. Tratamento com misoprostol vaginal 5.000 UI/L. Qual deve ser o passo seguinte?
e posterior esvaziamento uterino a) realizar histeroscopia diagnóstica para identificar a
d) aborto infectado. Tratamento com antibioticotera- presença de restos
pia endovenosa, antitérmico e esvaziamento uterino b) realizar curetagem uterina para excluir restos molares
e) aborto em curso. Conduta expectante com realiza- c) realizar tomografia pélvica para confirmar neoplasia
ção de exame ultrassonográfico em uma semana trofoblástica gestacional
ACERTEI ERREI DÚVIDA d) solicitar outro β-hCG para confirmar neoplasia tro-
foblástica gestacional
e) realizar estadiamento para neoplasia trofoblástica
SES-SC – 2011 gestacional
64. Em aproximadamente 90% das vezes, o cariótipo da
mola completa é: ACERTEI ERREI DÚVIDA
1. Diante de atraso menstrual e sangramento vaginal três A primeira opção apresenta mais complicações, como
hipóteses são possíveis: maior chance de perfuração do útero ou posterior síndrome
moléstia trofoblástica gestacional – acompanha-se de hi- de Asherman (sinéquias intrauterinas). Entretanto, para
perêmese, o sangramento é escuro e intermitente, o útero AMIU são necessário pré-requisitos, como útero compatível
bastante elevado para o tempo de gravidez; com gestação de até 12 semanas e colo pérvio até 1,8 cm. Ë
preciso lembrar que, após 12 semanas, como há partes ósseas
prenhez ectópica – o sangramento vaginal é discreto, o
fetais deve-se primeiro estimular a eliminação do feto com
útero reduzido e geralmente há desconforto pélvico;
prostaglandina para depois proceder o esvaziamento dos
abortamentos – sangramento mais intenso, vermelho restos placentários. Resposta d.
vivo, com cólicas. Pode ser evitável, em que as cólicas são
mais discretas e o colo impérvio; ou inevitável, quando o 4. O abortamento legal, no Brasil, só é permitido em por lei
colo é pérvio. em três situações: risco iminente de morte da mãe, gestação
No caso temos colo pérvio, de modo que não há dúvida de decorrente de violência sexual ou anencefalia. A trissomia
que se trata de abortamento inevitável. Resposta a. do 18, embora seja incompatível com a vida extrauterina,
a princípio não é indicação de abortamento embora haja
2. Para tratamento clínico de ectópica com uso sistêmico de jurisprudência de aprovação judicial de tal prática nesses
metotrexatem, são necessárias algumas premissas: ectópica casos. Resposta d.
íntegra, massa anexial menor que 3,5 cm, beta-hCG menor
que 15000 mUI/mL (alguns protocolos trazem 5000 mUI/ 5. A obstrução mecânica ao parto faz com que o útero
mL), menos de 100 mL de liquido livre na cavidade pélvica, contraia intensamente na tentativa de vencê-la. Isso ocorre
ausência de batimentos cardíacos, paciente motivada a este de forma mais veemente no segmento (transição entre corpo
tipo de tratamento. Resposta c. e colo) e produz ligeira inclinação uterina, que faz o órgão
assumir o aspecto de ampulheta. O segmento extremamente
3. Abortamentos acima de 8 semanas de gravidez devem ser contraído é a parte mais interna da referida ampulheta e
seguidos de esvaziamento uterino. Esse pode ser realizado é conhecido como anel de Bandl. Trata-se de um sinal de
por curetagem ou aspiração manual intrauterina (AMIU). iminência de rotura uterina. Resposta c.
184
Obstetrícia | Gabarito comentado
6. São achados de mal prognóstico em ameaça de duas condições tem colo impérvio, mas ambas com tamanho
abortamento: uterino reduzido: abortamento completo e abortamento
bradicardia menor que 100 bpm; retido, sendo que no primeiro ainda há sangramento muito
intenso e com cólicas.
hematoma subcoriônico ocupando mais de 40% da área
Na ameaça de abortamento a conduta se baseia em repouso
ovular;
e sintomáticos, pois não é possível modificar a evolução do
descolamento ovular central; quadro que, em sua maioria, decorre de cromossomopatias
malformações embrionárias; fetais. Resposta c.
CCN menor que 2DP para a idade gestacional; 12. Atraso menstrual, associado a sangramento vaginal
saco gestacional muito pequeno; discreto, dor abdominal e instabilidade hemodinâmica
vesícula vitelínica de dimensões anormais; levam a hipótese de ectópica rota, já que o quadro é
compatível com abdome agudo hemorrágico na gravidez.
alterações da circulação embrionária. O tratamento envolve medidas clínicas, como reposição
Desses, o único achado do caso foi o descolamento maior de volume, e salpingectomia, via aberta ou laparoscópica,
que 40% da área ovular. Resposta b. com preferência à segunda. A tipagem sanguínea deve
ser solicitada, pois sendo a paciente Rh negativa deve-se
7. São condições si ne qua non para tratamento clínico administrar imunoglobulina. Resposta c.
sistêmico de gestação ectópica: beta-hCG inferior a 5000
UI segundo protocolos mais conservadores, ou 15000 13. Estadiamento anatômico da neoplasia trofoblástica
UI segundos os mais permissivos; massa anexial menor gestacional:
que 3,5cm, menos de 100mL de líquido livre em cavidade Estádio I – Lesão limitada ao útero.
pélvica, estabilidade clínica e ausência de embrião vivo.
O metotrexate é medicação de metabolização hepática e
Estádio II Lesão limitada à pelve
excreção renal, de modo que a não deve haver lesão desses Estádio III – Presença de metástases pulmonares
órgãos para se administrar a droga, ou seja, enzimas Estádio IV – Presença de metástases em outros sítios, cé-
hepáticas, ureia e creatinina devem ser normais. Embora rebro e fígado em especial.
rara, a pneumonite intersticial também pode ocorrer com
Resposta e.
uso de metotrexate, de modo que doença pulmonar prévia
requer radiografia antes de sua administração.
14. A cotinina, encontrada na fumaça do tabaco, desenca-
A tipagem do fator Rh é essencial em gravidez ectópica,
deia uma reação adversa que aumenta a concentração da
de tratamento clínico ou não, pois mulheres Rh negativas
proteína PROKR1 nas trompas de Falópio. Em quantias
com Coombs negativo e parceiro positivo ou desconhecido normais, a proteína comanda a fixação correta do óvulo
devem receber imunoprofilaxia. Resposta: C dentro do útero. Entretanto, as mulheres fumantes apresen-
tam o dobro de PROKR1, o que impede que os músculos
8. Gestante de primeiro trimestre com sangramento vaginal das trompas se contraiam, prejudicando a transferência do
discreto, colo impérvio e tamanho do útero compatível óvulo para a região uterina. Com isso o risco de ectópica
com o tempo de gravidez, até que se prove o contrário, aumenta em ate 4 vezes nas fumantes.
apresentaram ameaça de abortamento. Outras duas Embora a letra C esteja correta, a forma como a letra D está
condições tem colo impérvio, mas ambas com tamanho escrita deixa dúvida sobre sua correção. Não é obrigatório,
uterino reduzido: abortamento completo e abortamento em ectópica, o aumento de Β-HCG de até 66% em 48h, mas
retido, sendo que no primeiro ainda há sangramento muito sua presença favorece esse diagnóstico. Deve-se lembrar de
intenso e com cólicas. Resposta a. que em abortamentos tubários o Β-hCG reduz. Resposta c.
9. A perviedade do colo no início da gravidez, associada 15. Quando os níveis de beta-hCG estão acima de 1500 mUI/
a sangramento vaginal, permite concluir tratar-se de mL já existe um saco gestacional visível ao ultrassom. Se ele
abortamento inevitável. Resposta a. não está intraútero, provavelmente é ectópico. Resposta b.
10. Para tratamento clínico de ectópica com uso sistêmico de 16. São condições para uso de metotrexate em gestações
metotrexatem, são necessárias algumas premissas: ectópica ectópicas:
íntegra, massa anexial menor que 3,5cm, beta-hCG menor ausência de batimentos cardíacos do embrião;
que 15000 mUI/mL (alguns protocolos trazem 5000 mUI/
mL), menos de 100 mL de liquido livre na cavidade pélvica, massa ectópica menor que 3,5 cm;
ausência de batimentos cardíacos, paciente motivada a este beta-hCG até 5000 a 15000 UI/L (a depender do autor);
tipo de tratamento. Resposta: C
gestação íntegra com menos de 200 mL de líquido livre
em fundo de saco posterior;
11. Gestante de primeiro trimestre com sangramento
vaginal discreto, colo impérvio e tamanho do útero mulher motivada ao tratamento clínico.
compatível com o tempo de gravidez, até que se prove o Em gestações heterotópicas, ou seja, concomitância de
contrário, apresentaram ameaça de abortamento. Outras tópica e ectópica, obviamente não se deve usar metotrexate,
pois a medicação também atuará sobre o concepto tópico, 21. A presença de tumor proliferativo de trofoblasto (com-
evitando seu desenvolvimento. Resposta a. ponente placentário) é chamada de moléstia trofoblástica ges-
tacional, cujo principal representante é a mola hidatiforme.
17. Saco gestacional maior que 20 mm deve conter embrião Seu diagnóstico definitivo, especialmente a diferenciação
no seu interior, assim como embriões com mais de 5 entre as formas de moléstia trofoblástica, somente podem
ser conseguidas por meio de anatomia patológica, sendo
mm deve apresentar batimentos cardíacos. Sendo o saco
a ultrassonografia, com imagem de nevasca, sugestiva do
gestacional maior que este valor e o embrião não é visto, o quadro.
diagnóstico é de gestação anembrionada, ou seja, uma forma A maioria dos casos de mola hidatiforme tende a evoluir de
de abortamento retido. Diante desse quadro duas condutas forma benigna, apesar de a malignização ser possível. Esta
são possíveis: tem chances aumentadas se houver altos índices de β-hCG,
expectação até eliminação, podendo se esperar cerca de sinais de hipertireoidismo, útero extremamente volumosos
30 dias; e cistos teca luteínicos maiores que 6 cm, já que apenas a
presença dos mesmos não indica chances maiores de câncer.
esvaziamento uterino neste caso curetagem ou AMIU. A mola hidatiforme pode ser completa ou parcial, esta
Como o colo é impérvio é preciso dilatá-lo e a melhor segunda, coexiste com partes fetais e representa apenas 1/3
forma é com medicação, para reduzir riscos de incompe- dos casos de mola. Resposta c.
tência istmo cervial. Para o esvaziamento propriamen-
te dito, AMIU é mais adequado, pois reduz os riscos de 22. A imagem do saco gestacional ao USG transvaginal deve
perfuração uterina e síndrome de Asherman. vista quando o nível de β-hCG for maior que 1000 mUI/mL.
Caso tenha-se esse valor de β-hCG e não se encontre saco
Resposta d.
gestacional intrauterino, o mesmo é ectópico, especialmente
com eco endometrial espessado (reação de Arias Stella – Res-
18. A presença da tríade composta por atraso menstrual, posta endometrial ao estímulo progestogênico persistente da
sangramento vaginal e colo uterino pérvio leva ao diagnós- gravidez). Como há dor abdominal a ectópica deve ser rota,
tico de abortamento inevitável ou incompleto. A conduta de modo que o quadro é cirúrgico. Resposta c.
mais adequada é o esvaziamento uterino caso a gestação seja
compatível com mais de 8 semanas ou haja instabilidade he- 23. A imagem do saco gestacional ao USG transvaginal deve
modinâmica materna, como no caso. A ultrassonografia não vista quando o nível de β-hCG for maior que 1000 mUI/mL.
se faz necessária, uma vez que o colo é pérvio. Ausentes tais Caso tenha-se esse valor de β-hCG e não se encontre saco
condições é possível a conduta expectante. Resposta d. gestacional intrauterino, o mesmo é ectópico. Resposta d.
27. O tratamento da gestação ectópica íntegra pode ser reali- Apesar de todas essas possibilidades, mais de 90% dos casos
zado, em situações específicas, com uso de medicação, espe- ocorre na tuba uterina. Existem diversos fatores de risco para
cificamente metotrexaté. Para tanto são condições sine qua essa doença, sendo o principal a presença de DIPA anterior
non: motivação materna, estabilidade hemodinâmica (sua que promove fibroses e aderências pélvicas, inclusive com
ausência é indicativo de ruptura), quantidade menor que tubas, o que torna seu trajeto tortuoso, dificultando a passa-
100 mL de líquido livre na cavidade pélvica (volumes maio- gem do ovo. Nessa situação há grande chance da outra tuba
res também indicam ruptura), “massa” ectópica menor que também estar comprometida, o que eleva para 20% a chance
3,5 cm de diâmetro, nível de beta-hCG menor que 15 mil, de nova ectópica. Não havendo rotura, e em Situações especí-
embora alguns autores não aceitem essa conduta com níveis ficas, e possível tratamento clínico. Em outros casos, ou falha
maiores que 5 mil. O metotrexaté apresenta efeitos de meta- de terapêutica medicamentosa, parte-se para o tratamento
bolização hepática e excreção renal, de modo que as funções cirúrgico, sendo a escolha a salpingectomia.
desses órgãos devem ser investigadas antes do tratamento e Tratamentos cirúrgicos conservadores, como salpingostomia
precisam estar normalizadas. Além disso, a medicação pro- (abertura na tuba para retirar ectópica), são exceções (mulheres
move paresia gastrointestinal, causando dores abdominais e com tuba única e impossibilidade de fertilização), pois mantém
piorando úlceras gástricas. O uso concomitante de anti-infla- a tuba doente e o risco de recorrência é alto. Como em outros
matórios é contraindicado, pois reduz o efeito da medicação. sangramentos gestacionais pode haver contato de sangues fe-
Resposta e. tal e materno, indicando-se imunoglobulina anti-D se mãe Rh
negativo e pai Rh positivo, mas Coombs indireto negativo. Isso
28. A presença de sangramento vaginal com restos após porque o Coombs positivo indica que a mulher já está isoimu-
a curetagem traz a hipótese de que há ativamente material nizada e em nada adiantará a profilaxia. Resposta a.
proliferativo no interior do útero, o que ocorre em tumores
como os das moléstias trofoblásticas gestacionais (mola hi-
datiforme, coriocarcinoma etc). É possível que a primeira 31. Os tipos de abortamento, na ausência de ultrassonogra-
curetagem tenha sido insuficiente, mas antes de se chegar a fia, podem ser diagnosticados clinicamente, cada um com
essa conclusão deve-se afastar o diagnóstico de moléstia tro- características específicas:
foblástica gestacional, por análise de material expelido. Até
porque nova curetagem nesses casos é temerária na medida abortamento incompleto (inevitável): sangramento atual
em que pode haver tumor invadindo miométrio, o que faci e colo pérvio;
litaria a ruptura do útero, sangramento e implantes tumorais abortamento completo: colo impérvio precedido de san-
no abdome. O tratamento, então, seria com quimioterapia. gramento intenso;
Resposta e. abortamento evitável (ameaça): colo impérvio e sangra-
mento discreto, útero se desenvolvendo com tamanho
29. O sangramento vaginal da primeira metade da gravidez
compatível com a idade gestacional;
tem como principal causa os abortamentos, sendo diferen-
cial prenhez ectópica e moléstia trofoblástica gestacional abortamento retido: colo impérvio e parada do cresci-
(MTG). Na ectópica o sangramento é discreto, o útero pe- mento uterino.
queno e há desconforto em região anexial, já na MTG temos Resposta c.
útero aumentado e sangramento indolor e intermitente. Não
obstante, tais hipóteses são raras. Os abortamentos podem 32. A gestação ectópica tem como fatores de risco situações
ser inevitáveis, em que se incluem completos, incompletos e que dificultem a passagem do ovo pela tuba para o interior da
retidos, ou evitáveis, também conhecidos como ameaças de cavidade uterina, tanto relacionados a tortuosidade da tuba
abortamento. Abortos incompletos cursam com colo uteri- por aderências da mesma, como DIPA prévia, endometrio-
no pérvio. Os completos podem ter colo impérvio, mas há se e cirurgias tubárias; quanto pela diminuição de sua mo-
histórico de grande sangramento. Os abortamentos retidos tilidade como as provocadas por uso de progesterona e pelo
apresentam útero reduzido com o tempo, apesar do colo im- tabagismo; ou ainda por alterações intrínsecas do ovo, quan-
pérvio, pois para o desenvolvimento fetal. De qualquer for- do este apresenta tamanho elevado ou maturação precoce.
ma a principal causa de sangramento com colo impérvio é Mioma não costuma facilitar gestação ectópica, a não ser em
ameaça de abortamento; nesses casos, é importante realizar raras situações que, pela sua localização, comprima a tuba
ultrassonografia que permitirá afastar o diagnóstico diferen- uterina. Resposta d.
cial, sendo o principal justamente o aborto retido. Qualquer
variedade de abortamento pode estar acompanhada de in 33. Em gestação ectópica íntegra é possível o tratamento clí-
fecção (abortamento infectado), situação em que haverá fe- nico sistêmico com metotrexaté, mas para tanto alguns cri-
bre é/ou fisiometria. No caso, temos sangramento discreto, térios devem ser obedecidos, a saber: mulher disposta a este
colo impérvio e útero com tamanho compatível com tempo tratamento, hemodinâmicamente estável, massa da ectópica
de gravidez, sendo a principal hipótese a ameaça de aborta- com maior diâmetro menor que 3,5 a 4 cm (depende da re-
mento. Resposta e. ferência), ausência de atividade cardíaca embrionária, nível
de beta-hCG menor que 5 a 15 mil (depende da referência).
30. Gestação ectópica é definida como aquela que ocorre fora Note que a letra B está errada, pois beta-hCG acima de 10 mil
da grande cavidade corporal do útero, podendo acometer tu- pode incluir muitos valores, inclusive aqueles que contrain-
bas, ovários, colo, abdome ou cicatriz de cesariana anterior. dicam a terapia clínica. Resposta d.
34. A gestação ectópica é aquela que ocorre fora da grande ameaça de abortamento (ou abortamento evitável) – colo
cavidade corporal do útero. Em mais de 95% das vezes afeta impérvio, sangramento discreto, útero de volume ade-
a tuba uterina, principalmente a região ampolar, sítio da fe- quado à idade gestacional, indolor.
cundação. Estando íntegra a clínica e frustra, havendo atraso abortamento incompleto (ou inevitável) colo pérvio,
menstrual, discreto sangramento vaginal (dada a prolifera-
sangramento exacerbado, doloroso, útero de volume au-
ção do endométrio) e desconforto pélvico persistente (algia
mentado.
pélvica). O diagnóstico será mais bem firmado por USG, na
não visualização de saco gestacional no interior do útero, abortamento retido – colo impérvio, sangramento ausen-
associado a imagem na região tubária. Entretanto, com ní- te ou discreto, indolor, útero de tamanho menor que o
veis de beta-hCG menores que 1000 UI/mL o saco gestacio- esperado para a idade gestacional.
nal não pode ser visto e o diagnóstico será dado pela dosa- abortamento completo – colo impérvio, após sangramen-
gem seriada do beta-hCG que, na ectópica, eleva-se 2/3 em to intenso, útero intrapélvico.
48 horas, menos que na gravidez normal quando os valores
duplicam nesse período. O tratamento pode ser cirúrgico ou Qualquer forma de abortamento pode ser infectada, quan-
clínico, mas para esse último a paciente deve estar motivada, do haverá conteúdo fétido e útero doloroso, além de febre.
hemodinamicamente estável, com massa da ectópcia menor Resposta b.
que 3,5 a 4 cm e β-hCG baixo (menor que 5.000 a 15.000
mUI/mL). A manutenção desse tratamento depende da que- 40. Diversas podem ser as formas de abortamento, a saber:
da dos níveis hormonais em, ao menos, 20% nos primeiros 7
abortamento completo – perda total do concepto. Carac-
dias. Resposta c.
teriza-se por útero reduzido de volume e colo impérvio,
seguindo sangramento intenso. Ao USG útero vazio.
35. A principal causa de abortamento tardio é a incompetên-
cia istmo-cervical, especialmente quando é de repetição e em abortamento incompleto – perda parcial do concepto.
idades gestacionais cada vez mais precoces. O diagnóstico Caracteriza-se por sangramento intenso, cólicas e colo
desta condição é feito fora da gravidez, quando há passagem pérvio. Presença de restos ovulares ao USG.
de vela de Hegar número 8 pelo colo, ou durante a gravidez, abortamento evitável (ameaça de abortamento) – peque-
pelo encurtamento cervical visto à USG transvaginal ou pela no descolamento ovular sem acometimento fetal. Carac-
herniação da bolsa amniótica no orifício do colo (sinal do teriza-se por colo impérvio e útero de tamanho normal
dedo de luva). O tratamento é feito com cerclagem uterina,
para a idade gestacional. O sangramento é discreto e in-
preferencialmente entre 12-14 e 16 semanas. A história já
dolor. Ao USG vê-se embrião com BCF.
permitiria tal conduta, mas o colo curto não deixa dúvidas a
respeito da necessidade do procedimento. abortamento retido – morte do embrião sem sua elimi-
Ainda são causas possíveis de abortamentos, e que devem ser nação. Geralmente não há sangramento e o colo é impér-
investigadas: trombofilias, infecções, malformações uterinas, vio. O útero estará normal ou diminuído, a depender do
etc. Resposta a. tempo transcorrido entre a morte do embrião e a análise
clínica. USG revela ausência de batimentos, que devem
36. A curetagem uterina nem sempre será necessária em ca- estar presentes a partir de 6 semanas ou quando o em-
sos de abortamento precoce, todavia ela será obrigatória na brião apresenta CCN de 5 mm.
presença de instabilidade hemodinâmica ou infecção. Como abortamento de repetição – três ou mais perdas conse-
a paciente apresenta sinais de choque hipovolêmico (taqui- cutivas e espontâneas. Diversas são as causas, entre elas
cardia e hipotensão), não há dúvidas de que a curetagem se a síndrome do anticorpo antifosfolípide, mas também
faz necessária. Em relação ao antibiótico, como existe histó- cromossomopatias, infecções, insuficiência lútea, trom-
ria de febre não se pode descartar infecção concomitante, o
bofilias, etc.
que leva à obrigatoriedade do uso desse tipo de medicação,
além da curetagem. Resposta c. Os abortamentos ainda se dividem em precoces (antes de 12
semanas) e tardios (após 12 semanas). Nem sempre a cureta-
37. Sangramento vaginal, dor abdominal e atraso menstrual gem é necessária, e em abortamentos tardios ela somente po-
de mais de 5 semanas, com útero vazio, remete ao diagnós- derá ser feita após eliminação fetal, espontânea ou induzida
tico de ectópica, pois há indícios da existência de um saco com ocitocina ou prostaglandina. Resposta c.
gestacional não afixado no interior do útero. Resposta d.
41. Gestação ectópica é aquela que ocorre fora da grande
38. É ectópica toda gravidez que se implanta fora da grande cavidade corporal do útero, sendo seu principal sítio a tuba
cavidade corporal do útero. Seus sítios possíveis, com respec- uterina. Os principais fatores de risco são DIPA, técnicas de
tivas frequências são: tuba uterina (98%), ovário (1,5%), colo fertilização in vitro e endometriose. O DIU reduz o risco de
uterino (0,15%), abdômen (0,11%) e em cicatriz de cesariana. gravidez, de modo que reduz a chance de ectópica em termos
A gravidez tubária ainda se divide em ampolar (72%), ístmi- absolutos, porém na sua falha, há maior risco da prenhez
ca (12%), fimbrial (11,1%) e intersticial (2,4%). Resposta c. subsequente ser ectópica.
O sítio tubário mais frequentemente acometido é a porção
39. Vamos rever as características clínicas dos tipos de abor- ampolar, onde há o encontro do espermatozoide com o ovó-
tamento: cito, seguido da porção ístmica.
O diagnóstico confirmatório é ultrassonográfico, com útero ser por curetagem ou a vácuo. Sendo útero menor que 12
vazio e massa anexial. Todavia, quando β-hCG é menor que cm, e a dilatação menor que 2 cm, a melhor opção é a AMIU
1.000mUI/mL não é possível visualizar sequer o saco gesta- (aspiração manual intrauterina) feita por dispositivo a vácuo,
cional, e a gravidez pode ser tópica mesmo com útero apa- pelas menores chances de complicação. O uso de ocitócitos
rentemente vazio ao USG. deve ser evitado para prevenir metástases por espalhamen-
O tratamento será clínico ou cirúrgico, a depender do tama- to pós-constrição de vasos pela contração da parede uterina;
nho da massa e do nível de β-hCG. Optando-se pelo trata- quando necessário deve ser feito no início do procedimento
mento clínico, a medicação de escolha é o metotrexate e a cirúrgico. Resposta d.
eficácia terapêutica será analisada pela dosagem de β-hCG, e
não por USG. Resposta c. 47. Entende-se por moléstia trofoblástica gestacional um
grupo de doenças decorrentes de neoplasia de tecido tro-
42. Define-se abortamento como a perda do concepto antes foblástico. O principal representante desse grupo de do-
da 20-22ª semana de gravidez, época considerada limite da enças é a mola hidatiforme, que se divide nas formas com-
vitalidade, embora saibamos que fetos com essa idade ges-
pleta e incompleta. A primeira apresenta apenas tecido
tacional são inviáveis. Nascimentos após esse período, e até
trofoblástico e é originária da fecundação de um ovócito
37 semanas, são considerados partos prematuros. Esses de-
vazio por dois espermatozoides, ou da duplicação de um
vem ser diferenciados da interrupção prematura, que seria
espermatozoide dentro daquele ovo. Assim, a mola com-
a eliminação induzida do produto conceptual em qualquer
pleta será diploide com material genético exclusivamente
período antes da 37ª semana de gravidez, incluindo as fases
do abortamento. Resposta c. de origem paterna.
Já a mola parcial contém partes fetais, e ocorre pela fecunda
43. A mola hidatiforme, ou neoplasia do tecido trofoblásti- ção de um ovócito normal por dois espermatozoides, portan-
co, é dividida em dois tipos: completa (sem partes fetais) e to é triploide.
parcial (com partes fetais). A mola completa será formada O coriocarcinoma, forma maligna da doença, pode ocorrer
quando há fecundação de um ovócito vazio (sem material espontaneamente ou por degeneração da mola. As metásta-
genético) por dois espermatozoides ou por um único com ses são raras, e acometem mais comumente fígado, pulmões,
material genético duplicado (diploide). Assim, será sempre vulva e pelve. Resposta a.
diploide, em sua maioria com cariótipo XX. A mola par
cial será formada pela fecundação de um ovócito normal 48. O quadro clínico típico de ectópica tubária rota é atraso
por dois espermatozoides ou por um que duplica seu ma- menstrual, dor abdominal e choque, associado a sangramen-
terial genético, de modo que será triploide, pois contém os to vaginal discreto. Isso porque há grande extravasamento
cromossomos de dois espermatozoides mais o do ovócito. de sangue do sítio de implantação placentária para dentro
Resposta c. da cavidade abdominal, onde causa irritação peritoneal. As-
sim, sempre que houver atraso menstrual, dor abdominal e
44. Curioso esse tipo de questão! Temor é uma sensação sangramento vaginal discreto, deve-se considerar gravidez
subjetiva e depende das experiências de cada um! A barata, ectópica, e havendo choque, pensar em rotura da ectópica.
por exemplo, é um inseto inofensivo e causa extremo pavor No caso, ainda corrobora o abaulamento de fundo de saco
em algumas pessoas! Entretanto, imaginamos que o exami- posterior, pelo sangue acumulado. Resposta b.
nador queira se referir a complicação de pior prognóstico,
ou associada à maior mortalidade, e essa é a CIVD, causada
49. Gestante de primeiro trimestre com sangramento vagi-
por liberação de substâncias pró-coagulantes pelo concepto.
nal e colo impérvio tem como principal hipótese diagnóstica
Resposta c.
ameaça de abortamento, não se podendo afastar a hipótese de
abortamento retido, ectópica ou moléstia trofoblástica gesta-
45. O coriocarcinoma é uma forma maligna de moléstia tro-
cional. A forma imediata mais eficaz de dirimir tal dúvida é
foblástica gestacional. Incide principalmente em mulheres
mais idosas e com baixo nível socioeconômico. Apresen- por USG, mas na sua impossibilidade ou em caso de β-hCG
ta células trofoblásticas dispostas de forma anárquica, sem menor que 1.000, faz-se a dosagem seriada desse hormônio.
formar as vilosidades, como ocorre na mola. Os principais A tipagem sanguínea é fundamental, pois sendo o sangue Rh
sítios de metástase, em ordem de frequência, são: pulmões negativo, com Coombs indireto negativo, e pai Rh positivo, a
(70%), vulva e vagina (50%), pelve (15%), fígado (10%) e profilaxia para aloimunização com imunoglobulina anti-D é
cérebro (10%). obrigatória. Resposta b.
O tratamento envolve quimioterapia, com ou sem histerecto-
mia, sendo impeditiva a curetagem pelo risco de perfuração. 50. O comportamento normal de um β-hCG é dobrar a cada
Diversos são os esquemas quimioterápicos, a depender do 48 horas de gestação, até atingir seu pico por volta de 10 a 12
estadiamento da doença, mas envolvem o uso de metotrexa- semanas de gestação. Na gravidez ectópica ele aumenta no
te. Resposta a. máximo 66% a cada 48 horas. E não podemos esquecer que
paciente com vida sexual ativa apresentando atraso menstru-
46. Diante de quadro sugestivo de moléstia trofoblástica ges- al e dor abdominal apresenta como principal hipótese diag-
tacional o conteúdo uterino deve ser esvaziado, ou pela re- nóstica a prenhez ectópica, que é um dos sangramentos da
tirado do útero ou por extração de seu conteúdo, que pode primeira metade da gestação. Resposta a.
51. Paciente com vida sexual ativa apresentando atraso brião para a cavidade uterina, quando ele chega na região
menstrual e dor abdominal nos faz pensar primeiro em pre- cornual, que é a transição entre a trompa e a cavidade uteri-
nhez ectópica. A massa anexial indica o local mais comum de na. Esta região cornual é altamente vascularizada, sangrando
prenhez ectópica, que é a tuba uterina. Desta forma, devemos muito na gestação ectópica, responsável pelo rápido quadro
solicitar o teste de gravidez. Resposta a. de descompensação hemodinâmica e abdômen agudo he-
morrágico. Resposta c.
52. No abortamento incompleto, o colo uterino está aber-
to, com sangramento vaginal presente, acompanhado por 57. Na moléstia trofoblástica gestacional ocorre excesso de
tamanho uterino compatível com o atraso menstrual. Na tecido trofoblástico com degeneração hidrópica dos vilos co-
mola hidatiforme temos um útero maior que o esperado riais, que assumem o aspecto de nevasca ou flocos de neve à
para o atraso menstrual, acompanhado pela emissão de ultrassonografia. Resposta d.
vesículas no sangramento vaginal. Na gestação ectópica, o
útero está de tamanho normal, acompanhado por dor ab- 58. No abortamento retido, a paciente não apresenta sintomas
dominal, e, no abortamento infectado, temos um sangra- e o produto conceptual tem o diagnóstico da parada de seus
mento com odor fétido acompanhado de febre. O melhor batimentos cardíacos por 30 dias ou mais. No abortamento
método para se fazer a classificação clínica do abortamento completo a paciente apresenta história de sangramento com
é a ultrassonografia. Resposta d. eliminação de coágulos e dor, o colo uterino está fechado e
o útero menor que o esperado para o atraso menstrual. No
53. Paciente com atraso menstrual e dor abdominal nos obri- abortamento inevitável, a paciente apresenta sangramento e
ga a pensar em prenhez ectópica. Como a paciente está com dor, e o colo uterino está aberto, com útero compatível com
quando clínico de descompensação hemodinâmica, isso nos atraso menstrual. Já no incompleto, a paciente apresenta
leva a diagnosticar uma prenhez ecópica rota, sendo a trom- sangramento vaginal com eliminação de restos placentários,
pa o local de 99% dos casos de gravidez ectópico. Resposta c. ovulares ou fetais, com colo uterino pérvio. E na ameaça de
abortamento, a paciente apresenta dor e sangramento vagi-
54. Sangramento vaginal ativo com colo uterino pérvio nal, com colo uterino impérvio e tamanho uterino compatí-
indica abortamento inevitável. A diferença com o abor- vel com o atraso menstrual. Resposta d.
tamento incompleto é que neste último visualizamos res-
tos ovulares, fetais ou placentários, saindo pelo orifício 59. Trata-se de uma tentativa de abortamento, onde a condu-
externo do colo uterino. No abortamento evitável, o colo ta deve ser a mesma de uma ameaça de abortamento, ou seja,
uterino está impérvio. Na prenhez ectópica, o útero tem repouso, abstinência sexual e antiespasmódicos para alívio
dimensão normal e na doença trofoblástica ocorre a eli- da dor. Resposta d.
minação de vesículas junto com o sangramento vaginal.
O tratamento do abortamento inevitável é esperar a pa- 60. Gestante na primeira metade da gestação apresentando
rada dos batimentos cardíacos fetais para se proceder o sangramento vaginal, cólica, com colo uterino fechado e úte-
esvaziamento da cavidade uterina, com vácuo aspiração ro aumentado de tamanho, sugere ameaça de abortamento,
(de preferência até 10 semanas) ou curetagem uterina onde a conduta é ambulatorial, com repouso, abstinência se-
(em qualquer idade gestacional), desde que a paciente xual e antiespasmódico. Resposta a.
nâo esteja correndo nenhum risco, quando procede-se o
esvaziamento imediato da cavidade uterina. Resposta e. 61. A moléstia trofoblástica gestacional pode malignizar para
mola invasora (corioademona destruens) ou o coriocarcino-
55. Na mola completa, onde não ocorre formação de feto ma, que é mais indiferenciado. Nas duas situações podemos
nem de partes fetais, não ocorre mistura do material gené- encontrar metástases, sendo em ordem de frequência o pul-
tico masculino com o feminino, ou seja, ocorre fecunda mão, vagina, fígado e cérebro. Resposta c.
ção de óvulo vazio. A metástase mais comum é a pulmo-
nar, seguida da vaginal, depois a hepática e cerebral. Na 62. Na doença hipertensiva específica da gestação, temos
mola hidatiforme, o tratamento é o esvaziamento da cavi- uma vasoconstricção no território placentário, diminuindo
dade uterina, que deve ser feito com vácuo aspiração se- o aporte de sangue para o feto. Este sangue em menor quan-
guido de curetagem uterina, uma vez que a quantidade de tidade é desviado para os órgãos nobres do feto (coração,
tecido trofoblástico é enorme. Como na mola hidatiforme, cérebro e suprarrenais). O rim sofre uma vasoconstricção e
o endométrio prolifera muito, ele deve ficar em repouso filtra menos, produzindo menos urina, que é o grande for
por um tempo mínimo de um ano, daí a necessidade de se mador de líquido amniótico, ou seja, ocorre oligoidrâmnio.
evitar a gestação no primeiro ano pós-molar. A única dife- Resposta d.
rença entre o coriocarcinoma e a mola invasora é o padrão
histológico, onde no primeiro não conseguimos distinguir 63. Sangramento vaginal com odor fétido acompanhado de
o que é tecido trofoblástico e vilos degenerados, uma vez febre numa gestante na primeira metade da gestação indica
que o tumor é indiferenciado. Resposta c. abortamento infectado que é tratado com antibioticoterapia
de amplo espectro intravenosa e esvaziamento da cavidade
56. O DIU é a principal causa de prenhez ectópica cornual, uterina. No abortamento em curso, o colo uterino encontra
uma vez que provoca uma intensa reação de corpo estranho -se aberto com eliminação de restos ovulares, placentários ou
dentro da cavidade uterina que impede a progressão do em- fetais (dependendo da idade gestacional). No abortamento
retido (que pode evoluir para infectado), o colo está impér- havendo formações de feto ou pelo menos de partes fetais,
vio, não há sangramento e o produto conceptual está sem ba- porém com erro na divisão do material genético, ocorrendo
timentos cardíacos a 30 dias ou mais. Resposta d. triploidias. Resposta b.
64. Na mola completa não ocorre formação de feto nem de 65. O grande problema da mola hidatiforme é que ela pode
partes fetais, uma vez que não há mistura do material genéti- malignizar, daí a importância do acompanhamento pós molar
co masculino como feminino, ocorre quando um espermato- durante 1 anos após a negativação do β-hCG. O principal pa-
zoide normal fecunda um óvulo vazio e seu material genético râmetro para o acompanhamento pós-molar é a dosagem de
duplica ou quando dois espermatozoides normais fecundam β-hCG que deve ser realizado semanalmente no primeiro mês,
simultaneamente um óvulo vazio. Dizemos que a mola com- a cada 15 dias nos próximos 2 meses e mensalmente a partir
pleta tem origem androgenética por partenogênese, sendo do terceiro mês até completar um ano da sua negativação. Se o
em mais de 90% dos casos com cariótipo 46 XX. Já na mola nível de β-hCG não cair ou aumentar, indica neoplasia trofo-
parcial ou incompleta, ocorre mistura dos materiais genético, blástica gestacional, que deve ser estadiada. Resposta e.
Não há vitória sem dificuldades. O sábio sabe vencê-las. A palavra chave é perseverança.
R.A.G
Viver bem é uma arte que pode ser desenvolvida. É claro que são necessárias aptidões básicas para dar-lhe
sustentação: amor pela vida e capacidade de tirar grande prazer de pequenas ofertas, a certeza
de que o mundo nada lhe deve e que cada dom é exatamente isso, um dom.
Maya Angelou
BCF +, DU ausente, exame especular identifica gran- BCF +, DU ausente, exame especular identifica gran-
de quantidade de saída de LA pelo OE do colo uteri- de quantidade de saída de LA pelo OE do colo uteri-
no. O diagnóstico e conduta são no. O diagnóstico e conduta são
a) amniorrexe precoce e indução imediata do TP a) amniorrexe precoce e indução imediata do TP
b) amniorrexe precoce e conduta expectante por 24 h b) amniorrexe precoce e conduta expectante por 24 h
c) amniorrexe prematura e indução imediata do TP c) amniorrexe prematura e indução imediata do TP
d) amniorrexe prematura e conduta expectante por 24 h d) amniorrexe prematura e conduta expectante por 24 h
e) amniorrexe oportuna e indução imediata do TP e) amniorrexe oportuna e indução imediata do TP
ACERTEI ERREI DÚVIDA ACERTEI ERREI DÚVIDA
Está(ão) CORRETO(S):
a) todos os itens
b) apenas o item V
c) apenas os itens II e III
d) apenas os itens I, II e III
e) apenas os itens III e IV
a) este quadro está associado com síndromes hiperten
ACERTEI ERREI DÚVIDA sivas e uso de cocaína
b) as imagens acima associam-se frequentemente a ce-
sárea anterior e acretismo placentário
UFRN – 2012
c) o quadro clínico tem início súbito, seguido de hiper-
36. O Útero de Couvelaire é uma situação frequente tonia uterina
quando há: d) nos casos em que o feto está vivo é obrigatória a re-
a) descolamento prematuro de placenta solução imediata da gravidez
b) trabalho de parto prematuro
c) rotura prematura de membranas ACERTEI ERREI DÚVIDA
1. A presença de sangramento vaginal repentino e devemos proceder a internação e pesquisar infecções, além
INDOLOR, sem hipertonia uterina, especialmente com de estreptococos. A via de parto é de indicação obstétrica.
batimentos cardiofetais normais e estabilidade materna, O teste do fenol consiste em aplicar fenolftaleína em
traz como principal hipótese diagnóstica placenta prévia, conteúdo vaginal e se o mesmo ficar róseo á porque há
também conhecida como placenta de inserção baixa. A alcalinização do meio, que normalmente é ácido. Isso ocorre
confirmação virá com ultrassonografia transvaginal. O em amniorrexe prematura. Resposta d.
DPP, principal diagnóstico diferencial, acompanha-se de
hipertonia. Resposta b. 3. A visualização de saída de líquido claro pelo colo do
útero, antes de iniciado o trabalho de parto, é suficiente para
2. Quando há ruptura prematura de membranas ovulares, se firmar o diagnóstico de amniorrexe prematura. Estando
como neste caso, a conduta depende de: idade gestacional, a gestação com mais de 34 semanas deve-se optar pela
presença de sinais infecciosos e vitalidade fetal. Tendo a resolução da mesma, em via de parto obstétrica, pelo risco
gestação mais de 34 semanas a resolução está indicada, infeccioso da espera. Abaixo dessa idade gestacional resolve
já nas idades gestacionais abaixo dessa apenas se houver se imediatamente apenas da vigência de corioamnionite ou
corioamnionite ou sofrimento fetal. Entretanto, mesmo sofrimento fetal. Resposta c.
que se pense em resolução é importante verificar se não há
infecção visando tratamento. Também deve ser pesquisado 4. Hipertonia uterina, especialmente se presente sangramento
estreptococo para posterior profilaxia se necessário. No caso vaginal, em gestante com mais de 20 semanas remete
não sabemos se a gravidez tem mais ou menos de 34 semanas, ao diagnóstico de descolamento prematuro de placenta.
mas provavelmente menos pelo peso fetal, de modo que Estando o feto vivo e viável, como no caso, procede-se o
202
Obstetrícia | Gabarito comentado
parto imediato pela via mais rápida. Entretanto, enquanto se feto esteja vivo, deve ser pela via mais rápida, ou seja, vaginal
encaminha a paciente à sala cirúrgica é prudente proceder- (com ou sem auxílio de fórcipe) caso a dilatação seja total e
se amniotomia, a fim de se reduzir a pressão intrauterina. o feto esteja insinuado, ou cesariana nos demais casos, Feto
Resposta b. em óbito é possível o parto normal desde que as condições
maternas permitam.
5. Acretismo placentário é a invasão do trofoblasto além Distensão uterina com elevação do segmento caracteriza
da decídua basal, podendo atingir miométrio (placenta iminência de rotura uterina. Resposta c.
increta) e até serosa uterina e órgãos adjacentes (placenta
percreta). Essa condição pode ser suspeitada pela perda 11. Havendo descolamento prematuro de placenta (DPP) o
da interface placenta-útero ao USG, ou por Doppler com feto perde o aporte de oxigênio de modo que, caso ele esteja
invasão miometrial de vasos da placenta, todavia a maior vivo e seja viável, deve-se findar imediatamente a gestação,
especificidade diagnóstica é obtida por meio de ressonância caso contrário haverá óbito fetal. O parto será cesariana na
magnética. Resposta a. grande maioria dos casos, exceção feita para dilatação total
e feto insinuado, em que o fórcipe para a ser a forma mais
6. Impossível responder essa questão corretamente sem rápida de extração fetal. Resposta e.
o conhecimento da idade gestacional. Imaginando que há
mais de 20 semanas, o sangramento com hipertonia uterina, 12. Na presença de sangramento genital em gravidez avança-
especialmente havendo comprometimento do bem estar fetal da sem hipertonia ou alteração da vitalidade fetal a primeira
(bradicardia) leva a pensar em descolamento prematuro de hipótese diagnóstica é placenta prévia. A confirmação virá
placenta. Embora a principal causa seja hipertensão, mesmo por ultrassonografia que mostra que parte da placenta está
em hipertensas a pressão pode estar normal ou reduzido em no segmento inferior do útero (até 7cm do orifício interno
decorrência de choque hemorrágico. Resposta b. do colo), recobrindo ou não a cérvice. A conduta dependerá
da idade gestacional e quadro materno:
7. A visualização de saída de liquido pelo orifício externo acima de 37 semanas – resolução da gravidez;
do colo é diagnóstica de amniorrexe prematura, condição
de reconhecimento clínico em mais de 90% dos casos. A abaixo de 37 semanas – se mãe normotensa e feto está-
conduta depende, a princípio, da idade gestacional. Se a vel, não há necessidade de resolução da gravidez, pois o
gravidez ultrapassar as 34 semanas deve se proceder ao sangramento tende a estancar. Medidas adjuvantes como
parto, abaixo disso o parto será imediato apenas na vigência corticoidoterapia podem ser tomadas. A inibição é dis-
de corioamnionite e/ou sofrimento fetal. Resposta c. cutível, mas pode ser realizada diante da boa vitalidade
fetal. Caso contrário a resolução se impõe.
8. Pode ocorrer especialmente em casos de placenta prévia, A cesariana é obrigatória se a placenta recobre total ou
de que a geleia de Warthon, que recobre os vasos umbilicais, parcialmente o colo; e a via de parto é obstétrica nos demais
não os envolver até a inserção placentária, deixando uma casos. Resposta a.
parte descoberta e grudada nas membranas ovulares, o
que se conhece como inserção velamentosa do cordão 13. Presença de sangramento vaginal associado a hipertonia
umbilical. Quando estes vasos descobertos estão à frente da uterina traz como principal hipótese diagnóstica o desco
apresentação, ou seja, entre ela e o colo, temos a vasa prévia. lamento prematuro de placenta (DPP). A perda de líquido
A ruptura das membranas pode fazer com que esses vasos deve ser por ruptura das membranas, comum no DPP. Como
a ela acolados também se rompam com saída de grande se trata de emergência médica obstétrica, não há tempo para
quantidade de sangue junto ao liquido amniótico e gerando realização de exames complementares, sendo o diagnóstico
o óbito fetal: essa é a rotura da vasa prévia. Resposta b. baseado no exame físico. Se o feto é vivo e viável o parto deve
ocorrer imediatamente pela via mais rápida. Resposta d.
9. Sangramento vaginal intenso e indolor é compatível
com duas situações: placenta prévia e rotura da vasa
14. Sangramento indolor, intermitente, imotivado e progres-
prévia. Entretanto, no primeiro caso não costuma haver
sivo, sem acometer a vitalidade fetal nem causar hipertonia
comprometimento do bem estar fetal e costuma se iniciar
uterina nos remete à hipótese, a ser confirmada por USG
antes do trabalho de parto ou em seu início. Na rotura
transvaginal, de placenta prévia. Essa possui vários fatores
da vasa prévia, como se rompe um vaso umbilical, o
de risco, sendo o principal cirurgia uterina prévia, como a
comprometimento da vitalidade do feto é imediato e esta
cesariana. Resposta c.
situação costuma ocorrer durante o trabalho de parto, com
a ruptura das membranas ovulares. Resposta a.
15. Sangramento vaginal com hipotensão materna, bradicar-
10. A placenta prévia é indicação de cesariana caso seja centro- dia fetal e, principalmente, subida da apresentação (perda do
total ou centro-parcial, pois não há como a placenta nascer nível da apresentação – sinal de Recasens) fazem o diagnós-
antes do feto. Nas demais situações pode-se permitir o parto tico de ruptura uterina. Nessa ainda ocorre parada das con-
normal, inclusive porque o polo fetal de insinuação é capaz de trações, enfisema abdominal e fácil palpação de partes fetais.
comprimir e tamponar a borda placentária sangrante. A conduta deve ser a laparotomia imediata para retirada fetal
Já no tocante ao desolamento prematuro de palcenta, este e hemostasia materna, ou com histerectomia ou sutura ute-
indica morte fetal iminente e a resolução do parto, caso o rina. Resposta b.
16. Gestantes em trabalho de parto, com fortes contrações, es- 18. A placenta prévia ocorre quando há problemas de irriga-
pecialmente se possuírem cicatriz de cesariana anterior, que ção uterina, o que leva a busca de placentária de local mais
apresentarem retesamento dos ligamentos redondos (sinal de bem nutrido em partes inferiores. Assim, cicatrizes uterinas
Frommel) e elevação do segmento inferior (sinal de Bandl), es- fibróticas, como de cesarianas e de miomectomias são os
tão em iminência de rotura uterina. A evolução para a mesma principais fatores de risco. Multiparidade também pode ser
será percebida por um ou mais dos seguintes sinais: parada das predisponente de placenta prévia, dadas pequenas áreas de
contrações uterinas (acalmia), instabilidade hemodinâmica, necrose e subsequente fibrose miometrial que ocorrem em
ausência de batimentos cardíacos fetais, enfisema abdominal cada gestação e trabalho de parto. O tabagismo, por reduzir
(sinal de Clark), elevação da apresentação (sinal de Recasens), fluxo sanguíneo uterino, é outro fator de risco para placenta
maior facilidade de palpação das partes fetais (feto à “flor da prévia. Em mulheres com idade avançada a irrigação uteri-
pele”). A conduta nesses casos é proceder a amniotomia para na também é comprometida e há favorecimento de placenta
reduzir a pressão intrauterina e realizar imediata laparotomia, prévia. Em gemelaridade, outros fatores de risco, a placenta é
para retirada do feto e controle do sangramento uterino, por muito volumosa e pode avançar ao seguimento. Pelo exposto,
histerectomia ou histerorrafia. Resposta b. note que há duas respostas para a questão. Resposta C e D.
17. Define-se placenta prévia como aquela que se insere, total 19. Placenta prévia é aquela que se mantém total ou parcial-
ou parcialmente, e após 28 semanas, no segmento inferior do mente inserida no segmento inferior do útero após 28 sema-
útero, desde que o espaço esteja localizado até 7 cm do orifí- nas, desde que se localiza na área que se estende do orifício
cio interno do colo. A placenta prévia pode se subdividir em: interno do colo do útero até 7 cm acima dele. Situações como
essa deixam pequenos vasos da extremidade placentária
centrototal, quando recobre totalmente o orifício interno
muito próximos ao colo uterino que, ao se romperem, pro-
do colo uterino;
movem sangramento vermelho vivo, embora geralmente sem
centroparcial, quando recobre parcialmente o orifício in- repercussões maternas ou fetais. São justamente esses san-
terno do colo uterino; gramentos e idades gestacionais avançadas (perto do ou no
marginal, quando margeia o orifício interno do colo ute- terceiro trimestre) que trarão a suspeita da doença. A maio-
rino; ria das mulheres apresentam esse sintoma, sendo que menos
de 10% não sangraram, fato que é preocupante pois indica
lateral, quando se localiza a certa distância do orifício in- que a placenta está firmemente aderida ao útero, trazendo
terno do colo uterino. a hipótese de acretismo placentário, complicação grave da
O diagnóstico é ultrassonográfico e cesariana anterior é o placenta prévia. Diante da suspeita, o diagnóstico deve ser
principal fator de risco. confirmado por meio de ultrassonografia transvaginal, pois
No caso apresentado, estando a gestante com 31 semanas e pla- essa tem melhor precisão em determinar a distância colopla-
centa recobrindo parcialmente o orifício interno do colo, não centa. Havendo dúvidas ou suspeitando-se de acretismo, a
restam dúvidas de que se trata de placenta prévia centroparcial. ressonância magnética em finos cortes costuma ser bastante
esclarecedora. O que não se deve fazer, sob pena de empurrar
A conduta dependerá da idade gestacional, tipo de placenta
a placenta descolando-a e aumentando o sangramento, é o
prévia e quantidade de sangramento. O parto deve ser pro-
toque vaginal. Caso seja imprescindível, o mesmo deverá ser
gramado para 37 semanas, e pode ser antecipado caso haja
feito em ambiente de centro cirúrgico e com muito cuidado.
sangramento abundante a ponto de comprometer a vitalida-
Resposta b.
de fetal ou o bem estar materno. Cesariana será obrigatória
em placentas centro totais ou parciais.
Uma das principais complicações da placenta prévia é acre- 20. O caso versa sobre sangramento na segunda metade da
tismo placentário (invasão da placenta além da decídua ba- gravidez, sendo as principais causas e seus respectivos qua-
sal), especialmente se houver cesarianas prévias e a placenta dros clínicos e tratamentos:
estiver localizada anteriormente. Geralmente, em casos de Descolamento prematuro de placenta: geralmente de-
acretismo severo, não há sangramento vaginal, pois a placen- corrente de hipertensão na gestação, causa sangramento
ta é firmemente aderida. O diagnóstico de acretismo pode escurecido, hipertonia, dor e alteração da vitalidade fetal,
ser suspeitado por estigmas ultrassonográficos (lagos veno- com êxito letal em 90% dos casos. Diante da suspeita clí-
sos, perda da interface miométrio-trofoblasto, Doppler com nica com feto vivo e viável a conduta é parto imediato,
vasos placentários invadindo miométrio) e confirmado por pela via mais rápida.
ressonância magnética. Uma vez que se confirme acretismo, Placenta prévia: tem como causa principal a presença de
opta-se por realizar cesariana mais histerectomia com até 37 múltiplas cesarianas anteriores. Clínicamente promove
semanas, catéterizando-se préviamente as uterinas para in- sangramento vermelho-vivo, intermitente, indolor e imo-
terromper seu fluxo durante o procedimento e evitar maiores tivado, com melhora espontânea e que se torna mais in-
sangramentos intra-operatórios. tenso a cada episódio. Em geral, não promove alterações
Discordamos de que em gestante com placenta prévia pos- de vitalidade fetal. A conduta no termo será resolutiva,
terior sangrante, mesmo que ela tenha cesariana prévia, sem senão é possível a expectação, desde que o sangramen-
antes avaliar estigmas ultrassonográficos, deva-se fazer res- to não seja muito intenso a ponto de trazer repercussões
sonância magnética. Assim, não encontramos Resposta cor materno-fetais. Realmente a clínica é típica e pode acertar
reta. O gabarito oficial traz alternativa c. Resposta c. o diagnóstico na maioria das vezes, dispensando o USG
com esse fim, mas o mesmo será importante para avaliar gramento intenso e óbito fetal, situação chamada de rotura
o tipo de placenta prévia (centrototal, centroparcial, mar- da vasa prévia, que felizmente não ocorreu no caso descrito.
ginal, lateral) e assim definir via de parto. Resposta d.
Rotura da vasa prévia: vasos umbilicais que passam na
frente da apresentação podem se romper com a ruptu- 23. Diversos sinais demonstram que já houve o descolamen-
ra de membranas ovulares. O sangramento é intenso, em to da placenta no terceiro período do parto. Citemos os dois
jato, com óbito fetal em 100% dos casos. A conduta é ce- mais importantes:
sariana imediata. sinal de Kustner: a elevação do útero não se acompanha
Rotura do seio marginal: seio marginal é local de acúmu- da movimentação do cordão umbilical (na questão ocor-
lo de sangue venoso na borda da placenta. Pode se rom- reu o contrário, de modo que a placenta era aderida);
per próximo ao parto, trazendo hemoâmnio ou pequeno sinal de Fabre: não transmissão da tração do cordão a
sangramento venoso via vaginal, sem repercussão fetal. A mão que palpa o fundo do útero. Resposta b.
conduta e expectante. Assim, a Resposta menos falha é a
letra C, pois consideramos o USG importante na placenta
24. Acretismo placentário é a infiltração placentária além da
previa pelos motivos supracitados. Resposta c.
camada basal da decídua, podendo aderir ao miométrio e es-
truturas vizinhas, de modo que é mais firmemente presa ao
21. A presença de sangramento vaginal imotivado, intempes- útero. Placenta succenturiada é aquela que apresenta um lobo
tivo e indolor, após 28 semanas, e sem o comprometimento acessório, longe da massa principal e a ela presa por fina linha
da vitalidade fetal ou bem-estar materno traz como principal fibrosa que rompe facilmente. Doença trofoblástica é uma ne-
hipótese placenta prévia. Essa é definida como inserção total oplasia proliferativa de tecido placentário. Em todos os casos
ou parcial da placenta, após 28 semanas, no segmento uteri- poderá haver retenção de parte da placenta, no acretimso pela
no, localizado em espaço até 7 cm acima do orifício interno aderência, na sucenturiada o lobo acessório, e na doença tro-
do colo. Nesses casos é útil realizar ultrassonografia para ve- foblástica restos tumorais. Em prematuridade a placenta é fina
rificar a exata posição da placenta. No caso a placenta está e frágil e pode se reter. A corioamnionite é consequência de
a 5 cm do colo, portanto, é prévia. A conduta é parto se já retenção, andando ao lado da mesma. Resposta e.
houver o termo da gestação, senão opta-se pela expectação,
procedendo-se resolução da gravidez apenas se descompen- 25. No caso temos uma gestante com sangramento na segunda
sação materna ou fetal. Como a placenta prévia está muito metade da gravidez. São causas e suas respectivas condutas:
associada a prematuridade, tanto pelo sangramento que se
torna mais intenso quanto pelas contrações que ele estimula, Descolamento prematuro de placenta: geralmente de-
diante de seu diagnóstico até 34 semanas é adequada corti- corrente de hipertensão na gestação, causa sangramento
coidoterapia. Resposta d. escurecido, hipertonia, dor e alteração da vitalidade fetal.
Diante da suspeita clínica com feto vivo e viável a conduta
é parto imediato, pela via mais rápida, não havendo tem-
22. A figura traz uma imagem de ultrassonografia cuja inter- po para exames complementares.
pretação é fundamental para o acerto da Resposta, o que tor-
na a questão dificílima. Nesta imagem vemos o colo do útero,
Placenta prévia: tem como causa principal a presença de
a placenta próxima a seu orifício e o Doppler mostrando um múltiplas cesarianas anteriores. Clinicamente promo-
vaso sanguíneo (do cordão umbilical) passando por cima do ve sangramento vermelho-vivo, intermitente, indolor e
colo e à frente da apresentação fetal, para se inserir na perife- imotivado, com melhora espontânea e que se torna mais
intenso a cada episodio. Em geral, não promove altera-
ria da placenta. Trata se de situação analoga a figura abaixo:
ções de vitalidade fetal. A conduta ideal, a princípio, é a
realização de ultrassonografia transvaginal, que não so
confirma o diagnóstico como permite classificar o tipo
de placenta prévia (centro-total, centro parcial, marginal,
lateral) e assim definir via de parto. No termo deve-se
resolver a gravidez, senão é possível a expectação, desde
que o sangramento não seja muito intenso a ponto de tra-
zer repercussões materno-fetais.
Rotura da vasa prévia: vasos umbilicais que passam na
frente da apresentação podem se romper com a ruptura
de membranas ovulares. O sangramento é intenso, em
jato, com óbito fetal em 100% dos casos. A conduta é ce-
sariana imediata.
Rotura do seio marginal: seio marginal é local de acúmu-
lo de sangue venoso na borda da placenta. Pode se rom-
Enfim, os vasos do cordão estão prévios à apresentação, si- per próximo ao parto, trazendo hemoâmnio ou pequeno
tuação conhecida como vasa prévia. Há um risco de ruptura sangramento venoso via vaginal, sem repercussão fetal. A
desses vasos no momento da amniorrexe, o que levaria a san- conduta é expectante. Resposta a.
26. Gestante na segunda metade da gravidez que apresen- 30. A placenta prévia é aquela que se permanece total ou
ta sangramento vaginal associado a hipertonia tem como parcialmente implantada no segmento uterino (até 7 cm do
principal hipótese diagnóstica o descolamento prematuro de orifício interno do colo) após 28 semanas de gestação. Ge-
placenta (DPP), especialmente se a pressão estiver elevada, ralmente decorre de ambiente hostil para implantação no
dado que quadros hipertensivos são os principais responsá- corpo, sendo fatores de risco: multiparidade, idade materna
veis pelo DPP. A conduta então depende da viabilidade fetal. avançada, cirurgias uterinas anteriores, inflamações uterinas
Sendo o feto vivo e viável deve-se proceder o parto imediato, prévias, placentas volumosas, tabagismo.
pela via mais rápida, a fim de tentar salvaguardar a vida fe- O quadro clínico é de sangramento imotivado, insidioso e in-
tal. Sendo o feto morto ou inviável, pode-se esperar o nas- termitente, vermelho vivo, em geral sem comprometimento
cimento por até 4 horas, desde que as condições maternas fetal ou materno, e sem hipertonia uterina. A amniotomia,
permitam. Como o DPP leva a sangramento retroplacentário por permitir a insinuação do feto, faz com que a apresenta-
importante, apresenta como complicações insuficiência renal ção do mesmo exerça efeito compressivo na área sangrante,
por necrose tubular aguda (NTA), coagulação intravascular reduzindo a hemorragia. Resposta d.
disseminada (CIVD) e Síndrome de Sheeham. Assim, é im-
portante, de forma coadjuvante, sondar a paciente e hidrata-
31. Placenta prévia e DPP diferem clinicamente pelo tipo de
-la a fim de manter diurese adequada (evita a NTA) e solici-
sangramento e quadro álgico.
tar provas de coagulação para corrigir possíveis distúrbios da
CIVD. Resposta c. Em placenta prévia há o sangramento dos três is, ou seja, in-
sidioso, indolor e intermitente (não contínuo), além de ser
vermelho vivo, pois decorre de rupturas de pequenos vasos
27. A questão traz um típico caso de rotura uterina. A dinâ-
placentários próximos ao colo. Apesar de apresentar quanti-
mica exacerbada (polissistolia) que gerou o quadro. A seguir
dade aparentemente elevada, não costuma causar repercus-
houve sinais de iminência de rotura, como anel de constrição
sões feto-maternas agudas. A confirmação diagnóstica virá
uterino (sinal de Bandl) e retesamento dos ligamentos redon-
por USG transvaginal.
dos (sinal de Frommel). Finalmente advem a rotura uterina,
cessando-se as contrações. Nesse momento também poderia Em DPP, o sangramento é escurecido, doloroso e, em re-
ser possível sentir ar na cavidade abdominal da gestante (si- gra, se acompanha de hipertonia uterina. Apesar de geral
nal de Clark) e elevação da apresentação (sinal de Recasens). mente exteriorizar-se em quantidade não muito exacerbada,
Resposta c. acompanha-se de instabilidade hemodinâmica, pois parte
do sangue fica retido atrás da placenta. A mortalidade fetal
é altíssima. O quadro constitui emergência obstétrica, sendo
28. De todos os fatores de risco para DPP, o mais importante a conduta baseada na clínica, não havendo tempo para reali-
é a hipertensão. Além desse, outros podem ser citados: uso zação de USG. Resposta b.
de cocaína, pelos aumentos pressóricos que promove; am-
niorrexe prematura, dada a descompressão brusca da pres-
32. O descolamento prematuro de placenta ou DPP é a sepa-
são intraútero; gestação múltipla, pela retração uterina após a
ração intempestiva e inopinada de uma placenta normoinse-
saída do primeiro gemelar; etc. O hipotireoidismo não é fator
rida, após a 20ª semana de gravidez. Tem como causa princi-
de risco para DPP. Resposta e.
pal a hipertensão, mas pode ser decorrente de trauma, uso de
drogas vasoconstritoras, e amniorrexe em útero sobredisten-
29. A placenta prévia é aquela que se permanece total ou
dido pelo polidrâmnio.
parcialmente implantada no segmento uterino (até 7 cm do
orifício interno do colo) após 28 semanas de gestação. Geral- Trata-se de uma emergência médica, não cabendo realiza-
mente decorre de ambiente hostil para implantação no cor- ção de ultrassonografia ou outros exames para o diagnóstico,
po, por cesarianas prévias, cicatrizes, multiparidade, etc. O que deve ser clínico. O principal sintoma é o sangramento
quadro clínico será de sangramentos de repetição, insidiosos, vaginal, presente em 80% das mulheres, já que em 10% dos
intermitentes e indolores, pois decorrem de pequenas ruptu- casos o sangue fica retido atrás da placenta. Outro sintoma
ras de vasos na parte inferior da placenta, próxima ao colo. comum, e bastante característico, é a hipertonia uterina.
Moléstia trofoblástica gestacional não é diagnóstico diferen- As complicações podem ser locais ou sistêmicas. Das locais
cial, pois ocorre no primeiro trimestre. cita-se rotura uterina, apoplexia miometrial (útero com áreas
Como a região segmentar é menos irrigada, não raro há in- de necrose, também chamado útero de Covelaire) e atonia
vasão de tecido placentário além da camada compacta da de- uterina, além do óbito fetal. Sistemicamente pode ocorrer
cídua, podendo invadir o miométrio e até órgãos vizinhos, CIVD, síndrome de Sheehan, insuficiência renal e choque
numa tentativa de buscar nutrição mais eficiente. Essa condi- hipovolêmico. Resposta c.
ção é conhecida como acretismo placentário e tem alta mor-
bimortalidade materna, frequentemente obrigando a histe- 33. A hemorragia pós-parto tem como principal representante
rectomia puerperal. a atonia uterina, responsável pela grande maioria dos casos.
O parto normal será impossível em casos de placentas que Secundariamente pode ser devida a: lacerações vaginais, re-
recobrem o colo uterino (centro-total e centro-parcial), mas tenção placentária, inversão uterina e distúrbios de coagula-
pode ser realizado nos demais casos. Resposta d. ção. As demais alternativas estão corretas. Resposta b.
34. Placenta prévia é aquela que se mantém parcialmente Serão consideradas tardias as mortes que ocorrem mais de 42
inserida no segmento uterino (até 7 cm do orifício interno) dias pós-parto. Resposta c.
após 28 semanas de gravidez, de modo que, por definição,
ocorre apenas no terceiro trimestre. Cerca de 90% das pla- 39. As figuras mostram, em vermelho, placentas. Note que
centas baixas antes da 28ª semana migram e passam a apre- essas placentas, a depender da figura, ou recobrem o orifício
sentar-se normais. interno do colo, total ou parcialmente, ou estão próximas a
A hipótese virá com a presença de sangramento vaginal, ca- ele, de modo que se pode dizer tratar-se de placenta prévia,
racterizado pelos três is, ou seja, insidioso, indolor e imotiva- ou seja, placenta que se insere, ao menos em parte, até 7 cm
do, de modo que pode ocorrer mesmo sem trauma. Em ter- do orifício interno do colo uterino, após 28 semanas. Este
mos visuais, o sangramento é vermelho vivo. A confirmação tipo de situação é mais comum em mulheres com cesariana
diagnóstica será ultrassonográfica. Resposta e. anterior e tem como complicação possível o acretismo pla-
centário. O sangramento decorrente desse tipo de placenta é
35. O DPP tem como principal causa a hipertensão na gesta vermelho vivo, indolor, imotivado e intermitente, geralmente
ção. Quanto mais grave o quadro hipertensivo, maior a chan não causando repercussão fetal nem hipertonia. A conduta
ce de DPP. Fisiopatologicamente, as altas pressões sanguíneas será ativa apenas após 37 semanas ou se o sangramento for
em vasos de alta resistência, levam à ruptura dos mesmos em intenso e continuado. Não há relação entre placenta prévia e
uma área retroplacentária, promovendo sangramento inten hipertensão ou uso de cocaína. Resposta b.
so local, que faz descolar o restante da placenta. Conforme o
descolamento avança, mais evidente se torna a sintomatologia. 40. A dor súbita na região escapular indica o sinal de Laffond,
A princípio há sangramento vaginal e leve hipertonia, com o que aparece por sangue irritando os ramos subdiafragmáti-
tempo iniciam-se sinais de choque a até insuficiência renal. A cos do nervo frênico, ou seja, abdômen agudo hemorrági-
progressão é a regra, sendo que haverá diferença na sua veloci co. Associado ao fato da paciente estar em trabalho de parto
dade, podendo ocorrer um descolamento total e imediato, ou (com 5 contrações moderadas a fortes a cada 10 minutos) e
iniciar-se em pequenas áreas e daí progredir em algumas ho as contrações terem diminuído subitamente, isto indica um
ras. O quadro de sangramento e hipertonia praticamente traz quadro de rotura uterina. O que é confirmado pela subida da
a certeza diagnóstica, e a conduta será baseada na clínica, sem apresentação fetal, uma vez que o feto cai na cavidade abdo-
necessidade de exames complementares. Resposta a. minal. Resposta d.
36. Útero de Couvelaire é aquele que apresenta áreas de ne- 41. São cinco os sangramentos da segunda metade da gesta
crose e ocorre em descolamentos prematuros de placenta. ção: rotura uterina, placenta prévia, descolamento prematuro
Isso porque, nessa situação, há hipertonia uterina que com- de placenta, rotura do seio marginal e rotura da vasa prévia.
prime os vasos responsáveis pela irrigação do útero provo-
Resposta e.
cando sua má nutrição e consequente necrose. Associa-se à
atonia uterina. Resposta a.
42. A inserção placentária na parte mais baixa do útero
(placenta prévia) é o segundo sangramento mais comum da
37. A principal causa de hemorragia pós-parto é a atonia ute-
segunda metade da gestação. Na placenta prévia, o sangra
rina, que representa a maior causa de morte materna no mun-
mento é materno, gerando risco de anemia para a gestante.
do. Existem inúmeros fatores de risco para o quadro, como
Como a inserção da placenta ocorre numa região menor
situações em que há: sobredistensão uterina (gemelaridade,
para a implantação placentária, podemos ter uma circulação
polidrâmnio, macrossomia), substituição fibrosa do miomé-
prejudicada para o feto com risco de retardo de crescimento
trio (idade avançada e multiparidade), desarranjo miometrial
intrauterino, oligo-hidrâmnio e sofrimento fetal agudo. Con-
(miomas), cesariana, estafa de fibras musculares (partos taqui-
forme o colo uterino vai dilatando, expõe as membranas fe-
tócitos ou prolongados) e infiltração de líquido na parede do
tais que podem romper, aumentando a incidência de ruptura
útero (infecção puerperal e hipoproteinemia). Resposta d.
prematura de membranas. Resposta a.
de contrair por distensão importante da fibra muscular, ge- a interrupção imediata da gestação através da cesárea, uma
rando a hipotonia ou atonia uterina, responsável por grande vez que o descolamento é progressivo e após 50% ou mais
sangramento no pós-parto. Resposta d. de descolamento placentário ocorre o óbito fetal. Resposta b.
45. Trata-se de uma placenta prévia centro total, uma vez 51. A cocaína provoca uma irritação importante nas fibras
que oclui completamente o colo uterino. É uma doença com musculares uterinas provocando a hipertonia uterina. O qua-
maior incidência em multíparas, uma vez que é causada por dro de descompensação hemodinâmica sugere sangramento
esgotamento endometrial, que aparece nos casos de manipu- importante e a hipertensão arterial é a principal causa de des-
lação uterina como curetagens repetidas. É a principal causa colamento prematuro de placenta (DPP), na qual em até 20%
de acretismo placentário e pode provocar hipotonia e atonia dos casos o sangramento vaginal está ausente, sendo que o
uterina no pós-parto. Resposta c. sangue se acumula atrás da placenta na forma do hematoma
retroplacentário, ou na cavidade amniótica (hemoâmnio), ao
46. Sangramento vaginal acompanhado de hipertonia uteri- passar pelos poros das membranas. Resposta a.
na, em gestante na segunda metade da gravidez SEMPRE é
descolamento prematuro de placenta. Resposta c. 52. Gestante na segunda metade da gestação apresentando
sangramento vaginal e hipertonia uterina indica descola-
47. No descolamento prematuro de placenta (DPP), a condu- mento prematuro de placenta (DPP). O comprometimento
ta depende se o feto está vivo ou não. Se estiver, a conduta é fetal reforça a suspeita de DPP onde a perda sanguínea é a
cesárea. Se o feto estiver morto, a conduta depende do estado que estaria indo para o feto. Resposta d.
hemodinâmico da paciente. Se ela estiver instável hemodi-
namicamente, faz-se cesárea, mesmo com o feto morto. Se 53. Sangramento vaginal indolor e repetido na segunda me-
estiver estável, podemos deixar o parto evoluir para normal tade da gestação sugere placenta prévia, na qual o feto não
até 6 horas após o diagnóstico de DPP. Se passar de 6 horas e sofre grandes comprometimentos, uma vez que o sangue
o feto não nascer, faz-se cesárea pelo risco iminente de CIVD
perdido é materno. A atividade e o tônus uterino encontram-
materna. Resposta c.
-se normais. No descolamento prematuro de placenta ocorre
hipertonia uterina e consequente comprometimento fetal.
48. 50% dos casos de descolamento prematuro de placenta Na rotura da vasa prévia, que é o vaso umbilical que termi-
(DPP) se devem à hipertensão arterial. Outras causas são na entre o âmnio e o cório, ocorre sangramento intenso com
mecânica (trauma) e placentárias (cordão umbilical curto). morte fetal instantânea. A rotura uterina é um sangramento
Resposta b. do parto e a rotura do seio marginal provoca um pequeno
sangramento vaginal que ocorre durante o trabalho de parto,
49. Gestante na segunda metade da gestação com sangra- consequente à uma rotura da parte mais periférica do disco
mento vaginal e hipertonia uterina é descolamento prematu- placentário. Resposta c.
ro de placenta (DPP), onde a conduta depende se o feto esti-
ver vivo ou não. Caso o feto esteja vivo, a conduta é cesárea 54. A principal causa de sangramento vaginal no pós-parto
independente da idade gestacional. Resposta b. imediato é a atonia uterina, que é muito comum nos casos em
que o útero cresce mais do que o esperado para a idade gesta-
50. Trata-se de um quadro de descolamento prematuro de cional (como macrossomia, polidrâmnio e gestação gemelar)
placenta (DPP), uma vez que a paciente encontra-se na se- e quando a paciente se submete à indução prolongada. Nestas
gunda metade da gestação e apresenta sangramento vaginal situações a fibra muscular uterina é muito solicitada e entra
com hipertonia uterina. A conduta no DPP com feto vivo é em exaustão no pós-parto. Resposta a.
c) BDT, fórcipe de Simpson em até 15% dos casos de mulheres com abortamento
d) BDT, fórcipe de Kielland habitual.
e) ODT, fórcipe de Simpson IV. Considera-se aborto retido quando há morte fetal
intrauterina sem eliminação do ovo após 1 semana.
ACERTEI ERREI DÚVIDA
A alternativa que contém todas as afirmativas corre-
tas é:
UEPA – 2015 a) I
18. Gestante é portadora de herpes genital, na 39ª sema- b) I, II e III
na de gestação apresenta recidiva com lesões em re- c) I e III
gião perineal. A melhor conduta, nesse caso, será: d) II e IV
a) permitir o parto vaginal, proteger o períneo e obser- e) III e IV
var o recém-nato
b) permitir o parto vaginal e tratar o recém-nato com ACERTEI ERREI DÚVIDA
aciclovir intravenoso
c) permitir o parto vaginal e tratar o recém-nato com UFMA – 2015
globulina hiperimune 21. Paciente 23 anos, multípara. Evolui no pós-parto
d) indicar cesárea apenas se a gestante apresentar rotu- vaginal imediato com sangramento ativo, observa-
ra prematura de membranas, para evitar o contágio do após dequitação placentária, está sem alterações.
do bebê Pré-natal e trabalho de parto sem anormalidades.
e) indicar cesárea eletiva para evitar o contágio do bebê Ao exame: estado geral regular, sudoréica, PA= 110 x
60 mmhg, FC = 110 BPM. Diante do exposto, qual a
ACERTEI ERREI DÚVIDA
principal hipótese diagnóstica e conduta inicial?
a) hemorragia pós-parto (coagulopatia) / transfusão
UEPA – 2015 hemoconcentrados
19. Gestante com 24 semanas procura o pronto atendi- b) hemorragia pós-parto (atonia uterina) / correção da
mento obstétrico com queixa de desconforto respi- hipovolemia, massagem uterina e uso de uterotôni-
ratório. No exame físico, a ausculta pulmonar estava cos (ocitocina / metilergometrina/ misoprostol)
normal e no exame obstétrico, a altura uterina era de c) hemorragia pós-parto / tratamento cirúrgico (histe-
35 cm. Foi realizada ultrassonografia demonstrando rectomia), devido à instabilidade hemodinâmica
gravidez gemelar, sendo que um dos fetos apresenta- d) hemorragia pós-parto (acretismo placentário) / cor-
va peso de 700 gramas e o maior bolsão do líquido reção da hipovolemia / massagem uterina / uso de
amniótico era de 14 cm, enquanto o outro feto apre- uterotônicos (ocitocina / metilergometrina/ miso-
sentava peso de 450 gramas e o maior bolsão de lí- prostol), seguido de curetagem uterina
quido amniótico era de 1 cm. Diante deste quadro, é e) hemorragia pós-parto (laceração do trajeto no canal
correto afirmar que se trata de: do parto) / correção da hipovolemia, massagem ute-
a) gestação monozigótica, monocoriônica e monoam- rina e uso de uterotônicos (ocitocina / metilergome
niótica com síndrome de transfusão feto-fetal trina/ misoprostol)
b) gestação monozigótica, monocoriônica e monoam-
niótica com gemelidade imperfeita ACERTEI ERREI DÚVIDA
c) gestação dizigótica, dicoriônica e diamniótica com
superfetação UFPI – 2015
d) gestação monozigótica, monocoriônica e diamnióti- 22. Sobre a gravidez de alto risco, marque a opção COR-
ca com síndrome de transfusão feto-fetal RETA.
e) gestação dizigótica, monocoriônica e diamniótica a) a recomendação para uso de insulina no diabetes
com superfetação mellitus é de 0,9; 0,7 e 0,5 U/Kg/dia no primeiro, se-
ACERTEI ERREI DÚVIDA gundo e terceiro trimestre, respectivamente
b) a frequência de malformações fetais maiores aumen-
ta expressivamente quando a hemoglobina glicosila-
UEPA – 2015 da se encontra acima de 9,5 g% no período embrio-
20. Quanto ao abortamento, analise as afi rmativas nário de gestantes diabéticas
abaixo. c) a educação dietética não é a terapêutica suficiente
I. As anormalidades cromossômicas são as causas para controle glicêmico de pacientes com diabetes
mais comuns de abortamento (50 – 80%). gestacional
d) a transmissão vertical, na citomegalovirose primária
II. O uso de álcool, uso excessivo de cafeína e tabagis-
é baixa, não ultrapassando a taxa de 10%
mo materno e paterno são fatores de risco para abor-
e) anemia e rotura prematura das membranas não são
tamento.
consideradas fatores de risco para infecção puerperal
III. A síndrome antifosfolipídeo, com anticorpos an-
ticardiolipina e anticoagulante lúpico, está presente ACERTEI ERREI DÚVIDA
gestação; foi realizada, profilaticamente, a imuno- III. Realizar imunoglobulina anti-Rh para evitar
globulina anti-D. Durante este pré-natal teve todos agravamento da doença fetal.
os Teste de Coombs indiretos negativos. Após so- Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa (s)
frer acidente de trânsito, procurou imediatamente a) I, apenas
a Maternidade e, mesmo sem sangramento uterino b) II, apenas
presente, foi realizado o Teste de Kleihauer, que foi c) III, apenas
positivo. Esse teste corresponde à presença: d) I e II, apenas
a) de hemólise fetal e) I, II e III
b) e a quantidade de anticorpos anti-D na circulação
materna ACERTEI ERREI DÚVIDA
c) de hemácia materna na circulação fetal
d) e a quantidade de anticorpos anti-D na circulação
PUC-RS – 2015
fetal
33. Em relação à asma na gestação, considere as afirmati-
e) de hemácia fetal na circulação materna
vas abaixo:
ACERTEI ERREI DÚVIDA I. Os efeitos deletérios da asma não controlada para
mãe-feto são pré-eclâmpsia, necessidade de partos
cesarianos, prematuridade, baixo peso ao nascer,
PUC-PR – 2015 malformações e aumento da mortalidade perinatal.
30. Deve-se orientar que a puérpera NÃO amamente, por
colocar em risco o recém-nascido, no caso de: II. A SPO2 materna, devido à especial fisiologia da
a) sorologia positiva para HTLV 1e 2 gravidez, deve ser mantida acima de 95% para que
b) sorologia positiva para hepatite B não haja hipoxemia fetal.
c) sorologia positiva para hepatite A III. O salbutamol deve ser o b-agonista de curta ação
d) sepse materna preferido.
e) herpes vírus
Está / estão correta (s) a (s) afirmativa (s)
ACERTEI ERREI DÚVIDA a) I, apenas
b) II, apenas
c) III, apenas
PUC-RS – 2015 d) I e III, apenas
31. Em relação às gestações gemelares monocoriônicas, e) I, II e III
considere as seguintes afirmativas:
ACERTEI ERREI DÚVIDA
I. Apresentam risco de síndrome de transfusão feto-
feto somente se monoaminióticas.
Santa Casa-BH– 2015
II. Apresentam as mesmas complicações que as gesta-
34. Sobre o parto vaginal cirúrgico, assinale a alternati-
ções gemelares dicoriônicas.
va INCORRETA.
III. Tem origem monozigótica em 100% dos casos. a) a incapacidade para expulsão (exaustão materna), o
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa (s) uso de drogas analgésicas e a resistência dos tecidos
a) I, apenas moles à descida do feto são indicações para parto
b) II, apenas vaginal cirúrgico
c) III, apenas b) o colo uterino completamente dilatado a certeza de
d) I e II, apenas encaixamento e da variedade de posição do polo ce-
e) I, II e III fálico fetal e membranas amnióticas rotas são pré-
-requisitos para utilização do fórcipe
ACERTEI ERREI DÚVIDA c) no fórcipe ou vácuo extração baixos, as rotações são
divididas em ≤ 45 graus ou > 45 graus
d) o suporte emocional contínuo não se mostrou eficaz
PUC-RS – 2015 na prevenção do uso de vácuo-extrator
32. G2P1, Rh negativo, sem intercorrências na gestação
anterior, relata que seu filho anterior nasceu com fa- ACERTEI ERREI DÚVIDA
tor Rh positivo e não sabe informar se recebeu imu-
noglobulina anti-Rh no pós-parto. No momento,
com 24 semanas de gestação, traz teste de Coombs SURCE – 2015
indireto positivo com titulação de 1:4. Em relação ao 35. Grande multípara, cujo 2º. período demorou 3h e
caso clínico, considere as seguintes afirmativas: recém-nascido pesou 4300g, passou a apresentar, na
1ª hora de pós-parto, sangramento transvaginal volu-
I. Realizar cordocentese para avaliar diretamente o
moso associado à hipotensão e taquicardia. Levando
grau de anemia fetal.
em consideração a PRINCIPAL causa desse quadro
II. Realizar controle seriado com Teste de Coombs clínico, qual conduta abaixo representa ação de pri-
indireto até atingir titulação crítica. meira linha de tratamento?
USP-RP – 2014
47. ID: Puérpera: G5P3A2, no 1º dia após parto cesárea e
laqueadura tubária devido às múltiplas cesáreas ante-
riores. Tipo sanguíneo é O negativo.
RN: O tipo sanguíneo é O positivo.
HMA: Fez seguimento em pré-natal de alto risco por
causa do diagnóstico de hipertensão arterial crônica.
Recebeu imunoglobulina anti-Rh D na 28ª semana.
Com relação à profilaxia da aloimunização Rh, a imu-
noglobulina anti-Rh D.
a) deve ser administrada, se o resultado do Coombs In-
direto materno colhido antes do parto for negativo
b) não deve ser administrada, pois a mãe já a recebeu
O diagnóstico é: durante o seguimento pré-natal
a) tromboembolismo pulmonar c) deve ser administrada imediatamente, uma vez que
b) cardiomiopatia periparto o tipo sanguíneo do recém-nascido é positivo
c) infarto agudo do miocárdio d) não deve ser administrada, pois a paciente fez laque-
d) edema pulmonar secundário à pré-eclâmpsia atípica adura tubária e não terá mais filhos
UERJ – 2014
CREMESP – 2013 54. Marcela com hipertensão arterial sistêmica é atendi-
51. Quanto à aloimunização durante a gestação, é IN- da com quadro de descolamento prematuro de pla-
CORRETO afirmar: centa, evoluindo com parto em alude de feto morto.
a) a administração rotineira de imunoglobulina anti-D Após dez minutos do parto, inicia quadro de sangra-
no terceiro trimestre da gestação, e após o parto, re- mento vaginal intenso. Ao exame físico apresenta:
duz significativamente a ocorrência de sensibilização PA=150/100 mmHg, FC = 100 bpm, útero 1cm acima
das do que em não grávidas da mesma idade. Consi- b) a ultrassonografia convencional bidimensional é a
derando essa doença, qual das alternativas abaixo não ferramenta primária e na maioria dos casos, sufi-
é correta? ciente para a avaliação da morfologia e rastreamento
a) os eventos tromboembólicos na gestação estão as- de anormalidades fetais
sociados, estima-se, a trombofilias hereditárias em c) a ultrassonografia tridimensional é uma tecnologia
mais de 50% dos casos relativamente nova e que gradualmente vem con
b) a ultrassonografia com Doppler consiste no primei- quistando espaço para uso em diagnóstico pré-natal
ro exame a ser solicitado em casos de suspeita de d) as principais indicações de ressonância nuclear
trombose venosa profunda magnética são para o estudo dos órgãos abdominais
c) a Tomografia computadorizada de tórax é o pri- do feto e de seu sistema musculoesquelético
meiro exame a ser solicitado para o diagnóstico de e) a ressonância nuclear magnética tem seu uso limita-
tromboembolismo pulmonar do pelo alto custo e presença de artefatos de movi-
d) a heparina de baixo peso molecular deve ser a dro- mentação fetal, dentre outros fatores
ga de escolha para a anticoagulação na gestação, nos
casos de tromboembolismo venoso ACERTEI ERREI DÚVIDA
e) o parto deve ser programado entre 37 e 40 semanas
de gestação, suspendendo-se a anticoagulação tem- Hospital Municipal São José-SC – 2014
porariamente; esta deve ser reiniciada entre 6 e 8 ho- 63. Secundigesta, casada, com 10 semanas de gestação
ras após o parto pela data da última menstruação, vai à sua primeira
consulta de pré-natal. Refere que sua tipagem sanguí-
ACERTEI ERREI DÚVIDA
nea é A negativo. Qual deve ser a primeira conduta na
avaliação de risco e de prevenção para a doença he-
AMP-PR – 2014 molítica pré-natal?
61. Considerando que o objetivo maior no rastreamento a) solicitar Coombs indireto
das aneuploidias fetais, é a detecção da trissomia do b) conhecer o Rh do parceiro
cromossomo 21 – Síndrome de Down, assinale o as- c) solicitar Coombs direto
pecto abaixo relacionado que não é correto. d) realizar profilaxia antenatal com imunoglobulina
a) no primeiro trimestre de gestação (11 a 13 semanas anti-D
e 6 dias), o melhor método de rastreamento para e) realizar profilaxia pós-natal com imunoglobulina
anomalias cromossômicas é a combinação da trans- anti-D
lucência nucal com fração beta livre da gonadotrofi-
ACERTEI ERREI DÚVIDA
na coriônica humana e proteína plasmática-A asso-
ciada à gestação
b) na presença de malformação estrutural, deve-se con Albert Einstein – 2013
siderar a investigação do cariótipo fetal, independen- 64. Mulher, 3 Gesta, 2 Para, tem tipagem sanguínea A,
temente de resultados de rastreamentos prévios RhD negativo, e o marido apresenta tipagem sanguí-
c) a melhor idade gestacional para realização do rastre- nea O, RhD positivo. Encontra-se na 28ª semana da
amento ultrassonográfico no segundo trimestre de gestação, tem título de 128 no exame de Coombs in-
gestação é entre 20 e 24 semanas de gravidez direto contra o antígeno D. Ao exame ultrassonográ-
d) na interpretação do rastreamento de segundo tri- fico, o volume de líquido amniótico é normal, o feto
mestre, deve-se levar em consideração o resultado não apresenta edema ou derrames cavitários, e não há
do rastreamento do primeiro trimestre alterações morfológicas. Nesse caso:
e) o risco para trissomias fetais será maior quanto maior a) para descartar anemia fetal, e necessária a realização
for a idade materna e maior for a idade gestacional de cardiotocografia anteparto e pesquisa do padrão
sinusoidal
ACERTEI ERREI DÚVIDA b) o feto esta anêmico e deve ser tratado pela transfu-
são intrauterina
AMP-PR – 2014 c) o feto não está anêmico e os exames devem ser repe-
62. No acompanhamento da evolução da gestação, os mé- tidos em 3 semanas
todos de imagem são de fundamental importância. d) o feto não está anêmico e a gestante deve receber
Devido aos avanços tecnológicos nas últimas décadas, imunoglobulina anti-D
vários métodos têm ganhado importância. Conside- e) o feto pode estar anêmico e é necessária avaliação
rando tais métodos assinale a alternativa incorreta. dopplervelocimetrica da artéria cerebral média fetal
a) diante de determinados diagnósticos de malforma- ACERTEI ERREI DÚVIDA
ções fetais ou de suspeita de alteração no exame ul-
trassonográfico bidimensional, pode ser necessária
a complementação propedêutica por meio da ultras- Albert Einstein – 2013
sonografia tridimensional ou da ressonância nuclear 65. Parturiente no termo da gestação, com história de
magnética rotura das membranas ha 2 horas. Ao exame clínico:
frequência cardíaca fetal de 170 bpm, cervicodilata- e) gestantes com uma cesárea prévia
ção completa, variedade de posição ODA, plano +3 de
De Lee, saída de líquido meconial++. Após a extração ACERTEI ERREI DÚVIDA
fetal, observa-se circular cervical apertada de cordão
umbilical. A provável indicação do procedimento e
HMSJ-SC – 2013
tocurgia realizada são, respectivamente:
69. Parturiente de 40 semanas, G2, com uma cesaria-
a) abreviação do período expulsivo e manobra de Kris-
na anterior ha 3 anos, foi submetida a cesariana ou
teller
diagnóstico de desproporção cefalopélvica. O proce-
b) sofrimento fetal e cesarea
c) sofrimento fetal e fórcipe de Simpson Braun dimento cirúrgico transcorreu sem intercorrências.
d) circular de cordão umbilical e fórcipe de Kielland Cerca de meia hora após o procedimento, a puérpera
e) desproporção cefalopélvica e cesárea apresenta sangramento intenso via vaginal. Qual a
causa mais provável desse sangramento?
ACERTEI ERREI DÚVIDA a) coagulopatia
b) atonia uterina
c) retenção placentária
Albert Einstein – 2013
d) acidente cirúrgico
66. Puérpera primípara retorna ao hospital no 4º dia de
pós-operatório (cesárea por síndrome hipertensiva e) rotura uterina
grave). Queixa de dor no baixo ventre. Nega febre. Ao ACERTEI ERREI DÚVIDA
exame clínico: regular estado geral, palidez cutaneo-
mucosa 2+, pressão arterial: 130 × 90 mmHg, pulso:
95 bpm, temperatura oral: 36,8°C. O abdome apre- HMSJ-SC – 2013
senta abaulamento na região hipogástrica, útero de 70. Que alternativa apresenta uma indicação absoluta de
difícil exame devido a dor local. Ao toque vaginal: cesariana?
colo impervio com sangramento vermelho em peque- a) placenta prévia centro total
na quantidade. Considerando o caso descrito, a prin- b) peso fetal estimado superior a 4000 g
cipal hipótese diagnóstica e os respectivo(s) exame(s) c) hipertensão gestacional com convulsões
comprobatório(s), são: d) presença de duas ou mais circulares cervicais de cor-
a) ligadura acidental de ureter - ultrassonografia dão
b) infecção puerperal - hemograma completo e) rotura prematura de membranas com colo desfavo-
c) restos placentário - ultrassonografia rável
d) hematoma de parede abdominal - ultrassonografia
e) abscesso de parede abdominal - ultrassonografia e ACERTEI ERREI DÚVIDA
hemograma completo
b) esterilização histeroscópica com implante intratu- d) a sutura de B-Lynch e uma boa alternativa na falha
bário medicamentosa
c) vasectomia e) a ligadura das artérias hipogástricas pode evitar a
d) laqueadura tubária por via laparoscópica histerectomia
ACERTEI ERREI DÚVIDA ACERTEI ERREI DÚVIDA
da New York Heart Association, ele afirmou que o risco nota diminuição do crescimento fetal superior a
de mortalidade materna em sua cardiopatia era baixo 25% no feto considerado como doador
(inferior a 1%), o que também se observa em casos de: e) em gestação monocoriônica e diamniótica, ocorre
a) insuficiência tricúspide e hipertensão pulmonar pri- óbito de um dos fetos
mária
ACERTEI ERREI DÚVIDA
b) persistência do canal arterial e insuficiência tricúspide
c) hipertensão pulmonar primária e coartação da aorta
d) coartação da aorta e persistência do canal arterial UFF-RJ – 2012
132. Gestante secundípara, cuja gestação se complicou
ACERTEI ERREI DÚVIDA com pré-eclâmpsia, deu à luz sem dificuldades por
via vaginal. O secundamento é espontâneo e comple-
UERJ – 2012 to, porém ela apresenta sangramento vaginal intenso,
129. Todas as etapas da gestação gemelar, de primípara hí- taquicardia, hipotensão e sudorese. Nesse caso, a con-
gida e normotensa, evoluíram sem quaisquer intercor- duta inicial é:
rências. O parto se fez por via vaginal e a placenta des- a) utilização de misoprostol retal
prendeu-se sem dificuldades. Quatro horas mais tarde, b) perfusão de ocitocina venosa
contudo, foi preciso atendê-la em caráter de urgência c) coleta de amostra para coagulograma
com sangramento excessivo por atonia uterina. A ação d) revisão do trajeto
que não se insere como potencialmente benéfica no e) tamponamento uterino com balão
manejo inicial da complicação hemorrágica é: ACERTEI ERREI DÚVIDA
a) recomendar à puérpera que evite esvaziar a bexiga
b) administrar metilergovina por via intramuscular
c) promover compressão bimanual do útero UFF-RJ – 2012
d) infundir ocitocina em drip intravenoso 133. Dentre as condutas médicas a serem tomadas em rela-
ção ao parto, assinale a correta.
ACERTEI ERREI DÚVIDA a) a cesariana deve ser evitada em casos de placenta
prévia total em fetos vivos.
b) o parto com aplicação do fórcipe alto justifica-se ex-
UERJ – 2012 clusivamente em fetos mortos.
130. Secundípara, de 33 anos, decide visitar parentes na c) o parto de fetos em apresentação pélvica deve ser re-
capital capixaba e, ao desembarcar na rodoviária, sen- alizado por cesariana.
te fortes contrações no hipogástrio e procura emer- d) o fórcipe tipo médio é aquele que se aplica para pro-
gência obstétrica. Ela avisa que está a poucos dias do mover a rotação do pólo cefálico.
parto e, por conveniência pessoal e familiar, pede ao e) a manobra de Kristeller (expressão do fundo uteri
plantonista que induza o parto. Após anamnese e exa- no) é indicada para promover a insinuação do polo
me físico, ele faz uma ultrassonografia e confirma a cefálico no estreito superior materno.
viabilidade do feto, mas considera o procedimento
inapropriado diante de: ACERTEI ERREI DÚVIDA
a) ruptura prematura das membranas
b) crescimento intrauterino restrito
UFPE – 2012
c) cicatriz uterina fúndica
134. Em relação ao choque séptico em obstetrícia, é corre-
d) oligoidramnia to afirmar que:
ACERTEI ERREI DÚVIDA a) os principais organismos responsáveis são os bacilos
gram negativos aeróbicos.
b) observa-se, na fase inicial, pele fria e viscosa.
UFF-RJ – 2012 c) a mortalidade em pacientes saudáveis é de 45%.
131. A síndrome da transfusão fetofetal é diagnosticada d) a corticoterapia está indicada.
quando:
a) em gestação monocoriônica e diamniótica, se obser- ACERTEI ERREI DÚVIDA
va Doppler umbilical normal e alterado nos fetos con-
siderados como receptor e doador respectivamente UFPE – 2012
b) em gestação dicoriônica e diamniótica, ocorre dis- 135. A presença de índice de massa corporal (IMC) maior
cordância do crescimento fetal superior a 25% no ou igual a 35 no início do pré-natal e de anticorpos an-
feto considerado como receptor tifosfolipídes são considerados fatores de risco para:
c) em gestação monocoriônica e diamniótica, se obser- a) pré-eclâmpsia
va a sequência polidramnia (maior bolsão vertical b) neoplasia trofoblástica gestacional
> 10 cm)/oligodramnia (maior bolsão vertical < 2 c) placenta prévia
cm) nos fetos considerados como receptor e doador, d) prenhez ectópica
respectivamente
d) em gestação monocoriônica e monoamniótica, se ACERTEI ERREI DÚVIDA
mentos cardíacos fetais = 144 bpm e dinâmica uterina lesão intraepitelial de alto grau. Assinale a MELHOR
ausente. SÃO FATORES DE RISCO PARA O ACRE- conduta para o caso:
TISMO PLACENTÁRIO: a) aguardar o término da gestação para realizar a bióp-
a) cesariana prévia, antecedente de miometrite, cureta- sia evitando-se, assim, o risco de abortamento
gem prévia, multiparidade. b) fazer colposcopia e biópsia; confirmando a presença
b) cesariana prévia, gemelaridade, multiparidade, res- de NIC II ou III seguir rigorosamente com citologia
trição do crescimento fetal. oncótica e colposcopia seriadas, ficando o tratamen-
c) gemelaridade, antecedente de miometrite, restrição to definitivo para o pós-parto
do crescimento fetal, multiparidade. c) fazer colposcopia e biópsia; confirmando-se a pre-
d) antecedente de miometrite, miomectomia, restrição sença de NIC II ou III indicar conização imediata
do crescimento fetal, inversão uterina prévia. durante a gestação
ACERTEI ERREI DÚVIDA d) tranquilizar a gestante e repetir colpocitologia oncó-
tica em seis meses
b) o colostro é secretado, em média, a partir do 5º dia b) a presença de sinais de infecção amniótica levariam
de pós-parto à interrupção da gestação
c) o edema dos membros inferiores não é comum no c) a cardiotocografia é um bom método de avaliação
puerpério imediato e seu achado deve ser sempre da vitalidade fetal para este caso
considerado patológico d) na evolução para trabalho de parto, a profilaxia para
d) o volume sanguíneo que aumenta durante a gestação estreptococos B estaria indicada
levará cerca de três semanas para retornar ao nível e) seria obrigatório o toque vaginal no momento da
anterior a gestação admissão da paciente
d) com 28 semanas de gestação, em paciente Rh negati- c) Coombs indireto negativo e recém-nato Rh positivo
vo, parceiro Rh negativo d) Coombs indireto positivo e recém nato Rh negativo
e) Coombs direto negativo e recém-nato Rh negativo
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
SES-RJ – 2011
156. Paciente no quarto dia de pós-parto cesário inicia Hospital da Cruz Vermelha-PR – 2011
quadro de desconforto abdominal e temperatura axi- 161. O quadro clínico de endometrite puerperal se carac-
lar de 38,5°C. Ao exame, apresenta útero ao nível da teriza por:
cicatriz umbilical, amolecido com colo entreaberto. A a) subinvolução uterina, dor, hipertermia, lóquios pu
hipótese diagnóstica principal para esta paciente é: rulentos
a) endometrite b) lóquios fétidos, dor, útero bem contraído
b) restos ovulares c) subinvolução uterina, lóquios fisiológicos, hipotermia
c) hipotonia uterina d) hipertermia, dor, útero bem contraído
d) abscesso de parede abdominal e) útero bem contraído, sangramento escuro, hipertermia
ACERTEI ERREI DÚVIDA ACERTEI ERREI DÚVIDA
UFMS – 2011
Hospital Angelina Caron-PR – 2011
163. Tercigesta de 32 anos, idade gestacional de 30 sema-
158. Qual a apresentação mais comum nas gestações ge-
nas, é encaminhada para o ambulatório de gravidez
melares?
de alto risco por ser Rh negativa e apresentar prova
a) cefálico – pélvico
de Coombs indireto positivo, com titulação 1/64. O
b) cefálico – cefálico
companheiro da paciente e pai da criança é Rh posi-
c) pélvico – cefálico
tivo, com fenotipagem de heterozigoto para o sistema
d) pélvico – pélvico
Rh. Refere não ter recebido imunoglobulina anti-D
e) cefálico – córmico
profilática após o último parto. A conduta mais ade-
ACERTEI ERREI DÚVIDA quada para essa gestação é:
a) realizar estudo de dopplerfluxometria de artérias ce-
rebrais do feto e, se o valor for superior a 1,5 MoM
Hospital Angelina Caron-PR – 2011 (múltiplos da mediana), indicar cordocentese
159. São as três causas mais comuns de morte materna: b) indicar cordocentese, inicialmente, já que há 50% de
a) infecção, DHEG, insuficiência renal chance do feto atual ser Rh negativo
b) infecção, hemorragia, infarto agudo do miocárdio c) repetir a prova de Coombs indireto com 32 semanas
c) infecção, insuficiência renal, tromboembolismo pul- e, de acordo com o resultado, programar utilização
monar da imunoglobulina anti-D profilática
d) infecção, hemorragia, DHEG d) realizar amniocentese e, se alterada, programar
e) CIVD, insuficiência renal, tromboembolismo pul- transfusão intraútero
monar e) realizar estudo de dopplerfluxometria de artérias ce-
rebrais do feto e, se o valor for inferior a 1,5 MoM
ACERTEI ERREI DÚVIDA (múltiplos da mediana), indicar cordocentese
b) incisão no miométrio feita transversalmente, intro- d) a amniocentese permite a avaliação do grau de com-
duzida por Kerr em 1926 prometimento cerebral fetal, pela análise indireta do
c) incisão de Pfannenstiel líquido amniótico
d) histerotomia segmento corporal
ACERTEI ERREI DÚVIDA
e) cesárea minimamente invasiva
SES-SC – 2011
171. Em consulta do pré-natal, uma mulher, com aproximadamente 11 semanas de gestação, refere grupo sanguíneo Rh
negativo, com história prévia de abortamento, recebe um resultado de exame Coombs indireto de 1:16. A conduta
imediata a seguir é:
a) administrar imunoglobulina anti-D
b) planejar amniocentese entre 16 e 18 semanas
c) determinar o fenótipo das hemácias paternas
d) realizar ultrassonografia obstétrica para determinar a idade gestacional
e) repetir o rastreamento materno de anticorpos em 4 a 6 semanas
UNIFESP – 2011
172. Nas gestações gemelares monocoriônicas, o gêmeo acárdico e a síndrome de transfusão fetofetal estão relacionados,
respectivamente, às seguintes anastomoses vasculares:
a) venovenosa e arterioarterial
b) arterioarterial e venovenosa
c) arteriovenosa e arterioarterial
d) venovenosa e arteriovenosa
e) arterioarterial e arteriovenosa
1. A fertilização in vitro estará indicada diante de esterilidade materno fetal de hemácias, e indica nova dose de imunoglo-
sem causa aparente, após inseminações repetidas e sem su- bulina, mesmo que já tenha sido administrada previamente.
cesso ou na oligospermia. Endometriose nem sempre é causa Resposta a.
de infertilidade, assim como antecedente de ectópica em uma
tuba uterina, já que, mesmo ela tendo que ser retirada, a pre- 3. Na presença de edema unilateral de membro inferior em
sença da outra mantém a fertilidade. Resposta b. grávida deve-se considerar a hipótese de trombose venosa
profunda, dado aumento da chance desse evento na gravi-
2. No caso existe uma incompatilidade Rh, com mãe negativa dez pela elevação de fatores de coagulação. Havendo em
que pode produzir anticorpos contra antígenos das hemácias pastamento e calor local o diagnóstico torna-se ainda mais
do feto Rh positivo, inclusive criando memória e mantendo provável. Soma-se, nesse caso, o passado obstétrico de insu-
essa produção constante. Para se evitar esta catástrofe admi- ficiência placentária que pode ter ocorrido pela formação de
nistra-se imunoglobulina à mãe para ela destrua as hemácias trombos locais, o que deixa evidente alguma alteração trom-
fetais no sangue materno antes que o sistema de defesa re- bogênica nesta mulher (trombofilia ou SAAF). A conduta é
conheça os antígenos de hemácias desse feto e produza an- iniciar imediatamente tratamento com anticoagulante, sen-
ticorpos ou crie memória. Geralmente quando a produção do a melhor opção enoxaparina. A dose deve ser terapêutica
de anticorpos pela mãe já ocorreu não adianta mais a profi- pois já há o trombo, e não profilática, portanto será de 1mg/
laxia e isso pode ser analisado dosando se imunoglobulinas kg cada dose. A ultrassonografia com Doppler de membros
(coombs indireto). Entretanto, dando-se exógena ela pode inferiores deve ser solicitada, mas sua normalidade, diante da
ficar presente no sangue materno por até 12 semanas, então, clínica apresentada, não afasta a necessidade de tratamento.
se foi administrada com 29 semanas, estará presente até 41 Resposta c.
semanas. Assim, após o nascimento é preciso fazer profila-
xia, independentemente do coombs indireto. O parto, assim 4. A hemorragia pós-parto pode ser decorrente de: atonia
como sangramentos gestacionais ou procedimentos invasi- uterina, laceração de canal de parto, inversão uterina, reten-
vos, é evento que acompanha alta probabilidade de contato ção de restos placentários e distúrbios de coagulação. Destes
236
Obstetrícia | Gabarito comentado
a atonia uterina é a causa mais frequente, sendo o responsá- 03 ou mais abortamentos espontâneos antes de 10 semanas
vel em cerce de 80% dos casos, tanto que se preconiza sua de idade gestacional, sem anormalidades hormonais ou ana-
prevenção com aplicação de 10UI de ocitocina parenteral no tômicas maternas, e causas cromossomiais paternas ou ma-
terceiro período do parto. Resposta e. ternas excluídas.
CRITÉRIOS LABORATORIAIS:
5. A gestação não deve ser um empecilho a realização de cito-
logia oncótica do colo uterino, devendo se aplicada a mesma Anticoagulante lúpico presente no plasma em 02 ou mais
técnica das não gestantes. Deve-se lembrar de que a gestante é ocasiões com intervalo mínimo de 12 semanas, detectado
momento em que a mulher procura o médico e, estando em de acordo com as recomendações da Sociedade Interna-
época de fazê-lo, o Papanicolau deve ser realizado. Resposta e. cional de Trombose e Hemostasia;
anticardiolipina IgG ou IgM em títulos moderados (> 40)
6. O rastreamento de aneuploidias no primeiro trimestre de a altos (> 80);
gravidez pode ser feito por dosagem de marcadores bioquí
Anti-b2GPI IgG ou IgM presente no plasma em 02 ou
micos (fração livre de beta-HCG e PAPP-A) e por exame ul-
mais ocasiões com intervalo mínimo de 12 semanas por
trassonográfico. Nesse último, que deve ser realizado entre 11
teste ELISA padronizado.
semanas e 13 semanas e 6 dias, três parâmetros são principais:
Translucência nucal – trata-se de um edema de nuca presen- No caso há critério clínico de abortamentos e positividade
te em todos os fetos que, quando aumentado, indica maior para anticardiolipina. Resposta c.
chance de cromossomopatias em geral, entre elas a mais co-
mum é síndrome de Down. Deve ser feito com corte sagital 8. Segundo a OMS, a morte materna é aquela de uma mulher
do feto, que pode ser conseguido tanto via abdominal como durante a gestação ou até 42 dias após o término da mesma,
transvaginal. independentemente de sua duração ou localização, devida
Osso nasal – sua ausência é mais um preditor de cromosso- a qualquer causa relacionada com ou agravada pela própria
mopatias, porém não é confirmatório. gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devi-
Ducto venoso – vaso sanguíneo que liga veia umbilical à cava da a causas acidentais ou incidentais. Assim sendo, acidente
ou átrio direito. Sua alteração, portanto, indica maior chance de trânsito não pode ser classificado como morte materna.
de cardiopatia fetal, alteração que também está associada a Resposta a.
cromossomopatias.
É preciso ressaltar que estes marcadores são preditores de do- 9. Apesar de gestações gemelares ais frequentemente resulta-
ença, mas não confirmatórios. Mais que isso, mesmo eles es- rem em abortamento e associarem-se a malformações fetais,
tando alterados a chance do feto ser normal é sempre maior as principais complicações são trabalho de parto prematuro e
que a de apresentar uma doença cromossômica como Down. pré-eclâmpsia, e estas situações respondem pela maioria das
Resposta a. internações. Serotinidade é gestação prolongada, portanto
raríssima em gemelar. Resposta d.
7. A Síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAAF) é doença
autoimune em que há produção de anticorpos contra fosfolípe- 10. Na gravidez, por ação da progesterona, há retardo na mo-
des de membranas, como as endoteliais, que se lesadas ativam tilidade da musculatura lisa gastrointestinal, ao mesmo tem-
a cascata de coagulação, levando a formação de trombos. Caso po em que relaxa o esfíncter inferior do esôfago favorecendo
isso ocorra de forma intensificada em microvasculatura placen- refluxo. Com isso notam-se constipação e dores abdominais
tária pode resultar em abortamento, óbito fetal ou restrição de consequentes, bem como azia. Além disso, são comuns so-
crescimento. Assim sendo, seu tratamento deve ser com antico- nolência, náuseas e vômitos. Estes sintomas também podem
agulante e antiagregante plaquetário, sendo o primeiro o mais acompanhar cânceres do trato gastrointestinal de modo que,
importante. A gravidez é momento de se fazer tal tratamento estando a mulher grávida, eles podem ser imputados à gra
por causa da hipercoagulabilidade fisiológica que amplifica o videz de modo a retardar o diagnóstico da doença maligna.
processo da doença. Seu diagnóstico depende da presença de É sabido que a gravidez, para permitir a implantação do
um critério clínico e um laboratorial, dos que seguem: embrião com antígenos paternos estranhos ao organismo
materno, acompanha-se de imunodepressão, em especial
CRITÉRIOS CLÍNICOS: celular, e essa redução de defesa imune pode favorecer o
Trombose Vascular: 01 ou mais episódios de trombose ar- desenvolvimento e expansão de alguns tumores.
terial, venosa ou de pequenos vasos em qualquer órgão ou Radioterapia na região pélvica obviamente pode gerar mal-
tecido confirmada por Doppler ou histopatologia, que exclua formações fetais e promover o desenvolvimento de tumores.
vasculite. Melanoma e doenças hemáticas malignas, nesta ordem, são
Morbidade Gestacional (qualquer uma das três): os tumores que mais provocam metástases para feto e placen-
ta, seguidos pelo câncer de pulmão, por outro lado, embora
01 ou mais mortes de feto morfologicamente normal com
haja aumento da incidência de câncer colorretal em grávidas,
mais de 10 semanas de idade gestacional, confirmado por US
nunca se observou metástases fetoplacentárias nestes casos.
ou exame do feto;
Resposta: A
01 ou mais nascimentos prematuros de feto morfologicamen-
te normal com 34 semanas ou menos em virtude de eclâmp- 11. Existem diversas alterações fisiológicas na gestação. Em
sia, pré-eclâmpsia ou causas de insuficiencia placentária; termos circulatórios há elevação da volemia sanguínea e con
sequentemente do débito cardíaco. O resultado também en- Apresentações defletidas de primeiro grau têm como pon-
volve maior perfusão renal com elevação do ritmo de filtração to de referência o bregma (B) que, neste caso, volta-se para
glomerular. As hemácias se elevam, porém em porcentagem a linha arqueada direita, ou seja, região transversa direita
menor que a volemia, de modo que há mais hemodiluição (ODT). Para o desprendimento o feto deve rodar 90 graus a
com queda de hematócrito. O aumento da progesterona rela- fim de se levar o ponto de referência ao pube. Rotações dessa
xa a musculatura lisa do organismo e eleva o tempo de esva- magnitude somente são possíveis com fórcipe de Kielland.
ziamento gástrico. Resposta e. Resposta d.
12. Para que um fórcipe seja de alívio é preciso que seja baixo 18. O herpes genital ativa e até quatro semanas do apareci-
(+3 de DeLee) e a rotação, se for necessária, não seja maior que mento de vesículas contraindica o parto vaginal pelo risco
45 graus. Caso contrário, o fórcipe é de rotação. Resposta b. de contaminação do nascituro. A ruptura das membranas
ovulares deve ser evitada, pois também eleva o risco de con
13. É extremamente comum puérperas que receberam taminação e, caso ela ultrapasse 4 horas, perde-se o benefício
anestesia apresentarem prurido no pós-parto. Tal situação é da cesariana. Resposta e.
devida ao efeito da morfina, constante na anestesia, que pro-
move liberação histamínica. Resposta e. 19. Gestações gemelares com diferença de pesos fetais maior
que 20% associada a grande diferença de liquido amniótico
14. No pós-parto imediato o útero mede 20 cm de altura e entre eles, especialmente polidrâmnio do maior (receptor) e
há redução de 1cm/dia nos primeiros três dias, ou seja, es- oligoâmnio do menor (doador), traz à tona a hipótese de sín-
tará com 18cm no segundo dia de puerpério. A loquiação drome de transfusão feto-feto. Essa condição decorre da pre
rubra, ou vermelha, pode durar até 4 dias pós nascimento, sença de anastomoses arteriovenosas profundas em placenta
sendo então esperada no segundo dia. Em relação à dilata- compartilhada, portanto só ocorre em gestações monocoriô-
ção cervical, em primíparas, ela permanece cerca de 1,5 cm nicas, que por sua vez só existem em gêmeos monozigóticos.
no segundo-terceiro dia pós parto, e o colo é impérvio por Por motivos desconhecidos a condição também só é presente
volta do quinto dia. Em multíparas este processo é mais lento em diamnionia. Resposta d.
tornando-se o colo impérvio apenas por volta do 10o dia pós-
20. Abortamentos esporádicos tem como principal causa
-parto. Resposta a.
anormalidades cromossômicas, especialmente as trissomias
como a do 21, que ocorrem ao acaso na maioria das vezes,
15. O sinal do lâmbda é uma saliência de tecido placentário
não requerendo maiores investigações. Fatores externos
para o interior do septo amniótico que divide os fetos. Sua
também podem ser causa de perda fetal, como alcoolismo,
presença confirma a existência de 2 placentas, ou seja, gesta-
tabagismo e uso excessivo de cafeína. O tabagismo passivo
ção dicoriônica. Essa condição é compatível com gemelari-
também eleva o risco de abortamento.
dade dizigótica (dois zigotos) ou monozigótica com clivagem
Casos habituais já possuem outras causas principais, entre
precoce do ovo, mais especificamente até o quarto dia pós-
elas o fator auto-imune, conhecida como síndrome de anti
fecundação. Resposta c.
corpo antifosfolípede (SAAF), em que há produção de anti-
corpos contra fosfolípides de membrana do endotélio que, ao
16. Mulher Rh negativo com parceiro Rh positivo e que apre- ser lesado, ativa a cascata de coagulação e formam-se trom-
senta Coombs indireto para antígeno D, sem receber imu- bos na microcirculação da placenta, gerando hipóxia e con-
noprofilaxia, é sensibilizada e está produzindo anticorpos sequente óbito do feto. A presença de anticoagulante lúpico
contra o antígeno D de hemácias fetais Rh+. Como o nível e/ou anticorpo anticardiolipina, juntamente com critério clí-
de anticorpos produzido é alto, é possível que eles estejam ul- nico como abortamentos, constitui-se de critério para diag-
trapassando a barreira placentária e destruindo hemácias no nóstico dessa condição presente em até 15% das mulheres
próprio feto e provocando anemia do mesmo. Isso será pre- com abortamento habitual. Resposta b.
dito pelo pico sistólico da artéria cerebral média: caso esteja
aumentado acima de 1,5 múltiplos de mediana para a idade 21. A presença de sangramento pós-dequitação em grande
gestacional há alta probabilidade de anemia fetal. No caso quantidade é conhecida como sangramento pós-parto. Embo-
tem-se, às 28 semanas, pico sistólico de 62 cm/s, acima de ra possa ser decorrente de laceração de canal, inversão uterina
1,5 vezes a mediana para a idade gestacional, que é 36,9 cm/s. e até coagulopatia, a principal causa, presente em mais de 80%
Constatada alta probabilidade de anemia, caso o feto tenha dos casos, é atonia uterina, a que serão direcionadas as atitudes
mais de 34 semanas deve-se resolver a gestação, senão se pro- terapêuticas. Além de se repor a volemia perdida com sangra-
cede cordocentese e transfusão intraútero na confirmação da mento, ações uterotônicas serão tomadas, como administra-
anemia por hematimetria. Resposta c. ção de ocitocina, metilergometrina e misoprostol. Resposta b.
17. O sofrimento fetal presente no caso, e constatado por bra- 22. Com o avançar da gravidez aumenta o nível de hormônio
dicardia persistente e eliminação de mecônio espesso, requer lactogênio placentário, que é contrarregulador da ação da in-
resolução imediata da gestação, que deve ocorrer pela via sulina, de modo que as necessidades deste hormônio são pro-
mais rápida. Como há dilatação total e o feto está insinuado, gressivamente maiores com o avançar da gestação. Para diabé
esta via á a vaginal, sendo o fórcipe auxiliar na extração ime- ticas usa-se de 0,5 a 0,6 UI/Kg de insulina NPH no primeiro
diata do feto. trimestre, 0,7 a 0,8 no segundo e 0,9 a 1,0 UI no terceiro.
A diabetes pode causar malformações, desde que no perío- puerpério imediato – até a segunda hora pós expulsão pla-
do de embriogênese haja descompensação com altos níveis centária;
glicêmicos, pois a glicose liga-se a hemoglobina e dificulta a
puerpério mediato – da terceira hora pós-parto até o final do
liberação de oxigênio ao embrião. Isso será reconhecido pelo
décimo dia;
nível de hemoglobina glicada no primeiro trimestre. Quanto
mais altos seus valores maiores as chances de malformações, puerpério tardio – do décimo primeiro dia pós parto até iní-
especialmente quando acima de 9,5 a 10g%. cio da menstruação, que geralmente ocorrem em 6 a 8 sema-
O tratamento do diabetes gestacional deve se iniciar com nas, embora alguns defendam 12 semanas.
adequação dietética, e cerca de 50% dos casos apresentação Resposta a.
melhora somente com essa atitude, sem a necessidade de su-
plementação medicamentosa. 28. Na gravidez, por ação da progesterona, há retardo na mo-
Citomegalovirose é altamente contagiante, assim como rup- tilidade da musculatura lisa gastrointestinal, ao mesmo tem-
tura de membranas é um dos principais fatores de risco para po em que relaxa o esfíncter inferior do esôfago favorecendo
infecção puerperal. Resposta b. refluxo. Com isso notam-se constipação e dores abdominais
consequentes, bem como azia. Além disso, são comuns so
23. Dentre as complicações de cesarianas, as mais comuns nolência, náuseas e vômitos. Estes sintomas também podem
são infecção, sangramento e lesão do trato urinário, em espe- acompanhar cânceres do trato gastrointestinal de modo que,
cial bexiga, de modo que a primeira afirmativa é verdadeira. estando a mulher grávida, eles podem ser imputados à gra-
Como a cicatriz de cesariana favorece rotura uterina em pró- videz de modo a retardar o diagnóstico da doença maligna.
xima gravidez, leva mais facialmente a óbito fetal caso essa É sabido que a gravidez, para permitir a implantação do
complicação ocorra. Segunda afirmação verdadeira. embrião com antígenos paternos estranhos ao organismo
Embora haja certa controvérsia nesse assunto, os estudo não materno, acompanha-se de imunodepressão, em especial
foram conclusivos em associar cesarianas a maior chance de celular, e essa redução de defesa imune pode favorecer o
depressão pós-parto, que parece mais relacionada a predispo- desenvolvimento e expansão de alguns tumores.
sição pessoal e complicações fetais. Terceira afirmação falsa. Radioterapia na região pélvica obviamente pode gerar mal-
Não há dúvidas que cesarianas eletivas elevam o risco de par- formações fetais e promover o desenvolvimento de tumores.
to antes da maturidade pulmonar fetal completa, e se acom- Melanoma e doenças hemáticas malignas, nesta ordem, são
panham de maior morbidade respiratória neonatal. Quarta os tumores que mais provocam metástases para feto e placen-
afirmativa verdadeira. ta, seguidos pelo câncer de pulmão, por outro lado, embora
A cesariana associa-se a maior dor em ferida operatória e não haja aumento da incidência de câncer colorretal em grávidas,
nas costas. Última afirmativa falsa. Resposta e. nunca se observou metástases feto-placentárias nestes casos.
Resposta b.
24. O quadro clínico envolvendo dispneia, ortopneia, es-
tertores bolhosos, cacifo e ingurgitamento jugular indicam 29. O teste de Kleihauer usa coloração que tinge de forma
insuficiência cardíaca com edema agudo de pulmão. Acon- distinta a hemácia fetal, de modo que tem o intuito de veri-
tecendo tal situação em puerpério deve-se aventar a hipótese ficar a presença de hemácias fetais no sangue materno. Este
de cardiomiopatia periparto. É um evento raro que ocorre teste pode ser usado para mulheres com Coombs negativo e
em 1 a cada 3 mil nascimentos. O tratamento inclui drogas que apresentem suspeita de troca de sangue entre mãe e feto.
inotrópicas nos casos graves, como digoxina. Gravidez sub- Confirmada, justifica-se o uso de imunoglobulina para inati-
sequente associa-se a recorrência do quadro e deve ser desa- var os antígenos destas hemácias. Resposta e.
conselhada quando função e tamanho do ventrículo esquer-
do não retornam ao normal. Resposta e. 30. As únicas contraindicações infecciosas à amamentação
são HTLV e HIV, dada a gravidade dos casos e risco de trans-
25. Desde 2002 existe o programa de humanização do parto missão. Resposta a.
do Ministério da Saúde, inclusive com manual e de humani-
zação de pré-natal e nascimento. Assim sendo, os elevados ín- 31. Gestações gemelares monocoriônicas são aquelas em
dices de cesariana no país não podem ser atribuídos a falta de que os fetos compartilham da mesma placenta. Elas somente
normatização. Também o Ministério aumenta repasses, como ocorrem em gemelaridades monozigóticos em que a cliva
incentivo, a hospitais que adotam práticas de parto humaniza- gem do zigoto se deu após o 4o dia que sucede a fecundação.
do. As demais alternativas trazem justificativas comuns para Diferentemente das gestações dicoriônicas, nas monocoriô-
cesariana, relatadas pelos próprios médicos. Resposta a. nicas pode ocorrer entrelaçamento e óbitos dos fetos, caso a
bolsa amniótica seja única (monoamniótica), ou síndrome
26. Embora possa ser substituído por Simpson em sua ausên- de transfusão feto-feto, caso existam duas bolsas amnióticas
cia, o fórcipe preferencial para cabeça derradeira encravada (diamniótica). Resposta c.
é o Piper, por ter cabo longo, que ultrapassa o corpo fetal
situado acima dele. Resposta a. 32. Mulher que não tenha recebido imunoglobulina recente-
mente e que apresente teste de coombs indireto positivo para
27. Existem várias classificações de puerpério. Embora não anti-Rh pode ser considerada aloimunizada. Nestes casos já
seja a forma internacionalmente mais aceita, uma das usadas não adianta mais realizar aplicação de imunoglobulina exóge-
no Brasil é a de Bussâmara Neme: na. O foco passa a ser, então, evitar anemia fetal grave. Assim,
colhe-se mensalmente coombs indireto quantitativo e, se este 01 ou mais mortes de feto morfologicamente normal
for maior ou igual a 1:16, faz-se avaliação dopplervelocimé- com mais de 10 semanas de idade gestacional, confirma-
trica do pico sistólico da artéria cerebral média, sendo a cor- do por US ou exame do feto;
docentese apenas indicada na alteração deste último exame. 01 ou mais nascimentos prematuros de feto morfologica-
Valores de coombs menores que 1:16 são considerados não mente normal com 34 semanas ou menos em
críticos, com baixo risco e anemia fetal associada. Resposta b.
virtude de eclâmpsia, pré- eclâmpsia ou causas de
insuficiência placentária;
33. Analisemos as afirmativas separadamente:
Correta. A asma não controlada cria ambiente de hipóxia 03 ou mais abortamentos espontâneos antes de 10 sema-
materno-fetal e placentário, de modo que o feto pode apre- nas de idade gestacional, sem anormalidades hormonais
sentar baixo peso e maior mortalidade, além de muitas vezes ou anatômicas maternas, e causas cromossomiais pater-
ser necessária antecipação do parto por sofrimento fetal. No nas ou maternas excluídas.
início da gravidez, esse ambiente hipóxico ainda pode pro- 2) CRITÉRIOS LABORATORIAIS
mover malformações e alteração de vascularização placentá- • LA presente no plasma em 02 ou mais ocasiões com in-
rio, que é uma das bases para pré-eclâmpsia. tervalo mínimo de 12 semanas, detectado de acordo com as
Correta. O oxigênio passa da mão ao feto pela placenta por recomendações da Sociedade Internacional de Trombose e
difusão simples, de modo que é preciso manter ótima con- Hemostasia;
centração de oxigênio materno para assegurar que este gás aCL IgG ou IgM em títulos moderados (> 40) a altos (>
chegue ao feto de forma suficiente. 80), em 2 ou mais ocasiões com intervalo de, no mínimo,
Correta. Salbutamol já vem sendo usado há tempo em 12 semanas por teste ELISA padronizado;
gestantes e se mostrou medicação segura.
Resposta e.
Anti-b2GPI IgG ou IgM presente no plasma em 02 ou
mais ocasiões com intervalo mínimo de 12 semanas por
teste ELISA padronizado.
34. Parto vaginal cirúrgico envolve fórcipe ou vácuo-extra-
tor. Em apresentações cefálicas apresentam duas indicações: A presença de pelo menos 01 critério clínico e 01 laboratorial
alívio materno-fetal ou distocia de rotação. O primeiro caso permite a classificação do doente.
envolvem apenas extração de feto rodado ou pequenas rota- Assim, a presença dos abortamentos associada ao natimorto
ções de até 45 graus, e se indica por exaustão materna, rela- e mais o critério laboratorial de anticoagulante lúpico positi-
vo confirmam o diagnóstico de SAAF, doença em que auto-
xamento muscular por uso de analgésicos, resistência de te-
anticorpos destroem os fosfolípides de membrana o que ativa
cidos moles a feto insinuado ou sofrimento fetal. O segundo
a cascata de coagulação e formação de trombos. Portanto, o
inclui as grandes rotações, ou seja, maiores que 45 graus.
tratamento deve ser com anticoagulante e o mais seguro é
Para que se proceda o parto vaginal instrumentalizado são
enoxaparina sódica. Resposta b.
necessários alguns pré-requisitos, a saber: dilatação total,
feto insinuado (abaixo de plano zero de DeLee) e vivo, bolsa
38. A agenesia renal bilateral leva à conhecida sequência de
rota, e conhecimento da variedade de posição. Potter. Nesta, pelo fato de não haver rins não se produz li
Obviamento o suporte emocional faz a mulher ser mais co- quido amniótico. Como este é responsável por estimular a
laborativa durante o parto e evitando a exaustão. Resposta d. expansão dos pulmões, sua ausência promove a hipoplasia
pulmonar. Além disso, sabe o papel do liquido permitindo o
35. Sangramento pós-parto imediato tem como principal desenvolvimento neuromuscular por facilitar a movimenta-
causa (> 80%) a atonia uterina, especialmente na vigência de ção fetal, de modo que a ausência dele pode levar a deformi-
fatores de risco como macrossomia, multiparidade e gran- dade de membros e face. Resposta a.
de período expulsivo. A conduta inicial nesses casos envolve
massagem uterina e uso de uterotônico medicamentoso, em 39. Mulher que não tenha recebido imunoglobulina recente-
especial ocitocina endovenosa. Resposta c. mente e que apresente teste de coombs indireto positivo para
anti-Rh pode ser considerada aloimunizada. Nestes casos já
36. Superior a 1:30 fica indicado oferecer a pesquisa de cari- não adianta mais realizar aplicação de imunoglobulina exóge-
ótipo fetal para confirmar se há ou não a alteração cromossô- na. O foco passa a ser, então, evitar anemia fetal grave. Assim,
mica. Essa análise é feita por teste invasivo que pode ser até colhe-se mensalmente coombs indireto quantitativo e, se este
14 semanas a biópsia de vilo; de 18 a 22 semanas a amniocen- for maior ou igual a 1:16, faz-se avaliação dopplervelocimé-
tese e após, a cordocentese. Resposta d. trica do pico sistólico da artéria cerebral média, sendo a cor-
docentese apenas indicada na alteração deste último exame.
37. São critérios diagnósticos de SAAF: Valores de coombs menores que 1:16 são considerados não
1) CRITÉRIOS CLÍNICOS críticos, com baixo risco e anemia fetal associada. Resposta b.
Trombose Vascular: 01 ou mais episódios de trombose ar- 40. Fetos gemelares que compartilham da mesma placenta
terial, venosa ou de pequenos vasos em qualquer órgão ou são chamados de dicoriônicos e eles podem ou não estar na
tecido confirmada por Doppler ou histopatologia, que exclua mesma cavidade amniótica senque que se estiverem serão
vasculite. chamados de monoamnióticos e se não estiverem diamnió-
Morbidade Gestacional: ticos. Nas gestações monocoriônicas e diamnióticas podem
existir anastomoses arteriovenosas profundas na placenta piratória. Soma-se ao quadro aumento importante da área
que promovem o desvio de sangue de um feto (doador) para cardíaca ao Rx de tórax. Esse quadro é compatível com car-
outro (receptor) caracterizando a síndrome da transfusão diomiopatia periparto, uma lesão cardíaca autoimune de
feto-feto, situação em que ambos podem ter consequências causa desconhecida que acomete algumas raras puérperas e
graves. Por outro lado, nas gestações monoamnióticas o risco que leva a IIC por cardiopatia dilatada. Resposta b.
maior é de entrelaçamento dos cordões umbilicais e morte de
ambos os fetos. 44. Sendo a gestante Rh negativo e pai Rh positivo, a criança
A morte unifetal pode ocorrer em qualquer gestação geme pode ser Rh positivo, ter o antígeno D na hemácia e estimular
lar e o feto morto libera toxinas e fatores de coagulação que a produção materna de anticorpos anti este antígeno (anti-
podem, de forma rara, causar CIVD e lesão neurológica do -D), tanto que na suspeita de contato entre circulações ma-
feto vivo. terna e fetal deve-se aplicar imunoglobulina.
Gemelares com placentas distintas, ou seja, dicoriônicos, É possível saber se a mãe está produzindo anticorpos contra
apresentam melhor prognóstico. Resposta a. hemácias do feto e para isso dosa-se coombs indireto e, se
este estiver positivo para anti-D, há aloimunização. No caso,
41. São critérios diagnósticos de SAAF: a positividade foi para anti-Lewis, que nada tem a ver com
1) CRITÉRIOS CLÍNICOS sistema Rh e não se reveste de grande importância, devendo-
Trombose Vascular: 01 ou mais episódios de trombose ar- -se manter o monitoramento da presença de aloimunização
terial, venosa ou de pequenos vasos em qualquer órgão ou com dosagem rotineira de coombs indireto. Caso este mante-
tecido confirmada por Doppler ou histopatologia, que exclua nha-se negativo para anti-D com 28 semanas, aplica-se imu-
vasculite. noglobulina profilática. Resposta b.
Morbidade Gestacional: 45. Os faores de risco para infecção puerperal são aqueles que
01 ou mais mortes de feto morfologicamente normal favorecem a contaminação do meio intrauterino por patóge-
com mais de 10 semanas de idade gestacional, confirma- nos e queda da imunidade, e incluem baixo nível socioeconô-
do por US ou exame do feto; mico, baixa condições higiênico dietéticas, imunodepressão,
01 ou mais nascimentos prematuros de feto morfologi- toques vaginais repetidos, cirurgia prolongada, obesidade e
camente normal com 34 semanas ou menos em virtude tempo prolongado de ruptura de membranas ovulares. A
de eclâmpsia, pré- eclâmpsia ou causas de insuficiência bolsa rota tardia é inerente ao nascimento. Resposta b.
placentária;
46. Poucas são as indicações absolutas de cesariana, entre
03 ou mais abortamentos espontâneos antes de 10 sema-
elas: placenta prévia centro total ou parcial; múltiplas cesa-
nas de idade gestacional, sem anormalidades hormonais
rianas; herpes genital ativo; sofrimento fetal agudo de feto
ou anatômicas maternas, e causas cromossomiais pater-
não insinuado. Resposta a.
nas ou maternas excluídas.
2) CRITÉRIOS LABORATORIAIS 47. A questão traz um caso de incompatibilidade Rh, com
LA presente no plasma em 02 ou mais ocasiões com in- mãe Rh negativo e RN Rh positivo. Como a mãe recebeu pro-
tervalo mínimo de 12 semanas, detectado de acordo com filaxia com 28 semanas, está indicado repetir a mesma no
as recomendações da Sociedade Internacional de Trom pós-parto, mesmo se Coombs indireto positivo, pois ainda
bose e Hemostasia; pode haver anticorpos circulantes da primeira administração
de imunoglobulina que trará a positividade ao exame. A dose
aCL IgG ou IgM em títulos moderados (> 40) a altos (>
deve ser repetida, pois esses anticorpos estarão em pequena
80), em 2 ou mais ocasiões com intervalo de, no mínimo,
quantidade.
12 semanas por teste ELISA padronizado;
Ter feito laqueadura não dispensa a administração da imu
Anti-b2GPI IgG ou IgM presente no plasma em 02 ou noglobulina, pois o método não é 100% seguro e ainda pode
mais ocasiões com intervalo mínimo de 12 semanas por haver reversão cirúrgica futuramente. Resposta c.
teste ELISA padronizado.
A presença de pelo menos 01 critério clínico e 01 laboratorial 48. Segundo os critérios de elegibilidade, os anticoncepcio-
permite a classificação do doente. Resposta b. nais a base de estrogênio, como injetável mensal, adesivo, pí-
lula combinada ou anel vaginal somente podem ser usados
42. Imunoglobulina anti-D deve ser administrada se houver 6 semanas pós-parto, pois aumentam a coagulabilidade já
risco de aloimunização. Portanto, quando a mãe é Rh ne- elevada nesse período por efeito de estrogênio elevado pela
gativo e o feto positivo, evitando que ela produza, de forma gravidez. Até esse período, então, ficam permitida anticon-
permanente, anticorpos contra o antígeno D da membrana cepção a base de progesterona, como implantes, injetável tri-
de hemácias Rh positivo. O coombs deve ser negativo, caso mestral e DIU de levonorgestrel. Não há necessidade do uso
contrário a imunização já está instalada, ou seja, já há produ- dos mesmos antes de 4 semanas pós-parto, pois esse deve ser
ção permanente de anticorpos anti-D e de nada adiantará a período de abstinência sexual. Resposta b.
administração da imunoglobulina. Resposta b.
49. Na incompatibilidade Rh (mãe Rh negativo e pai Rh po-
43. O enunciado mostra quadro de dispneia progressiva, sitivo) a presença de Coombs indireto, sem a administração
associada a edema, aumento de frequências cardíaca e res- exógena de imunoglobulina, significa que já há aloimuniza-
ção, ou seja, a mãe já está produzindo anticorpos contra he- para avaliar o sistema venoso de membros inferiores, inclu-
mácias Rh positivas através de seus linfócitos B de memória. sive poplítea. Pouca valia terá D-dímero, pois seus valores
Nesses casos acompanha-se mensalmente o nível de Coombs estão normalmente elevados na gravidez.
indireto e quando o mesmo atinge 1:16, faz-se semanalmente O tratamento deve ser instituído imediatamente, com uso de
a medida ultrassonográfica do pico sistólico da artéria cere- heparina de alto ou baixo peso molecular, e deve ser mantido
bral média para avaliar o grau de anemia. Esta estará presente até cerca de 6 semanas pós-parto, período necessário para
de forma significativa quando a referida velocidade sistólica que os fatores de coagulaçãoo voltem aos seus níveis normais.
se eleva acima 1,5 vezes a mediana para aquela idade gesta- O uso de warfarina não é boa alternativa para gestantes, es-
cional. Somente nessa situação indica-se cordocentese para pecialmente no primeiro trimestre, em que está associado a
transfusão intraútero, desde que a gravidez seja menor que malformações fetais. Resposta c.
34 semanas, a partir do que se procede ao parto. Resposta d.
53. Uma das causas de mastite puerperal é o ingurgitamento
50. A infecção puerperal é definida por febre, em mais de uma mamário, decorrente do esvaziamento incompleto das ma-
medida diária, por dois dias consecutivos, nos primeiros dez mas. A conduta, então, inclui antibioticoterapia, antiinfla-
dias pós-parto, excetuando-se o primeiro dia. Assim, ter tem- matórios e promover o esvaziamento mamário, preferêncial-
peratura axilar elevada em um dia isolada não caracteriza in- mente oferecendo as mamas ao bebê. Assim, deve-se manter
fecção, especialmente se isso ocorrer três dias pós-parto, época o esquema vigente de amamentação. Resposta a.
da apojadura do leite e que pode elevar a temperatura axilar.
Na infecção puerperal o útero costuma estar hipoinvoluído, 54. A questão traz um quadro de hemorragia pós-parto,
doloroso e amolecido (tríade de Bunn). Restos ovulares po- muito provavelmente causada por atonia uterina, sua repre-
dem ser causa de infecção puerperal, mas costumam se acom- sentante em mais de 80% das vezes.
panhar de sangramento intenso. Outra complicação comum Diante da atonia a conduta é massagem uterina e uso de
em puerpério é TVP. Essa deve ser suspeitada na presença de úterotônicos. Três são as opções: ocitocina, ergonovina e mi-
empastamento doloroso das pernas. O comum em puerpério soprostol. O misoprostol é última escolha pelos efeitos cola-
normal é edema indolor e mole. A loquiação, que é a saída terais, a ergonovina eleva a pressão arterial, de modo que é
de restos descamativos intrauterinos pela vagina, segue a se- contraindicada em hipertensas. Assim, deve-se administrar,
quência: rubra (vermelha clara), fusca (vermelha escura), flava no caso, ocitocina. Resposta b.
(amarelada), alba (branco-transparente). A sucção do bebê, ao
estimular liberação de ocitocina para ejeção de leite, promove 55. Para se realizar interrupção de gravidez por anencefalia é
também contração uterina. Resposta d. necessário exame ultrassonográfico com foto de face e pólo
cefálico, demonstrando a ausência de calota craniana e assi-
51. A imunoglobulina anti-D deve ser administrada a mãe nado por dois médicos. Tal exame somente terá valia se for
Rh negativo com feto possívelmente Rh positivo como forma realizado após a 12a semana de gravidez. Deve haver solici-
de profilaxia de aloimunização Rh. Ela impede que os linfó- tação assinada pela gestante e não há mais a necessidade de
citos maternos reconheçam o antígeno D das hemácias fetais autorização judicial. Resposta c.
e criem anticorpos permanentes contra eles. Assim, deve ser
administrada tanto no pós-parto, quanto com 28 semanas ou 56. Poucas são as situações em que a cesariana eletiva é in-
na presença de situações de risco de hemorragia feto-materna, dicada, entre elas temos: iteratividade, passado de cirurgia
como amniocentse, trauma, versão, sangramentos vaginais etc. uterina, cardiopatia grave entre outras. Para as portadoras de
Geralmente desconfiamos que o feto é Rh positivo se o pai vírus HIV geralmente agenda-se cesariana, mas é permitido
for deste tipo sanguíneo, mas ainda nesses casos há chances o parto normal, caso haja trabalho de parto espontâneo até
do feto ser negativo em 30 a 40%, impossibilitando a aloimu- 40 semanas, se: carga viral menor que 1000 cópias após 34
nização. Uma das maneiras de saber com feto intraútero é semanas e uso de terapia antirretroviral tríplice no pré-natal.
por meio de pesquisa de DNA fetal no sangue materno, ainda È preciso ter certeza de tais informações para se optar pela
fora do alcance da maioria pelo custo. via vaginal. A letra E cita carga viral indetectável sem dizer
A administração de imunoglobulina geralmente é feita na dose a data de coleta e não há citação sobre uso de antirretroviral
de 300 mcg, por via intramuscular, sendo possível a subcutâ- na gravidez, portanto, indica-se cesariana. A letra B também
nea se houver reação muscular. A via endovenosa não deve ser traz uma indicação de cesariana (DPP com feto vivo e viável),
usada pelo risco de choque anafilático. A meia vida da imu- mas seria emergencial e não eletiva. Resposta e.
noglobulina é de 3 a 4 semanas, independentemente da via de
administração, sendo a metabolização feita pelo sistema reti- 57. A mastite puerperal é situação comum, com maior inci-
culoendotelial. Doses maiores podem ser necessárias em casos dência nas primeiras semanas pós-parto. Seu principal agen-
de contato intenso de sangue fetal com materno, o que pode te causador é o Staphilococcus aureus, presente na cavidade
ser investigado pelo teste de Kleihauer-Betke, que quantifica as oral do bebê. Como o ingurgitamento mamário é um dos
hemácias fetais no sangue materno. Resposta c. fatores predisponentes mais importantes, diante de mastite a
amamentação deve ser mantida, inclusive na mama afetada,
52. A trombose venosa profunda é situação que tem risco pois é a melhor forma de esvaziá-la. Resposta c.
aumentado de ocorrer na gestação, dado o aumento de fato-
res de coagulação. Seu diagnóstico será baseado na clínica e 58. Bossa serosanguínea é um edema da pele exposta ao trau
ultrassonografia Doppler, este último com boa sensibilidade ma no canal de parto, por isso localiza-se na parte fetal insi-
nuada, por exemplo, na cabeça de cefálicas fletidas, na face cariótipo fetal independentemente dos resultados do morfo-
de defletidas de terceiro grau e nas nádegas de pélvicas. Em lógico de primeiro trimestre, até porque esse exame avalia
sendo edema, com o fim do fator agressor tende a regredir, risco e não oferece diagnóstico. Apesar disso, alterações de
o que em sua maioria ocorre em 24 a 48 horas. O princi- morfológico de primeiro trimestre associadas a de segundo
pal diagnóstico diferencial é cefalo-hematoma (acúmulo de elevam as chances de alterações cromossômicas e devem ser
sangue em periósteo), porém este se associa a fratura e tem levadas em consideração.
duração maior, destarte deve-se reavaliar a bossa em 5 a 7 Fetos com cromossomopatias tendem a sucumbir durante a
dias. Resposta e. gravidez pelas anomalias estruturais, sendo que poucos al-
cançam o termo. As chances de óbito fetal decrescem com a
59. Dizer que uma gestação gemelar é monocoriônica e idade gestacional, pois fetos que sobrevivem à embriogênese
diamniótica significa dizer que os fetos compartilham da são mais resistentes, ou tem menos anomalias. Resposta e.
mesma placenta, porém estão em bolsas amnióticas distintas.
Isso ocorre devido a clivagem do zigoto do 4o ao 8o dia pós 62. A ultrassonografia bidimensional ainda é a melhor forma
fecundução, portanto é corolário monozigotia. Nas gestações de rastreamento e diagnóstico de malformações fetais, po-
dizigóticas formam-se dois ovos e cada um originará seu feto rém por vezes pode trazer alguma dúvida a ser sanada com
com placenta própria. outros exames. Entre eles temos o ultrassom tridimensional
É justamente na gestação monocoriônica e diamniótica que que, relativamente recente, vem conquistando espaço e per-
pode ocorrer a síndrome da transfusão feto-feto. Felizmente mite visualizar melhor alguns defeitos, como lábios lepo-
essa condição é mais rara que gestações dizigóticas, em que a rinos. Há ainda a ressonância magnética, que pela rapidez
citada síndrome não ocorre. Resposta c. atual de aquisição de imagens praticamente não sofre efeitos
da movimentação fetal e ainda permite cortes mais próximos
60. Como dito no enunciado da questão, o tromboembolis- como requer um feto; sua serventia concentra-se mais em
mo é bem mais frequente na gravidez e puerpério do que fora defeitos do sistema nervoso central (por exemplo agenesia de
deles, pelo aumento de fatores de coagulação estimulado pelo corpo caloso), e na diferenciação de hérnia diafragmática de
estrogênio. Divide-se em trombose venosa profunda (TVP) outras patologias pulmonares. Resposta d.
e tromboembolismo pulmonar (TEP), e tem alta associação
com trombofilia hereditária, que corresponde a alteração ge- 63. A aloimunização Rh somente acontece se a mão é Rh ne
nética pró-coagulante que se soma ao efeito gravídico. gativo e o feto Rh positivo. Como o sangue negativo é recessi-
A TVP deve ser suspeitada diante do empastamento da pan- vo, o feto com mãe Rh negativo somente será Rh positivo se o
turrilha e confirmada por meio de Doppler de membros pai for Rh positivo. Portanto, no caso apresentado a primeira
inferiores. O TEP é suspeito quando além do referido em- conduta será determinar a tipagem sanguínea patérna e tran-
pastamento há dispneia; a confirmação pode ser feita por quilizar a mãe se mesma for negativa. Resposta b.
cintilografia ou tomografia, porém o primeiro exame deve
ser preferido na gestação porque a tomografia de tórax na 64. Sendo a mãe Rh negativa e o pai Rh positivo, o feto pode
gravidez pode elevar o risco de câncer de mama. ser Rh positivo, e a essa situação chamamos de incompatibi
Seja qual for a doença encontrada, o tratamento será com lidade Rh. Se o feto for efetivamente Rh positivo seu sangue
anticoagulante e, na gestação não se deve usar os cumaríni- pode entrar em contato com o materno estimulando a pro-
cos, preferindo-se heparina, especialmente as de baixo peso dução, pelo sistema imune da mãe, de anticorpos anti-D (não
molecular, pela facilidade de controle. A anticoagulação deve presentes em sangues negativos) que atravessam a placenta
ser mantida por 4 a 6 semanas pós-parto. O nascimento deve e atacam os antígenos D da membrana das hemácias fetais,
ser programado para o termo (de 37 a 40 semanas), em via promovendo hemólise e possível anemia. Nas incompatibili-
obstétrica, e a anticoagulação suspensa momentos antes e dades Rh e importante saber se a mãe está produzindo esses
reintroduzida posteriormente. Resposta c. anticorpos e em que quantidade o faz, por meio de Coom-
bs indireto. Sendo esse maior ou igual a 1:16 (título de 16)
61. Rastreamento de aneuploidias e malformações deve ser está estabelecido o risco de anemia fetal, que deve ser melhor
feito em dois períodos: investigada. Para tanto, lança-se mão do estudo Doppler da
No primeiro trimestre, entre 11 e 14 semanas, por meio de artéria cerebral média, em especial no que tange a velocidade
ultrassonografia morfológica em que se avalia translucência sistólica local. Quanto maior essa velocidade, menos viscoso
nucal e outros parâmetros (osso nasal, ducto venoso), além é o sangue e maior a probabilidade de anemia. Velocidades
de dosagem sérica de marcadores de cromossomopatias, muito elevadas são indicativos de resolução em gestações
como PAPP A (proteína plasmática A associada à gestação) maiores que 34 semanas e cordocentese para possível trans-
e f beta-HCG (fração livre de beta-HCG). Quantos mais pa- fusão intrautero em idades gestacionais menores. Resposta e.
râmetros forem usados, maior a eficácia na predição de cro-
mossomopatias. Fetos de alto risco devem ser submetidos à 65. São sinais de sofrimento fetal intraparto: taquicardia
pesquisa de cariótipo. persistente, bradicardia, desacelerações tardias, eliminação
No segundo trimestre, entre 20 e 24 semanas, por meio de de mecônio. No caso apresentado havia taquicardia e
ultrassom morfológico, que se analisa toda a estrutura fetal. eliminação de mecônio. Diante dessa hipótese estabelecida,
Nesse caso, algumas alterações, consideradas marcadores de faz-se necessário o abreviamento do trabalho de parto que,
cromossomopatias (onfalocele, holoprosencefalia, hérnia em estando a dilatação completa e o feto insinuado (abaixo
diafragmática, defeito cardíaco, etc) indicam investigação de do plano zero de DeLee), pode ser feita com uso de fórcipe.
No caso o feto apresentava-se na variedade de posição ODA, tumores obstrutivos do canal de parto, presença de cicatriz
de modo que, seguindo seu mecanismo de parto normal, de- no CORPO do útero (como as de miomectomias prévias),
veria seguir para OP pelo caminho mais curto, ou seja, rodar iteratividade (mais de uma cesariana anterior). Note que a
45 graus em sentido horário, antes do desprendimento. Isso presença de apenas uma cesariana segmentar transversa an
deve ser auxiliado também por fórcipe. Além do Kielland, o terior não contraindica parto normal, mas vale a ressalva de
fórcipe de Simpson Braun também serve para pequenas ro- que o trabalho de parto será pouco seguro se esta cesariana
tações, de até 45 graus. A manobra de Kristeller (pressão no ocorreu a menos de um ano. A questão não é muito bem fei-
fundo do útero) e proscrita, pois eleva risco de roturas uteri- ta, pois ao pé da letra teríamos mais de uma Resposta. Res-
na e hepática maternas e traumas fetais. Resposta c. posta e.
66. Essa questão deve ser respondida por exclusão. Toda vez 69. A presença de hemorragia pós-parto pode ter diversas
que aparece um caso de puérpera com dor abdominal a pri- causas, a saber: atonia uterina, inversão uterina, laceração
meira hipótese que se aventa é infecção puerperal, entretanto do canal de parto e retenção placentária. A última apresen-
a mesma é definida pela presença de febre por ao menos dois ta sangramento tardio, a laceração de canal não ocorrerá em
dias, nos dez dias que sucedem parto, exceto o primeiro, e cesariana, a inversão uterina também é de reconhecimento e
no caso apresentado não há febre. A presença de abscesso é correção imediatos na cesariana, a retenção placentária apre-
complicação de endometrite e também concorre com febre. senta sangramento tardio, além de ser rara em partos por via
Outra hipótese seria a retenção placentária, que levaria ao alta. Assim, a principal hipótese será atonia. Corroboram
acúmulo de sangue dentro do útero e sua consequente dis- para isso o fato dessa entidade ser responsável por mais de
tensão dolorosa. Entretanto, havendo restos o sangramento 80% dos sangramentos pós-parto e de haver fatores de ris-
é mais intenso e o colo uterino mantem-se pérvio, o que não co como a desproporção cefalopélvica e a própria cesariana.
aconteceu. Aliás, espera-se que em primigestas o colo esteja Resposta b.
impérvio por volta de 5 dias após o parto no puerpério nor-
mal, como ocorreu nesse caso. A ligadura acidental de ureter 70. Serão indicações de cesariana: desproporção cefalopélvi-
não provoca dor intensa, pode levar a acúmulo de líquido ca, herpes genital ativo, placenta prévia centrototal ou par-
na cavidade abdominal e formação de fístula. Assim sendo, cial, morte materna com feto vivo (cesariana post-mortem),
a hipótese mais plausível é hematoma da parede, provável prolapso de cordão sem dilatação avançada, sofrimento fetal
sangramento retroaponeurótico, que é situação comum em (exceto se dilatação total e feto insinuado), hemorragia agu-
hipertensas, que apresentam melhora da pressão no momen- da como descolamento prematuro de placenta (também se
to do parto e consequente redução do sangramento, porém não houver dilatação total e feto insinuado, que permite uso
algumas horas ou dias após a pressão volta a subir, fazendo de fórcipe), tumores obstrutivos do canal de parto, presença
com que pequenos vasos exteriorizem o sangue. A área re- de cicatriz no CORPO do útero (como as de miomectomias
troaponeurótica é rica em microvasculatura lesada na sepa- prévias), iteratividade (mais de uma cesariana anterior). Fe-
ração de aponeurose e músculo reto abdominal na cesariana tos grandes, embora aumentem a chance de desproporção
e torna-se susceptível a essa situação. Como não se trata de cefalopélvica, não fecham tal diagnóstico, obtido por parto-
uma cavidade a área se distende, forma abaulamento e dor. A grama. Na presença de eclâmpsia ou outras convulsão, após
confirmação da hipótese será dada por ultrassonografia que a estabilização materna, pode-se induzir o parto. A presença
permite visualização da coleção de sangue e o local em que se de circular de cordão, independentemente do número, não
encontra. Resposta d. indicará cesariana. Na ruptura de me mbranas o parto pode
ser induzido, mesmo com colo desfavorável. Resposta a.
67. São condições essenciais a realização de fórcipe: dilatação
total (10 cm), bolsa rota, feto insinuado (abaixo de zero de 71. Morte materna, segundo a OMS, é a morte da mulher
De Lee), conhecimento da variedade de posição, BCF pre- nos primeiros 42 dias pós-parto ou evento relacionado, como
sente. Independentemente do tipo de fórcipe escolhido, as abortamento. No Brasil, o Ministério da Saúde, considera a
colheres são locadas dos ossos parietais do feto, com as has- morte até 1 ano pós-parto.
tes seguindo pelo canal vaginal. Assim, a sutura sagital ficará Pode ser de causa obstétrica ou não, sendo as primeiras as mais
perpendicular a essas hastes. Em geral o fórcipe é feito em comuns. Assim, a principal causa de morte materna no Brasil
variedades cefálicas fletidas e, nesses casos, a sutura sagital é hipertensão (13,8/100 mil nascidos vivos), em segundo lu-
deve ficar abaixo do plano das hastes, pois assim se mantém gar temos as hemorragias (7,9/100 mil nascidos vivos), e em
a flexão da cabeça durante a tração. Resposta a. terceiro as infecções (4,4/100 mil nascidos vivos). Resposta b.
68. Vivemos em um país com altíssimas taxas de cesariana, 72. A amamentação pode trazer problemas, com destaque
talvez porque não se conheçam as indicações desse procedi- para fissuras, escoriações, ingurgitamentos e mastites. As
mento. Citemos algumas: desproporção cefalopélvica, herpes fissuras ou escoriações geralmente decorrem de pega inade-
genital ativo, placenta prévia centrototal ou parcial, morte quada, de modo que se deve orientar a lactante a fazê-la de
materna com feto vivo (cesariana post-mortem), prolapso forma adequada. O aleitamento não deve ser interrompido,
de cordão sem dilatação avançada, sofrimento fetal (exceto e como auxiliar pode-se orientar exposição a luz e analgési-
se dilatação total e feto insinuado), hemorragia aguda como cos. Os ingurgitamentos decorrem de esvaziamento incom
descolamento prematuro de placenta (também se não houver pleto e para tratá-los deve-se orientar ordenha mamária. As
dilatação total e feto insinuado, que permite uso de fórcipe), mastites acompanham-se de sinais flogísticos e presença de
pus, devendo ser tratadas com ordenha, anti-inflamatórios e do ao terceiro espaço gerando edema, ascite, derrame pleural
antibióticos se necessário. Também não se interrompe ama- e até pericárdico. Esse último pode ser tão intenso a ponto
mentação. Resposta e. de levar a tamponamento cardíaco e óbito fetal. Resposta d.
73. A placenta humana normalmente tem um formato circu- 76. As grandes multíparas já expuseram inúmeras vezes seus
lar ou ovalar, com inserção ligeiramente excêntrica do cordão úteros a estiramentos e isquemias provocadas por contrações
umbilical. Apresenta limites precisos e, ao termo, costuma uterinas que pinçam os vasos nutridores do miométrio. Com
pesar algo em torno de 500 g, inserindo na região de fundo isso, há microinfartos uterinos e consequente fibrose repara-
ou corpo uterinos. Alguns aspectos morfologicos configu- dora. Enfim, ocorre certa fibrosubstituição da musculatura
ram tipos especiais de placenta, a saber: uterina, o que pode gerar redução da capacidade contrátil e
placenta marginada: com a presença de orla fibrinoide distocias funcionais. Igualmente, a rotação fetal depende da
total ou parcial; musculatura perineal, enfraquecida na multiparidade, o que
também levará a distocias de rotação. A multiparidade não é
placenta circunvalada: a face materna é maior que a face fe-
fator de risco para as demais condições patológicas descritas.
tal da placenta, com transição fibrosa entre as duas partes;
Resposta a.
placenta sucenturiada: nessa há um lobo acessório (su-
centuriado), ou seja, alguns cotiledones separados da 77. Quadros de infecção puerperal devem ser tratados com
massa placentária principal, e a ela unidos por fina mem- antibioticoterapia de amplo espectro e observados de perto
brana fibrosa; por, ao menos, 72 horas em relação a sua evolução. Caso haja
placenta membranácea: extensa e fina, sua área de inser- piora importante do estado clínico, inclusive da algia pélvica,
ção corresponde a quase totalidade da superfície intrau- considera se falha terapêutica clínica, indicando-se cirurgia.
terina. Havendo melhora geral com desaparecimento da febre, há
Resposta d. boa resposta ao tratamento, que deve ser mantido. Por fim, se
houver melhora clínica, mas manutenção de febre alta diária
74. Havendo incompatibilidade Rh, ou seja, mãe Rh (D) a despeito da antibioticoterapia, a hipótese será de trombo-
negativo e pai Rh (D) positivo, realiza-se Coombs indireto flebite pélvica e, nesse caso, considera-se associação de hepa-
mensalmente no sangue materno. Esse exame detecta se a rina na terapia. Resposta a.
mãe está produzindo anticorpos contra o sangue positivo, o
anti-D, que atravessa a placenta e pode destruir hemácias fe- 78. No caso apresentado temos dilatação total, uma vez que
tais levando a sua anemia. A produção desse anticorpo pelo há referência de que o parto se encontra em período expulsi-
sistema imune da mãe somente ocorre após o reconhecimen- vo. O normal é que o feto seja expelido juntamente ou na pri-
to do antígeno e criação de memória contra ele. Assim, quan- meira hora após essa dilatação, o que não ocorreu, levando
do realizamos a profilaxia dessa situação, administramos os ao diagnóstico sindrômico de parada secundária da descida,
anticorpos para que eles destruam os antígenos antes que o restando-se saber a etiologia para conduta. O primeiro pon-
organismo materno os reconheça e crie memória. Pelo ex- to a analisar é a altura da apresentação. Estando essa acima
posto, fica claro que de nada adiantará realizar profilaxia em do plano zero de DeLee (não insinuado) a primeira hipóte-
mulheres que já apresentem Coombs indireto positivo. As se será desproporção cefalopélvico, embora raras vezes essa
demais, a profilaxia (com imunoglobulina anti D) deve ser condição possa ser decorrente de distocia funcional; todavia,
realizada em até 72 horas após o evento causador de contato tal diferenciação e simples pela análise das contrações, exa-
de sangue mãe-feto (aborto, amniocentese, parto etc.) e as 28 cerbadas na desproporção e frustras na distocia funcional.
semanas, para contemplar contatos inesperados e não diag- Por outro lado, se o feto ja estiver insinuado (abaixo de plano
nosticados. No pós-parto há a vantagem de se saber a tipa- zero de DeLee, localizado as espinhas ciáticas), o diagnósti-
gem do feto e se esta for a mesma da mãe não há necessidade co será de distócia de rotação, o que dificulta completar-se o
de administrar a imunoglobulina, pois o sangue negativo não mecanismo de parto. A correção desse distúrbio é realizada
estimulará a Resposta imune da mãe por não ter o antígeno com fórcipe, sendo o de Kielland obrigatório nas rotações de
D. Resposta b. 90 graus. Caso a sutura sagital localize-se transversa no ca-
nal de parto e occipicio voltado para a direita (como nesse
75. A eritroblastose fetal e a repercussão clínica da aloimu- caso), a variedade de posição é ODT, devendo o feto rodar
nização Rh, sendo aquele nome pouco usado em obstetrícia, 90 graus para chegar a OP e, pelo exposto, isso será auxiliado
mas todos nós conhecemos da época do ensino médio. Nessa por fórcipe de Kielland. Distocias de rotação em variedades
doença a mãe produz anticorpos contra um antígeno pre- de posição transversas costumam se acompanhar de assincli-
sente na hemácia fetal, o antígeno D. Esse anticorpo, por ser tismo, ou seja, a insinuação maior de um parietal em relação
IgG, ultrapassa a placenta, ataca as hemácias no feto in locus, ao outro. Se o parietal a se insinuar for o posterior em relação
e gera hemólise. Com isso, em casos graves, ele desenvolve a mãe a sutura sagital situa-se mais anteriormente e o parietal
anemia e tentará corrigir produzindo mais hemácias. Como anterior será de mais díficil acesso ao toque vaginal, e vice-
a fabricação desses elementos no feto se dá principalmente -versa. Resposta e.
no fígado, há uma hepatossubstituição por tecido hemato-
poiético, e consequente redução da produção protéica, em 79. A queda de batimentos cardíacos fetais durante a con-
especial de albumina. O resultado será redução da pressão trações caracteriza a desaceleração precoce, ou DIP I, que e
coloidosmótica na circulação fetal, extravasamento de líqui- decorrente da compressão do pólo cefálico pelo útero e con
sequente ativação de reflexo vagal fetal. A não ser que os ba- de crescimento e oligoâmnio do doador; caso essa situação
timentos atinjam valores muito baixos, como os de 60 bpm ocorra muito precocemente, o receptor logo terá o edema,
ou menos, tal tipo de desaceleração não apresenta prognós- que poderá ser diagnosticado pelo aumento de sua translu-
tico desfavorável e nenhuma conduta específica precisa ser cência nucal (essa que nada mais é que um edema na nuca
tomada. A DIP I é comum em bolsa rota e fases avançadas do feto). Nas gestações monoamnióticas o risco é de entre-
do trabalho de parto. Em relação a quantidade de contrações, laçamento dos cordões umbilicais e óbito de ambos os fetos.
ao final do trabalho de parto é normal haver 4 contrações em Resposta b.
10 minutos, com intensidade de cerca de 50 mmHg (fortes),
ou seja, atividade uterina de 200 uM. Há uma relação entre 82. O rastreio de cromossomopatias também pode ser feito
duração e intensidade e, para ser adequada, uma contração por dosagem de marcadores bioquímicos no sangue materno.
deve durar ao menos 40 segundos. Assim, com 8 cm, a ges- Com valores preditivos menores que os do ultrassom morfo-
tante da questão apresenta um padrão contrátil normal, não lógico de primeiro trimestre, podem agregar valor a esse. Os
requerendo medicações uterotônicas. marcadores mais usados no primeiro trimestre são a fração
A eliminação de mecônio, em especial fluido, nem sempre livre do beta-hCG e PAPP-A. Em casos de trissomia do 21
indica sofrimento, pode ser decorrente de maturidade fetal. o beta hCG é aumentado, enquanto há redução de PAPP A.
Ele terá valor nesse sentido se muito espesso ou acompanha- Nas trissomias do 13 (Patau) e 18 (Edwards), ambos estão
do de alterações de provas de vitalidade fetal. Resposta c. reduzidos. Nas monossomias do X (Turner) o beta-hCG e
normal. Resposta b.
80. Sangramento profuso após secundamento caracteriza a
hemorragia pós-parto, uma das principais causas de morte 83. A obstetrícia é composta de muitos sinais, alguns epô-
materna. Essa pode ser decorrente de: nimos e outros não, mas é preciso memorizá-los. A questão
1) Atonia uterina – o útero apresenta consistência amolecida traz alguns:
e tamanho aumentado (o normal pós-parto e que localize-se I – sinal da tartaruga: ocorre na distocia de ombro, em
abaixo da cicatriz umbilical); que o feto fica com a cabeça para fora da vulva, mas o
2) Inversão uterina – não se palpa o fundo do útero e o espe- resto fixo no interior materno, assemelhando-se a uma
cular revela “tumor” vaginal, que nada mais é que o fundo se tartaruga que coloca a cabeça para fora do casco;
exteriorizando pelo colo; II – sinal do T invertido: em gestações gemelares com duas
3) Laceração de canal de parto – o útero está contraído e com cavidades amnióticas, os fetos podem ou não comparti-
tamanho adequado; lhar da mesma placenta e tal diferenciação será difícil na
4) Retenção placentária – o sangramento é mais tardio, perce- medida em que mesmo que as placentas sejam distintas
bido muitas horas pós parto, e segue a secundamento incom- elas podem estar unidas. Para dirimir essa dúvida faz-se
pleto. No caso apresentado temos sangramento importante ultrassonografi a no primeiro trimestre e observa-se o
nas primeiras horas pós-parto, útero contraído e de tamanho septo amnico que separa os fetos: se este tiver a mesma
normal. Portanto, o diagnóstico será de laceração de canal de espessura em todo o seu trajeto (a que chamamos sinal
parto e a conduta deve ser a revisão desse canal para localiza- do T invertido) tem-se placenta única, ou monocoriônia;
ção do ponto sangrante e a sutura primária. Resposta d. III – sinal de Frommel: trata-se do retesamento dos liga-
mentos redondos e geralmente se acompanha de hiperto-
81. As gestações gemelares podem apresentar duas placentas nia do segmento (sinal de Bandl) na iminência de rotura
(dicoriônicas), ou ter placenta única (monocoriônicas). Nes- uterina, dando ao útero um aspecto de ampulheta;
se último caso, ainda é possível que tenham duas bolsas am- IV – sinal do bico de mamadeira: também chamado de
nióticas (diamnióticas) ou bolsa única (monoamnióticas), si- sinal do dedo de luva, trata-se de uma dilatação na parte
tuação essa que ainda pode ser acompanhada de acolamento superior do colo uterino, desde orifício interno, por onde
dos gêmeos (gêmeos conjugados ou siameses). Nas gestações há protrusão de parte da bolsa amniótica, de modo que
dizigóticas, em que se formaram dois ovos, pois dois ovócitos é típico de insuficiência istmocervical, em que o colo é
distintos foram fecundados, sempre haverá dicorionia. Já nas incompetente para se manter fechado;
monozigóticas, o tipo de gemelaridade depende do momen-
to da clivagem, em relação a fecundação: V – sinal do lambda: na gemelaridade de duas placentas
(dicorionia), o septo que separa os fetos é mais espesso
até o 4º dia: gestação dicoriônica diamniótica; em sua emergência placentária, o que caracteriza esse si-
do 4º ao 8º dia: gestação monocoriônica diamniótica; nal. Resposta a.
do 8º ao 12º dia: gestação monocoriônica monoamiótica.
84. Infecção puerperal, que é caracterizada pela endo-
Se após 12 dias, os gêmeos serão conjugados. metrite pós parto com ou sem complicações, é definida
As gestações dicoriônicas apresentam melhor prognósti- como a presença de febre maior ou igual a 38 graus em
co. Nas monocoriônicas diamnióticas, e apenas nessas (por dois dias consecutivos, nos dez dias que se seguem ao
motivos não bem esclarecidos), pode ocorrer a síndrome da parto, excetuando-se o primeiro dia. Assim sendo, a febre é
transfusão feto-feto, em que a nutrição de um feto é desviada condição essencial para seu diagnóstico, não sendo obrigató-
a outro por anastomoses arteriovenosas profundas, levando a rios demais coadjuvantes, como leucocitose, fisiometria, dor
macrossomia, edema e polidrâmnio do receptor, e restrição- pélvica etc. Resposta a.
85. Pacientes com incompatibilidade Rh devem ser acompa- matozóides distintos. Nesse caso cada um terá sua pla-
nhadas mensalmente com Coombs indireto. Um vez que o centa e sua bolsa amniótica, de modo que a gestação será
exame esteja positivo, sem uso de imunoglobulina, a pacien- dicoriônica e diamniótica.
te encontra-se isoimunizada, ou seja, ela produz anticorpos. Monozigóticas (1/3 dos casos): é formado único zigoto
Caso o Coombs indireto alcance o valor de 1:16, indica-se que se divide, formando dois fetos geneticamente idên-
a dopplervelocimentria de artéria cerebral média para verifi ticos. A quantidade de placentas e bolsas amnióticas de-
car a possibilidade de anemia, que torna o sangue menos vis- penderádo momento de clivagem: Até o 4o dia pós-fecun-
coso e aumenta a velocidade do fluxo. Com Coombs menor dação: duas placentas e duas bolsas se formarão (gestação
que 1:16 a quantidade de anticorpos produzido pela mãe não dicoriônica e diamniótica);
será suficiente para causar anemia fetal. Assim, discordamos
Do 4o ao 8o dia: haverá uma placenta (monocoriônica) e
do gabarito oficial. Resposta b e d.
duas bolsas amnióticas (diamniótica);
Após 8o dia: a placenta e a bolsa amnica são únicas, ou seja,
86. A profilaxia de infecção por estreptococo será feita ape-
a gestação é monocoriônica e monoamniótica. Após 12º dia
nas no momento do parto, caso se pretenda via vaginal. As-
os gêmeos ainda serão acolados (siameses). Assim, gestações
sim, está indicada se:
que compatilham da mesma bolsa (monoamnióticas) certa-
Cultura de swab anal ou vaginal positiva;
mente terão mesma placenta (monocoriônicas).
Urocultura positiva para estreptococo em qualquer momen-
Resposta b.
to da gravidez;
Passado de recém-nato com infecção por estreptococo;
90. Impressionante a mistura de conceitos que os examina-
Casos de cultura desconhecida, se: amniorrexe há mais de 18
dores fazem para tentar confundir o aluno. Por exemplo, o
horas, trabalho de parto prematuro, febre de origem indeter- enunciado pergunta o que é incorreto em relação ao puérpe-
minada no trabalho de parto. rio normal e alternativa C versa sobre depressão na gestação.
Enfim, o examinador quer apenas saber o que é errado, e ain-
87. A esterilização cirúrgica já foi considerada método con- da confunde conceitos. Em primeiro, sempre que há febre na
traceptivo irreversível, entretanto surgiram formas de rever- mulher a infecção urinária deve ser lembrada, pois devido ao
sibilidade. A princípio existiam as esterilizações femininas e tamanho reduzido da uretra essa afecção é comum no sexo fe-
masculinas, sendo que no primeiro rol incluam-se as laquea- minino. Logo após o parto, pela exposição sanguínea ao meio
duras tubárias em suas diversas formas, e no segundo a vasec- vaginal infectado, costuma haver bacteremia transitória, o
tomia. Em ambos os casos o intuito é de interromper a conti que gera calafrios. Felizmente na quase totalidade dos casos
nuidade de um duto essencial para a fundação: na vasectomia, não há infecção, dadas as defesas imunitárias. Mais de 70%
impede-se que os espermatozoides atinjam o ejaculado final das gestantes apresentam alguns sintomas depressivos, entre-
e na laqueadura esses não podem alcancar o ovócito. Formas tanto o diagnóstico de depressão pode ser realizado em 10 a
de recanalização cirúrgica surgiram, seja via laparoscópica ou 15% das gravidas, sendo a quase totalidade depressão menor.
laparotômica, com altas taxas de sucesso. Entretanto o incon- No puerpério, o blues tem incidência de 85% e a depressão
veniente do ato cirúrgico fez surgir, recentemente, uma esteri- também de 10 a 15%. A primeira hora pós-dequitação é cha-
lização definitiva realizada por via histeroscópica, conhecida mada de quarto periodo, embora seja um dos períodos do
como Essure. Ela consiste na injeção, por histeroscopia, de en- parto, alguns chamam de período pós-parto, pois as hemor-
xertos de poliester e outros componentes na região intramural ragias desse período são nomeadas hemorragias pós-parto.
da tuba uterina. Esse material leva a uma reacao inflamatória Ressalta-se que foge aos conceitos mais aceitos. Finalmente,
local com consequente fibrose e obstrução definitiva da tuba manobra de Pajot serve para extração de braço estendido em
em até 3 meses. Trata-se do método de menor reversibilidade parto pélvico, nada tendo a ver com hipotonia, tratada com
existente na atualidade. Resposta b. massagem uterina e medicamentos (ocitocina, ergometrina,
misoprostol) ou intervenções cirúrgicas (sutura de B-Lynch,
88. Gestação dicoriônica e diamnióticas são aquelas que ligadura de hipogástrica, histerectomia). Resposta e.
apresentam duas placentas e duas bolsas amnióticas. Isso
pode ocorrer em duas Situações: na dizigotia, quando dois 91. A hemorragia pós-parto e a perda sanguínea intensa
espermatozoides distintos fecundam ovócitos diferentes, de (acima de 500 mL) no pós-parto. Em mais de 80% das ve-
modo que os fetos podem ter sexos discordantes, pois são zes deve-se a atonia uterina, de modo que na falta do diag-
zigotos distintos; ou na clivagem de um ovo ou zigoto for- nóstico da causa a conduta deve ser tomada considerando-
mado até o 4o dia pós-fecundação, caso em que os fetos serão -se esse quadro. A princípio, realiza-se tratamento clínico,
idênticos. Para enovelamento dos cordões a bolsa amniótica sendo possível administração de três drogas: ocitocina 20
deve ser única o que só ocorrem em clivagens após 8 dias da UI EV, metilergometrina 1 ampola IM (esta contraindicada
fecundação, assim como gêmeos conjugados somente serão em hipertensas por elevar a pressão arterial) e misoprostol
possíveis em clivagens do zigoto posteriores ao 12º dia pós- 800 mcg via retal. Falha a conduta clínica medicamentosa,
-fecundação. Para síndrome da transfusão feto-feto a gesta- existem outras opções que requerem anestesia. A colocação
ção deve ser monocoriônica e diamniótica. Resposta e. de balão intrauterino pode ser feita sob anestesia, mas nunca
sem a mesma pelo risco de choque neurogênico, dada a dor
89. Gestações gemelares podem ser de dois tipos: que provoca. Outras opções são a sutura de B Lynch, hemos
Dizigóticas (2/3 dos casos): são formados dois zigotos, tática, e a ligadura das artérias ilíacas internas (hipogástri-
pois dois ovócitos são liberados e fecundados por esper- cas). Todas essas medidas visam evitar a histerectomia, que
em muitas vezes não pode ser dispensada. O examinador en- pós-clampeamento do cordão. Nos partos normais também
tão considera a Resposta correta a letra C, mas estaria melhor se deve evitar extração manual da placenta e episiotomias,
escrito se ele colacasse que as sondas devem ser evitadas sem pois são focos de infecção. Assim, permitir que haja dequi-
a prévia analgesia. Resposta c. tação (delivramento) espontânea, reduz chances de infecção
puerperal. Resposta a.
92. De acordo com normas internacionais, em cesariana ele-
tiva fica indicada antibioticoprofilaxia de infecção materna 96. Modernamente o líquido amniótico normal é aquele
com dose única de 2 g de cefalosporina de primeira geração, compreendido entre os percentis 5 e 95 para a respectiva
como cefazolina, imediatamente após o clampeamento do idade gestacional, de acordo com a curva de Moore. Se não
cordão umbilical. Havendo alergia a betalactâmicos, a esco- é possível avaliar tal curva imediatamente, considera-se ILA
lha será clindamicina. Resposta d. normal valores situados entre 8 e 18 cm, o polidrâmnio será
diagnosticado se ILA maior que 25 cm e o oligoâmnio se me-
93. Existem diversas alterações fisiológicas na gestação, como nor que 5 cm. Valores intermediários são limites superior ou
formas de adaptação ao estado gravídico. Elas envolvem qua- inferior da normalidade. Resposta b.
se todos os sistemas, sendo os principais:
cardiovasculares: por ação estrogênica ativa-se o sistema 97. As gestações gemelares podem apresentar duas placentas
renina-angiotensina-aldosterona, o que eleva a absorção (dicoriônicas), ou ter placenta única (monocoriônicas). Nes-
tubular de sódio e líquido, elevando-se a volemia desde o se último caso, ainda é possível que tenham duas bolsas am
início da gestação. Por outro lado a ação da prostaciclina, nióticas (diamnióticas) ou bolsa única (monoamnióticas), si-
produzida na placenta, promove vasodilatação, reduzin- tuação essa que ainda pode ser acompanhada de acolamento
do a pressão arterial. Para bombear todo líquido adiante, dos gêmeos (gêmeos conjugados ou siameses). Nas gestações
ocorre aumento da frequência cardíaca. dizigóticas, em que se formaram dois ovos, pois dois ovócitos
distintos foram fecundados, sempre haverá dicorionia. Ja nas
gastrointestinais: a progesterona promove relaxamento
monozigóticas, o tipo de gemelaridade depende do momen-
da musculatura lisa esôfago-gástrica-intestinal, favore-
to da clivagem, em relação a fecundação:
cendo refluxo e constipação. Felizmente, também há re-
dução da secreção de ácido clorídrico. até o 4º dia: gestação dicoriônica diamniótica;
urinário: com maior volemia, eleva-se a taxa de filtração do 4º ao 8º dia: gestação monocoriônica diamniótica;
glomerular. Os ureteres diminuem motilidade por ação do 8º ao 12º dia: gestação monocoriônica monoamiótica.
de progestágeno, o que favorece pielonefrite. A bexiga di-
minui sua capacidade de enchimento. Se após 12 dias, os gêmeos serão conjugados. As gestações
dicoriônicas apresentam melhor prognóstico.
pulmonar: com a elevação do diafragma há redução de
Nas monocoriônicas diamnióticas, e apenas nessas, pode
volumes de reserva (capacidades residuais), mas ocorre
ocorrer a síndrome da transfusão feto-feto. Nas gestações
aumento do volume corrente, com entrada de oxigênio
monoamnióticas o risco é de entrelaçamento dos cordões
e saída de gás carbônico. Como esse último gás é mais
umbilicais e óbito de ambos os fetos.
difusível, ocorre maior saída do mesmo que entrada de
Independentemente do tipo, a gemelaridade associa-se a
oxigênio, reduzindo-se sua pressão parcial e levando a
maior risco de: estrias, parto prematuro, hipertensão, hipe-
discreta alcalose respiratória.
rêmese gravídica, etc. Resposta c.
sanguíneo: elevam-se fatores de coagulação, especial-
mente fibrinogênio. Também há elevação de leucócitos e 98. Questões com figura quebram a mesmice do branco e
redução da concentração de hemoglobina por diluição. preto das palavras. Esta, especificamente, versa sobre fenô-
Resposta b. menos plasticos do parto, sendo eles:
Bossa serosanguínea: edema de pele na região do conta-
94. O triplo teste refere-se a dosagem de três marcadores bio- to do feto com o colo uterino. Como tal não respeita os
químicos no soro da gestante: limites das suturas ósseas, acentua-se ao choro ou tosse e
alfafeto proteína – reduzido na síndrome de Down e ele- tende a desaparecer em 24 a 36 horas.
vado em defeitos abertos do tubo neural; Cefalo-hematoma: acúmulo de sangue abaixo do peri-
estriol não conjugado: também reduzido na síndrome de ósteo, de modo que não avança suturas ou fontanelas.
Down; Relaciona-se a trauma e não se acentua ao choro.
gonadotrofina coriônica: elevada na síndrome de Down. Acavalgamento das suturas: sobreposição de ossos do
Essas substâncias podem ser dosadas entre 12 e 22 se- crânio, para que a cabeça possa entrar no canal do parto.
manas. Atualmente prefere-se a dosagem de PAPP-A e A figura revela sangue abaixo do periósteo e dentro do
β-hCG livre no primeiro trimestre, por ser mais precoce. limite do osso, não avançando a sutura, portanto e cefalo-
Resposta b. -hematoma. Resposta e.
95. Além da assepsia e colocação de campos estéreis, a pre- 99. Sendo a glabela, ou base do nariz, o ponto de referência
venção de infecção pós-parto se faz, em cesariana, pela não (parte fetal mais facilmente palpável ao toque) persistente de
dequitação manual da placenta e uso de cefazolina 2 g EV uma apresentação, esta então é cefálica defletida de segundo
grau. Isso significa que seu diâmetro de insinuação seria o procedimentos invasivos uterinos (amniocentese, cordo-
occipitomentoneiro, que mede cerca de 13 cm, superior ao centese, biópsia de vilo corial);
maior diâmetro da bacia, o transverso, que mede em torno as 28 semanas;
de 12 cm. Assim sendo, não há insinuação de modo que a
conduta deve ser a realização de cesariana. Resposta b.
em até 72 horas pós-parto.
O fato de ter realizado profilaxia por um motivo, não impede
100. As gestações gemelares podem ser classificadas quanto de fazê-lo por outro. Por exemplo, ter feito profilaxia as 28
ao número de zigotos formados, em dizigóticas (75% dos ca- semanas, não exclui necessidade de refazer pós-parto;
sos) ou monozigóticas (25% dos casos). Nas primeiras, dois igualmente, ter feito por ameaça de aborto, não exclui nova
ovócitos distintos liberados ao mesmo tempo são fecundados dose com 28 semanas. Resposta e.
por dois espermatozoides distintos, já nas segundas um ovo é
fecundado por um espermatozoide, forma-se um zigoto que 104. Hemorragia pós-parto, ou perda sanguínea exacerba-
se cliva. As gestações gemelares dizigóticas apresentam cara- da, tem como principal causa, representando mais de 80%
tér hereditário, diferentemente das monozogóticas. São divi dos casos, a atonia uterina. Para essa são fatores de risco im-
didas ainda em relação ao número de placentas (corioni). Po- portantes: multiparidade, gemelaridade, trabalho de parto
dem apresentar duas placentas (dicoriônicas), ou ter placenta prolongado, sangramentos da segunda metade da gravidez
única (monocoriônicas). Nesse último caso, ainda é possível (DPP, placenta prévia), pré-eclampsia (que eleva o risco de
que tenham duas bolsas amnióticas (diamnióticas) ou bolsa DPP), miomatose e obesidade. Apesar desses fatores conhe-
única (monoamnióticas), situação essa que ainda pode ser cidos, muitos casos acontecem na ausência dos mesmos, de
acompanhada de acolamento dos gêmeos (gêmeos conjuga- modo que atenção deve ser dada a todas as mulheres. Tanto
dos ou siameses). Nas gestações dizigóticas, sempre haverá isso e verdade, que Greenberg criou o quarto período do
dicorionia. Já nas monozigóticas, o tipo de gemelaridade de- parto, até uma hora pós-dequitação, para que os obstetras
pende do momento da clivagem, em relação à fecundação: observassem o sangramento vaginal e a contração uterina,
além das condições clínicas maternas. A profilaxia se faz
até o 4º dia: gestação dicoriônica diamniótica; – do 4º ao com clampeamento precoce do cordão, em casos de alto
8º dia: gestação monocoriônica diamniótica; risco, e uso de 10 UI de ocitocina, EV ou IM, no terceiro
do 8º ao 12º dia: gestação monocoriônica monoamiótica. período do parto. Essa medicação apresenta eficácia seme-
lhante às demais (como metilergometrina e misoprostol),
Se após 12 dias, os gêmeos serão conjugados. Resposta d.
porém com menos efeitos colaterais. Diante da atonia ins-
talada, o tratamento será com dose maior de ocitocina (20
101. A endometrite pós-parto é caracterizada clinicamente
UI), seguido de metilergometrina (se paciente normotensa)
pela tríade de Bunn, representada por útero hipoinvoluido,
e misoprostol se necessário, antes que se adotem medidas
amolecido e doloroso, além do quadro febril comum às in-
cirúrgicas. Resposta c.
fecções puerperias. No caso, temos tal tríade, pois o útero
está na cicatriz umbilical (onde deveria estar imediatamen- 105. As estatísticas revelam que 1 a 9% das gestantes apre-
te pós-parto), e amolecido e doloroso, e a mulher apresenta sentam asma. O curso da doença é imprevisível durante a
temperatura elevada. Feito o diagnóstico de endometrite tra- gestação, sendo que 1/3 melhora, 1/3 piora e 1/3 fica inaltera-
tamento antibiótico endovenoso de amplo espectro deve ser do. O curso pode ser distinto em gestações subsequuentes na
prontamente indicado, em regime de internação hospitalar. mesma mulher. Em geral, quadros mais graves apresentam
Pensar em restos ovulares, estando o colo pérvio, é plausível, maior chance de piora. A evolução desfavorável ocorre 13%
o que pode requerer posterior avaliação ultrassonográfica. dos casos de asma leve, 26% dos casos de asma moderada e
Resposta d. 50% dos casos de asma grave. O diagnóstico será semelhan-
te ao da mulher não grávida. Efeitos perinatais adversos não
102. O ingurgitamento mamário é complicação comum no são comuns, e ocorrem principalmente em casos graves da
processo de amamentação. Ele ocorre porque o leite produzi doença, sendo exemplos: prematuridade, sofrimento fetal e
do não foi completamente drenado. Para resolver o problema pré-eclâmpsia. Resposta d.
é preciso ordenhar a mama para esvaziá-las, o que ja promo-
verá o alívio da dor. Paralelamente, utilizam-se compressas 106. Os quadros de mastite puerperal serão reconhecidos
frias que promovem vasoconstrição mamária e reduzem a pela hiperemia, dor e ingurgitamento mamários, acompa-
produção de leite. Nunca devemos suspender a amamenta- nhados ou não de febre. Independentemente de haver ou não
ção nessas situações e é preciso lembrar que a temperatua abscesso, a ordenha da mama afetada é indicada para drena-
axilar está elevada pelo aquecimento da mama adjacente. gem de líquido local (que pode ser meio de cultura) e elimi-
Resposta c. nação de bactérias, assim como se indica o uso de antibiótico,
em geral cefalosporinas de 1ª geração ou ciprofloxacina. É
103. A profilaxia de aloimunização Rh, como imunoglobuli- adequado, paralelamente, realizar a investigação ultrassono-
na anti-D, será feita sempre que houver mãe Rh negativo com gráfica da mama para analisar se não há abscesso parenqui-
Coombs indireto positivo, e feto possívelmente positivo, nas matoso, em que a drenagem é a terapia ideal. A amamenta-
seguintes situações: ção não deve ser suspensa. A bacterioscopia será auxiliar na
sangramentos da gestação (abortamentos, ectópica, DPP, escolha do tratamento, especialmente em falha terapêutica.
PP, mola hidatiforme etc.), em cada sangramento; Resposta b.
107. Três são os principais distúrbios puerperais psiquiátri- sinais de choque. Suas causas podem ser: atonia uterina, in-
cos, a saber: versão uterina, laceração de canal de parto, retenção de restos
Blues puerperal – incide em 85% das mães. Quadro clíni- placentários e distúrbios de coagulação. De todas, a mais co-
co se inicia em até 2 semanas, com sintomas leves (triste mum é a atonia uterina, cujos fatores de risco são facilmente
za, irritabilidade e choro fácil). Autolimitado, sem trata- identificados e incluem: polidrâmnio, gemelaridade, multi-
mento específico. paridade, parto prolongado, corioamnionite, cesariana, etc.
O mais importante é identificar a etiologia para estabelecer o
Depressão pós-parto – incide em 10 a 15% das puérperas.
tratamento correto:
Inicia-se leve, 3 semanas pós-parto, e tem piora progres-
atonia – útero aumentado e amolecido. Tratamento se-
siva, retardando o diagnóstico. Tratamento: antidepres-
quencial com ocitocna – ergometrina – misoprostol – ba-
sivos.
lão intraútero – sutura de B-Lynch – ligadura de hipogás-
Psicose puerperal – incide em 0,1 a 0,2% das mães. Início tricas histerectomia.
súbito até duas semanas do parto, sendo agravada com
inversão – fundo não palpável + tumor vaginal. Realoca-
mania, depressão e esquizofrenia. Trata-se os três distúr-
ção uterina com manobra de Taxe e ocitocina posterior-
bios com medicações como valproato ou carbamazepina.
mente.
Resposta a.
laceração do canal de parto – útero normolocado e con-
108. A Associação Brasileira de Agências de Viagem solicita traído. Revisão do canal visualizando-se as lacerações,
atestado médico para gestantes com mais de 36 semanas que que devem ser imediatamente suturadas.
queiram viajar de avião e a presença de um médico acompa- retenção de placenta hemorragia tardia. Tratado com
nhando a viagem àquelas com mais de 38 semanas. Recomen- curetagem.
da ainda o uso de meia elástica e movimentar-se durante o vôo. Agenesia renal levaria a oligoâmnio, não sendo fator de risco
As mães, ainda que adotivas, têm direito à licença-maternida- para sangramento pós-parto. Resposta a.
de, que será de 120 dias para crianças até 1 ano, 60 dias para
aquelas com até 4 anos e 30 dias se a criança tiver até 8 anos. 112. O anticoagulante lúpico e os anticorpos anticardiolipi-
O abortamento espontâneo também permite repouso remu- na e beta 2 microglobulina são exames para diagnóstico de
nerado de 15 dias. síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAFF). A suspeita
Trabalhadoras avulsas têm direito à licença-maternidade e re- advém da história clínica, em que que é possível identificar
cebem o recurso diretamente da previdência social. Resposta c. abortamentos de repetição, perdas gestacionais tardias inex-
plicáveis, restrição de crescimento, tromboses, DHEG de
109. Os quadros de mastite puerperal serão reconhecidos início precoce, etc. Tudo porque na doença se produz anti-
pela hiperemia, dor e ingurgitamento mamários, acompa- corpos contra fosfolípides de membrana, lesando as mesmas
nhados ou não de febre. Independentemente de haver ou não e formando trombos, o que pode acometer o território pla-
abscesso, a ordenha da mama afetada é indicada para drena- centário, levando à má nutrição fetal e suas consequências
gem de líquido acumulado no local e manter o fluxo auxiliar (RCIU, abortamento, DHEG). Resposta e.
na eliminação de bactérias. É também indicado o uso de an-
tibiótico, em geral cefalosporinas de 1ª geração ou ciproflo- 113. São causas possíveis de hemorragia pós-parto: atonia
xacina. A amamentação não deve ser suspensa, até porque uterina, inversão uterina, laceração de canal de parto,
mantém a dinâmica do leite. Caso se opte por compressas, a retenção de restos placentários, distúrbios de coagulação e
preferência será pelas compressas frias, pois as quentes au- rotura uterina. De todas, a mais comum é a atonia uterina,
mentam muito a produção de leite. Resposta b. representando perto de 90% dos casos. As formas mais raras
são inversão uterina, distúrbios de coagulação e rotura ute-
110. Serão indicações de profilaxia para imunização Rh, em rina. Resposta a.
gestantes Rh negativo, Du negativo e parceiro Rh positivo:
sangramentos gestacionais (abortamento, ectópica, molés- 114. Ao se fazer a rotação com fórcipe, especialmente de
tia trofoblástica, placenta prévia, descolamento de placenta, Simpson, o ideal é que o movimento interno (intravaginal)
etc.), procedimentos invasivos (amniocentese, cordocentese, das colheres seja o menor possível, para minimizar lacera-
biópsia de vilo corial), às 28 semanas de gestação, pós-parto ções de trajeto. Para tanto o movimento externo é amplo, de
se RN Rh positivo ou com fator Du positivo (este funciona modo a criar um cone com base na extremidade manual do
como Rh positivo). Não estará indicada a profilaxia se já hou- instrumento, como é mostrado na figura abaixo à direita,
ver a imunização, ou seja, se a mãe já estiver produzindo an- sendo que a esquerda mostra o método errado, que pode le-
ticorpos anti-D (Coombs indireto positivo). Lembra-se que var a lacerações. Resposta a.
a imunização é permanente e, uma vez aloimunizada, sem-
pre aloimunizada. Assim, ter tido perda por aloimunização 115. Serão indicações de profilaxia para imunização Rh, em
mostra que a gestante já é aloimunizada, e não se justifica a gestantes Rh negativo e parceiro Rh positivo: sangramentos
profilaxia. Resposta b. gestacionais (abortamento, ectópica, moléstia trofoblástica,
placenta prévia, descolamento de placenta, etc.), procedi-
111. A hemorragia pós-parto é a perda de mais de 500mL de mentos invasivos (amniocentese, cordocentese, biópsia de
sangue em parto normal, ou mais de 1.000mL em cesariana. vilo corial), às 28 semanas de gestação, até 72 horas pós-parto
Essas análises serão feitas subjetivamente pela presença de se RN Rh positivo. A alternativa “a” está errada, pois fala em
24 horas (e não 72h), a “b” também por falar em 24 semanas 119. A legislação vigente permite a laqueadura tubária em
(e não 28), a “d” porque não se faz três doses habitualmente, e mulheres com mais de 25 anos ou com dois ou mais filhos,
a letra “e” porque se o pai também é Rh negativo, não é neces- todavia ela não pode ser realizada durante o parto. Somente
sária profilaxia. A menos errada é a letra “b”, com a ressalva será possível nesse momento se houver risco de vida à mu-
de que a tipagem Rh paterna deve ser positiva. Resposta c. lher em uma próxima gravidez. Resposta d.
116. A morte materna é definida como a morte da mulher 120. A infecção puerperal é definida como febre de ao menos
até 1 ano pós-parto, segundo a OMS, que outrora conside- 38º C nos primeiros 10 dias, por dois dias consecutivos, ex-
rava apenas até o 42º dia. Ela pode ser classificada em dois cetuando-se o primeiro. É causada por flora polimicrobiana,
grupos, o dos óbitos por causas diretas e o por causas indi- tendo predomínio de anaeróbios. Geralmente é ascendente
retas. As mortes obstétricas diretas são aquelas que resultam e envolve os germes do aparelho genital. Responde por uma
de complicações obstétricas na gravidez, parto e puerpério, das três principais causas de morte materna, perdendo ape-
devidas a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou nas para hipertensão e hemorragias pós-parto. Resposta e.
de uma sequência de eventos resultantes de qualquer uma
dessas situações. As mortes obstétricas indiretas são as que 121. Vamos avaliar cada item em separado.
resultam de doenças existentes antes da gravidez ou que se Item I – correto – a hemorragia pós-parto é uma das
desenvolvem durante a gravidez e que não foram devidas a principais causas de óbito materno e apresenta elevada
causas obstétricas diretas, mas que foram agravadas pelos morbidade. Geralmente é acompanhada de choque e
efeitos fisiológicos da gravidez. As causas não obstétricas pode evoluir para CIVD, não raro necessitando de cuida-
são aquelas que não podem ser relacionadas à gravidez. No dos em unidade de terapia intensiva.
caso apresentado, a causa provável do óbito foi AVC pós- Item II – correto – a cesariana está associada a maior
-eclâmpsia, doença típica da gestação, que pode ocorrer até 4 morbimortalidade que o parto normal, às custas de infec-
semanas pós parto. A morte poderia ser evitada com uso de ções, lesões de trato urinário, sangramentos, etc. Porém
medicações para controle pressórico. Um exemplo de morte sua prática, quando bem indicada, traz benefícios mater
obstétrica indireta é a decorrente de diabetes descompensa- nofetais inexoráveis. Assim, o uso criterioso da cesaria-
do na gravidez. Resposta a. na reduz as taxas de morbidade e mortalidade materna
e fetal.
117. Mulheres que apresentam Coombs indireto positivo
Item III correto casos de alto risco devem ser pron
para anti-D já estão aloimunizadas, ou seja, possuem memó
tamente reconhecidos e encaminhados a hospitais terci-
ria contra os antígenos de sangues Rh positivos e produzem
ários, onde há estrutura preparada para cuidados inten-
esse anticorpo rapidamente, em grande escala, diante do
sivos imediatos, o que será importante para a sobrevida
contato. Nesses casos a profilaxia não apresenta valia. Es
materna e fetal.
tando a mulher grávida, faz-se o acompanhamento seriado
mensal do Coombs indireto quantitativo e, sendo o mesmo Item IV – parcialmente correto – a OMS considerou, por
for ≥1:16, faz-se semanalmente o Doppler de artéria cerebral muito tempo, a morte materna como aquela ocorrida
média a fim de se verificar o pico sistólico desse vaso. Picos na gravidez e até 42 dias pós-parto, assim como o faz a
aumentados apontam para o alto risco de anemia fetal, sendo FIGO. Todavia, ampliou, recentemente, o período de 42
indicada resolução da gestação se IG > 34 semanas, ou cor- dias para 1 ano.
docentese e transfusão intraútero se Hb fetal < 10mg/dL, nas Item V – correto – com o advento do antibiótico e a evo-
gestantes com IG < 34 semanas. Não temos todas as infor- lução tecnológica assistencial, reduz-se sobremaneira os
mações necessárias para estabelecer a melhor conduta, mas a quadros infecciosos na gravidez e no parto, entretanto ain-
letra “e” é a mais condizente com o caso. Resposta e. da são comuns abortamentos provocados sem as menores
condições de higiene e assistências inadequadas ao parto
118. A infecção puerperal é definida como febre de ao me- em nosso país, especialmente em suas regiões periféricas.
nos 38º C nos primeiros 10 dias, por dois dias consecutivos, Assim, a melhor resposta estará na alternativa “a”. Resposta a.
excetuando-se o primeiro. É causada por flora polimicro-
biana, tendo predomínio de anaeróbios. Quadros atípicos, 122. A infecção intra-amniótica, felizmente, é evento raro, e
de início precoce ou tardio, podem ocorrer: no primeiro geralmente associado a quadros de amniorrexe prematura,
caso tendo como principal responsável o estreptococo e no situação que se apresenta em 10% dos casos. A etiologia é
segundo a clamídia. polimicrobiana, envolvendo bactérias que ascendem do tra-
Clinicamente, além da febre, ocorre aumento doloroso do to genital, sendo rara a origem hematogênica. Igualmente,
volume uterino, além de loquiação fétida, como no quadro o tratamento será feito com antibioticoterapia de amplo es-
em questão. pectro. Em relação à clínica, esta será exuberante em casos
O tratamento deve ser com antibioticoterapia de amplo es- avançados, sendo que infecções iniciais se apresentam com
pectro, reservando a cirurgia para quando houver falha da leucocitose com desvio e aumento de provas inflamatórias
primeira conduta. (PCR e VHS). Resposta c.
Diversos são os fatores de risco, mas o principal é a cesariana,
que aumenta em até 10 vezes as chances de agravamento do 123. A profilaxia de infecção neonatal por estreptococo será
quadro. Resposta c. indicada apenas quando houver pretensão de parto normal,
pois a contaminação ocorre na passagem pelo canal vaginal. USG morfológico de segundo trimestre – realizado entre
Cesarianas eletivas não necessitam dessa profilaxia, ainda 20 e 24 semanas;
que a cultura seja positiva. ecocardiografia fetal – realizada entre 20 e 24 semanas;
Então, quando se pretende o parto normal, a profilaxia será
feita a todas as gestantes com cultura positiva e nenhuma testes bioquímicos (β-hCG, estradiol, PAPP-A) – dosa-
com cultura negativa, desde que as mesmas tenham sido co- dos entre 10 e 14 semanas ;
lhidas nas últimas cinco semanas. Caso a cultura seja desco- cariótipo e estudo genético de material fetal, que pode ser
nhecida, as indicações serão: colhido por:
trabalho de parto prematuro; - biópsia de vilo corial – entre 11 e 14 semanas;
passado de infecção neonatal por estreptococo; - amniocentese – entre 16 e 20 - 22 semanas;
- cordocentese após 20 semanas.
febre de origem indeterminada durante o trabalho de Resposta a.
parto;
amniorrexe há mais de 18 horas; 128. Dividem-se as lesões cardíacas em três grupos diferen-
qualquer urocultura positiva para espreptococo durante tes de risco, com mortalidade menor que 1% para o grupo I,
o pré-natal. 5 a 15 % para o grupo II e 15 a 50% para o grupo III. Veja o
quadro abaixo:
Resposta e.
devido à presença de anastomoses arteriovenosas profun- foblástica gestacional, entre outras. Especificamente na sín-
das que fazem com que o fluxo seja desviado de um doador drome dos anticorpos antifosfolípides, ocorrem obstruções
para um receptor. O primeiro (doador) adquire restrição de na vasculatura da placenta pela formação de microtrombos
crescimento, oligoâmnio e anemia. O segundo (receptor) decorrentes do ataque de anticorpos a fosfolípides de mem
apresenta-se hipervolêmico, com polidrâmnio, policitemia e brana. Isso gera um fluxo placentário reduzido, o que, por
possível insuficiência cardíaca congestiva. Alterações ao Do- mecanismos incertos, faz elevar a produção de substâncias
ppler não fazem o diagnóstico da doença, embora possam vasoconstritoras e reduzir a de substâncias vasodilatadoras,
ocorrer. Resposta c. gerando hipertensão. Resposta a.
132. Das causas de hemorragia pós-parto a mais frequente 136. Das anomalias cardíacas fetais, as mais comuns são os de-
é a atonia uterina, que será o alvo da terapêutica inicial na feitos do fechamento dos septos, seja atrial ou ventricular. Por-
dúvida diagnóstica. As duas primeiras medidas a serem to- tanto, mais comumente encontraremos comunicação intera-
madas, de forma simultânea, são: massagem uterina e uso de trial (CIA) e comunicação interventricular (CIV). Resposta a.
uterotônico, a princípio ocitocina. As demais drogas do gru-
po serão usadas na falha de ação do ocitócito, e incluem alca- 137. A insuficiência renal na gravidez será classificada em
loides de ergot e prostaglandinas. Outras medidas invasivas, gravidade de acordo com o nível de creatinina pré-gravídico,
como passagem de balão intrauterino e sutura de B-Lynch, nas seguintes formas:
ficam reservadas na falha da terapia clínica. Investigação de com função renal levemente diminuída (forma leve) – nível
outras causas de sangramento deve ser a voga diante de falha de creatinina menor que 1,4 mg/dL.
nas manobras iniciais, desde que persista a dúvida diagnós com função renal moderadamente diminuída (forma mode-
tica. Resposta b. rada) – nível de creatinina entre 1,4 mg/dL e 2,8 mg/dL.
com função renal acentuadamente diminuída (forma grave)
133. A cesariana é de indicação absoluta em casos de placen- – nível de creatinina maior que 2,8 mg/dL.
ta prévia centro-total e centro-parcial, esteja o feto vivo ou A forma grave inclui a doença renal terminal, em que o cle-
morto, pelos riscos de sangramento. O mesmo não se pode arance de creatinina é menor que 10 mL/min. Com maior
dizer em relação às apresentações pélvicas, cuja indicação nível de creatinina, menor as chances de gravidez, mas pior o
de via alta é relativa, podendo-se tentar parto normal caso o prognóstico gravídico, especialmente no que diz respeito aos
peso fetal esteja entre 2.500 e 4.000g. níveis pressóricos. Resposta b.
O parto fórcipe terá três indicações: desprendimento de ca-
beça derradeira encravada em parto pélvico, alívio materno- 138. A mulher descrita na questão apresenta útero muito au-
fetal e distocia de rotação. No alívio o feto geralmente está mentado para o tempo de gravidez, não justificável apenas
em +3 de DeLee ou abaixo e obrigatoriamente com ponto pela gemelaridade, devendo haver polidrâmnio associado,
de referência voltado ao pube, de modo que o auxílio será esse que, juntamente com macrossomia, é uma das principais
apenas para o desprendimento, sendo chamado de fórcipe causas de crescimento uterino exacerbado.
baixo. Na distocia de rotação a altura da apresentação, em Como fatores de risco para parto prematuro, temos: disten
sua maioria, é +2 de DeLee, e o ponto de referência ainda não sões exageradas do útero (polidrâmnio, gemelar), rotura pre-
está direcionado ao pube, ocorrendo frequentemente assin- matura das membranas ovulares, infecções, prematuridade
clitismo; nessa situação o fórcipe é chamado de médio-baixo. anterior, sangramentos intrauterinos, uso de drogas ilícitas,
Serão condições de aplicabilidade: dilatação total, bolsa rota, extremos de idade, desnutrição, baixo nível socioeconômico,
conhecimento da variedade de posição, feto vivo e insinuado. higiene precária, anemia, hábito de fumar, exercícios físicos
A manobra de Kristeller, hoje proscrita, consiste em empur- extenuantes.
rar o feto pelo fundo uterino para que haja o desprendimen- Note que desses, a mulher tem: drogadição, gemelaridade,
to, ou seja, passagem pelo estreito inferior. Resposta d. infecção, polidrâmnio, condições socioeconômicas precárias
(moradora de rua). Note ainda que a primigravidez não é
134. O choque séptico em obstetrícia é, felizmente, um even- importante fator de risco para parto prematuro. Resposta c.
to raro e segue principalmente casos de corioamnionite e
abortamento infectado. Sua mortalidade é alta, da monta de 139. A isoimunização Rh é uma doença em que mãe, com
15%. Os principais agentes causadores são bactérias do trato sangue negativos, produz anticorpos IgG contra hemácias
geniturinário, em especial os bacilos aeróbios gram-negati- Rh + do seu feto, que atravessam a placenta e as destroem in
vos (E. coli, Klebsiella). Diante do choque, a fase inicial será locus, promovendo graus variados de anemia fetal. Para que
de vasodilatação deixando a pele quente e úmida, posterior a mãe produza tais anticorpos é preciso que haja uma con-
mente vem a fase fria. Nunca, na vigência de infecção, deve taminação anterior de sangue positivo em sua circulação, de
ser feita corticoterapia para maturação pulmonar, dado que a modo que a história obstétrica será importante, dado que os
medicação é imunossupressora. Resposta a. contatos acontecem principalmente no parto ou em sangra-
mentos de primeiro e segundo trimestres, diante dos quais
135. Diversos são os fatores de risco para doença hiperten- fica indicada a vacina profilática.
siva gestacional (pré-eclâmpsia), entre os quais citamos: A presença dos anticorpos circulantes será detectada por
primiparidade, hipertensão pré-existente, diabetes mellitus, Coombs indireto, e sua quantificação também pode ser feita
doenças autoimunes (lúpus, síndrome anticorpo antifosfolí- nesse exame. Os títulos ascendentes denotam que a produção
pide), idade materna avançada, gemelaridade, moléstia tro- está em elevação e o ataque às hemácias fetais se agravando.
Quando os níveis de Coombs indireto estão maiores ou iguais sinais de choque séptico como taquicardia e hipotensão. A
a 1:16, fica indicada a pesquisa de anemia fetal. Uma triagem conduta deve ser a internação e antibioticoterapia endoveno-
será feita com Doppler da artéria cerebral média, cujo pico sa. Após o tratamento cerca de 30 a 40% das gestantes desen-
sistólico é método confiável como preditor dessa situação. volvem infecção recorrente, de modo que está indicado uso
Picos sistólicos elevados indicam maior chance de anemia, e de 100mg/dia de nitrofurantoína, como forma profilática, até
justificam, em gestações com menos de 34 semanas, a reali- o nascimento, o que reduz esta chance para menos de 8%.
zação de cordocentese, para coleta de sangue do feto e verifi- Resposta d.
cação de Hb/Ht, já se indicando transfusão intraútero caso a
anemia fetal seja confirmada. Os riscos do procedimento são 143. Qualquer fator que produza cicatrização no útero irá di-
menores que 1%. ficultar sua irrigação e fazer com que a placenta busque nu-
Em fetos extremamente anêmicos, nota-se, à cardiotocogra- trientes em camadas mais profundas do útero, invadindo-as, o
fia, um padrão sinusoidal, também conhecido como padrão que caracteriza o acretismo. Os principais fatores responsáveis
terminal. Resposta b. por essa condição são cesarianas prévias e placenta de inserção
baixa, mas se incluem nesse rol as miomectomias, curetagens,
140. A mola hidatiforme é formada quando há duplicação infecções endomiometriais e multiparidade. Resposta a.
do material genético de origem paterna. Pode ocorrer pela
entrada de dois espermatozoides em um ovócito, o que se co- 144. Gestante com dilatação total, bolsa rota, feto insinua-
nhece por dispermia, ou pela entrada de um único esperma- do (+2 de DeLee), vivo, mas com sinais de sofrimento, deve
tozoide que se duplica no interior desse ovócito (diandria). ter seu período expulsivo abreviado. Como há condições de
Caso tal ovócito não apresente cromossomo nenhum em seu aplicabilidade do fórcipe (acima citadas) essa é a melhor op-
interior por problemas de disjunção na sua gênese, formar- ção, pela rapidez que permite na retirada do feto.
-se-á um ovo apenas com o material masculino duplicado, Pelo mecanismo de parto normal em apresentações cefálicas,
ou seja, um ovo diploide, que originará a mola completa. a rotação interna se dará no sentido de levar o ponto de refe-
Por outro lado, se este ovócito for normal, possuindo cro- rência fetal para o pube, pelo caminho mais curto.
mossomos, ele terá, além do seu material genético, os dois Na questão temos um feto que possui o bregma como ponto
de origem paterna (duplicado ou por dispermia), formando de referência, ou seja, a apresentação é cefálica defletida de 1º
um ovo triploide que dará origem à mola parcial. Resposta b. grau. O bregma está voltado para a esquerda anterior e deve
sofrer rotação até o pube, assim, deve ser rodado 45º graus
141. Uma leitura rápida e desatenta dessa questão pode dei- em sentido anti-horário. O auxílio a esta pequena rotação,
xar escapar um pequeno detalhe que faz toda a diferença na bem como a tração do feto, podem ser feitos tanto com fórci-
conduta a ser tomada. Vamos analisar sequencialmente. pe de Simpson quanto de Kielland. Resposta a.
Primeiro que temos um óbito fetal. Nesses casos até é possí-
vel aguardar-se o trabalho de parto, que pode ocorrer espon- 145. Nessa questão o examinador já cita que a paciente apre-
taneamente, todavia não é a tendência na maioria dos hospi- senta diagnóstico de lúpus, tanto que ele aparece em todas as
tais escola, até porque a aceitação do casal em tal conduta é alternativas. Resta saber se o mesmo está ou não em ativida-
mínima. de, e a resposta é não, pois o lúpus ativo consome comple-
Segundo, em óbito fetal realmente existe o risco de CIVD mento, o que não ocorre neste caso.
pela liberação de substâncias pró-coagulantes pelo feto mor- Simultaneamente ao lúpus há uma provável pré-eclâmpsia,
to, entretanto esse risco é dependente do tempo transcorrido pois os níveis tensionais são normais e há proteinúria sig-
desde o óbito e passa a ser considerado apenas após 4 sema- nificativa em fita numa gestante de mais de 20 semanas (a
nas desse trágico evento, o que não parece ser o caso dadas as confirmação virá com proteinúria de 24 horas). Como a pres-
idades gestacionais e altura uterina. são diastólica é maior que 100 mmHg é conveniente o uso de
Terceiro, para indução de parto em mulheres com colo des- anti-hipertensivo para controle da PA.
favorável (BISHOP < 6), como é o caso, geralmente usamos O feto apresenta grandes chances de prematuridade devido
misoprostol até o amadurecimento desse colo. Contudo, a às complicações maternas, assim sua maturidade pulmonar
presença de cesariana anterior contraindica o uso dessa me- deve ser acelerada com betametasona (corticoide). Apesar do
dicação, pelo risco de rotura uterina. Nesses casos pode-se uso de prednisona isso se faz necessário, pois esta droga é
tentar indução diretamente com ocitocina, que tem meia- metabolizada na placenta e não atinge o feto, diferentemente
-vida mais curta e pode ser suspensa em casos de taquissis- da betametasona.
tolia, ou preparar previamente o colo com método mecânico, Em qualquer caso de hipertensão deve se atentar para a
como passagem de sonda de Foley. A primeira opção tem vitalidade fetal, assegurando-se do fluxo placentário, espe-
maior chance de falha e a segunda eleva os riscos de incom- cialmente se altura uterina for reduzida, como neste caso.
petência istmocervical futura. Resposta b.
Deve-se então atentar ao detalhe da cesariana anterior que
a gestante possui. Obviamente deve-se investigar a causa do 146. A conduta de lesão de alto grau na gestação difere das
óbito numa tentativa de prevenir a recorrência. Resposta b. não gestantes. Havendo esse achado por papanicolau, o mes-
mo deve ser confirmado com colposcopia e biópsia. Cons-
142. Alguns indícios, nesse caso, nos levam ao diagnóstico tatando se realmente tal condição seu tratamento deve ser
de pielonefrite, a saber: dor lombar, queda do estado geral, postergado ao pós-parto, com controle rigoroso de CO e col-
nitrito positivo, e principalmente a febre. Além disso, há poscopia na gravidez. Caso haja câncer, no primeiro trimes-
tre deve ser tratado apesar da gestação, no segundo e terceiro quer hospitalização e uso de antibioticoterapia endovenosa.
é possível esperar o parto, quando da maturidade pulmonar Em relação à bacteriúria assintomática, ao contrário dos de-
fetal. Resposta b. mais casos, deve ser tratada nas gestantes, isso porque a ação
miorrelaxante da progesterona lentifica os ureteres e favorece
147. O alojamento conjunto permite a amamentação em livre a ascensão bacteriana. Resposta d.
demanda do recém-nascido, evitando o acúmulo de leite nas
mamas, seu empedramento e consequente mastite puerperal. 152. O toque vaginal deve ser evitado em casos de amnior-
A apresentação pélvica, especialmente sua forma mais co- rexe prematura, pois eleva as chances de infecção. A mulher
mum (Agripina ou incompleta modo nádegas) faz com que o estava fora de trabalho de parto e pouco acrescentaria o to
recém-nascido mantenha a posição intraútero dos membros que à conduta.
durante alguns dias, de forma viciosa. Não há problemas em se submeter o líquido vaginal a teste
A hemostasia pós-parto do sítio placentário dá-se pela se- de cristalização e, sendo ele amniótico, o teste será positivo.
quência de: miotamponamento, trombotamponamento,
Testes de vitalidade e avaliação de infecção são importantes,
inércia uterina e contração uterina fixa (globo de segurança
pois na presença de qualquer dessas duas condições, o parto
de Pinard).
deve ser realizado imediatamente. São formas de análise da
A presença de incisura protodiastólica em Doppler de uterinas
vitalidade fetal: cardiotocografia, perfil biofísico fetal, dop-
após 26 semanas é preditora de pré-eclâmpsia. Resposta b.
plerfluxometria. Serão considerados sinais de infecção: líqui-
148. Em mulheres Rh negativo (Du negativo), gestantes de do amniótico fétido (fisiometria), febre, leucocitose impor
pais Rh positivo ou desconhecido, não sensibilizadas, de tante com desvio, aumento de proteína C reativa.
vem receber imunoglobulina anti-Rh sempre que houver A cultura para estreptococo é colhida, normalmente, entre
sangramento genital de origem uterina (abortamento, ectó- 35 e 37 semanas, idade que a gestante da questão ainda não
pica, moléstia trofoblástica gestacional, DPP, PP, etc.), proce- alcançou. Assim, a cultura é desconhecida, situação em que a
dimentos uterinos (amniocentese, cordocentese, biópsia de profilaxia para infecção por estreptococo estará indicada se:
vilo) independentemente de envolverem ou não a placenta, trabalho de parto prematuro, bolsa rota há mais de 18 horas,
às 28 semanas (reduz o risco de imunização espontânea) e ao febre de origem indeterminada durante o trabalho de parto,
nascimento. A dose usualmente dada é de 300μg, que anulam passado de infecção neonatal por estreptococo ou qualquer
30 mL de contato de sangue, sendo que pode ser aumentada urocultura positiva para essa bactéria no pré-natal. Caso a
caso de suspeite de contato maior. O teste de Kleihauer, que mulher da questão entre em trabalho de parto, ele será pre-
detecta hemácias fetais no sangue materno, serve para deter- maturo e a profilaxia está indicada. Resposta e.
minar se esta dose foi suficiente (caso positivo, não haverá
eritrócitos do feto na circulação materna). Resposta d. 153. Segundo as normas do Ministério da Saúde, será con-
siderado nativivo qualquer concepto que apresente bati-
149. Com a expulsão do concepto, finda a compressão uteri- mentos cardíacos ao nascer, independentemente de seu
na sobre a veia cava de modo que o retorno venoso e, con- peso. Nesse caso, faz-se necessário preencher declaração de
sequentemente, o débito cardíaco elevam-se cerca de 10 a nascido vivo e atestado de óbito, providenciando-se o se-
20%. A normalização desse estado se dará em seis semanas. pultamento. Resposta a.
Apesar disso, dada a perda sanguínea e alguns mecanismos
de ajustes, há queda da pressão arterial logo após o delivra- 154. Um dos principais efeitos colaterais dos beta-agonitas,
mento, com normalização em até 5 dias. O colostro, senão como a terbutalina, é a taquicardia, dada sua ação cardíaca.
presente no pré-parto, aparece de imediato após o nascimen- Essa pode se tornar importante a ponto de, a cada contra-
to. O edema será normal no puerpério, desaparecendo pau- ção, impedir que o sangue seja completamente bombeado,
latinamente. Resposta a.
fazendo com que o mesmo fique retesado, encharcando os
pulmões, ou seja, produzindo edema agudo de pulmão. O
150. Caso haja constatação de sofrimento fetal no período
quadro será piorado se houver hidratação vigorosa, pois ele-
expulsivo do parto, este deve ser abreviado. A preferência
va a volemia, já aumentada, da grávida. O tratamento será
será o uso de fórcipe, desde que haja condições para aplica-
feito à base de diuréticos. Resposta c.
ção do mesmo (dilatação total, feto insinuado, vivo, conheci-
mento da variedade de posição e bolsa rota).
No caso, o feto apresenta bradicardia sustentada, indicando 155. A imunoglobulina anti-Rh deve ser indicada para ges-
sofrimento. O feto está em OS, o que torna a expulsão mais tantes Rh negativo não sensibilizadas, ou seja, com teste de
difícil, mas não impede o uso de fórcipe. Empurrar o fundo Coombs indireto negativo, quando chegam na 28ª semana
do útero (manobra de Kristeller) é atitude proscrita, pois au- de gestação, nos casos de abortamento, prenhez ectópica,
menta o risco de trauma maternofetal. Resposta c. após procedimentos invasivos, traumas e casos de sangra-
mento intenso e até 72 horas após parto, se RN for Rh po-
151. Três formas de infecção urinária podem acometer as sitivo. Resposta a.
gestantes: a infecção urinária alta (pielonefrite), a infecção 156. O quadro clínico da infecção puerperal é caracterizado
urinária baixa sintomática (cistite/uretrite) e a bacteriúria por febre, loquiação com odor fétido ou purulenta e a tríade
assintomática. Obviamente, os casos sintomáticos devem de Bumm, ou seja, útero amolecido, hipoinvoluído e doloro-
ser tratados, sendo que a pielonefrite, por ser mais grave, re- so. Resposta a.
157. O sinal do lambda, ou do T, indica a presença de duas a tríade de Bumm (útero amolecido, hipoinvoluído e do-
placentas numa gestação gemelar. Mesmo na monocoriônica loroso) indica infecção puerperal que é a terceira causa de
podemos ter duas placentas, quando a divisão do único ovo mortalidade materna no ciclo gravídico puerperal. Na me-
ocorrer após o terceiro dia da fecundação. Resposta c. nor suspeita clínica de infecção puerperal devemos internar
a paciente e iniciar antibioticoterapia, uma vez que a infec
158. Em qualquer tipo de gestação a apresentação mais co- ção é progressiva e, quanto mais demorrmos para iniciar o
mum sempre é a cefálica, pois o feto sempre segue a teoria de tratamento, maior o número de estruturas comprometidas e
acomodação ou da gravitação, ou seja, a cabeça sendo a parte pior o prognóstico da paciente. Inicia-se antibioticoterapia
fetal mais pesada tende a ficar para baixo. Resposta b. de amplo espectro e o aleitamento é mantido desde que os
medicamentos não tenham ação no RN. Resposta a.
159. A principal causa de mortalidade materna no ciclo gra-
vídico puerperal são as síndromes hipertensivas (dentre as 167. Na isoimunização pelo sistema Rh o grau de anemia fe-
quais a mais comum é a DHEG), seguida das síndromes he- tal pode ser avaliado diretamente através da obtenção do san-
morrágicas, e a terceira é a infecção puerperal. Resposta d. gue fetal através da cordocentese, quando houver alterações
utrassonográficas no feto e a titulação do teste de Coombs
160. No pós-parto, a imunoglobulina anti-Rh está indicada indireto for maior ou igual a 1/16 e, indiretamente, através
se a paciente ainda estiver não sensibilizada (Coombs indire- da velocidade sistólica máxima da artéria cerebral média do
to negativo) e o RN for Rh positivo. Resposta c. feto avaliada pela dopplervelocimetria. Antigamente, avalia-
ção indireta do grau de anemia fetal era feita pelo nível de
161. O quadro clínico da endometrite puerperal é caracteri- bilirrubina no líquido amniótico, avaliado através da espec
zado por febre, loquiação com odor fétido ou purulenta e a trofotometria. Resposta a.
tríade de Bumm, ou seja, útero amolecido, hipoinvoluído e
doloroso. 168. A principal causa de infecção puerperal, disparada na
Diagnóstico: basicamente clínico: frente das outras, é o parto cesárea. Como outras causas te-
mos: rotura prematura de membranas ovulares, trabalho de
dor à mobilização uterina; parto prolongado, múltiplos toques vaginais, monitorização
lóquios purulentos; invasiva, anemia materna e nível socioeconômico baixo (fal-
temperatura bucal > 38ºC em dois dos primeiros dez ta de acesso ao pré-natal). Resposta a.
dias de puerpério excetuando as primeiras 24 horas, ou >
38,7ºC nas primeiras 24 horas; 169. A infecção puerperal é uma infecção polimicrobiana,
progressiva e ascendente dos órgãos genitais, que aparece nos
geralmente entre 3º e 7º dias do puerpério. primeiros quarenta dias pós-parto, provocada por micro-or-
Resposta a. ganismos do intestino, vagina e colo uterino. Deve receber
cobertura antibiótica de amplo espectro para cobrir Gram
162. 300 µg de imunoglobulina anti-Rh neutraliza 30 mL de positivos e negativos, anaeróbios e aeróbios. A secreção acho-
sangue fetal ou 15 mL de hemácias fetais. Cada 10 µg é con- colatada nos lóquios é indicativa de anaeróbios. Resposta a.
siderado protetor para 1 cc de sangue fetal.
Resposta a. 170. No puerpério normal, o tamanho uterino vai regredin-
do cerca de 1 a 2 cm por dia, e após 10 dias espera-se que o
163. Nos casos em que a gestante é sensibilizada pelo fator colo uterino já esteja impérvio. A loquiação passa de rubra
RH, ou seja, Coombs indireto positivo, devemos iniciar a in- (vermelha) para fosca, depois flava e, por fim, alba, que surge
vestigação fetal quando a titulação for maior ou igual a 1/16. cerca de 10 dias após o parto. O útero amolecido, hipoinvolu-
Se houver alterações ultrassonográficas fetais sugestivas de ído e doloroso indica a tríade de Bumm, que sugere infecção
doença hemolítica (principalmente os edemas), é indicada puerperal. Resposta c.
a cordocentese. Se não houver alterações ultrassonográficas
no feto, fazemos uma avaliação indireta do grau de anemia 171. Na isoimunização pelo sistema Rh, onde a titulação do
fetal, através do doppler da artéria cerebral média do feto. teste de Coombs indireto for maior ou igual que 1/16, deve-
Resposta a. mos iniciar investigação de anemia fetal. Se o exame ultras-
sonográfico vier alterado, devemos fazer cordocentese para
164. A primeira cirurgia realizada visando a extração fetal avaliar diretamente o grau de anemia fetal. Se vier normal,
do útero é a cesárea, que era realizada através de uma incisão temos uma medida indireta da anemia do feto através do do
longitudinal no fundo ou corpo uterino. Resposta a. ppler da artéria cerebral média fetal. Mas antes de qualquer
conduta é fundamental ter a certeza da idade gestacional fe-
165. Como a gestante é Rh+, é impossível a produção de an- tal, obtida pela ultrassonografia. Resposta d.
ticorpos contra o sistema Rh, devendo o Coombs indireto
positivo indicar a presença de anticorpos contra outros antí- 172. Uma alteração crônica na relação entre as trocas das cir-
genos dos glóbulos vermelhos. Resposta a. culações fetais de fetos monocoriônicos é conhecida como
síndrome de transfusão fetofetal. Foi descrita pela primeira
166. Paciente que nos pós-parto desenvolve febre, associada vez por Schatz, em 1882, e pode ocorrer entre 5,5 e 17,5% das
à loquiação com odor fétido ou purulento, juntamente com gestações monocoriônicas. A STFF é causada pelo excesso de
anastomoses arteriovenosas unidirecionais, criando um flu- de cerca de 50% dos fetos doadores é devido à insuficiência
xo preferencial de um feto para outro, acima da possibilidade cardíaca ou ao trabalho de parto pré-termo (TPP) causado
de compensação das outras anastomoses. É uma das compli- pelo polidrâmnio. Todos os fetos acárdicos morrem por mal-
cações perinatais mais letais, com uma taxa de mortalidade formações múltiplas. A conduta a ser tomada é a oclusão do
de 80 a 100% e um risco de sequela no feto sobrevivente de cordão umbilical do feto acárdico com separação completa
15 a 50%. Normalmente a transfusão de sangue entre fetos das circulações fetais.
monocoriônicos é um evento constante e harmônico. Quan- O manejo dessa patologia inclui a conduta expectante com
do há um desequilíbrio entre essa troca, pode ocorrer a STFF. uma taxa de sobrevida de 10% dos fetos. A conduta terapêu-
O gemelar que recebe maior fluxo é chamado de receptor e tica inclui três possibilidades: (a) amniocentese seriada, (b)
tende a apresentar sobrecarga circulatória com consequente septostomia e (c) ablação a laser das anastomoses. A amnio-
insuficiência cardíaca e polidrâmnio, ambos causados pela centese, ou amniodrenagem seriada, é feita baseada no pres
hipervolemia. Esse gemelar também apresenta aumento da suposto de que a diminuição do polidrâmnio irá diminuir
osmolaridade plasmática, com aumento da pressão oncótica a pressão intrauterina, melhorando a circulação fetal e os
e hidropisia. O outro gemelar é dito doador, recebe menor sintomas maternos. É um procedimento simples e barato. A
fluxo sanguíneo e tende a ser menor e apresentar hipovole- maioria dos casos necessita de mais de um procedimento, e
mia e anemia, com consequente hipóxia e oligo ou anidrâm- o novo acúmulo de líquido amniótico geralmente é rápido. A
nio. O anidrâmnio do gêmeo doador pode levar à aparência septostomia procura equilibrar as pressões entre as cavida-
de um gemelar comprimido contra a parede uterina pelo des, apesar de já haver comprovação de que a pressão entre
saco amniótico excessivamente distendido do outro gemelar as cavidades, mesmo com grande diferença de volume de lí-
(stuck twin). A presença da STFF com polidrâmnio grave é quido entre elas, é similar. Acaba sendo similar a uma am-
associada ao aumento significativo da resistência vascular niodrenagem, acrescentando o risco de criar uma cavidade
uteroplacentária e hiperaldosteronismo materno. única. Os resultados das técnicas são similares (um feto vivo
A manifestação extrema das alterações hemodinâmicas pre- ao nascimento e sobrevida de 6 meses de 56 e 51%, respecti-
sentes na síndrome de transfusão fetofetal é o feto acárdico. vamente), com taxas de complicações (ruptura prematura de
Essa patologia, denominada sequência da perfusão reversa membranas, trabalho de parto pré-termo, infecção e DPP) de
do gemelar, ocorre em 1% das gestações monoamnióticas. 15 a 20%. A coagulação a laser das anastomoses vasculares é
O gêmeo acárdico (receptor) recebe sangue de forma para- realizada por meio de fetoscopia e apresenta melhores taxas
sitária por uma grande comunicação arterioarterial do do- de sucesso (um feto vivo ao nascimento e sobrevida de 6 me-
ador. Praticamente todos os órgãos do gêmeo receptor são ses de 76 e 76%, respectivamente). Esse tratamento procura
anormais, provavelmente pela recepção de um suprimento eliminar, por meio de uma abordagem seletiva, os vasos que
sanguíneo desoxigenado. O tronco em geral está presente, estão comunicando as circulações fetais, sendo um tratamen
mas o coração pode ser ausente ou rudimentar; tanto o polo to que procura corrigir a causa da patologia e não apenas os
cefálico quanto os membros superiores frequentemente são sintomas, como na amniodrenagem. É, no entanto, um trata-
ausentes. O gêmeo receptor desenvolve edema e pode ser mento mais caro, invasivo e de difícil acesso, pois é realizado
duas vezes maior do que o gêmeo doador. A mortalidade em poucos centros de referência. Resposta e.
Chegamos ao fim desta jornada. Esperamos que você esteja pleno de conhecimento e certo de que será RM 2017.
Equipe SJT.